Gustav Mahler (1860-1911): Das Klagende Lied / Symphony No. 10 (Haitink)

Gustav Mahler (1860-1911): Das Klagende Lied / Symphony No. 10 (Haitink)

Das klagende Lied é uma Cantata composta entre 1878 e 1880 por Gustav Mahler. Ou seja, entre os 18 e 20 anos do compositor. Mahler começou a escrever Das klagende Lied, provavelmente inspirado num conto de fadas de Ludwig Bechstein, durante o inicio do último ano no Conservatório de Viena, onde estudou entre 1875 e 1878. A Cantata divide-se em 3 partes: Waldmärchen (Lenda da Floresta), Der Spielmann (O Trovador) e Hochzeitsstück (Peça de Casamento). Modificada por Mahler entre 1893 e 1898, a Cantata (sem Waldmärchen) estreou em 17 de fevereiro de 1901 em Viena.

Eu acho essa música sensacional, principalmente a Waldmärchen, mas houve drama… A Cantata foi apresentada em uma competição de composições — o Prêmio Beethoven. Entre os juízes estava Brahms e ele deu o primeiro lugar para um tal Robert Fuchs (1847-1927), em vez de para a cantata de Mahler. Dizem que Brahms a achou detestavelmente wagneriana. Em 1883, Mahler, mostrou trabalho a Liszt, mas, mais uma vez, ele foi rejeitado. O velho opinou que a Waldmärchen era um horror. Por outro lado, o CD também traz o último trabalho de Mahler, o fragmento inicial de sua 10ª Sinfonia, a qual permaneceu incompleta.

Gustav Mahler (1860-1911): Das Klagende Lied / Symphony No. 10

1. Das Klagende Lied – Beim Weidenbaum, Im Kuhlen Tann
2. Das Klagende Lied – Ein Spielmann Zog Einst Des Weges Daher
3. Das Klagende Lied – Ach Spielmann, Lieber Spielmann Mein
4. Das Klagende Lied – Von Hohen Felsen Erglanzt Das Schlo
5. Das Klagende Lied – Was Ist Der Konig So Stumm Und Bleich
6. Das Klagende Lied – Ach Spielmann, Lieber Spielmann Mein
7. Das Klagende Lied – Auf Springt Der Konig Van Seinem Thron
8. Das Klagende Lied – Ach Bruder, Lieber Bruder Mein!

9. Symphony No. 10 In F Sharp Major – Andante – Adagio

Heather Harper, soprano
Norma Procter, contralto
Werner Hollweg, tenor

Netherlands Radio Chorus
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink, conductor

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Vocês vão pensar que eu estou brincando, mas este era Mahler aos 23 anos, o mesmo que foi "torturado por Brahms e Lizst.
Vocês vão pensar que eu estou brincando, mas este era Mahler aos 23 anos, o mesmo que foi “torturado” por Brahms e Liszt.

PQP

Gustav Mahler (1860–1911): Sinfonia No. 3 – Berliner Philharmoniker – Gustavo Dudamel ֍

Gustav Mahler (1860–1911): Sinfonia No. 3 – Berliner Philharmoniker – Gustavo Dudamel ֍

Gustav Mahler

Sinfonia No. 3 em ré menor

Berliner Philharmoniker

Gustavo Dudamel

 

Há dias ensaiava uma postagem com alguma obra de Mahler. Eu adoro a música de Mahler, especialmente pelos Lieder, mas confesso que preciso manter um certo distanciamento dessa música de tempos em tempos. É música muito intensa para ser ouvida levianamente. Assim vivo uns períodos de imersão e depois, distanciamento novamente.

Pois minha última imersão se deu esses dias e foi pela Terceira Sinfonia, que quase encerrou o ciclo das Sinfonias do Wunderhorn, aquelas que dividem material musical e usam poemas da coleção chamada Des Knaben Wunderhorn. Ela só não fechou este ciclo pois seu material acabou gerando mais uma sinfonia, a lindíssima Quarta Sinfonia, que usa o Lied ‘Das himmlische Leben’, que era programado para ser o último movimento da Terceira.

Há uma série de maravilhosas gravações desta Terceira Sinfonia e não resisto a mencionar algumas das minhas preferidas. Começo mencionando uma rara gravação comercial feita nos anos 70 pela London Symphony Orchestra regida por Jascha Horenstein e outra também relativamente antiga, regida por um dos primeiros regentes a difundir efetivamente a música de Mahler, Leonard Bernstein, a frente da New York Philharmonic, no selo CBS Masterworks, posteriormente comprado pela Sony. Pelo selo amarelo, há duas gravações muito interessantes feitas pelo saudoso Claudio Abbado, a primeira regendo a Wiener Philharmoniker e a segunda regendo a maravilhosa Berliner Philharmoniker. Esta última orquestra também aparece numa gravação da Philips, agora sob a regência do sempre competente Bernard Haitink. E como as orquestras voltam às obras importantes, a London Symphony Orchestra também aparece numa linda gravação no selo Sony, regida pelo americano Michael Tilson Thomas. Nesta gravação, há um ótimo bônus, com a excelente Janet Baker cantando os Rückert Lieder.

A gravação que eu estava namorando para postar tem a regência de Ivan Fischer, mas foi atropelada pela gravação que aqui apresento e que foi enviada pelo amigo FDP Bach! Dudamel regendo a espetacular Berliner Philharmoniker. Quando botei minhas mãos na mesma, fui logo ouvir o Coro dos Anjos, pois se fazia tarde e a sinfonia é longa. Eu adoro este movimento desde que o ouvi pela primeira vez no famoso LP da Deustche Grammaphon – Mahler para Milhões, com a Orquestra da Rádio Bávara regida por Rafael Kubelik, com o Tölzer Knabenchor.

O que me chamou a atenção especialmente nesta versão foi a qualidade da gravação. Incrível! Imperdível, diriam outros… Depois descobri, esta gravação é parte de um ciclo completo das Sinfonias de Mahler no selo da Berliner Philharmoniker, com todas as gravações feitas ao vivo com a orquestra, com possíveis diferentes regentes.

Sobre a Sinfonia, o que dizer? Que é impressionantemente grande, que foi concebida tendo um plano de progressivo desenvolvimento, do terreno para o etéreo… Os nomes dos movimentos originalmente enfatizavam este planejamento: O despertar de Pan; O que as flores dos campos me dizem; O que os animais da floresta me dizem; O que me dizem os seres humanos; O que me dizem os anjos; O que o Amor me diz. Mas os planos iniciais foram se ajustando na medida que a composição foi avançando. O primeiro movimento foi o último a ser terminado e é imenso. Seu desenvolvimento impressionou o próprio Mahler, que escreveu para seu protegido Bruno Walter dizendo: É terrível, a forma como ele continua a crescer, a se expandir, muito além de tudo o que eu já compus até agora, deixando até minha Segunda Sinfonia se parecer a um bebê. Como já mencionei, o plano original considerava um sétimo movimento com o Lied que acabou no final da sinfonia seguinte e isso deu a esta sinfonia mais uma característica especial que é a de terminar em um adagio, que trata do Amor…

Depois da primeira audição, Mahler subtraiu todos os títulos dos movimentos, apresentando a sinfonia como música absoluta, como se os títulos fossem andaimes que podiam ser retirados uma vez que a obra estava em pé, numa feliz comparação feita pelo Bruno Walter.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 3 em ré menor

  1. Kräftig. Entschieden
  2. Tempo di Menuetto. Sehr mäßig
  3. Comodo. Scherzando. Ohne Hast
  4. Sehr langsam. Misterioso. Durchaus ppp
  5. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
  6. Langsam. Ruhevoll. Empfunden

Gerhild Romberger, contralto

Damen des Rundfunkchors Berlin

Knaben des Staats- und Domchors Berlin

Berliner Philharmoniker

Gustavo Dudamel

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FLAC | 379 MB

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MP3 | 320 KBPS | 227 MB

Gustavo Dudamel is in charge of the Third Symphony. […] This reading of the Third impresses from the very start. […] Overall, there’s all the necessary colour and swagger in a marvellous account of this opening movement.

Part II of the symphony encompasses the remaining five movements. […} The […} ‘Bimm bamm’ movement is fresh and sprightly; the choirs are well-disciplined. The long finale opens raptly. […] This is one of the peaks of this set. Parte da crítica que pode ser lida na íntegra aqui.

Dudamel em tempos de Covid…

Aproveite!
René Denon

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quarta Década (1971-1980) [Martha Argerich, 80 anos]

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Quarta Década (1971-1980) [Martha Argerich, 80 anos]

1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-


Martha chegou aos trinta anos com a carreira já consolidada, após o triunfo no VII Concurso Internacional Chopin. Baseada na Suíça Romanda e casada com o regente Charles Dutoit, via-se bastante requisitada pelos estúdios e em turnês pela Europa, Américas e Japão. Restava pouco tempo para a família que crescia: além da genebrina Lyda e da bernesa Anne-Catherine, filha de Dutoit, a década ainda veria o nascimento de outra menina, Stéphanie, fruto de seu breve relacionamento com o pianista Stephen Kovacevich – e que, após um frugal cara e coroa, recebeu o sobrenome da mãe.

Passaremos ao largo da colorida, dir-se-ia rocambolesca vida pessoal de nossa deusa, uma porque jamais conseguiríamos contá-la de maneira tão deliciosa quanto a do documentário que Stéphanie lhe dedicou, outra porque, no que tange ao nosso interesse maior, que é a grande música que faz a Rainha, sua década foi por demais prolífica para perdermos tempo com ninharias que envolvam fraldas e ruidosos compartilhamentos de lençóis.

Vamos, pois, à música:


A primeira gravação da quarta década de Martha inclui aquela que é, talvez, a mais sensacional leitura jamais feita da sonata de Liszt. Sei que muitos preferem a atenção ao detalhe à pirotecnia, mas, claramente inspirada no legendário registro de seu ídolo Horowitz, a Rainha aqui entrega puro frenesi. Muitas vezes vejo-me em saturação sensorial após ouvir essa sonata, mas sempre vale a pena. Completa o disco a sonata em Sol menor de Schumann, uma obra menos visitada desse compositor que é, confessadamente, o xodó da vovó.

Franz LISZT (1811-1886)
Sonata para piano em Si menor, S. 178
1 – Lento assai – Allegro energico
2 – Grandioso
3 – Cantando espressivo
4  – Pesante – Recitativo
5 – Andante Sostenuto
6 – Quasi adagio
7 – Allegro energico
8 – Più mosso
9 – Cantando espressivo senza slentare
10 – Stretta quasi presto – Presto – Prestissimo
11 – Andante Sostenuto – Allegro Moderato – Lento Assai

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Sonata para piano no. 2 em Sol menor, Op. 22
12 – So rasch wie möglich
13 – Andantino
14 – Scherzo. Sehr rasch und markiert
15 – Satz: Rondo. Presto – Etwas langsamer – Prestissimo

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em junho de 1971

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É curioso que, numa discografia relativamente pequena como a de Martha, haja duas gravações tocando uma das quatro partes para piano da “cantata dançada” Les Noces, de Stravinsky. Nesta, que é a primeira delas, ela colabora com o então esposo, Charles Dutoit, e inaugura em disco a parceria com Nelson Freire, seu velho amigo desde os tempos de estudantes em Viena (a segunda gravação de Les Noces, sob Bernstein e na distinta companhia de Krystian Zimerman, já apareceu antes por aqui)

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)
Les Noces, Cenas Coreográficas com Música e Vozes
1 – La tresse
2 – Chez le Marié
3 – Le Départ de la Mariée
4 – Le Repas de Noces

5-10 – Renard, Histoire burlesque chantée et jouée
6 – Ragtime para onze instrumentos

Basia Retchitzka, soprano
Arlette Chedel, contralto
Eric Tappy, tenor
Philippe Huttenlocher, baixo
Chœur Universitaire de Lausanne
Michel Corboz, regente do coro
Harald Glamsch, Jean-Claude Forestier, Markus Ernst, Rafael Zambrano, Roland Manigley e Urs Herdi, percussão
Edward Auer, Nelson Freire e Suzanne Husson, pianos
Charles Dutoit, regência

Gravado em Lausanne, Suíça, em junho de 1972

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Os raros registros seguintes, jamais lançados em mídia digital, são provavelmente os primeiros testemunhos de três vertentes que viriam a ter importância crescente na carreira da Rainha: sua participação em festivais, muitas vezes centrados nela; a colaboração com outros virtuoses em música de câmara; e as gravações ao vivo. Dignos de nota são os belíssimos quintetos com piano de Dvořák e de Schumann, em colaboração com Salvatore Accardo, diretor do Festival Internazionale di Musica d’Insieme, durante o qual foram feitas as gravações. Note-se também, ainda que sem a participação de Martha, a primeira gravação de que se tem registro do Quartettsatz, a única obra que Mahler deixou para um conjunto de câmara.

Antonín Leopold DVOŘÁK (1841-1904)
Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em Lá maior, Op. 81

1 – Allegro, ma non tanto
2 – Dumka: Andante con moto
3 – Scherzo (Furiant): Molto vivace
4 – Finale: Allegro

Salvatore Accardo e Pierre Amoyal, violinos
Luigi Alberto Bianchi, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

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Robert SCHUMANN
Quinteto para piano, dois violinos, viola e violoncelo em Mi bemol maior, Op. 44
1 – Allegro brillante
2 – In modo d’una marcia
3 – Scherzo: Molto vivace. Trio
4 – Allegro ma non troppo

Salvatore Accardo e Felice Cusano, violinos
Dino Asciolla, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

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César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Salvatore Accardo, violino

Gustav MAHLER (1860-1911)
Quartettsatz em Lá menor para piano, violino, viola e violoncelo
5 – Nicht zu schnell

Claude Levoix, piano
Salvatore Accardo, violino
Pasquale Pellegrino, viola
Klaus Kanngiesser, violoncelo

Gravado em Nápoles, Itália, em novembro de 1973

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Evidente que não faltaria Chopin a essa década, e Martha capricha neste álbum: a sonata em Si bemol menor tem uma marcha fúnebre impressionante e o mais líquido e tempestuoso de todos seus finales. Completam o disco um scherzo – talvez o gênero na obra do polonês mais afeito à personalidade artística da Rainha – e uma Grande Polonaise realmente brilhante, antecedida dum Andante spianato tão delicado que a gente chega quase a duvidar de que os dedos que o fizeram foram os mesmos que causaram a torrente da faixa anterior.

 Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
Sonata para piano no. 2 em Si bemol maior, Op. 35
1 – Grave – Doppio movimento
2 – Scherzo
3 – Marche Funèbre. Lento
4 – Finale. Presto

Grande Polonaise Brillante para piano em Mi bemol maior, precedida de um Andante spianato, Op. 22
5 – Andante spianato: Tranquillo – Polonaise: Allegro molto

Scherzo para piano no. 2 em Si bemol menor, Op. 31
6 – Presto

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em julho de 1974

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Ravel é outro xodó a quem Martha dedicou gravações insuperáveis. Este é possivelmente o melhor Gaspard de la Nuit jamais gravado e, uma vez que se o escuta, torna-se impossível confundi-lo com qualquer outro: somente a Rainha, afinal, seria capaz de fazer um Scarbo tão veloz, soturno e grotesco (muito embora, como bem lembrou um amigo, Martha tenha declarado que quis morrer ao ouvir o produto dessa gravação, pois estava grávida  e achou que tocara “muito devagar” (!))

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Gaspard de la nuit, três poemas para piano após Aloysius Bertrand, M. 55
1 – Ondine
2 – Le gibet
3 – Scarbo

Sonatina para piano
4 – Modéré
5 – Mouvement de Menuet
6 – Animé

Valses Nobles et Sentimentales, para piano
7 – Modéré – Très franc
8 – Assez lent – Avec une expression intense
9 – Modéré
10 – Assez animé
11 – Presque lent – Dans un sentiment intime
12 – Vif
13 – Moins vif
14 – Epilogue. Lent

Gravado em Berlim Ocidental, Alemanha Ocidental, em novembro de 1974

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Se foram os prelúdios que começaram a mudar a história de Martha no VII Concurso Internacional Chopin, aqui se tem uma ótima prova: o Op. 28, com suas miniaturas concisas e expressivas, é perfeitamente afeito ao toque da Rainha. A curiosa inclusão dos pouquíssimo gravados prelúdios Op. 45 e Op. póstumo sugere que esta gravação fizesse parte dos planos de uma integral chopiniana, que jamais foi adiante.

Fryderyk CHOPIN
Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 28
1 – No. 1 em Dó maior: Agitato
2 -No. 2 em Lá menor: Lento
3 – No. 3 em So maior: Vivace
4 – No. 4 em Mi menor: Largo
5 – No. 5 em Ré maior: Molto allegro
6 – No. 6 em Si menor: Lento assai
7 – No. 7 em Lá maior: Andantino
8 – No. 8 em Fá sustenido menor: Molto agitato
9 – No. 9 em Mi maior: Largo
10 – No. 10 em Dó sustenido menor: Molto allegro
11 – No. 11 em Si maior: Vivace
12 – No. 12 em Sol sustenido menor: Presto
13 – No. 13 em Fá sustenido maior: Lento
14 – No. 14 em Mi bemol menor: Allegro
15 – No. 15 em Ré bemol maior: Sostenuto
16 – No. 16 em Si bemol menor: Presto con fuoco
17 – No. 17 em Lá bemol maior: Allegretto
18 – No. 18 em Fá menor: Molto allegro
19 – No. 19 em Mi bemol maior: Vivace
20 – No. 20 em Dó menor: Largo
21 – No. 21 em Si bemol maior: Cantabile
22 – No. 22 em Sol menor: Molto agitato
23 – No. 23 em Fá maior: Moderato
24 – No. 24 em Ré menor: Allegro appassionato

Prelúdio para piano em Dó sustenido menor, Op. 45
25 – Sostenuto

Prelúdio para piano em Lá bemol maior, Op. Posth.
26 – Presto con leggierezza

Gravado em Munique, Alemanha Ocidental, em outubro de 1975 (Op. 28) e Watford, Reino Unido, em fevereiro de 1977 (Op. 45, Op. Posth.)

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O violinista israelo-francês Ivry Gitlis (1922-2020) foi amigo de Martha por mais de seis décadas e com ela tocou em muitos festivais, sobretudo a sonata de Franck. Esta é a única gravação que fizeram em estúdio e, embora eu não seja fã nem do timbre, nem do rubato de Gitlis, ela vale para imaginar o que a Rainha seria capaz de fazer se tocasse mais Debussy.

César FRANCK
Sonata em Lá maior para violino e piano
1 – Allegretto ben moderato
2 – Allegro
3 – Ben moderato: Recitativo-Fantasia
4 – Allegretto poco mosso

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
Sonata em Sol menor para violino e piano
5 – Allegro vivo
6 – Intermède. Fantasque et léger
7 – Finale. Très animé

Ivry Gitlis, violino

Gravado em Milão, Itália, em 1976

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Ainda que realizadas no final dos anos 70, estas gravações ao vivo naquele templo da perfeita acústica que é o Concertgebouw de Amsterdã foram lançadas somente em nosso século. Nelas pode-se apreciar uma parte do vasto repertório que a Rainha jamais trouxe aos estúdios e perceber que seu temperamento artístico em performances ao vivo é ainda mais ebuliente. Martha não teme correr riscos – poucos se animam a encarar o Gaspard de la Nuit ante uma plateia, ainda mais com tanta agilidade – e tampouco liga para as eventuais esbarradas. Se o Scherzo de Chopin certamente não é o seu melhor, as seleções de Bartók e Prokofiev seguramente estão entre seus mais sensacionais momentos. Ouvi-la in natura é, enfim, expor-se a um fenômeno da Natureza, sem abrigos, nem truques, e com absoluta certeza do estupor: já tive esse privilégio duas vezes, e ainda quererei tê-lo outra vez, enquanto a deusa quiser dar os ares de sua imensa graça num palco que eu possa visitar.

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Partita no. 2 em Dó menor, BWV 826
1 – Sinfonia — Grave. Adagio
2 – Sinfonia – Andante
3 – Allemande
4 – Courante
5 – Sarabande
6 – Rondeau – Capriccio

Fryderyk CHOPIN
Dos Dois noturnos para piano, Op. 48:
7 – No. 1 em Dó menor: Lento

Scherzo para piano no. 3 em Dó sustenido menor, Op. 39
8 – Presto con fuoco

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para piano, Sz. 80
9 – Allegro moderato
10 – Sostenuto e pesante
11 – Allegro molto

Alberto Evaristo GINASTERA (1916-1983)
Danzas Argentinas, para piano, Op. 2
12 – Danza del Viejo Boyero
13 – Danza de la Moza Donosa
14 – Danza del Gaucho Matrero

Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)
Sonata para piano no. 7 em Si bemol maior, Op. 83
15 – Allegro inquieto — Andantino
16 – Andante caloroso
17 – Precipitato

Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)
Sonata em Ré menor, K. 141/L. 422
18 – Allegro

Johann Sebastian BACH
Da Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807:
19 – Bourrée

Gravado em Amsterdã, Países Baixos em maio de 1978 (7-14, 18-19) e abril de 1979 (1-6, 15-17)

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Robert SCHUMANN
Fantasiestücke, para piano, Op. 12
1 – Des Abends
2 – Aufschwung
3 – Warum?
4 – Grillen
5 – In der Nacht
6 – Fabel
7 – Traumes Wirren
8 – Ende vom Lied

Maurice RAVEL
Sonatine, para piano
9 – Modéré
10 – Mouvement de Menuet
11 – Animé

Gaspard de la Nuit
12 – Ondine
13 – Le Gibet
14 – Scarbo

Gravado em Amsterdã, em maio de 1978 (1-8, 12-14) e em abril de 1979 (9-11)

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Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)
Concerto para piano e orquestra no. 25 em Dó maior, K. 503
1 – Allegro maestoso
2 – Andante
3 – Allegretto

Nederlands Kamerorkest
Szymon Goldberg, regência

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Dó maior, Op. 15
4 – Allegro con brio
5 – Largo
6 – Allegro scherzando

Koninklijk Concertgebouworkest
Heinz Wallberg, regência

Gravado em Amsterdã em maio de 1978 (Mozart) e outubro de 1992 (Beethoven)

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Se a Rainha tem os seus xodós musicais, ela também tem seus países favoritos. Um deles é a Polônia, onde venceu o concurso que lhe foi a catapulta para o superestrelato, e para a qual volta com muita frequência. Nessa gravação, ela se faz acompanhar da mesma orquestra com que tocou na fase final do VII Concurso Chopin, ainda que curiosamente passe ao largo das obras do polonês em prol de dois de seus outros cavalos de batalha: o concerto no. 1 de Tchaikovsky, do qual ela fez gravações famosas com Kondrashin e Dutoit, e o concerto de Schumann, que ela toca praticamente desde o ovo.

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23
1 – Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
2 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo Ⅰ
3 – Allegro con fuoco

Robert SCHUMANN
Concerto para piano e orquestra em Lá menor, Op. 54
4 – Allegro affetuoso
5 – Intermezzo. Andante grazioso – attacca:
6 – Allegro vivace

Orkiestra Filharmonii Narodowej w Warszawie
Kazimierz Kord, regência

Johann Sebastian Bach
Da Suíte Inglesa no. 2 em Lá menor, BWV 807:
7 – Bourrée

Fryderyk Chopin
Das Três mazurcas para piano, Op. 63:
8 – No. 2 em Fá menor

Domenico SCARLATTI
Sonata em Ré menor, K. 141/L. 422
9 – Allegro

Alberto Ginastera
Das Danzas argentinas, Op. 2
10 – No. 2: Danza de la Moza Donosa

Gravado em Varsóvia, Polônia, em dezembro de 1979

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Por fim, uma gravação pouco conhecida em que Martha não só nos encanta ao teclado, como também dirige a orquestra. Em seu único registro fonográfico como regente, o concerto de Haydn – o gênio que ela gravou tão pouco – com a London Sinfonietta é especialmente delicioso.

Ludwig van BEETHOVEN
Concerto para piano e orquestra no. 2 em Si bemol maior, Op. 19

1 – Allegro con brio
2 – Adagio
3 – Rondò. Molto allegro

Joseph HAYDN (1732-1809)
Concerto para piano em Ré maior, Hob. ⅩⅧ-11
4 – Vivace
5 – Un poco adagio
6 – Rondo all’ungherese. Allegro assai

London Sinfonietta
Nona Liddell, spalla
Martha Argerich, regência

Gravado em Londres, Reino Unido, em 1980

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Martha Argerich, piano

Da mesma década da carreira de Marthinha vocês já encontravam no blog:

[Restaurado] Serguei Prokofiev – Sonate for Flute in D, op. 94, Cesar Franck – Sonata in A (transcribed for Flute) – Martha Argerich, James Galway


#SCHMNN210 – Robert Schumann (1810-1856): Fantasia op. 17; Fantasiestücke op. 12 (Martha Argerich)


Igor Stravinsky (1882-1871) – Les Noces III (The Wedding), ballet in 4 tableaux for vocal soloists, chorus, 4 pianos & percussion e Mass, for chorus & double wind quintet


Bela Bartok (1881-1945): Sonata for 2 Pianos and Percussion, BB 115, W. A. Mozart (1756-1791): Andante and Five Variations in G for Piano (4-Hands), K.501, Debussy: En blanc et noir, L.134


[Restaurado] Argerich Collection – Beethoven, Chopin, Tchaikovsky, Schumann, Liszt, Prokofiev e Ravel


J. S. Bach (1685-1750): Toccata BWV 911 / Partita BWV 826 / English Suite No. 2 BWV 807


Serguei Rachmaninov (1873-1943) – Piano Concerto nº3, in D Minor, op. 30, Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Piano Concerto nº1, in B Flat Minor, op. 23 (Argerich, Chailly, Kondrashin)


[Restaurado] Chopin: Cello Sonata; Polonaise Op.3; Schumann: Adagio & Allegro – Rostropovich – Argerich


 

 



La nostra regina parla italiano

Vassily

Mahler (1860 – 1911): Lieder – Christa Ludwig & Gerald Moore ֍

Mahler (1860 – 1911): Lieder – Christa Ludwig & Gerald Moore ֍

Gustav Mahler

Lieder

Christa Ludwig

Gerald Moore

 

Este é um disco para especialistas e, portanto, se você não tem atração por essas específicas canções, siga seu caminho para as postagens mais próximas. Mas, se você, assim como eu, já provou e gostou dos Lieder, especialmente do período romântico tardio, prepare-se para algo bem especial. O álbum reúne quatro grandes nomes nesse assunto e a lista vem hoje encabeçada por Christa Ludwig, a cantora que faleceu recentemente (em 24 de abril de 2021) e a quem aqui justamente prestamos uma homenagem.

Gerald Moore

Ela vai assim juntar-se aos outros três nomes da minha lista e que já lá se foram para o Himmlisches Paradies. São eles o compositor Gustav Mahler, o pianista Gerald Moore e Walter Legge, o produtor mais poderoso e influente naqueles dias de novembro de 1957.

Walter Legge tinha uma paixão por música e em especial por Lieder. Era casado com Elisabeth Schwarkopf e a lista dos cantores que trabalhavam em cooperação com ele era estelar. Incluía Hans Hotter, Dietrich Fischer Dieskau. Se considerarmos as gravações de óperas, além deles temos Maria Callas, Tito Gobbi, Nicolai Gedda e inúmeros outros.

Christa Ludwig transitou em todas estas áreas com maravilhosa competência. Aqui ela mostra sua arte nas canções acompanhadas ao piano por um dos acompanhantes de piano que estabeleceu padrões altíssimos para esta função e tornou-se uma referência. Ela voltaria a gravá-las acompanhada por orquestras e grandes regentes, como Otto Klemperer e Lenny Bernstein. Mas aqui temos a oportunidade de ouvi-la em um momento muito especial de sua carreira.

Walter Legge

As 15 canções do programa incluem canções com letras de Rückert, algumas da coleção Des Knaben Wunderhorn e algumas canções de juventude do compositor. Não deixe de ouvir as minhas preferidas Ich atmet’ einen linden Duft, Liebst du um Schönheit, Wer hat dies Liedlein erdacht?, Des Antonius von Padua Fischpredigt e Rheinlegendchen.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Ruckert Lieder

  1. Ich atmet’ einen linden Duft
  2. Ich bin der Welt abhanden gekommen
  3. Um Mitternacht
  4. Liebst du um Schönheit

Des Knaben Wunderhorn

  1. Der Schildwache Nachtlied
  2. Wer hat dies Liedlein erdacht?
  3. Das irdische Leben
  4. Des Antonius von Padua Fischpredigt
  5. Rheinlegendchen
  6. Wo die schönen Trompeten blasen
  7. Lob des hohen Verstandes

Vierzehn Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit

  1. Frühlingsmorgen (Leander)
  2. Hans und Grethe (Volkslied)

Knaben Wunderhorn

  1. Um schlimme Kinder artig zu machen
  2. Ich ging mit Lust

Christa Ludwig, mezzo-soprano

Gerald Moore, piano

Produção de Walter Legge

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FLAC | 233 MB

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MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Christa Ludwig habitually named three conductors from whom she had learned everything she needed to know about music: Karl Böhm for precision, Herbert von Karajan for beauty of sound and legato, and Leonard Bernstein for the expressive quality and joy of music. [The Guardian]

Aproveite!

René Denon

Gustav Mahler (1860-1911): Symphony no. 7, Five Lieder – Christa Ludwig, Philharmonia Orchestra, Otto Klemperer

Dois de nossos leitores pediram homenagens à grande Christa Ludwig, falecida recentemente aos 93 anos. Com a lentidão habitual do nosso SAC, mas antes que vocês joguem tomates na sede da PQPBach S.A., trazemos hoje um disco com um verdadeiro dream team mahleriano que também gravou Das Lied von der Erde, postada em 2018 por FDP Bach.

A magnífica mezzo-soprano Christa Ludwig, com sua voz carregada de emoções, parece perfeita para essas canções de Mahler. Não consigo imaginá-la em papéis cômicos como por exemplo de opera buffa de Mozart, embora eu saiba que ela também os fez.

A sétima sinfonia de Mahler, apelidada Canção da Noite (subtítulo não atribuído por Mahler), tem seu miolo composto por dois movimentos noturnos e, bem no meio, um scherzo também sombrio, como antes Chopin já tinha imaginado seus scherzi… O primeiro movimento noturno (allegro moderato) foi comparado por Mahler ao quadro A Ronda Noturna, do pintor neerlandês Rembrandt. É uma espécie de marcha noturna, com alguns cantos de pássaros e outros detalhes típicos de Mahler. Em cartas, o compositor descreveu o segundo movimento noturno (andante amoroso) como uma serenata, com acompanhamento por instrumentos de cordas: harpas, violão e bandolim, sonoridades bem raras na tradição da música orquestral vienense. O último movimento é um rondo em que podemos sentir o sol nascendo após aquela longa noite, mesmo programa do movimento final da 5ª sinfonia de Mahler. Ele claramente estava de olho nas estrelas, nas fases da lua, nos pásssaros, no nascer e pôr do sol, preocupações estéticas bem diferentes dos microtextos do twitter, selfies do instagram e reality shows onde pessoas trancadas passam o dia brigando e olhando para seus umbigos, para entretenimento de outras pessoas trancadas.

Gustav Mahler (1860-1911): Symphony no. 7
1. Langsam (Adagio) — Allegro risoluto, ma non troppo
2. Nachtmusik. Allegro moderato
3. Scherzo. Schattenhaft
4. Nachtmusik. Andante amoroso
5. Rondo-Finale. Tempo I (Allegro ordinario)
Gustav Mahler (1860-1911): Five Lieder
6. Ich bin der Welt abhanden gekommen (Rückert-Lieder)
7. Um Mitternacht (Rückert-Lieder)
8. Das irdische Leben (Des Knaben Wunderhorn)
9. Ich atmet einen linden Duft (Rückert-Lieder)
10. Wo die schnen Trompeten blsen (Des Knaben Wunderhorn)

Christa Ludwig – Mezzo Soprano, Philharmonia Orchestra (Lieder, 1964)
New Philharmonia Orchestra (Symphony, 1968)
Otto Klemperer – Conductor

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Otto Klemperer (1885-1973) e Christa Ludwig (1928-2021) na capa do LP da His Master’s Voice

 

(From Amazon) This grand and brooding and mysterious symphony finally gets the performance it deserves. I have recordings of the Mahler Seventh (also known as “Lied der Nacht” or “Song of the Night”) conducted by Kubelik, Maazel, Abbado, and Michael Tilson Thomas, but my favorite by far is this performance by Klemperer leading the New Philharmonia Orchestra.
Perhaps this results from Klemperer’s special insights, since he was present in Prague in 1909 when Mahler rehearsed the premiere performance. (Bruno Walter and a number of other young conductors also were there.) Klemperer reported that Mahler held some 24 rehearsals before the first public performance.
According to Harry Neville’s liner notes of the Angel LP album Klemperer later wrote that Mahler’s “technique was remarkable. Each day after rehearsal he used to take the entire orchestral score home with him for revision, polishing and retouching. We younger musicians, Bruno Walter, Bodanzky, von Keussler and I, would gladly have helped him, but he would not hear of it and did it all on his own.” Klemperer was about 24 at the time, but he was about 84 when he conducted this recording.
Richard Q. Hofacker, Jr. – Basking Ridge, New Jersey, USA

Pleyel

Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia nº 5 – Zubin Mehta, Los Angeles Philharmonic Orchestra

Fiquei por dois dias sem acesso à Internet nem a TV, deu algum problema com minha operadora. Neste meio tempo aproveitei para fuçar meu acervo, e reencontrei esta preciosidade no meio da bagunça generalizada que é meu acervo. Foi um disco que me marcou profundamente, pois com ele conheci Mahler. Aliás, esta série ‘Ovation’ da DECCA era presença garantida nas lojas de discos lá em meados da década de 80. Comprei vários, mas eles desapareceram nas areias do passado, só restou este.

Demorei para conhecer Mahler, mas quando conheci, nunca mais o deixei. E foi exatamente com este disco, com esta capa, onde o jovem Zubin Mehta rege a magnífica Quinta Sinfonia, frente à Filarmônica de Los Angeles. Quando os sopros abrem a “Trauermarsch” (Marcha Fúnebre) comecei a entender que o assunto ali era sério. E durante os próximos sessenta e cinco minutos seguintes fiquei em estado de espera, para ver aonde aquilo tudo iria me levar. Trouxe anteriormente outro excelente registro de Mehta regendo Mahler, a Segunda Sinfonia, com a Filarmônica de Viena, também lá no começo de sua carreira. Performance histórica, que a gravadora DECCA lançou em sua coleção DECCA LEGENDARY PERFORMANCES. Mas confesso que essa aqui é a minha favorita.

Esta Sinfonia já apareceu por aqui em outras excelentes gravações, trago Mehta sem nenhum motivo maior que não o de evocar boas lembranças de minha juventude. A  melancolia que permeia esta obra me comove até hoje, mesmo depois de trinta e poucos anos que a conheço. Seu ‘Adagietto’ serviu de trilha sonora para um dos mais belos filmes que já vi, ‘Morte em Veneza’, de Luchino Visconti, assunto já abordado aqui mesmo no PQPBach por algumas vezes.

Mas vamos ao que viemos, apreciar a boa música.

  1. Trauermarsch
  2. Sturmisch bewegt Mit grosster Vehemenz
  3. Scherzo Kraftig nicht zu schnell
  4. Adagietto Sehr langsam
  5. Rondo-Finale Allegro

Los Angeles Philharmonic Orchestra

Zubin Mehta – Conductor

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia no. 9 em Ré menor, Op. 125, “Coral”, retocada por Gustav Mahler – Järvi #BTHVN250

O regente da apresentação de hoje sente a necessidade de fazer alguns comentários sobre a interpretação da Nona Sinfonia que, depois da mais recente experiência, não parecem ser supérfluos. Para começar, gostaria de apontar que Beethoven, através de sua perda auditiva que se tornaria surdez completa, tinha perdido o necessário contato próximo com a realidade. Isso aconteceu exatamente no período de sua vida criativa em que, através duma elevação sem precedentes de suas concepções, ele avançou na busca de meios de expressão e no sentido de um tratamento até então desconhecido e drástico da orquestra. Isso é tão bem sabido quanto o fato de que os metais daquela época não permitiam certas frequências de sons necessários para a formação da melodia. A necessidade trazida por essas carências ao longo do tempo levou a um aperfeiçoamento desses instrumentos e parece-nos quase um crime não lançar mão dessa vantagem.

Richard Wagner tentou apaixonadamente toda sua vida, em palavras e ações, tirar as interpretações das obras de Beethoven do estado de negligência realmente insuportável no qual caíram. Ele explicou suas experiências e esforços para uma interpretação dessa obra na monografia “A Propósito da Interpretação da Nona Sinfonia”, uma monografia que é aparentemente pouco conhecida e estudada. Todos regentes modernos apropriaram-se, essencialmente, de seus ensinamentos e orientação.

O regente da apresentação de hoje, em sua mais plena convicção, também seguiu esse caminho. Ele deve decididamente protestar contra a insinuação de que ele, de alguma maneira, fez mudanças arbitrárias na instrumentação. Ele, ao contrário, empenhou todo esforço para, no todo e nas individualidades, seguir até as minúcias de indicações e prescrições do mestre (Beethoven) e não deixar se perderem quaisquer de suas intenções que estão frequentemente ocultas ao olhar superficial. Ele [o regente], por outro lado, lançou mão de todas vantagens da orquestra moderna e especialmente de todos os meios de que dispomos até um grau muito mais maduro, de modo a não ocultar as intenções de Beethoven em uma massa confusa de som, e sim trazê-las à vida sonora com uma exatidão que segue o mestre até o mínimo detalhe.

Ele sente que é seu dever, considerando o conjunto dos instrumentos de corda que recentemente cresceu de modo tão tremendo, dobrar as madeiras e as trompas, mas de modo algum dar uma nova voz a esses auxiliares.

A propósito, ele pode apontar que, com isso, ele está tão só seguindo o costume de seu antecessor nessa posição. Ele rejeita de modo enfático a acusação de que agiu descuidadamente em sua interpretação e na explicação das notações de Beethoven, e ele se dispõe a provar através da partitura que com cada mais diminuto desvio da prática tradicional, ele agiu com necessidade premente e que, no todo, sua interpretação usou da moderação necessária exigida pela veneração pelo mestre e por suas vontades”.


Mahler foi tão execrado pelos seus “retoques” (“Retuschen”) na sacrossanta Nona do “imexível” Beethoven que, ainda de orelhas quentes pelo escândalo da primeira récita de sua versão editada, fez questão de redigir essa nota para que fosse impressa e entregue ao público antes da segunda. Não adiantou muito: os vienenses seguiram tiriricas e, por mais que tenham tolerado ou viessem a tolerar Retuschen em obras de Smetana e Schumann, não admitiam que se mudasse uma semifusa sequer de seu cidadão adotivo mais ilustre.

Naquele início de século XX, os regentes tomavam amplas liberdades com as partituras, sem que isso causasse muita comoção. Toscanini, por exemplo, adotava amplamente a prática, mas nunca recebeu sequer uma fração do reproche que jorrou em Mahler, que chegara ao cargo musical máximo do Império e ainda levava tomates por sua atuação como diretor da Hofoper. A tomatina não se devia ao nível artístico, certamente muito elevado, mas a celeumas entre o regente e seus músicos, por conta do perfeccionismo e ataques despóticos, e pela impaciência de Mahler com as negociações e a exigência de mesuras e bajulação inerentes ao cargo. Além disso, o antissemitismo não lhe dera trégua, mesmo que o judeu secular tivesse, ao antever o ódio com que o receberiam em Viena, se convertido ao catolicismo alguns meses antes de mudar-se para a capital imperial.

Eu acho que compreendo as intenções de Mahler. Ademais, com a carreira dividida entre a regência e seu grande xodó, a composição, ele achava natural ajustar as partituras para maximizar o efeito daquelas que, em sua nada desprezível posição de mais célebre maestro de seu tempo, pareciam subutilizar os recursos da orquestra. E, de fato, contando com algumas dúzias de instrumentistas de cordas em cada naipe, fazia sentido que ele aumentasse o número de sopristas e propusesse mais pareamentos, como é, por exemplo, muito perceptível no Scherzo da Nona. As indicações metronômicas às vezes implausíveis de Beethoven são abolidas, e os cantores – que não tiveram qualquer mudança em suas partituras – recebem algumas bem-vindas pausas para respirar, que o Mestre de Bonn, notoriamente nada empático em seu tratamento da voz humana, não achou necessário conceder-lhes.

Ouvindo essa gravação, mais de um século depois do escândalo em Viena, nada encontrei para me chocar. Muita coisa soa diferente – o que não quer dizer melhor -, mas o uso da orquestra sinfônica parece, de fato, mais efetivo. Se isso era necessário, bem, aí é outra história. Os Retuschen de Mahler, afinal, não tinham a pretensão de “corrigir” as sagradas partituras, e sim de proporcionar-lhes, como ele próprio afirmou, o pleno uso dos recursos das orquestras e salas de concerto modernas. O resultado é claramente mais volumoso, em detrimento de nuances. Se sacrílego ou louvável, deixo ao leitor-ouvinte decidir – enquanto encerro, com esta postagem, o annus horribilis em que fui arroz de festa aqui no PQP Bach, e que espero ter tornado um pouco menos medonho com o que tentei trazer a vocês.


Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sinfonia no. 9 em Ré menor, Op. 125, “Coral”
Retocada por Gustav Mahler (1860-1911)

1 – Allegro ma non troppo, un poco maestoso
2 – Molto vivace – Presto – Molto vivace – Presto
3 – Adagio molto e cantabile – Andante moderato – Andante moderato – Adagio -Lo stesso tempo
4 – Presto – Allegro assai – Presto (“O Freunde”) – Allegro assai (“Freude, schöner Götterfunken”) – Alla marcia; Allegro assai vivace (“Froh, wie seine Sonnen”) – Andante maestoso (“Seid umschlungen, Millionen!”) – Allegro energico, sempre ben marcato (“Freude, schöner Götterfunken” – “Seid umschlungen, Millionen!”) – Allegro ma non tanto (“Freude, Tochter aus Elysium!”) – Prestissimo (“Seid umschlungen, Millionen!”)

Gabriele Fontana, soprano
Barbara Hölzl, contralto
Arnold Bezuyen, tenor
Reinhard Mayr, baixo
Slovenský Filharmonický Zbor (Coro Filarmônico Eslovaco)
Tonkünstler-Orchester Niederösterreich
Kristjan Järvi,
regência

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Nota de Gustav Mahler aos espectadores, escrita após a estreia de sua versão retocada da Nona de Beethoven, para ser lida antes da apresentação seguinte, e que lhes traduzi mais acima.

BTHVN250, por René Denon

Vassily

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – “Meeresstille und glückliche Fahrt”, Op. 112 – Sinfonia no. 5 em Dó menor, Op. 67 – Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia no. 10 em Fá sustenido maior – Boulez

A cantata “Mar Calmo e Viagem Próspera” está entre as mais concisas e menos conhecidas obras-primas de Beethoven. Dedicada a Goethe, que Ludwig idolatrava, baseou-se em dois breves poemas do mestre de Weimar – porque, sim, “Mar Calmo” não é sinônimo de “Viagem Próspera”, pelo menos para quem depende de velas para propelir suas embarcações. “Mar Calmo” descreve, assim, e com música quase estática, o medo mortal do marinheiro (não me arriscarei a traduções de Goethe, então googleiem aí):


Tiefe Stille herrscht im Wasser,
Ohne Regung ruht das Meer,
Und bekümmert sieht der Schiffer
Glatte Fläche rings umher.
Keine Luft von keiner Seite!
Todesstille fürchterlich!
In der ungeheuern Weite
Reget keine Welle sich”

O contraste com a “Viagem Próspera” não poderia ser mais vivo: uma erupção quase maníaca de euforia com os ventos que encerram a calmaria:

Die Nebel zerreißen,
Der Himmel ist helle,
Und Äolus löset
Das ängstliche Band.
Es säuseln die Winde,
Es rührt sich der Schiffer.
Geschwinde! Geschwinde!
Es teilt sich die Welle,
Es naht sich die Ferne,
Schon seh’ ich das Land!”

As semelhanças da “Viagem Próspera” com o finale da Nona Sinfonia são notáveis, quanto mais por compartilharem a mesma tonalidade (Ré maior) e serem imbuídas do mesmo frenético elã. Beethoven tinha essa breve cantata em muito alta consideração, pois de outra maneira não se arriscaria a dedicá-la a Goethe, que era notoriamente blasé no que tangia às tentativas de colocar seus poemas em música, e a quem escreveu:


… por causa de seus caráteres constrastantes, esses dois poemas me pareceram muito adequados para a expressão desse contraste em música. Ser-me-ia um deleite saber que uni minha harmonia com a sua de maneira apropriada”


Goethe, claro, nunca lhe respondeu.

ooOoo

Admito que esta não seja minha versão favorita da cantata – a favorita, na verdade, está aqui. Eu a trouxe porque ela me serve de pretexto para alcançar-lhes a famosa leitura que Pierre Boulez fez da indefectível Quinta de Beethoven. Fama não significa necessariamente aclamação, e a reputação de lentidão do primeiro movimento é, como ouvirão, justamente merecida. Boulez, sempre o enfant terrible, aborda ruminativa e pontilhisticamente o célebre Allegro con brio, mas comporta-se razoavelmente nos movimentos seguintes. O contraste da Quinta com o Mar Calmo e a Viagem Feliz que a seguem é, para dizer o mínimo, muito peculiar. E, como heterodoxia pouca é bobagem, resolveram que seria necessário preencher com música os vinte e tantos minutos que faltavam ao velho LP ocupar todo um CD, e alguém achou que seria uma boa ideia justapor o Adagio da incompleta sinfonia no. 10 de Mahler.

Pelo jeito, chá de fita era o que não faltava aos produtores da Columbia. E devia estar bem bom.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sinfonia no. 5 em Dó menor, Op. 67
Composta entre 1804-8
Publicada em 1809
Dedicada ao príncipe Lobkowitz e ao conde Andreas Razumovsky

1 – Allegro con brio
2 – Andante con moto
3 – Scherzo. Allegro
4 – Allegro

New Philharmonia Orchestra
Pierre Boulez, regência


“Meeresstille und Glückliche Fahrt”, cantata para solistas, coro e orquestra, Op. 112
Composta entre em 1814–5
Publicada em 1822
Dedicada a Johann Wolfgang von Goethe

5 – Meeresstille. Sostenuto – Glückliche Fahrt. Allegro vivace

John Alldis Choir
New Philharmonia Orchestra
Pierre Boulez, regência


Gustav MAHLER (1850-1911)

Sinfonia no. 10 em Fá sustenido maior (1910)
6 – Andante – Adagio

London Symphony Orchestra
Pierre Boulez, regência

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Falando em chá de fita…
BTHVN250, por René Denon

Vassily

Mahler (1860 – 1911) · ∾ · Erinnerung · ∾ · (Coleção de Lieder) · ∾ · Christiane Karg & Malcolm Martineau ֍

Mahler (1860 – 1911) · ∾ · Erinnerung · ∾ · (Coleção de Lieder) · ∾ · Christiane Karg & Malcolm Martineau  ֍

Mahler

Erinnerung

Christiane Karg

Malcolm Martineau

 

Hoje chegou pelo correio uma caixa com CDs de Mahler – Sinfonias –, quase todas, regidas pelo jovem James Levine, diversas orquestras. Eu já havia esquecido que havia pedido. Gosto particularmente da gravação que ele fez da Terceira e da Quinta Sinfonia e assim pedi a coisa toda que ele gravou. Vai dar trabalho, mas será divertido. Mas o que eu realmente queria dizer é que chegou novamente dias de ouvir Mahler. Para tanto, é preciso entrar na vibe, sentir uma certa apetência. Não creio que alguém simplesmente acorde e diga – hoje ouvirei a Oitava Sinfonia de Mahler, a menos que seja um dia especial.

O universo deste compositor é um tanto complexo e sua exploração pode durar uma vida toda, se você souber dosar. Eu não entendi direito ainda a Sexta, Sétima e a Oitava. Adoro de paixão a Nona e a Canção da Terra, mas ouço estas obras com parcimônia, quando posso realmente me entregar a elas com a dedicação que eu acho que elas merecem.

Sobrou o que? Bom, as outas sinfonias que eu ouço com mais frequência, a Quarta prima entre elas.

Mas, se você ainda é noviç@ na arte de Mahler, ou mesmo iniciad@ mas que ainda tem arcanos a galgar, precisa ouvir os Lieder. Na minha opinião, o caminho para o coração da música de Mahler passa por suas lindas canções.

E este disco, que você encontra aqui no PQP Bach ainda antes do seu lançamento, que será no dia 16 de outubro de 2020, traz assim um buquê delas, todas muito boas, algumas espetaculares. A cantora, Christiane Karg, já tem alguns discos lançados, mas este é o primeiro dela que ouço. Buscarei muitos outros.

Temos seis canções do conjunto intitulado “Des Knaben Wunderhorn”, com poesias folclóricas e cheias de sabedoria popular e sete canções do conjunto intitulado “Lieder und Gesänge aus der Jugenszeit”, do tempo de juventude. Tem também cinco canções maravilhosas, com letras de Friedrich Rückert, as “Rückert Lieder”, e para fechar o cortejo, algo deveras especial.

Em 1905, Edwin Welte inventou uma maneira de gravar os pianistas da época em rolos de papel e Mahler foi um dos que deixaram registro. Ele gravou arranjos de algumas de suas obras. Pois, usando estes raríssimos documentos, nas duas últimas canções, Christiane Karg é acompanhada por ninguém menos do que o próprio compositor. Bem, ela teve que dar um jeito de se adaptar aos andamentos ousados do Gustav, mas é isso o que temos. A última canção, em particular, tem como letra um poema da coleção “Des Knaben Wunderhorn” – Wir geniessen den himmlischen Leben – e tornou-se o quarto movimento da Quarta Sinfonia. A canção é uma descrição da vida no Céu pelos olhos de uma criança.

É claro, cada um pode ouvir a música como quiser, inclusive escolhendo uma ou outra canção e depois seguir para outros arquivos. Mas se você se permitir um pouco mais de tempo e dedicação, poderá usufruir muito mais. De um libreto de outro disco, tirei o seguinte parágrafo: Há outro aspecto dos Lieder de Mahler: eles devem ser vistos como os germes de suas obras sinfônicas. Não é por acaso que muitos deles existem em duas versões, com acompanhamento de piano e com acompanhamento orquestral. Na coleção de poemas intitulado “Des Knaben Wunderhorn”, que refletem a realidade em uma maneira simplista, Mahler encontrou algo de seu próprio e real despertar primitivo. Essas canções antecipam o que suas sinfonias mais tarde iriam definir – a relação entre felicidade e nostalgia, medo e amor pela natureza, pesar e o fantasmagórico.

Por exemplo, um pouco de esforço revela o rico universo folclórico das canções do KW. A primeira delas a ser apresentada aqui, Rheinlegendchen (Lendazinha Renana), conta de um camponês que sente saudades de sua amada e de uma forma mágica e misteriosa seu anel (ou aliança) cai no rio, corre para o mar e acaba na barriga de um peixe. O peixe, depois de assado vai para a mesa do rei que acha o anel! E, é claro, a jovenzinha reconhece o anel e volta correndo para devolvê-lo…. Bom, você acha que isso tudo demora uns quinze minutos para contar, não é? Nada, a canção demora meros 3 minutos! Por isso é preciso ouvir e ouvir…

Outra canção maravilhosa é Des Antonious von Padua Fischpredigt, que conta como o caridoso santo, não encontrando qualquer pessoa na igreja, foi pregar aos peixes. E todos os peixes o escutaram com a atenção que o santo merece. Mas, ao fim do sermão, cada um se volta para sua própria vida, o peixe lúcio continua um ladrão, as enguias grandes amantes, o sermão agradou, mas eles continuam como sempre foram. Verdadeira sabedoria folclórica.

Há canções nas quais o intérprete faz mais do que uma voz, como na Das Irdishe Leben – A Vida na Terra – em que há uma criança faminta, uma mãe que lhe promete o pão e o narrador. E tem Verlorne Müh’ – Inútil Esforço – em que a garota tenta atrair o rapazola, mas com diz o título, o esforço é em vão.

Eu gosto muito das canções com letras de Friedrich Rückert, que também escreveu a letra para os Kindertotenlieder. Há três canções curtas, belíssimas, e duas mais parrudas – Um Mitternacht, que é muito séria, e dá um pouco de medo, e a que eu mais gosto de todas, Ich bin der Welt abhanden gekommen. Acho que nesta canção há uma parte essencial da obra de Mahler, que não seria completa sem ela.

Escrevi mais do que havia planejado, não sei se você continua comigo até aqui ou se já foi para outra postagem. Espero que meu entusiasmo por essas coisas lhe contagie de alguma maneira e que o disco lhe seja agradável!

Vale!

Gustav Mahler (1860 – 1911)

  1. Rheinlegendchen (Des Knaben Wunderhorn)
  2. Wer hat dies’ Liedlein Erdacht? (Des Knaben Wunderhorn)
  3. Hans und Grete (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)
  4. Ablösung im Sommer (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)
  5. Scheiden und Meiden (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)
  6. Verlorne Müh’ (Des Knaben Wunderhorn)
  7. Des Antonius von Padua Fischpredigt (Des Knaben Wunderhorn)
  8. Das irdische Leben (Des Knaben Wunderhorn)
  9. Wo die schönen Trompeten blasen (Des Knaben Wunderhorn)

Rückert-Lieder

  1. Blicke mir nicht in die Lieder!
  2. Ich atmet’ einem linden Duft!
  3. Um Mitternacht
  4. Liebst du um Schönheit
  5. Ich bin der Welt abhanden gekommen

 

  1. Erinnerung (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)
  2. Phantasie aus Don Juan (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)
  3. Nicht wiedersehen (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)

Christiane Karg, soprano

Malcolm Martineau, piano

  1. Ich ging mit Lust (Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit)
  2. Wir geniessen den himmlischen Leben

Christiane Karg, soprano

Gustav Mahler, piano de rolo

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FLAC | 227 MB

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MP3 | 320 KBPS | 159 MB

Malcolm Martineau, rindo à toa…

For her first solo recital on harmonia mundi, Christiane Karg, alongside her faithful partner Malcolm Martineau, presents an incursion into the most intimate aspect of Mahler’s music: the songs from Des Knaben Wunderhorn take us to the heart of the composer’s creative process, as do the songs from his youth and the later Rückert-Lieder.

Aproveite!

René Denon

Se você gostou desta postagem, pode se interessar por estas aqui:

Gustav Mahler (1860-1911): Des Knaben Wunderhorn

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 4 – Emmy Loose, Philharmonia Orchestra & Paul Kletzki

Gustav Mahler (1860-1911): Des Knaben Wunderhorn / Adágio da Sinfonia Nº 10 (Boulez – Gerhaher – Kozená)

Gustav Mahler (1860-1911): Des Knaben Wunderhorn / Adágio da Sinfonia Nº 10 (Boulez – Gerhaher – Kozená)

Hoje, dia 18 de maio de 2011, se comemoram os 100 anos da morte de Gustav Mahler. Com certeza, uma data importante para celebrar aquele que foi um dos maiores compositores das história, um compositor único, que conseguiu em apenas 50 anos de vida criar um dos maiores ciclos de sinfonias, além de outras obras, já compostos pelo ser humano. Uma obra que causou, e ainda causa, grande impacto. São obras densas, de extrema complexidade, com uma orquestração ímpar, e que muito exige de todos os envolvidos: desde o regente até a orquestra e, claro, o próprio ouvinte, que de início não sabe bem como reagir, mas acaba por se render à grandiosidade e genialidade daquelas obras. Já postamos algumas integrais aqui no PQP, portanto, vocês podem optar.

Curiosamente, este CD que estou postando em homenagem a esta data, traz uma das obras que considero de mais fácil assimilação da obra mahleriana. Segundo a Wikipedia, “Des Knaben Wunderhorn (alemão, em português – literalmente: A trompa mágica do menino, referindo-se a um objeto mágico como a cornucópia) é uma coleção de textos de canções populares, publicada em três volumes em Heidelberg pelos poetas e escritores alemães Achim von Arnim e Clemens Brentano entre 1805 e 1808. A coleção contém canções da Idade Média até o Século XVIII”. Mahler musicou algumas delas, 24 na verdade, entre 1892 e 1902, porém, nesta gravação, Boulez gravou apenas 12. Mas basta para termos uma noção da escrita mahleriana, principalmente as canções.

Não sou nem pretendo ser um expert em Mahler, admiro-o imensamente e digamos que ainda estou me adaptando à sua linguagem (isso que ouço Mahler desde meus 18 anos de idade…).

Já ouso dizer que o Adágio da Sinfonia Nº 10 é não apenas o canto de cisne de Mahker como uma das maiores e antecipatórias peças de todos os tempos.

Boulez é um dos grandes regentes e compositores do século XX e deste início de século XXI. Podemos não concordar com algumas das escolhas que ele faz, mas jamais podemos negar seu talento enquanto regente. Nesta gravação ele tem “apenas” nossa musa, Madalena Kozená, e o excelente barítono Christian Gerhaher. A Orquestra de Cleveland já é uma velha conhecida nossa quando se trata deste repertório, principalmente nas mãos de Boulez.

Mas vamos ao que interessa: Viva Mahler !!!

Gustav Mahler – Des Knaben Wunderhorn – Adagio from Symphony n° 10 – Boulez – Gerhaher – Kozená

01 – Der Schildwache Nachtlied
02 – Verlorne Mueh’
03 – Trost im Unglueck
04 – Wer hat dies Liedlein erdacht
05 – Das irdische Leben
06 – Revelge
07 – Des Antonius von Padua Fischpredigt
08 – Rheinlegendchen
09 – Lied des Verfolgten im Turm
10 – Wo die schoenen Trompeten blasen
11 – Lob des hohen Verstandes
12 – Der Tambourg’sell

13 – Symphony no. 10-Adagio

Madalena Kozená – Mezzo-soprano
Christian Gerhaher – Barítono
The Cleveland Orchestra
Pierre Boulez – Conductor

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Um café da manhã da família Mahler. Alma parece não pensar ainda em Gropius. Ou já?

FDP (PQP)

Mahler: Sinfonia Nº 10 / Schoenberg: Sinfonia de Câmara Nº 1, Op. 9 / Strauss: Suíte de O Cavaleiro de Rosa, Op. 59

Mahler: Sinfonia Nº 10 / Schoenberg: Sinfonia de Câmara Nº 1, Op. 9 / Strauss: Suíte de O Cavaleiro de Rosa, Op. 59

IM-PER-DÍ-VEL !!! (Obrigado, Cássio!)

Três obras contrastantes da Viena de pouco antes da Primeira Guerra Mundial em versões de câmara que revelam os contrastes e as semelhanças entre elas. Aqui temos performances sofisticadas e vibrantes. Este disco é muito novo, lançado em julho deste ano pela DG.

Todas as três obras olham para trás e para a frente e, cada uma de uma maneira diferente, refletem a tensão entre modernismo e tradição da época. Ajuda que neste disco tudo é ouvido em rarefeitas e transparentes versões para conjunto de câmara.

O fascinante em ouvir o Adagio de Mahler brilhantemente reduzido a apenas sete instrumentos é que a clareza traz à tona a ousadia e o modernismo de Mahler. Enquanto Mahler, em suas sinfonias, lutava com o legado de Beethoven, também olhava para o futuro e, em sua décima sinfonia, sua desastrosa vida pessoal deu uma contribuição significativa. Sua esposa teve um caso com o arquiteto Walter Gropius e Mahler procurou aconselhamento com Sigmund Freud. Seu desespero infiltra-se constantemente na obra. Sem o luxo da orquestração de Mahler, podemos apreciar a notável sustentação dessa estrutura.

Adorei a forma como a peça é aberta, fazendo uma declaração sobre o mundo sonoro em que estamos entrando. Cada instrumentista interage de forma brilhante e esta versão funciona como música de câmara, não como uma sinfonia reduzida. Sim, esta versão para em pé mesmo sem o habitual colorido orquestral mahleriano. Um disco para ser ouvido muitas vezes.

O resto do CD também é muito bom, mas não chega aos pés de Mahler.

Mahler: Sinfonia Nº 10 / Schoenberg: Sinfonia de Câmara Nº 1, Op. 9 / Strauss: Suíte de O Cavaleiro de Rosa, Op. 59

1 Gustav Mahler (1860-1911), arr. Martyn Harry, Adagio from Symphony No. 10 (1910) [23:58]
2 Arnold Schoenberg (1874-1951), arr Anton Webern – Chamber Symphony No. 1 Op. 9 (1907) [21:12]
3 Richard Strauss (1864-1949), arr. Martyn Harry – Der Rosenkavalier: Suite Op. 59 (1910) [22:11]

O Alban Berg Ensemble Wien posa na Sala de Recepção à Música do Século XX da sede rural do PQP Bach (Foto: divulgação do perfil do Facebook do grupo)

:
Sebastian Gurtler, Regis Bringolf violins,
Subin Lee viola,
Florian Berner cello,
Silvia Careddu flute,
Alexander Neubauer clarinet,
Airane Haering piano
Nora Cismondi oboe
Alois Posch double bass

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PQP

BTHVN250 – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Quarteto de cordas em Fá menor, Op. 95, “Serioso” – Franz Schubert (1797-1828) – Quarteto de cordas em Ré menor, D. 810, “A Morte e a Donzela” – Arranjos de Gustav Mahler para orquestra de cordas – Bashmet

Muito se fala da relação de Gustav Mahler com a música de Beethoven a partir de sua propensão a fazer “retoques” nas sacrossantas obras do renano. A controversa, ainda que bem-intencionada prática, fermentou a ponto de azedar os ânimos em torno da tão esperada chegada de Mahler ao cargo de diretor da Hofoper de Viena, o posto máximo da vida musical austro-húngara naquele final do século XIX. A nomeação foi antecedida por uma conversão ao catolicismo que já antevia as dificuldades que teria, como judeu, ao se tornar a maior vidraça musical do Império. Ademais, ela coroava da extraordinária carreira do maior regente de seu tempo, após galgar a escadaria que o trouxera das províncias até o Teatro Municipal de Hamburgo – onde sua reputação virara um pau de galinheiro justamente após a estreia de um Retusche à Nona de Beethoven.

A chegada de Mahler a Viena coincidiu com a eclosão, naquela capital, do movimento multicêntrico conhecido como Secessão, em que artistas plásticos, rompidos com o status quo, criavam sob o lema “A cada época, sua arte – à arte, sua liberdade”. Mahler trouxe suas maneiras irascíveis e perfeccionistas à reacionária casa de ópera, granjeando o ressentimento de seus músicos e aclamação do público pelas produções que conduzia. Seu envolvimento quase imediato com a Secessão tornou-se um caso de família quando, em 1902, casou-se com Alma Schindler, enteada do pintor secessionista Carl Moll. Mais ainda: quando da inauguração duma exposição do grupo no prédio homônimo em Viena, dedicada a representação de Beethoven nas artes, fez ouvir um arranjo para conjunto de câmara, e cheio de Retuschen, para um trecho do finale coral da até então inviolável Nona Sinfonia do mestre de Bonn.

O prédio da Secessão (Secessionsgebäude) em Viena, com o moto do movimento: “A cada época, sua arte – à arte, sua liberdade”. Foto do autor.
Tal exposição, obviamente, não teria como não ser controversa, mas os secessionistas capricharam na provocação. Para começar, a peça central era uma escultura do alemão Max Klinger (1857-1920) em que Beethoven, ídolo santificado pelos vienenses, aparecia seminu:

 

“Beethoven”, de Max Klinger (1852-1920). Museu de Artes de Leipzig, Alemanha. Foto do autor.


Para completar, Gustav Klimt (1862-1918) pintou um imenso friso para decorar as paredes do prédio da Secessão, incluindo um bom número de figuras exóticas, incluindo animais selvagens e mulheres nuas:

 

“Friso Beethoven”, de Gustav Klimt (1862-1918). Secessionsgebäude, Viena, Áustria. Foto do autor.



Uma das figuras de maior destaque no “Friso Beethoven”, como ficou conhecido, era um cavaleiro em trajes de ouro, aparentemente venerado pelas figuras circunjacentes:

“Friso Beethoven”, de Gustav Klimt (1862-1918). Secessionsgebäude, Viena, Áustria. Foto do autor.
Cuja fisionomia, para os vienenses, lembrava muito a do detestado judeu que comandava a Ópera Imperial:

 

Sim: Mahler


Nada disso, claro, ajudou a melhorar a reputação de Mahler na xenófoba e antissemítica Viena, tampouco entre seus esgotados músicos. Depois de muito entrevero, e do crescente descontentamento com o tempo que dedicava ao afã de compor, ele fechou um polpudo contrato com a Metropolitan Opera de New York, deixou a Hofoper e passou a dividir seu tempo entre exaustivas temporadas na América e verões na Europa a compor em bucólicas casinhas no campo:

A última das três “cabanas de composição” de Mahler que chegaram aos nossos dias, em Toblach/Dobbiaco, Tirol do Sul, Itália. Nela, ele passou compondo seus três últimos verões (1908-1910). Foto do autor.


Uma das mais selvagemente atacadas recriações beethovenianas de Mahler foi a do quarteto Op. 95, que ele  tinha em alta consideração como uma das mais visionárias de suas obras. Eu esperava escutar na transcrição para orquestra de cordas algo que o trouxesse para mais perto duma “Noite Transfigurada” de Schönberg (composta naquele mesmo ano), mas só consigo ouvir – afora algumas mudanças na articulação e dinâmica, em particular do uso do contraste entre subgrupos dos naipes e um eventual instrumento solista – uma releitura reverente que realça o pathos da obra do velho mestre e. Por ora, Gustav parece inocente de todas as acusações que lhe fizeram, mas sugiro que, antes de baterem o martelo e darem o veredito, aguardem a versão que lhes trarei de sua Nona retocada.

Preparem os tomates.

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)

Quarteto para dois violinos, viola e violoncelo em Ré menor, D. 810, “A Morte e a Donzela”
Arranjo para orquestra de cordas de Gustav Mahler (1860-1911)

1 – Allegro
2 – Andante con moto
3 – Scherzo: Allegro molto
4 – Presto

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Quarteto para dois violinos, viola e violoncelo em Ré menor, D. 810, “A Morte e a Donzela”
Arranjo para orquestra de cordas de Gustav Mahler

5 – Allegro con brio
6 – Allegretto ma non troppo
7 – Allegro assai vivace ma serioso – Più allegro
8 – Larghetto espressivo – Allegretto agitato – Allegro

Solistas de Moscou (Solisti Moskvi)
Yuri Bashmet, regência

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E aqui vai mais um nude de Lud Van, porque, enfim, isso não se tem todo dia. Busto por Max Klinger (1852-1920), Museum of Fine Arts, Boston, Estados Unidos (foto do autor)
#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 3/50 – Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Dietrich Fischer-Dieskau – The Essentials

Dietrich Fischer-Dieskau (28 de maio de 1925 – 18 de maio de 2012) foi um barítono lírico alemão e maestro da música clássica, um dos mais famosos artistas de Lieder do período pós-guerra (Lied é uma palavra da língua alemã, que significa “canção”. É um termo tipicamente usado para classificar arranjos musicais para piano e cantor solo, com letras geralmente em alemão, utilizado para expressar em sons os sentimentos descritos nas letras), mais conhecido como cantor de Lieder, de Franz Schubert, particularmente os 24 poemas de “Winterreise”, cujas gravações com o acompanhante Gerald Moore e Jörg Demus ainda são aclamadas pela crítica meio século após seu lançamento.

Gravando uma série de repertórios (abrangendo séculos), como afirmou o musicólogo Alan Blyth: “Nenhum cantor de nossa época, ou provavelmente qualquer outro, conseguiu o alcance e a versatilidade do repertório alcançado por Dietrich Fischer-Dieskau. Ópera, Lieder e oratório em alemão, italiano ou inglês parecia ter sido feito para ele, e ele trouxe a cada um uma precisão e individualidade que revelavam suas percepções sobre o idioma em questão “. Além disso, ele gravou em francês, russo, hebraico, latim e húngaro. Ele foi descrito como “um dos artistas vocais supremos do século 20” e “o cantor mais influente do século 20”.

Fischer-Dieskau foi classificado como o segundo maior cantor do século (depois de Jussi Björling) pelo Classic CD (Reino Unido), ‘Top Singers of the Century” Critics Poll (junho de 1999). Os franceses o apelidaram de “O milagre Fischer-Dieskau” e Dame Elisabeth Schwarzkopf chamou-o de “um deus nascido que tem tudo”. No seu auge, ele era muito admirado por suas idéias interpretativas e controle excepcional de sua suave e bela voz. Apesar do pequeno tamanho de sua voz lírica / de barítono de câmara, Fischer-Dieskau também apresentou e gravou muitos papéis operísticos. Ele dominou a plataforma de ópera e concerto por mais de trinta anos. 

Fischer-Dieskau: Essentials
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
01. An die Musik, D. 547 (Op. 88/4)
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
02. Don Giovanni, K. 527 : “Fin ch’han dal vino”
Christoph Willibald Gluck (Alemanha, 1714 – Áustria, 1787)
03. Orfeo ed Euridice, Wq. 30 : No. 43 Aria: “Ach, ich habe sie verloren” (Arr. Alfred Doerffel)
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
04. Dichterliebe, Op. 48 : No. 1 Im wunderschönen Monat Mai
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
05. Der Musensohn, Op. 92, No. 1, D. 764
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
06. Die Zauberflöte, K. 620 : “Der Vogelfänger bin ich ja”
Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901)
07. La Traviata : “Di Provenza il mar, il suol”
Gustav Mahler (República Tcheca, 1860 – Viena, 1911)
08. Rückert-Lieder, Op. 44 : Ich atmet’ einen linden Duft
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
09. Le nozze di Figaro, K. 492 : “Vedro mentr’io sospiro”
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
10. Im Frühling, D. 882
11. Winterreise, D. 911 : No. 5 Der Lindenbaum
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
12. Dichterliebe, Op. 48 : No. 3 Die Rose, die Lilie, die Taube, die Sonne
Georges Bizet (França, 1838 – 1875)
13. Carmen, WD 31 : “Votre toast, je peux vous le rendre” – “Toréador, en garde”
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
14. Schwanengesang, D. 957 : Ständchen “Leise flehen meine Lieder”
Richard Strauss (Alemmanha, 1864 – 1949)
15. Ständchen, Op. 17, No. 2
Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901)
16. Don Carlo : “Dio, che nell’alma infodere”
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883)
17. Tannhäuser, WWV 70 : Wie Todesahnung… O du mein holder Abendstern (Wolfram)
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
18. Winterreise, D. 911 : No. 4 Erstarrung
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
19. Liederkreis, Op. 39 : Mondnacht
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883)
20. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96 : “Was duftet doch der Flieder”
Ludwig van Beethoven (Alemanha, 1770-Áustria, 1827)
21. Fidelio, Op. 72 : “Ha! Welch ein Augenblick!”
Hugo Wolf (Eslovênia, 1860 – Áustria, 1903)
22. Italienisches Liederbuch : Ein Ständchen euch zu bringen
Claude Debussy (França 1862 – 1918)
23. Mandoline
Gustav Mahler (República Tcheca, 1860 – Viena, 1911)
24. Lieder eines fahrenden Gesellen : No. 3 Ich hab’ ein glühend Messer
Carl Orff (Alemanha, 1895 – 1982)
25. Carmina Burana / No. 2 In Taberna : “Estuans interius”

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Palhinha – 18. Winterreise, D. 911 : No. 4 Erstarrung

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

PS. Nosso colega René Denon adicionou um comentário de valor-

Olá, Avicenna!
A coleção vai de vento em popa! DFD é figurinha carimbada! Nesta coleção há muitas beleza que podem levar a futuras explorações ao resto da obra, bastando alguns cliques!
As canções de Schubert fazem uma parte substancial do repertório do Dietrich, como An Die Musik e Der Musenhohn. Para explorar mais esta vertente aqui tem uma coleção de lindas canções de Schubert:
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/03/03/schubert-lieder-dietrich-fischer-dieskau-gerald-moore/

Ele também brilhou nos palcos das óperas como o Don Giovanni ou Papageno, com duas canções desta coleção – o tour de force Fin ch’han dal vino e a canção do apanhador de pássaros Der Vogelfänger bin ich ja. Estas duas óperas completas com as demais árias estão postadas aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/05/05/wolfgang-amadeus-mozart-1756-1791-die-zauberflote-bohm-fischer-dieskau-wunderlich-berliner-philharmoniker/
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/04/02/mozart-1756-1791-don-giovanni-dg-ferenc-fricsay/
Voltando ao mundo do Lieder, a canção alemã, o belíssimo Im wunderschönen Monat Mai é a canção que inicia o ciclo Dichterliebe e está aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2020/06/14/schmnn210-robert-schumann-1810-1856-lieder-fischer-dieskau/
Acredito que outras pessoas vão identificar outras postagens com peças…
Grande introdução a arte deste que foi um dos mais importantes cantores de que temos notícia.
Abração do René

Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker – Leonard Bernstein

Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker – Leonard Bernstein

Mahler

Sinfonia No. 9

Berliner Philharmoniker

Leonard Bernstein

 

Este álbum reúne três nomes – Gustav Mahler, Berliner Philharmoniker e Leonard Bernstein. Reunidos dois a dois, eles estão estampados em centenas de capas de álbuns musicais, mas reunidos simultaneamente em um aparecem aqui esta única vez. Na verdade, em apenas uma ocasião Leonard Bernstein – que era famoso por suas interpretações da música de Mahler – pode reger esta que sempre esteve altíssima na lista das melhores e mais famosas orquestras do mundo. Para nossa sorte, o resultado deste momento foi gravado e aqui temos. Rumores há que von Karajan não permitiria que seus músicos fossem colocados sob o charme, o encanto e a energia de Lennie – que teve uma longa e frutuosa colaboração com algumas orquestras europeias, especialmente com a Wiener Philharmoniker. Este único concerto surgiu do convite feito diretor do Berliner Festwochen e a renda do concerto acabou indo para a Anistia Internacional. O nome do diretor não aparece no livreto do álbum, mas uma busca na net indicou Peter Lilienthal.

Além de Herbie e Lennie, quem mais saiu na foto?

Após escrutínio dos anais do PQP Bach, não percebi esta gravação e achei que seria oportuno trazê-las para nossos assíduos seguidores-leitores. A outra motivação para postar esta peça é achar que ela pode nos dizer algo mais neste momento de tanta incerteza, tanta angústia e dor que estamos passando.

O que esta música pode nos dizer hoje? Diz que a angústia e a incerteza, que a brevidade da vida está sempre presente, ontem e hoje, mas que há também beleza. Vocês alguma vez viveram dias mais bonitos do que os que estamos tendo neste outono? O libreto fala de Weltschmerz… Eu considero o primeiro e o último movimento as mais lindas peças que ouvi nestes dias. O primeiro movimento com suas incertezas, oscilações e quase dissonâncias parece um enorme lamento. O último movimento lembra a Canção do Adeus de ‘Das Lied von der Erde’, que encerra esta sinfonia com uma nota de aceitação, de transcendência, na minha opinião. Ouça você e depois me diga!

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 9

  1. Andante comodo
  2. Im Tempo eines gemächlichen Ländlers
  3. Rondo-Burleske
  4. Adagio

Berliner Philharmoniker

Leonard Bernstein

Gravação feita ao vivo em 1979

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FLAC | 380 MB

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MP3 | 320 KBPS | 187 MB

Outra postagem desta sinfonia, com orquestra regida por Michael Gielen, pode ser acessada clicando aqui.

Aproveite!

René Denon

Lennie aproveitando uma folga…

#SCHMNN210 – Robert Schumann (1810-1856): Integral das Sinfonias, retocadas por Gustav Mahler – Chailly

Nossas contribuições às celebrações do ducentésimo décimo aniversário de Schumann, que foram instigadas entre os pequepianos pelo colega Pleyel, tomarão emprestado pela próxima quinzena este espaço que, nos últimos meses, vínhamos dedicando à música do duzentosecinquentão Beethoven, que por aqui voltará na quinzena seguinte.

Tentarei trazer algumas obras da vasta e admitidamente desigual produção schumanniana ainda inéditas neste blog, bem como algumas gravações de obras já muitas vezes publicadas que, bem, eu amo e gostaria de compartilhar com vocês.

De alguma forma, esta gravação que ora lhes apresento se encaixa nos dois critérios. Se já há um número razoável de gravações das sinfonias de Schumann aqui no PQP Bach, de modo que não seria louco de dizê-las inéditas, elas nunca aqui estiveram nesta roupagem, num arranjo de ninguém menos que Gustav Mahler.

“Arranjo”, talvez, seja um termo que lhes faça esperar diferenças mais marcantes do que as que de fato encontrarão. Mahler, hoje certamente lembrado como um compositor do primeiríssimo escalão, ganhava sua vida como regente – certamente o mais célebre e influente de sua época – e adotava com frequência o expediente de retocar as obras de outros compositores, para obter efeitos que considerava mais apropriados às grandes salas de concerto e aos avantajados conjuntos orquestrais que conduzia. E, se fez isso com obras e compositores sacrossantos como Ludwig e sua Nona, por que não faria com as sinfonias de Schumann, achincalhadas desde suas primeiras audições pelo que se considerava a orquestração incompetente de um homem que sempre pensava em termos pianísticos?

Os retoques de Mahler, no entanto, não incluem alterações importantes em harmonia e em linhas melódicas, que seguem puro Schumann. As mudanças mais notáveis são na orquestração, que dá aos instrumentos de sopros a considerável proeminência que conquistaram na música orquestral na segunda metade do século XIX, em algumas alterações de ritmo, especialmente nos metais, e nas detalhadas indicações dinâmicas. A impressão geral é de um Schumann com menos cordas e mais sopros, mais enérgico e límpido, que lhes poderá soar estranho, mas certamente muito convincente – ainda que a grandiloquência dos clímaxes e dos tímpanos tonitruantes volta e meia delatem quem está por trás da coisa toda.

Para encarar a empreitada de gravar a mahlerização destas sinfonias, esta gravação lhes traz talvez os melhores intérpretes concebíveis: uma veneranda orquestra alemã de imensa tradição, que responde como talvez nenhuma outra orquestra no mundo de hoje a seu regente, um mestre que tem em Mahler e Schumann duas de suas especialidades. Por isso, tenho certeza de que Riccardo Chailly e a orquestra do Gewandhaus de Leipzig não hão de os decepcionar.

Robert Alexander SCHUMANN
(1810-1856)

Arranjo de Gustav MAHLER (1860-1911)

Sinfonia no. 1 em Si bemol maior, Op. 38, “Primavera”

1 -Andante un poco maestoso – Allegro molto vivace
2 – Larghetto
3 – Scherzo: molto vivace – Trio I: Molto più vivace – Tempo I – Trio II: (Molto vivace) – Tempo I – Coda
4 – Allegro animato e grazioso

Sinfonia no. 2 em Dó maior, Op. 61

5 – Sostenuto assai – Un poco più vivace – Allegro ma non troppo
6 – Scherzo – Trio I – Trio II – Coda: Allegro vivace
7 – Adagio espressivo
8 – Allegro molto vivace

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Sinfonia no. 3 em Mi bemol maior, Op. 97, “Renana”

1 – Lebhaft
2 – Scherzo: Sehr Mäßig
3 – Nicht schnell
4 – Feierlich
5 – Lebhaft – Schneller

Sinfonia no. 4 em Ré menor, Op. 120

6 – Ziemlich langsam – Lebhaft
7 – Romanze: Ziemlich langsam
8 – Scherzo & Trio: Lebhaft
9 – Langsam – Lebhaft – Schneller – Presto

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Gewandhausorchester
Riccardo Chailly, regência

Nessa foto, que eu adoro, está não só o retrato do semblante, mas de toda zelosa arte de Chailly.

Vassily

Gustav Mahler (1860-1911): Des Knaben Wunderhorn

Gustav Mahler (1860-1911): Des Knaben Wunderhorn


Há compositores que não são para amadores ou diletantes. Mahler tem sorte; raramente ouvi gravações de suas obras que não fossem de alto nível. Herreweghe realiza um excelente trabalho em Des Knaben Wunderhorn e, se não chega ao nível dos grandes mahlerianos, dá-nos uma boa versão de uma das mais importantes obras do marido de Alma.

Des Knaben Wunderhorn significa A trompa mágica do menino, e é uma coleção de textos de canções populares, publicada por Clemens Brentano e Achim von Arnim no começo do século XIX. A coleção contém basicamente canções da Idade Média. Algumas das canções foram musicadas por Gustav Mahler entre 1892 e 1901. Ela são apresentadas em qualquer seqüência, depende dos intérpretes. Há controvérsias sobre o número delas, alguns dizem que são 12; outros, que são 24. Herreweghe nos mostra 14… No ciclo há canções extraordinárias, como Wer hat dies Liedlein erdacht (melhor na gravações de von Otter + Abbado), Des Antonius von Padua Fischpredigt, Wo die schönen Trompeten blasen, mas as outras não são piores, não.

Gustav Mahler: Des Knaben Wunderhorn

1. Des Knaben Wunderhorn: Revelge Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 6:46
2. Des Knaben Wunderhorn: Verlor’ne Müh’ Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 2:41
3. Des Knaben Wunderhorn: Des Antonius von Padua Fischpredigt Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 3:54
4. Des Knaben Wunderhorn: Das irdische Leben Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 3:00
5. Des Knaben Wunderhorn: Trost im Unglück Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 2:28
6. Des Knaben Wunderhorn: Wo die schönen Trompeten blasen Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 6:48
7. Des Knaben Wunderhorn: Wer hat dies Liedlein erdacht? Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 2:09
8. Des Knaben Wunderhorn: Lob des hohen Verstands Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 2:36
9. Des Knaben Wunderhorn: Der Tamboursg’sell Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 5:57
10. Des Knaben Wunderhorn: Das himmlische Leben Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 8:56
11. Des Knaben Wunderhorn: Lied des Verfolgten im Turm Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 4:11
12. Des Knaben Wunderhorn: Rheinlegendchen Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 3:05
13. Des Knaben Wunderhorn: Der Schildwache Nachtlied Dietrich Henschel, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 5:38
14. Des Knaben Wunderhorn: Urlicht Sarah Connolly, Orchestre des Champs-Elysées, Philippe Herreweghe 5:04

Sarah Connolly
Dietrich Henschel
Orchestre des Champs-Élysées
Philippe Herreweghe

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Moritz von Schwind acertou: é mais ou menos isso.
Moritz von Schwind acertou: é mais ou menos isso.

PQP

The Art of Anne Sofie von Otter – 2013


The Art of
Anne Sofie von Otter

Anne Sofie von Otter é uma das principais mezzo-soprano da atualidade, conhecida por sua versatilidade em papéis de óperas, suas interessantes opções de recitais e sua disposição em assumir riscos vocais. Seu pai era um diplomata sueco cuja carreira levou a família a Bonn, Londres, e de volta a Estocolmo enquanto Anne Sofie estava crescendo. Como resultado, ela ganhou fluência em idiomas. Estudou música na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Sua principal professora de voz era Vera Rozsa, enquanto Erik Werba e Geoffrey Parsons a treinavam na interpretação de lieder.

Ela ganhou um contrato com a Basle Opera em 1983 e permaneceu na empresa até 1985, estreando como Alcina no Orlando Paladino de Franz Joseph Haydn. Ela também assumiu vários papéis masculinos escritos para mezzo-sopranos femininos, incluindo Cherubino no casamento de Mozart com Figaro, Hänsel no Hänsel und Gretel de Humperdinck e Orpheus no Orfée et Eurydice de Gluck. Em 1984, estreou no Festival de Aix-en-Provence como Ramiro em La Finta Giardiniera, de Mozart. Outras interpretações incluem Otaviano em Rosenkavalier de Strauss, o Compositor em Ariadne auf Naxos de Strauss e o papel-título de Tancredi de Rossini, entre outros.

Uma mulher alta e escultural, ela sente-se em casa em inúmeras séries de óperas do século XVIII, nas quais vozes altas costumavam interpretar os heróis. Ela cantou em Covent Garden, La Scala, Berlim, Munique, Roma e outras grandes casas de ópera.

Outra razão para a alta proporção de óperas da era barroca e clássica em seu repertório é uma importante relação de trabalho com o maestro John Eliot Gardiner, maestro britânico que começou como especialista em barroco. Ela fez o primeiro teste para ele em 1985, mas não conseguiu impressionar. Foi apenas com uma chance subseqüente para ele ouvi-la que ele começou a trabalhar com ela. Ela se juntou a ele em gravações da Nona Sinfonia de Beethoven; Clemenza di Tito de Mozart, Idomeneo e Requiem; Favola d’Orfeo de Monteverdi e L’Incoronazione di Poppea; Agripina e Jefté, de Handel; Orfée et Eurydice, de Gluck; e Oratório de Natal de Bach e St. Matthew Passion. Ele também conduziu a gravação de Seven Deadly Sins, de Weill, por von Otter, e selecionou músicas de teatro. Gravações significativas desde 2000 incluem Terezin / Theresienstadt, música do campo de concentração, e Boldemann, Gefors, Hillborg, canções orquestrais suecas contemporâneas.

Seu outro grande parceiro artístico é o pianista sueco Bengt Forsberg, seu parceiro de recital. Como Forsberg é um dos principais estudiosos no campo da literatura musical, von Otter conta com ele para sugerir músicas e organizar os programas de seus recitais. Com ele, ela se especializou em lieder desde os períodos do início e do final do período romântico, incluindo gravações bem recebidas de músicas de Schubert, Schumann, Brahms, Zemlinsky, Korngold e Mahler, além dos compositores românticos nórdicos, Alfvén, Rangstrom, Stenhammer e Sibelius.

Ela aprecia cantar músicas nas tonalidades especificadas originalmente pelos compositores. Quando ela veio gravar Seven Deadly Sins de Kurt Weill, ela usou a versão original para soprano alto, uma gama que ela possui, em vez da versão mezzo-soprano tradicional que foi feita para Lotte Lenya no final da carreira do cantor. Von Otter também gravou Seven Early Songs de Alban Berg, também música que é uma tensão para muitos sopranos. Além disso, ela não é avessa a esticar a voz para obter um efeito dramático. “Eu acredito em efeitos de choque”, ela disse uma vez em uma entrevista. No entanto, após os 40 anos de idade, ela teve algumas experiências particularmente ruins como resultado dessas duas tendências e, ela admite, magoou a voz. Como resultado, ela decidiu ser “sensata” e transpor para baixo. (extraído da internet)

Jacques Offenbach, nascido Jakob Eberst (Colônia, 1819 – Paris 1880)
1. Les Contes d’Hoffmann – Act – 1. Entr’acte (Barcarolle)
Anne Sofie von Otter, Stéphanie d’Oustrac & Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski & Chorus Of Les Musiciens Du Louvre

Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828)
2. “Ellens Gesang III”, D839
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Gioachino Antonio Rossini (Pésaro, Italy, 1792-Passy, Paris, 1868)
3. La Cenerentola, Act 2 “Nacqui all’affanno e al pianto”
Anne Sofie von Otter, Orchestra Of The Frankfurt Opera, James Levine

Edvard Grieg (Noruega, 1843 – 1907)
4. Haugtussa – Song Cycle, Op.67, Killingdans
Anne Sofie von Otter & Bengt Forsberg (piano)

Franz Schubert (Austria, 1797 – 1828)
5. Im Abendrot, D.799
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Kurt Weill (1900 – 1950)
One Touch of Venus
6. I’m A Stranger Here Myself
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
St. Matthew Passion, BWV 244 – Part Two
7. No.47 Aria (Alto): “Erbarme dich, mein Gott”
Anne Sofie von Otter, Fredrik From, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen

Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893)
Eugene Onegin, Op.24, TH. – Act 1
8. Scene and Aria. “Kak ya lyublyu pod zvuki pesen etikh” – “Uzh kak po mostu, mostochku”
Mirella Freni, Anne Sofie von Otter, Staatskapelle Dresden, James Levine

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Requiem in D Minor, K. 626, compl. by Franz Xaver Süssmayer
9. 6. Benedictus

Anne Sofie von Otter, Barbara Bonney, Hans Peter Blochwitz, Willard White, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
10. Ved gjaetle – bekken
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
La clemenza di Tito, K. 621, Act 1
11. “Parto, ma tu ben mio”
12. “Oh Dei, che smania è questa”
Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Kurt Weill (1900 – 1950)
One Touch of Venus
13. Speak Low
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Il pianto di Maria: “Giunta l’ora fatal” HWV 234
14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”
Anne Sofie von Otter, Musica Antiqua Köln, Reinhard Goebel

Gustav Mahler (1860 – 1911)
Rückert-Lieder, Op. 44
15. 2. Liebst du um Schönheit
Anne Sofie von Otter, NDR-Sinfonieorchester, John Eliot Gardiner
16. Serenade (from: “Don Juan”)
Anne Sofie von Otter, Ralf Gothoni

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Ariodante, HWV 33Act 2
17. “Tu preparati a morire”
Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Idomeneo, re di Creta, K.366Act 1
18. “Il padre adorato”
Anne Sofie von Otter, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Mass in B Minor, BWV 232
Kyrie: No.1 Kyrie eleison
19. Agnus Dei
Widerstehe doch der Sünde, Cantata BWV 54
20. 1. “Widerstehe doch der Sünde”
Anne Sofie von Otter, Baroque Concerto Copenhagen, Lars Ulrik Mortensen

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
21. Elsk
Kurt Weill (1900 – 1950)
22. Berlin im Licht – Song
Franz Schubert (1797 – 1828)
23. Der Wanderer an den Mond, D.870, op.80, no.1
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Christoph Willibald von Gluck (1714 – 1787)
Paride ed Elena, Wq 39Act 1
24. “O del mio dolce ardor”
Anne Sofie von Otter, Paul Goodwin, The English Concert, Trevor Pinnock

George Frideric Handel (1685 – 1759)
Hercules, HWV 60Act 2
25. Aria: “When beauty sorrow’s liv’ry wears”
Anne Sofie von Otter, Les Musiciens du Louvre, Marc Minkowski

Edvard Grieg (1843 – 1907)
Haugtussa – Song Cycle, Op.67
26. Det syng
27. Med en Vandilje, Op.25, No.4
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

Claudio Monteverdi (1567 – 1643)
L’incoronazione di Poppea, SV 308Act 2
28. Adagiati, Poppea – Oblivion soave (Arnalta)
Anne Sofie von Otter, Jakob Lindberg, Jory Vinikour

Johannes Brahms (1833 – 1897)
Fünf Lieder, Op.47
29. 3. Sonntag “So hab ich doch”
Franz Schubert (1797 – 1828)
30. Im Walde D 708
Anne Sofie von Otter, Bengt Forsberg

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Palhinha: ouça: 14. Cavatina: “Se d’un Dio fui fatta Madre”

Por gentileza, quando tiver problemas para descompactar arquivos com mais de 256 caracteres, para Windows, tente o 7-ZIP, em https://sourceforge.net/projects/sevenzip/ e para Mac, tente o Keka, em http://www.kekaosx.com/pt/, para descompactar, ambos gratuitos.

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Boa audição!

Avicenna

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 5

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Muito famosa em razão do Adagietto — utilizado por Luchino Visconti em A Morte em Veneza — a Sinfonia Nº 5 é muito bela e também difícil de ser tocada. As interpretações de Mahler a cargo de Sir Simon Rattle são amplamente reconhecidas com elogios da crítica mundial. Muitas delas estão entre as melhores versões disponíveis. De fato, a maioria recebeu prêmios de algumas das organizações e publicações musicais mais prestigiadas do mundo, entre elas o Gramophone no Reino Unido; Diapason na França, Grammy nos EUA, além de prêmios da Alemanha, Holanda, Canadá e República Tcheca.

A 5ª é marcadamente diferente de suas antecessoras. A capacidade de renovação de Mahler é surpreendente e não há duas sinfonias iguais, sendo que nenhum dos cinquenta movimentos nessas sinfonias segue o mesmo padrão. Esta sinfonia é puramente instrumental e segue uma forma sinfônica mais convencional, apesar de suas dificuldades.

A última gravação da 5ª de Mahler que ouvi foi a de Abbado e certamente há uma grande diferença. A perspectiva de Rattle sobre Mahler é muito diferente. Talvez Abbado fosse um otimista, enquanto Rattle é pessimista. Fico com o inglês. Onde Abbado dá um grande suspiro de alívio e esperança, Rattle estremece em desespero. A semelhança entre as duas leituras também é clara, não apenas porque Abbado e Rattle compartilharam a mesma orquestra, mas também porque ambos estão de olho nos detalhes.

Destaque para a fantástica participação do trompista Stephan Dohr no terceiro movimento.

Esta gravação é e permanecerá como uma das principais performances da Quinta de Mahler. Ela tem tempi vibrantes e permite que os detalhes da orquestração brilhem. Uma joia!

Symphony No. 5 In C-Sharp Minor (69:07)

1-1 I: Trauermarsch (In Gemessenem Schritt. Streng. Wie Ein Kondukt) 13:04
1-2 II: Stürmisch Bewegt (Mit Größter Vehemenz) 14:24
1-3 III: Scherzo (Kräftig, Nicht Zu Schnell) 16:56
1-4 IV: Adagietto (Sehr Langsam) 9:33
1-5 V: Rondo — Finale (Allegro) 15:02

Orquestra Filarmônica de Berlim
Sir Simon Rattle

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Mahler perdeu-se no Grande Lago dos Melômanos da Sede Rural da PQP Bach Corp.

PQP

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia 8 “Sinfonia dos Mil” & Sinfonia 2 “Ressurreição” – Leopold Stokowski

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia 8 “Sinfonia dos Mil” & Sinfonia 2 “Ressurreição” – Leopold Stokowski

Hoje vamos postar duas “Titânicas” sinfonias de Mahler sob a batuta de Leopold Stokowski (1882 – 1977) (ops… ele não usa batuta) : a Sinfonia número 2 “ Ressurreição” e a Sinfonia número 8 “Sinfonia dos Mil”. O pessoal do blog já postou algumas vezes estas obras com os regentes mais importantes, vou arriscar e meter meu bedelho também com o grande Leopold Stokowski.

Vamos começar pela gravação mais antiga. A Oitava Sinfonia de Mahler que é considerada por muitos um cartão de visitas para todas as grandes e boas orquestras. Também é a maior carta de amor da história das sinfonias (“Cada nota é dirigida para você”, Mahler confessou a sua esposa, Alma). A estreia foi considerada como a mais bem-sucedida do compositor (as apresentações de Munique em 1910 sob a regência do próprio Mahler foi seu primeiro sucesso absoluto e ainda teve Stokowski que também trabalhou nestas apresentações). Mais do que qualquer outra peça, a Oitava Sinfonia requer um regente que tenha o controle total dos músicos não apenas em orientar no palco, mas em conectar as ideias e as relações musicais da partitura.

O casal Gustav e Alma

A filosofia da obra é tão vasta quanto seus números. Como Mahler descreveu a um amigo: “Imagine que o universo inteiro explode em música. Já não ouvimos vozes humanas, mas as de planetas e sóis circulando em suas órbitas. ”A sinfonia é formada em duas seções expansivas. O primeiro é baseado no antigo hino do Pentecostes, “Veni creator spiritus” , que começa: “Venha, espírito criador, habite em nossas mentes; enche de graça divina os corações dos teus servos. ”Esse texto, embora de origem religiosa, também pode ser interpretado artisticamente; é impossível ter certeza de qual caminho Mahler pretendia, se é que ambos. No segundo movimento da sinfonia, Mahler se voltou para uma fonte mais recente, embora ainda estivesse mergulhada em espiritualidade. Aqui, Mahler definiu a cena final do épico drama em verso de Goethe, Faust. Esta não é a parte familiar em que Fausto vende sua alma ao diabo em troca de juventude e amor; antes, a Parte Dois ocorre décadas depois, quando as desventuras terrenas de Fausto finalmente chegaram ao fim, e o diabo está tentando tomar posse de seu recruta. Ele falha, perdendo Fausto para os anjos e, na cena final, aquela que tanto empolgou Mahler, os anjos e outros espíritos estão subindo ao céu com a alma redimida de Fausto. Esta sinfonia é inegavelmente uma obra de arte magistral, beneficiando-se dos anos de Mahler maestro, no comando de sinfonias e companhias de ópera, estas experiências abriram horizontes em sua genialidade experimental.

Orquestra posando para a foto antes da estreia americana da oitava de Mahler – 1916

Quando Stoki se tornou diretor musical na Filadélfia em 1912, imediatamente fez planos para introduzir esta enorme sinfonia nos Estados Unidos. Após alguns anos e com dinheiro em caixa Stokowski apostou na gigantesca partitura da Sinfonia número 8. Este foi um triunfo pessoal e artístico, e também um triunfo sobre o Conselho da Orquestra da Filadélfia (um dos muitos). Os custos eram grandes e Stokowski convenceu o Conselho da Orquestra da Filadélfia, no início de 1915, a liberar US $ 17.000 (equivalente a cerca de US $ 360.000 atualmente) para a estreia americana na temporada 1915-1916 da Sinfonia número 8 de Mahler. A habilidade de Stokowski na organização e a publicidade foram os principais contribuintes para o sucesso. O interesse do público tornou-se tão inflamado que os cambistas conseguiram US$ 100,00 no valor do ingresso para a estreia (equivalente a cerca de US $ 2.100 nos valores de hoje). Tão grande foi a demanda para ouvir Mahler que performances adicionais foram programadas. Em 9 de abril de 1916, dois trens particulares levaram 1.200 pessoas da Orquestra da Filadélfia até Nova York para se apresentarem no Metropolitan Opera House. Essas apresentações de Nova York ajudaram a estabelecer a reputação da Orquestra da Filadélfia sob Stokowski, o trabalho despertou aclamações, com a conquista de Stokowski fazendo notícias de primeira página em todo o mundo.

Nesta gravação da “Symphony of a Thousand” (nome dado a contragosto de Mahler) que ora disponibilizo aos amigos do blog é bem mais um arquivo histórico do que qualquer outra coisa. Mas se você puder ouvir além das imperfeições, a gravação oferece um excelente objeto de estudo. Esta foi a primeira gravação completa da Oitava Sinfonia de Gustav Mahler e foi realizada em 9 de abril de 1950, com Leopold Stokowski dirigindo a Filarmônica de Nova York e coros combinados de Nova York. Embora esta gravação histórica seja realmente de interesse limitado para os aficionados de Mahler e dedicados fãs de Stokowski não deve ser considerado uma escolha essencial. Realmente fica difícil entender tudo o que está acontecendo na gravação mono compactada. Os solistas vocais, os corais combinados e a Filarmônica de Nova York atuam com segurança e precisão bem ensaiada. Qualquer um que conheça bem esta sinfonia não terá problemas em distinguir as várias linhas de corais e partes instrumentais, apesar da distorção ocasional quando o microfone está sobrecarregado. No entanto, os ouvintes de primeira viagem podem se sentir desorientados pela densa parede de som do “Veni, Creator Spiritus”, que não dá pistas sobre a colocação dos músicos e atrapalha a separação dos solistas dos coros. O áudio na segunda parte é menos problemático, embora as limitações da tecnologia de gravação da metade do século XX ainda sejam bastante aparentes. Para quem quer uma qualidade de gravação ótima da oitava fica duas dicas (dois links) que o PQP fez aqui no blog, acho que a mais interessante foi a postagem do ano passado da integral com o Leonard Bernstein  a segunda que gostei bastante foi a do Pierre-Boulez.

Mahler – Sinfonia número 8 em mi bemol maior “Sinfonia dos Mil”

1 – Part I Hymnus Veni, creator spiritus
2 – Part II Final Scene from Faust

Frances Yeend soprano
Uta Graf soprano
Camilla Williams soprano
Martha Lipton mezzo-soprano
Louise Bernhardt alto
Eugene Conley tenor
Carlos Alexander baritone
George London bass-baritone
Chorus of the Schola Cantorum, Westminster Choir
Boys Choir of NY Public School number 12
New York Philharmonic Orchestra
Leopold Stokowski
Carnegie Hall, New York City – Live performance 9 April 1950

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Mahler – Sinfonia número 2 “Ressurreição”
Em maio de 1921, Stokowski conduziu a Sinfonia “Ressurreição” pela primeira vez. Esta sinfonia teve um começo bem picotado, foi apresentada em partes; em março de 1895, em Berlim, sob a direção de Richard Strauss, foram estreados os três primeiros movimentos puramente orquestrais, e somente no final do ano o próprio Mahler conduziu a primeira apresentação completa. A música surgiu das ideias concebidas pela Primeira Sinfonia, um trabalho quase autobiográfico cujo “herói” morreu e que no primeiro movimento da Segunda Sinfonia este “herói” está sendo levado para o túmulo. A música assume a forma de uma marcha gigantesca e solene – “uma grande quantidade de caráter trágico”, para citar Bruno Walter. O próprio Mahler deixou vários comentários sobre a música e, sobretudo da importância do primeiro movimento, escreveu: “Estamos de pé ao lado do caixão de um homem amado. Pela última vez, suas lutas, sofrimentos e realizações passam pela mente… Neste momento profundamente emocionante, quando a confusão e as distrações da vida cotidiana são varridas, uma voz de solenidade inspiradora diz: “O que é vida – o que é morte? Vamos viver para sempre na eternidade? É tudo um sonho vazio ou vida e morte têm um significado?” Essa é uma pergunta que devemos responder para continuar vivendo. ” O segundo movimento tem uma sensação schubertiana e é ao mesmo tempo uma lembrança feliz do passado e uma triste lembrança da juventude e inocência perdidas. Os três movimentos restantes, todos orientados na partitura para se seguirem sem pausa, começam com um scherzo, uma espécie de dança fantasmagórica e zombeteira, que apresenta o humor ácido que influenciaria grande parte da música de Shostakovich. Mahler escreveu: “O espírito de descrença e negação tomou posse do herói. Ele olha para a superficialidade da vida e perde junto com sua inocência infantil a força profunda que somente o amor pode trazer. Ele se desespera de si e de Deus, a própria vida começa a parecer irreal, como um pesadelo terrível. O desgosto absoluto por todos os que vivem o atormenta, levando-o a uma explosão de desespero “. O quarto movimento é um cenário solene para mezzo-soprano, um dos poemas folclóricos da antologia “Des Knaben Wunderhorn”, cujos versos Mahler também usou em sua Terceira e Quarta Sinfonias. “As palavras emocionantes da fé simples soam nos ouvidos do herói: ‘Eu venho de Deus e voltarei a Deus!'” O imenso final é lançado imediatamente com um grande grito de angústia e culmina com versos adaptados da ode “Auferstehung” (Ressurreição), de Friedrich Klopstock, para dois solistas e coro. “Estamos novamente confrontados com perguntas aterradoras … Chegou o fim de toda a vida; o Juízo Final está próximo … A terra treme, os túmulos se abrem, os mortos se levantam e marcham em uma procissão sem fim, grandes e humildes desta terra – reis e mendigos, justos e ímpios – todos avançam. O grito de misericórdia e perdão soa terrivelmente em nossos ouvidos … a última trombeta do apocalipse soa, e no silêncio sinistro que se segue a nós ouça um rouxinol distante, como o último eco trêmulo da vida na Terra”. Então, o som suave de um coro de santos e hostes celestes é ouvido: “Levanta-te, sim, você se levantará! Vida eterna Ele dará a quem o chamou”. E eis que não há julgamento – não há pecadores, nem justos, nem grandes. Nem humildes. Não há punição nem recompensa. Um sentimento de amor avassalador brilha sobre nós com entendimento e ilumina nossas almas”.

Em maio de 1921, Stokowski conduziu a Sinfonia “Ressurreição” pela primeira vez. Essa apresentação da Sinfonia “Ressurreição” de Mahler foi a última de várias que Stokowski fez desta obra. Para realizar esta gravação que foi única escolheu a London Symphony Orchestra para gravar na Inglaterra, estava com 92 anos. A revista Times chamou o desempenho de Stokowski: “uma conquista surpreendente … ele a transforma em uma experiência emocionante. Outro marco registrado para esse extraordinário artista”. A roda havia completado o ciclo, Stokowski pôde viver mais de seis décadas desde o momento em que viu o próprio Mahler trabalhando e, no final de sua vida, comprometer-se a gravar uma das melhores sinfonias de corais de todos os tempos.

Mahler – Sinfonia número 2 em dó menor – “Ressurreição”
1. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): I. Allegro maestoso
2. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): II. Andante moderato
3. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): III. [Scherzo] In ruhig fließender Bewegung – attaca:
4. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): IV. ‘Urlicht’. Sehr feierlich, aber schlicht – attaca:
5. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): V. Im Tempo des Scherzo. Wild herausfahrend
6. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): ‘Aufersteh’n, ja aufersteh’n wirst du’
7. Symphony No. 2 in C minor (‘Resurrection’): ‘O glaube, mein Herz, o glaube’

Brigitte Fassbaender mezzo-soprano,
Margaret Price soprano.
Rae Woodland, BBC Chorus & Choral Society, Goldsmith’s Choral Union, Harrow Choral Society
London Symphony Chorus and Orchestra,
Leopold Stokowski

Durante julho e agosto, foram realizadas 9 sessões de gravação: 22, 25, 27 de julho de 1974 e 10, 11, 14 de agosto de 1974. Foi publicado pela RCA em 1974.

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Ammiratore

Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia nº 1 – Mariss Jansons, Royal Concertgebow Orchestra

MARISS JANSONS (1943-2019)

Uma pequena homenagem a esse grande maestro letão que foi Mariss Jansons, falecido neste último dia do mês de novembro de 2019, aos 76 anos de idade.

Músico sensível e também muito requisitado, regeu as principais orquestras do mundo. Estudou regência no Conservatório de Leningrado, tendo sido assistente de Evgeny Mravinsky, além de também ter sido aluno de Hans Swarowsky e de Herbert von Karajan. Também teve um longo relacionamento com a Orquestra do Concertgebow de Amsterdam. Atualmente, era diretor da Orquestra da Rádio Bávara. Em outras palavras, o homem só frequentava altos círculos.

Desde 1996 já lutava contra problemas do coração.

Faço uma pequena homenagem a este grande maestro trazendo um registro seu lá de 2006, com sua querida Orquestra do Concertgebow de Amsterdam, com quem gravou muito, e tocando uma de suas especialidades, Mahler, a saber, sua Sinfonia Titã.

Um grande registro ao vivo, com a melhor orquestra do mundo dos últimos 50 anos, fama que ele ajudou a construir.

1. Langsam, schleppend (Wie ein Naturlaut) – Im Anfang sehr gemächlich
2. Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell – Trio Recht gemächlich
3. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
4. Stürmisch bewegt

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Onde está Wally? (Digo Jansons)

 

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 1 – BP – Claudio Abbado

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 1 – BP – Claudio Abbado

MAHLER

Sinfonia No. 1

Berliner Philharmoniker

ABBADO

 

Um amigo passou aqui em casa dia destes e viu minha bagunça de CDs, computador, papéis cheios de anotações. Não pude esconder (ah, a vaidade…) minhas atividades de blogueiro. E no meio de uma pilha de CDs que andava escutando ele avistou este aqui e disse: taí, este CD eu baixaria! Não é que ele tem bom olho? O álbum tem muita coisa a seu favor: ótima combinação autor-repertório-intérprete, além do selo de uma renomadíssima gravadora.

Há ainda outras coisas que o tornam um disco especial. Gravado ao vivo em dezembro de 1989, registra o primeiro concerto de Claudio Abbado como o Regente Principal (Chief Director) da Berliner Philharmonioker. Abbado fora eleito para o cargo que Karajan exercera com mão de ferro por mais de 30 anos. Suas personalidades não podiam ser mais diferentes e isso certamente deve ter pesado na escolha de Abbado.

Segundo a própria página da orquestra, sempre que Abbado falava sobre música, as palavras ‘ascoltare’ e ‘insieme’ eram sempre usadas. Sua abordagem à música era fundamentada em trabalhar ‘juntos’ e ‘ouvindo’ uns aos outros. Esta abordagem resultava sempre em uma enorme orquestra produzindo um som transparente que passou a fazer parte do estilo da Berliner Philharmoniker.

The disc is on the table!

A Primeira Sinfonia de Mahler foi composta em 1887 e 1888, praticamente um século antes do concerto aqui gravado, a partir de material usado em um ciclo de canções – Lieder eines fahrenden Gesellen. Neste período, Mahler era o segundo regente da Ópera de Leipzig. A obra custou um pouco a se firmar e sofreu várias mudanças até chegar à forma que a ouvimos hoje. Isto não é incomum com as obras de Mahler, que aproveitava as experiências das primeiras apresentações de suas obras para aprimorá-las.

A sinfonia é composta de quatro movimentos e inicia quase inaudível, em um murmúrio, mas que se constitui em uma peça bastante inovadora. Veja aqui um guia mais detalhado da obra. É mérito da gravação, em especial de Klaus Hermann, o engenheiro de som, que mesmo tendo sido feita ao vivo, tenha tanta qualidade. Note especialmente as enormes dinâmicas, com pianíssimos e fortíssimos realmente distanciados, o que nos permite experimentar em casa, pelo menos parte das emoções sentidas pelos presentes ao concerto. Assim, prepare a sala com uns aperitivos e avise os vizinhos para darem uma volta antes de botar o som no máximo!

Gustav Mahler (1860-1911)

Sinfonia No. 1

  1. Schleppend. Wie ein Naturlaut – Im Anfang sehr gemächlich
  2. Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell – Trio. Recht gemächlich
  3. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
  4. Stürmisch bewegt

Berliner Philharmoniker

Claudio Abbado

Gravado ao vivo em dezembro de 1989

Produção: Christopher Alder
Som: Klaus Hiemann

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FLAC | 205 MB

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MP3 | 320 KBPS | 125 MB

Há outras gravações memoráveis desta sinfonia. Eu não ficaria sem o registro feito por Bernstein a frente da Concertgebouw Amsterdam, também gravado ao vivo, no mesmo selo DG e que ostenta uma das capas mais lindas que eu conheço. Mas esta aqui vale pelo registro de um memorável concerto no qual um maravilhoso regente assume a direção de uma das maiores orquestras do mundo.

Aproveite!

René Denon

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 “Ressurreição”

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 “Ressurreição”

Se Mahler, em toda a sua vida, tivesse escrito apenas o terceiro movimento da Ressurreição, já teria um lugar garantido na história da música. Mas há o resto, e que resto! Obra espetacular e fundamental na obra de Mahler, a Sinfonia Ressurreição se utiliza de um enorme contingente de músicos. A orquestra é ora tratada convencionalmente, ora separada em pequenos grupos de câmara, tornando-se de poderosa para rarefeita, de delicada para violenta, como se estivesse sofrendo a melhor das psicoses maníaco-depressivas.

Mahler foi o maior regente de seu tempo e sabia o que estava fazendo. A “Ressurreição” é obra cheia de surpresas e que não hesita em utilizar alguns recursos pouco convencionais. Há, por exemplo, grupos de instrumentos que tocam fora do palco. Explico o motivo: os dois últimos movimentos da sinfonia propõem-se a fazer uma representação exterior (se bem que, como Mahler dizia, tudo era representação interior…) de nada menos que o Dia do Juízo Final e da Ressurreição dos mortos. Para tanto, o autor manda alguns instrumentistas (trompetes, trompas, percussão) para fora do palco e de lá, dos bastidores, eles iniciam um conflito fantasmagórico com a orquestra que está no palco. Quando a orquestra do palco executa o suave tema da redenção, de fora vem o som das trompas e da percussão executando o que Mahler dizia representar “as vozes daqueles que clamam inutilmente no deserto”. Depois começa a marcha dos ressuscitados no Juízo Final. Em meio a este tema, as trompas e os trompetes que estão lá atrás nos bastidores – representando agora a enorme multidão de almas penadas -, enchem o ar com seus apelos vindos de todos os lados do palco.

Todo este aparato propõe-se simplesmente a responder à pergunta: “Por que se vive?”.

Jorge de Sena, em 1967, escreveu o seguinte poema sobre esta música:

MAHLER: SINFONIA DA RESSURREIÇÃO

Ante este ímpeto de sons e silêncio,
ante tais gritos de furiosa paz,
ante o furor tamanho de existir-se eterno,
há Portas no Infinito que resistam?

Há infinito que resista a não ter portas
para serem forçadas? Há um paraíso
que não deseje ser verdade? E que Paraíso
pode sonhar-se a si mesmo mais real que este?

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 “Ressurreição”

1. Allegro maestoso
2. Andante Moderato
3. In ruhig fliessender bewegung
4. Urlicht. Sehr feierlich, aber schlicht
5. Im Tempo des Scherzos.
Wild herausfahrend
Wieder sehr breit
Ritardando…Maestoso
Wieder zuruckhaltend
Langsam. Misterioso
Etwas bewegter
Mit Aufschwung aber nicht eilen

Birmingham Symphony Orchestra with
Arleen Auger, Dame Janet Baker
Conducted by Simon Rattle

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Mahler sendo pai e marido.

PQP

Gustav Mahler (1860-1911) – Symphony nº 2 in C Minor ‘Ressurreição’ – Bernarda Fink ,Mariss Jansons, Chor und Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Um dos compositores que são unanimidade aqui no PQPBach com certeza é Mahler. Lamentamos sua morte tão precoce (meros 50 anos de idade), pois sua produção seria ainda mais extraordinária do que a que já conhecemos.

Hoje trago para os senhores a imensa e belíssima Segunda Sinfonia, que tem a duração de 1 hora e vinte minutos. Sua execução pede a seguinte instrumentação:

4 flautas (todas alternando com 4 piccolos), 4 oboés (2 alternando com corne inglês), 3 clarinetes (Sib, La, Do – um alternando com clarone), 2 clarinetes em Mib, 3 fagotes, 1 contrafagote, 10 trompas em fá (4 usadas fora do palco, menos no final), 8-10 trompetes em fá e dó (4 a 6 usados fora do palco, menos no final), 4 trombones, 1 tuba contrabaixo, 7 tímpanos (um fora do palco), 2 pares de pratos (um fora do palco), 2 triângulos (um fora do palco), Caixa clara, Glockenspiel, 3 sinos (Glocken, sem afinação), 2 bombos (um fora do palco), 2 tam-tams (alto e baixo), 2 harpas, órgão,quinteto de Cordas (violinos I, II, violas, cellos e baixos com corda Dó grave). Há ainda: Soprano Solo, Contralto Solo e um Coro Misto. (Wikipedia)

Foi a primeira sinfonia onde Mahler se utiliza da voz humana. Trata do tema da ‘Ressurreição”. Ele acredita que em um determinado momento a vida prevalecerá sobre a morte.

A gravação que trago para os senhores é bem recente, ainda do final de 2018, e foi realizada ao vivo, com a participação do veterano maestro Mariss Jansons à frente da magnífica Orquestra da Rádio Bávara e de seu Coro.

Meu maestro favorito para esta sinfonia sempre será Leonard Bernstein, mas Mariss Jansons faz um trabalho extraordinário aqui. Claro que não é a primeira vez que ele grava essa obra, mas provavelmente é a sua interpretação mais intensa. Além disso ele conta com a cumplicidade de uma orquestra que dispensa apresentações. Lembremos que Mariss Jansons, antes de assumir essa orquestra, era diretor de outro magnífico conjunto orquestral, a do Concertgebouw de Amsterdam. Convenhamos, o currículo do homem não é fraco, não acham?

Com a ajuda da Wikipedia, trago abaixo a letra da obra, com sua respectiva tradução:

Quarto Movimento

Quinto Movimento

P.S. Por um período estou trocando de servidor, para o Mediafire. Neste meio tempo tentarei rever minha situação junto ao MEGA.  Aguardo uma avaliação por parte dos senhores. Ainda é conta Free, mas se tudo der certo, pretendo torná-lo meu servidor oficial.

GUSTAV MAHLER – Symphonie Nr. 2 c-Moll „Auferstehungssymphonie“ für Sopran- und Alt-Solo, gemischten Chor und Orchester

01 Allegro maestoso. Mit durchaus ernstem und feierlichem Ausdruck
02 Andante moderato. Sehr gemächlich. Nie eilen
03 In ruhig fließender Bewegung. Sehr gemächlich. Nicht eilen
04 „Urlicht“. Sehr feierlich, aber schlicht (choralmäßig). Nicht schleppen
05 Im Tempo des Scherzo. Wild herausfahrend („Auferstehn, ja auferstehn wirst du“)

Bernarda Fink – Contralto
Anja Harteros – Soprano
Chor und Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Mariss Jansons Dirigent / conductor

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Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 9 – Sinfonieorchester des Südwestfunks, Baden-Baden – Michael Gielen

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 9 – Sinfonieorchester des Südwestfunks, Baden-Baden – Michael Gielen

Em memória de Michael Gielen

(* 20/07/1927  –  † 08/03/2019)

Michael Gielen nasceu em uma família de artistas, em Dresden. A família mudou-se em 1940 para Buenos Aires, onde ele cresceu em meio a uma elite de músicos ali exilados. Estudou piano com Erwin Leuchter, que fora assistente de Anton Weber (talvez venha daí seu interesse constante por composição e por música de seu próprio tempo) e ouviu um enorme repertório de ópera regido por Fritz Busch. Trabalhou no Teatro Colón como acompanhante nos ensaios, onde teve contato com artistas como Kirsten Flagstad, Erich Kleiber e Wilhelm Furtwängler.

Retornou para a Europa em 1950 onde assumiu vários cargos como diretor de ópera e de orquestra. Entre estas posições destacam-se a de Diretor da Geral de Música da Ópera de Frankfurt e regente da Sinfonieorchester des Südwestfunks, Baden-Baden. Como esta orquestra era subsidiada pela Rádio Estatal Alemã, pode promover música de seu próprio tempo. Também com esta orquestra deixou registro de vários ciclos de sinfonias, entre eles de Mahler e de Beethoven.

Mahler – Sinfonia No. 9

Michael Gielen, pedindo calma aos trompetes…

A ideia de morte perpassa toda a obra de Mahler, mas há uma convergência no caso desta sinfonia, composta nos verões (europeus) de 1908 e 1909. Em 1907 Mahler teve que lidar com duas catástrofes pessoais – a morte de sua filha Maria Anna Mahler, de apenas quatro anos, e o diagnóstico de sua doença cardíaca. Coloque tudo isto junto com o fato de que ele estaria escrevendo sua nona sinfonia. Ele que já havia evitado este número chamando sua obra anterior de canção – Das Lied von der Erde, obra na qual a brevidade da vida humana é colocada em oposição à natureza, que ficará para sempre (ewig).

Eu sei que colocando assim, você pode achar que vai encontrar uma música dilacerante, angustiada, como um bando de carpideiras… Não é exatamente isso. A peça demanda sim, muita atenção do ouvinte, mas a ideia geral é de aceitação, de transcendência.

Mahler, que já havia levado o modelo de sinfonia aos extremos com sua oitava, a Sinfonia dos Mil, aqui retorna ao padrão de quatro movimentos e uma peça puramente orquestral. Mas, a ordem dos movimentos é menos usual. O primeiro e o último são enormes movimentos lentos: Andante comodo e um Adagio. Estes fazem a moldura de dois outros movimentos mais curtos.

A primeira vez que ouvi esta sinfonia foi um bootleg, um CD italiano com uma gravação pirata com Klemperer regendo não sei mais qual orquestra. Ainda me lembro do impacto causado pelo primeiro movimento, que me soa como uma enorme desconstrução. A música quase para, levanta-se, segue, terrível. Os quatro ou cinco últimos minutos são especialmente tocantes. Veja o que disse deste movimento, um crítico, logo após a première (regida por Bruno Walter): Se alguém deseja aprender a chorar, deveria ouvir o primeiro movimento desta sinfonia, a grande, maravilhosa canção do adeus para sempre.

Parece fácil, depois de ensaiar tudinho…

No segundo movimento temos uma das marcas registradas de Mahler, ritmos de danças rústicas. No caso, Ländler, dança austríaca, entrecortada por uma valsa. Mas estas danças são aquelas que ninguém que dançar. Não deixe de notar a orquestração, muitas trompas e outros sopros. A ironia que permeia este movimento segue no próximo, um Rondó Burlesco. Depois deste tempestuoso conflito musical (cheio de contraponto e alguma selvageria), o Adagio final. A resolução de tudo que foi proposto pelos movimentos anteriores se dá neste imenso movimento que não termina, mas se dissolve. Transição entre a desolação do adeus para a transcendência posterior. Mais ou menos isso, segundo Bruno Walter.

Apesar de tudo, música composta só se realiza quando é executada. Ao longo destes mais de cem anos que a sinfonia vem sendo executada (sua première foi em 26 de junho de 1912, sob a regência de Bruno Walter), diferentes gerçaões de músicos e regentes têm dado sua interpretação desta monumental e significativa sinfonia, passando por Haitink, Bernstein, Karajan e, mais recentemente, Rattle e Dudamel. Mas hoje, as homenagens são para Michael Gielen (1927 – 2019).

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 9, em ré maior

  1. Andante comodo
  2. Im Tempo eines gemächlichen Ländlers. Etwas täppisch und sehr derb
  3. Rondo-Burleske: Allegro assai. Sehr trotzig
  4. Sehr langsam und noch zurückhaltend

Sinfonieorchester des Südwestfunks Baden-Baden

Michael Gielen

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FLAC | 312 MB

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MP3 | 320 KBPS | 181 MB

Aproveite!

René Denon

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 4 – Emmy Loose, Philharmonia Orchestra & Paul Kletzki

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 4 – Emmy Loose, Philharmonia Orchestra & Paul Kletzki


Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 4, em sol maior

Esta sinfonia é bem representativa de Mahler. É uma de suas músicas mais acessíveis, devido tanto à beleza de seus temas quanto às suas dimensões. Por isso, é como um portal para este universo musical criado por ele.

Gustav Mahler viveu um tempo de muitas mudanças, fim do século XIX e início do século XX, a maior parte do tempo em Viena. Sofreu tragédias pessoais, conviveu com pessoas geniais (Freud, Klimt, Bruckner…) e deixou um enorme legado na música – tanto suas composições quanto na forma de reger e dirigir as grandes orquestras.

A gravação desta postagem não é a mais famosa, mas é maravilhosa. Feita em 1957 com a Philharmonia, a excelente orquestra criada por Walter Legge para a EMI, aqui está nas mãos de Paul Kletzki. O local da gravação é o Kingsway Hall e o pessoal técnico, com produção de Victor Olof, é excelente. O que mais gosto dela é a maneira como apresenta a música, com clareza e simplicidade, mas também com a sutileza necessária.

O que então deve lhe chamar a atenção nesta viagem pelo universo deste complexo compositor? Começamos com a orquestração. Mahler sabia tudo sobre isso, na teoria e na prática. Suas obras demandam orquestras enormes, gigantescas, muitos instrumentos, especialmente na percussão. Mas, ao ouvir essa sinfonia, perceberá um tratamento quase camerístico da orquestra. Grupos de instrumentos combinados de forma contrastante, muitos solos, para terror dos músicos.

O primeiro movimento desta sinfonia inicia com flautas acompanhadas do chocalho de sinos de um trenó de neve (Schelle, em alemão, sleighbells, em inglês) – percussão – seguidas de cordas e tropas, muitas trompas em Mahler. A outra coisa que você notará é a quantidade de diferentes ritmos, criando diferentes episódios dentro de um mesmo movimento. Marchas militares, landlers, valsas, irrompem pelo discurso musical, fazendo alusões às suas lembranças. Essa é outra típica característica de Mahler.

O segundo movimento tem um violino afinado um tom mais alto, para que pareça um violino rústico, uma rabeca. Os solos deste instrumento representam uma figura folclórica – folclore, outra característica de Mahler—chamada Freund Hein, que representa a morte. Estes episódios são intercalados por música muito sentimental, num típico movimento sweet and sour.

O terceiro movimento, Ruhevoll (Poco adagio) – Mahler foi um mestre na composição de adágios – é o núcleo da sinfonia e segue por bons vinte minutos. Durante o período que se dedicou à composição desta sinfonia, Mahler estudou a obra de câmera de Schubert, um mestre na arte de prolongar os movimentos de suas peças. A transição do segundo movimento para este terceiro é muito marcante. As palavras do segundo são pizzicato, staccato, staccatissimo. O terceiro movimento abre com as cordas mais graves, violas, violoncelos e contrabaixos, tocados com os arcos. Ao longo deste enorme movimento, Mahler falará das coisas importantes e profundas da vida. Basta prestar atenção. O movimento é uma longa construção para os clímaces finais. Preste atenção na maneira como Mahler usa as harpas. Poucos compositores as usam tão eficientemente. Ao fim deste movimento, chegamos aos portais do céu, que será descrito no quarto movimento.

Inovação, outra coisa de Mahler. Pela primeira vez (na história da música…) um compositor termina uma sinfonia com uma canção, um Lied. A letra vem de uma coleção de poemas anônimos (folclore) chamada Des Knaben Wunderhorn. Mahler já havia musicado vários destes poemas, inclusive este, Das himmlische Leben, uma visão do céu na perspectiva de uma criança. Os Lieder compostos por Mahler sobre esses poemas formam uma coleção à parte e alguns deles foram incorporados a algumas de suas primeiras sinfonias. Estas são então chamadas Sinfonias Wunderhorn e a quarta é uma delas.

Gravura de Moritz von Schwind, com o Knaben e a sua Wunderhorn

A canção que fecha a quarta sinfonia estava destinada à terceira. Mas, para a nossa sorte, esta já estava tão imensa que a cançãozinha ficou de fora e acabou gerando o projeto da quarta.

Para cantar esses versos infantis, Mahler pede uma voz leve de soprano. Nesta gravação isso é atingido com perfeição pela Emmy Loose. A canção narra a vida celestial, verdadeira festa no céu. Comida, bebida, dança e música, liderada por Santa Cecília e as vozes angelicais.

Gustav Mahler, por Emil Orlik, 1909

A sinfonia não foi exatamente bem recebida na época de sua estreia, mas o próprio Mahler disse: Meu tempo virá! Muito bem, ouvindo esta gravação e olhando o catálogo de gravações assim como as inúmeras apresentações desta e das demais obras de Mahler por todo o mundo, não é difícil dizer que ele estava certo.

Aproveite esta oportunidade de conhecer um pouco a música de Mahler. Se você já a conhece, então terá todas as razões para apreciar ainda mais esta gravação.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 4 em sol maior

  1. Bedächtig. Nicht eilen
  2. Im gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
  3. (Poco adagio)
  4. Sehr behaglich.
Philharmonia Orchestra
Emmy Loose, soprano
Paul Kletzki, conductor

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 FLAC | 242 MB

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MP3 | 320 KBPS | 127 MB

Meu tempo virá! (Mahler…)

René Denon