Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc • Ibert

Milhaud • Françaix

Música para Conjunto de Sopros

Gruppo di Tempera

 

im-PER-DÍ-VEL

Mais um destes discos que poderia passar por baixo do radar, especialmente se você está em busca de discos com selos de renome, música sinfônica ou intérpretes com nomes arrasa-quarteirão, os blockbusters!

Este aqui foi produzido pelo selo DUX e gravado no Krzysztof Penderecki European Music Center, em Lusławice, sob o apadrinhamento do diretor do Centro, Adam Balas.

O pessoal do Gruppo di Tempera dando uma palhinha no Festival PQP Bach de Música de Vento, em Pelotas

O Gruppo di Tempera é formado por músicos poloneses com o propósito de interpretar as lindas peças para conjuntos de sopros, eventualmente acrescido de um piano. Você pode saber mais sobre eles acessando a página do conjunto no facebook ou aqui.

Pois nada mais adequado do que um programa com música francesa – com muita tradição neste gênero. Os quatro compositores são praticamente contemporâneos e o disco todo é muito bom. Eu ouvi diversas vezes, mas esta manhã de domingo combinou especialmente bem com essa música. Não está muito quente e a preguiça permitiu ouvir sem pressa cada pedacinho, uma boa surpresa depois da outra.

Um gigante, o Francis…

O Sexteto do Poulenc é bem conhecido, mas os outros compositores são menos divulgados. As três peças de Jacques Ibert são deliciosas e eu adorei o nome da suíte do Darius Milhaud: Le cheminée du Roi René. Estas duas peças são típicas do que se chama neoclassicismo. Da música de Ibert o libreto menciona que reúne uma mistura de racionalismo, humor, perspicácia, extravagância e refinamento! A suíte de Milhaud é um arranjo de música escrita para um filme de Raymond Bernard, Cavalcade d’amour, para o qual também contribuíram outros compositores. Os nomes dos movimentos são uma alusão à um período antigo. Para completar o disco, a peça de Françaix, L’heure du berger é um pouco programática – com muito humor descreve personagens típicos de um café parisiense. Começando com Les vieux beaux, envelhecidos dândis presos ao passado, passando para as Pin-up girls, mulheres de posters dos anos 1940, com largos sorrisos e poucas roupas, sedutoras. Termina com Les petits nerveux, um rondó que acaba abruptamente.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sexteto para flauta, oboé, clarinete, trompa, fagote e piano, Op. 100

  1. Allegro vivace: Tres vite et emporte
  2. Divertissement: Andantino
  3. Finale: Prestissimo

Jacques Ibert (1890 – 1962)

Três peças breves para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote

  1. 1. Allegro
  2. 2. Andante
  3. 3. Assai lent – Allegro scherzando

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205

  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Jean Françaix (1912 – 1997)

L’heure du berger

  1. Les Vieux Beaux
  2. La belle Otero
  3. Les Petits Nerveux

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano

Agata Igras-Sawicka, flauta

Sebastian Aleksandrowicz, oboé

Adrian Janda, clarinete

Artur Kasperek, fagote

Tomasz Bińkowski, trompa

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FLAC | 212 MB

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MP3 | 320 KBPS | 108 MB

Como ficou o pessoal do GT quando soube o número de acessos ao blog desde que a postagem foi ao ar…

Darius explicando calmamente para a banda formada pelo pessoal do PQP Bach que eles precisam ensaiar um pouco mais…

2 comments / Add your comment below

  1. Talvez seja preconceito, mas não consigo gostar de quase nada música francesa do século XX. Parece que o caminho entortou com Debussy e desandou de vez com Les Six. O Poulenc dos Dialogues des carmélites é genial, o de La voix humaine é interessante, mas sua música instrumental em geral é superficialmente atrativa, mas depois se mostra demasiado… frívola, talvez. Parece adaptada a um nicho de mercado “très français”. Com Milhaud, Ibert e Françaix é pior ainda.
    Para quem aprecia, porém, é um bom disco. Os poloneses são talentosos. A interpretação do Sexteto – a única das obras para a qual tenho parâmetro de comparação – é muito boa.

    1. Olá, FB!
      Obrigado por dar sua opinião!
      Eu entendo que devido a diversos fatores, os compositores franceses do começo do século XX buscavam uma linguagem musical que os distanciassem da maneira ‘austro-germânica’ de compor. A busca de inspiração na música barroca francesa (os mestres do cravo) foi uma saída encontrada. Outra foi a aproximação da música mais popular, das ruas, cafés e cabarés. Veja, por exemplo, a influência do jazz na música de Ravel. Eu sempre gostei imenso do Concerto para Piano e do Trio com Piano.
      A música com instrumentos de sopros também é um traço forte da música francesa.
      É claro que gosto, sendo algo pessoal, não se discute. Mesmo assim, creio que ouvir um disco como este, de quando em vez, pode surpreender e dar alguma alegria.
      Desejo um bom fim de ano, com muita festa e boa música.
      Cuide-se!
      Abraços do
      René

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