BTHVN 250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonata para piano em Lá maior, Op. 101 [The Last Six Piano Sonatas – Peter Serkin]

Com os primeiros compassos da maravilhosa sonata Op. 101, Beethoven anuncia sua última e visionária fase criativa, marcada por obras expansivas, duma sofisticação sem precedentes, e que transcendiam quaisquer dos já rotos limites que o compositor redefinira para as formas musicais, associadas a um inovador uso do contraponto e, especificamente, das formas fugais.

A sonata foi iniciada em meados de 1815 e concluída no final do ano seguinte. Dentro da tendência iniciada com a sonata Op. 90, Beethoven deixou instruções em alemão aos intérpretes: “um tanto animado e com o sentimento mais íntimo”; “animado, marchando”; “lento e cheio de saudade”; “rápido, mas não muito, e com determinação”. Com um olho no mercado externo, também indicou os andamentos em italiano, mas lançou mão somente de sua língua materna no frontispício, prescrevendo a sonata para o “Hammer-Klavier” (“piano de martelos”). Muito se conjeturou se esse título – que, como sabemos, colou indelevelmente na imensa sonata seguinte, a Op. 106 – era uma contraindicação a que se executasse a obra no cravo. Não parece ser o caso, não só porque o fortepiano já suplantara seu antecessor nos lares e salas de concerto da época, como também “Hammerklavier” era o termo mais usado, juntamente como “Hammerflügel”, para designar os fortepianos em alemão. Por fim, havia já um bom tempo que as sonatas de Beethoven não mais cabiam nas acanhadas extensões dos teclados dos cravos, e ele próprio vivia a resmungar as limitações dos próprios fortepianos que conhecia.

A Op. 101, aliás, é antes de mais nada uma celebração da capacidade dos instrumentos da época. O novíssimo Mi grave é explicitamente prescrito (“contra E“) no final do último movimento, e o inovador uso do pedal de suavização, que permitia a execução de cada nota em uma, duas ou três cordas, surge no movimento “cheio de saudade”, em que o pedal vai sendo liberado aos poucos, permitindo o acréscimo gradual de cordas e alterando substancialmente o timbre.

Quando conheci o primeiro movimento, na tônica de Lá maior, pensei estar ouvindo Schumann, até que o desenvolvimento – uma sonata-forma a um só tempo enxuta e rica – me gritasse claramente que aquilo era Beethoven tardio. No movimento seguinte, o scherzo é substituído por uma marcha em Fá maior, uma tonalidade distante, com um delicado cânone fazendo as vezes de trio. O movimento mais importante é o extenso finale, que começa como um adagio em Lá menor (aquele “cheio de saudade”), com a liberação gradual supracitada do pedal de suavização, passando por uma breve recapitulação do movimento inicial (um expediente muitas vezes usado por Beethoven nos finales de suas obras maduras), até irromper num enérgico, complexo fugato que cresce inexoravelmente até um clímax em fortissimo.

Assim como as sinfonias e os últimos quartetos de cordas, as derradeiras sonatas para piano de Beethoven são por demais transcendentais para que eu delas tenha uma interpretação favorita. Por isso, eu também hei de publicar algumas séries entre minhas prediletas. Trago-lhes hoje o excelente Peter Serkin, algo injustamente conhecido tão só como o filho do mestre Rudolf Serkin, mas um tremendo pianista por seus próprios méritos. Sua gravação das seis últimas sonatas num fortepiano Graf, contemporâneo ao compositor, nasceu clássica. Ao contrário duma boa parte dos registros dessas sonatas em instrumentos de época, que causam uma invencível estranheza e sensação de que os velhos instrumentos não são suficientes para dar conta da música (sensação que, como sabemos, também era a do próprio compositor), Serkin usa o Graf de modo muito efetivo, lançando mão de sua riqueza tímbrica, particularmente nos contrastes entre as notas agudas – muito menos pungentes que nos instrumentos modernos – e um tanto anasaladas notas graves. A mim, que tão pouco conheço sobre fortepianos e sua técnica de construção, o Graf soa muito mais moderno que seus concorrentes contemporâneos. O resultado é impressionante, e sobremaneira porque Serkin conseguiu, mesmo com o instrumento antigo, realizar uma das minhas gravações favoritas da grande Hammerklavier (Op. 106) – notável, entre outras coisas, por respeitar estritamente as indicações metronômicas quase suicidas do compositor.


Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata para piano em Lá maior, Op. 101
Composta em 1816
Publicada em 1817
Dedicada à baronesa Dorothea Ertmann

1 – Etwas lebhaft, und mit der innigsten Empfindung. Allegretto, ma non troppo
2 – Lebhaft, marschmäßig. Vivace alla marcia
3 – Langsam und sehnsuchtsvoll. Adagio, ma non troppo, con affetto
4 – Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit. Allegro

Dois Rondós para piano, Op. 51
Compostos entre 1795-1798
Publicados em 1802 (no. 2) e 1810 (no. 1)

5 – No. 1 em Dó maior
6 – No. 2 em Sol maior

Grande Sonata para piano em Si bemol maior, Op. 106, “Hammerklavier”
Composta entre 1817-18
Publicada em 1819
Dedicada ao arquiduque Rudolph da Áustria

7 – Allegro
8 – Scherzo: Assai vivace
9 – Adagio sostenuto
10 – Introduzione: Largo – Allegro – Fuga: Allegro risoluto

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Sonata para piano em Mi menor, Op. 90
Composta em 1814
Publicada em 1815
Dedicada ao príncipe Moritz von Lichnowsky

1 – Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
2 – Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Sonata para piano em Mi maior, Op. 109
Composta em 1820
Publicada em 1821
Dedicada a Maximiliane Brentano

3 – Vivace ma non troppo – Adagio espressivo
4 – Prestissimo
5 – Andante molto cantabile ed espressivo – Variazione I: Molto espressivo – Variazione II: Leggermente – Variazione III: Allegro vivace – Variazione IV: Un poco meno andante – Variazione V: Allegro ma non troppo – Variazione VI: Tempo I del tema

Sonata para piano em Lá bemol maior, Op. 110
Composta em 1821
Publicada em 1822

6 – Moderato cantabile – Molto espressivo
7 – Allegro molto
8 – Adagio, ma non troppo – Arioso – Fuga: Allegro ma non troppo – L’istesso tempo di arioso – L’istesso tempo della Fuga poi a poi di nuovo vivente

Sonata para piano em Dó menor, Op. 111
Composta em 1821-22
Publicada em 1823
Dedicada ao arquiduque Rudolph da Áustra

9 – Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
10 – Arietta – Adagio molto semplice e cantabile

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Peter Serkin, fortepiano

Mr. Serkin and Herr Graf
#BTHVN250, por René Denon

Vassily

John Dowland (1563 – 1626) ·∾· Tell me true love ∞ Joel Frederiksen ∞ Ensemble Phoenix München ֍

John Dowland (1563 – 1626)  ·∾·  Tell me true love ∞ Joel Frederiksen ∞ Ensemble Phoenix München ֍

DOWLAND

O amor é amor em mendigos e reis

Joel Frederiksen

Ensemble Phoenix München

 

 

Este disco é um tesouro repleto de pequenas gemas – linda poesia, ótima música e excelente interpretação – mas pede uma audição cuidadosa, demanda tempo para ser devidamente apreciado.

É claro, você poderá ouvi-lo uma vez e coloca-lo naquela pasta de discos interessantes, seguindo em frente para outras aventuras sonoras. Mas, se você dispuser de um pouco mais de tempo, poderá deleitar-se devidamente e abrir uma porta ou uma janela para um universo cultural bastante rico.

Digo isto pois John Dowland é um compositor cuja música pode ser facilmente rotulada de dolente, melancólica, cheia de sofrência… Realmente, tem isso, faz parte do pacote. Mas vai bem além disso. Não por acaso o seu Primeiro Livro de Canções – The First Booke of Songs – editado pela primeira vez em 1597 foi seguido de quatro edições, a última em 1613, e foi o primeiro do gênero em língua inglesa, estabelecendo um padrão altíssimo.

Outros livros do compositor seguiram e sua arte permanece como um retrato da cultura de seu tempo – ele foi contemporâneo da Rainha Elizabeth I e de Shakespeare. Há em sua música uma componente de atemporalidade que percebemos ao vê-la interpretada até pelo pop-star Sting. Afinal, canções que falam de amor – love, love, love – são sucesso de compositores ingleses até hoje.

Escolhi este álbum para ser o primeiro de uma série de postagens com obras de Dowland por achar que ele evita as principais armadilhas que se não forem afastadas na preparação de um projeto como este, acabaria resultando um disco chato – booooring!

Phoebus (Apolo) e Daphne

Primeiro obstáculo – excesso de melancolia e tempo por demais moroso. A questão do tempo é fundamental. Dowland viveu no fim do século 16, começo do século 17. A passagem do tempo, a velocidade das coisas era diferente da que experimentamos hoje. Uma viagem de Londres a Paris, que seria feita apenas por pessoas distinguidas, demoraria dias. Um destes sites de perguntas estranhas me informa que cavalos bem treinados e tratados podem manter a velocidade de uns 15 quilómetros por hora, por horas. São 300 quilómetros de Paris a Calais – umas 25 horas, pois há que parar de vez em quando para trocar os pobres cavalos, refresca-los e essas coisas. Coloque mais umas 11 horas para ir de Dover a Londres. Isso sem contar a travessia do canal, a espera das conexões, a maré certa. Pois é, outros tempos, outro tempo. 

Tem também a questão dos intérpretes. Como vamos ouvir canções, a voz é um fator relevante. É comum ouvir as canções de Dowland nas vozes mais altas – soprano e contra tenor. No meu caso, isso pode ser um problema. Além disso, o acompanhamento do cantor em geral é feito por um alaúde. Isso é certo, John fazia isso, mas se houver mais instrumentos, fica mais colorido e isso também é perfeitamente adequado. O cantor deste disco, Joel Frederiksen, é baixo-barítono, toca o alaúde e se faz acompanhar pelo excelente grupo Ensemble Phoenix München e a gravação é espetacular.

A escolha absolutamente criteriosa das canções e dos números instrumentais nos dá um ótimo panorama da obra de Dowland – um desfile de big hits!

A primeira canção, do terceiro livro, é um ótimo exemplo de como música e poesia vão de mãos dadas, no mais alto nível. Veja o refrão: And love is love in beggers and in kings! A canção demora curtíssimos 2’14! Se você não a ouvir de novo, não se embebedar da música, vai perder.

Robert Devereux 2nd Earl of Essex

E Dowland conviveu com nobres e reis. A letra da segunda das canções – Can she excuse my wrongs with vertues cloak? –  foi escrita pelo segundo Conde de Essex – Robert Devereaux – favorito da Rainha, nobre e corsário inglês, que acabou executado em razão de conspirações muitas. A própria Rainha é constante referência nas canções de Dowland, que esperava uma posição na corte, mas que veio apenas no fim de sua vida, quando assumiu o trono outro monarca. Dowland era católico e chegou a ser acusado de traição. Não foi condenado, mas também nunca ganhou as graças da Rainha Virgem. Na canção When Phoebus first did Daphne love, o frustrado Apolo manda: Past fifteene none, none but one should live a maid! Já deu para perceber quem seria esta uma… Veja também que na outra canção, que a segue no disco, também do Terceiro Livro, ouvimos:

Elizabeth I

Say Love if ever thou didist find,

A woman with a constant mind,

None but one,

And what should that rare mirror be,

Some Goddesse or some Queene is she,

She, she, she, and only she,

She only quenn of love and beautie.

Mesmo assim, nada de emprego…

A alternância de canções mais dolentes com outras mais animadas é muito bem-feita. A famosíssima Flow my Teares – também conhecida por Lachrimae na sua versão instrumental, é seguida por uma peça instrumental, My Lord Chamberlain his Galliard, e depois pela alegre Fine knacks for ladies, que nos transporta para uma feira ao ar livre – com frivolidades e muita animação.

Entre as peças instrumentais, chamo a atenção para The Frog Galliard, aqui interpretada por um conjunto de três alaúdes, cuja versão com letra Now o now I needs must part é uma belíssima canção do Primeiro Livro, em breve num distribuidor do PQP Bach Ars Blog mais perto de você. Até lá, veja só este avant premiere!

Os temas das canções são o amor platônico, o amor mundano, fidelidade e essas coisas. As raízes de sua música estão fortemente fincadas nas tradições madrigais que aprendeu em Paris, onde aprofundou sua predileção pelo alaúde. Para lá foi aos 17 anos a serviço de Sir Henry Brooke Cobham, embaixador junto ao Rei da França. Boa parte de sua vida, John Dowland passou longe da Inglaterra, muitos anos a serviço do Rei da Dinamarca, de onde enviou seu Segundo Livro de Canções para que sua mulher o publicasse.

Enfim, mais histórias guardo para as próximas postagens. Enquanto isto, aproveite este disco e se familiarize com esta música que permanece tão acima do tempo como as emoções que retratam e as perguntas que fazem.

John Dowland (1563 – 1626)

  1. The lowest trees have tops
  2. The Woods So Wild / Can She Excuse My Wrongs
  3. Deare, if you change
  4. Tarleton’s Riserrectione
  5. Sleep, wayward thoughts
  6. All ye, whom Love or Fortune hath betray’d
  7. Away with these self-loving lads
  8. Flow my teares (Lacrimæ)
  9. My Lord Chamberlaine his Galliard
  10. Fine knacks for ladies
  11. When Phoebus First Did Daphne love
  12. Say love if ever thou didst find
  13. A Fancy
  14. Lady, if you so spite me
  15. In darkness let me dwell
  16. If That a Sinner’s Sighs
  17. From silent night
  18. Praeludium
  19. Frog Galliard
  20. Shall I strive with wordes to move?
  21. Tell me, true Love

Joel Frederiksen, baixo e alaúde (9, 19)

Ziv Braha, alaúde (1, 14, 15 e 19)

Ryosuke Sakamoto, alaúde (4, 9, 13, 18, 19)

Domen Marincic, viola da gamba (2)

Alexandra Polin, viola da gamba (15)

Ensemble Phoenix Munich

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 298 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 151 MB

Joel Frederiksen

Veja um exemplo da eterna sabedoria que está escondida nestas letras: Que tolos são os que não sabem que o amor não aprecia qualquer lei que não seja a sua própria…

Aproveite!

René Denon

In memoriam Sean Connery (1930-2020) – Sergei Prokofiev (1891-1953) – Pedro e o Lobo, Op. 67 – Suíte “Tenente Kijé”, Op. 60 – Benjamin Britten (1913-1975) – The Young Person’s Guide to the Orchestra – Connery – Dorati

Sir Thomas Sean Connery deixou-nos no finalzinho do mês passado, e, tão logo soube da má notícia, lembrei de trazer-lhes este pequenino disco.

A comoção das legiões de fãs com sua morte foi tão grande quanto o reaceso rechaço à sua inaceitável e tantas vezes reiterada opinião quanto a bater em mulheres – opinião que, claro, eu não corroboro e que vigorosamente condeno. Enquanto aproveito para recondená-la, e por vivermos tempos em que nenhum óbvio é mais ululante, esclareço que não pretendo aqui tecer loas ao espancador de mulheres, e sim celebrar o legado artístico do ator icônico, dono duma voz inconfundível e de distinto sotaque que, algumas vezes, soltou no cinema:

E é com a voz que Connery aparece nesta nossa homenagem, acompanhado por Antál Dorati e a Royal Philarmonic, em duas figurinhas fáceis do repertório para narrador e orquestra: “Pedro e o Lobo”, de Prokofiev, numa versão em inglês atenuada das cores soviéticas do original (no primeiro esboço, Pedro era um jovem pioneiro de Lênin), e no “Guia dos Jovens para Orquestra”, de Britten, uma adaptação duma obra em variações sobre um tema da música de cena de Purcell para a peça “Abdelazer”, de Aphra Behn. Dorati, um verdadeiro monstro de eficiência, sai-se bem como sempre (e em especial na música para “Tenente Kijé”, também inclusa no disco), e a voz de Connery é tão clássica que não tenho como lhe fazer críticas, e mesmo a forma hilária com que ele pronuncia a palavra “brass” para se referir aos metais inunda a narração de charme.

Tapadh leat, Tom!

Sergei Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953)

Pedro e o Lobo (Petya i volk), Conto de Fadas Sinfônico para Crianças,  Op. 67

1 – This is the story of Peter and the Wolf
2 – It was early morning
3 – Grandfather led him back to the house
4 – Now this is how things stood
5 – And now, the victory parade

Sean Connery, narrador
Royal Philarmonic Orchestra
Antal Doráti, regência


Suíte “Tenente Kijé” (Poruchik Kizhe), da trilha sonora do filme de Aleksandr Faintsimmer, Op. 60

6 – O nascimento de Kijé
7 – Romance
8 – Casamento de Kijé
9 – Troika
10 – O funeral de Kijé

Royal Philarmonic Orchestra
Antal Doráti, regência


Edward Benjamin BRITTEN (1913-1976)

Variações e fuga sobre um tema de Purcell, para orquestra, Op. 34 (The Young Person’s Guide To The Orchestra), Op. 34

11 – Introduction
12 – Let us hear each instrument play a variation
13 – The highest instruments in the string family
14 – We now come to the brass family
15 – The percussion family
16 – You have heard the whole orchestra in sections

Sean Connery, narrador
Royal Philarmonic Orchestra
Antal Doráti, regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


DÃ BRAÉSSS (CC0 1.0 Universal (CC0 1.0), Public Domain Dedication, https://pxhere.com/en/photo/594911)

Vassily

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonias – CDs 3 e 4 de 6 (Haitink/LSO) #BTHVN250

A Quinta Sinfonia e a Pastoral de Haitink/LSO são excelentes, é claro. Mas hoje prestei mais atenção nas ovelhas negras da série, as duas primeiras sinfonias, inseridas na primeira fase de sua vida como compositor. A bem da verdade, há uma fase zero, da adolescência até os 24 anos, pois ele só publicou sua primeira obra “oficial”, opus 1, em 1795, quando já morava em Viena. Na primeira fase das obras com opus, ainda seguia modelos típicos de Haydn e Mozart, mas já com algumas características próprias, como as frases assertivas, acabando no tempo forte – comparem com Mozart e suas melodias frequentemente acabando no tempo fraco.

Muitas vezes consideradas agradáveis, tranquilas, mas pouco originais, essas sinfonias assumiram outro aspecto em gravações mais recentes. Entre as integrais mais associadas ao movimento de práticas ditas historicamente informadas (HIP em inglês), Harnoncourt/Chamber Orchestra of Europe é minha referência absoluta. O som da orquestra de Harnoncourt, assim como o da de Londres com Haitink, tem percussões potentes, muito diferentes daquele tímpano discreto das gravações antológicas de meados do século passado. Comparando por exemplo os momentos mais agitados do Allegro molto e vivace (muito alegre e vivo) da 1ª sinfonia e o Allegro com brio (alegre com brilho) da 2ª sinfonia, me parece que os técnicos que gravaram Haitink/LSO fizeram um trabalho que deu ainda mais destaque à percussão do que os técnicos de Harnoncourt. Nestas gravações ao vivo, os percussionistas em alguns momentos roubam a cena com pancadas quase tão violentas quanto as dos bateristas de bandas de rock como Rush ou Led Zeppelin.

Nas sinfonias mais célebres, como a 5ª e a 6ª, as percussões também soam poderosamente e Haitink usa andamentos bastante rápidos em comparação com a velha guarda. No segundo movimento da Pastoral – “cena à beira do riacho”, a música flui, balança como a água, muito diferente das gravações de Karajan (que faz uma Pastoral rápida, mas com uma fluência bem diferente) e as águas bem mais lentas de Jochum, de Celibidache e de Furtwangler. Ao mesmo tempo, há algo indefinível no Beethoven do velho Haitink que remonta à concepção desses maestros de tradição romântica.

Ludwig van Beethoven:
CD3
1-4. Symphony No. 5 in C minor, Op. 67 (1807-08)
5-8. Symphony No. 1 in C major, Op. 21 (1799-1800)

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink
Recorded live, 2006

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD3 – FLAC)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD3 – MP3 320kbps)

CD4
1-4. Symphony No. 6 in F major, Op. 68 ‘Pastoral’ (1807-08)
5-8. Symphony No. 2 in D major, Op. 36 (1799-1802)

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink
Recorded live, 2005

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD4 – FLAC)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD4 – MP3 320kbps)

Beethoven aos 32 anos, antes da Sinfonia Heroica, da surdez e tudo mais

Pleyel

J. S. Bach (1685 – 1750): Suítes Orquestrais para um Jovem Príncipe – Ensemble Sonnerie & Monica Huggett ∞

J. S. Bach (1685 – 1750): Suítes Orquestrais para um Jovem Príncipe – Ensemble Sonnerie & Monica Huggett ∞

Bach

Suítes Orquestrais

Gonzalo X. Ruiz, oboé

Ensemble Sonnerie

Monica Huggett

A música de Bach sempre é bem-vinda aqui, mas esta gravação das Suítes Orquestrais com o apelativo título ‘Suítes Orquestrais para um Jovem Príncipe’ nos oferece algumas novidades.

Temos as conhecidas quatro suítes que Bach compôs quando estava a serviço do Príncipe Leopold of Anhalt-Köthen, o tal jovem príncipe do título, mas três delas em suas versões ‘originais’ – as suítes de Nos. 2, 3 e 4.

Essas reconstruções buscam apresentar o que teria sido as primeiras versões destas peças. Não se preocupe muito, a música está toda aí e com a interpretação excelente da Monica Huggett e o Ensemble Sonnerie, com toda a sua grandeza preservada, especialmente se levarmos em conta a excelente produção da Avie.

Na Segunda Suíte, sai a flauta e entra um oboé. Inicialmente acreditava-se que o instrumento original (que não seria uma flauta) tenha sido um violino. No entanto, o oboísta Gonzalo X. Ruiz argumentou teoricamente e depois mostrou na prática que o oboé é o tal instrumento com destaque na primeira versão.

Nas duas últimas suítes as principais mudanças são a eliminação dos tímpanos e dos trompetes cujas partes foram acrescentadas posteriormente por Carl Philippe Emanuel na Terceira e por Johann Sebastian, para uso na Cantata BWV 110, na Quarta Suíte. Essas modificações não roubaram da música seu caráter festivo pois que foram aqui substituídas por instrumentos de cordas e oboés.

Temos assim uma reconstrução das Suítes como o Príncipe as deve ter ouvido. Se você baixar os arquivos e não se der conta de que é uma ‘reconstrução’ das Suítes, poderá se sentir como o alemão que comprou o disco da Amazon e se disse enganado, uma vez que a música não se apresenta conforme a intenção do Herr Bach. Cadê a flauta e os tímpanos e os trompetes que estavam aqui??? Mas se você gosta de música e tem a mente um pouco mais arejada, vai gostar muito, especialmente porque a Monica e a Sua Turma farão as Suítes dançarem para você!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Suíte No 1 em dó maior, BWV1066

  1. Ouverture
  2. Courante
  3. Gavottes I & II
  4. Forlane
  5. Menuettes I & II
  6. Bourrées I & II & Passepieds I & II

Suíte No 2 em si menor, BWV1067

  1. Ouverture
  2. Rondeau
  3. Sarabande
  4. Bourrées I & II
  5. Polonaise
  6. Menuet & Badinerie

Suíte No 3 em ré maior, BWV1068

  1. Ouverture
  2. Air
  3. Gavotte
  4. Bourrée & Gigue

Suíte No 4 em ré maior, BWV1069

  1. Ouverture
  2. Bourrées I & II
  3. Gavotte
  4. Menuette I & II
  5. Réjouissance

Gonzalo X. Ruiz, oboé solo na Segunda Suíte

Ensemble Sonnerie

Monica Huggett

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 427 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 171 MB

Como disse outro ilustre crítico amador: The Ensemble Sonnerie, under Ms Huggett seems to play a much livelier set of suites than I have been used to. So far, it seems to be the way it should be played. and I actually love their performance.

Me too! Especialmente a Quarta Suíte!

Aproveite!

René Denon

Depois que a música termina, eles sempre deixam tudo na maior bagunça!!

Não deixe de ouvir também:

J. S. Bach (1685-1750) – Suítes Orquestrais – Concerto Italiano & Rinaldo Alessandrini

J. S. Bach (1685-1750): As Quatro Suítes Orquestrais

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonias – CDs 1 e 2 de 6 (Haitink/LSO) #BTHVN250

Bernard Haitink, nascido em Amsterdam, é um dos maestros mais célebres da nossa época. Ele esteve à frente da Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam de 1961 – com apenas 32 anos de idade – até 1988, e gravou com essa e outras orquestras ciclos completos das sinfonias de Beethoven, Brahms, Schumann, Tchaikovsky, Bruckner, Mahler, Shostakovich e Vaughan Williams. Também sou fanático pela gravação que ele fez dos Concertos de Brahms com Claudio Arrau (1970). Em 2019, com 65 anos de carreira e 90 de idade, ele aposentou a batuta e foi gozar seu merecido descanso.

Haitink já tinha gravado as nove sinfonias nos anos 1970 (London Philharmonic – LPO) e nos anos 80 (Concertgebouw Amsterdam). Nos anos 2000, Haitink voltou a estas sinfonias, agora com outra orquestra londrina, a Sinfônica – LSO. Nessa sua última integral, o maestro mostra ter aprendido muito com as interpretações historicamente informadas: os andamentos são um pouco diferentes, o balanço entre os naipes da orquestra também, com notável destaque para as percussões em alguns momentos. Na Marcha Fúnebre da 3ª Sinfonia, por exemplo, Haitink usa praticamente o mesmo andamento de Harnoncourt/COE e Abbado/BPO, unindo o caráter sério com um movimento constante, sem muitas pausas dramáticas (afinal é uma marcha). Com 14 minutos, a marcha anda mais depressa que as de Monteux, Toscanini, Karajan, Jochum, Böhm, Thielemann e muito mais do que o lento passo das marchas de Celibidache e Furtwangler, que caminham monumentais como uma manada de elefantes.

Nesses dois primeiros CDs, a ordem não é cronológica: todas as obras aqui pertencem à segunda fase de Beethoven. A segunda fase começa “oficialmente” com a 3ª Sinfonia, “Heroica” (1804), e é o Beethoven mais grandioso, que já se mostrava um pouco antes em obras como a Sonata Patética em dó menor (1799) e o Concerto Para Piano em dó menor (1803). Esta fase, associada à época das revoluções e guerras napoleônicas, vai mais ou menos até a 8ª sinfonia, opus 93 (1812) ou talvez até o Trio Arquiduque, opus 97.

Ludwig van Beethoven:
CD1
1-4. Symphony No. 3 in E flat major, Op. 55 ‘Eroica’ (1803)
5. Leonore Overture No. 2, Op. 72a (1805)

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink
Recorded live, 2005
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD1 – FLAC)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD1 – MP3 320kbps)

CD2
1-4. Symphony No. 4 in B flat major, Op. 60 (1806)
5-8. Symphony No. 8 in F major, Op. 93 (1812)

London Symphony Orchestra
Bernard Haitink
Recorded live, 2006
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD2 – FLAC)
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (CD2 – MP3 320kbps)

Haitink e Arrau ensaiando em Amsterdam, 1964

Pleyel

Maurice Ravel (1875–1937) – Le Jardin féerique (Música de Câmara) – Emmanuel Pahud e membros da Berliner Philharmoniker ∞

Maurice Ravel (1875–1937) – Le Jardin féerique (Música de Câmara) – Emmanuel Pahud e membros da Berliner Philharmoniker ∞

Ravel

Le Jardin féerique

Música de Câmara

Músicos da

Berliner Philharmoniker

 

O universo sonoro criado por Maurice Ravel é extremamente rico, luxuoso, sofisticado. Todas as suas obras, desde as peças para piano, música de câmera ou com orquestra apresentam riqueza de detalhes e características absolutamente próprias que as tornam fáceis de serem identificadas como obras suas.

Eu não consigo ouvir ou fazer qualquer alusão a Ravel e sua obra sem lembrar de Artur da Távola, que (provavelmente) produzia e apresentava um programa sobre a vida e a obra de Ravel na Rádio MEC, que eu ouvia no Rio de Janeiro.

Emmanuel Pahud

Mas quanto ao disco da postagem, temos uma coleção de peças de música de câmera interpretadas por músicos da Berliner Philharmoniker que têm alguma ligação, um certo compromisso com a música e a sonoridade francesa, apesar de não serem todos de origem francesa. O disco também não apresenta qualquer ‘integral’ da música de câmera de Ravel, que deveria então incluir o maravilhoso Trio com Piano ou a Sonata para Violino. Mas, o que temos aqui é excelente e muito representativo da obra de Ravel.

Inclusive porque duas obras foram escritas para outra combinação de instrumentos e Ravel ele mesmo orquestrou eventualmente peças que havia escrito para piano.

Marie-Pierre Langlamet

Começamos com a belíssima Introdução e Allegro para flauta, clarinete, harpa e quarteto de cordas. É música de câmera, mas com um conjunto sonoramente muito diverso e rico. A peça parece um pequeno concerto para a harpa.

Em seguida, o quarteto de cordas da BP apresenta a sua leitura do belíssimo quarteto de cordas.

A peça que segue é um arranjo para conjunto de câmera da Sonatine (escrita originalmente para piano) feito por Carlos Salzedo para flauta, harpa e violoncelo. Nesta gravação, o violoncelo foi substituído pela viola, fazendo assim a mesma formação que a Sonata de Debussy. Belíssimo!

Wenzel Fuchs

Ravel escreveu um Duo para Violino e Violoncelo em 1922 e esta é a peça que posteriormente ganhou o status e título de Sonata e é a mais modernosa das peças aqui apresentadas. A interpretação dos músicos da BP enfatiza essa modernidade com os ataques bem pronunciados e evitando de ‘embelezar’ a peça. Um bom contraste para com as peças anteriores.

Para completar, o grupo todo se reúne para apresentar um arranjo do último movimento da Suíte ‘Ma Mère l’Oye’, Le Jardin féerique, escrita originalmente para piano a quatro mãos, mas que o próprio Ravel posteriormente ampliou e orquestrou.

Christophe Horak

Nos arquivos postados, às 13 faixas originais do disco  eu acrescentei algumas ‘faixas bônus’ para ilustrar e servir de comparação com as versões do disco.

Temos uma gravação para dois pianos da ‘Introdução e Allegro’, aqui interpretado pelos excelentes Stephen Coombs e Christopher Scott. Esta gravação mostra o poder do(s) piano(s) de recriar o universo sonoro obtido com outras combinações de instrumentos.

Simon Roturier

Escolhi a gravação do Bavouzet da Sonatine, na versão original para piano. E para a última peça do disco, de título imaginoso, Le Jardin féerique, a versão para piano a quatro mãos da simpaticíssima dupla Marylène Dosse e Annie Petit.

 

 

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Introdução e Allegro para flauta, clarinete harpa e quarteto de cordas

  1. Introdução e Allegro

Quatuor à cordes en Fa Majeur

  1. Allegro moderato – très doux
  2. Assez vif – très rythmé
  3. Très lent
  4. Vif et agité

Sonatine en Trio (flauta, harpa e viola)

  1. Modéré
  2. Mouvement de Menuet
  3. Animé

Sonate para Violono e Violoncelo

  1. Allegro
  2. Très vif
  3. Lent
  4. Vif, avec entrain

Ma mère l’Oye

  1. Le Jardin féérique, para flauta, clarinete, harpa e cordas
Ignacy Miecznikowski

Wenzel Fuchs, clarinete

Emmanuel Pahud, flauta

Marie-Pierre Langlamet, harpa

Christophe Horak, violino

Simon Roturier, violino

Ignacy Miecznikowski, viola

Bruno Delepaire, violoncelo

Faixas Bônus

Introdução e Allegro para flauta, clarinete harpa e quarteto de cordas

  1. Introdução e Allegro

Stephen Coombs e Christopher Scott, pianos

Sonatine (para piano)

  1. Modéré
  2. Mouvement de Menuet
  3. Animé

Jean-Efflam Bavouzet, piano

Ma mère l’Oye

  1. Le Jardin féérique

Marylène Dosse e Annie Petit, piano (a quatro mãos)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 191 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 179 MB

 

Bruno Delepaire

Aproveite!

René Denon

Emil Nolde – Blumengarten 1908

Veja aqui o disco completo da dupla Marylène Dosse e Annie Petit:

Música Francesa para Piano a Quatro Mãos – Marylène Dosse e Annie Petit

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Concertos para Violino (Ibragimova / Jurowski)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Concertos para Violino (Ibragimova / Jurowski)

Uma boa gravação de um extraordinário e basilar repertório do século XX. Ibragimova não alcança as transcendências de outros violinistas, como Oistrakh e Vengerov, mas sai-se muito bem na complicada tarefa.

Shostakovich referiu-se ao seu Concerto para Violino Nº 1,  iniciado em 1947, mas não estreado até 1955, como uma sinfonia para violino e orquestra. O que ele quis dizer? Que os quatro movimentos, um a mais que o normal, têm ambição e enorme grandeza. Os humores de cada um não correspondem a nenhuma norma dos concertos. Abrindo com um Noturno lento e dolorosamente melancólico, a obra mergulha na reflexão. É seguido por um Scherzo enlouquecido e sardônico que cai numa sombria e lírica Passacaglia, que nos leva a uma vasta cadência solo. O final é um “burlesco” sombrio, uma perseguição estridente e veloz entre solista e orquestra.

O Concerto para Violino Nº 2 de Shostakovich (1967), é mais curto e tem forma mais regular, girando em torno de um movimento lento prolongado, introvertido e emocional: aqui, o silêncio e concentração são essenciais. Nunca é fácil de ouvir, mas quem espera isso deste compositor?

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Concerto para Violino (Ibragimova / Jurowski)

1. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: I. Nocturne: Moderato (12:36)
2. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: II. Scherzo: Allegro (06:26)
3. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: III. Passacaglia: Andante – Cadenza – (15:02)
4. Violin Concerto No. 1 in A Minor, Op. 77: IV. Burlesque: Allegro con brio – Presto (04:56)

5. Violin Concerto No. 2 in C-Sharp Minor, Op. 129: I. Moderato (14:14)
6. Violin Concerto No. 2 in C-Sharp Minor, Op. 129: II. Adagio – (10:01)
7. Violin Concerto No. 2 in C-Sharp Minor, Op. 129: III. Adagio – Allegro (08:10)

Alina Ibragimova
State Academic Symphony Orchestra of Russia “Evgeny Svetlanov”
Vladimir Jurowski

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Deu match perfeito! Alina Ibragimova & Vladimir Jurowski mandando ver com Shostakovich | Foto: Photograph: Vera Zhuravleva

PQP

Mozart (1756 – 1791) ∾ Concerto para Piano No. 12 e Quarteto com Piano No. 2 ∾ Alfred Brendel & Alban Berg Quartett ֍

Mozart (1756 – 1791) ∾ Concerto para Piano No. 12 e Quarteto com Piano No. 2 ∾ Alfred Brendel & Alban Berg Quartett ֍

Mozart

Concerto para Piano Nos. 12

Quarteto com Piano No. 2

Alfred Brendel

Alban Berg Quartett

 

Ontem recebi a ligação de um amigo com quem não falava há tempo. Custou um pouco para entender de quem se tratava, hoje recebemos tantas indesejadas chamadas. É claro que eu não conheço alguém por nome Selim Gidnek e a pessoa falava como se estivesse em uma cabine de telefone de Londres. Mas, rapidamente matei a charada. Uma vez espião, mesmo aposentado certos hábitos de disfarces persistem. Pois a ligação era do Miles Kendig, o espião que ama a música de Mozart. E como ele sabe de minha enorme predileção pelo piano, foi logo entabulando conversa sobre o tema. Lá onde ele se encontra agora, faz muito sucesso a gravação dos concertos de Wolfgang pelo Géza Anda. Imagine só… Ele fez um som como quem faz um muxoxo quando mencionei pianofortes e instrumentos de época. Isto não é para o Miles. É claro ele interessou-se pelas novidades e prometeu ouvir tão logo pudesse a gravação do Pennetier que postei dia destes aqui.

Adorei o papo com o Miles e resolvi ouvir um bom disco com concertos para piano de Mozart. O difícil aqui só é mesmo escolher, pois há muitos. Assim, olhando pela prateleira com os Concertos de Mozart cheguei no espaço reservado para o Alfred Brendel. Ele gravou várias vezes as obras de Beethoven, Schubert e Mozart, assim como outros compositores. Primeiro para a Vox e depois para a Philips – analógico, digital. Certamente há preferências por esta ou aquela fase do artista, mas tratando-se de Concertos para Piano de Mozart, temos a integral, na qual ele é acompanhado pela Academy of St. Martin-in-the-Fields e o onipresente Neville Marriner. E temos também algumas gravações feitas posteriormente, estas acompanhadas pela Scottish Chamber Orchestra regida por Sir Charles Mackerras. Eu, que sou easy to please, como aquela famosa camiseta que você sonha dar para o cunhado, gosto de todas…

Um disco me chamou a atenção, por ter dois concertos que gosto muito – os de Nos. 12 e 17. Pois bem ao lado dele, um disco que custei bastante a conseguir, onde a EMI ‘empresta’ o Brendel da Philips e o coloca junto com o Alban Berg Quartett para gravarem a versão do Concerto No. 12 com o piano acompanhado por um quarteto de cordas. Este disco nos oferece uma oportunidade de ouvir um excelente pianista tocando com um dos melhores quartetos de cordas de seus dias. Alfred Brendel e Alban Berg Quartet é assim, um dream team.

O disco de concertos que escolhi ouvir já havia sido postado em 2008 pelo FDP Bach. Como o link da postagem já não está mais ativo, decidi fazer uma dupla postagem. O que o FDP chamou de ‘falta de vigor’ da SCO, regida pelo excelente Mackerras, eu chamo de ‘excesso de experiência’. Acho que os dois músicos principais, tanto Alfred quanto Charles, sabiam que suas experiências com concertos e gravações estavam se aproximando do fim (Brendel aposentou-se devido a problemas com artrites) e acredito que poderiam estar se aproveitando bastante do momento… Fica aí para você decidir, como disse antes o FDP Bach.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para piano No. 12 em lá maior (arranjado por Mozart para Piano e Quarteto de Cordas)

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Quarteto com piano No. 2 em mi bemol maior, K. 493

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegretto

Alfred Brendel, piano

Alban Berg Quartett

Günther Pichler, violino

Gerhard Schulz, violino

Thomas Kakuska, viola

Valentin Erben, violoncelo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 216 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Disco Bonus

Concerto para Piano No. 12 em lá maior, K. 414

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Concerto para Piano No. 17 em sol maior, K. 453

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Alfred Brendel, piano

Scottish Chamber Orchestra

Sir Charles Mackerras

Gravado em 2004-08-11

Local da gravação: Usher Hall, Edinburgh

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 266 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 131 MB

Sobre o primeiro disco:

L’accoppiata Brendel/Mozart non fallisce mai e in questa magnifica edizione brilla in partnership con il fenomenale Alban Berg Quartett. Un tassello encomiabile per chi ama la musica da camera.

Sobre o segundo disco:

Alfred Brendel’s Mozart concertos with Mackerras and the Scottish Chamber Orchestra have been a major pleasure over the past few years, and this latest issue doesn’t disappoint. BBC Music Magazine

Aproveite!
René Denon

 

Miles enfrentando o distanciamento social, de boas em casa…

Faça como o Miles, não deixe de visitar a postagem a seguir:

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 21 e 24 – Jean-Claude Pennetier – Orchestre Philharmonique de Radio France – Christoph Poppen

Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II / Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos

Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II / Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este álbum traz duas importantes obras de música de câmara — o Quarteto para o Fim dos Tempos (Messiaen) e Quatrain II (Takemitsu) — ambas para um invulgar grupo instrumental: clarinete, violino, violoncelo e piano. Em setembro de 1939 a França entrou na Segunda Guerra Mundial. Messiaen foi chamado às armas e poucos meses depois, em maio de 1940, durante uma ofensiva alemã, foi capturado pelo inimigo. Junto a outros prisioneiros, foi levado ao campo de prisioneiros Stalag VIII-A de Görlitz (na fronteira sudoeste da Polônia), onde permaneceu por um ano. O oficial nazista responsável pelo Stalag era amante de musica e, quando soube de Messiaen (como de outros três prisioneiros músicos), deixou que o compositor trabalhasse a fim de fazer um concerto no próprio campo. Messiaen escreveu, para os musicistas que conheceu na prisão (um violoncelista, um violinista e um clarinetista), inicialmente um breve trio (posteriormente inserido na obra como quarto movimento) e depois, com o acréscimo de um piano (tocado pelo próprio Messiaen), escreveu o Quarteto.

Quatuor pour la fin du temps foi concluído no início do novo ano e foi apresentado no dia 15 de janeiro de 1941, sob a neve e em condições muito difíceis, diante de todos os prisioneiros do Stalag VIII-A, reunidos em um pátio gelado. Os outros músicos que participaram da estreia foram Henri Akoka (clarinete), Jean le Boulaire (violino) e Étienne Pasquier (violoncelo). Nenhum dos três era músico profissional. O Quatuor pour la fin du temps foi inspirado no décimo capítulo do Livro do Apocalipse e é dedicado ao Anjo do Apocalipse. Provavelmente, o Quarteto não evoca o “fim dos dias” — ou o desaparecimento da civilização humana –, mas sim o início da Eternidade. Este pano de fundo religioso é acompanhado por uma grande riqueza de imagens que alimentaram a criatividade de Messiaen, como ritmos hindus, métricas gregas, cantos de pássaros e breves elementos emprestados de outros compositores.

Muito conhecedor e admirador das culturas e tradições musicais asiáticas, Messiaen, por sua vez, atraiu compositores do Extremo Oriente. Toru Takemitsu admirava seus trabalhos, que influenciaram seu próprio estilo. Takemitsu compôs o Quatrain I para clarinete, violino, violoncelo, piano e orquestra, e o Quatrain  II em 1976-1977 com a mesma instrumentação do Quarteto de Messiaen, sem orquestra. É uma homenagem a Messiaen. Da mesma forma que o Quarteto de Messiaen se baseia no simbolismo numérico, o Quatrain  II se organiza em torno do número quatro: quatro no sentido de plenitude, equilíbrio, simetria, como uma mesa; quatro como as linhas que compõem uma estrofe de um verso; quatro instrumentos usados; quatro seções em grupos de quatro barras…

O quarteto formado por Iturriagagoitia, Apellániz, Estellés e Rosado é realmente muito bom. Estão à altura da obra a que se propuseram, que é de difícil abordagem, tanto pelo desafio técnico como pelo ontológico.

Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II / Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos

— Tōru Takemitsu (1930-1996): Quatrain II
1. Quatrain II (15:24)

— Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos
2. Quatuor pour la fin du temps, I/22: I. Liturgie de cristal (02:32)
3. Quatuor pour la fin du temps, I/22: II. Vocalise, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (05:00)
4. Quatuor pour la fin du temps, I/22: III. Abîme des oiseaux (08:22)
5. Quatuor pour la fin du temps, I/22: IV. Intermède (01:44)
6. Quatuor pour la fin du temps, I/22: V. Louange à l’Éternité de Jésus (07:11)
7. Quatuor pour la fin du temps, I/22: VI. Danse de la fureur, pour les sept trompettes (06:26)
8. Quatuor pour la fin du temps, I/22: VII. Fouillis d’arcs-en-ciel, pour l’Ange qui annonce la fin du temps (07:36)
9. Quatuor pour la fin du temps, I/22: VIII. Louange à l’Immortalité de Jésus (07:23)

José Luis Estellés, clarinete
Aitzol Iturriagagoitia, violino
David Apellániz, violoncello
Alberto Rosado, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Da esquerda para a direita, Iturriagagoitia, Apellániz, Estellés e Rosado no banheiro do campo de prisioneiros do PQP Bach | Foto: Divulgação

PQP

C P E Bach (1714 – 1788) • J S Bach (1685 – 1750) • G P Telemann (1681 – 1767) – Concertos para Oboé ∾ Ramón Ortega Quero & Kammerakademie Potsdam ∞

C P E Bach (1714 – 1788) • J S Bach (1685 – 1750) • G P Telemann (1681 – 1767) – Concertos para Oboé ∾ Ramón Ortega Quero & Kammerakademie Potsdam  ∞

C P E & J S Bach

G P Telemann

Concertos para Oboé

Ramón Ortega Quero

Kammerakademie Potsdam

 

Alguns filhos de famosos relutam seguir a carreira dos pais por diversas razões e certamente o peso da comparação está entre elas. No caso de Carl Philippe Emanuel, além do pai, também o padrinho era famoso. Talvez até mais famoso. No entanto, Emanuel era um Bach e naqueles dias, Bach e músico era quase a mesma coisa.

O florescimento da carreira de Emanuel ocorreu quando o ambiente cultural em que eles viviam fazia assim uma revisão do gosto musical, com o estilo barroco que se desenvolvera por gerações chegando a um ápice e com sua arte extremamente requintada da qual seu pai e seu padrinho eram assim dois grandes representantes começava a dar lugar a uma música menos estudada e mais leve, o estilo galante que abriria caminho para o classicismo. A contribuição de Emanuel para este estilo foi enorme e quando Mozart reverenciava um certo Bach em sua famosa frase, era a Emanuel a quem ele se referia.

Neste disco onde a Kammerakademie Potsdam tem importante papel, tendo como solista o oboísta Ramón Ortega Quero, temos quatro concertos dos três compositores – pai, filho e padrinho.

Mesmo que alguns deles não tenham sido compostos originalmente para o oboé, as adaptações fazem jus à maravilhosa música dessa época e é bem representativa da arte destes geniais compositores, que assim conviveram num período de transição artística.

O disco abre com o concerto do mais jovem compositor, escrito originalmente para flauta e arranjado para oboé pelo excelente solista. Aliás, Ramón tem desempenhado o papel de principal oboé de várias importantes orquestras, sendo mais recentemente indicado para assumir está posição na Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks. Veja uma entrevista sua aqui.

Em seguida, o Concerto em lá menor, BWV 1041, de Johann Sebastian Bach, aqui tendo o oboé no lugar do violino.

O Concerto de Telemann é o único em quatro movimentos e inicia com um lindo movimento mais lento – Siciliano.

Para terminar, o Concerto em sol menor, BWV 1056 de Bach, que tem o movimento lento mais lindo de todos. Confira!

Carl Philipp Emanuel Bach (1714 – 1788)

Concerto para flauta em ré menor, Wq. 22, H. 425 (arranjo para Oboé, cordas e cravo por R. O. Quero)

  1. [Allegro]
  2. [Andante]
  3. Allegro assai

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para violino em lá menor, BWV1041

  1. [Allegro moderato]
  2. Andante
  3. Allegro assai

Georg Philipp Telemann (1681 – 1767)

Concerto em lá maior para oboé d’amore, cordas e baixo contínuo, TWV 51:A2

  1. Siciliano
  2. Allegro
  3. Largo
  4. Vivace

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para oboé em sol menor, BWV1056

  1. [Allegro]
  2. Largo
  3. Presto

Ramón Ortega Quero (oboe)

Kammerakademie Potsdam

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 292 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 134 MB

This is Ramón Ortega Quero’s debut Genuin CD and is part of the Movimentos edition. He won the ARD Music Competition and is solo oboist in the BR-Symphonieorchester.

Well supported here by the highly versatile Kammerakademie Potsdam.

Aproveite!

René Denon

Mais concertos para oboé aqui:

Albinoni (1671-1751) & Telemann (1681-1767): Oboe Concertos – Han de Vries

 

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

Uma linda gravação de uma das maiores obras sacras de Mozart! Sem dúvida, A Grande Missa em dó menor (em alemão: Große Messe in c-Moll), K. 427/417a, é a maior e mais ambiciosa missa de Wolfgang Amadeus Mozart, possuindo dois coros, uma grande orquestra, e solistas: dois sopranos, um tenor e um baixo. Composta em Viena e Salzburgo em 1782 e 1783, ela foi deixada incompleta por razões desconhecidas, faltando a aria que segue o “Et incarnatus est”, aqui parcialmente reconstruída, uma grande porção da orquestração do Sanctus (que foi perdida), a maioria do Credo e o Agnus Dei. Assim como o Réquiem de Mozart, essa obra também se destaca pelo enorme número de reconstruções feitas ao manuscrito de Mozart desde o começo do século XX. Mas, assim como o Réquiem, vale a pena conhecer esta obra fundamental.

W. A. Mozart (1756-1791): Grande Missa K. 427 (Christie / Les Arts Florissants)

Mass In C Minor K 427
1 Kyrie 7:16
2 Gloria In Excelsis 2:12
3 Laudamus Te 4:51
4 Gratias 1:05
5 Domine Deus 2:40
6 Qui Tollis 4:10
7 Quoniam 3:48
8 Jesu Christe – Cum Sancto Spiritu 4:15
9 Credo In Unum Deum 3:24
10 Et Incarnatus Est 6:40
11 Sanctus 3:04
12 Benedictus 5:12

Bass Vocals – Alan Ewing
Bassoon – Claude Wassmer (tracks: 10)
Conductor – William Christie
Ensemble – Les Arts Florissants, Les Sacqueboutiers De Toulouse
Flute – Serge Saïtta (tracks: 10)
Oboe – Pier Luigi Fabretti (tracks: 10)
Soprano Vocals – Lynne Dawson, Patricia Petibon
Tenor Vocals – Joseph Cornwell
Bassoon – Claude Wassmer
Flute – Serge Saïtta
Oboe – Pier Luigi Fabretti

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

William Christie e o Les Arts Florissants na Sala Sacra do PQP Bach de Jericoacoara

PQP

Bach (1685 – 1750) ∾ Invenções e Sinfonias ∾ Zhu Xiao-Mei ֍

Bach (1685 – 1750) ∾ Invenções e Sinfonias ∾ Zhu Xiao-Mei ֍

Bach

Inveções e Sinfonias

Zhu Xiao-Mei, piano

朱 晓玫

 

Digamos que você tenha acordado com uma insaciável vontade de ouvir Bach – música para teclado – piano em geral é o meu caso. Você corre os olhos pela prateleira onde normalmente coloca os CDs com esse tipo de música ou dá aquela blitz pela pasta de arquivos digitais com o nome Bach-Klavier e só encontra coleções enormes: O Cravo Bem Temperado, as Partitas, as Suítes Francesas e Inglesas. Até aquela gravação de A Arte da Fuga tão almejada e que você ainda não encontrou tempo para ouvir.

Mas, acalme-se, trago aqui a solução para o problema. Uma coleção de peças para teclado do Bach Maior, mas que não lhe tomará o dia todo para ouvir: as Invenções (Sinfonias a Duas Vozes) e as Sinfonias (a Três Vozes).

E vos digo mais, gravadas por uma maravilhosa pianista – Zhu Xiao-Mei. As peças foram escritas por Bach para servirem de exercícios para o aprendizado do teclado, mas reúnem tanta beleza dentro de sua simplicidade que se tornaram obras primas.

Zhu Xiao-Mei é realmente uma pessoa muito especial. Suas enormes experiências de vida, algumas verdadeiramente difíceis, certamente contribuíram, assim como seu enorme talento, a forjar uma pianista muito especial e que tem pela música de Bach uma grande afinidade. Assim, é com muito prazer que faço esta postagem e espero que os leitores-seguidores do blog tenha a oportunidade de apreciar suas interpretações tanto quanto eu.

Não resisto a traduzir um pedacinho da abertura do livro autobiográfico que Xiao-Mei relutantemente escreveu, o qual já tenho lido uma parte. Ela inicia contando como sua avó contava uma história sobre o dia de seu nascimento. ‘Na tarde em que você nasceu, eu olhei para o céu sobre Xangai. O sol ia se pondo por entre as nuvens. Eu jamais havia visto tão lindo por do sol. Eu me lembro de ter pensado que a sua vida seria como uma grande e resplandecente tapeçaria, assim como aquela paleta de tons vermelhos. Eu tinha certeza disso’. Não é maravilhoso poder ouvir uma história como esta?

Portanto, sem mais delongas, baixe o disco e deleite-se! Este é verdadeiramente ‘papa-fina’.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Invenções a Duas Partes Nos. 1-15, BWV772-786

  1. Invenção No. 1 em dó maior, BWV 772
  2. Invenção No. 2 em dó menor, BWV 773
  3. Invenção No. 3 em ré maior, BWV 774
  4. Invenção No. 4 em ré menor, BWV 775
  5. Invenção No. 5 em mi bemol maior, BWV 776
  6. Invenção No. 6 em mi maior, BWV 777
  7. Invenção No. 7 em mi menor, BWV 778
  8. Invenção No. 8 em fá maior, BWV 779
  9. Invenção No. 9 em fá menor, BWV 780
  10. Invenção No. 10 em sol maior, BWV 781
  11. Invenção No. 11 em sol menor, BWV 782
  12. Invenção No. 12 em lá maior, BWV 783
  13. Invenção No. 13 em lá menor, BWV 784
  14. Invenção No. 14 em si bemol maior, BWV 785
  15. Invenção No. 15 em si menor, BWV 786

Invenções a Três Partes (Sinfonias) Nos. 1-15, BWV787-801

  1. Sinfonia No. 1 em dó maior, BWV 787
  2. Sinfonia No. 2 em dó menor, BWV 788
  3. Sinfonia No. 3 em ré maior, BWV 789
  4. Sinfonia No. 4 em ré menor, BWV 790
  5. Sinfonia No. 5 em mi bemol maior, BWV 791
  6. Sinfonia No. 6 em mi maior, BWV 792
  7. Sinfonia No. 7 em mi menor, BWV 793
  8. Sinfonia No. 8 em fá maior, BWV 794
  9. Sinfonia No. 9 em fá menor, BWV 795
  10. Sinfonia No. 10 em sol maior, BWV 796
  11. Sinfonia No. 11 em sol menor, BWV 797
  12. Sinfonia No. 12 em lá maior, BWV 798
  13. Sinfonia No. 13 em lá menor, BWV 799
  14. Sinfonia No. 14 em si bemol maior, BWV 800
  15. Sinfonia No. 15 em si menor, BWV 801

Zhu Xiao-Mei, piano

Recorded: July 2015

Recording Venue: Mendelssohn-Saal, Gewandhaus, Leipzig, Germany

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 185 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 111 MB

Momento Babel:

Zhu Xiao-Mei sings the sinfonias with her finger tips. When I want to have peaceful blissful moment in the evening, this fills the bill.

Alberic Lagier of Musikzen (01/2016) has the following interesting comment about Zhu Xiao-Mei’s interpretation of the Inventions and Sinfonias of Bach: « It is not music to be taken on a desert island, it is rather the music that will take you there ».

si vous avez aimé les variations Goldberg, vous allez adorer ces inventions, la même fluidité, ce même refus du cliquant ou de l’ épate, juste de la musique par une merveilleuse artiste qui, loin des “effets” et pourtant sans austérité aucune, nous offre un pur moment de plaisir.

“Johann Sebastian Bach’s Inventions and Sinfonias become real musical pearls in Zhu Xiao Meis incomparably refined playing, peppered by a totally respectful imagination and creativity. Enchanting!”  Pizzicato

She follows Bach’s instructions to perform in a “cantabile” style, the melodic lines always emerging with crystalline clarity over the counterpoint. — New York Times

“Zhu Xiao-Mei turns her attention to these smaller-scale pieces, finding the drama in each miniature and rendering the set with myriad nuances.” Arts Beat, The New York Times

この曲集こそ「ミクロコスモス」、まさに小宇宙であることを気付かせてくれました。

各曲・各声部が、その歌を自然に歌っています。鍵盤楽器の技術教本ではなく、歌の宝石箱。(Essa coleção de músicas me fez perceber que “Microcosmos” é realmente um microcosmo. Cada música e cada voz canta a música naturalmente. Uma caixa de joias para canções, não um livro técnico para instrumentos de teclado.)

Nas muitas críticas feitas por amadores e profissionais sobre este álbum, recorrentemente ouvimos palavras como fluidez, ‘cantabile’, e também, prazer, encantamento, que bem descrevem as interpretações. Mas a citação que eu mais gostei foi a que listei por último, escrita em japonês. Uma excelente maneira de explicar o disco.

Aproveite!
René Denon

Bach (1685-1750): Variações Goldberg – Zhu Xiao-Mei

Beethoven (1770-1827) & Schubert (1797-1828) – Últimas Sonatas para Piano – Zhu Xiao-Mei #BTHVN250

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Invenções / Sinfonias / Suíte Francesa Nº 5 – Till Fellner, piano

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Os dois Concertos para Violino de Prokofiev são incontornáveis, autênticas obras-primas da música do século XX. Arabella Steinbacher e Vasily Petrenko dão-lhes tratamento sublime. A violinista é excelente e fez a muito boa escolha de se fazer acompanhada por russos. O resultado ficou como deve ser. Claro que a concorrência é forte, mas Arabella coloca-se bastante bem dentro dela. O primeiro concerto é lindo, mas o segundo sempre foi inquilino de meu ventrículo esquerdo — que é onde o coração bate mais forte. Ambos são esplêndidos!

A Sonata para Violino Solo, Op. 115, foi composta em 1947. Foi encomendada pelo Comitê de Assuntos de Artes da União Soviética como um trabalho pedagógico para estudantes de violino. É uma peça originalmente projetada para ser tocada ou por um solista ou por vários jovens intérpretes em uníssono. Não foi apresentada até 10 de julho de 1959 — seis anos após a morte de Prokofiev — por Ruggiero Ricci no Conservatório de Moscou.

Sergei Prokofiev (1891-1953): Os 2 Concertos para Violino / Sonata For Violin Solo, Op. 115 (Steinbacher, Petrenko)

Violin Concerto No. 1 In D Major Op. 19
1 Andantino 10:22
2 Scherzo – Vivacissimo 3:59
3 Moderato – Allegro Moderato – Più Tranquillo 9:09

Violin Concerto No. 2 In G Minor Op. 63
4 Allegro Moderato 11:20
5 Andante Assai – Alegretto – Andante Assai 10:06
6 Allegro, Ben Marcato 6:12

Sonata For Violin Solo In D Major Op. 115
7 Moderato 5:15
8 Theme – Andante Dolce 0:28
9 Variation 1 0:28
10 Variation 2 – Scherzando 0:26
11 Variation 3 – Andante 0:32
12 Variation 4 0:37
13 Variation 5 0:41
14 Con Brio – Allegro Precipitato 4:07

Violin – Arabella Steinbacher
Orchestra – Russian National Orchestra (tracks: 1 to 6)
Conductor – Vasily Petrenko (tracks: 1 to 6)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Arabella Steinbacher caminhou por toda a sede de verão da PQP Bach Corp. em Florianópolis. Ela estava procurando Vassily Genrikhovich para ir à praia com ele, mas não teve sucesso.

PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770 – 1827) ∾ Concertos para Piano Nos. 1 & 2 – Olivier Cavé – Kammerakademie Potsdam & Patrick Hahn ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770 – 1827) ∾ Concertos para Piano Nos. 1 & 2 – Olivier Cavé – Kammerakademie Potsdam & Patrick Hahn ֍

BTHVN

Concertos para Piano Nos. 1 & 2

Olivier Cavé

Kammerakademie Potsdam

Patrick Hahn

 

Dia destes postei estes dois concertos para piano de Beethoven – suas primeiras tentativas a chegar na lista de opus, pois que houve esboços anteriores. Digo isso para enfatizar que ele teve que percorrer um bom trecho antes fazer suas enormes conquistas.

Patrick Hahn

Naquela postagem a motivação era a cadência escrita por Glenn Gould para o primeiro movimento do Primeiro Concerto. Para esta postagem a motivação é bem outra. O que me chamou a atenção neste disco é a perspectiva contemporânea da interpretação, na qual a orquestra toca com instrumentos modernos, mas é de tamanho reduzido e as experiências das interpretações que consideram as práticas da época se fazem ouvir. Olivier Cavé além de ter uma excelente técnica, tem uma forte identificação com este tipo de repertório, música do período clássico, como ficou bem evidente de seus discos até agora, sendo que alguns deles podem ser encontrados aqui no blog, com Concertos para Piano de Mozart, assim como Sonatas de Haydn e do próprio Beethoven. Para completar o pacote, um jovem e promissor regente que impele sua orquestra com sua energia e uma produção primorosa do selo Alpha.

Veja o que um site holandês disso do disco, via Google Translator: Olivier Cavé nos oferece aqui pela primeira vez sua interpretação dos dois primeiros concertos de Beethoven, escritos entre 25 e 30 anos. Nos concertos de Mozart que gravou em 2016, houve uma verdadeira alquimia e este novo projeto caracteriza-se pela mesma vitalidade juvenil em duas obras de um Beethoven ainda impregnado da influência de Mozart. Sua energia ganha um impulso extra com a colaboração com Kammerakademie Potsdam, uma orquestra com muita experiência no repertório de Beethoven, e com o jovem maestro Patrick Hahn, um dos membros mais promissores da nova geração, que celebrará seu 25º aniversário em 2020.

Tá esperando o que? Anda, baixe logo e depois nos conte…

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Piano No. 1 em dó maior, Op. 15

  1. Allegro com brio
  2. Largo
  3. Rondo (Allegro)

Concerto para Piano No. 2 em si bemol maior, Op. 19

  1. Allegro con brio
  2. Adagio
  3. Rondo (Allegro molto)

Olivier Cavé, piano

Kammerakademie Potsdam

Patrick Hahn

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 221 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 143 MB

Olivier em recente visita a Florianópolis (pré-pandemia, claro…)

Você sabia? At the time [that the First Piano Concerto was written], Beethoven regularly gave piano lessons to various young women of noble descent. Amongst his various pupils was the young princess Odeschali, born Barbara de Keglevics. The precise nature of their relationship sparked numerous rumours, given that the composer dedicated no less than fours works to the princess, including the Concerto no.1 for piano. Though there was no indication of a romantic attachment, the two were neighbours and Beethoven would allegedly often come to give his lessons in a dressing gown and slippers! (Michel Lecompte, La Musique Symphonique de Beethoven).

Pois é, numerosos rumores! Esse Ludovico…

Aproveite!

René Denon

Não deixe de visitar estas postagens aqui:

Wolfang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Concertos – Olivier Cavé, Divertissement, Rinaldo Alessandrini

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

 

Claude Debussy (1860 – 1911) • ∾ • Peças para Piano • ∾ • Steven Osborne ֍

Claude Debussy (1860 – 1911) • ∾ • Peças para Piano • ∾ • Steven Osborne ֍

 

Debussy

Peças para Piano

Steven Osborne

 

Um disco para quem gosta de música para piano! Mas, também adequado para quem gosta de música. Que festa de sons!

É impressionante o número de maravilhosos pianistas gravando e regravando um repertório que há quarenta ou cinquenta anos era restrito a um círculo de menos do que meia dúzia deles.

Concorrência anda braba, certo, Steven?

Basta tomar como parâmetro a obra para piano de Ravel, com o dificílimo Gaspard de la nuit, que pode ser acomodada em dois CDs. Veja só alguns nomes que podem lhe ser familiares: Angela Hewitt, Bertrand Chamayou, Jean-Efflam Bavouzet, Jean-Yves Thibaudet, Alexander Tharaud, Artur Pizarro e Steven Osborne, só para ficar nos selos mais conhecidos…

Mesmo assim, ao ouvir um disco como este, não posso deixar de admirar a qualidade técnica e a beleza da interpretação. Sem mencionar a escolha do repertório, de capa e outras pequenas coisas que distinguem um lançamento como este.

O disco começa com duas peças menos conhecidas, para chamar a nossa atenção e, então, L’isle joyeuse – um verdadeiro show de pirotecnia ao piano. Impossível ficar indiferente.

A seguir os dois trípticos chamados de Images, começando com a peça Reflets dans l’eau, que é também usada como encore por vários pianistas.

Seguindo as Images, mais um tríptico, Estampes. As três peças – Pagodes, de inspiração oriental (javanesa), La soirée dans Grenade e o Jardins sous la pluie, mais uma vez a inspiração das gotas de água e os seus ritmos, soam são tão inovadoras como eram ao serem escritas.

Completando o programa a suíte Children’s Corner com seus títulos em inglês. Debussy dedicou a suíte à sua filha, Claude-Emma, de apelido Chou-Chou. Na dedicatória ele colocou: ‘Para minha querida pequenina Chouchou, com a terna desculpa de seu pai pelo que seguirá’. E aí, toma de música linda com inspiração no universo das crianças e seus brinquedos. Enfim, um disco para ser ouvido miles de vezes.

Claude Debussy (1860 – 1911)

Masques L 110 (1903/4)

  1. Masques

… D’un cahier d’esquisses L 112 (1904)

  1. … D’un cahier d’esquisses

L’isle joyeuse L 109 (1903/4)

  1. L’isle joyeuse

Images pour piano I L 105(1905)

  1. Reflets dans l’eau
  2. Hommage à Rameau
  3. Mouvement

Images pour piano II L 120 (1907)

  1. Cloches à travers les feuilles
  2. Et la lune descend sur le temple qui fut
  3. Poissons d’or

Estampes L 108 (1903)

  1. Pagodes
  2. La soirée dans Grenade
  3. Jardins sous la pluie

Children’s Corner L119 (1906/8)

  1. Doctor Gradus ad Parnassum
  2. Jimbo’s lullaby
  3. Serenade for the doll
  4. The snow is dancing
  5. The little shepherd
  6. Golliwogg’s cake-walk

Steven Osborne, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 211 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 171 MB

Atenção! A peça Et la lune descend sur le temple qui fut é uma das mais bonitas do disco, mas é muito especial e merece ser ouvida com toda a atenção, especialmente numa linda e silenciosa noite. Não deixe o encanto ser quebrado…

I couldn’t agree more: here Osborne’s phrasing and pacing is pure and poetic, as well as raptly atmospheric in ‘The Snow is Dancing’ and it finishes with a deliciously louche cake-walk. — BBC Music Magazine, October 2017

Aproveite!

René Denon

Se você gostou da música desta postagem, poderá se interessar em visitar estas postagens aqui:

Debussy (1862-1918): Images e Estampes – Paul Jacobs

Claude Debussy (1862-1918): Images I e II – Estampes – Ivan Moravec, piano

Claude Debussy (1862-1918): Préludes II, Images II, Children’s Corner

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · (Algumas) Sonatas · ∾ · Einar Steen-Nøkleberg ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · (Algumas) Sonatas · ∾ · Einar Steen-Nøkleberg ֍

 

BTHVN

Sonatas para Piano

Einar Steen-Nøkleberg

 

 

Esta postagem traz dois discos – dois álbuns – com sonatas para piano de Beethoven interpretadas por um dos mais famosos pianistas noruegueses – Einar Steen-Nøkleberg.

Apesar da única capa, realmente são dois álbuns. No primeiro três das mais famosas sonatas para piano de Beethoven, três sonatas com apelidos. Este disco é de 1990. O outro não poderia ser mais contrastante, tanto em repertório quanto na interpretação, e é 13 anos mais novo, de 2003.

Nosso correspondente de arte, Caspar David Friedrich, enviou este luar sobre o mar na Noruega…

No disco com as Sonatas ‘Pathétique’, ‘Mondschein’ e ‘Appassionata’ o som é de acordar os vizinhos, a interpretação não economiza no virtuosismo. Disco para tirar o fôlego! Faz pensar na teoria de que Beethoven foi o último compositor clássico e o primeiro músico romântico!

No disco com as três últimas sonatas, a interpretação é mais contida, mas não é menos intensa por isso. Parece mais adequada a um pianista 13 anos mais velho, interpretando um compositor que já amadurecera não só na experiência profissional, mas principalmente com as agruras da vida.

Eu tenho uma grande admiração pelas três últimas sonatas para piano de Beethoven. Acho que ele atingiu um alto nível de criação artística nestas peças, assim como foi no caso dos últimos quartetos.

Eu sei que o artista da postagem é o pianista, mas esse tema do romantismo e Beethoven mexeu comigo e fui buscar no baú de minhas notas um resumo deixado sobre o tema pelo inesquecível Leonard Bernstein. Fala aí, Lenny!

‘Os compositores românticos não realizaram uma convenção em Chicago onde decidiram se tornar românticos: novamente, é um reflexo das mudanças que acontecem na história, a maneira como as pessoas vivem, pensam, sentem e agem. E tudo começou, por estranho que pareça, com o maior classicista de todos, Beethoven. Veja, ele era duas coisas ao mesmo tempo: ele foi o último homem do período clássico, e o primeiro homem do período romântico, tudo de uma vez. Acho que você poderia dizer que ele foi um classicista que foi longe demais; ele estava tão cheio de sentimento e emoção que não conseguia se manter acorrentado a todas aquelas regras e regulamentos do século 18; e então ele quebrou suas correntes e começou um novo tipo de música. E esse foi o fim da música clássica.

Beethoven é o início da música romântica. Não se esqueça que ele ainda sai do século 18, embora tenha vivido por cerca de 25 anos no século 19; mas suas regras, embora ele as quebre, ainda são regras clássicas. Ele ainda estava tentando aperfeiçoar essas regras; e no melhor de sua música ele chegou tão perto da perfeição quanto qualquer ser humano desde o início do mundo’.

Veremos como se sai então nessa diversa empreitada nosso pianista que veio da Noruega!

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

CD1

Sonata para Piano No. 8 em dó menor “Pathétique”, Op. 13

  1. Grave-Allegro molto e con brio
  2. Adagio cantabile
  3. Rondo: Allegro

Sonata para Piano No. 14 em dó sustenido menor “Mondschein”, Op. 27/2

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata para Piano No. 23 em fá menor “Appassionata”, Op. 57

  1. Allegro assai
  2. Andante con moto
  3. Allegro ma non troppo

CD2

Sonata para Piano No. 30 em mi maior, Op. 109

  1. Vivace, ma non troppo
  2. Prestissimo
  3. Andante molto cantabile ed espressivo

Sonata para Piano No. 31 em lá maior, Op. 110

  1. Moderato cantabile molto espressivo
  2. Allegro molto
  3. Adagio, ma non troppo- Fuga: Allegro, ma non troppo

Sonata para Piano No. 32 em dó menor, Op. 111

  1. Maestoso-Allegro con brio ed appassionato
  2. Arietta: Adagio molto semplice e cantabile

Einar Steen-Nøkleberg, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 473 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 301 MB

Einar Steen-Nøkleberg

Et liv med Beethoven (Uma vida com Beethoven)

Aproveite!

René Denon

Eu não deixaria de visitar esta postagem aqui:

Beethoven (1770-1827): (Algumas) Sonatas para Piano – Stephen Kovacevich, piano #BTHVN250

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Jacobs / AAM)

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244 (Jacobs / AAM)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Paixão Segundo Mateus, de Bach, vai como uma Cantatona da mais alta qualidade até a ária Erbarme dich, quando a coisa se torna cósmica, inatingível, original, profunda. É como se a Erbarme fosse um portal para uma dimensão pisciana, em que estivéssemos submersos, ocupados não somente com o que acontece em nosso plano, mas também com o que há acima e embaixo. Isto pra quem crê que estamos no meio.

Então, esqueça o comércio, mande às favas os parentes e os presentes. Muito melhor do que sair fazendo compras neste dia 23 é ouvir esta estupenda versão da Paixão Segundo Mateus a cargo de um supertime: René Jacobs mais a Akademie für Alte Musik Berlin e solistas.

A Paixão Segundo Mateus BWV 244 (em latim: Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum; em alemão: Matthäus-Passion), mais conhecida em países católicos como A Paixão segundo Mateus, é um oratório de Johann Sebastian Bach, que representa o sofrimento e a morte de Cristo segundo o Evangelho de Mateus, com libreto de Picander (Christian Friedrich Henrici). Com uma duração de mais de duas horas e meia (em algumas interpretações, mais de três horas) é a obra mais extensa do compositor. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma das obras mais importantes de Bach e uma das obras-primas da música ocidental. Esta e A Paixão segundo João são as únicas Paixões autênticas do compositor conservadas em sua totalidade. A Paixão Segundo Mateus consta de duas grandes partes constituídas de 68 números, em que se alternam coros, corais, recitativos, ariosos e árias.

A obra foi escrita, provavelmente, em 1727 e foi apresentada pela primeira vez na Sexta-feira da Paixão de 1727 ou na Sexta-feira da Paixão de 1729 na Thomaskirche (Igreja de São Tomás) em Leipzig, onde Bach era o Kantor. Ele a revisou em 1736, apresentando-a novamente em março desse mesmo ano, incluindo dessa vez dois órgãos na instrumentação.

Paixão Segundo Mateus não foi ouvida fora de Leipzig até 1829, quando Felix Mendelssohn apresentou uma versão abreviada em Berlim e foi vivamente aclamado. A redescoberta da Paixão Segundo Mateus através de Mendelssohn expôs a música de Bach — principalmente suas grandes obras — a uma atenção pública que persiste até hoje.

OK, há as duas versões de Gardiner (aqui e aqui), mas este registro está ali juntinho de ambas em qualidade. São as campeãs. Fantástico! Grande Jacobs!

J. S. Bach (1685-1750): A Paixão Segundo Mateus, BWV 244

Disk: 1
1. Chor: Kommt, Ihr Töchter, Helft Mir Klagen (1. Teil)
2. Rezitativ: Da Jesus Diese Rede Vollendet Hatte
3. Choral: Herzliebster Jesu, Was Hast Du Verbrochen
4. Rezitativ: Da Versammelten Sich Die Hohepriester – Chor: Ja Nicht Auf Das Fest – Rezitativ: Da Nun Jesus
5. Rezitativ: Du Lieber Heiland Du
6. Arie: Buß’ Und Reu’
7. Rezitativ: Da Ging Hin Der Zwölfen Einer
8. Arie: Blute Nur, Du Liebes Herz
9. Rezitativ: Aber Am Ersten Tage Der Süßen Brot – Chor: Wo Willst Du, Daß Wir Dir Bereiten Das Osterlamm Zu Essen?
10. Choral: Ich Bins, Ich Sollte Büßen
11. Rezitativ: Er Antwortete Und Sprach
12. Rezitativ: Wiewohl Mein Herz In Tränen Schwimmt
13. Arie: Ich Will Dir Mein Herze Schenken
14. Rezitativ: Und Da Sie Den Lobgesang Gesprochen Hatten
15. Choral: Erkenne Mich, Mein Hüter
16. Rezitativ: Petrus Aber Antwortete Und Sprach Zu Ihm
17. Choral: Ich Will Hier Bei Dir Stehen
18. Rezitativ: Da Kam Jesus Mit Ihnen Zu Einem Hofe
19. Rezitativ: O Schmerz! Hier Zittert Das Gequälte Herz
20. Arie: Ich Will Bei Meinem Jesu Wachen
21. Rezitativ: Und Ging Hin Ein Wenig
22. Rezitativ: Der Heiland Fällt Vor Seinem Vater Nieder
23. Arie: Gerne Will Ich Mich Bequemen
24. Rezitativ: Und Er Kam Zu Seinen Jüngern
25. Choral: Was Mein Gott Will, Das G’scheh’ Allzeit
26. Rezitativ: Und Er Kam Und Fand Sie Aber Schlafend
27. Arie: So Ist Mein Jesus Nun Gefangen – Chor: Sind Blitze Und Donner In Wolken Verschwunden
28. Rezitativ: Und Siehe, Einer Aus Denen
29. Choral: O Mensch, Bewein’ Dein’ Sünde Groß
30. Arie: Ach, Nun Ist Mein Jesus Hin! (2. Teil)
31. Rezitativ: Die Aber Jesum Gegriffen Hatten
32. Choral: Mit Hat Die Welt Trüglich Gericht’t
33. Rezitativ: Und Wiewohl Viel Falsche Zeugen Herzutraten
34. Rezitativ: Mein Jesus Schweigt Zu Falschen Lügen Stille
35. Arie: Geduld! Wenn Mich Falsche Zungen Stechen
36. Rezitativ: Und Der Hohepriester Antwortete – Chor: Er Ist Des Todes Schuldig
37. Choral: Wer Hat Dich So Geschlagen

Disk: 2
1. Rezitativ: Petrus Aber Saß Draußen Im Palast
2. Chor: Wahrlich, Du Bist Auch Einer Von Denen
3. Arie: Erbarme Dich, Mein Gott
4. Choral: Bin Ich Gleich Von Dir Gewichen
5. Rezitativ: Des Morgens Aber Hielten Alle Hohepriester – Chor: Was Gehet Uns Das An
6. Rezitativ: Sie Hielten Aber Einen Rat
7. Choral: Befiehl Du Deine Wege
8. Auf Das Fest Aber Hatte Der Landpfleger Gewohnheit – Chor: Laß Ihn Kreuzigen
9. Choral: Wie Wunderbarlich Ist Doch Diese Strafe!
10. Rezitativ: Der Landpfleger Sagte
11. Rezitativ: Er Hat Uns Allen Wohlgetan
12. Arie: Aus Liebe Will Mein Heiland Sterben!
13. Rezitativ: Sie Schrieen Aber Noch Mehr – Chor: Laß Ihn Kreuzigen – Rezitativ: Da Aber Pilatus Sahe
14. Rezitativ: Erbarm’ Es Gott!
15. Arie: Können Tränen Meiner Wangen
16. Rezitativ: Da Nahmen Die Kriegsknechte – Chor: Gegrüßet Seist Du, Judenkönig – Rezitativ: Und Speieten Ihn An
17. Choral: O Haupt Voll Blut Und Wunden
18. Rezitativ: Und Da Sie Ihn Verspottet Hatten
19. Rezitativ: Ja! Freilich Will In Uns Das Fleisch Und Blut
20. Arie: Komm, Süßes Kreuz, So Will Ich Sagen
21. Rezitativ: Und Da Sie An Die Stätte Kamen – Chor: Der Du Den Tempel Gottes Zerbrichst – Rezitativ: Desgleichen Auch Die
22. Rezitativ: Ach Golgatha
23. Arie: Sehet, Jesus Hat Die Hand
24. Und Von Der Sechsten Stunde An – Chor: Der Rufet Den Elias – Und Bald Lief Einer Unter Ihnen – Chor: Halt! Laß Sehen
25. Choral: Wenn Ich Einmal Soll Scheiden
26. Rezitativ: Und Siehe Da, Der Vorhang Im Tempel Zerriß
27. Rezitativ: Am Abend, Da Es Kühle War
28. Arie: Mache Dich, Mein Herze, Rein
29. Rezitativ: Und Joseph Nahm Den Leib – Chor: Herr, Wir Haben Gedacht – Rezitativ: Pilatus Sprach Zu Ihnen
30. Rezitativ: Nun Ist Der Herr Zur Ruh’ Gebracht
31. Chor 1 Und 2: Wir Setzen Uns Mit Tränen Nieder

Extra:
32. Rezitativ: Ja! Freilich Will In Uns
33. Arie: Komm, Süßes Kreuz

Sunhae Im
Bernarda Fink
Werner Güra
Topi Lehtipuu
Johannes Weisser
Konstantin Wolff

RIAS Kammerchor
Akademie für Alte Musik Berlin
René Jacobs

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O belga René Jacobs: sai de baixo!
O belga René Jacobs.

PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827): Quartetos Op. 18 · ∾ · Quatuor Sine Nomine ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827): Quartetos Op. 18 · ∾ · Quatuor Sine Nomine ֍

 

BTHVN

Quartetos de Cordas Op. 18

Quatuor Sine Nomine

 

 

Beethoven mudou-se para Viena em 1792 para estudar com Haydn e passou lá o resto de sua vida. Seus primeiros anos na capital austríaca foram de muitos estudos e muito trabalho, na busca de sua afirmação como compositor. Ele era reconhecido como exímio pianista e improvisador, mas os grandes compositores estabelecidos eram Haydn e Mozart, que morrera em 1791. Estes eram os padrões que Beethoven buscava alcançar.

Se olharmos a lista de suas 21 primeiras publicações ‘oficiais’, compostas entre (essencialmente) 1793 e 1800, podemos ver como ele se esforçou para a um só tempo conquistar sua própria voz, impregnando suas obras com seu imenso talento e criatividade, mas como ele também mantinha um olhar atento na ‘concorrência’.

Nestas 21 primeiras publicações temos principalmente sonatas e música de câmera. Os trios com piano, trios de cordas e o trio com clarinete estão nos Op. 1, 3, 8, 9 e 11. As sonatas para violoncelo e piano ou violino e piano nos Op. 5, 12 e 17. As maravilhosas sonatas para piano nos Op. 2, 7, 10 e 13, com mais as duas sonatazinhas do Op. 14 e a sonata para piano a 4 mãos do Op. 6. Entre estas uma das primeiras obras a ganhar um apelido, a Sonata Patética, Op. 13.

De olho no quinteto para piano e sopros de Mozart, Beethoven produziu o seu Op. 16, que com o quinteto do Op. 4 e o Septeto, Op. 20, formam assim a sua preparação para a primeira obra orquestral que viria com a Primeira Sinfonia, no opus 21. Isso mais os dois primeiros concertos para piano, publicado como Op. 15 e Op. 19.

Para fechar este primeiro ciclo, a menos de obras corais, faltava um gênero importante – o quarteto de cordas, cuja excelência havia sido alcançada pelas criações de Haydn, geralmente publicadas em grupos de seis ou dois grupos seguidos de três, e os maravilhosos seis quartetos produzidos por Mozart e dedicados a Haydn.

Assim, podemos imaginar a importância dada por Beethoven às peças que formam o número que falta na nossa lista – Opus 18.

Instrumentos dados a Beethoven pelo Príncipe Lichnowsky

Estes quartetos ocuparam Beethoven entre 1798 e 1800 e foram encomendados pelo príncipe Joseph Franz Maximilian Lobkowitz. As peças saíram maravilhosas e cumprem seu papel de estabelecer o Ludovico como mestre do quarteto clássico. As inovações viriam nas obras posteriores, mas estes são representantes absolutos do modelo estabelecido por Haydn e Mozart.

Eu gosto particularmente do Quarteto em lá maior, No. 5, e do Quarteto em si bemol maior, No. 6, com seu último lindíssimo movimento, La Malinconia. No início deste movimento, Beethoven deixou um importante recado: Questo pezzo si deve trattare colla più gran delicatezza.

Para a postagem escolhi a gravação feita por um quarteto suíço, o Quarteto Sine Nomine. Ao evitar escolher o nome de um específico compositor ou aludir a um especial momento da história da música, eles reafirmam seu desejo de estarem abertos a qualquer compositor e as suas músicas e com a intensão de apresentá-las com objetividade. Isto não quer dizer que suas interpretações sejam desprovidas de expressividade ou de intensidade.

Você poderá dizer por si mesmo, se baixar e ouvir estas belezuras de quartetos postados aqui.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quartetos de Cordas, Op. 18

Quarteto de Cordas em fá maior, Op. 18 No. 1

  1. Allegro con brio
  2. Adagio affettuoso ed appassionato
  3. Scherzo
  4. Allegro

Quarteto de Cordas em sol maior, Op. 18 No. 2

  1. Allegro
  2. Adagio cantabile
  3. Scherzo
  4. Allegro molto, quasi presto

Quarteto de Cordas em ré maior, Op. 18 No. 3

  1. Allegro
  2. Andante con moto
  3. Allegro
  4. Presto

Quarteto de Cordas em dó menor, Op. 18 No. 4

  1. Allegro ma non tanto
  2. Andante scherzoso quasi allegretto
  3. Menuetto. Allegro
  4. Allegretto

Quarteto de Cordas em lá maior, Op. 18 No. 5

  1. Allegro
  2. Menuetto
  3. Andante cantabile
  4. Allegro

Quarteto de Cordas em si bemol maior, Op. 18 No. 6

  1. Allegro con brio
  2. Adagio ma non troppo
  3. Scherzo. Allegro
  4. La Malinconia. Adagio – Allegretto quasi allegro

Quatuor Sine Nomine

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 722 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 353 MB

These are performances that allow Beethoven’s music to speak for itself, and are all the better for it. Speeds on the whole are temperate, with none of the racing allegros and galloping finales favoured by many.

Aproveite!

René Denon

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Mais um bonito disco com a música de Vivaldi! Como os concertos para fagote, os concertos para violoncelo de Vivaldi são recompensadores não apenas por sua escrita solo altamente imaginativa — que estende e explora o caráter versátil do instrumento –, mas também pelas ideias ricamente variadas contidas em seus ritornelos. Se há um único movimento enfadonho a ser encontrado entre essas obras cativantes, ainda não o encontrei. Dieltiens e sua parceira no  violino, Christine Busch, mais o Ensemble Explorations trazem vitalidade rítmica e articulação nítida aos movimentos externos, enquanto nos lentos eles prolongam sua poesia — às vezes elegíaca, às vezes puramente lírica — com fraseados eloquentes. Minha única crítica, e é pequena, é que o órgão de câmara é um pouco mais intrusivo do que deveria ser. Mas isso não é nada comparado com o resto.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Violoncelo (Busch / Dieltiens)

Concerto En la Mineur / A Minor / A-moll RV 420 (F. III/21)
1 Andante 4:20
2 Adagio 3:48
3 Allegro 3:36

Concerto En Mi Bemol Majeur / E Flat Major / Es-dur RV 408 (F. III/5)
4 Allegro Non Molto 3:39
5 Largo 6:28
6 Allegro 2:09

Concerto En Fa Majeur / F Major / F-dur RV 411 (F. III/14)
7 Allegro 2:58
8 Largo 1:22
9 Allegro Molto 1:49

Concerto En Re Mineur / D Minor / D-moll RV 407 (F. III/23)
10 Allegro 3:25
11 Largo 4:13
12 Allegro 2:36

Concerto En Fa Majeur / F Major / F-dur RV 544 (F. IV/5) “Il Proteo O Sia Il Mondo Al Rovescio”
13 Allegro 3:54
14 Largo 3:06
15 Allegro 3:13

Concerto En la Mineur / A Minor / A-moll RV 421 (F. III/13)
16 Allegro Non Troppo 3:24
17 Largo 2:30
18 Allegro 2:17

Concerto En Ut Majeur / C Major / C-dur RV 561 (F. IV/3)
19 Allegro 3:32
20 Largo 3:38
21 Allegro 2:42

Cello [Violoncelle Piccolo] – Roel Dieltiens
Ensemble – Ensemble Explorations
Violin – Christine Busch
Violoncello – Richte van der Meer

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Roel Dieltiens

PQP

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonias – Karajan, BPO (1959-1965)

NEW LINK !!!

De vez em quando volto a ouvir estas gravações de Karajan das sinfonias de Brahms. Sinto que preciso ouvi-las, talvez por entender que elas são a base de referência para outros registros destas obras que me caem em mãos.  Tenho uma ligação muito pessoal com estes discos, eles surgiram em um determinado momento muito importante de minha vida, um momento em que eu me encontrava em uma encruzilhada, tentando escolher o caminho a seguir. E foi ouvindo esta versão da primeira sinfonia que me inspirei a seguir o caminho que escolhi. Era um final de tarde de domingo, estava sentado na varanda da casa em que morava, coloquei a fita cassete no velho walkman, dia feio, meio nublado, para variar estava sozinho em casa. Se o caminho que escolhi foi o melhor não cabe discutir, só posso dizer que não me arrependo de minha escolha.

Já discutimos diversas vezes sobre esta obra, procurem lá atrás, nos primórdios do PQPBach, eram outros tempos, tudo bem, mas a idéia e a motivação continuam lá. Estas gravações foram realizadas entre 1959 – 1965. O próprio Karajan estava iniciando sua trajetória de sucesso frente à Orquestra Filarmônica de Berlim, onde veio a se consolidar como um dos maiores regentes do século XX.

Li uma crítica onde o autor considerava as quatro sinfonias de Brahms como uma uma obra só, cada sinfonia sendo um movimento. Depois de tanto ouvir estas obras, no correr destes últimos trinta anos, posso até concordar com esta hipótese, mas ao mesmo tempo, faço questão de ressaltar que cada uma delas tem uma personalidade própria, tem vida própria.

Portanto, está é a proposta desta postagem: todas as sinfonias de Brahms de uma só vez, para serem ouvidas na sequência, façam a experiência. Vale a pena.

Espero que apreciem. Com certeza, seriam discos que eu escolheria para levar para uma ilha deserta.

01 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 1. Un poco sostenuto – Allegro
02 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 2. Andante sostenuto
03 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 3. Un poco allegretto e grazioso
04 Symphonie Nr. 1 c-moll, op. 68- 4. Adagio – Piùandante – Allegro non troppo, ma con brio

01 Symphony no. 2 op. 73 – 1 Allegro non troppo
02 Symphony no. 2 op. 73 – 2 Adagio non troppo
03 Symphony no. 2 op. 73 – 3 Allegro grazioso- Quasi andantino
04 Symphony no. 2 op. 73 – 4 Allegro con spirito

01 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 1. Allegro con brio
02 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 2. Andante
03 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 3. Poco allegretto
04 Symphony no. 3 in F major, op. 90- 4. Allegro

01 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- 1. Allegro non troppo
02 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- 2. Andante moderato
03 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- 3. Allegro giocoso
04 Symphony no. 4 in E minor, op. 98- Allegro ernegico e passionato

Herbert von Karajan – Conductor
Berliner Philharmoniker

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD lindo, monstruoso, espetacular. A soma da melhor orquestra de instrumentos originais e de um esplêndido regente — além de especialista na música historicamente informada — só poderia resultar num grande disco. A versão da Sinfonia Praga é a melhor que já escutei — o primeiro movimento é uma pauleira digna de nota — e adorei as surpresas da Júpiter. O Andante Cantabile está bastante diferente do habitual e convence, convence muito.

A Sinfonia Nº 38, Praga, foi composta por Mozart no final de 1786 e estreada em Praga, claro, em 19 de janeiro de 1787, durante a primeira visita de Mozart à cidade. O autógrafo do compositor registra o dia 6 de dezembro de 1786 como a data de conclusão da obra. A versão de Jacobs apenas valoriza a Praga. E pasmem, Mozart, durante o verão de 1788, compôs três sinfonias em menos de dois meses: a Sinfonia Nº 39 (K. 543), a Sinfonia Nº 40 (K. 550) e a Sinfonia Nº 41, “Júpiter” (K. 551). Ao que tudo indica, as três não foram encomendadas por ninguém, mas Mozart raramente dava ponto sem nó. Em vista das dificuldades financeiras que passava na época, talvez ele estivesse planejando vendê-las a um editor ou executá-las em algum concerto em Viena. Ou, quem sabe, planejava uma turnê a Londres, como mais tarde fizera Haydn? Desde o início do século XVIII, vários compositores alemães encontraram sucesso artístico e financeiro em Londres. E quando convidado a se apresentar em uma grande cidade, era comum o compositor levar consigo um conjunto de novas obras. A “Júpiter”, como diz seu apelido, é a mais grandiosa de suas sinfonias. Ironicamente, o nome Júpiter parece ter sido criado em Londres pelo empresário Johann Peter Salomon, que levou Haydn à capital inglesa no ano de 1791 e que desejava levar Mozart no ano seguinte.

.oOo.

Uma ilustração

A Elena diz que é uma artesã cansada, que não busca ouvir novas músicas, só as do trabalho. Só que ela casou com PQP Bach e o cara está sempre ouvindo coisas novas.

Hoje, preparei tudo direitinho. Quando ela chegou em casa, coloquei uma gravação das Sinfonias Nros. 38 e 41 de Mozart que sabia ser espetacular, mas não sabia por quê. É isso, eu sei quando é bom, sei que tenho sensibilidade, mas nem imagino os motivos de minhas admirações. E então ela me explica o que tem lá de diferente.

E ela ouviu, pediu pra repetir, ELOGIOU MUITO, destacou e detalhou o último movimento da Júpiter, com suas respirações diferentes, as puxadas de freio do maestro, as variações no andamento, etc.

Quando acabou, eu tirei o CD e coloquei um vinil com um contratenor cantando Purcell. Ela me olhou com estranheza. O que teria a ver? Será que a pequena cirurgia que fiz hoje teria afetado meu cérebro?

Expliquei que o contratenor que cantara Purcell nos anos 70 era o regente do Mozart de agora — um cara que se especializara na regência de óperas barrocas e clássicas.

E vieram considerações e pedidos para que eu ficasse mais tempo em casa. Passamos um bom dia. Eu com alguma dor pelo dente que morreu, mas com o resto ainda bem vivo.

Gravações citadas:
— W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41
Freiburger Barockorchester
Reg.: René Jacobs

— Henry Purcell (1659-1695): “Tis Nature Voice” and other songs and elegies
Contratenor: René Jacobs

W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonias Nº 38 e 41 (Jacobs / Freiburger)

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 38 “Prague”
1 I. Adagio – Allegro 15:59
2 II. Andante 9:53
3 III. Finale. Presto 6:42

W.A. Mozart (1756 – 1791): Symphonie n 41 “Jupiter”
4 I. Allegro vivace 10:38
5 II. Andante cantabile 9:52
6 III. Menuetto. Allegretto – Trio 3:23
7 IV. Molto Allegro 12:01

Freiburger Barockorchester
René Jacobs

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

René Jacobs, um monstro

PQP

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Música para Piano · ∾ · Pavel Kolesnikov ֍

#BTHVN250 Beethoven (1770-1827) · ∾ · Música para Piano · ∾ · Pavel Kolesnikov ֍

BTHVN

Sonatas ‘Ao Luar’ e Op. 14, 2

Bagatelas Op. 33

Variações WoO 80

Pavel Kolesnikov

 

Nesta postagem vamos homenagear o aniversariante LvB e apresentar para vocês um jovem e sensacional pianista russo que vai assim estrear no nosso blog. Pavel Kolesnikov já está por aí há um certo tempo. Ele ganhou a atenção do mundo musical em 2012 ao tornar-se Prize Laureate do Honens International Piano Competition, que acontece em Calgary, no Canada. Desde então, Pavel Kolesnikov tem seguido uma ótima carreira musical, com muitas turnês pelo mundo, tocando inclusive com a Orquestra Sinfônica Brasileira.

Tem gravado uma sequência de ótimos discos para o selo Hyperion, com uma Goldberg saindo fresquinha do forno por estes dias – com muitos elogios dos críticos.

Por tanto, nosso leitor seguidor não perderá por esperar, mas começamos com este disco que traz um repertório assim … surtido.

Para aquecer os dedos, quatro peças sem número de opus seguidas pela romântica Sonata ‘Ao Luar’, que inicia com aquele movimento lento e termina no melhor estilo virtuose. Temos também o conjunto de Bagatelas do Opus 33, mais uma sonatazinha e, para arrematar ao estilo beethoveniano, as Variações em dó menor. Um ótimo recital para ser ouvido ao cair da tarde, vendo as cortinas da sala esvoaçarem. Mas, se você gosta de seu Beethoven logo pela manhã, sem problemas!

Vale a pena conferir. Espero poder trazer mais discos do moço para você em breve. Quem sabe, as Goldberg, que tal?

 

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quatro Peças para Piano

  1. Andante in C major
  2. Bagatelle in C minor, WoO52
  3. Bagatelle in C major, WoO56
  4. Allegretto in C minor,WoO 53

Sonata para Piano No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27 No. 2 ‘Ao Luar’

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Bagatelles (7), Op. 33

  1. 1 in E flat major. Andante grazioso, quasi allegretto
  2. 2 in C major. Scherzo. Allegro – Trio
  3. 3 in F major. Allegretto
  4. 4 in A major. Andante
  5. 5 in C major. Allegro ma non troppo
  6. 6 in D major. Allegretto quasi andante
  7. 7 in A flat major. Presto

Sonata para Piano No. 10 em sol maior, Op. 14 No. 2

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Scherzo: Allegro assai

Variações para Piano sobre um Tema Original em dó menor, WoO 80

  1. Variações

Pavel Kolesnikov, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 191 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 179 MB

Pavel em recente visita aos frios estados sulinos brasileiros, onde é forte a presença do PQP Bach

Veja o que disse a prestigiosa BBC Music Magazine sobre as interpretações do Pavel: Unexpected tempos, but the atmosphere is unmistakable. Kolesnikov finds nocturnal quietude in the Moonlight Sonata, and his lucid, thoughtful approach pays off elsewhere too.

E também a Gramophone: […] The G major Sonata, Op. 14 No. 2, also suits Kolesnikov well…And he gives a sparkling account of the playful and perky finale.

Sparkling, I would say!

Aproveite!

René Denon

PS: Aqui está a página do Pavel no site da Hyperion.

Bach (1685 – 1750) · ∞ · A Arte da Fuga (Arranjo para Orquestra de Fritz Stiedry) · ∞ · Radio-Symphonie-Orchester Berlin · ֎ · Hans Zender · ֍ ·

Bach (1685 – 1750) · ∞ · A Arte da Fuga (Arranjo para Orquestra de Fritz Stiedry) · ∞ · Radio-Symphonie-Orchester Berlin · ֎ · Hans Zender · ֍ ·

Bach – Stiedry

A Arte da Fuga

Radio-Symphonie-Orchester Berlin

Hans Zender

 

Esta é a primeira de pelo menos duas postagens que farei envolvendo o nome Hans Zender. Se chover reclamações, farei ainda mais…  Johannes “Hans” Wolfgang Zender foi um compositor e maestro alemão que morreu em 22 de outubro de 2019. No momento em que escrevo a postagem falta dez dias para completar um ano de sua morte. Como em nossas quase seis mil e quinhentas postagens o nome Hans Zender aparece só uma vez, como regente em um disco com músicas de Morton Feldman, em 2008 – postagem esta cujos links e arquivos se encontram already no grande oblivium, espero assim poder chamar a atenção de nossos leitores-seguidores para ele, trazendo outros de seus trabalhos.

Hans Zender

Hans Zender subiu a ladeira dos empregos musicais na Alemanha, passando por casas de óperas e trabalhando muito com as orquestras das rádios, um pouco assim como Michael Gielen. Com orquestras como SWR Sinfonieorchester Baden-Baden und Freiburg, Rundfunk-Sinfonieorchester Saarbrucken e Radio-Symphonie-Orchester Berlin, deixou registros de obras de compositores seus contemporâneos, como Boulez, Rhim, Morton Feldman, e compositores anteriores como Mozart, Schubert e Mahler.

Aqui temos uma gravação que pode parecer um pouco antiquada, mas merece ser ouvida. Do ano de 1985, mostra como foi cuidadoso e reverente o trabalho de Zander. A peça é uma obra máxima, Die Kunst der Fuge – A Arte da Fuga – de Bach, um ótimo desafio para os intérpretes, já que Bach não deixou muitas instruções de como a obra deveria ser executada. Aqui temos um arranjo, uma distribuição do material musical para os diferentes instrumentos da orquestra, feito por Fritz Stiedry, que também foi ótimo regente além de arranjador, mas de uma geração anterior a de Hans Zender.

 

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Die Kunst der Fuge, BWV 1080.
(Arranjo para grande orquestra, por Fritz Stiedry)

  1. I Allegro Moderato, BWV 1080, 1
  2. II Allegro con moto, BWV 1080, 2
  3. Canon I Allegro assai, BWV 1080, 17
  4. III Allegro moderato, BWV 1080, 3
  5. IV Allegro molto, BWV 1080, 6
  6. Canon II Allegro tranquillo, BWV 1080, 16
  7. V Allegro vivace, BWV 1080, 5
  8. VI Andante, BWV 1080, 6
  9. VII Andantino, BWV 1080, 7
  10. VII Allegrissimo, BWV 1080, 9
  11. IX Allegrissimo, BWV 1080, 10
  12. Canon III Presto non troppo, BWV 1080, 15
  13. X Allegro, BWV 1080, 8
  14. XI Allegro non troppo, BWV 1080, 11
  15. Canon IV Molto moderato, BWV 1080, 14
  16. XII Allegro con moto, BWV 1080, 12-I
  17. XIII Allegro con moto, BWV 1080, 12-II
  18. XIV Vivace ma non troppo, BWV 1080, 13-I
  19. XV Vivace ma non troppo, BWV 1080, 13-II
  20. XVI Allegro moderato, BWV 1080, 19

Klaus Hellwig e Thomas Weber, piano

Radio-Symphonie-Orchester Berlin

Hans Zender

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 227 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 188 MB

Quem não fica assim, regendo a genial música de Bach?

Momento ‘The Book is on the Table’:

Probably no single work by Johann Sebastian Bach is surrounded with such an aura of mystery and secrecy as The Art of Fugue.

Aproveite!

René Denon

Detalhe de uma capa de outra gravação da Arte… Poucas obras inspiraram tanto os artistas que produzem as capas!

PS: Se você gostou desta postagem, não deixe de conferir estas gravações, bem diferentes, mas ótimas!

J S Bach – Die Kunst der Fuge (The Art of Fugue), BWV 1080 – Le Consort de violes des Voix humaines

J. S. Bach (1685-1750): A Arte da Fuga (Podger / Brecon)

Ravel (1875 – 1937) – Rapsodie espagnole · ∾ · Debussy (1862 – 1918) – La Mer · ∾ · London Symphony Orchestra & François-Xavier Roth ֍

Ravel (1875 – 1937) – Rapsodie espagnole · ∾ · Debussy (1862 – 1918) – La Mer · ∾ · London Symphony Orchestra & François-Xavier Roth ֍

Ravel

Rapsodie espagnole

Debussy

Prélude à l’après-midi d’um faune & La mer

LSO

François-Xavier Roth

Esta postagem traz um disco que segue uma tradição – um disco no qual uma grande orquestra inglesa interpreta um repertório de música francesa, regida por um maestro francês. E que disco! A música não poderia ser mais bonita, a orquestração é um verdadeiro luxo. E tudo realizado com maestria e competência. O melhor de dois mundos, disco gravado ao vivo, que acrescenta a energia e excitação da ocasião, mas com técnica para evitar ruídos estranhos.

O maestro François-Xavier Roth é o Diretor Musical Geral em Colônia desde 2015 e assim dirige a Gürzenich Orchestra e a Ópera. É o Principal Regente Convidado da London Symphony Orchestra e é Artista Associado (o primeiro a assumir tal posição) da Philharmonie de Paris. O sujeito está em plena atividade!

A Rapsódia Espanhola inicia o disco de maneira gentil, fazendo que prestemos bastante atenção e depois nos vai revelando os sons que aludem ao mundo Ibérico. A orquestra tem grandes oportunidades de exibir sua técnica, brilhando nos pequenos detalhes e exibindo seu potencial sonoro que aqui é enorme.

Funcionando como um interlúdio temos o Prélude à l’après-midi d’um faune de Debussy, destilando toda a sensualidade que uma orquestra de senhores e senhoras ingleses pode produzir sob o comando de um maestro francês.

Para completar, a grande peça orquestral de Debussy – La mer.

Mas esta postagem, além de divulgar tão linda música, tem a intensão de propor uma comparação entre diferentes formatos de arquivos musicais.

PQP Bach goes techno!

Provavelmente você já sabe a diferença entre mp3 e flac. Aqui está um resumo:

De certa forma, se o MP3 é semelhante a imagem em JPG (que têm compressão com perda de qualidade), um arquivo FLAC (Free Lossless Audio Codec) é mais parecido com uma imagem em PNG. Isso porque os arquivos FLAC também passam por compressão, mas sem que isso implique em perda de qualquer parte da informação original. As palavras LOSSY e LOSSLESS são usadas para reforçar a diferença.

A escolha entre um formato e outro deve levar em conta o fato de que a perda é pequena e para que possa ser notada é necessário um sistema de som adequado, sem contar com os ouvidos treinados e sensíveis do ouvinte. Estou aqui considerando mp3 de 320kbps, pois há outras versões nas quais a perda da qualidade é mais acentuada. O tamanho dos arquivos também é um fator a ser levado em conta.

Agora, entrando na arena, temos o flac-[Hi Re]. Enquanto os arquivos flac tem a qualidade de um CD, um arquivo flac de alta resolução seria o equivalente ao Master-Tape, a gravação de estúdio. Ou seja, oferecem mais qualidade ainda do que a de um CD. Estes arquivos são bem maiores do que os equivalentes arquivos mp3 e flac. Em um CD a amostra de música é feita em16 bit 44.1kHz. No caso da High Resolution Audio normalmente as amostras serão de 24bit 88.2kHz, 96kHz, 176.4kHz ou 192kHz.

Qual formato você escolheria? É preciso levar em conta a sua capacidade de armazenar (memória), a qualidade dos equipamentos disponíveis para a reprodução, a ocasião e as condições nas quais os arquivos serão ouvidos. Assim, espero que ao disponibilizar esse belo disco nestes três diferentes formatos possa contribuir para sua reflexão sobre o assunto. Depois me conte se essa provocação foi de alguma utilidade para você.

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Rapsodie Espagnole

  1. Prélude à la nuit
  2. Malagueña
  3. Habanera
  4. Feria

Claude Debussy (1862 – 1917)

Prélude à l’après-midi d’un faune

  1. Prèlude

La Mer

  1. De l’aube à midi sur la mer
  2. Jeux de vagues
  3. Dialogue du vent et de la mer

London Symphony Orchestra

François-Xavier Roth

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC – 24bit-96kHz | 801 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 166 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 113 MB

Veja parte da crítica que você poderá ler na íntegra aqui: Although placed second, Debussy’s Faun makes for an ideal listening Prelude […] – sultry, fluid and ravishing from François-Xavier Roth, featuring numerous stellar LSO solos, not least a bewitching flute aperitif from Gareth Davies, and glorious strings. […] For the record Roth eschews the ad lib brass fanfares in La mer’s final movement and the recorded sound is superb in its clarity and presence.

Eu repito: Superb!

Aproveite!

René Denon

Certo, Professor F-X?

 

Se você gostou da música desta postagem, poderá se interessar por estas aqui:

Debussy (1862-1918): La Mer – Prélude à l’aprés-midi d’un faune – Images – Orchestre National de France & Daniele Gatti

Mussorgsky (1839-1881): Quadros de Uma Exposição / Ravel (1875-1937): Ma Mère l’Oye & Rapsódia Espanhola – Carlo Maria Giulini