.:interlúdio:.

Estou postando este cd para atender um desejo de nossa colega Clara Schumann, que na verdade pediu o Songbook do Cole Porter. Mas serei um pouco maldoso com ela, e primeiramente postarei este “simples” “best of” do Songbook que Ella gravou de George Gershwin, com o singelo nome de “Oh, Lady Be Good”. Posteriormente postarei o Songbook de Cole Porter, em minha opinião, uma das melhores gravações já realizadas na história do mercado fonográfico. Mas deixemos Cole Porter de lado, por enquanto, e vamos de Gershwin.

“´S Wonderful” é o título de uma clássica canção de Gershwin, e é me utilizando desta expressão que sintetizo essa coletânea. Assim como Blue Dog, não sou muito chegado em coletâneas, best ofs, ou coisas do gênero. Mas o trabalho que a gravadora Verve fez aqui é de se tirar o chapéu. Conseguir garimpar no meio de tantas pérolas da canção norte americana 17 standards absolutos, canções imortais, que ficaram imortais nas vozes de muitos grandes músicos e instrumentistas. Louis Armstrong, Miles Davis, Bill Evans, Keith Jarrett, entre dezenas de outros, se renderam à beleza das melodias e harmonias criadas pelos irmãos Gershwin. Sem esquecer, é claro, o cinema, onde Fred Astaire, Gene Kelly, Frank Sinatra entre outros tantos, imortalizaram estas mesmas canções.

Os arranjos das canções foram feitos pelo grande Nelson Riddle, que também rege a orquestra que acompanha a genial Ella. Trata-se de um cd em que se deve esquecer todos os problemas e preocupações que nos perseguem. É para relaxar e aproveitar…

Ella Fitzgerald – Oh Lady, Be Good – Best of The George & Ira Gershin Songbook

01 Ella Fitzgerald – Fascinating Rhythm
02 Ella Fitzgerald – ‘S Wonderful
03 Ella Fitzgerald – Someone To Watch Over Me
04 Ella Fitzgerald – He Loves And She Loves
05 Ella Fitzgerald – Oh, Lady Be Good
06 Ella Fitzgerald – A Foggy Day
07 Ella Fitzgerald – How Long Has This Been Going On
08 Ella Fitzgerald – Let’s Call The Whole Thing Off
09 Ella Fitzgerald – But Not For Me
10 Ella Fitzgerald – My One And Only
11 Ella Fitzgerald – I’ve Got A Crush On You
12 Ella Fitzgerald – Nice Work If You Can Get It
13 Ella Fitzgerald – The Man I Love
14 Ella Fitzgerald – Funny Face
15 Ella Fitzgerald – Embraceable You
16 Ella Fitzgerald – They Can’t Take That Away From Me
17 Ella Fitzgerald – I Got Rhythm

Ella Fitzgerald
Music Arranged and Conducted by Nelson Riddle

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Leonard Bernstein (1918-1990) – West Side Story Suite, “Lonely Town” from ´On the Town´, “Make our Garden Grow from ´Candide´”, “Serenade after Plato´s Symposium”, “New York, New York” from ´On the Town´

Ganhei este cd de um amigo que sabia o quanto eu gostava de “West Side Story”, e ele me garantiu que Joshua Bell era um grande violinista. Já havia assistido ao filme umas 10 vezes (confesso que hoje já devem ter passado das 20 vezes), tinha a gravação do Bernstein com o Carreras e com a Kiri, conhecia as gravações do Oscar Peterson Trio, e claro, inúmeras versões de suas canções com tantos outros músicos, inclusive uma versão interessantíssima para dois pianos com as irmãs Labeque, que se perdeu nas areias do tempo.

Ou seja, conhecia bem a obra. Mas voltei a me surpreender quando ouvi esta gravação de Joshua Bell. Ele consegue extrair da obra elementos que passam desapercebidos quando ouvimos a trilha sonora, ou simplesmente assistimos ao filme. O som de seu violino é claro, límpido e apaixonado, como deve ser quando se trata da interpretação dessa obra, porque, antes de tudo, trata-se de uma história de amor. Um Romeu & Julieta situado no século XX, em plena Nova York dos anos 60 mais do que nunca atual, nessa nossa época de intransigência, desrespeito e discriminação que vivemos. Costumo dizer que se Bernstein tivesse composto apenas West Side Story já teria cumprido com sua missão terrena. Mas felizmente também resolveu ser um dos maiores regentes do século XX. Que sorte a nossa!

O Cd também trás também arranjos para violino e orquestra de sua ópera “Candide”, e de seu primeiro musical da Broadway, “On the Town”, além de outro grande concerto para violino e orquestra do século XX, “Serenade after Plato´s Symposium”.

Assim define este cd a editora da amazon:

This all-Bernstein disc includes four compositions in addition to the title piece, of which only the “Serenade” was originally written for solo violin and orchestra. John Corigliano made the arrangement of “Make Our Garden Grow,” the famous final song from Candide, and William David Brohn, who had long been close to Bernstein’s music, arranged two songs from On the Town. His West Side Story Suite is a free adaptation rather than an arrangement; he calls it the greatest adventure of his musical life.

However, the real hero of the recording is Joshua Bell, for whom Sony commissioned the Suite; he collaborated closely with Brohn in its creation and contributed one of the two cadenzas. Not surprisingly, its violin part, as well as those of the other arrangements, are written to his strengths, which seem to be growing and expanding all the time. His virtuosity is breathtaking and he revels in it with unbridled exuberance. His tone is ravishingly beautiful, intense, focused, pure; it can generate a warm glow and a radiant shimmer. His facility and silvery sound in the violin’s topmost register have always been particularly striking and are displayed throughout to terrific effect. He handles Bernstein’s multifaceted style, rhythm, and idiom with easy, natural mastery. His love and respect for the music come through in his ability to identify with its swiftly changing moods and in his strongly felt, direct expressiveness. –Edith Eisler

Sem dúvida, um grande cd, de um jovem talento.

Anexei ao arquivo compactado o booklet do cd, bem explicativo, contando os detalhes destas gravações.

Leonard Bernstein (1918-1990) – West Side Story Suite, “Lonely Town” from ´On the Town´, “Make our Garden Grow” from ´Candide´, “Serenade after Plato´s Symposium”, “New York, New York” from ´On the Town´

01 – West Side Story Suite
02 – Lonely Town from On the Town
03 – Make our Garden Grow from Candide
04 – Serenade after Plato´s Symposium – I – Phaedrus Pausanias (Lento-Allegro)
05 – II – Aristophanes (Allegretto)
06 – III – Erymachus (Presto)
07 – IV – Agathon (Adagio)
08 – V – Socrates Alcebiades (Molto tenuto – Allegro molto vivace
09 – New York, New York from On the Town

Joshua Bell – Violino
Philarmonia Orchestra
David Zinman – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – Sinf. Nros. 3 e 5 (CD 3 de 11)

Mais um petardo vindo de Kirill Kondrashin e do segundo melhor Exército Vermelho já formado.

Sinfonia Nº 3, Op. 20, “O Primeiro de Maio” (1929)

Não gosto. É música heróica para o Partido, entremeada de algumas modernagens para irritar os burocratas. Shosta resolveria melhor este dilema logo mais adiante, mas Kondrashin é tão bom que deixa a obra quase boa…

Sinfonia Nº 5, Op. 47 (1937)

Esta é a obra mais popular de Dmitri Shostakovich. Recebeu incontáveis gravações e não é para menos. O público costuma torcer o nariz para obras mais modernas e aqui o compositor retorna no tempo para compor uma grande sinfonia ao estilo do século XIX. Sim, é em ré menor e possui quatro movimentos, tendo bem no meio, um scherzo composto por um Haydn mais parrudo. Mesmo para os menos aficcionados, é uma obra apetitosa, por transformar a dura linguagem do compositor em algo mais sonhador do que o habitual. Foi a primeira sinfonia de Shostakovich que ouvi. Meu pai a trouxe dizendo que era uma sinfonia muito melhor que as de Prokofiev, exceção feita à Nº 1, Clássica, que ele amava. Alguns consideram esta obra uma grande paródia; eu a vejo como uma homenagem ao glorioso passado sinfônico do século anterior. A abertura e a coda do último movimento (Allegro non troppo) costuma aparecer, com boa freqüência, em programas de rádio que se querem sérios e influentes…

A propósito, do último movimento, ele serviu para uma cena “estranha” do cineasta Alexander Sokurov que, ao desejar mostrar, no seu documentário sobre Shostakovich “Sonata para Viola”, a sempre questionável superioridade e a liberdade do Ocidente, comparou longamente a coda da quinta na versão de Lenny Bernstein (maravilhosa) e de Mravinsky (horrorosa). Sokurov é um brilhante diretor, mas entende patavinas de música… Não apenas a versão de Mravinsky é mil vezes superior, como ele obedecia ao desejo de Shostakovich quanto ao andamento. Quem entende alguma coisa de música fica boiando ou manda o diretor às favas. Sokurov, já que tem ouvidos varicosos, deveria consultar qualquer ouvinte – mesmo médio – para não cometer tais escandalosos equívocos…

CD 3

SYMPHONY No.3

1. in E Flat Major, Op.20, “The First of May”

SYMPHONY No.5 in D Minor, Op.47

2. Moderato. Allegro non troppo. Moderato
3. Allegretto
4. Largo
5. Allegro non troppo. Allegro

Recorded: March 27, 1968
Choirs of the Russian Republic, Alexander Yourlov, Conductor (1)
Moscow Philharmonic Orchestra (1 & 2)
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 68:16


BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

P.Q.P. viajou durante o fim-de-semana, …

Portinari… foi a um casamento de um querido amigo. Mas deixa seus asseclas atentos e – como não pode deixar de encher o saco de seus (nossos) 1300 visitantes diários – programou duas postagens para entrarem de forma automática (salve o WordPress!): a primeira às 12h34 de sábado, a segunda às 12h34 de domingo. Por isso, estará ausente dos comentários. Aproveitem para falar mal dele! (Deleto tudo na volta, claro!)

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) – Concerto for Violin & Orchestra E minor, op.64, Max Bruch (1838-1920) – Concerto No.1 for Violin & Orchestra G minor, op.26

Nosso leitor Fábio perguntou se eu não teria outra gravação do concerto para violino de Mendelssohn, pois não é muito fã do impressionante Maxim Vengerov. Sugeri então a postagem de alguma das diversas violinistas de origem oriental, como a coreana Chung, Sara Chang, entre tantas outras. Admiro estas violinistas pois todas tem um talento impressionante.

Fuçando dia desses em meus cds, encontrei outra oriental, já postada aqui em outra ocasião, se não me engano tocando Schubert, Midori Gotô, ou simplesmente Midori. Essa moça, como as outras, começou sua carreira ainda cedo, ganhando prêmios ainda criança. Aliás, conta a história que participou de seu primeiro concurso tocando simplesmente o Concerto nº 2 de Bártok, e para completar, a tradicional Chaconne bachiana, todas obras extremamente difíceis, que exigem muito dos solistas. Pois bem, a pequena Midori, ainda criança, conquistou platéias, e outros músicos consagrados, como Pinchas Zukermann e Leonard Bernstein com seu talento e simpatia. Roda no YOUTUBE um vídeo amador muito interessante que mostra a pequena Midori tocando o concerto de Bártok, ao lado de Bernstein, quando arrebenta uma corda de seu violino. Sem perder a calma, ela pede emprestado o instrumento a um dos violinistas da orquestra, e continua tocando, como se nada tivesse acontecido. Esta parte é o que roda no vídeo. O que não mostra, e que testemunhas confirmam, foi que Bernstein, após a conclusão da apresentação, teria se ajoelhado na frente da pequena violinista e dito que ela era um milagre de Deus. Sabemos que isso seria bem típico do maestro americano. Bem Midori hoje está chegando aos 40 anos, 38 para ser mais exato, e se firmou como uma das grandas violinistas da atualidade, sendo inclusive professora do Departamento de Música da Universidade do Sul da Califórnia, mas não abandonou a carreira, ao contrário. Sua agenda sempre está cheia.

Nesta gravação que ora posto, ela interpreta dois arrasa-quarteirões do repertório violinístico, os concertos de Mendelssohn e de Bruch, expoentes máximos do romantismo. Obras extremamente técnicas, exigem dos solistas não apenas toda sua perícia e técnica, mas também sua capacidade de tirar a alma do instrumento, de fazê-lo cantar, como disse certo resenhista da amazon. Outra vantagem desta excelente gravação é que é realizada ao vivo, então podemos sentir toda a emoção da platéia nos aplausos. Mariss Jansons tem em suas mãos simplesmente a Filarmônica de Berlim para conduzir.

Espero que gostem dessa gravação como eu gostei. Com certeza, uma das melhores versões destes dois concertos gravadas nos últimos anos (esta gravação foi realizada em 2003).

Felix Mendelssohn Bartholdy – Concerto for Violin & Orchestra E minor, op.64, Max Bruch – Concerto No.1 for Violin & Orchestra G minor, op.26

1. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/I. Allegro molto appassionato
2. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/II. Andante
3. Concerto in E minor for Violin and Orchestra, Op. 64/III. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace
4. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/I. Vorspiel. Allegro moderato
5. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/II. Adagio
6. Concerto No. 1 in G minor for Violin and Orchestra, Op. 26/III. Finale. Allegro energico

Midori Gotô – Violino
Berliner Philarmoniker
Mariss Jansons – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Felix Mendelssohn (1809-1847) – Sonho de um Noite de Verão

Com lugar garantido em qualquer boa cedeteca, é uma obra que pega a gente por todos os lados: é bonita, é leve, é bem escrita e é baseada em William Shakespeare. Querem mais? Tem! Este registro é mais um milagre operado pelo grande Philippe Herreweghe, um esplêndido regente que aqui acentua tudo certinho, jogando no chão aquelas gravações de enormes orquestras que nossos pais ouviam. Aqui manda a delicadeza, a leve ironia e a ousadia. Esqueçam aquela hipertrofiada versão de HvK. Dê para algum inimigo seu. Ah, não basta? Então vou partir para a inguinorância! Mendelssohn era um cara que além de talentoso, voltou a reger Bach quando o mundo esquecera de papai. Ele regeu uma São Mateus, imaginem. Ganhei, viu?

Mendelssohn: A Midsummer Night’s Dream

1. Ouverture. Allegro Di Molto
2. Scherzo. Allegro Vivace
3. Effenmarsch/Marche De Elfes. Allegro Vivace
4. Lied Mit Chor ‘Bunte Schlangen, Zweigezungt! Allegro Ma Non Troppo
5. Intermezzo. Allegro Appasionato
6. Notturno. Con Moto Tranquillo
7. Hochzeitsmarsch/Marche Nuptiale. Allegro
8. Fanfare. Allegro Comodo
9. Marcia Funebre. Andante Comodo
10. Ein Tanz Von Ruppeln/Danse Bergamasque. Allegro Di Molto
11. Finale ‘Bei Des Feuers Mattem Flimmern’ Allegro Di Molto
12. Allegro Moderato – Animato

Delphine Collot
Sandrine Piau
Orchestre des Champs-Élysées
Philippe Herreweghe

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – Sinf. Nros. 2 e 14 (CD 2 de 11)

Dando continuidade à nossa integral das Sinfonias de Dmitri Shostakovich sob a regência de Kirill Kondrashin, iniciada aqui, publicamos mais duas sinfonias: a comum segunda e a notável décima-quarta.

CD 2

Sinfonia Nº 2, “A Outubro”, Op. 14 (1927)

Escrita sobre versos de Aleksander Bezimensky’s, é uma homenagem ao décimo ano da Revolução. Tem 16 minutos e é tem um movimento, dividido nas seções Largo – Allegro molto – Meno mosso – Choral Finale. Sua estréia ocorreu em 05/11/1927 com a Filarmônica de Leningrado e Coro. A sinfonia é da fase de experimentação de Shostakovich, só que quem experimentou e não gostou dela foi a burocracia comunista. Creio que o regime soviético tenha sucumbido por sua violência e mau gosto: chamaram a sinfonia de “formalista”, “antiproletária”, “burguesa”, etc. e até o jovem Shostakovich, na época um sincero comunista, ficou irritado com a repercussão incompreensiva. É que ele ainda não conhecera a ira de Stálin logo após Lady Macbeth… Não vira nada ainda…

Sinfonia Nº 14, Op. 135 (1969)

A Sinfonia Nº 14 – espécie de ciclo de canções – foi dedicada a Britten, que estreou-a em 1970 na Inglaterra. É a menos casual das dedicatórias. Seu formato e sonoridade é semelhante à Serenata para Tenor, Trompa e Cordas, Op. 31, e à Les Illuminations para tenor e orquestra de cordas, Op. 18, ambas do compositor inglês. Os dois eram amigos pessoais; conheceram-se em Londres em 1960, e Britten, depois disto, fez várias visitas à URSS. Se o formato musical vem de Britten, o espírito da música é inteiramente de Shostakovich, que se utiliza de poemas de Lorca, Brentano, Apollinaire, Küchelbecker e Rilke, sempre sobre o mesmo assunto: a morte.

O ciclo, escrito para soprano, baixo, percussão e cordas, não deixa a margem à consolação, é música de tristeza sem esperança. Cada canção tem personalidade própria, indo do sombrio e elegíaco em A la Santé, An Delvig e A Morte do Poeta, ao macabro na sensacional Malagueña, ao amargo em Les Attentives, ao grotesco em Réponse des Cosaques Zaporogues e à evocação dramática de Loreley. Não há música mais direta e que trabalhe tanto para a poesia, chegando, por vezes, a casar-se com ela sílaba por sílaba para tornar-se mais expressiva. Há uma versão da sinfonia no idioma original de cada poema, mas sempre a ouvi em russo. Então, já que não entendo esta língua, tenho que ouvi-la ao mesmo tempo em que leio uma tradução dos poemas. Posso dizer que a sinfonia torna-se apenas triste se estiver desacompanhada da compreensão dos poemas – pecado que cometi por anos! Ela perde sentido se não temos consciência de seu conteúdo autenticamente fúnebre. Além do mais, os poemas são notáveis.

Possui indiscutíveis seus méritos musicais mas o que importa é sua extrema sinceridade. Me entusiasmam especialmente a Malagueña, feita sobre poema de Lorca e a estranha Conclusão (Schluss-Stück) de Rilke, que é brevíssima, sardônica e – puxa vida – muito, mas muito final.

SYMPHONY No.2
1. in B Major, Op.14, “To October”

Recorded: November 29, 1972

SYMPHONY No.14
For Soprano, Bass, String Orchestra and Percussion, Op.135

2. De Profundis (Garcia Lorca)
3. Malaguena (Garcia Lorca)
4. Loreley (Apollinaire)
5. The Suicide (Apollinaire)
6. On Watch (Appollinaire)
7. Madam! Look (Apollinaire)
8. In the Sante (Apollinaire)
9. The Zaporogian Cossacks’ Reply to the Sultan of Constantinople (Appolinaire)
10. O Delvig, Delvig! (Kuchelbecker)
11. Death of the Poet (Rilke)
12. Conclusion (Rilke)

Recorded: November 24, 1974

Evgenya Tselovalnik, Soprano / Evgeny Nesterenko, Bass / Ensemble of soloists from the Moscow Philharmonic Orchestra / Choirs of the Russian Republic / Alexander Yourlov, Conductor (2)
Moscow Philharmonic Orchestra / Kirill Kondrashin, Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Igor Stravinsky (1882-1971) – Violin Concerto in D, Bela Bártok (1881-1945)- Violin Concerto No2, Dmitri Shostakovich (1906-1975)- Concerto No. 1 in A minor for Violin and Orchestra, Op. 99, Sergey Prokofiev (1891-1953) – Violin Concerto No. 2 In G Minor, Op. 63

O que estes quatro concertos para violino têm em comum além do fato de serem os mais representativos do século XX é a excepcional violinista que os interpreta, Viktoria Mullova. Sou fã desta grande violinista desde que comprei sua gravação para os Concertos de Tchaikovsky e de Sibelius, sob a direção do Seiji Ozawa e sua Orquestra Sinfônica de Boston, ainda nos anos 80.

Mullova interpreta nestes dois cds os quatro principais concertos para violino do século XX. Quatro verdadeiras provas de fogo, e Mullova os encara com tamanha competência que nos tira o fôlego muitas vezes. Destaque para a cadenza do terceiro movimento do concerto de Shostakovich, além do belíssimo 2º Concerto de Prokofiev.
Nesta série de concertos ela estará acompanhada pela Royal Philarmonic Orchestra, dirigida por Andre Previn.

Igor Stravinsky (1882-1971) – Violin Concerto in D, Bela Bártok (1881-1945)- Violin Concerto No2, Dmitri Shostakovich (1906-1975)- Concerto No. 1 in A minor for Violin and Orchestra, Op. 99, Sergey Prokofiev (1891-1953) – Violin Concerto No. 2 In G Minor, Op. 63

CD 1

01 Stravinsky – Violin Concerto in D – I – Toccata
02 Stravinsky – Violin Concerto in D – II – Aria
03 Stravinsky – Violin Concerto in D – III – Aria II
04 Stravinsky – Violin Concerto in D – IV – Capriccio
05 Bartok – Violin Concerto No2 – Allegro non troppo
06 Bartok – Violin Concerto No2 ´Andante tranquilo
07 Bartok – Violin Concerto No2 – Allegro molto

CD 2

01 Shostakovich – Concerto No. 1 in A minor for Violin and Orchestra, Op. 99I. Nocturne. Adagio
02 Shostakovich – Concerto No. 1 in A minor for Violin and Orchestra, Op. 99II. Scherzo. Allegro non troppo
03 Shostakovich – Concerto No. 1 in A minor for Violin and Orchestra, Op. 99III. Passacaglia. Andante
04 Shostakovich – Concerto No. 1 in A minor for Violin and Orchestra, Op. 99IV. Burlesca. Allegro con brio
05 Prokofiev – Violin Concerto No. 2 In G Minor, Op. 63 – Allegro moderato
06 Prokofiev – Violin Concerto No. 2 In G Minor, Op. 63 – Andante assai
07 Prokofiev – Violin Concerto No. 2 In G Minor, Op. 63 – Allegro ben marcato

Viktoria Mullova – Violin
Royal Philarmonic Orchestra
Andre Previn – Director

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

F.J. Haydn (1732- 1809) – deLirium – Concerto e Noturnos para Lira Organizzata, Divertimentos para Baryton

Grande performance do Ensemble Baroque de Limoges e do Quatuor Mosaiques sob a direção de Christophe Coin, deLirium é um trabalho esplêndido sobre a célebre Lira Organizzata. Espécie de “órgão de costura” só um pouco maior do que os utilizados pelos Beatles e Renato e seus Blue Caps no início dos anos 60, recebeu atenção de Franz Josef Haydn, que produziu meia dúzia de obrinhas para o instrumento. Hoje, é um instrumento de museu e não existem mais de 20 em todo o mundo. Esses trabalhos são normalmente executados ao órgão, porém, neste CD, as obrinhas são ouvidas pela primeira vez em 200 anos em um par de Lire Organizzate. Te mete! Matthias Loibner e Thierry Nouat tocam instrumentos reconstruídos pelo luthier Wolfgang Weichselbaumer e nos mostram a suavidade do pequeno organeto de som delicado e etéreo como o do dactilófono do Les Luthiers.

Lira OrgClaro que a Lira é a estrela do espetáculo, mas o CD vem com mais esquisitices ao incluir duas peças para Baryton, outro instrumento pra lá de estranho que o patrão Nikolaus Esterházy achava legal. Tão legal que Haydn foi obrigado a escrever mais de 100 peças para aquela geringonça de oitocentas cordas e de afinação impossível. (Talvez para Esterházy, a afinação fosse um desses detalhes periféricos.) Porém, como um de nossos comentaristas salientou de forma mui douta, Haydn é foda e não consegue fazer péssima música nem de má vontade – ou seria má música de péssima vontade?

O Noturno H. 2/32 lá do final do disco é das coisas mais engraçadas, felizes e haydnianas que conheço. É um crime lesa-humor desconhecê-lo, pois é a coisa mais fofinha, como diria minha filha…

P.S. – Música e fotos roubados do amigo Bibixy.

Franz Joseph Haydn – deLirium

Concerto No. 1 for 2 lire organizzate in C major, H. 7h/1
1. Allegro
2. Andante
3. Finale

BarytonDivertimento a 8, for baryton, 2 violins, viola, cello, bass & 2 horns in A minor/A major, H. 10/3
4. Adagio
5. Allegro
6. Finale

Notturno for 2 lire organizzate, 2 clarinets, 2 horns, 2 violas & bass in G major, H. 2/27
7. Largo
8. Adagio
9. Finale

Divertimento a 8, for baryton, 2 violins, viola, cello, bass & 2 horns in G major, H. 10/12
10. Moderato
11. Adagio
12. Presto

Notturno for 2 lire organizzate, 2 clarinets, 2 horns, 2 violas & bass in C major, H. 2/32
13. Allegro moderato
14. Andante
15. Finale

Ensemble Baroque de Limoges
Quatuour Mosaiques
Christophe Coin

BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

Antonio Vivaldi (1678-1741) – L’Arte della Trascrizione

Clipboard01Este CD não existe, foi sonhado e cristalizado na rede por alguém. Pensei que tivesse vindo do Branle – que é italiano e também o postou -, mas meu arquivo é outro, acho que do Avax. Talvez tenha vindo numa das noites em que dormi deixando o computador ligado. Posso dizer que é um bom disco, que não tem na Amazon e que encontra-se referências mínimas na rede respeito. São 25 faixas, sabe-se lá seus nomes e copio aqui a pouca informação que o Branle dispõe. Foi deletado do Avax…, mas meu original veio com senha… do Avax… Enfim, um mistério.

Como “trascrizione” significa “transcrição”, deve tratar-se de transcrições que Vivaldi fez de outros compositores. Valem a pena, viu? São músicas barrocas de primeira linha, certamente de origem italiana, muito bem interpretadas pela obscura Accademia del Ricercare, dirigida pelo desconhecido Pietro Busca. São transcrições para uma ou duas flautas. Em minha última visita à Veneza, encontrei vários conservatórios com conjuntos próprios, produzindo e vendendo bons CDs.Tenho alguns, até. Gravadora Tactus? CD 042? Sei lá. Só sei que é um bom CD de música barroca italiana! A “Follia” final tem baixo contínuo de escola de samba; é muito bom.

Não perguntem muita coisa. Quem puder esclarecer, esclareça!

Antonio Vivaldi – L’Arte della Trascrizione

Sonata in mi minore per flauto in la, flauto di voce e B.C. op. V n. 18 (= 6) RV. 72
Sonata in mi bemolle maggiore per due flauti contralto e B.C. op.I n. 10 RV. 78
Sonata in si minore per flauto di voce e B.C. op. V n. 16 (= 4) RV. 35
Sonata in do minore per due flauti contralto e B.C. (Ms Lund ) RV. 74
Sonata in do maggiore per due flauti soprano e B.C. op. I n. 3 RV. 61
Sonata in mi minore per due flauti di voce e B.C. op. I n. 2 RV. 67
Sonata in si bemolle maggiore per flauto contralto e B.C. n. 6 RV. 46
“Follia” in sol minore per due flauti contralto e B.C. op. I n. 12 RV. 63

Accademia del Ricercare
Lorenzo Cavasanti, Manuel Staropoli: flauti dolci
Linda Murgia: violoncello
Claudia Ferrero: clavicembalo
Ugo Nastrucci: tiorba e chitarra barocca
Direttore Artistico: Pietro Busca

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Igor Stravinsky (1882-1971) – L´Oiseau de Feu; Feu D´artifice; Quatre Etudes pour Orchestre

Feliz com a recepção que sua postagem anterior do mesmo Stravinsky, trago mais uma obra prima do genial russo, desta vez nas mãos geniais de outro grande mestre do século XX, Pierre Boulez.

Esta gravação é top, portanto nem perderei muito tempo comentando-a.  5 estrelas na amazon e também na preferência deste que vos escreve.

Segue link para arquivo em .pdf do booklet do cd. Recomendo a leitura.

 Igor Stravinsky (1882-1971) – L´Oiseau de Feu; Feu D´artifice; Quatre Etudes pour Orchestre

1. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Introduction   
2. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Kashchei’s enchanted garden
3. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Appearance of the Firebird pursued by Ivan Tsarevich
4. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Dance of the Firebird
5. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Ivan Tsarevich captures the Firebird
6. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Supplication of the Firebird
7. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Game of the Princesses with the golden apples
8. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Sudden appearance of Ivan Tsarevich   
9. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Round dance of the Princesses   
10. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Daybreak
11. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Magic carillon, appearance of Kashchei’s guardian monsters and capture of Ivan Tsarevich
12. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Dance of Kashchei’s retinue under the spell of the Firebird
13. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Infernal dance of all Kashchei’s subject’s
14. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Lullaby of the Firebird
15. The Firebird (L’oiseau de feu) – Ballet (1910) – Collapse of Kashchei’s palace and dissolution of all enchantments – Reanimation of the petrified prisoners – General rejoicing
16. Fireworks
17. 4 Etudes for Orchestra – Danse
18. 4 Etudes for Orchestra – Excentrique
19. 4 Etudes for Orchestra – Cantique
20. 4 Etudes for Orchestra – Madrid

Pierre Boulez
Chicago Symphony Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

BOOKLET – BAIXE AQUI – DONWLOAD HERE

Eleni Karaindrou (1939- ) – A Eternidade e um Dia

As definições e fronteiras estão cada vez mais bobas, não? Acho que esta trilha sonora não é música erudita, apesar de a grega Eleni Karaindrou ser considerada uma compositora deste gênero. É que hoje revi o belo filme de Theo Angelopoulos e me deu vontade de postar a trilha sonora aqui. Talvez devesse ser um “.:interlúdio:.”, sei lá. Trata-se quase só de variações sobre um certo tema chamado por Karaindrou -Angelopoulos de Eternidade. Talvez a postagem não faça sentido sem o filme, muito alegórico e no qual presente e passado misturam-se todo o tempo.

Tinha uma anotação sobre Eleni em meu micro, certamente copiada de algum brumoso site português: Eleni Karaindrou, compositora grega, com formação em etnomusicologia, para além de história e arqueologia, compõe principalmente para cinema e teatro. A sua música é simples, harmoniosa, romântica, serena, mas ao mesmo tempo trágica, nostálgica… Lembra-nos paisagens ensombradas de neblina, com uma réstia de sol ao fundo. Lembra cores sombrias que se transformam em arco-íris brilhantes. Todos os adjectivos que possa encontrar para descrever a sua música parecerão pobres depois de se ouvir. Gravações da excelente etiqueta ECM, os seus discos são imperdíveis.

Imperdíveis? Tenho lá minhas dúvidas…

Netci691

Eleni Karaindrou – Trilha Sonora de “A Eternidade e um Dia”

1. Hearing The Time
2. By The Sea
3. Eternity Theme
4. Parting
5. Depart And Eternity Theme
6. Borders
7. Wedding Dance
8. Parting B
9. To A Dead Friend
10. Eternity Theme
11. Depart And Eternity Theme
12. Bus
13. Depart And Eternity Theme
14. Bus
15. Trio And Eternity Theme
16. Poet
17. Depart And Eternity Theme
18. Depart

Músicos: Eleni Karaindrou, Isabelle Renauld, Fabrizio Bentivoglio, Achileas Skevis, Alexandra Ladikou, Despina Bebedelli, Helene Gerasimidou, Iris Chatziantoniou, Nikos Kouros, Alekos Oudinotis, Nikos Kolovos, Efthimis Pappas, Vassilis Seimenis, Pemi Zouni, Michael Yannatos, Leonidas Vardaros, Petros Fyssoun, Yannis Mohlas, Andreas Chekouras, Petros Markaris.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Igor Stravinsky (1882-1971) – A Sagração da Primavera, Sinfonia em 3 movimentos

Pois então no acervo de FDP Bach não existem apenas românticos e barrocos. E confesso que tenho uma queda especial por Stravinsky, Bártok e Prokofiev. Mas não costumo me aventurar muito no século XX. Digamos que meu limite seja o próprio Stravinsky, que aprendi a admirar ouvindo Yes. Sim, para os fãs da banda inglesa de rock progressivo é uma constante ouvir a Introdução desta mesma Sagração da Primavera na abertura de seus shows.Mas antes de postar esta excelente versão da mesma, permitam-me contar um pouco a história de como este cd me chegou às mãos.

Estava eu certa vez passeando pelas ruas do centro do Recife (fui até lá resolver uma questão de “amor” mal resolvida, que na verdade, não se resolveu) . Rato de sebos e lojas de discos que sempre fui, resolvi entrar na na filial da antiga e falida Mesbla e, claro, me dirigi diretamente ao setor que me interessava, que com certeza não era o setor de moda masculina. Como em todas as lojas de departamento, a divisão básica separava os Cds e LPs (sim, ainda se comercializavam LPs nesta época) era de sempre: Mais vendidos, Pop, Rock, e num cantinho, o tradicional clássicos e jazz. Nada me chamou a atenção ali, mas vi num canto um balaio de ofertas. Num primeiro momento pensei em deixar de lado e ir afogar as mágoas da confusão em que minha vida se encontrava em um boteco à beira-mar. Já tinha chegado à conclusão de que minha viagem havia sido em vão, e que o tal do amor não resolvido não se resolveria. Mas fui fuçar o tal do balaio. E eis que no meio de um monte de porcarias, cujo nome nem perderei tempo em relacionar aqui, lá no meio, eis que encontro “A Sagração da Primavera”, em uma gravação da Sony, com o jovem Esa-Pekka Salonen à frente da Philarmonia Orchestra. A caixinha do cd estava quebrada, talvez por isso mesmo tenha ido parar no balaio. Aquilo me deixou animado. Ao confirmar o preço, fiquei mais animado ainda: nos valores de hoje, talvez nem 5 reais. Puxa, pensei, então minha vinda ao Recife não foi à toa, consegui uma pechincha. Continuei cavocando no balaio, mas não tinha mais nada que prestasse. Voltei então ao hotel em que estava hospedado para degustar a minha aquisição… como já sabia que a viagem não renderia mais nada, a dita cuja nem atendia mais os meus telefonemas, remarquei o retorno para São Paulo para aquela mesma noite. Não preciso dizer que durante a viagem inteira de volta não ouvi outra coisa no meu discman. Em outras palavras, a viagem não foi tão em vão assim.

Outros Stravinskys vieram, em situações não tão especiais, mas este continua no topo da lista dos preferidos. O jovem Salonen, pouco mais velho que eu à época da gravação, tem uma leitura muito interessante da obra, ou obras, já que também tem a Sinfonia em 3 movimentos, mas é na Sagração em que ele se destaca.

” An Amazing Documentation of a Conductor’s Progress “, “A fast, jagged Le Sacre–Slalonen takes a stand”, estes são alguns dos títulos dos comentários sobre esse cd no site da amazon. E não há como não concordar com eles. Um regente recém entrando nos 30, diante de uma obra tão complexa mostrou um excepcional trabalho. E suas gravações a partir de então tornaram-se sempre referência. Ao menos para mim.

Igor Stravinsky (1882-1971) – A Sagração da Primavera, Sinfonia em 3 movimentos

1. Le Sacre du printemps: Introduction
2. Le Sacre du printemps: The Augurs of Spring (Dances of the Young Girls)
3. Le Sacre du printemps: Ritual of Abduction
4. Le Sacre du printemps: Spring Khorovod (Round Dance)
5. Le Sacre du printemps: Ritual of the Rival Tribes
6. Le Sacre du printemps: Procession of the Sage
7. Le Sacre du printemps: Adoration of the Earth (The Sage)
8. Le Sacre du printemps: Dance of the Earth
9. Le Sacre du printemps: Introduction
10. Le Sacre du printemps: Mystic Circles of the Young Girls
11. Le Sacre du printemps: Glorification of the Chosen One
12. Le Sacre du printemps: Evocation of the Ancestors
13. Le Sacre du printemps: Ritual Action of the Ancestors
14. Le Sacre du printemps: Sacrificial Dance (The Chosen One)
15. Symphony in Three Movements: I – tempo equals 160, tempo equals 80
16. Symphony in Three Movements: II – Andante – tempo equals 76
17. Interlude – tempo equals 76
18. III – Con moto – tempo equals 108

Philarmonia Orchestra
Esa-Pekka Salonen

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

J.S. Bach (1685-1750) – A Oferenda Musical, com Karl Münchinger (The Sóstenes Files V)

Eu não ousaria falar mal deste disco. E ele é bom. Numa época em que eu tinha condições de comprar apenas um ou dois discos por mês, adquiri esta Oferenda. Não sei como o vinil não furou. Devo ter ouvido esta gravação centenas de vezes e a Oferenda tornou-se uma de minhas obras prediletas. É até hoje. Não me importa que a orquestra pareça ser movida a energia atômica, tal sua potência; aqui, o que me importa são as lembranças de um adolescente que estava tendo seus primeiros contatos com Bach.

Sensacional CD. Sem discussões! :¬)))

4. Musical Offering, BWV 1079 – Ricercar a 3 Karl Münchinger 7:25
5. Musical Offering, BWV 1079 – Canon perpetuus a 2 Karl Münchinger 1:34
6. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 violini in unisono Karl Münchinger 0:47
7. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per motum contrarium Karl Münchinger 0:50
8. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per augmentationem, contrario motu Karl Münchinger 2:19
9. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 Karl Münchinger 0:46
10. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 Karl Münchinger 1:56
11. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 2 per tonos Karl Münchinger 2:24
12. Musical Offering, BWV 1079 – Canon perpetuus contrario motu Karl Münchinger 1:20
13. Musical Offering, BWV 1079 – Canon a 4 Karl Münchinger 5:10
14. Musical Offering, BWV 1079 – Fuga canonica Karl Münchinger 1:56
15. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – I Largo Karl Münchinger 4:55
16. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – II Allegro Karl Münchinger 6:16
17. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – III Andante Karl Münchinger 2:55
18. Musical Offering, BWV 1079 – Sonata a 3 – IV Allegro Karl Münchinger 3:13
19. Musical Offering, BWV 1079 – Ricercar a 6 Karl Münchinger 9:12

Karl Münchinger
Orquestra de Câmara de Stuttgart

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

J.S. Bach (1685-1750) – A Arte da Fuga, com Karl Münchinger (The Sóstenes Files IV)

Em dia de Karajan, uma Arte da Fuga à antiga, com instrumentos modernos e o grande Karl Münchinger à frente da Orquestra de Câmara de Stuttgart. Uma gravação fatalmente fora de moda, demodê para mais de metro, porém aceitável. Esta Arte faz parte de um álbum duplo que também contém A Oferenda Musical, a qual será nosso próximo post.

Obs.: Não dêem importância ao nome do arquivo. É Karl Münchinger mesmo, não Richter.

1. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.1 Contrapunctus I Karl Münchinger 4:17
2. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.2 Contrapunctus II Karl Münchinger 2:44
3. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.3 Contrapunctus III Karl Münchinger 4:13
4. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.4 Contrapunctus IV Karl Münchinger 3:20
5. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.5 Contrapunctus V Karl Münchinger 4:55
6. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.6 Contrapunctus VI Karl Münchinger 3:30
7. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.7 Contrapunctus VII Karl Münchinger 2:54
8. The Art Of Fugue, Bwv 1080 – – – No.8 Contrapunctus VIII Karl Münchinger 6:08
9. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.9 Contrapunctus IX Karl Münchinger 2:36
10. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.10 Contrapunctus X Karl Münchinger 4:46
11. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.11 Contrapunctus XI Karl Münchinger 7:07
12. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.15 Fuga per canonem Karl Münchinger 2:45
13. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.17 Fuga per canonem Karl Münchinger 2:39
14. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.16 Fuga per canonem Karl Münchinger 4:01
15. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.14a Fuga per canonem Karl Münchinger 4:45
16. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.13a Karl Münchinger 2:28
17. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.13b Karl Münchinger 2:27
18. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.19a Karl Münchinger 2:32
19. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.19b Karl Münchinger 2:38
20. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.12a Karl Münchinger 3:17
21. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.12b Karl Münchinger 3:05
22. The Art of Fugue, BWV 1080 – – – No.18. Chorale: “Wenn wir in höchsten Nöten sein” Karl Münchinger 14:23

Karl Münchinger
Orquestra de Câmara de Stuttgart

BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

Karajan 100 Anos – Gustav Mahler (1860-1911) – Symphony No.9 in D

Para comemorar o aniversário de 100 anos de Herbert von Karajan trago uma premiada gravação da Sinfonia nº 9 de Mahler, gravação realizada ao vivo em 1982, no Berliner Festwochen. Unanimidade entre os fãs de Mahler, esta gravação ganhou o cobiçado prêmio da revista Gramophone, considerado o Oscar das premiações de música erudita.

Com relação a esta gravação também é interessante a história que se conta sobre ela: um ano antes Karajan a havia gravado em estúdio, mas não gostara do resultado, como explica o editor da amazon.com :

“Herbert von Karajan made a studio recording of the Ninth with the Berlin Philharmonic that appeared in 1981, but he was apparently dissatisfied with it and pressed for this remake, recorded at a performance during the Berlin Festival Weeks of 1982. The result is one of the finest of all his achievements–a riveting account of this great work that blazes with a visionary intensity from first bar to last. There is grip and majesty here, sovereign control over the Mahler’s vast canvas, but also an extraordinary “of the moment” quality that is unusual in Karajan’s discography. The sound on this recent “Karajan Gold” remastering is excellent .”

Espero que apreciem.

Gustav Mahler (1860-1911) – Symphony No.9 in D

CD 1

1. Symphony No.9 in D / 1. Satz – Andante comodo
2. Symphony No.9 in D / 1. Satz – Etwas frischer
3. Symphony No.9 in D / 1. Satz – (Horns)
4. Symphony No.9 in D / 1. Satz – Mit Wut. Allegro risoluto
5. Symphony No.9 in D / 1. Satz – (Brass)
6. Symphony No.9 in D / 1. Satz – Bewegter
7. Symphony No.9 in D / 1. Satz – Wie von Anfang
8. Symphony No.9 in D / 1. Satz – Ploetzlich bedeutend langsamer (Lento) und leise
9. Symphony No.9 in D / 2. Satz – Im Tempo eines gemaechlichen Laendlers.Etwas taeppisch und sehr derb
10. Symphony No.9 in D / 2. Satz – Poco più mosso subito (Tempo II)
11. Symphony No.9 in D / 2. Satz – Tempo III
12. Symphony No.9 in D / 2. Satz – A tempo II
13. Symphony No.9 in D / 2. Satz – Tempo I
14. Symphony No.9 in D / 2. Satz – Tempo II
15. Symphony No.9 in D / 2. Satz – Tempo I. subito

CD 2

1. Symphony No.9 in D / 3. Satz – Rondo-Burleske. Allegro assai. Sehr trotzig
2. Symphony No.9 in D / 3. Satz – L’istesso tempo
3. Symphony No.9 in D / 3. Satz – Sempre l’istesso tempo
4. Symphony No.9 in D / 3. Satz – L’istesso tempo
5. Symphony No.9 in D / 3. Satz – (Clarinets)
6. Symphony No.9 in D / 3. Satz – Tempo I subito
7. Symphony No.9 in D / 3. Satz – Più stretto
8. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Adagio. Sehr langsam und noch zurueckhalten
9. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Ploetzlich wieder sehr langsam (wie zu Anfang) und etwas zoegernd
10. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Molto adagio subito
11. Symphony No.9 in D / 4. Satz – a tempo (Molto adagio)
12. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Stets sehr gehalten
13. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Fliessender, doch durchaus nicht eilend
14. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Tempo I. Molto adagio
15. Symphony No.9 in D / 4. Satz – Adagissimo

Berliner Philarmoniker

Herbert von Karajan

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DONWLOAD HERE

O maestro está nu

O centenário de Herbert von Karajan chega junto com uma nova avaliação do seu passado e da ligação com o regime nazista.

Se acontece um tsunami na Indonésia, Herbert von Karajan é o culpado. Se há um ataque terrorista na África do Sul, Herbert von Karajan é o culpado. Um terremoto no Japão? Karajan é o culpado. Caem os índices das bolsas? Karajan. Uma estrela explode numa galáxia distante? Karajan! Interessante percurso, o da biografia de Herbert von Karajan, nome incontornável da música de concerto do século passado. Morto em 1989, desde então a sua fama só fez decrescer e suas culpas só souberam aumentar. Num artigo publicado em janeiro deste ano a respeito do centenário do nascimento de Karajan, que acontece hoje, o crítico inglês Norman Lebrecht fez um apelo melodramático:

– Não transformem um monstro num mito.

Mas Lebrecht, o Diogo Mainardi da música, se enganou: o mito é que tem sido transformado em monstro.

A metamorfose de Karajan nesses últimos 20 anos tem muito a ver com a sua morte no momento em que ele havia se transformado numa caricatura bizarra de líder de orquestra. Nos seus inúmeros vídeos, produzidos por ele mesmo, os ângulos da orquestra são irreais e existem somente para a glorificação da imagem, para a criação de um halo santificador que envolve o perfil de Karajan, sempre de olhos fechados como se internalizasse a música por sopro divino – ou como se ele mesmo fosse a própria divindade. A par disso, há a coleção de automóveis velozes e os aviões pilotados pelo maestro para levá-lo de um lado para outro da fama internacional.

Tudo isso se colocou em contradição à figura austera de Ludwig van Beethoven, o compositor por cujas interpretações Karajan se tornou célebre. O maestro desapareceu no auge dessas idiossincrasias.

Enquanto viveu e mesmo nessa fase da caricatura, Karajan pôde torcer a seu gosto uma pedra de sua biografia – a sua associação com o regime nazista dos anos 1930. Foi com a evidência de seu casamento em outubro de 1942 com Anita Gütermann, neta de judeus, que Karajan atestava o seu descompromisso com aquele regime e protestava perseguições daqueles a quem serviu sem titubear. Os comitês de desnazificação compraram a história e ela serviu para deter as investigações que surgiam de tempos em tempos para tentar desmentir o maestro. A partir da morte de Karajan a encenação foi caindo por terra e sua biografia começou a ser reescrita e o mito se reconstruiu em monstro.

Muitos historiadores têm se debruçado sobre a música do período nazista. O canadense Michael H. Kater, um desses mergulhadores, reconstituiu todo o percurso que levou Herbert von Karajan de obscuro maestro do interior da Alemanha, em 1929, ao posto de mais jovem diretor de teatro de ópera alemão em Aachen em 1935 e à caracterização como “o fabuloso Karajan” num artigo do crítico Edwin von der Nüll (e não de Joseph Goebbels, como se diz às vezes) numa edição do Berliner Zeitung em 1938.

O arrivismo e o oportunismo estavam na ordem do dia naqueles anos de expurgo de músicos judeus. Karajan filiou-se ao partido nazista na primeira hora, já em 1933. Não bastassem os fatos biográficos, há também música para atestar a natureza desse comprometimento político: existem os registros sonoros dos anos do nazismo, inclusive uma gravação do prelúdio de Os Mestres Cantores de Nürnberg, de Wagner, feito em fevereiro de 1939 na presença de Adolf Hitler.

As credenciais nazistas de Herbert von Karajan são impecáveis, inclusive na associação com a música de Carl Orff como prova de seu comprometimento com a música “moderna”. É surpreendente que Karajan tenha conseguido ocultá-las imediatamente, assumindo a regência da Filarmônica de Londres já em 1948, coordenando músicos que haviam lutado na guerra, mas evidentemente do lado oposto ao do maestro. Feito após feito, sucesso após sucesso, extravagância após extravagância, a carreira pós-guerra de Karajan se solidificou quase sem fissuras: maestro vitalício da Filarmônica de Berlim em 1955, regente da Filarmônica de Viena em turnês mundiais, fundador do Festival de Páscoa de Salzburg em 1967, doutor honoris causa da Universidade de Oxford em 1978, regente da Missa da Coroação de Mozart no Vaticano diante do Papa João Paulo II em 1985. Àquela altura, a canonização parecia iminente.

Logo após a morte de Karajan, o seu legado caiu num esquecimento veloz e profundo. A música tinha tomado outros rumos, distanciando-se dos maestros personalistas. Também as grandes orquestras se viram prisioneiras da arapuca das interpretações com instrumentos originais e pouco a pouco muito do seu repertório lhes foi retirado: Beethoven, Berlioz, os barrocos sem nenhuma exceção e Bach acima de todos, Mozart, Haydn. De uma hora para outra, Karajan transformou-se de divindade em mito fora de moda.

Foi assim que o centenário de nascimento veio encontrá-lo e mais uma vez vem o muxoxo azedo de Norman Lebrecht:

– Levantar um maestro dos mortos não tem nenhum valor criativo, pois desperta nada mais valioso do que a adoração a heróis.

Os desvãos da biografia de Karajan atraem como um pólo magnético e invadem aquela área na qual, afinal, se encontra a razão de toda a sua celebridade – a música. O oportunismo político de Karajan não impede que Michael H. Kater avalie ter sido ele “de 1939 a 1945, o mais interessante e atrativo de toda uma geração de jovens maestros do Reich”. Então: é possível descontaminar a música de Karajan das suas posições políticas e do seu carreirismo, para avaliá-la como objeto real, como música-em-si? Não, isso não é possível. Se assim fizéssemos, estaríamos incorrendo naquilo sobre o que o musicólogo americano Richard Taruszkin discorreu quando nos visitou anos atrás: a cegueira diante da presença de elementos desconfortáveis na música.

Na sua conferência Stravinsky e Nós, Taruszkin discutiu a cegueira diante do anti-semitismo de Stravinsky expresso num dos textos da sua Cantata de 1952. Disse Taruszkin: “todos nós operamos sob a pressão de colocarmos o que chamamos de considerações artísticas na frente e no centro de qualquer discussão sobre arte e de resistirmos – na realidade, a desdenharmos – considerações de qualquer outro tipo.” No caso da obra de Stravinsky, o foco da consciência musical havia se deslocado do “objeto em si parta o objeto como ele é feito. Isto se fez às custas da exclusão de idéias extra-musicais na consideração da música ela própria. E este tabu nos tem custado caro.”

O caso da música de Karajan, levando em conta a necessária diferença entre compositores de música e intérpretes de música, é semelhante ao de Stravinsky. Também aqui não há como ouvir Karajan pela música em si mesma. Se num momento ela aparece invadida pelo colaboracionismo político, em outro momento ela se deixa ocultar pelos gestos mais trovejantes do colecionador de carros, o piloto de aviões. Mesmo assim, não há de sobrar pouco de toda a música feita por Karajan. Afinal de contas, um terço de todos os lucros da gravadora Deutsche Grammophon veio durante décadas dos registros do maestro, em áudio e em vídeo.

Há dois extremos na avaliação crítica do legado de Karajan. Numa ponta, existem aqueles que o consideram a melhor personificação de maestro do século 20, sem comparação a nenhum outro, seja ele Arturo Toscanini, Wilhelm Furtwängler ou Leonard Bernstein. Para eles, os registros de Karajan são definitivos no repertório em que os outros também foram mestres, na música de Beethoven, Wagner e Brahms. Na outra ponta, há Lebrecht – sempre ele – a maldizer a tendência de Karajan de homogeneizar a música, fazendo com que “ouvir Karajan em excesso seja como como passar um mês em um McDonalds, uma experiência engordante e insensibilizadora.” Provavelmente, para além desses extremos, exista algum meio-de-campo razoável, no qual colocar a música de Karajan e apreciá-la sob anestesia, já que não será possível apreciá-la sem estar anestesiado às considerações que a cercam e perpassam.

O centenário de Herbert von Karajan é muito mais do que uma efeméride a ser assinalada com um par de livros e um saco de confetes. Todos os elementos que construíram o mito Karajan convergem para construir uma visão muito específica da arte do século passado e de suas turbulências ideológicas, suas adesões e recusas, as cores fortes de suas contradições chocantes. Por isso, talvez o que melhor represente todos os registros sonoros de Karajan seja mesmo o grito lancinante que encerra a sua gravação expressionista da Cavalleria Rusticana de Mascagni. No seu desespero, ele vale mais do que a beleza calculada de qualquer uma de suas múltiplas gravações da Marcha Fúnebre da Eroica de Beethoven.

CELSO LOUREIRO CHAVES | Músico | Publicado hoje no Caderno de Cultura de Zero Hora

J.S. Bach (1685-1750) – A Arte da Fuga, com Glenn Gould (The Sóstenes Files III)

Glenn Gould era um original. No auge da carreira, abandonou os concertos pelas gravações, cantava durante as mesmas, era um mago no estúdio e corrigia seu som quando isto era “roubar no jogo”, fazia entrevistas consigo mesmo, produzia notáveis programas radiofônicos. Era um gênio e um gênio do piano, mas… preferiu tocar A Arte da Fuga, ou quase toda ela, ao órgão. Claro, vocês sabem que Glenn Gould era dado a estranhas opções de andamentos e brigava com muita gente boa, como Lenny Bernstein. Mas eu aprovo este CD, apesar de alguns críticos atacarem a digitação muito pouco “organística” de GG. Se o CD é estranho pela utilização de órgão por parte de Gould, ele é absolutamente sensacional a partir da faixa 10, onde retorna definitivamente o piano. Ele acentua tudo de forma demasiada no órgão – não sei explicar – é também muito bonito.

Tudo bem, sei que A Arte da Fuga pode ser interpretada em qualquer instrumento ou grupo deles, não ignoro que alguns pensam tratar-se de obra para leitura, mas ouçam a faixa 10, quando Gould entra tocando (e cantando, como sempre) o Contrapunctus I… É muito bom, né? Apenas acho um pouco discutível a forma como ele finalizou a fuga inacabada. Ficou um pouco romântica, com intenção pouco clara, sei lá.

(ALÔ, PRÍNCIPE SALINAS! Ao ouvir Andras Schiff, senti falta de… Gould cantando. Como pode meu ouvido ter se acostumado desta forma à cantoria de Gould?)

J.S. Bach – A Arte da Fuga, com Glenn Gould (órgão, piano)

1. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 1
2. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 2
3. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 3
4. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 4
5. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 5
6. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 6 (a 4, im Stile francese)
7. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 7 (a 4, per Augmentationem et Diminutionem)
8. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 8 (a 3)
9. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 9 (a 4, alla Duodecima)
10. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 1
11. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 2
12. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 4
13. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 9 (a 4, alla Duodecima)
14. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 11 (a 4)
15. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 13 (a 3)
16. Die Kunst der Fuge (The Art of the Fugue), for keyboard (or other instruments), BWV 1080 Contrapunctus 14 (Fuga a 3 Soggetti) unfinished
17. Prelude and Fugue on the name of “B-A-C-H,” for keyboard in B flat major (doubtful; perhaps by J.C. Kittel), BWV 898

Glenn Gould, órgão, piano


BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Karajan faz 100 anos – Antonin Dvorak (1841-1904) – Symphonie nº 9 E moll, op. 95 “Aus der NeuenWelt”, Bedrich Smetana (1824-1884) – The Moldau (from Má Vlast)

Para desespero de meu irmão PQP Bach, que se arrepia só de ouvir falar no nome de Dvorak, trago aqui mais um grande trabalho de Herbert von Karajan, desta vez frente a Wiener Philarmoniker. A qualidade da gravação está excepcional, os engenheiros da DG fizeram um excelente trabalho.

Neste mesmo cd teremos outra obra de caráter nacionalista, “The Moldau”, de Smetana, belíssimo poema sinfônico, que faz parte de sua obra maior, “Ma Vlast”, “Minha Pátria”, em que o compositor procura transferir para a música seu sentimento com relação à beleza de seu país.

 Antonin Dvorak (1841-1904) – Symphonie nº 9 E moll, op. 95 “Aus der NeuenWelt”, Bedrich Smetana (1824-1884) – The Moldau (from Má Vlast) 

1. Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World” – 1. Adagio – Allegro molto
2. Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World” – 2. Largo
3. Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World” – 3. Molto vivace
4. Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World” – 4. Allegro con fuoco
5. The Moldau (from Má Vlast)
Herbert von Karajan
Wiener Philarmoniker

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

.: interlúdio :.

Sempre tive pavor de coletâneas – mas com o tempo, aprendi a fazer uma exceção ao jazz. O estilo, generoso como só ele, não apenas permite que se arranque pedaços de álbum sem dor; é capaz de dar novas cores à compilação e seus temas pela mistura diferente criada entre elas. (Claro, ninguém aqui pensa em tirar pedaços de A Love Supreme ou Sketches of Spain; sempre há exceções, óbvio.) Para sair um pouco da linha habitual de John “Dizzy” Gillespie – o velocíssimo bop -, hoje trazemos um componente da série Jazz in Paris, da Verve/Gitanes – mais de 100 títulos lançados com raridades em apresentação suntuosa – mostrando faixas gravadas entre 1952 e 53, na capital francesa.

Paris, which had developed into the jazz center of Europe already in the beginning of the 20th century, offered many of these musicians a safe haven as well as a permanent home (later, Denmark, Sweden and sometimes Germany usurped that role) and jazz thrived because of it. One can even be as bold as to state that without Paris and Europe, jazz might never have been recognized as an art form. It was in Europe that jazz had gained that kind of recognition and, as far as I recall, it was jazz critics such as Leonard Feather (England) and Dan Morgenstern (Austria), who spent their entire lifetimes promoting it as an art form in the United States. daqui

É o lado mais swing e groove de um dos fundadores do bebop (ao lado de Parker); em momentos já afro-jazz, em outros quase cool, gravações parisienses cheias de atmosfera (incluindo alguns chiados, mesmo com remasterização – o que me deixa deveras feliz. Nada pior que uma limpeza asséptica em algo capaz de tirar vida do ruído). Coletânea para desfrutar e agradecer ao gênio; a relação das músicas, logo abaixo, mostra toda uma constelação. E evoca as noites de uma Paris dos anos 50 que jamais conheci, capaz de provocar uma romântica nostalgia enviesada.

Gillespie

Dizzy Gillespie – Verve/Gitanes Jazz in Paris Series: Cognac Blues (320)

Dizzy Gillespie: trumpet, vocal
Don Byas: tenor saxophone
Art Simmons, Arnold Ross, Wade Legge: piano
Jean-Jacques Tilché: guitar
Joe Benjamin, Lou Hackney: double bass
Bill Clark, Al Jones: drums
Humberto Canto Morales: congas

download – parte 1 (95MB), parte 2 (72MB)

01 Cognac Blues 2’40
02 Cocktails For Two 3’23
03 Moon Nocturne 3’03
04 Sabla Y Blu 3’05
05 Blue And Sentimental 2’42
06 Just One More Chance 3’10
07 They Can’t Take That Away from Me 3’14
08 Break at the Beginning (Taking a Chance on Love) 2’42
09 When It’s Sleepy Time Down South 2’55
10 Lullaby in Rhythm 4’22
11 Just Blues (One More Blues) 2’59
12 Ain’t Misbehavin’ 2’56
13 Summertime 4’16
14 Blue Moon 4’25
15 Mama’s blues (Mrs. Dizzy blues) 4’00
16 Undecided 2’32
17 The Way You Look Tonight 4’12
18 They Can’t Take That Away From Me [alt take] 3’59
19 Taking a Chance on Love [alt tk 1] 3’27
20 Taking a Chance on Love [alt tk 2] 3’36
21 Lullaby in Rhythm [alt take] 4’05

Boa audição!

Karajan 100 Anos – Anton Bruckner (1824-1896) – Symphonie nº 7 E Dur

Sim, eu sei que meu irmão PQP Bach publicou uma integral das sinfonias de Bruckner, mas não creio que ele vá reclamar desta gravação da Sinfonia nº 7. Além disso, creio que tudo o que se precisasse escrever sobre ela já foi devidamente dito na postagem anterior.

Estou postando esta gravação por vários motivos, mas o que mais se destaca é que esta foi a última gravação realizada por von Karajan, ou seja, como se fosse sua despedida dos estúdios, onde viveu grande parte de sua vida. Os comentários no site da amazon são quase unânimes em afirmar que é uma das melhores gravações já realizadas desta sinfonia, e sabemos que quando se trata de Bruckner e Mahler as coisas se complicam, por que existem os fãs ardorosos de tal e qual intérprete, sem se admitir outras opções. Não sou um profundo conhecedor de Bruckner, mas o que esta interpretação de Karajan me passa é uma sensação de dever cumprido, e, por este motivo, creio, ela me passa uma sensação de serenidade. Ah, ela faz parte daquela famigerada coleção da DG, a Karajan Gold, já devidamente defenestrada por alguns comentários, mas esta gravação com certeza é superior às outras da série.

Anton Bruckner (1824-1896) – Symphonie nº 7 E Dur

1. Symphony No.7 in E major – 1. Allegro moderato
2. Symphony No.7 in E major – 2. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam
3. Symphony No.7 in E major – 3. Scherzo. Sehr schnell – Trio. Etwas langsamer
4. Symphony No.7 in E major – 4. Finale. Bewegt, doch nicht schnell

Herbert von Karajan
Berliner Philarmoniker

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

J. S. Bach (1685-1750) – As Seis Partitas para Cravo (The Sóstenes Files II)

Mas agora com piano! Andras Schiff ex-tra-or-di-nário!!! Os arquivos – partes 1 e 2 – são bem grandinhos, viram? Mais um presente do Sóstenes.

Partita I, B flat major BWV 825
1. 1. Praeludium
2. 2. Allemande
3. 3. Courante
4. 4. Sarabande
5. 5. Menuets 1 & 2
6. 6. Gigue

Partita II, C minor BWV 826
7. 1. Sinfonia (Grave/Adagio/Andante)
8. 2. Allemande
9. 3. Courante
10. 4. Sarabande
11. 5. Rondeau
12. 6. Capriccio

Partita III, A minor BWV 827
13. 1. Ouverture
14. 2. Allemande
15. 3. Courante
16. 4. Sarabande
17. 5. Aria
18. 6. Menuet
19. 7. Gigue

Partita IV, D major BWV 828
20. 1. Fantasia
21. 2. Allemande
22. 3. Courante
23. 4. Sarabande
24. 5. Burlesca
25. 6. Scherzo
26. 7. Gigue

Partita V, G major BWV 829
27. 1. Praeambulum
28. 2. Allemande
29. 3. Courante
30. 4. Sarabande
31. 5. Tempo Di Menuetto
32. 6. Passepied
33. 7. Gigue

Partita VI, E minor BWV 830
34. 1. Toccata
35. 2. Allemande
36. 3. Courante
37. 4. Sarabande
38. 5. Tempo Di Gavotta
39. 6. Gigue

Andras Schiff, piano

BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

Thomas Linley, o Jovem (1756-1778) – Music from The Tempest

Todos sabemos que o maior gênio do século XVII foi William Shakespeare, que a maior criatura do século XVIII foi Johann Sebastian Bach, que os gênios vencedores do século XIX foram Karl Marx e Charles Darwin, sobrando o século recém-findo para Sigmund Freud, o qual poderia analisar a discussão sobre Darwin, mais abaixo. Só espero que seu câncer não prejudique as risadas que certamente daria… Mas eu, um PQP ateu, cético e muito sarcástico, vou de Linley, o Jovem, The Younger, contrariamente a seu pai, The Elder, morto aos 22 anos e que parecia amar Shakespeare.

Este é um grande CD da Hyperion e nem vou perder tempo escrevendo ou traduzindo coisas. Coloco abaixo, de forma desorganizada, uma série de notícias biográficas e citações sobre o excelente Linley

A composer who “had he lived, would have been one of the greatest ornaments of the musical world” – W.A. Mozart.

Thomas Linley the Younger (1756-1778)

Early Years
Thomas Linley the younger (the ‘English Mozart’) was born at the Abbey Green, Bath on 7th May 1756 and was baptised at St. James’s Church, Bath on 11th June.

He was the third child and second son of the composer, harpsichordist and singing teacher Thomas Linley (1733-1795) and his wife Mary. The whole family was remarkably musically talented; besides Thomas junior, their daughters Elizabeth Ann, Mary and Maria all became accomplished singers and their son Samuel a notable oboist.

Although it was fashionable for musically gifted young children to be brought to the public’s attention in concert rooms, Thomas Linley the younger was, by any standards, one of the most musically prodigiously talented individuals ever to have been seen in England.

The composer Matthew Cooke (1761-1829), in his biographical account of Linley entitled ‘Reminiscences’ (published 1826) states that he, gave such early and strong passion for music, as determined his Father to fix him in that Profession; and accordingly, the stripling studied the Rudiments of Music under his father, …..and was, by the tuition of his Parent, perfectly grounded in both Theory and Practice. The Child’s assiduity, and the rapid progress he made, called forth his Father’s approbation.

As no other member of the Linley family played the violin it is assumed that the young composer learnt his skill from John Richards who was a prominent soloist and orchestral leader in Bath during the 1750s and 1760s.

1763
The earliest known concert in which Linley played in was announced in Boddely’s Bath Journal of 25th July 1763, in which the following appeared, For the Benefit of Mr. Linley. At Loggan’s Room at the Hot Wells on the 29th Inst. Will be perform’d A Concert of Vocal and Instrumental Music. The Vocal Parts by Mr. Linley, Mr. Higgins and Master Linley. The First Violin by Mr Richards of Bath. End of the 1st Act a Concerto on the Violin by Master Linley, a child of seven years old. End of the 2nd Act an Elegy of Jackson’s by Mr. and Master Linley and Mr. Higgins.
In the same year the seven year old Linley commenced musical studies with William Boyce – lessons that were to continue over the next five years.

1767
At the age of 10, with his sister Elizabeth Ann, he appeared at Covent Garden Opera House playing the part of Puck in the Masque The Fairy Favour by Thomas Hull. The Lloyds Evening Post of 3rd February reported the occasion Nor can enough be said of the little boy, who plays the part of Puck; his singing, playing on the violin, and dancing the hornpipe, are all beyond expectation, and discover extraordinary abilities in one, who must be considered a child.

1768
In a letter to William Jackson dated 11th May 1768, the painter Thomas Gainsborough said, I have begun a large picture of Tommy Linley and Miss Linley and her Brother Thomas by Thomas Gainsborough c.1768 his sister………I suppose you know the Boy is bound for Italy at the first opportunity.
The 12 year old Linley left for Italy later the same year to study under the famous violinist Pietro Nardini (1722-1793).

1770 Meeting with Mozart

In April 1770 while still in Italy Linley met Mozart. They were exact contemporises and became firm friends, later regularly corresponding with one another.
On 21st April 1770 Mozart’s father, Leopold, writing to his wife Anna Maria said, In Florence we found a young Englishman who is a pupil of the famous violinist Nardini. This boy, who plays absolutely beautifully, and has Wolfgang’s height and age, came to the house of the learned poetess Sgr. Corelli, where we happened to be visiting on the recommendation of M. L’Augier. The two boys took turns performing all evening while constantly embracing one another. The next day, the little Englishman, a most charming boy, brought his violin to where we stayed and played all afternoon with Wolfgang accompanying him on the piano…….Little Thomaso accompanied us home and wept the bitterest tears because we were leaving the next day. The musical historian Charles Burney met Linley in Italy in the following September and wrote, The ‘Tommasino’, as he is called, and the little Mozart, are talked of all over Italy, as the most promising geniuses of this age.

1771
Linley, now 15 years old, returned to England to perform in the 17712 Bath concert season. He was regularly leader of the orchestra or soloist at Bath from 1772 to 1776 and at Drury Lane from 1773 and 1778 where he played concertos between the acts of oratorios. He returned to his studies with Boyce.

On 8th September 1773 Linley’s first large-scale work (Let God Arise) was performed. This was at the Worcester Festival. Matthew Cooke stated that, This Production confirmed his Talents with the Public. Linley was now much in demand as a violinist – as reported by Cooke, ……his industry and perseverance made him indefatigable. He was One of the most eminent Violin Performers of the age; between the years 1771 and 1776 he composed no less than Twenty Concertos for the violin….Many of these were performed by him…..at Drury Lane ….and were received with the most unbounded applause. It was around this time that he wrote such remarkable works as The Song of Moses and incidental music for The Tempest and Sheridan’s The Duenna.

1776
In 1776 Linley composed his magnificent Shakespeare Ode (Lyric Ode on the Fairies, Aerial Beings and Witches of Shakespeare). A writer in A Dictionary of Musicians in 1824 said, Neither Purcell nor Mozart ever gave stronger proofs of original genius than could be traced in this charming ode. The Morning Chronicle of 21st March 1776 gave a particularly enthusiastic account of a performance The composition must be allowed to be an extraordinary effort of genius in so young a man……..the fugue of the overture is masterly……..the song There in old Arden’s inmost shade…would not disgrace a Sacchini or Bach……….the oboe song in the second part…shews this young composer has the brilliancy and warmth of invention so peculiar attendant on the spring of life………….His merit, even at this early time of life, is certainly sufficient to challenge the warmest encouragement from the public, even though our Amateurs should not yet be brought to overlook the misfortune of his being – an Englishman.

The Morning Post of 16th March 1778 after a successful performance by Linley, also reveals an attitude of the general public towards English composers, …..the very warm applause he received last night proves that an English audience will give proper encouragement to true merit and genius, even though it is the production of their own country.

In July 1778 Linley went with his sisters to Grimsthorpe Castle, Lincolnshire as guests of the Duke of Ancaster and his family. On 5th August Linley went boating on the Castle lake with two friends. During a storm the boat overturned and, whilst attempting to swim ashore, the 22 year old Linley tragically drowned. It was reported in the Morning Chronicle on 11th August, On Wednesday last Mr. Thomas Linley……fell into a lake belonging to his Grace the Duke of Ancaster…..and was unfortunately drowned; he remained under water full forty minutes, so that every effort made to restore him to life proved ineffectual. This accident has deprived the profession to which he belonged of one its principal ornaments, and society of a very accomplished and valuable member.

Linley was buried on 11th August 1778 at Edenham Parish Church.

His sisters Maria, Mary and Elizabeth Ann died of consumption in 1784, 1787 and 1792 respectively and his brother Samuel drowned in 1795. Thomas Linley senior died in November of the same year, it was said at the time, of a broken heart.

‘Linley was a true genius’ (Mozart, 1784)
‘An outstanding disc in a trail-blazing series: highly recommended’ (BBC Music Magazine)
‘The irresistible music will compel you to acquire this recording’ (Early Music Review)
‘All parties sound as if they love every moment of this absorbing and enjoyable programme’ (American Record Guide)
‘Le programme est d’une parfaite cohérence et magistralement interpreté’ (Répertoire, France)
‘Il y a longtemps que le disque ne nous avait révélé un talent méconnu aussi brillant et attachant’ (Diapason, France)
‘…This collection of cantatas and theater music is simply stunning—rarely do we hear a composer of that age who even comes close to what Mozart was doing, but if any can make that claim, Linley certainly can… the freshness and invention—will strike you over and over…These period performances are sterling in concept and execution, and Hyperion’s midprice Helios label makes them almost irresistible’ (Audiophile, USA)

Thomas Linley The Younger – Music From The Tempest

Music for The Tempest 1777 [23’56]
1. Arise! ye spirits of the storm [5’56] SATB chorus, 2 trumpets, timpani, 2 horns, 2 oboes, 2 bassoons, strings and continuo
2. O bid your faithful Ariel fly [4’42] soprano, oboe, strings and continuo
3. Come unto these yellow sands [4’00] soprano, oboe, strings and continuo
4. Hark, hark, the watch-dogs bark [0’59] SATB chorus, 2 horns, timpani, 2 oboes, 2 bassoons, strings and continuo
5. While you here do sleeping lie [1’57] SATB chorus, 2 horns, timpani, 2 oboes, 2 bassoons. strings and continuo
6. Ere you can say ‘Come’ and ‘Go’ [2’53] soprano, 2 flutes, strings and continuo

7. THOMAS ARNE Where the bee sucks, there lurk I [2’47]
the chorus arranged by Thomas Linley from a glee by William Jackson (1730-1803) – soprano, SATB chorus, flute, 2 horns, 2 oboes, 2 bassoons, strings and continuo

Overture to The Duenna 1775 [5’33]
2 horns, 2 oboes, 2 bassoons, strings and continuo
8. Allegro [2’25]
9. Adagio [1’22]
10. Rondeau (Allegro) [1’54]

In Yonder Grove 1773 [13’44]
cantata, soprano, 2 horns, 2 oboes, 2 bassoons, cello solo, strings and continuo
11. Recitative: In yonder grove [1’40]
12. Air (Largo andante): If thy too-cruel bow be bent [3’10]
13. Recitative: Thus sunk in deep distress [0’33]
14. March [1’03]
15. Recitative: As when the sun [0’50]
16. Air: Tune, Philomel [6’23]

Ye nymphs of Albion’s beauty-blooming isle [12’03]
cantata, soprano, horn solo, oboe solo, strings and continuo
17. Recitative: Ye nymphs of Albion’s beauty-blooming isle [1’14]
18. Air (Largo): Wrapt close from harm [3’58]
19. Recitative: Thus young Emira [0’44]
20. Air (Molto allegro): Fly, Damon, to yon secret grove [6’04]

Daughter of Heav’n, fair art thou! (Darthula) [17’00]
cantata, soprano, 2 horns, strings and continuo
21. Recitative: Daughter of Heav’n, fair art thou! [1’02]
22. Air (Andante): But why dost thou retire? [1’31]
23. Recitative: Thus sung Darthula [1’06]
24. Air (Maestoso allegro: My arm shall lift the spear [5’48]
25. Recitative: He clothed his limbs in steel [1’39]
26. Air (Rondeau): When in thy beauty wilt thou rise [4’48]
27. Arioso (Adagio): Retire, O Sun [1’01]

Julia Gooding, soprano
Paul Goodwin, oboe
The Parley of Instruments Baroque Orchestra and Choir
Paul Nicholson, harpsichord and conductor

BAIXE AQUI (Parte 1) – DOWNLOAD HERE (Part 1)

BAIXE AQUI (Parte 2) – DOWNLOAD HERE (Part 2)

Restaurado – Karajan 100 Anos – Robert Schumann (1810-1856) – Symphony No. 1 In B Flat Major, Op. 38 ‘Spring’, Symphony No. 2 In C Major, Op. 61, Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’, Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120

Se ainda fosse vivo, Herbert von Karajan estaria completando 100 anos no próximo dia 5 de abril, sábado.Entre hoje e até a data, FDP Bach estará fazendo uma série de postagens em sua homenagem, modesta, mas sincera. Herr Karajan foi um dos mais importantes regentes do século XX, e não pode ser ignorado. A DG desde o ano passado está lançando uma série de CDs e DVDs com seus momentos mais marcantes.

Esta integral das sinfonias de Schumann já está engatilhada há bastante tempo, mas, devido à outras prioridades, resolvi postá-la de uma só vez. Realizada no início dos anos 70, vemos um Karajan absoluto em seu posto, no auge de sua performance frente à Filarmônica de Berlim.

Gravação 5 estrelas, sem dúvida alguma.

Robert Schumann (1810-1856) – Symphony No. 1 In B Flat Major, Op. 38 ‘Spring’, Symphony No. 2 In C Major, Op. 61, Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’, Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120

CD 1

1. Symphony No. 1 In B Flat Major, Op. 38 ‘Spring’: 1. Andante un poco maestoso – Allegro molto vivace
2. Symphony No. 1 In B Flat Major, Op. 38 ‘Spring’: 2. Larghetto – (attacca)
3. Symphony No. 1 In B Flat Major, Op. 38 ‘Spring’: 3. Scherzo, Molto vivace – Trio I-II
4. Symphony No. 1 In B Flat Major, Op. 38 ‘Spring’: 4. Allegro animato e grazioso
5. Symphony No. 2 In C Major, Op. 61: 1. Sostenuto assai – Allegro, ma non troppo
6. Symphony No. 2 In C Major, Op. 61: 2. Scherzo. Allegro vivace – Trio I-II
7. Symphony No. 2 In C Major, Op. 61: 3. Adagio espressivo
8. Symphony No. 2 In C Major, Op. 61: 4. Allegro molto vivace

CD 2

1. Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’: 1. Lebhaft
2. Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’: 2. Scherzo. Sehr massig
3. Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’: 3. Nicht schnell
4. Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’: 4. Feierlich
5. Symphony No. 3 In E Flat Major, Op. 97 ‘Rhenish’: 5. Lebhaft
6. Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120: 1. Ziemlich langsam – Lebhaft – (attacca)
7. Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120: 2. Romanze. Ziemlich langsam – (attacca)
8. Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120: 3. Scherzo. Lebhaft – Trio – (attacca)
9. Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120: 4. Langsam – Lebhaft

Herbert von Karajan
Berliner Philharmoniker

CD 1 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

[revalidado por Vassily em 26/5/2020]

[Restaurado] Schubert – Sonata para Arpeggione e Piano / Schumann – Fantasiestücke, 5 Stücke im Volkston

A gravação mais bela que ouvi da Sonata para Arpeggione foi a realizada em 1968 (?) por Rostropovich e Benjamim Britten. Era uma época estranha e o fato de que estes dois grandes músicos tenham gravado alguns discos juntos era motivo de pasmo. Houve gente “importante” que perguntava-se o que um homossexual estava fazendo com um comunista… Tenho em vinis muito bem guardados. São estupendos! Porém, em 1985, estávamos nos primeiros anos da colaboração entre o violoncelista Mischa Maisky e a pianista Martha Argerich. Como sabemos, Martita era um pouco maluquinha quando jovem e alternava concertos espetaculares e desinteressados. Para nossa sorte – e dela também -, gravava apenas a parte espetacular.

Aqui, não há nada dos dedos em fogo apontados por FDP e isto é um elogio à argentina: ela se adapta à música, não realiza o inverso, o que é às vezes inadequado, meu caro (e amado) Glenn Go… Deixa assim! A música da Arpeggione é linda, melodiosa e anunciadora do melhor romantismo. A sonata é acompanhada de algumas peças de Schumann que não prejudicam nem um pouco o CD, ao contrário.

Penso sinceramente que Clara Schumann não postou este disco por motivos de pudor. Afinal, trata-se de um disco em que estão juntos seu marido e seu maior amor musical!!! Só faltava uma obra de Brahms…

P.S.- Por que todos amam nossa Clara Schumann? (Me incluam nessa lista.)

Arpeggione 021siteP.P.S.- Arpeggione? Pois é. O “Arpeggione” é primo-irmão do violoncelo, porém com seis cordas como o violão. Foi inventado pelo luthier vienense Johann Georg Staufer em 1823. O instrumento caiu em desuso, ficando apenas seu nome. A “Sonata para Arpeggione” ou “Sonata Arpeggione” é habitualmente interpretada ao violoncelo e considerada uma das obras mais tecnicamente difíceis do repertório: fazer nas quatro cordas do violoncelo o que está escrito na partitura para as seis cordas do arpeggione implica verdadeiros malabarismo técnicos. Justificadamente, assim, ela é temida pelos violoncelistas. A primeira edição desta belíssima sonata foi publicada somente em 1871.

Franz Peter Schubert
1. Sonata for Arpeggione and Piano in A minor, D.821 – 1. Allegro moderato 11:57
2. Sonata for Arpeggione and Piano in A minor, D.821 – 2. Adagio 4:35
3. Sonata for Arpeggione and Piano in A minor, D.821 – 3. Allegretto 9:24

Arpeggione Smca Kat Nr B 12 27

Robert Schumann
4. Fantasiestücke, Op.73 – 1. Zart und mit Ausdruck 3:13
5. Fantasiestücke, Op.73 – 2. Lebhaft, leicht 3:15
6. Fantasiestücke, Op.73 – 3. Rasch und mit Feuer 3:44

7. 5 Stücke im Volkston, Op.102 – 1. Vanitas vanitatum (Mit Humor) 3:17
8. 5 Stücke im Volkston, Op.102 – 2. Langsam 3:51
9. 5 Stücke im Volkston, Op.102 – 3. Nicht schnell, mit viel Ton zu spielen 4:54
10. 5 Stücke im Volkston, Op.102 – 4. Nicht zu rasch 2:10
11. 5 Stücke im Volkston, Op.102 – 5. Stark und markiert

Mischa Maisky, cello
Martha Argerich, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

[restaurado por Vassily em 5/6/2021, em homenagem aos oitenta anos da Rainha!]