Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Sétima (CD 6 de 11)

A Sétima Sinfonia, “Leningrado”, talvez seja a obra mais famosa de Shostakovich. Ele dedicou-a “a nosso combate contra o fascismo, a nossa vitória sobre o inimigo em Leningrado, a minha cidade natal”. As circunstâncias em que foi escrita e estreada a fizeram famosíssima. Imaginem uma cidade cercada por alemães há 18 meses, uma orquestra improvisada vestida com suéteres e jaquetas de couro, todos magérimos pela fome, a rádio transmitindo o concerto, várias cidades soviéticas estreando a obra ao mesmo tempo, Arturo Toscanini – anti-fascista de cabo a rabo – pedindo a partitura nos Estados Unidos (ela foi levada de avião até Teerã, de carro ao Cairo, de avião à Londres, de onde um outro avião da RAF levou a música ao maestro), Shostakovich na capa da Time. Ou seja, a Sétima é importante. Nos EUA, em poucos meses, foi interpretada por Kussevítki, Stokovski, Rodzinski, Mitropoulos, Ormandy, Monteaux, etc. Um espanto.

Numa das maiores homenagens recebidas por uma obra musical, Anna Akhmátova escreveu o seguinte poema ao ser posta à salvo das bombas alemãs pelas autoridades soviéticas:

Todos vocês teriam gostado de me admirar quando,
no ventre do peixe voador,
escapei da perseguição do mal e,
sobre as florestas cheias de inimigos,
voei como se possuída pelo demônio,
como aquela outra que,
no meio da noite,
voou para Brocken.
E atrás de mim,
brilhando com seu segredo,
vinha a que chama a si mesma de Sétima,
correndo para um festim sem precedentes.
Assumindo a forma de um caderno cheio de notas,
ela estava voltando para o éter onde nascera.

Pois é. Mas falemos a sério: não é a maior sinfonia de Shosta. Fica atrás da oitava, décima, décima-primeira, décima-terceira, décima-quarta e décima-quinta. Mas que é famosésima, é.

Há grandes momentos nela: o primeiro é a preparação para receber o inimigo, baseada no Bolero de Ravel, é espantosa. Nota-se perfeitamente o significado do tema principal e do acompanhamento das cordas, cada vez mais ameaçador. O segundo é o espetacular finale, sempre ouvido pelo público em pé, e onde reaparece o tema inicial da sinfonia, demonstrando a tranqüilidade ansiada pelo povo russo após o sofrimento da guerra. Tem que conhecer. É cultura.

Informações em parte colhidas no livro sobre Shostakovich de Lauro Machado Coelho.

CD 6

SYMPHONY No.7 in C Major, Op.60 “Leningrad”

1. Allegretto
2. Moderato (poco allegretto)
3. Adagio
4. Allegro non troppo

Recorded: July 3, 1975
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 71:10

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Puccini une as pessoas

Em setembro de 1962, Igor Stravinski visitou a União Soviética por 3 semanas. Recebeu muitas homenagens e seu único encontro mais demorado foi com Shostakovich. Porém, quando foram apresentados, o mortalmente tímido Shostakovich respondia com monossílabos as muitas tentativas de conversação feitas por Stravinski. Isso só até o momento em que eles encontraram algo para detestar juntos. “Você gosta de Puccini?”, perguntou Stravinski. “Não o suporto”, respondeu Shostakovich. A partir daí, eles encontraram do que falar e conversaram animadamente a noite inteira.

Lauro Machado Coelho

Igor Stravinski (1882-1971) – A História do Soldado (redução)

Este disco é um problema. Dele, eu apenas tenho a redução para clarinete, violino e piano da História do Soldado. A obra está completa. Vale a pena baixar. E como! É um CD de primeiríssima linha com o trio de mulheres checas dando tudo… A redução foi escrita pelo próprio Stravinski. A História do Soldado raramente consta dos programas de concerto e, quando aparece, é realizada somente em versão instrumental, ou seja, sem a parte cênica. Aqui, temos a redução da redução, pois em concertos é retirada a narração e as cenas, aqui temos também a retirada de alguns movimentos e uma radical redução do instrumental.

No CD original, há também obras de Bartók, Milhaud, Kachaturian…

Suíte de “A História do Soldado” – Redução de Igor Stravinski

1. Marcha do Soldado
2. O Violino do Soldado
3. Pequeno Concerto
4. Tango – Valsa
5. A Dança do Diabo

Ludmila Peterková – Clarinet
Gabriela Demeterová – Violin
Markéta Cibulková – Piano

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[Restaurado] Sergei Prokofiev (1891-1953) – Sonatas para Violino e Piano e 5 Melodias

Esta é outra daquelas gravações que chegam e todos os bons críticos já a identificam imediatamente como definitiva, ao menos até a próxima que será considerada como tal. O trabalho que os Kremer e Argerich fazem aqui é de qualidade indiscutível e demonstra mais uma vez que Prokofiev é uma das preferências de Martita, que o compreeende como poucos. Bastará ouvir o Allegro Brusco da Sonata Nº 1 para se apaixonar imediatamente. CD para se ouvir dezenas de vezes sem cansar.

Sonata for Violin and Piano no.1 in F minor, op 80
1. Andante Assai
2. Allegro Brusco
3. Andante
4. Allegrissimo – Andante Assai, Come Prima

Five melodies for violin and piano, op. 35bis
5. Andante
6. Lento, Ma Non Troppo
7. Animato, Ma Non Allegro
8. Allegretto Leggero E Scherzando
9. Andante Non Troppo

Sonata for Violin and Piano no. 2 in D major, op. 94a
10. Moderato
11. Scherzo, Presto
12. Andante
13. Allegro Con Brio

Martha Argerich, Piano
Gidon Kremer, Violin

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[restaurado por Vassily em 5/6/2021, em homenagem aos oitenta anos da Rainha!]

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – Sinf. Nro. 6 (CD 5 de 11)

Lauro Machado Coelho faz uma notável defesa desta estranha Sexta em seu calhamaço Shostakovich – Vida, Música, Tempo (Ed. Perspectiva). É uma sinfonia curta, de considerável originalidade estrutural: é formado por um longo, belo e mórdido Largo, seguido de dois scherzi (Allegro e Presto). O Presto, muito circense, foi bisado na estréria, em 1939, sob a regência do genial Mravinski. Já a crítica oficial condenou como “Formalista” esta sinfonia “sem pé nem cabeça”: um Largo de vinte minutos e duas brincadeiras de 5 minutos cada… Eu acho esplêndido o primeiro movimento, que possui contatos com o Largo da Quinta e com trabalhos de Mahler e Sibelius, mas alguns especialistas admiram o grotesco e a cínica zombaria do finale. Ou seja, há controvérsias.

Não a vejo como uma obra menor, mas como uma quase não-sinfonia.

O quinto Cd desta coleção traz a Sexta junto à Décima. São obras tão diferentes que optei por separá-las, obedecendo a ordem cronológica. Então, este arquivo ficou bem pequeno.

CD 5

SYMPHONY No.6 in B Minor, Op.54

1. Largo
2. Allegro
3. Presto

Recorded: September 15, 1967

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Franz Schubert, Johannes Brahms, Richard Wagner – Tribute to a Unique Artist

Esta postagem é um pouco diferente, pois o destaque é o maestro Carlos Kleiber. A DG lançou este cd por ocasião de sua morte, em 2004. É uma espécie de “Best Of”, mas o que se tem aqui são interpretações impecáveis, que demonstram um maestro finíssimo, que, apesar de não ser muito chegado em estúdios de gravação, quando lá esteve, mostrou uma competência tremenda. Que o digam suas versões para as sinfonias beethovinianas de nºs 5 e 7, cd já postado aqui no blog.

O que este cd traz são outros momentos memoráveis deste grande maestro: uma “Sinfonia Inacabada” de Schubert com um registro maravilhoso, uma 4ª de Brahms que entrou para os anais da história como uma das melhores de todos os tempos, e dois momentos igualmente belíssimos do “Tristão e Isolda” de Wagner. Segundo um comentário do site da amazon, “Kleiber brings the same insights of his classic recording of Beethoven’s 5th to bear on Brahms’s 4th symphony. This is an all-time great recording, probably the most furious and passionate performance since Furtwangler’s transcendental account during World War II.”

O texto biográfico abaixo foi retirado do site da Deutsche Grammophon:

“With the passing of Carlos Kleiber on 13 July 2004, the world of music lost one of its most charismatic and enigmatic figures. He was known as a conductor who didn’t like to conduct: “Only when his freezer was empty did he deign to pick up the baton, reported Herbert von Karajan (who, like many of his other colleagues, called him a “genius” – they were a two-man mutual admiration society). He lavished his genius on no more than a handful of symphonies by Beethoven, Haydn, Mozart, Schubert and Brahms, and a scarcely longer list of operas by Verdi, Wagner, Puccini and the Strausses, Johann and Richard – a fragment of the repertoire conducted by his equally famous father Erich, another titan, who tried to thwart his son’s musical career (yet Carlos used his annotated scores).

A recluse who spoke six languages fluently but never granted interviews because he claimed that “when I talk, it’s rubbish”, Kleiber would repeatedly leave orchestral musicians notes filled with polite suggestions (these became known as “Kleibergrams”). Players and singers respected and revered him. “He notices everything,” Plácido Domingo declared. “I try to please him all the time, not just because I want to please him but because I know he’s right.”

Once his career was established, Kleiber refused to accept a permanent position and even declined the Berliner Philharmoniker’s invitation to become Karajan’s successor. He once told Leonard Bernstein that he wanted to grow old in a sun-drenched garden, only eating, drinking, sleeping and making love. Much critical ink has been spilled over the precious few engagements to which he grudgingly consented – principally with the Wiener Philharmoniker and Amsterdam Concertgebouw orchestras and at some of the world’s operatic shrines: Vienna, Munich, Bayreuth, London, Milan, and New York – reviews couched almost exclusively in superlatives bestowed on few other musicians of the late 20th century. Kleiber was truly – and for once the tired cliché is apt – a legend in his own time.

Carlos Kleiber was born in Berlin on 3 July 1930 but grew up in Argentina after his family (who were not Jewish) fled Nazi Germany in 1935. Following the war, he studied chemistry in Switzerland, but an overwhelming love for music led inexorably to his 1954 debut, conducting an operetta in Potsdam, East Germany under a pseudonym. He served as répétiteur of the Deutsche Oper am Rhein in Düsseldorf from 1956, becoming its conductor two years later, was at the Zurich Opera from 1964-66 and first Kapellmeister at the Württembergisches Staatstheater in Stuttgart for three years from 1966. He first appeared at the Vienna State Opera in 1973 conducting Tristan, the work with which he made his Bayreuth debut the following year, debuted in 1974 at Covent Garden and La Scala (conducting Der Rosenkavalier, one of his father’s specialities); he made his Berliner Philharmoniker debut in 1982 and his first appearance at the Met in 1988.

A perfectionist in extremis, Carlos Kleiber disliked recordings – he once said that “every unproduced record is a good record” – but those he made have naturally come to occupy a special place in the medium’s history. Deutsche Grammophon had the good fortune to be the label with which he was associated, a collaboration that began in 1973, when he agreed to overcome his antipathy to the microphone and travel to Dresden to record Weber’s Freischutzwith the great Staatskapelle, an orchestra that had enjoyed a close relationship with his father. London’s Daily Telegraph, typifying the praise showered on it from all quarters, described the new set in terms that could well be applied to every work this artist touched: “Kleiber … brings such vitality, freshness of tone and buoyancy of rhythm to the orchestral score and his choice of tempi shows that he has rethought this music … by discovering how to be faithful to the composer’s spirit without transgressing the letter.”

Subsequent releases over the next several years spread the appreciation of his phenomenal gifts to an adoring international public and fellowship of music critics: Beethoven’s Fifth from Vienna in 1975 (about which one reviewer wrote that “it was as if Homer had come back to recite the Iliad”), Beethoven’s Seventh from Vienna and Johann Strauss’s Fledermaus from Munich in 1976, Verdi’s Traviata from Munich in 1977, Schubert’s Third and “Unfinished” from Vienna in 1979, Brahms’s Fourth from Vienna in 1981 and, finally, a return to Dresden for Wagner’s Tristan und Isolde (which he had conducted at Bayreuth from 1974-76) in 1982.

It is from those last three studio productions that the performances collected here have been taken. When Kleiber’s extraordinarily concentrated reading of the “Unfinished”, recorded in the Musikverein’s Golden Hall in September 1978, was last reissued, the English critic Richard Osborne wrote: “The genius of Kleiber’s performance is his willingness to characterize both the music’s profound melancholy and its bustling energy: in other words, to sense its physical chronology and its spiritual one.”

In December 1979 the German critic Peter Cossé was in the Musikverein when Kleiber conducted Brahms’s Fourth Symphony at the Wiener Philharmoniker’s subscription concerts. “One experienced the four movements,Ó he wrote, “as a great concentrated Passion of compositional logic and integrity and, in the same moment, as a network of emotions and images, whose richness and atmospheric ambivalence seemed to find a miraculous sense of consolidation or, more precisely, reconciliation in the final Passacaglia.Ó CossŽ happily found that the “fascinating details and solemn splendour of the interpretation were captured without any loss of tension or spontaneity” when Deutsche Grammophon recorded it three months later, between 12-15 March 1980.

And, finally, the Dresden Tristan. Kleiber was dead set against a live recording, with – as DG’s then Head of Production Hans Hirsch recalled – all its imponderables, such as the dangers of singer fatigue and inevitable compromise solutions in the final takes that would disadvantage the orchestra (seated, incidentally, with violins divided left and right, violas half-left behind the first fiddles, cellos half-right behind the seconds, and basses in a reduced half-circle behind the seconds and cellos). Kleiber’s demands were extreme and unprecedented, even for him: 10 full orchestral rehearsals beginning in August 1980 in Dresden’s Lukaskirche, 20 sessions in October with the whole cast present at all of them, recording the work in sequence from beginning to end (with, as is customary, the preludes to Acts I and III left to last).

Perhaps the only surprise in casting was that of Margaret Price in a role she was never to sing on stage, but this turned out to be pure inspiration: the youthful freshness, ardour and lyricism (as well as flawless German diction) of the Welsh soprano’s Isolde, as Hans Hirsch notes, dovetailed with Kleiber’s conception of the work, and indeed, by general consensus, the part has not been sung on record before or since with such sheer, unremitting vocal beauty.

Kleiber’s nerves were famously exposed whenever he made music, and, inevitably, in an undertaking as gruelling for him as committing Wagner’s Tristan to disc, they frayed – sadly – towards the end of the sessions. In the midst of René Kollo’s recording of Tristan’s delirium in Act III, the conductor stormed out, and the passage had to be synchronized later, though no trace of that would be apparent to listeners. Presciently, his producer Werner Mayer had let the tape machines run during rehearsals of the preludes in August. Carlos Kleiber never entered a recording studio again.”

Franz Schubert (1797 – 1828) Symphony No.8 in B minor, D.759 – “Unfinished”

1. Allegro moderato
2. Andante con moto

Johannes Brahms (1833 – 1897) Symphony No.4 in E minor, Op.98

1. Allegro non troppo
2. Andante moderato
3. Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I
4. Allegro energico e passionato – Più allegro

Wiener Philharmoniker

Carlos Kleiber

Richard Wagner (1813 – 1883) Tristan und Isolde

7. Act 3 “Tod und Hölle”

Dietrich Fischer-Dieskau, Wolfgang Hellmich, Brigitte Fassbaender, Werner Götz, Kurt Moll, Staatskapelle Dresden, Carlos Kleiber

8. “Mild und leise wie er lächelt” (Isoldes Liebestod)

Margaret Price

Staatskapelle Dresden, Carlos Kleiber

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Schnittke (1934 – 1998) – Concerto Grosso No.1 – Quasi una Sonata – Moz-art à la Haydn – A Paganini

Por pouco deixei que minhas idéias sobre música moderna limitassem as minhas experiências sonoras. “Não entendo esta música”. Claro, um ouvinte sempre salvo pelo tom dominante; não poderia se sentir seguro quando esta luz era apagada. Mas a música de Schnittke, mesmo quando tonal, é escura, angustiosa e macabra. O ouvinte não terá conforto com esta música. Mas neste disco, além disso, temos o virtuosismo e o humor.

Com o concerto grosso n.1 de Schnittke (talvez sua obra mais importante) caímos na música pós-moderna (ou pós-tudo) que muitas vezes é chamada de poli-estilística. Aqui Schnittke coloca Vivaldi, Webern, Mozart, Beethoven, Cage (piano preparado) e até tango num liquidificador e faz uma música única, uma obra de primeira grandeza, um resumo de tudo, mas com um humor negro típico de Schnittke. A formação é simples: dois violinos solistas, um cravo, uma orquestra de cordas e um piano preparado (basicamente um piano comum com pregos, bacias com água e outras coisitas sobre as cordas). A estrutura segue o velho estilo barroco à la Corelli com 6 movimentos. Música empolgante e perturbadora.

Este disco está recheado de obras-primas, pois a próxima peça, Quasi uma sonata, está entre as mais importantes composições das últimas décadas. Originalmente escrita para violino e piano (sonata n.2), neste disco encontramos o formato violino e orquestra de câmara. Schnittke vai desconstruíndo a forma sonata com extremo virtuosismo, humor (negríssimo, claro) mas sem entregar uma obra retalhada. Dificilmente uma obra de Schnittke não tem unidade.

Moz-art à la Haydn já é um clássico? Possivelmente. Aliás, Schnittke talvez seja o compositor de sua geração mais executado atualmente. Claro que aqui Schnittke segue a velha tradição russa dos mestres Prokofiev e Shostakovich que usavam o humor em obras refinadas.

Quem lembra das variações sobre aquele famoso tema dos caprice de Paganini? Claro, Brahms, Rachmaninov, Lutoslawski…Mas aqui Schnittke se aproxima do método de Paganini: ferrar o violinista. A Paganini é uma obra pra violino solo insuportavelmente difícil, mas nem de longe uma obra só virtuosística. Gidon Kremer dá um show. Enfim, o disco todo é uma obra-prima e merece ser comprado. Um marco da música pós-moderna (todas as obras são pós-anos 60).

Este foi praticamente meu primeiro disco de música moderna, e todas aquelas minhas idéias preconcebidas foram pro ralo.

1. Con grosso No.1: 1. Prelude: Andante
2. Con grosso No.1: 2. Toccata: Allegro
3. Con grosso No.1: 3. Recitativo: Lento
4. Con grosso No.1: 4. Cadenza [without tempo marking]
5. Con grosso No.1: 5. Rondo. Agitato
6. Con grosso No.1: 6. Postludio. Andante-Allegro-Andante
7. Quasi una sonata
8. Moz-Art a la Haydn
9. A Paganini

Gidon Kremer, Yuri Smirnov, Tatiana Grindenko,
The Chamber Orchestra of Europa
Conducted by Heinrich Schiff

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.: interlúdio :.

Este cão ficou feliz ao ver a postagem recente de FDP Bach, trazendo o Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo. Não só pela oportunidade de escutar uma versão fiel da peça, como também por ver aberta a brecha para postar a leitura que Miles Davis e Gil Evans realizaram 21 anos depois.

Historinha: 1959, Davis havia acabado de gravar “Kind of Blue” e dispensado Coltrane e Adderley da banda. Naquele ano, conheceu o Concierto na casa de um amigo baixista. Apaixonou-se e juntou esforços pela terceira vez com Gil Evans (já haviam colaborado em “Miles Ahead”/1957 e “Porgy and Bess”/58) para realizar uma adaptação e compor faixas em torno do tema espanhol. O resultado é uma obra de arte ao mesmo tempo popular e moderna. Mas que foi rejeitada por alguns críticos – que perguntavam isso é jazz? …ao que Miles respondeu: é música, e eu gosto. E eu também. Não só da peça principal – mas também faixas como Saeta, um solo absolutamente fantástico de Davis, e o balé sincopado de Manuel de Falla, Will o’ the Wisp, que é uma das minhas canções favoritas de jazz de todos os tempos. Às vezes deixo a faixa rodando no repeat várias e várias vezes, sonhando com uma gravação ao vivo com jams e 23 minutos de duração. (Há algo de mim que se sente visceralmente atraído pela simplicidade e afetividade hipnótica de balés e valsas, vou descobrindo aos poucos; colecionando esta faixa, e “My Favourite Things” de Coltrane, e “The Black Priest and the Sinner Lady” de Mingus…)

Atmosférico e acessível, este é também um grande álbum para congregar novos ouvidos. Portanto, mesmo que o amigo leitor seja avesso ao jazz, eis uma boa nova oportunidade. Ouça com carinho, que ele retornará. Os arquivos são independentes e em 320k, respeitando a excelente remasterização da edição apresentada aqui – com três faixas bônus, sendo duas delas um take alternativo do Concierto.

Antes da ficha técnica e dos links, uma análise mais criteriosa da peça e sua polêmica – Joaquin Rodrigo teria detestado a adaptação – encontrada na Amazon, para aqueles que quiserem um comparativo entre original e versão.

Sketches of Spain has its genesis in the slow movement of the Rodrigo Concierto di Aranjuez, one of the most beloved pieces of classical music out of Spain. Both Miles and Gil Evans were taken with the piece when they were introduced to it and it forms the centerpiece of the album, and the number that seems to register the greatest number of complaints. Purists in the classical world dislike it’s fast and loose treatment of the original work, and in fact, Rodrigo was on record as detesting the final product. And jazz musicians felt the work to be pretentious, with not enough room for Miles to solo, and not enough out and out swing. There was also a feeling that the work was just blatantly copied from it’s origins and that any brilliance in the work was due to Rodrigo, not to Evans.

A careful hearing, especially a side-by-side comparison with the original Concierto, can dispel much of the criticism of this work. Evans does not merely imitate the piece; he imaginatively rethinks it for wind ensemble. Instead of the spare English Horn and strings with which Rodrigo opens the work, Evans creates a shimmering bed of castanets and harp, over which he layers low flutes and French horns an muted brass, moving in a dense carpet of parallel fourths. While the main points of the original form are followed, with Miles taking mostly the guitar parts, there are many sections that illustrate the genius of Evans, the arranger. Particularly impressive is Evans rethinking of the guitar cadenzas. For the first cadenza Evans contrasts Miles in his dark low register, with beautifully balanced chords in the flutes and low brass, characterized by unusual voicings that include tense dissonances at the top of the chord. Also stunning is the original section that Evans uses to replace the second cadenza. The bass begins an understated vamp. Miles solos over it with his typical cool understatement and the orchestra builds to the climax of the work.

Sketches Of Spain Miles Davis

Miles Davis – Sketches of Spain (320)
Arranjado e conduzido por Gil Evans
Produzido por Teo Macero e Irving Townsend para a Columbia

Miles Davis (trumpet, flugelhorn); Gil Evans (arranger, conductor); Paul Chambers (bass); Jimmy Cobb (drums); Elvin Jones, Jose Mangual (percussion); John Barrows, James Buffington, Tony Miranda, Joe Singer, Earl Chapin (french horn); Johnny Coles, Bernie Glow, Taft Jordan, Ernie Royal, Louis Mucci (trumpet); Dick Hixon, Frank Rehak (trombone); Jimmy McAllister, Bill Barber (tuba); Danny Bank (bass clarinet); Albert Block (flute); Eddie Caine (flute, flugelhorn); Harold Feldman (clarinet, flute, oboe); Jack Knitzer (bassoon); Romeo Penque (oboe); Janet Putnam (harp)

download – parte 1 84MB parte 2 40MB
01 Concierto de Aranjuez (Adagio) (Joaquín Rodrigo) 16’19
02 Will o’ the Wisp (Manuel de Falla) 3’47
03 The Pan Piper (Evans) 3’52
04 Saeta (Evans) 5’06
05 Solea (Evans) 12’15
06 Song of Our Country (Evans) 3’23
07 Concierto de Aranjuez [alt take; part 1] (Rodrigo) 12’04
08 Concierto de Aranjuez [alt take; part 2 ending] (Rodrigo) 3’33

Boa audição!

Étienne Henri (ou Nicholas) Méhul (1763 – 1817) – Aberturas

Parece que hoje é o dia das raridades… Vamos lá. Este Méhul é muito bom compositor. Ouçam! É autor do romantismo inicial e é tão interessante que nem francês parece ser. O cara compôs de tudo: sinfonias, óperas, aberturas, balés, sonatas para piano e obras para teatro. É claro que a Orquestra de Bretanha deve ter promovido um The Best of, porém este é muito satisfatório. Mais um para a galeria de raridades absolutas dos ouvintes-leitores do PQP. Agora, vocês podem dizer aos amigos que a música, na opinião de vocês, divide-se em A.M. e D.M. (antes e depois de Méhul…). Ninguém vai entender nada, mas talvez alguém lhes tome por supremamente eruditos, sei lá. Tentem.

Faixas:

1. Le trésor supposé: Overture
2. Le jeune Henri: Overture
3. Joseph: Overture
4. Ariodant: Overture
5. Mélidore et Phrosine: Overture
6. Horatius Coclès: Overture
7. Bion: Overture
8. Le jeune sage et le vieu fou: Overture
9. Les deux aveugles de Tolède: Overture

Orchestre de Bretagne
dir. Stefan Sanderling

BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

Giovanni Stefano Carbonelli (1690? – 1772) – Sonates pour violin et basse continue

(Ouvi este CD apenas uma vez.) Os discos da Alpha, vocês sabem, são quase sempre espetaculares. E eles matam a pau novamente com este desconhecido Carbonelli, do qual pouco se sabe mas que pode nos dar uma hora de esplêndida música. São várias peças escritas para instrumentos variados, havendo até coisas para um tipo qualquer de “guitar” e órgão. A última obra do disco é a melhor. Enjoy!

Algumas poucas coisinhas sobre o compositor: In 1719, young Giovanni Stefano Carbonelli arrived in London from Rome, where he was active, invited by the Duke of Rutland to enter his service. So little is known about Carbonelli’s life that we just have to make do with what we can imagine from his music and from the musical context in England at that time. He was probably born during the last decade of the seventeenth century. We know that he studied with Corelli and that like his most famous fellow students, Pietro Castrucci and Francesco Geminiani, he felt deawn to London and settled there. London at that time was astir with the resounding successes of Handel’s operas and boasted the very best of European misicians. So it is easy to imagine the pull of such a city for a young and adventurous musician(…)

A lista de faixas foi retirada de um site russo e, bem, é aquilo…

1 I. 0:02:26 Sonate X, Sol Mineur
2 II. 0:03:25 -“-
3 III. 0:02:12 -“-
4 IV. 0:02:35 -“-
5 I. 0:02:51 Sonate I, Re Majeur
6 II. 0:02:33 -“-
7 III. 0:01:56 -“-
8 IV. 0:01:56 -“-
9 I. 0:02:41 Sonate XII, Si Mineur
10 II. 0:03:35 -“-
11 III. 0:07:48 -“-
12 Prelude, Ayres Pour Guitare, (Nicola Matteis ? – Ap. 1685) 0:05:43
13 I. 0:02:12 Sonate VII, La Mineur
14 II. 0:02:44 -“-
15 III. 0:02:04 -“-
16 IV. 0:03:08 -“-
17 I. 0:04:24 Sonate VI, La Majeur
18 II. 0:02:31 -“-
19 III. 0:10:11 -“-

Hélène Schmitt, violon
Gaetano Nasillo, cello
Andrea Marchiol, harpsichord & organ
Karl-Ernst Schröder, guitar

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Arnold Schoenberg (1874 – 1951) – Quartetos de Cordas n.3 e n.4

Agora estamos num terreno árido, mas não menos empolgante que os outros quartetos predecessores. Nesta época (1927) Schoenberg já havia criado o sistema dodecafônico (do grego dodeka: 'doze' e fonos: 'som'), no qual as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. Mas Schoenberg nunca foi tão radical assim, com excessão de uma pequena peça para piano, ele nunca escreveu uma obra inteiramente dodecafônica.

O quarteto de cordas n.3 já não é romântico e expansivo, mas sim clássico, o mais haydniano dos quatro quartetos. A sua estrutura em quatro movimentos (moderato, andante, intermezzo e rondo) segue a velha idéia de forma sonata com exposição, re-exposição, desenvolvimento,...mas com uma relação entre elas quase impossível de conceber para uma primeira audição. No último movimento, o rondo é estruturado da seguinte maneira: A-B-A2-C(+D)-A3-B2-A4-Coda. Onde a seção D é um desenvolvimento de temas anteriores. Enfim Schoenberg leva as últimas conseqüências o que um ouvinte menos atento chamaria de "caos" numa base rígida e perfeitamente controlada. O atonalismo por si só era um terreno muito movediço para Schoenberg, por isso o velho mestre encontrou no dodecafonismo uma forma segura de percorrer estas plagas. No entanto, o quarteto n.3 não é uma obra totalmente dodecafônica. Mas parece ser um consenso entre os críticos que este é o melhor dos quatro quartetos, e quem sabe o mais importante do século XX.

O quarteto n.4 é "mais agradável que o terceiro" (palavras de Schoenberg) e o mais difícil de todos (palavras minhas). Tentar identificar os temas e desenvolvimentos é loucura. Ouço esse quarteto com ouvidos soltos. Gostaria ter a partitura desse quarteto em minhas mãos e ver com meus próprios olhos toda a sua intrincada estrutura. Novamente Schoenberg retoma o velho modelo : allegro molto, scherzo, largo e allegro. É música para poucos.

Disco: 2
1. Quarteto n.3, Op. 30: I. Moderato
2. Quarteto n.3, Op. 30: II. Adagio
3. Quarteto n.3, Op. 30: III. Intermezzo, Allegro Moderato
4. Quarteto n.3, Op. 30: IV. Rondo, Molto Moderato
5. Quarteto n.4, Op. 37: I. Allegro Molto, Energico
6. Quarteto n.4, Op. 37: II. Scherzo (Comodo)
7. Quarteto n.4, Op. 37: III. Largo
8. Quarteto n.4, Op. 37: IV. Allegro

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Arnold Schoenberg (1874 – 1951) – Quartetos de Cordas n.1 e n.2

Como fiquei responsável pela música moderna, trazendo aos ouvintes algo um pouco mais radical, cerebral e às vezes indigesto, começo minha participação com um disco mais ou menos óbvio, pois foi a partir do segundo quarteto de Schoenberg que o mundo tonal foi perfurado.

Mas o sistema tonal já estava há algum tempo sofrendo uma série de ataques, diria até que o ínicio do quarteto dissonante de Mozart pode ser visto como um pequeno exemplo dessa procura do novo mundo. As fantásticas “monstruosidades” sonoras de Wagner e Strauss que deixaram o sistema tonal esgotadíssimo. O Adágio da Décima de Mahler. As últimas sonatas de Scriabin…Mas foi realmente Schoenberg quem atravessou a barreira. O sistema tonal é quebrado no último movimento do quarteto n.2, nele uma voz feminina inicia seu canto (texto do poeta Stefan George) com as célebres palavras: “Ich fuhle luft von anderem planeten…” (Eu sinto o ar de um novo mundo…). Não dá para ouvir isso sem ficar arrepiado. Todo o quarteto é belíssimo, um mundo se misturando com outro.

Mas devo confessar que minha maior paixão é mesmo o quarteto n.1. Aqui o sangue fervilha. Apesar de ter quatro movimentos (todos os quatro quartetos de Schoenberg tem 4 movimentos), o quarteto não tem pausa, um movimento conectado ao outro, temas iniciais que vão sendo revisitados até o fim. Nesta época (1905) Schoenberg estudava a sinfonia Eroica. Com Beethoven “eu aprendi como evitar a monotonia e o vazio, como criar variedade fora da unidade…”.

A interpretação do “arditti string quartet” é excelente. E a voz que sai da soprano Dawn Upshaw é assombrosa.

Disco: 1
1. Quarteto n.1, Op. 7: I. Nicht Zu Rasch (Pas Trope Vite)
2. Quarteto n.1 , Op. 7: II. Kraftig (Energique)
3. Quarteto n.1, Op. 7: III. Massig (Modere)
4. Quarteto n.1, Op. 7: IV. Massig (Modere)
5. Quarteto n.2, Op. 10: I. Massig (Moderato)
6. Quarteto n.2, Op. 10: II. Sehr Rasch (Tres Rapide)
7. Quarteto n.2, Op. 10: III. ‘Litanei’ Langsam (Lent) – Dawn Upshaw
8. Quarteto n.2, Op. 10: IV. ‘Entruckung’ Sehr Landsam (‘Eloignement’ Tres Lent) – Dawn Upshaw

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Mais um mano

Após exaustivas pesquisas históricas, descobrimos mais um caso de papai e, como sempre acontecia com ele, mais um filho. Não tinha jeito de ele aprender o coitus interruptus, bastante popular na época. Carl Dietrich Fritz Bach, também conhecido por C.D.F. Bach, resultou da ligação de nosso pai com a Condessa de Shortshot, amásia de Frederico II e personagem do Les Luthiers. O nome Dietrich foi uma homenagem ao tio Bux, claro.

Seu foco no P.Q.P. Bach será a música moderna, que sempre considerei injustamente desprezada por aqui, mas ele terá toda a liberdade dada aos outros, ainda mais sendo filho de uma Condessa e falso bastardo de um soberano iluminista.

Éramos quatro, agora somos outro Grupo dos Cinco.

J. S. Bach (1685-1750) – Outra Oferenda Musical, BWV 1079

Uns sustos aqui e ali, mas é muito boa a versão da Ensemble Sonnerie. Não lembro das outras versões que postei, porém posso dizer que esta é muito superior à de Karl Münchinger – a qual lembro ter postado recentemente -, por exemplo. Excelente escolha de instrumentos.

Johann Sebastian Bach – A Oferenda Musical

1. Ricercar A 3
2. Canon Perpetuus Super Thema Regium
3. Canones Diversi Super Thema Regium: Canon 1. a 2 (Cancrizans)
4. Canones Diversi Super Thema Regium: Canon 2. a 2 Violini In Unisono
5. Canones Diversi Super Thema Regium: Canon 3. a 2 Per Motum Contrarium
6. Canones Diversi Super Thema Regium: Canon 4. a 2 Per Augmentationem, Contrario Motu…
7. Canones Diversi Super Thema Regium: Canon 5. a 2 (Canon Circularis Per Tonos) ‘Ascendente…
8. Fuga Canonica In Epidiapente
9. III Ricercar a 6
10. Canon a 2. Quaerando Invenietis
11. Canon a 4
12. Son Sopr’il Soggetto Reale: Largo
13. Son Sopr’il Soggetto Reale: Allegro
14. Son Sopr’il Soggetto Reale: Andante
15. Son Sopr’il Soggetto Reale: Allegro
16. Canon Perpetuus
17. Ricercar a 6

Frances Eustace
Wilbert Hazelzet
Gary Cooper
Paul Goodwin
Pavlo Beznosiuk
Monica Huggett

Ensemble Sonnerie

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Alberto Ginastera (1916-1983) e Reinhold Glière (1875-1956) – Concertos para Harpa e Orq.

Forte candidato a pior compositor de todos os tempos, Glière talvez não satisfizesse nem aquela sua tia romântica que ouve música só para revirar os olhos. É tudo excessivo, anacrônico, mais parecendo uma antologia de lugares-comuns. A harpa se presta. Já o concerto de Ginastera é aceitável, porém, depois de todo o caminhão de ciclamato soviético despejado por Glière tudo virou uma m..da e não conseguia ver graça em nada. Ô, cedezinho ruim! A tal Coloratura acabou comigo!

Reinhold Glière (1875-1956)
1. Harp Concerto in E flat major, Op. 74: I. Moderato Rachel Masters 10:40
2. Harp Concerto in E flat major, Op. 74: II. Tema con variazioni Rachel Masters 11:06
3. Harp Concerto in E flat major, Op. 74: III. Allegro giocoso Rachel Masters 5:19

4. Coloratura Soprano Concerto, Op. 82: I. Andante Eileen Hulse 8:58
5. Coloratura Soprano Concerto, Op. 82: II. Allegro Eileen Hulse 5:06

Alberto Ginastera (1916-1983)
6. Harp Concerto, Op. 25: I. Allegro giusto Rachel Masters 8:56
7. Harp Concerto, Op. 25: II. Molto moderato Rachel Masters 6:52
8. Harp Concerto, Op. 25: III. Liberamente capriccioso – Vivace Rachel Masters 7:50

Rachel Masters (Harpa)
Eileen Hulse (Soprano-sereia)
London Sinfonia (Orchestra)
The City of London Sinfonia (Orchestra)
Richard Hickox (Conductor)


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Henry Purcell (1659-1695) – Songs and Dialogues

Maravilhoso CD da Hyperion com Emma Kirkby, David Thomas e Anthony Rooley. É um CD para interromper os estudos de FDP Bach para o concurso que ocorrerá daqui um mês. Não sei vocês sabem que FDP ama Kirkby e sua voz de anjo. Anjo? Anjo coisa nenhuma! Aqui ela canta amorosamente com Thomas e faz perguntas como “What can poor females do?”. Ora, Emma.

Como diz o comentarista da Grammophone, é um disco inocentemente sexy na sua forma mais charmosa (e completa, FDP: Kirkby can never sounded more celestial…). Acho lindas essas canções do grande Purcell, mas elas ficam só fazem sentido com as letras. Aí é que fica clara a genialidade do compositor inglês. Então, ou procurem-nas na rede ou adquiram o CD. Vale a pena.

A gravação é de 1982. Ela cantava ainda melhor do que em 2007, quando a vi em Buenos Aires? Acho que sim.

Henry Purcell (1659-1695) – Songs and Dialogues

1 In all our Cynthia’s shining sphere, song, Z. 496
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

2 Tell me why my charming fair (from “Prophetess”), duet for soprano & bass, Z. 627/35
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

3 As Amoret and Thirsis lay, song (from “The Old Bachelor”), Z. 607/11
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

4 For Iris and her swain (from “Amphitryon”), song, Z. 572/11
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

5 Go tell Amynta, song, Z. 489
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

6 Why, my Daphne, why complaining? (A Dialogue between Thirsis and Daphne), song for soprano, bass & continuo, Z. 525
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

7 What can we poor females do? song for soprano, bass & continuo, Z. 518
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

8 Hence, fond deceiver, song for soprano, bass & continuo, Z. 492
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

9 In some kind dream, song, Z. 497
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

10 What a sad fate is mine, song, Z. 428 (2 versions)
with David [bass] Thomas, Anthony Rooley

11 Lost is my quiet forever, song, Z. 502
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

12 Stript of their green our groves appear, song, Z. 444
with Emma Kirkby, Anthony Rooley

13 You say ‘tis love (from “King Arthur”), soprano aria, Z. 628/35a
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

14 King Arthur, or, The British Worthy, semi-opera, Z. 628 For love ev’ry creature is formed by his nature
with Emma Kirkby, David [bass] Thomas, Anthony Rooley

Emma Kirkby (soprano)
David Thomas (bass)
Anthony Rooley (alaúde)

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Handel (1685-1759) em arranjo de Mozart (1756-1791): Acis e Galatea

Esta é a versão reorquestrada e cantada em alemão de ”Acis e Galatea”, de Handel, realizada em 1788 para o Barão von Swieten, alguém rico que apaixonou-se para música barroca pero no mucho. Em sua forma original, em inglês com instrumentação simplificada, este trabalho de Handel foi muitas vezes apresentado na forma de concerto. Contudo o Barão queria um pouco mais de massa sonora e pediu uma versão mais parruda a Mozart. Nosso amigo agregou duas flautas, clarinetes e trompas, o que dá a orquestra uma sonoridade meio esquisita, mas que sublinha muito bem a partitura de Handel. Afinal, estamos falando de Mozart, não de um amador qualquer.

G.F. Handel (arr. Mozart) – Acis und Galatea

1. Acis Und Galatea: Act I – Overtura
2. Acis Und Galatea: Act I – 1. O begluckter Schaferstand! (Galatea)
3. Acis Und Galatea: Act I – Du grunes Feld, bebuschter Hugel – Still, du kleiner Wipfelchor (Galatea)
4. Acis Und Galatea: Act I – 3. Wo such ich sie, die holde Nymph? (Acis)
5. Acis Und Galatea: Act I – 4. Blieb, Schafer, bleib! – Schafer, was suchst du so angstlich (Damon)
6. Acis Und Galatea: Act I – 5. Ach, Schaferin, wend, Galatea – Lieb in ihr Aug verkrochen (Acis)
7. Acis Und Galatea: Act I – 6. O fuhltest du die Qualen der Entfernung – Wie’s Taubchen klagt (Galatea)
8. Acis Und Galatea: Act I – 7. Wohl uns! (Galatea) (Acis)
9. Acis Und Galatea: Act I – 8. Wohl uns!

1. Acis Und Galatea: Introduction To Act II – Larghetto (Handel: Concerto grosso Op. 6 No. 6, Musette)
2. Acis Und Galatea: Introduction To Act II – Largo (Handel: Concerto grosso Op. 6 No. 7, Einleitung)
3. Acis Und Galatea: Act II – 9. Arme Hirten!
4. Acis Und Galatea: Act II – 10. Ich ras, ich schmelz, ich brenne! – Du roter als die Kirsche (Polyphem)
5. Acis Und Galatea: Act II – 11.Schonste, was eilst du von hinnin – Fleh nicht mehr zur stolzen Schonheit (Polyphem) (Galatea)
6. Acis Und Galatea: Act II – 12. Strebst du nach der zarten Schonen (Damon)
7. Acis Und Galatea: Act II – 13. Das Ungeheu’r weckt meine Wut – Die Liebe ruft (Acis)
8. Acis Und Galatea: Act II – 14. Bedenk doch, o Schafer (Damon)
9. Acis Und Galatea: Act II – 15. Lass, lass ab, Geliebtester – Eh’ lasst den Berg die Herde (Galatea) (Acis) (Polyphem)
10. Acis Und Galatea: Act II – 16. Hilf, Galatea! – Trau’rt, all ihr Musen! – So ist mein Acis denn dahin, Lass, Galatea, lass den Schmerz! (Acis) (Galatea)
11. Acis Und Galatea: Act II – 17. Wohlan! So nutz ich meine Gottermacht – Herz, du Sitz verliebten Grams (Galatea)
12. Acis Und Galatea: Act II – 18. Galatea, klag nicht mehr

Barbara Bonney – Galatea
Acis – Jamie MacDougall
Damon – Markus Schäfer
Polyphen – John Tomlinson

Choir of The English Concert
The English Concert
Trevor Pinnock

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A crítica musical

Enviado gentilmente a nós pelo amigo Raul Boeira. Publicado no Digestivo Cultural em 10/04/2008.

É preciso entender de música para resenhar um disco? É anti-ético para um jornalista musical ser amigo de artistas? Criticar é sempre “falar mal”? Essas e outras muitas dúvidas foram esclarecidas no curso de Crítica Musical promovido pelo Espaço da Revista Cult, voltado para jornalistas e estudantes de comunicação. Foram recrutados profissionais do mais alto escalão para discutir, avaliar e (por quê não?) criticar essa área do jornalismo cultural.

Uma das melhores (e mais subjetivas) definições sobre a atividade de um crítico musical foi dada pelo jornalista Pedro Alexandre Sanches, crítico da Folha de S. Paulo por 10 anos e hoje sub-editor de cultura da revista Carta Capital. “Um dia você se vê à frente de um rio com uma tina de roupa suja, um punhado de sabão e aí você vai descobrir que misturando esses ingredientes talvez a roupa fique limpa, talvez não. Pode até descobrir que se você cantar enquanto lava o tempo passe mais rápido”. A metáfora, apesar de ter sido definida por ele como “viagens na maionese”, representa muito bem o exercício de analisar uma obra musical. Não tem manual nem cartilha para esse profissional: é ao longo do tempo, pesquisando e conhecendo este universo que o jornalista encontra seu estilo e o caminho que vai percorrer.

Os jornalistas que deram início a esta atividade na imprensa brasileira foram Nelson Motta e Ezequiel Neves, nos anos 70. Segundo o crítico musical do jornal O Estado de S. Paulo, Jotabê Medeiros, a marca dessa geração era o grande envolvimento com os artistas e com o meio musical, que ia muito além da relação jornalista-artista. “Houve uma confusão de papéis nessa época. O crítico de música também produzia festivais, produzia artistas, às vezes tinha uma banda e não raro escrevia sobre o que fazia”, explica Jotabê. Nelson Motta compôs com Dori Caymmi, Lulu Santos, produziu vários artistas e eventos, como o Saquarema 76 e Hollywood Rock, enquanto também escrevia sobre música no jornal O Globo. Ezequiel Neves, por sua vez, foi produtor do Barão Vermelho e escrevia em revistas de música, como as extintas POP, Música e Som Três. “[Ezequiel] foi também um dos primeiros paradigmas de uma crítica de rock e pop essencialmente brasileira”, avalia.

Nos anos 80, os críticos mais influentes foram Pepe Escobar, Fernando Naporano e Alex Antunes que, ao contrário dos jornalistas da década passada, foram mais influenciados pelo que se fazia nas revistas americanas e inglesas. “A abordagem era agressiva, mas era necessária, pois foi uma época em que a indústria musical se formatava, com novas gravadoras se instalando no país. Então os jornais precisavam de profissionais para suprir essa demanda”, conta Jotabê.

Ao expor um pouco da biografia de cada crítico que teve uma atuação importante na história da música brasileira, Jotabê pôde também traçar o perfil da crítica musical atual. “Hoje você tem pouco tempo para decidir se gosta ou não de alguma coisa. Tem tido muito gossip, apesar das abordagens em bons blogs como o do Lúcio Ribeiro e do Alexandre Matias. Não sei se é a morte da crítica, mas hoje a existência dela está em xeque”, observa.

O pouco tempo que um crítico musical tem para ouvir novos álbuns e artistas, analisar e ainda escrever sobre o assunto é, de fato, um dos grandes problemas que o profissional encontra atualmente. Principalmente porque para escrever sobre música, é preciso se aprofundar, até para mostrar que tem um certo conhecimento sobre o assunto. “Para escrever sobre música, é preciso ter referências, saber que tipo de música o compositor ouve, o que ele quer dizer com a obra”, opina Sérgio Martins, crítico da revista Veja.

A aula com o jornalista foi baseada em uma seleção musical de dez álbuns de estilos bem variados, como Back to Black (Amy Winehouse), River: The Joni Letters (Herbie Hancock), Nashville Skyline (Bob Dylan) e outros artistas que não estavam na lista inicial, como Siba e a Fuloresta, Nelson Cavaquinho e Cat Power. A partir deste material, Sérgio promoveu com os alunos um debate sobre os diversos aspectos de cada estilo, gênero e artista. O exercício praticado na aula foi bem similar à atividade diária de um crítico musical: tentar encontrar referências, influências, originalidade, avaliar a interpretação, a dinâmica da canção e, por fim, dar o toque opinativo, contanto, é claro, que este seja fundamentado em todos os outros itens.

Outra questão importante, que muitas vezes passa despercebida por muitos leitores, é a associação entre o “criticar” e o “falar mal”. O assunto foi abordado por Pedro Alexandre, que assumiu ter sido “cruel” na época em que trabalhou na Folha de S. Paulo. “Lá eu falava mal mesmo. Aí cansei, entrei em crise. Quem sou eu para falar mal, julgar, condenar alguém assim?”, revela. Para ele, a crítica de jornal hoje é “fast-food”, pois informa pouco e acabam informando mais sobre “as coisas feias” de uma obra do que os aspectos “bonitos”. “O que me influencia a escrever atualmente é a emoção que determinada música causa em mim”, respondeu inspirado a um dos alunos do curso.

Fora do campo (minado) dos jornais diários e revistas semanais, há também a crítica feita por veículos voltados à música e cultura em geral, tais como a revista Bravo!, a própria Cult, a extinta Bizz e a Rolling Stone Brasil, lançada há pouco mais de um ano no mercado, entre outras que já vieram e não sobreviveram. Os editores da RS Brasil Pablo Miyazawa e Ademir Correa contribuíram também com o curso expondo aos participantes como foi a adaptação da revista para o Brasil e as diferenças editoriais entre as publicações internacionais e a publicação brasileira.

Ao contrário do que parece, a Rolling Stone não é uma revista de música ― ou só de música. Os editores a definem como uma revista de mercado, sobre cultura pop. De fato, a publicação tem textos sobre política, cinema, games e televisão. E apesar da extrema preocupação com a imagem, principalmente com a capa, é uma revista que aposta nos textos longos. “É um rompimento com a atitude derrotista das revistas que parecem um blog impresso. A gente faz texto longo e vê que as pessoas lêem sim!”, explica Ademar.

O curso trouxe também profissionais que têm uma relação direta com a crítica, mas não atuam como críticos, como o maestro Abel Rocha e a assessora de imprensa Mariana “Piky” Levy Candeias. Rocha, diretor artístico e regente titular da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo há 4 anos, deu aos alunos noções básicas sobre música erudita e mostrou alguns dos trabalhos da orquestra e suas experiências em misturar música clássica com popular. Piky expôs aos participantes algumas histórias inusitadas que viveu ao longo de sua carreira (já trabalhou na MTV e nas gravadoras Warner, Abril Music e Trama), tomando-as como exemplo de que o jogo de cintura é fundamental para ser um bom assessor de imprensa. Outro fator importante é a sinceridade do assessor, mesmo em situações que podem comprometer a publicação de uma matéria sobre o artista para quem trabalha. “Tem que criar uma relação de confiança com o repórter, senão você vira um mala, fica taxado e perde a credibilidade”, alerta.

Complementando as experiências e informações fornecidas pelos palestrantes, o músico, produtor musical e presidente da gravadora Trama, João Marcelo Bôscoli, fez um retrospecto sobre a evolução tecnológica das mídias (disco, CD, MP3), a mudança de interesses das gravadoras e, finalmente, sobre o declínio do império das majors com a internet e a possibilidade de se consumir música de graça. “O problema da indústria com o MP3 é que as gravadoras pensam que vendem o CD, o físico, o material. Mas se faz música em MP3, disco, pen drive…Não importa! Música é ar vibrando, não é tangível. Tudo isso é mídia, é apenas um suporte para a obra”, explica Bôscoli.

Entre brincadeiras e histórias pitorescas sobre grandes nomes da MPB, como a própria Elis Regina, sua mãe, Bôscoli também conversou com os alunos sobre produção musical, cuja atividade, para ele, não tem regra. “A produção se baseia na atmosfera do estúdio, é um mergulho dentro do sentimento das pessoas. No mais, qualquer metodologia é inútil”, opina. Por fim, falou um pouco sobre as atividades e novidades da Trama, que hoje conta mais cerca de 56 mil bandas cadastradas em seu portal.

Entrevistas
O momento mais esperado do curso pela maioria dos alunos, creio eu, foi a chegada de Sérgio Dias e Zeca Baleiro para uma entrevista coletiva na Cult. Ministrados pelo jornalista Filipe Luna, editor da revista Cult, os músicos contaram histórias, falaram sobre trabalhos antigos, futuros projetos e, claro, comentaram a relação deles com a crítica musical. Ambos os músicos já viveram maus momentos por conta do julgamento de suas músicas. Na opinião de Zeca, falta boa vontade e preparo dos jornalistas. “Rola um deslumbramento com as bandas gringas, parece que não se interessam pela música brasileira”, critica. Sérgio concorda e é ainda mais radical: acredita que para ser um bom crítico musical, tem que ser um bom músico também.

O mutante comentou ainda sobre o processo de criação do grupo e afirmou que não havia nada pré-determinado ou alguma intenção de passar mensagens, nada disso. “Não existiu nada pré-pensado na banda. Se a gente fosse pensar tudo aquilo, em fazer algo revolucionário, nada do que foi feito teria acontecido”, conta. Algo que deixa os alunos inquietos é o fato de não haver mais movimentos musicais ou algo “revolucionário” na atual geração, o que para Sérgio só se explica de um jeito: “AI-6”. “Vivemos o AI-6, é a maneira mais eficiente de calar a boca dos outros: o medo. Na minha época, tínhamos medo da polícia, do governo e hoje temos medo de tudo! Vocês são produto de uma devastação cultural”, protesta.

Na coletiva de Zeca Baleiro, o assunto que mais gerou discussões foi a internet. Ele acredita que disponibilizar suas músicas em um site é uma forma de demonstrar respeito com o público. “A internet não pode ser vista como uma inimiga. A vida do CD está realmente comprometida, mas ainda temos que contemplar as duas rotas: quem gosta da estética do álbum e quem prefere baixar uma música de graça. Mas todas as saídas que vejo para este momento do mercado estão na internet”, conclui. O assunto, aliás, foi o que dominou boa parte do curso, seja por conta das facilidades de acesso à música quanto à informação ― e tudo o que a revolução digital tem promovido, alterado e transformado na crítica musical.

Débora Costa e Silva
São Paulo, 10/4/2008

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – Sinf. Nro. 4 (CD 4 de 11)

Shostakovich estrearia esta obra em 1936, mas, após 10 ensaios e de ouvir muitos conselhos, cancelou a apresentação para não dar oportunidade à crítica oficial de qualificá-la como “formalista”. Eram os tempos difíceis do stalinismo. Ademais, Shosta sempre esteve descontente com o terceiro e último movimento… Engavetada, a partitura perdeu-se durante a guerra. Em 1946, Mítia reescreveu-a a partir de uma redução para dois pianos. Mas, mesmo assimm ela só foi estreada quando o clima melhorou, em 1961, sob a regência de seu amigo Kiríll Kondrashin.

Escrita para um orquestra monstruosa – seis flautas, quatro oboés, oito clarinetes, sete percussionistas e QUATORZE CONTRABAIXOS – é uma talvez a sinfonia mais complexa de Shosta. Tem somente 3 movimentos, tendo no centro um scherzo mahleriano com dois imensos movimentos externos.

É uma sinfonia inteiramente mahleriana: o uso camarístico de uma orquestra enorme, o grotesco, o encadeamento de temas, tudo lembra Mahler. O tema do scherzo remete-nos direto à Sinfonia Ressurreição.

Ela possui tem a tragédia que vivia a União Soviética em seu cerne: parece um retrato da mais completa e infernal desesperança ou da morte. Nesta perspectiva, não é nada estranho que John Neschling a tenha utilizado no programa de 20 de outubro de 2005, data dos 30 anos da morte de Vladimir Herzog.

Alguns a consideram música hesitante e de má qualidade. Olha, o último movimento realmente é desinteressante – exceção feita a seu final deslumbrante -, porém o restante está muito, mas muito longe disso. Diria que os dois extraordinários primeiros movimentos não merecem o terceiro. Apenas isso. Por que Shosta não escreveu outro ou o suprimiu?

CD 4

DMITRI SHOSTAKOVICH – SYMPHONY No.4

1. Allegro poco moderato
2. Moderato con moto
3. Largo. Allegro

Recorded in 1962
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 60:02

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Variações sobre uma Valsa de Diabelli

Postamos aqui, em versão CD, a respeitabilíssima gravação que o Príncipe Salinas possui em DVD. É um espanto e só perde mesmo para a versão de Pollini… Brincadeira, claro! Mas é verdade! É minha opinião! Vou lutar por ela! HAHAHAHA! Tenho mais de 50 anos e sei quão produtivas são essas briguinhas. Mas discutir e provocar é bom, né Príncipe? Concordo. As Diabelli são do período final e mais perfeito e maravilhoso de nosso Ludwig van: o dos indispensáveis quartetos, das primordiais últimas sonatas e da capital Nona Sinfonia. Se amanhã, lá pelas 10 da noite, não tivermos 100 downloads, desisto do blog. Um dia, posto o Pollini endiabrado das Diabelli. Por ora, fiquem com o pianista mais futuroso em atividade.

Note bem, Príncipe, Anderszewski nasceu em 4 de abril de 1969. 4 de abril é o dia de aniversário do Sport Club Internacional e 1969, o ano da inauguração do Beira-rio, onde o São Paulo morreu em 2006. Note bem, Príncipe, é um sinal…

Ludwig van Beethoven – Diabelli Variations

1. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Tema: Vivace 0:54
2. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation I: Alla marcia maestoso 1:53
3. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation II: Poco allegro 0:54
4. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation III: L’istesso tempo 1:33
5. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation IV: Un poco più vivace 1:02
6. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation V: Allegro vivace 0:59
7. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation VI: Allegro, ma non troppo 1:56
8. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation VII: Un poco più allegro 1:14
9. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation VIII: Poco Vivace 1:30
10. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation IX: Allegro pesante e risoluto 1:48
11. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation X: Presto 0:40
12. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XI: Allegretto 1:28
13. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XII: Un poco più mosso 0:59
14. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation XIII: Vivace 1:05
15. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XIV: Grave e maestoso 6:20
16. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XV: Presto scherzando 0:38
17. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XVI: Allegro 0:59
18. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation XVII: Allegro 1:03
19. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation XVIII: Moderato 2:18
20. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XIX: Presto 1:02
21. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XX: Andante 2:56
22. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XXI: Allegro con brio 1:35
23. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxii: Molto Allegro (Alla ‘Notte E Giorno Faticar’ Di Mozart) 0:52
24. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxiii: Assai Allegro 0:52
25. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxiv: Fughetta. Andante 3:45
26. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XXV: Allegro 0:48
27. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxvi: Allegro 1:06
28. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxvii: Vivace 1:03
29. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxviii: Allegro 1:02
30. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxix: Adagio, Ma Non Troppo 1:18
31. 33 Variations on a Waltz in C major by Diabelli Op.120: Variation XXX: Andante, sempre cantabile 3:13
32. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxxi: Largo, Molto Espressivo 6:33
33. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxxii: Fuga. Allegro 3:43
34. 33 Variations On A Waltz In C Major By Diabelli Op.120: Variation Xxxiii: Tempo Di Menuetto, Moderato (Ma Non Tirarsi Dietro) 3:52

Piotr Anderszewski, piano


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O Fim da Alta Fidelidade

Para o pessoal do P.Q.P. Bach se divertir, pensar e discutir (ou não), este artigo de Robert Levine.

No auge da era do MP3, a qualidade do som fica cada vez pior.

David Bendeth, produtor que trabalha com bandas como Hawthorne Heights e Paramore, sabe que os discos que faz acabam sendo ouvidos através de pequenas caixas de computador enquanto os fãs navegam na internet. Assim, ele não se surpreende quando as gravadoras pedem para que os engenheiros de masterização aumentem bastante o nível do som, de forma que até as partes mais suaves das músicas fiquem altas.

Na última década e meia, uma revolução na tecnologia de gravação mudou a forma como álbuns são produzidos, mixados e masterizados – quase sempre para pior. “Eles querem que os álbuns fiquem mais altos para conquistar a atenção [dos ouvintes]”, diz Bendeth. Os engenheiros fazem isso através da aplicação da compressão dinâmica, que reduz a diferença entre os sons mais altos e os mais suaves em uma música. Como muitos de seus colegas de profissão, Bendeth acredita que utilizar esse efeito pode obscurecer detalhes sonoros, roubar a força emocional da música e deixar os ouvintes com o que os engenheiros chamam de “fadiga auditiva”. “Acho que quase tudo hoje em dia é masterizado um pouco alto demais”, diz Bendeth. “A indústria decidiu que vivemos uma competição por volume.”

Produtores e engenheiros chamam isso de “a guerra do volume”, e ela tem mudado o som de quase todos os álbuns de rock e pop. Mas o volume não é a única questão. Programas de computador como o Pro Tools (que servem para que os engenheiros de som manipulem o som do mesmo jeito que um Word edita texto) fazem com que os músicos pareçam perfeitos, de uma forma não natural. E os ouvintes de hoje consomem uma quantidade cada vez maior de música em MP3, formato que elimina muitos dos dados existentes no arquivo original do CD e pode deixar o som metálico ou oco. “Com todas as inovações técnicas, a música ficou pior”, diz Donald Fagen, do Steely Dan, banda que produziu discos notórios pela alta qualidade sonora. “Deus está nos detalhes. Mas eles foram apagados.”

A idéia de que os engenheiros fazem álbuns com o volume mais alto parece estranha: o volume não é controlado por um botão em seu aparelho de som? Sim, mas cada movimento naquele botão comanda uma escala de volume, do vocal abafado à caixa da bateria – e arrastar o som para o alto da escala faz com que a música fique mais alta. É a mesma técnica usada para que os comerciais de TV fiquem mais alto do que os programas. E isso captura a atenção do ouvinte – mas tem um custo. No ano passado, Bob Dylan declarou à Rolling Stone que os álbuns atuais “estão cheios de sons. Não há definição de nada, nem de vocal, nada, parece tudo… estática”.

Em 2004, Mary Guibert, a mãe do músico norte-americano Jeff Buckley (falecido em 1997), escutou a fita original das gravações de Grace, o principal disco lançado por seu filho. “Estávamos ouvindo instrumentos que nunca dava para ouvir no disco lançado, como os pratos de mão ou o som das cordas da viola”, ela se lembra. “Fiquei espantada porque era exatamente aquilo o que ele tinha ouvido no estúdio.”

Para desapontamento de Guibert, a versão remasterizada de Grace, lançada em 2004, não conseguiu captar a maioria desses detalhes. Assim, no ano passado, quando organizou a coletânea So Real: Songs from Jeff Buckley, ela insistiu em ter um consultor independente para supervisionar o processo, além de um engenheiro de masterização, que iria reproduzir o som que Buckley fez no estúdio. “Agora, dá para ouvir os instrumentos distintos e o som da sala”, ela diz, sobre o novo lançamento. “A compressão borra tudo.”

Johannes Brahms (1833-1897) – Quarteto para Piano, 2 Violinos, Viola e Violoncelo, Op.34

Talvez hoje, o blog P.Q.P. Bach acabe. Talvez F.D.P. me chame para um duelo a fim de limpar sua honra. É que ele fez upload deste arquivo e ele o deixou ali. Deixou, deixou, deixou e deixou. Deixou até que eu não agüentar mais e postar! Pura sacanagem, entendem? É que a Lais Vogel disse que era maravilhoso ouvir Pollini tocando Brahms e eu simplesmente resolvi atropelar meu companheiro de blog, oferecendo a vocês uma postagem, bem, de outrem. Não me queira mal, FDP, e se quiseres escolher as armas, proponho bexiguinhas d`água ou arremesso de CDs. Desculpe, mas não sou sempre confiável.

O Op.34 de Brahms é daquelas obras-primas pela quais este blog deveria ter começado. A versão de Pollini com o Quartetto Italiano é de ajoelhar e pedir para que não acabe nunca mais.

Ah, e essa coisa que tal e qual pianista é melhor para tal e qual autor… Acho melhor reduzir isso a obras… Eu reduziria a movimentos. Acho empobrecedor que alguém diga que Schubert TENHA de ser com Brendel, por exemplo (e, veja bem, eu amo Alfred Brendel) ou que Bruckner escreveu sua obra exclusivamente para Jochum. Na minha opinião, a melhor Wanderer que possuo é com Vladimir Feltsman. Deveria me suicidar?

Quarteto para Piano, 2 Violinos, Viola e Violoncelo, Op.34

1. Allegro Non Troppo–Poco Sostenuto–Tempo I
2. Andante, Un Poco Adagio
3. Scherzo. Allegro–Trio
4. Finale. Poco Sostenuto–Allegro Non Troppo–

Maurizio Pollini
Quartetto Italiano

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.:interlúdio:.

Estou postando este cd para atender um desejo de nossa colega Clara Schumann, que na verdade pediu o Songbook do Cole Porter. Mas serei um pouco maldoso com ela, e primeiramente postarei este “simples” “best of” do Songbook que Ella gravou de George Gershwin, com o singelo nome de “Oh, Lady Be Good”. Posteriormente postarei o Songbook de Cole Porter, em minha opinião, uma das melhores gravações já realizadas na história do mercado fonográfico. Mas deixemos Cole Porter de lado, por enquanto, e vamos de Gershwin.

“´S Wonderful” é o título de uma clássica canção de Gershwin, e é me utilizando desta expressão que sintetizo essa coletânea. Assim como Blue Dog, não sou muito chegado em coletâneas, best ofs, ou coisas do gênero. Mas o trabalho que a gravadora Verve fez aqui é de se tirar o chapéu. Conseguir garimpar no meio de tantas pérolas da canção norte americana 17 standards absolutos, canções imortais, que ficaram imortais nas vozes de muitos grandes músicos e instrumentistas. Louis Armstrong, Miles Davis, Bill Evans, Keith Jarrett, entre dezenas de outros, se renderam à beleza das melodias e harmonias criadas pelos irmãos Gershwin. Sem esquecer, é claro, o cinema, onde Fred Astaire, Gene Kelly, Frank Sinatra entre outros tantos, imortalizaram estas mesmas canções.

Os arranjos das canções foram feitos pelo grande Nelson Riddle, que também rege a orquestra que acompanha a genial Ella. Trata-se de um cd em que se deve esquecer todos os problemas e preocupações que nos perseguem. É para relaxar e aproveitar…

Ella Fitzgerald – Oh Lady, Be Good – Best of The George & Ira Gershin Songbook

01 Ella Fitzgerald – Fascinating Rhythm
02 Ella Fitzgerald – ‘S Wonderful
03 Ella Fitzgerald – Someone To Watch Over Me
04 Ella Fitzgerald – He Loves And She Loves
05 Ella Fitzgerald – Oh, Lady Be Good
06 Ella Fitzgerald – A Foggy Day
07 Ella Fitzgerald – How Long Has This Been Going On
08 Ella Fitzgerald – Let’s Call The Whole Thing Off
09 Ella Fitzgerald – But Not For Me
10 Ella Fitzgerald – My One And Only
11 Ella Fitzgerald – I’ve Got A Crush On You
12 Ella Fitzgerald – Nice Work If You Can Get It
13 Ella Fitzgerald – The Man I Love
14 Ella Fitzgerald – Funny Face
15 Ella Fitzgerald – Embraceable You
16 Ella Fitzgerald – They Can’t Take That Away From Me
17 Ella Fitzgerald – I Got Rhythm

Ella Fitzgerald
Music Arranged and Conducted by Nelson Riddle

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Leonard Bernstein (1918-1990) – West Side Story Suite, “Lonely Town” from ´On the Town´, “Make our Garden Grow from ´Candide´”, “Serenade after Plato´s Symposium”, “New York, New York” from ´On the Town´

Ganhei este cd de um amigo que sabia o quanto eu gostava de “West Side Story”, e ele me garantiu que Joshua Bell era um grande violinista. Já havia assistido ao filme umas 10 vezes (confesso que hoje já devem ter passado das 20 vezes), tinha a gravação do Bernstein com o Carreras e com a Kiri, conhecia as gravações do Oscar Peterson Trio, e claro, inúmeras versões de suas canções com tantos outros músicos, inclusive uma versão interessantíssima para dois pianos com as irmãs Labeque, que se perdeu nas areias do tempo.

Ou seja, conhecia bem a obra. Mas voltei a me surpreender quando ouvi esta gravação de Joshua Bell. Ele consegue extrair da obra elementos que passam desapercebidos quando ouvimos a trilha sonora, ou simplesmente assistimos ao filme. O som de seu violino é claro, límpido e apaixonado, como deve ser quando se trata da interpretação dessa obra, porque, antes de tudo, trata-se de uma história de amor. Um Romeu & Julieta situado no século XX, em plena Nova York dos anos 60 mais do que nunca atual, nessa nossa época de intransigência, desrespeito e discriminação que vivemos. Costumo dizer que se Bernstein tivesse composto apenas West Side Story já teria cumprido com sua missão terrena. Mas felizmente também resolveu ser um dos maiores regentes do século XX. Que sorte a nossa!

O Cd também trás também arranjos para violino e orquestra de sua ópera “Candide”, e de seu primeiro musical da Broadway, “On the Town”, além de outro grande concerto para violino e orquestra do século XX, “Serenade after Plato´s Symposium”.

Assim define este cd a editora da amazon:

This all-Bernstein disc includes four compositions in addition to the title piece, of which only the “Serenade” was originally written for solo violin and orchestra. John Corigliano made the arrangement of “Make Our Garden Grow,” the famous final song from Candide, and William David Brohn, who had long been close to Bernstein’s music, arranged two songs from On the Town. His West Side Story Suite is a free adaptation rather than an arrangement; he calls it the greatest adventure of his musical life.

However, the real hero of the recording is Joshua Bell, for whom Sony commissioned the Suite; he collaborated closely with Brohn in its creation and contributed one of the two cadenzas. Not surprisingly, its violin part, as well as those of the other arrangements, are written to his strengths, which seem to be growing and expanding all the time. His virtuosity is breathtaking and he revels in it with unbridled exuberance. His tone is ravishingly beautiful, intense, focused, pure; it can generate a warm glow and a radiant shimmer. His facility and silvery sound in the violin’s topmost register have always been particularly striking and are displayed throughout to terrific effect. He handles Bernstein’s multifaceted style, rhythm, and idiom with easy, natural mastery. His love and respect for the music come through in his ability to identify with its swiftly changing moods and in his strongly felt, direct expressiveness. –Edith Eisler

Sem dúvida, um grande cd, de um jovem talento.

Anexei ao arquivo compactado o booklet do cd, bem explicativo, contando os detalhes destas gravações.

Leonard Bernstein (1918-1990) – West Side Story Suite, “Lonely Town” from ´On the Town´, “Make our Garden Grow” from ´Candide´, “Serenade after Plato´s Symposium”, “New York, New York” from ´On the Town´

01 – West Side Story Suite
02 – Lonely Town from On the Town
03 – Make our Garden Grow from Candide
04 – Serenade after Plato´s Symposium – I – Phaedrus Pausanias (Lento-Allegro)
05 – II – Aristophanes (Allegretto)
06 – III – Erymachus (Presto)
07 – IV – Agathon (Adagio)
08 – V – Socrates Alcebiades (Molto tenuto – Allegro molto vivace
09 – New York, New York from On the Town

Joshua Bell – Violino
Philarmonia Orchestra
David Zinman – Conductor

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – Sinf. Nros. 3 e 5 (CD 3 de 11)

Mais um petardo vindo de Kirill Kondrashin e do segundo melhor Exército Vermelho já formado.

Sinfonia Nº 3, Op. 20, “O Primeiro de Maio” (1929)

Não gosto. É música heróica para o Partido, entremeada de algumas modernagens para irritar os burocratas. Shosta resolveria melhor este dilema logo mais adiante, mas Kondrashin é tão bom que deixa a obra quase boa…

Sinfonia Nº 5, Op. 47 (1937)

Esta é a obra mais popular de Dmitri Shostakovich. Recebeu incontáveis gravações e não é para menos. O público costuma torcer o nariz para obras mais modernas e aqui o compositor retorna no tempo para compor uma grande sinfonia ao estilo do século XIX. Sim, é em ré menor e possui quatro movimentos, tendo bem no meio, um scherzo composto por um Haydn mais parrudo. Mesmo para os menos aficcionados, é uma obra apetitosa, por transformar a dura linguagem do compositor em algo mais sonhador do que o habitual. Foi a primeira sinfonia de Shostakovich que ouvi. Meu pai a trouxe dizendo que era uma sinfonia muito melhor que as de Prokofiev, exceção feita à Nº 1, Clássica, que ele amava. Alguns consideram esta obra uma grande paródia; eu a vejo como uma homenagem ao glorioso passado sinfônico do século anterior. A abertura e a coda do último movimento (Allegro non troppo) costuma aparecer, com boa freqüência, em programas de rádio que se querem sérios e influentes…

A propósito, do último movimento, ele serviu para uma cena “estranha” do cineasta Alexander Sokurov que, ao desejar mostrar, no seu documentário sobre Shostakovich “Sonata para Viola”, a sempre questionável superioridade e a liberdade do Ocidente, comparou longamente a coda da quinta na versão de Lenny Bernstein (maravilhosa) e de Mravinsky (horrorosa). Sokurov é um brilhante diretor, mas entende patavinas de música… Não apenas a versão de Mravinsky é mil vezes superior, como ele obedecia ao desejo de Shostakovich quanto ao andamento. Quem entende alguma coisa de música fica boiando ou manda o diretor às favas. Sokurov, já que tem ouvidos varicosos, deveria consultar qualquer ouvinte – mesmo médio – para não cometer tais escandalosos equívocos…

CD 3

SYMPHONY No.3

1. in E Flat Major, Op.20, “The First of May”

SYMPHONY No.5 in D Minor, Op.47

2. Moderato. Allegro non troppo. Moderato
3. Allegretto
4. Largo
5. Allegro non troppo. Allegro

Recorded: March 27, 1968
Choirs of the Russian Republic, Alexander Yourlov, Conductor (1)
Moscow Philharmonic Orchestra (1 & 2)
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 68:16


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