Serguei Prokofiev (1891–1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 – Han-na Chang (PQP Originals) & Alban Gerhardt ֎

Serguei Prokofiev (1891–1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 – Han-na Chang (PQP Originals) & Alban Gerhardt ֎

Prokofiev

Concerto para Violoncelo, Op. 58

Sinfonia Concertante, Op. 125

Sonata para Violoncelo, Op. 119

Semana cheia, muitos compromissos e Natal se aproximando já quase dá para ouvir os sininhos das renas de Papai Noel! Não tem sobrado muito tempo para ouvir música, mas para o que gostamos, sempre se dá um jeito

Na esteira do Concerto para Violoncelo de Shostakovich, continuei a explorar a música para violoncelo e orquestra de compositores russos e dei com meus costados neste disco espetacular. Gostei tanto que comecei a preparação da postagem, deixando a tradicional busca nos vaults da corporação para saber se ele já havia sido postado para depois. Pois lá estava, com a tradicional verve do nosso editor-chefe e o carimbo iso-PQP Bach de qualidade: IM-PER-DÍ-VEL !!!

PQP Bach menciona que Han-Na Chang superou Rostropovich nesta gravação. Bem, vale a pena dizer que a moça estudou bastante e teve aulas diretamente com Misha Maisky, que foi aluno de Rostropovich. Em 1994 ela ganhou o Quinto Concurso Rostropovich de Violoncelo e passou a estudar diretamente com ele. Assim, a moça fez sua lição de casa…

A Sinfonia Concertante, obra comum aos dois discos da postagem, foi escrita entre 1950 e 1952 como uma completa revisão do Concerto para Violoncelo, op. 58, composto entre 1933 e 1938.

Rostropovich dando umas dicas para o Prokofiev

Prokofiev ouviu em 1947 um jovem violoncelista de 25 anos interpretar seu concerto e gostou tanto que prometeu rever a obra para ele. É claro, o violoncelista era Mstislav Rostropovich e o resultado da promessa a Sinfonia Concertante.

Basicamente, uma sinfonia concertante é um concerto para um ou mais instrumentos que atuam como solistas, mas também se misturam sinfonicamente na textura musical mais ampla. Esse gênero musical deriva em parte dos concerti grossi do período barroco e floresceu na França nos dias de Devienne, Gossec e Playel. Nosso irmão de Londres, o Johann Christian Bach compôs obras desta natureza que eram apresentadas em Londres pela orquestra dos concertos da dupla Abel-Bach. Mozart certamente conhecia estas obras e escreveu uma obra-prima no gênero. Quando Papa Haydn andou por Londres, foi jogado em um ringue pela imprensa local, tendo no outro corner um dos seus ex-alunos, o já mencionado Ignaz Playel. Qual deles seria o campeão das sinfonias concertantes. Pois não é que o idoso compositor levou o cinturão com a sua Sinfonia-Concertante

Apesar da terminologia, as sinfonias concertantes dos compositores mais recentes se colocam em seus próprios termos e há algumas gemas que merecem ser devidamente exploradas, assim como esta obra de Prokofiev.

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Sinfonia Concertante em mi menor para violoncelo e orquestra, Op. 125

  1. Andante
  2. Allegro giusto
  3. Andante con moto

Sonata em dó maior para violoncelo e piano, Op. 119

  1. Andante grave – Moderato animato – Andante grave, come prima – Allegro animato
  2. Moderato – Andante dolce – Moderato primo
  3. Allegro, ma non troppo – Andantino – Allegro, ma non troppo

Han-Na Chang, violoncelo

London Symphony Orchestra

Antonio Pappano, direção e piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 282 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 156 MB

Chang and Pappano offer a fiercely communicative Symphony-Concerto and an equally distinctive, though more conventionally ruminative account of the Sonata. […] The cellist is placed closer than would be the case in live concert, but such technically invulnerable playing can take it.
Han-Na Chang’s disc is quite superb. [The Gramophone Classical Music Guide 2010]

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Concerto em mi menor para violoncelo e orquestra, Op. 58

  1. Andante
  2. Allegro giusto
  3. Tema: Allegro – Interludio: L’istesso tempo – Variations 1-3 – Cadenza – Interludio II – Variation 4 – Reminiscenza – Coda

Sinfonia Concertante em mi menor, para violoncelo e orquestra, Op. 125

  1. Andante
  2. Allegro giusto
  3. Andante con moto

Alban Gerhardt, violoncelo

Bergen Philharmonic Orchestra

Andrew Litton, direção

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 288 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 169 MB

Whatever conclusions one draws from a direct comparison between the two works, there is little doubt that Alban Gerhardt is equally committed to both. [BBC Music Magazine 2009]

Matching menace with intense lyricism, these performances of two closely related works are compelling. Alban Gerhardt…can convey the lyrical lines mellifluously and also whet his cutting edge when the composer is at his most acerbic. [The Daily Telegraph 2009]

Cellista que cuida de seu pet tem postagem garantida aqui no PQP Bach!

Postagem original do PQP Bach:

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Concertante, Op. 125 / Sonata para Violoncelo e Piano, Op. 119

Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc / Ibert / Milhaud / Françaix: Música Francesa para Conjunto de Sopros – Gruppo di Tempera ֍

Poulenc • Ibert

Milhaud • Françaix

Música para Conjunto de Sopros

Gruppo di Tempera

 

im-PER-DÍ-VEL

Mais um destes discos que poderia passar por baixo do radar, especialmente se você está em busca de discos com selos de renome, música sinfônica ou intérpretes com nomes arrasa-quarteirão, os blockbusters!

Este aqui foi produzido pelo selo DUX e gravado no Krzysztof Penderecki European Music Center, em Lusławice, sob o apadrinhamento do diretor do Centro, Adam Balas.

O pessoal do Gruppo di Tempera dando uma palhinha no Festival PQP Bach de Música de Vento, em Pelotas

O Gruppo di Tempera é formado por músicos poloneses com o propósito de interpretar as lindas peças para conjuntos de sopros, eventualmente acrescido de um piano. Você pode saber mais sobre eles acessando a página do conjunto no facebook ou aqui.

Pois nada mais adequado do que um programa com música francesa – com muita tradição neste gênero. Os quatro compositores são praticamente contemporâneos e o disco todo é muito bom. Eu ouvi diversas vezes, mas esta manhã de domingo combinou especialmente bem com essa música. Não está muito quente e a preguiça permitiu ouvir sem pressa cada pedacinho, uma boa surpresa depois da outra.

Um gigante, o Francis…

O Sexteto do Poulenc é bem conhecido, mas os outros compositores são menos divulgados. As três peças de Jacques Ibert são deliciosas e eu adorei o nome da suíte do Darius Milhaud: Le cheminée du Roi René. Estas duas peças são típicas do que se chama neoclassicismo. Da música de Ibert o libreto menciona que reúne uma mistura de racionalismo, humor, perspicácia, extravagância e refinamento! A suíte de Milhaud é um arranjo de música escrita para um filme de Raymond Bernard, Cavalcade d’amour, para o qual também contribuíram outros compositores. Os nomes dos movimentos são uma alusão à um período antigo. Para completar o disco, a peça de Françaix, L’heure du berger é um pouco programática – com muito humor descreve personagens típicos de um café parisiense. Começando com Les vieux beaux, envelhecidos dândis presos ao passado, passando para as Pin-up girls, mulheres de posters dos anos 1940, com largos sorrisos e poucas roupas, sedutoras. Termina com Les petits nerveux, um rondó que acaba abruptamente.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sexteto para flauta, oboé, clarinete, trompa, fagote e piano, Op. 100

  1. Allegro vivace: Tres vite et emporte
  2. Divertissement: Andantino
  3. Finale: Prestissimo

Jacques Ibert (1890 – 1962)

Três peças breves para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote

  1. 1. Allegro
  2. 2. Andante
  3. 3. Assai lent – Allegro scherzando

Darius Milhaud (1892 – 1962)

Le cheminée du Roi René, Op. 205

  1. Cortege
  2. Aubade
  3. Jongleurs
  4. La Maousinglade
  5. Joutes sur l’arc
  6. Chasse a Valabre
  7. Madrigal – Nocturne

Jean Françaix (1912 – 1997)

L’heure du berger

  1. Les Vieux Beaux
  2. La belle Otero
  3. Les Petits Nerveux

Gruppo di Tempera

Agnieszka Kopacka, piano

Agata Igras-Sawicka, flauta

Sebastian Aleksandrowicz, oboé

Adrian Janda, clarinete

Artur Kasperek, fagote

Tomasz Bińkowski, trompa

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 212 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 108 MB

Como ficou o pessoal do GT quando soube o número de acessos ao blog desde que a postagem foi ao ar…

Darius explicando calmamente para a banda formada pelo pessoal do PQP Bach que eles precisam ensaiar um pouco mais…

Mozart (1756-1791): Integral das Sonatas para Piano – Mitsuko Uchida ֎

Mozart (1756-1791): Integral das Sonatas para Piano – Mitsuko Uchida ֎

Mozart

Sonatas para Piano

Mistuko Uchida

 

Quando consideramos sonatas para piano, as peças de Beethoven vêm logo à mente, pois que formam um conjunto formidável de obras-primas, que foi construído ao longo de toda a vida produtiva do compositor. Além disso, como Beethoven produziu suas obras depois de Mozart, pode se ter a primitiva imagem que suas obras são, em algum sentido, melhores ou mais difíceis. Mas, uma viagem pela obra de Wolfgang, seja como ouvinte ou como intérprete, pode revelar que as questões podem ser bem mais difíceis de resolver.

As sonatas de Mozart oferecem desafios e tanto a quem se disponha interpretá-las e a escolha da gravação mais satisfatória pode ser muito divertido.

Mesmo as sonatas produzidas no início de sua carreira de compositor, como a maravilhosa Sonata em mi bemol maior, K. 282 (ouça os primeiros compassos e perceberá que há muita coisa linda a ser desfrutada) ou a primeira ‘grande sonata’ em ré maior, K. 284 ‘Dürnitz’.

Após a série de sonatas clássicas do primeiro período, você terá pela frente obras igualmente originais e belíssimas, como a Sonata em lá maior, K. 331, que inicia com um conjunto de variações e termina com a Marcha Turca.

Em nossas páginas não faltam Sonatas para Piano de Mozart. Eu mesmo já postei a integral com a Klára Würtz (1, 2 e 3) e mais alguns discos avulsos com algumas das sonatas, com o Murray Perahia e com a Alicia de Larrocha. Nosso editor chefe recentemente repostou a integral com a pianista Maria João Pires, na gravação da DG. Pela enfiada de comentários – os leitores de antes eram bem mais loquazes e participativas… – podemos concluir que a postagem foi um enorme sucesso.

Apesar disso tudo, considerando que é Natal, tomei a brava iniciativa de postar o ciclo completo (seja lá o que isso queira dizer) com a Mitsuko Uchida. Faço isso por amor que tenho às Sonatas do Wolferl e por que a interpretação da Uchida oferece uma opção que demanda ser ouvida por novos e não novos amantes da música de Mozart, inclusive em perspectiva das outras integrais mencionadas. Tudo isso sem entrar no mérito de comparações classificatórias, pois que já disse propriamente Stravinsky (ou seria Bartók?) que corridas são para cavalos…

Ah, já ia quase me esquecendo, faço isso também por que o BB pediu…

Cumpra-se!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1796)

Sonatas para Piano

Disco 1

Sonata No. 1 em dó maior, K279

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Sonata No. 2 em fá maior, K280

  1. Allegro assai
  2. Adagio
  3. Presto

Sonata No. 3 em si bemol maior, K281

  1. Allegro
  2. Andante amoroso
  3. Rondeau (Allegro)

Sonata No. 4 em mi bemol maior, K282

  1. Adagio
  2. Menuetto I-II
  3. Allegro

Sonata No. 5 em sol maior, K283

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Presto

Mitsuko Uchida, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 156 MB

Disco 2

Sonata No. 6 em ré maior, K284 “Dürnitz”

  1. Allegro
  2. Rondeau en Polonaise (Andante)
  3. Tema con variazione

Sonata No. 7 em dó maior, K309

  1. Allegro con spirito
  2. Andante, un poco adagio
  3. Rondeau (Allegretto grazioso)

Sonata No. 8 em lá menor, K310

  1. Allegro maestoso
  2. Andante cantabile con espressione
  3. Presto

Mitsuko Uchida, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 142 MB

Dame Mitsuko Uchida prestigiando um torneio de tênis promovido pelo PQP Bach, nas lindas quadras de Piratininga…

Disco 3

Sonata No. 9 em ré maior, K311

  1. Allegro con spirito
  2. Andantino con espressione
  3. Rondeau (Allegro)

Sonata No. 10 em dó maior, K330

  1. Allegro moderato
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto

Sonata No. 11 em lá maior, K331 ‘Alla Turca’

  1. Tema (Andante grazioso) con variazioni
  2. Menuetto
  3. Alla turca. Allegretto

Mitsuko Uchida, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Disco 4

Sonata No. 12 em fá maior, K332

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro assai

Sonata No. 13 em si bemol maior, K333

  1. Allegro
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto grazioso

Fantasia em dó menor, K475

  1. Adagio – Allegro – Andantino – Più allegro -Tempo I

Sonata No. 14 em dó menor, K457

  1. Molto allegro
  2. Adagio
  3. Allegro assai

Fantasia em ré menor, K. 385g – 397

  1. Fantasia

Mitsuko Uchida, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 177 MB

Disco 5

Sonata No. 16 em dó maior, K545 ‘Facile’

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Sonata No. 17 em si bemol maior, K570

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata No. 18 em ré maior, K576 ‘Hunt’

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata No. 15 em fá maior, K533 / 494

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Adagio em si menor, K540

  1. Adagio

Eine kleine Gigue em sol maior, K574

  1. Gigue

Mitsuko Uchida, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 188 MB

This is unfailingly clean, crisp and elegant playing, that avoids anything like a romanticised view of the early sonatas such as the delightfully fresh G major, K283. On the other hand, Uchida responds with the necessary passion to the forceful, not to say Angst-ridden, A minor Sonata, K310. Indeed, her complete series is a remarkably fine achievement, comparable with her account of the piano concertos. The recordings were produced in the Henry Wood Hall in London and offer excellent piano sound; thus an unqualified recommendation is in order for one of the most valuable volumes in Philips’s Complete Mozart Edition. Don’t be put off by critics who suggest that these sonatas are less interesting than some other Mozart compositions, for they’re fine pieces written for an instrument that he himself played and loved. [Gramophone Classical Music Guide]

Aproveite!

René Denon

Bruckner (1824–1896): Sinfonia No. 3 (Versão Original – 1873) – Bergen Philharmonic Orchestra & Thomas Dausgaard ֎

Bruckner (1824–1896): Sinfonia No. 3 (Versão Original – 1873) – Bergen Philharmonic Orchestra & Thomas Dausgaard ֎

Bruckner

Sinfonia No. 3

Bergen PO

Thomas Dausgaard

 

Em uma crítica da gravação da Sinfonia No. 2 – Ressurreição – de Mahler, com a Philharmonia Orchestra regida por Otto Klemperer, encontra-se a frase ‘In this recording Klemperer rewards the composer’s faith with an interpretation of granite-like strenght, drawing magnificent performances from orchestra, chorus and soloists’.

A parte da frase ‘K rewards the composer faith…’ refere-se ao fato de que ambos terem se conhecido em Berlim, no início do século passado, justamente em uma apresentação da tal sinfonia. O jovem maestro Otto teria participado da apresentação e ganhou a simpatia do compositor, que lhe deu um ‘cartão de apresentação’, que Klemperer guardou por toda a vida. Mas, o que me chama a atenção na frase é a expressão ‘granite-like strenght’, referindo-se à interpretação de Klemperer.

Em uma outra crítica, esta sobre a Quinta de Beethoven, está a expressão ‘… with expositions repeats observed, this retains epic quality’. Esta qualidade épica nos diz bastante sobre o que se considerava uma ótima interpretação destas peças.

Outro nome que me ocorre ao considerar estas interpretações graníticas e épicas é o de Sergiù Celibidache, que não acreditava em gravações em estúdio, mas nos legou vários registros de suas interpretações feitas ao vivo.

Além de refletir o padrão das interpretações considerados de excelência, na verdade estas interpretações formavam estas opiniões, que permanecem em muitos até hoje.

A minha observação nesta postagem é a pergunta: Como os novos ouvintes, assim como os novos intérpretes, podem se afastar do passado glorioso e firmar seus próprios padrões?

Dausgaard regendo com vigor a PQP Bach Orchestra de Erechim

Pois bem, a melhor maneira de fazer isso é ouvir novas gravações, especialmente aquelas dos novos intérpretes, torcendo para que haja novas ideias. Eu sempre me interessei pelas novidades e fico feliz em ouvir novas abordagens para as obras que gosto. Foi com esta expectativa que saltei sobre este disco com a Terceira Sinfonia de Bruckner, a primeira que realmente chamou a atenção de um maior número de pessoas para as criações do Anton. As palavras encorajadoras de Wagner funcionaram como uma faca de dois gumes, uma vez que as opiniões sobre ele eram bastante polarizadas. A Sinfonia, no entanto, passou por várias cirurgias e há muitas edições. Este disco traz a primeira versão e assim é uma alternativa à gravação feita por Georg Tintner regendo a Scottish National Orchestra, para a Naxos, e a gravação feita por Rémy Ballot, regendo a Altomonte Orchester St. Florian (mais autenticidade impossível).

Verdade, eu falava em evitar comparações e imediatamente fico impressionado com a variação dos tempos entre essas três gravações e só por isso chego a mencioná-las.

Dito isso, vamos à música! Baixe o arquivo, ouça e depois me diga: do que gostou mais?

Anton Bruckner (1824 – 1896)

Sinfonia No. 3 em ré menor (Versão Original – 1873)

  1. Gemäßigt, misterioso
  2. Adagio. Feierlich
  3. Scherzo. Ziemlich schnell
  4. Finale. Allegro

Bergen Philharmonic Orchestra

Thomas Dausgaard

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 225 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 129 MB

Não tá mole nem para o pessoal da Bergen Philharmonic Orchestra que precisa ir de metrô para o teatro…

Dausgaard explains the reason for his choice as follows: ‘The original version stands as a monolith … what you go through is musically so strong, swinging between timelessness and drive, despair and ecstasy, divine light and hellish fire, that in the end I feel you have to let yourself go and be won over by it.

E você, também vai se deixar levar pela sinfonia?

Aproveite!

René Denon

Mendelssohn (1809–1847): Sinfonia Italiana & Abertura e Música Incidental de ‘Sonho de uma Noite de Verão’– OAE & Mackerras ֎

Mendelssohn (1809–1847): Sinfonia Italiana & Abertura e Música Incidental de ‘Sonho de uma Noite de Verão’– OAE & Mackerras ֎

Mendelssohn

Sinfonia Italiana

Sonho de Uma Noite de Verão

(Música Incidental)

Orchestra of the Age of Enlightenment

Charles Mackerras

Não se pode ter tudo neste mundo, mas aqueles que nascem em berço de ouro e fazem bom uso de seus talentos e oportunidades, conseguem ir bem mais longe.

Pois este foi o caso de Felix Mendelssohn, que nasceu talentoso e numa família rica. Mendelssohn foi compositor, pianista, regente, músico completo, além de bom desenhista e aquarelista. Estas últimas habilidades ele usou para retratar os lugares que visitou, como a Escócia e a Itália. Bem, fez isto também com a música. E qual pessoa neste mundo não reconhece, desde as primeiras notas e em qualquer arranjo que se apresente, a marcha nupcial que ele escreveu, parte da música incidental para a peça de William Shakespeare, Sonho de Uma Noite de Verão?

Vista de Florença – Aquarela de Mendelssohn

Este disco contém estas peças, a Abertura, que foi escrita antes, e as demais, além da ensolarada Sinfonia Italiana.

A gravação reúne a ótima Orchestra of the Age of Enlightenment, que usa instrumentos e práticas típicas da época em que as peças foram compostas, com a regência do experiente Sir Charles Mackerras. Tudo isto com a produção excelente do selo Virgin Veritas.

Felix Mendelssohn (1809 – 1847)

Sinfonia No. 4 em lá maior, Op. 90 – Italiana

  1. Allegro vivace
  2. Andante con moto
  3. Con moto moderato
  4. Saltarello: Presto

Sonho de Uma Noite de Verão

  1. Overture, Op. 21

Música Incidental, Op. 61 (Excertos)

  1. Scherzo: Allegro Vivace
  2. L’istesso tempo
  3. Allegro Vivace
  4. Intermezzo: Allegro appassionato
  5. Notturno: Andante tranquillo
  6. Dança dos palhaços
  7. Marcha Nupcial

Orchestra of the Age of Enlightenment

Sir Charles Mackerras

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 275 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 166 MB

Sir Charles Mackerras regendo a Orquestra de Câmara PQP Bach de Pelotas…

I recommend this disc with all possible enthusiasm not only because of the superb playing, phrasing and sense of enjoyment, very characteristic of the intelligent conducting of Sir Charles Mackerras, but also because of the surprising benefits of listening to Mendelssohn on period instruments.

This 1988 recording is reproduced in clear and sparkling sound. (Meu Deus, já se passaram tantos anos…)

You should avoid it only if you absolutely cannot stand the sound of period instruments – but by all means hear it first. (Good advice!) Flyinginkpot

Mackerras directs fresh, resiliente, ‘authentic’-style performances of both the Symphony and the Midsummer Night’s Dream music. […] It is particularly good to have aa ophicleide instead of a tuba for Bottom’s music in the Overture, and the boxwood flute in the Scherzo is a delight.  (This is what says the Penguin Guide to CDs. So, pay attention!)

Aproveite!

René Denon

Membros da OAE em foto mais recente

Se você gostou desta postagem, talvez queira visitar estas aqui:

Mendelssohn (1809-1847): Sinfonia Italiana / Brahms (1833-1897): Sinfonia No. 2 (National Ph. Orch. & Leopold Stokowski)

Castrucci, Corelli, Geminiani, Händel, A. Scarlatti, Stradella, Vivaldi: Concertos Barrocos Italianos – Orchestra of the Age of Enlightenment

Vivaldi (1678-1741): Concerti – Orchestra of the Age of Enlightenment

Rutter, Glass & Françaix: Concertos para Cravo – Christopher D. Lewis ֍

Rutter, Glass & Françaix: Concertos para Cravo – Christopher D. Lewis ֍

Rutter: Suíte Antiga

Glass: Concerto para Cravo

Françaix: Concerto para Cravo

Christopher D. Lewis, cravo

West Side Chamber Orchestra

Kevin Mallon

 

im-PER-DÍ-VEL!!

Este é um disco que poderia facilmente ser deixado de lado, mas se você fizer isto, vai perder uma verdadeira pérola, uma belezura…

A capa poderia envolver música composta nos séculos XVII ou XVIII, mas as peças deste disco foram compostas na segunda metade do século XX. Uma, inclusive, é de 2002, no terceiro milênio.

A Suíte Antiga, para flauta, cravo e cordas, foi composta por John Rutter para o Britain’s Cookham Festival de 1979, para dividir o programa com o Concerto de Brandenburgo No. 5, o que influenciou a escolha dos instrumentos. A presença marcante da flauta faz pensar também na Suíte Orquestral No. 2. Rutter é conhecido por escrever música coral, mas aqui esbalda competência, criando uma linda peça. Aposto que você ouvira a Valsa – A Jazz waltz – e a Chanson mais de uma vez.

Eu conheço pouco a obra de Philip Glass, um compositor de música minimalista, mas entendi que neste Concerto para Cravo ele fez uma leitura moderna dos mestres do barroco. Particularmente bonito é o movimento ‘lento’.

A peça composta primeiro é a última no disco. Jean Françaix é um mestre da orquestração, com a expertise francesa para escrever para instrumentos de sopros, e com a leveza de um neoclassicista escreveu este lindíssimo concerto em 1959.

Christopher D. Lewis queria saber onde o pessoal do PQP Bach apara as madeixas…

O cravista Christopher D. Lewis nasceu no País de Gales, mas mudou-se em 2005 para o Canadá, para estudar com Luc Beauséjour e Hank Knox. Seu principal interesse, como fica evidente por este disco, é música moderna para cravo.

Ele tem uma excelente conexão com os músicos que o acompanham nesta gravação. Veja o que os críticos disseram: The WSCO deserves special praise under Kevin Mallon – balance is always an issue with a harpsichord, but those instances in this recording are scarce indeed. The orchestra is never too delicate, nor is it too hefty. Mallon deftly elicits warm, evocative performances from the orchestra while preserving the interplay, dialog, and cohesion of each work. (A WSCO com a direção de Kevin Mallon merece elogios especiais – equilíbrio com o cravo é sempre um problema, mas os exemplos nesta gravação são realmente escassos. A orquestra nunca é muito delicada, nem muito pesada. Mallon habilmente elicia performances calorosas e evocativas da orquestra, preservando a interação, o diálogo e a coesão de cada trabalho.)

 

John Rutter (Nascido em 24 de setembrode 1945)

Suíte Antiga para flauta, cravo e cordas

  1. Prelude
  2. Ostinato
  3. Aria
  4. Waltz – A Jazz waltz
  5. Chanson
  6. Rondeau

Philip Glass (Nascido em 31 de janeiro de 1937)

Concerto para Cravo

Jean Françaix (1912 –  1997)

Concerto para Cravo

  1. Toccata I
  2. Toccata II
  3. Andantino
  4. Menuet
  5. Finale

Christopher D. Lewis, cravo

John McMurtery, flauta

West Side Chamber Orchestra

Kevin Mallon

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 341 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 181 MB

Lewis wandering… Quando será que o pessoal do PQP Bach postará outro dos meus CDs?
O cravo sorrindo para você!

BBC Music Magazine – Christmas Issue 2013: Typically adventurous, Naxos programmes Rutter’s pastoral prettiness with Glass’s insistent dancing patterns and Francaix’s lissom, quirky lyricism.

Gramophone – November 2013: [the Glass] makes for an understated and appealing piece, and one to which Christopher D Lewis is as responsive as he is to the other works here – sensitively accompanied by the West Side Chamber Orchestra under the attentive direction of Kevin Mallon…If the programme appeals, then there is no need to hesitate.

Aproveite!
René Denon

Rutter e seu pet… O PQ Bach apoia compositores que amam seus animais de estimação… especialmente quando sua música é boa…

J. S. Bach (1685-1750): Concertos e Suíte Orquestral – Barocksolisten München & Dorothea Seel ֍

J. S. Bach (1685-1750): Concertos e Suíte Orquestral – Barocksolisten München & Dorothea Seel ֍

BACH

Concertos Diversos

Suíte Orquestral No. 2

Barocksolisten München

Dorothea Seel

 

Leipzig tinha uma tradição em música secular provida por diversas organizações – Collegia Musica – cujos membros eram estudantes da Universidade de Leipzig que desde os dias de Bach já era bem famosa.

Os diretores musicais da Igreja de St. Thomas também participavam dessas organizações. Duas se destacavam entre as demais: Collegium musicum fundado em 1702 por Georg Philipp Telemann e outra, fundada uns seis anos depois, por Johann Friedrich Fasch. Não é preciso dizer que esses grupos musicais guardavam rivalidades.

Com o passar do tempo e devido à dança das cadeiras dos empregos, o grupo criado por Fasch passou a ser dirigido por Johann Gottlieb Görner, diretor musical da Universidade, e o grupo criado por Telemann ficou aos cuidados de Balthasar Schott, organista da Neukirche. Schott havia se proposto ao cargo de Kantor de St. Thomas, mas esta posição ficou com Bach e Schott teve que se arrumar em outros empregos, ganhando bem menos. Ele também substituía Bach em muitas de suas ausências. É notório que o Conselho, que pagava o salário de Bach, viva às turras com ele.

Dorothea chegando para o concerto no Café PQP Bach de Erechim

Eventualmente Schott assumiu uma nova posição em Gotha e na primavera de 1729 Bach assumiu a direção do Collegium musicum, que se apresentava no Café Zimmermann. Os alunos que se apresentavam, durante o inverno, às sextas-feiras, das 6 às 8 da noite, não ganhavam muito, mas certamente ganhavam reconhecimento e perspectiva de emprego futuro. Nos meses mais quentes a música ganhava as ruas, era levada para fora, para os jardins do Café, para ‘frente do Portão Grimma, na estrada de pedra Grimma’, às quartas-feiras, de 4 às 6 da tarde. O dono do Café, Herr Gottfried Ziemmermann certamente ganhava com os lucros do Café, cuidava dos instrumentos e mantinha o Sr. João Sebastião feliz. E este mostrava todo o seu contentamento jorrando música excelente, como a que podemos ouvir neste disco.

Digamos que estava de passagem na cidade um (ou uma) flautista ilustre que foi convidada a se juntar ao Collegium, apresentando um programa que foi rapidamente montado pelo Sr. Ribeiro, com obras suas incluído flauta ou eventualmente oboé…

Leipziger Lerche

O Ensemble Barocksolisten München foi fundado em 2010 por Dorothea Seel e se apresentam como conjunto de câmera ou apresentam peças do tipo das que ouvimos aqui.

Se puder, imagine, ao ouvir este disco, que está no Café Zimmermann ouvindo este recital. Apesar de que durante a música o serviço era mantido com estrita discrição, você poderia querer aproveitar para conhecer algum dos famosos pratos do lugar, como o Leipziger Lerche.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para oboé e violino em dó menor, BWV1060

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto para flauta, violino e cravo em lá menor, BWV1044

  1. Allegro
  2. Adagio ma non tanto e dolce
  3. Tempo di alla breve

Suíte Orquestral (Abertura) No. 2 em si menor, BWV1067

  1. Ouverture
  2. Rondeau
  3. Sarabande
  4. Bourree I-II
  5. Polonaise – Double
  6. Menuet
  7. Badinerie

Concerto para oboé d’amore em lá maior, BWV1055

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro ma non tanto

Andreas Helm, oboe e oboé d’amore

Shunsuke Sato, violin

Anne Marie Dragosits, cravo

Barocksolisten München

Dorothea Seel, flauta e direção

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 364 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 155 MB

Os Solistas Barrocos de Munique

Calma, não são mais usadas cotovias para produzir a iguaria. E certamente não poderia faltar uma boa xícara de café… Mas, sobre isto, talvez em alguma outra postagem.

The catalog of Johann Sebastian Bach is characterized in part by arrangements of his own works, reusing motifs and themes, and general “material recycling.” + In addition to composing, Bach was also an avid teacher. In 1729 he took charge of the students’ Collegium Musicum. + The compositions featured on this album were written for the students of the collegium musicum. They are performed here by Barocksolisten Munchen.

Aproveite!

René Denon

Se você se interessou pela história do Café Zimmermann, não deixe de visitar estas postagens aqui:

O Café Zimmermann, uma casa de Bach

As Mulheres e o Café

Vários Compositores – Valsas – Vários Intérpretes – #VivaPQPBach15Anos ֍

Vários Compositores – Valsas – Vários Intérpretes – #VivaPQPBach15Anos ֍

Parabéns, PQP Bach! 15 anos!

Aproveito a efeméride para repensar minhas motivações para participar do blog. Com minhas postagens pretendo apresentar o tipo de música que me dá prazer, que aprecio e me move. A postagem precisa trazer alguma centelha, precisa de um motivo, que pode até transformar-se em um leitmotiv.

No caso desta postagem, como estamos comemorando os 15 anos do PQP Bach, vamos de valsa – afinal, até as filhas do velho Bach debutam!

Além do tema, é preciso de um disco (ou mais do que um) para fazer a postagem. Como eu adoro música com piano, ele quase sempre está presente… Assim, chegamos aos intérpretes, estes mediadores imprescindíveis para quem, como eu, não pode fazer a própria música. Eu sou avesso às unanimidades, basta que alguém seja por demais venerado para que eu o coloque na geladeira, por uns tempos. Mas, vamos aos discos!

Chopin & Ravel:

Valsas & Valses nobles et sentimentales

Stephen Kovacevich

Valsas de Chopin e Ravel interpretadas por (pasmem!) Kovacevich! Pois é, o cara é uma destas unanimidades, mas costuma ser ouvido por aqui em outro repertório, Beethoven, Schubert, Brahms…

Stephen contando para o pessoal do PQP Bach como gostou de participar da efeméride…

Este disco comprei com relutância (se fossem as Baladas, eu teria saltado sobre ele). O disco foi comprado no tempo em que a expansão da CDteca se dava a altas expensas e os investimentos eram cuidadosamente medidos e estudados. As Valses nobles et sentimentales do Maurice deram o empurrãozinho que faltava e o investimento rendeu muitas horas de prazer, e ainda rende! Nas primeiras semanas lá em casa, o disco não saia da vitrola

Ouça de olhos fechados. A sequência das Valsas de Chopin que ele adota não é a convencional e a chegada do Ravel é uma transição deliciosa.

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Valsas

  1. Valsa No. 13 em ré bemol menor, Op. 70, 3 (Moderato)
  2. Valsa No. 10 em si menor, Op. 69, 2 (Moderato)
  3. Valsa No. 14 em mi menor, Op. póstumo (Vivace)
  4. Valsa No. 1 em mi bemol maior, Op. 18 (Vivo)
  5. Valsa No. 3 em lá menor, Op. 34, 2 (Lento)
  6. Valsa No. 11 em sol bemol maior, Op. 70, 1 (Molto vivace)
  7. Valsa No. 9 em lá bemol maior, Op. 69, 1 (Lento)
  8. Valsa No. 2 em lá bemol maior, Op. 34, 1 (Vivace)
  9. Valsa No. 4 em fá maior, Op. 34, 3 (Vivace)
  10. Valsa No. 5 em lá bemol maior, Op. 42
  11. Valsa No. 12 em fá menor, Op. 70, 2 (Tempo giusto)
  12. Valsa No. 7 em dó sustenido menor, Op. 64, 2 (Tempo giusto)
  13. Valsa No. 6 em ré bemol maior, Op. 64, 1 (Molto vivace)
  14. Valsa No. 8 em lá bemol maior, Op. 64, 3 (Moderato)

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Valses nobles et sentimentales

  1. I: Modéré très franc
  2. II: Assez lent – avec une expression intense
  3. III: Modéré
  4. IV: Assez animé
  5. V: Presque lent – dans un sentiment intime
  6. VI: Vif
  7. VII: Moins vif
  8. VIII: Épilogue Lent

Stephen Kovacevich, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 166 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 149 MB

As debutantes… entre elas, PQP Bach!

Para a próxima entrada, escolhi um disco com música de vários compositores, foco no intérprete!

Yuja Wang: Transformation

Stravinsky, Scarlatti, Brahms e Ravel

Acho fundamental ouvir novos artistas, sem expô-los à malvada comparação com antigos e bem estabelecidos. Manter ouvidos abertos e ter uma perspectiva atual pode render muitas horas agradáveis. É claro que entre os muitíssimos novos intérpretes, multiplicados tanto pelo número de pessoas talentosas que podem se dedicar à música, quanto pelos avanços das tecnologias, que permite que seus trabalhos sejam gravados e mais facilmente divulgados, há vários que fenecem por razões diversas, assim como aqueles que são afetados pela superexposição midiática. Quando as coisas passam do ponto, à lá Lang Lang, eu fico reticente. Mas adoro a Yuja Wang desde criancinha e este disco, um pouco pioneiro nessa onda de marketing de oferecer mais o artista do que o compositor, é ótimo!

Yuja foi experimentar o piano do PQP Bach Great Hall e deu trabalho para a brigada anti-fogo

As obras de Stravinsky e Brahms são belíssimas e demandam dedos a um tempo tecnicamente virtuosos e sensíveis. Nomes como Alexander Toradze, Maurizio Pollini, Julius Katchen ou Evgeny Kissin vêm à mente. Mas a Yuja Wang é pianista capaz de satisfazer os ouvintes deste time…

As lindas Sonatas de Scarlatti estão aí para revelar todo o talento da moça que também dá um show nos 11 e tantos minutos finais, tocando La Valse de Maurice!

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Petrushka

  1. Danse russe
  2. Chez Pétrouchkha
  3. La Semaine grasse

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata em mi maior K. 380

  1. Sonata: Andante comodo

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Variações sobre um tema de Paganini em lá menor, Op. 35

  1. Variações

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata em fá menor K. 466

  1. Sonata: Andante moderato

Maurice Ravel (1875 – 1937)

La Valse

  1. Valse

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata em sol maior K.455

  1. Sonata: Allegro

Yuja Wang, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 191 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 139 MB

Ao som da Chicago Symphony Orchestra todos valsam lindamente

Eu também gosto de músicos que vivem um pouco à margem dos holofotes, menos expostos aos clangores das mídias. O próximo disco traz o excelente pianista sueco, Olof Höjer interpretando música de Satie.

Satie (1866 – 1925):

Peças para Piano

Olof Höjer

Temos aqui as peças mais divulgadas de Erik, as Gymnopédies e as Gnossiennes, que não poderiam estar fora de uma antologia. Isto porque Olof Höjer é estudioso dedicado da obra de Satie e gravou todas as suas peças.

Mas eu fico com este resumo e indico a peça que eu mais gosto e que faz a conexão com a postagem de hoje, a valsa Je te veux. Esta é a motivação para que juntar mais este disco ao ramalhete que hoje ofereço à nossa debutante de 15 anos. Ah, eu não consigo ouvi-la uma só vez e insisto para a Alexa, como diria Humphrey, play it again, Sam (Alexa)!

Erik Satie (1866 – 1925)

  1. 3 Gymnopédies: I. Lent et douloureux
  2. 3 Gymnopédies: II. Lent et triste
  3. 3 Gymnopédies: III. Lent et grave
  4. Gnossiennes: I. Lent
  5. Gnossiennes: II. Avec étonnement
  6. Gnossiennes: III. Lent
  7. Gnossiennes: IV. Lent
  8. Gnossiennes: V. Modéré
  9. Gnossiennes: VI. Avec conviction et avec une tristesse rigoureuse
  10. Pièces Froides, No. 1. Airs à faire fuir: I. D’une manière très particulière
  11. Pièces Froides, No. 1. Airs à faire fuir: II. Modestemente
  12. Pièces Froides, No. 1. Airs à faire fuir: III. S’inviter
  13. Pièces Froides, No. 2. Danses de travers: I. En y regardant à deux fois
  14. Pièces Froides, No. 2. Danses de travers: II. Passer
  15. Pièces Froides, No. 2. Danses de travers: III. Encore
  16. Prélude de la porte héroïque du ciel
  17. 3 Sarabandes: No. 3 in D:Flat Major
  18. 4 Ogives: I. Première Ogive
  19. Petite ouverture à danser
  20. Valse:ballet
  21. Je te veux
  22. Poudre d’or

Olof Höjer, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 225 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 175 MB

Treino é treino, jogo é jogo…

Para fechar o cortejo, não poderia faltar um jurássico, pois que sempre que vamos ao museu, visitar os ídolos do passado, encontramos muitos bem caídos e até amarelados, alguns mesmo que ficaram horrendos.

Strauss:

Valsas

Chicago Symphony Orchestra

Fritz Reiner

Mas há alguns que, como naquele juvenil filme de seção da tarde, retornam a vida sempre que o momento oportuno lhes é concedido. Fritz Reiner é um destes. Figura realmente presa ao passado, do ponto de vista da maneira como lidava com os músicos que trabalhavam com ele, com práticas que hoje seriam consideradas no mínimo inapropriadas e ficaram sepultadas no tempo. E o que retorna à vida são alguns de seus discos. Entre eles essa singularidade com Valsas de Joseph e Johann (II) Strauss.

Fritz esbanjando seu conhecido bom humor

Não subestime estas peças – há mais nelas do que você pode crer. Olhe-as com os olhos do Fritz. Veja o que disse deste disco o arguto Olivier Le Borgne: “Fritz Reiner leva a sério essa assim chamada música leve; como Brahms ou Schoenberg, que admirava o Strauss de Viena, ele sabe que por trás do sincopado três vezes estão sentimentos nobres, até mesmo profundas ansiedades existenciais.”

Lembre-se que Stanley Kubrick, que sabia tudo de cinema e muito de música, usou uma das peças deste disco em um momento especial de seu grande filme, 2001. Veja, já se passaram vinte anos, quinze dos quais com o PQP Bach encantando nossos seguidores…

Johann Strauss II (1825 – 1899)

  1. Rosen aus dem Süden, Op. 388 (Roses from the South)
  2. Kaiser-Walzer, Op. 437 (Emperor Waltz)
  3. Morgenblätter Walzer, Op. 279 (Morning Papers)
  4. Künstlerleben, Op. 316 (Artists’ Life)

Josef Strauss (1827 – 1870)

  1. Dorfschwalben aus Österreich – waltz, Op. 164 (Village Swallows from Austria)

Johann Strauss II (1825 – 1899)

  1. An der schönen, blauen Donau, Op. 314 (On the Beautiful Blue Danube)
  2. Wiener Blut Waltz, Op. 354 (Vienna Blood)
  3. Schatz-Walzer, Op. 418 (Treasure Waltz)

Josef Strauss (1827 – 1870)

  1. Mein Lebenslauf ist Lieb’ und Lust (My Life is Love and Laughter)

Johann Strauss II (1825 – 1899)

  1. Unter Donner und Blitz, Op. 324 (Thunder and Lightning – Polka)

Chicago Symphony Orchestra

Fritz Reiner

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 387 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 173 MB

Yuja achando Camboinhas o máximo…

Sobre o disco do Kovacevich: Only topped by Lipatti & Rubinstein

This is a truly brilliant and splendidly played set of Chopin’s Waltzes, bettered only by those of Lipatti and Rubinstein. However, the sound on this set is much better if that’s your thing. I must admit that until recently the only Kovacevich material I owned was his Beethoven concertos. I have since discovered that he has a wealth of very fine recordings, from Grieg and Schumann’s concertos to the Diabelli Variations (1968) and Beethoven’s sonatas. So, thanks to this disc and the above mentioned, I’ll be checking more into his recordings from the 60’s and 70’s especially. (J. Grant)

Des valses de Chopin ou Ravel qui prennent une dimension grandiose entre les mains de ce pianiste d’exception. A consommer sans modération !   (Megetoile)

Há críticos que discordam… Jed Distler, por exemplo, reclama de certas excentricidades. Bom, é com vocês a decisão. Eu fico com a opinião anterior, pode ser consumido sem qualquer moderação!

Aproveite!

René Denon

Aleksandr Glazunov (1865-1936): Chant Du Ménestrel / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126 – Mstislav Rostropovich – Boston Symphony Orchestra – Seiji Ozawa ֍

Aleksandr Glazunov (1865-1936): Chant Du Ménestrel / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126 – Mstislav Rostropovich – Boston Symphony Orchestra – Seiji Ozawa ֍

Glazunov: Chant Du Ménestrel

Shostakovich

Concerto para Violoncelo No. 2

Mstislav Rostropovich

Boston Symphony Orchestra

Seiji Ozawa

Se você vivesse no Norte do Paraná, nos fins da década de 70, quero dizer 1970, teria que ser ágil para comprar qualquer LP de música clássica que surgisse, caso este fosse seu interesse. LPs eram escassos e caros. Devo acrescentar que informações culturais não eram abundantes. Assim, o gosto musical do interessado era um pouco moldado pelas oportunidades – mais tentativa e erro, o método de aprendizado. Mas era imensamente divertido.

Eu já aprendera que o selo amarelo trazia conteúdo mais palatável e visitas constantes aos escassos pontos de venda acabavam rendendo novidades. O tempo dos sebos ainda estava por vir.

Em minha coleção havia desde coisas como Gypsy!, do Werner Müller and his Orchestra, com o phase4stereo spectacular, até o outro lado do espectro, com concertos para piano de Mozart interpretados por Pollini e Gilels, acompanhados pela mais mozartiana orquestra que eu conhecia, a Wiener Philharmonic, regida por Herr Böhm.

Nesta época, pouco mais, talvez, este disco (o da postagem, é claro… hahãmm)  cruzou meu caminho e desde logo propunha algo novo. O violoncelista eu conhecia de outro disco, com o Concerto de  Dvořák, acompanhado pela Berliner Philharmoniker regida pelo Herr Karajan. Mas aqui a luz era outra. O solista ostentando uma camisa de cowboy e o jovem regente com uma espécie de camisa indiana branca, com ares de hippie, demandava mais ousadia do propenso comprador. E o compositor da peça mais longa? Um ilustre, modernoso e desconhecido compositor russo. Sim, os LPs tinham as contracapas que eram lidas e relidas antes de qualquer movimento mais forte em direção da carteira…

A compra foi uma das mais ousadas e rendeu boas semanas de muitas audições, mesmo que carregadas de incertezas e levantamentos de sobrancelhas. É claro que tudo começa em grande estilo, o Canto do Menestrel do Glazunov, muito acessível. E bonito mesmo, para quem aprecia as românticas almas russas…

Mas o concerto de Shostakovich é bem mais inquietante e foi minha primeira experiência com música que precisamos conquistar antes de gostar. Começamos com uma espécie de lamento, e depois todas aquelas sonoridades percussivas rondando o canto do violoncelo. Bem, é preciso ouvir para entender.

Aprendi depois que o concerto havia sido composto pouco mais do que uma década antes daqueles dias e que o solista da gravação era a pessoa a quem o concerto fora dedicado e que também o havia estreado.

Descobri que o Concerto havia sido composto na última fase do compositor, que o havia completado enquanto se encontrava em um hospital, pois que já lhe falhava o coração.

A música é mais reflexiva do que extrovertida, coisa que vai bem com o violoncelo, e a orquestra, apesar de imensa, é usada com maestria e cuidado pelo compositor, evitando que o solista seja tragado por ela e possa se apresentar realmente como o protagonista.

Os dois últimos movimentos são ambos nomeados Allegretto e estão unidos nos arquivos em uma única faixa, pois a passagem de um para o outro se dá continuamente – attacca!

Alexander Glazunov (1865 – 1936)

Chant Du Ménestrel, para violoncelo e orquestra

  1. Chant Du Menestrel

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)

Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126

  1. Largo
  2. Allegretto – attacca; III. Allegretto

Mstislav Rostropovich, violoncelo

Boston Symphony Orchestra

Seiji Ozawa

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 414 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 87 MB

Espero que a audição deste notável disco faça com que você reflita sobre as belezas das músicas que precisamos conquistar e que ao final lhe seja tão compensador como tem sido para mim, todas as vezes que a ele retorno.

Aproveite!

René Denon

A alegria dos dois grandes músicos ao saberem que o disco seria postado aqui no PQP Bach…

Prokofiev (1891-1953): Sonatas para Piano Nos. 6, 7 e 8, Opp. 82, 83 e 84 – Steven Osborne ֎

Prokofiev (1891-1953): Sonatas para Piano Nos. 6, 7 e 8, Opp. 82, 83 e 84 – Steven Osborne ֎

PRoKoFieV

Sonatas Nos. 6, 7 e 8

Steven Osborne, piano

 

Em outubro de 2019 fiz uma postagem com música de Prokofiev – Sonatas para Violino – e na propaganda da postagem que fiz no fb, eu dizia: Música que demanda um pouco de esforço, no princípio, mas uma vez conquistada, proporciona muito prazer!

Não poderia dizer nada diferente sobre a música desta postagem. Um disco espetacular, mas que demanda ser conquistado.

Steven Osborne

Não é por nada que o pianista é o mesmo da mencionada postagem, o selo do disco, a inglesa Hyperion, assim como o compositor – Prokofiev, o homem que não ganhou flores em seu funeral.

No disco, uma série de três sonatas para piano com uma sequência de numeração, 6, 7 e 8, assim como na publicação, Opp. 82, 83 e 84, evidência de como as três fazem parte de um grupo. Elas foram compostas durante a guerra, entre 1939 e 1944. Prokofiev trabalhou na composição das três simultaneamente, assim como em outras obras, como a ópera Guerra e Paz e o balé Romeu e Julieta. Em alguns momentos, especialmente nos movimentos lentos, nas sonatas, pode-se perceber ecos das danças usadas no balé. Ouça, por exemplo, o segundo movimento da Sexta Sonata.

Nas sonatas ouvimos as diferentes expressões da música para piano de Prokofiev. Dos ritmos percussivos aos momentos mais tranquilos. Um caminho recheado de armadilhas para os pianistas: martelar ou amarelar?

É por isso que a gravação é importante e a Hyperion mantem seus altíssimos padrões: produção primorosa, incluindo os detalhes. A capa do disco é um exemplo disso. A escolha da imagem nos coloca em imediata sintonia com a música – bela, moderna e ligeiramente alarmante. A arte de Marianne von Werefkin pode gerar uma certa inquietação, à la Edvard Munch, mas é também marcante, inesquecível.

Aqui está a proposta: ouça o disco uma duas, três vezes, e depois responda: valeu a pena?

Serge Prokofiev (1891 – 1953)

Sonata para Piano No. 6 em lá maior, Op. 82

  1. Allegro moderato – Poco più mosso – Allegro moderato, come I
  2. Allegretto
  3. Tempo di valzer lentissimo
  4. Vivace – Andante – Vivace

Sonata para Piano No. 7 em si bemol maior, Op. 83

  1. Allegro inquieto – Andantino – Allegro inquieto, come I
  2. Andante caloroso – Poco più animato – Tempo
  3. Precipitato

Sonata para Piano No. 8 em si bemol maior, Op. 84

  1. Andante dolce – Allegro moderato – Andante dolce, come I – Allegro
  2. Andante sognando
  3. Vivace – Allegro ben marcato – Andantino – Vivace, come I

Steven Osborne, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 223 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 182 MB

Steven e o piano da biblioteca do PQP Bach Cultural Center de Volta Redonda

Nas notas do disco, Steven agradece a ajuda de sua fisioterapeuta, Bronwen Ackermann, que o ajudou a realizar o disco: From first electrifying note-punch to last, with so much poetry and poignancy in between, this is a tour de force of pianism highlighting what seems more than ever like the great sonata sequence of the 20th century.

Hyperion’s sound never flinches from Osborne’s colossal bass in climaxes. Is it any wonder he dedicates the disc to ‘Bronwen Ackermann, physio extraordinaire’? Whatever the fallout, he must know that it was worth it: this is legendary stuff.  BBC Music Magazine

[…] Osborne is at his best in Sonata No 8 … no pianist in my experience has matched Osborne’s finale for acuity of touch, pinpoint transparency and airborne suppleness. The music dances off the page, tickles the ear, engages the mind and, for once, sounds far shorter than its nine-minute duration. […] Gramophone

 

 

 

 

 

Não deixe de visitar as postagens a seguir, caso tenha gostado desta…

Prokofiev (1891-1953): Sonatas para Piano Nos. 3, 7 & 8 – Andrei Gavrilov

Serge Prokofiev (1891-1953): Sonatas para Violino – Alina Ibragimova & Steven Osborne

S. Prokofiev (1891-1953): Romeu e Julieta – Sonata para Piano No. 2 – Elena Kuschnerova, piano

Bach (1685-1750): Concertos para Violino – Elfa Rún Kristinsdóttir & Solistenensemble Kaleidoskop ֎

Bach (1685-1750): Concertos para Violino – Elfa Rún Kristinsdóttir & Solistenensemble Kaleidoskop ֎

Bach

Concertos para Violino(s)

Elfa Rún Kristinsdóttir

Solistenenesemble Kaleidoskop

 

Concertos para violino, de Bach? Concertos para cravo, de Bach? Sim, concertos para violino, de Johann Sebastian Bach.

O Concerto em ré menor BWV 1052 chegou até nós como um concerto para cravo e é um dos mais impressionantes da coleção de sete, mas é uma adaptação para cravo de um concerto originalmente escrito para violino, cuja partitura se perdeu.

Lisa

Johann Sebastian Bach estava encarregado do Collegium musicum de Leipzig, que se apresentava no Café Zimmermann e entre os músicos que tocavam havia excelentes cravistas, alguns com sobrenome Bach: o próprio Johann Sebastian e seus filhos, Wilhelm Friedemann e Carl Philipp Emanuel. Assim, entre 1735 e 1744, Bach adaptou para o cravo sete concertos assim como mais alguns para dois, três e até quatro cravos. Este último de um original de Vivaldi, para quatro violinos, mas esta é outra história, para alguma outra postagem.

Kaleidoskop

Nos disco desta postagem temos uma reconstrução do concerto para violino, que deu origem ao concerto de cravo em ré menor, BWV 1052, que soa muito bem na interpretação dos jovens músicos.

O segundo concerto do disco, em sol menor, BWV 1056, é uma reconstrução do Concerto em fá menor, para cravo. Este concerto tem de muito especial o movimento lento, que tem uma versão com solo de oboé no lugar do violino ou cravo, como queiram, e foi usado como a Sinfonia da Cantata BWV 156, ‘Ich steh mit einem Fuss im Grabe’ (Estou com um pé na cova, pasmem…).

Elfa

Para completar o programa, um dos concertos para violino(s) que sobreviveu, BWV 1043, em ré menor.

A solista do disco é a islandesa Elfa Rún Kristinsdóttir, que estudou em Freiburg e tem carreira como concertista, atuando com várias orquestras, como a Akademie für Alte Musik, Berlin. Ela também faz parte do Solistenensemble Kaleidoskop, grupo estabelecido em Berlim. Lisa Immer é a concertmaster do grupo e atua como segundo solista no último concerto.

Não se preocupem com o fato de todos os concertos serem em tons menores, há muita beleza assim como animação no disco todo…

 

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para Violino em ré menor, BWV1052

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto para Violino em sol menor, BWV1056

  1. (Allegro)
  2. Largo
  3. Presto

Concerto para dois Violinos em ré menor, BWV1043

  1. Vivace
  2. Largo ma non tanto
  3. Allegro

Elfa Rún Kristinsdóttir, violino

Solistenensemble Kaleidoskop

Lisa Immer, violin (concertmaster e solista no Concerto BWV 1043)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 236 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 102 MB

Elfa testando a acústica da piscina de hidroginástica da sede do PQP Bach Private Club de Paraty…

“One would be hard-pressed to find a better debut recording than these interpretations of Bach . . . It is much too rare to hear Bach as fresh, lively and present-day as this.” Nordische Musik about Elfa’s Bach CD

“with the charming, wonderfully sensitive, but also thrillingly powerful music-making of the young Icelandic violinist Elfa Rún Kristinsdóttir . . . the brilliant and extremely versatile artist” Kultur Klassik

Aproveite!

René Denon

Um filmezinho do Kaleidoskop

 

Bach (1685-1750): Pure Bach – Sonatas para violino e cravo – Rahel Maria Rilling & Johannes Roloff ֎

Bach (1685-1750): Pure Bach – Sonatas para violino e cravo – Rahel Maria Rilling & Johannes Roloff ֎

Bach

Sonatas para Violino e Cravo

Rahel Maria Rilling, violino

Johannes Roloff, piano

 

As Sonatas para Violino e Cravo formam um conjunto bem distinto entre as obras de câmara de Bach, ao apresentar o cravo como parceiro, dividindo igualmente o protagonismo da ação musical, ao lado do instrumento melódico. É lindo como o discurso musical é apresentado ora pelo violino, ora pelo teclado, um respondendo ao outro sobre o baixo que continua sustentando os dois protagonistas como, por exemplo, ocorre no início do segundo movimento da quinta sonata. Isso muito bem qualifica estas peças como verdadeiras sonatas em trio, Triosonaten. Uma explicação para toda essa novidade e inspiração de Bach pode ter sido, segundo o livreto que se encontra no arquivo, teria sido a chegada a Cöthen, em 1719, de um instrumento encomendado pelo Príncipe Leopoldo. O cravo era um instrumento tão maravilhoso que provocou uma extra centelha no gênio, resultando não só o conjunto de sonatas como também o primeiro dos concertos com instrumento de teclas solando, o Brandenburgo No. 5.

Eu sempre fui fascinado por estas obras e as gravações do conjunto completo que rondaram minhas primeiras audições foram as de Henryk Szeryng e Helmut Walcha no selo Philips-Living Baroque, mas sobretudo, de Arthur Grumiaux e Christiane Jaccottet.

As práticas autênticas com instrumentos de época mostraram suas armas com a gravação de Sigiswald Kuijken e Gustav Leonhardt e o mundo da música gravada nunca mais foi o mesmo. Para muitos esta gravação continua um marco intransponível. Na minha opinião, o balanço entre a presença do extrovertido e divertido Sigiswald e a sisudez de Herr Leonhardt acaba escorrendo mais para o lado do último…

Entre as pioneiras gravações HIP, a que me deixou um desejo enorme de ouvir foi a da dupla dos (então) jovens Monica Huggett e Ton Koopman. Vontade essa que só foi saciada dia destes. Não havia conseguido ouvi-la nos dias dos CDs e nestes tempos modernosos de arquivos digitais esse disco andou sumido, pelo menos nos meus terminais. Não mais, ainda bem…

Como gosto muito de Bach interpretado ao piano, sempre busquei gravações que usassem este instrumento, mas nem sempre com sucesso.

É conhecida a gravação feita por Jaime Laredo e Glenn Gould, que em geral aparece acompanhada da gravação feita por Leonard Rose e Glenn Gould, com violoncelo e piano, das sonatas para viola da gamba. Esta menção me faz lembrar da gravação destas obras com Maisky e Argerich, mas o parágrafo é muito pequeno para tantas personalidades e eu estou me afastando do assunto…  O que dizer sobre estas gravações? Não fossem as cordas, eu talvez ainda as ouvisse.

Uma outra gravação desta época que eu ainda não consegui ouvir é a de Péter Csaba e Zoltán Kocsis, no selo Hungaroton. Kocsis que naquela época também gravou a Arte da Fuga, ao piano, que eu também não ouvi. De qualquer forma, devido a estatura dos artistas, achei que valia a pena mencionar e já me prometeram arranjar os arquivos…

Além disso, as gravações das quatro últimas sonatas com Renaud Capuçon e David Fray parcialmente me nutriram até agora e você poderá verificar se acessar esta postagem aqui.

Pois enfim chegamos ao disco da postagem, as seis sonatas interpretadas ao violino e piano – uma versão bastante contemporânea. A violinista Rahel Maria Rilling é filha do regente Helmuth Rilling, pré e pós HIP, especialista em música de Bach. Rahel Maria aprendeu tocar violinos desde a mais tenra idade e atua em orquestras como a NDR Elbphilharmonie de Hamburgo e frequentemente como convidada na Berliner Philharmoniker. Ela também tem carreira solo e como camerista.

O pianista Johannes Roloff atua como concertista internacional e também como solista de diversas orquestras, entre elas a Berliner Symphoniker e a RSO Berlin. Johannes também atua como compositor, arranjador musical de música para filmes, peças de teatro e operetas.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonatas para Violino e Cravo, BWV 1014 – 1019

Sonata para violino e cravo No. 1 em si menor, BWV1014

  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Andante
  4. Allegro

Sonata para violino e cravo No. 2 em lá maior, BWV1015

  1. Andante
  2. Allegro assai
  3. Andante un poco
  4. Presto

Sonata para violino e cravo No. 3 em mi maior, BWV1016

  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio ma non tanto
  4. Allegro

Sonata para violino e cravo No. 4 em dó menor, BWV1017

  1. Siciliano. Largo
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro

Sonata para violino e cravo No. 5 em fá menor, BWV1018

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Vivace

Sonata para violino e cravo No. 6 em sol maior, BWV1019

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
  4. Adagio
  5. Allegro

Rahel Maria Rilling, violino

Johannes Roloff, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 414 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 202 MB

Rahel, a bruta-fofa de olhos grandes (die Brut-Nette mit den großen Augen), deu sentido à palavra tocar violino, porque quando toca nas casas de show e nos clubes da capital, parece brincadeira de criança e uma ou outra ideia maluca está sempre no começo . Café também.

Rahel Rilling toca um violino feito por Tomaso Balestrieri, de Cremona, em 1767.

Além de seu treinamento de violino clássico, ela sempre se entusiasmou com outros repertórios, além do pop e do jazz. Aos 14 anos apareceu com o grupo pop “Bruder” na MTV e VIVA. Seguiram-se numerosas gravações de estúdio para bandas como Rosenstolz, Echt, Olli Dittrich, Mousse T., Mando Diao, Michael Bublé, Rod Stewart e Rufus Wainwright.

Aproveite!
René Denon

Para uma outra abordagem destas magníficas sonatas, talvez você queira visitar esta outra postagem aqui:

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para violino e cravo obbligato, BWV 1014-1019 – Chiara Banchini & Jörg-Andreas Bötticher

 

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 25 & 20 – Jeremy Denk & The Saint Paul Chamber Orchestra ֎

Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 25 & 20 – Jeremy Denk & The Saint Paul Chamber Orchestra ֎

MOZART

Concerto para Piano No. 25, K. 503

Rondo em lá maior, K. 511

Concerto para Piano No. 20, K. 466

The Saint Paul Chamber Orchestra

Jeremy Denk

Dia destes nosso editor-chefe postou quatro concertos para piano de Mozart numa evidente relação de amor e ódio – sob a perspectiva da interpretação, é claro – com a solista Alicia de Larrocha e o regente, Georg Solti.

É impressionante como algumas gravações sofrem, com o passar do tempo, o efeito de carregarem os usos e modismos do momento em que foram feitas. Basta lembrar os LPs da Archiv Produktion com suas capas de fundo creme ornadas apenas pelo logotipo da AP, títulos e nomes dos compositores e músicos, com um ar que sugeria uma publicação científica, trazendo música antiga gravada pelos experts da época. Karl Richter um notório exemplo.

É fato que algumas gravações desafiam o tempo, enquanto outras rapidamente esmaecem e fenecem e passam a interessar a apenas uma magra fatia dos alucinados melômanos.

Estes não muito organizados pensamentos me ocorrem numa manhã linda de domingo enquanto me debato entre a necessidade de corrigir algumas avaliações, trocar de imóvel e escolher o almoço. Para afastar de vez todas estas maçantes atribuições, Mozart!

Este disco com dois espetaculares concertos para piano, interpretados pelo articuladíssimo pianista e cronista, Jeremy Denk, além de cair, na minha opinião, naquela categoria dos discos que desafiarão o tempo, vem bem a calhar.

A sua audição, acompanhada da leitura do artigo do Jeremy, que você pode encontrar aqui, muito contribuiu para minha boa disposição em chegar contente ao fim do domingo.

Ele menciona que o melhor de Mozart está nas suas óperas e concertos para piano. Eu não poderia concordar mais…

Um disco com dois concertos, primeiro o Concerto em dó maior, que se lança com ares marciais, lembrando a canção do Fígaro, e o outro, em ré menor, tão conhecido por seus tons mais trágicos. Os concertões são separados, ou melhor, unidos, pelo Rondo em lá menor, que devido ao seu caráter mais melancólico e tristonho funciona como um momento de reflexão para o ouvinte, gerando um intervalo entre eles.

Miles Kending, assessor especial para discos com concertos para piano de Mozart

Eis um disco que deve agradar a antigos ouvintes de Concertos para Piano de Mozart, assim como aqueles que os estão descobrindo agora. Certo, Miles?

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano No. 25 em dó maior, K. 503

  1. Allegro maestoso
  2. Andante
  3. Allegretto

Rondo em lá menor, K. 511

  1. Rondo

Concerto para Piano em ré menor, K. 466

  1. Allegro
  2. Romance
  3. Allegro assai

The Saint Paul Chamber Orchestra

Jeremy Denk

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 315 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 165 MB

Jeremy se acostumando com o Steinway do PQP Bach Hall de São Gonçalo…

 

Joseph Haydn (1732 – 1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis, piano (2021) ֍

Joseph Haydn (1732 – 1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis, piano (2021) ֍

 

Joseph Haydn

(Mais) Sonatas para Piano

Paul Lewis

 

Duas sonatas para piano, do período em que Haydn estava a serviço da família Esterházy, e mais duas compostas na época em que ele estava às voltas com as viagens a Londres. Com esta fórmula Paul Lewis nos brindou com um disco maravilhoso, postado aqui.

Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano – Paul Lewis

Lewis gostou do passeio na sede de campo do PQP Bach Club de Pomerode

Pois ele repetiu a dose, com a mesma maestria – outro ótimo disco.

As sonatas para piano de Haydn levam uma numeração dada por H. C. Robbins Landon, musicólogo especializado na obra de Haydn, e uma outra mais antiga, proveniente do catálogo Hobken. Por exemplo, temos a Sonata No. 33 (Landon) em dó menor, Hob. XVI: 20 (Hobken), de 1771, e Sonata No. 53 em mi menor, Hob. XVI: 34, de 1778 ou 1783. As outras duas sonatas do disco são as No. 61 em ré maior, Hob. XVI: 51 e No. 62 em mi bemol maior, Hob. XVI: 52, ambas de 1794. Estas duas últimas, juntas com a No. 60 em dó maior, Hob. XVI: 50, gravada no outro disco de Lewis, foram as últimas sonatas compostas por Haydn, em 1794.

Todas estas sonatas são muito lindas e aparecem também no conjunto de sonatas gravadas por Alfred Brendel em vários discos reunidos em um só volume pela Philips, outra grande referência para quem gosta deste tipo de música.

As sonatas deste disco compostas na década de 1770 são próximas das composições de CPE Bach e as outras, da década de 1790, são típicas do estilo clássico vienense, como também são as primeiras sonatas para piano de Beethoven.

Não se iluda com o relativamente baixo número no catálogo da Sonata Hob, XVI: 20, em dó menor. Ela é favorita de pianistas como Alfred Brendel e András Schiff. A sonata começa moderadamente, com um arco inquisitório que vai se resolvendo com a enorme inventividade de Haydn. Não espere uma demonstração de virtuosismo, mas aprecie a elegância e graciosidade tão plenamente realizadas por Paul Lewis.

A Sonata em dó maior, Hob. XVI: 52 é uma das Top 10 da Gramaphone – uma das escolhidas para as melhores dez sonatas para piano, ever! (Pelo menos até que o editor não decida reescrever o artigo…)

O seu movimento final é ótimo exemplo do bom humor de Haydn.

O início da Sonata em mi menor, Hob. XVI: 34 é maravilhosamente borbulhante, cheia de perguntas seguidas de respostas afirmativas, deliciosa. O adagio é seguido de um brilhante finale, molto vivace, com a mesma verve do primeiro movimento, cheio do famoso bom humor haydniano.

Graciosidade também não falta na última sonata, em dois curtos movimentos, mas cheia de novas atitudes.

Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sonata para piano No. 33 em dó menor, Hob.XVI:20

  1. Moderato
  2. Andante con moto
  3. Finale. Allegro

Sonata para piano No. 62 em i bemos maior, Hob.XVI:52

  1. Allegro moderato
  2. Adagio
  3. Finale. Presto

Sonata para piano No. 53 em mi menor, Hob.XVI:34

  1. Presto
  2. Adagio
  3. Finale. Molto vivace

Sonata para piano No. 61 em ré maior, Hob.XVI:51

  1. Andante
  2. Finale. Presto

Paul Lewis, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 199 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 154 MB

Esse foi olhar que Paul mandou quando perguntamos pelas gaivotas…

In 2018, Paul Lewis embarked on an exploration of one of the richest bodies of work of the Classical era: the keyboard sonatas of Haydn.

For his second volume, the British pianist tackles some of the most remarkable pieces in this vast oeuvre: the exceptionally concise Sonata in D major Hob. XVI:51, for example, which is surprisingly pre-Romantic (Schubert is not far off), or the celebrated Sonata in E flat major Hob. XVI:52, with which Haydn conferred well-nigh symphonic dimensions on the keyboard sonata for the very first time.

 

Piano do Joe Haydn

Se você gostou desta postagem poderá explorar também esta aqui:

Haydn (1732-1809) & Beethoven (1770-1827): Sonatas para Piano – Olivier Cavé #BTHVN250

Diego Ortiz (1510 – 1570): Trattado de Glosas – Bruno Cocset ֎

Diego Ortiz (1510 – 1570): Trattado de Glosas – Bruno Cocset ֎

Diego Ortiz

Trattado de Glosas

Les bases réunies

Guido Balestracci

Bruno Cocset

No dicionário vemos a informação de que glosa significa ornamentação: glosa – anotação em texto para explicar o sentido de uma palavra ou esclarecer uma passagem (comentário). Se olharmos no dicionário com especificidade de música, veremos que glosa é um termo usado frequentemente pelos músicos espanhóis do século XVI indicando uma peça musical similar a um conjunto de variações. Pois a partir daí você começa a imaginar o que pode ser um Trattado de Glosas, que estamos para ouvir neste lindíssimo disco, mas que requer mais de seu tempo e de sua atenção para seu devido desfrute.

Diego Ortiz nasceu em Toledo e foi um compositor e mestre virtuose de viola e seu Trattado de Glosas de 1553 teve grande influência nas práticas musicais de sua época. O tratado foi publicado em Roma, mas apareceu também em Espanha. No entanto, nesta época, Diego estava em Nápoles, a serviço de Ferdinando Álvarez Toledo, Duque de Alba, vice-rei de Nápoles.

Neste disco temos as variações publicadas no tratado, as Recercadas, sobre os temas de La SpagnaO felici occhi miei, Doulce memoireEl passamezzo antiguo, La Romanesca e La folia. Estas variações são tocadas por um solista, papel intercalado por Bruno Cocset e Guido Balestracci, e são acompanhados por um conjunto de violas. As variações são, de quando em quando, intercalados por pequenos números musicais de compositores contemporâneos de Ortiz, acrescentando ainda mais beleza ao conjunto.

Um disco para amantes de viola e para aqueles que acreditam que é possível ser transportado no tempo, por um período curto que seja, e depois de volta…

Diego Ortiz (c. 1510 – 1570)

Recercadas del Trattado de Glosas (1533)

  1. Recercada terçera para violone sola
  2. Recercada primera sobre el canto Ilano La Spagna
  3. Recercada segunda sobre el canto Ilano La Spagna
  4. Recercada terçera sobre el canto Ilano La Spagna
  5. Recercada quinta sobre el canto Ilano La Spagna
  6. Recercada quarta sobre el canto Ilano La Spagna
  7. Recercada sesta sobre el canto Ilano La Spagna

Luis Milán (1500 – 1561)

Fantasia XIII por el primer y segundo tono

  1. Fantasia (vihuela)

Diego Ortiz

Recercadas del Trattado de Glosas

  1. Recercada primera sobre el madrigal O felici occhi miei
  2. Recercada terçera sobre el madrigal O felici occhi miei
  3. Recercada segunda sobre el madrigal O felici occhi miei
  4. Recercada quarta sobre el madrigal O felici occhi miei

Antonio de Cabezón (1510 – 1566)

Diferencias sobre la gallarda milanesa (órgão & cravo)

  1. Diferencias

Tomás Luis de Victoria (1548 – 1611)

O magnum mysterium

  1. Moteto

Diego Ortiz

Recercadas del Trattado de Glosas

  1. Recercada quarta para violone sola
  2. Recercada primera sobre la cancion Doulce memoire
  3. Recercada segunda sobre la cancion Doulce memoire

Luis Milán

Fantasia I por el primer tono (vihuela)

  1. Fantasia

Diego Ortiz

Recercadas del Trattado de Glosas

  1. Recercada terçera sobre la cancion Doulce memoire
  2. Recercada quarta sobre la cancion Doulce memoire
  3. Recercada primera para violone sola
  4. Recercada segunda para violone sola
  5. Recercada primera sobre tenore El passamezzo antigua
  6. Recercada segunda sobre tenore El passamezzo moderno
  7. Recercada terçera sobre tenore El passamezzo antiguo
  8. Recercada quarta sobre tenore La folia
  9. Recercada quinta sobre tenore El passamezzo antiguo
  10. Recercada sesta sobre tenore La Romanesca
  11. Recercada settima sobre tenore La Romanesca
  12. Recercada otava sobre tenore La folia

Antonio de Cabezón

Diferencias sobre El Cantodel Caballero (órgão)

  1. Diferencias

Diego Ortiz

Recercada del Trattado de Glosas

  1. Recercada sobre tenore Aria di Ruggiero Quinta pars

Bruno Cocset, solo

Guido Balestracci, solo

Les Basses Réunies

Maude Gratton, órgão

Bertrand Cuiller, cravo

Xavier Diaz-Latorre, viola e guitarra renascentista

Detalhes sobre a atuação dos músicos podem ser encontrados no livreto

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 273 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 142 MB

Bruno esperando pacientemente que Guido termine o seu solo…

Bruno Cocset and Guido Balestracci take turns playing the solo bass (and sometimes treble) viol parts in these 27 ricercars, effectively elegant fantasies on mostly pre-existing pieces. They bring burnished flair to these varied gems, part of the Spanish master Diego Ortiz’s 1553 treatise on ornamentation.                                            The Sunday Times

Guido, taking his time…

 

The result is simply flawless, in particular the two soloists Bruno Cocset and Guido Balestracci congenially transpose the elegant diminutions of this music. The exquisite timbres of their fellow campagners are more than just assistance. (…) The whole thing sounds like a discreet but varied and lasting introduction to the courtly sound universe in Southern Europe of that time.               Concerto

 

Envernizar é fácil… o trabalho é tomar conta até secar!

 

Se você gostou desta postagem, talvez queira visitar estas outras:

La Folia – Corelli, Marais, Martín y Coll e outros – Jordi Savall

J. S. Bach (1685-1750): Suítes para Violoncelo Solo (Cocset, completas)

Meu sobrinho queria saber se além de compositor, o Diego Ortiz era bom de bola…

Domenico Scarlatti (1685-1757): 19 Sonatas – Sergei Babayan, piano ֎

Domenico Scarlatti (1685-1757): 19 Sonatas – Sergei Babayan, piano ֎

 

Domenico Scarlatti

Sonatas

Sergei Babayan

 

 

Pianistas russos e sonatas de Scarlatti vão bem juntos! Emil Gilels, Mikhail Pletnev e Yevgeny Subdin são alguns nomes que não deixam a frase no ar. O personagem pianista desta postagem é armênio de origem e estudou com Georgy Saradjev (aluno de Vladimir Sofronitsky) e posteriormente com Lev Naumov e Pletnev.

Parece coisa de filme, mas em 1991 o relativamente jovem Sergei Babayan se encontrava em Bruxelas, onde morava a já famosíssima Martha Argerich. Sergei buscou o nome dela em uma lista telefônica (não havia celulares como hoje, naqueles dias) é claro sem grandes expectativas. Mas, para sua grande surpresa, lá estava o nome e o número. Daí seguiu um telefonema que resultou em uma grande amizade e alguns projetos em conjunto.

Babayan e a sua rainha…

No entanto, o disco da postagem é solo e Babayan apresenta sonatas de um compositor que foi um virtuose do teclado, mas que nos seus dias tocava cravo. Domenico Scarlatti também teve a sorte de cair nas graças de uma rainha. No seu caso, a rainha da Espanha, Maria Bárbara, de origem portuguesa. Muitas destas sonatas foram escritas por Scarlatti para a rainha e chegaram até nós 555 delas. Isto foi em grande parte pelo zelo da rainha, que instou e certamente financiou o trabalho de cópia destas sonatas, supervisionado pelo compositor, mesmo que não houvesse uma publicação em perspectiva.

Scarlatti e a sua rainha…

Neste disco, Sergei nos brinda com 19 bem escolhidas sonatas desta enorme coleção. Na primeira delas ele mostra como devemos iniciar uma feliz jornada, sem correrias, admirando os detalhes e entrando no clima de que apreciaremos – uma sequência de maravilhosas peças.

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonatas

  1. Sonata em sol menor, K. 8: Allegro
  2. Sonata em sol maior, K. 454: Andante Spiritoso
  3. Sonata em lá menor, K. 54: Allegro
  4. Sonata em sol maior, K. 547: Allegro
  5. Sonata em dó sustenido menor K. 247: Allegro
  6. Sonata em ré maior, K. 118: Non Presto
  7. Sonata em mi menor, K. 198: Allegro
  8. Sonata em sol maior, K. 79: Allegrissimo
  9. Sonata em fá menor, K. 239: Allegro
  10. Sonata em ré maior, K. 45: Allegro
  11. Sonata em ré maior, K. 491: Allegro
  12. Sonata em fá maior K. 17: Presto
  13. Sonata em fá menor, K. 365: Allegro
  14. Sonata em fá maior, K. 445: Allegro, Ò Presto
  15. Sonata em dó maior, K. 502: Allegro
  16. Sonata em ré menor, K. 141: Toccata. Allegro
  17. Sonata em dó maior, K. 487: Allegro
  18. Sonata em sol maior, K. 425: Allegro Molto
  19. Sonata em sol maior, K. 427: Prestissimo

Sergei Babayan, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 237 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Maria Madalena Bárbara Xavier Leonor Teresa Antónia Josefa, rainha portuguesa de Espanha, que muito contribuiu para a música e para a amizade entre os dois países…

Momento ‘The book is on the table’: Then, after hearing how Babayan handles the extraordinarily difficult repeated notes and runs in the toccata-like K. 141 I was sold. Here is a Major Scarlatti Player, and like none I’d ever heard before. Understand, I have Scarlatti recordings by probably thirty different keyboard artists (including all 555 sonatas by the late-lamented harpsichordist, Scott Ross), and I’d never heard one with this combination of technique and what I’d have to call ‘soul’, by which I guess I mean a fervent (and it occurred to me, a Spanish) expressivity. Not Horowitz (almost everyone’s favorite), Weissenberg (my own favorite), Dubravka Tomsic (a recent discovery for me), no one.
My favorable reaction held up to the very end of this lovely CD. I know I’ll be reaching for it again and again.

Espero que você também goste do disco do Babayan!

Aproveite!

René Denon

Talvez você queira visitar estas postagens aqui:

Domenico Scarlatti (1685-1757): 18 Sonatas – Alexandre Tharaud, piano

G. F. Handel (1685-1759): Suítes para Teclado – /| – D. Scarlatti (1685-1757): Sonatas – |/ – Murray Perahia, piano

 

Bach (1685-1750) – Schubert (1797-1828) – Chopin (1810-1849): Peças para Piano – Jayson Gillham ֍

Bach (1685-1750) – Schubert (1797-1828) – Chopin (1810-1849): Peças para Piano – Jayson Gillham ֍

Bach – Schubert

Chopin

Peças para Piano

Jayson Gillham

 

Não é incomum que em seus primeiros álbuns, jovens pianistas reúnam obras de compositores que geralmente não se encontram assim, tão associados. Para exemplificar o que quero dizer, basta lembrar um dos primeiros discos de Martha Argerich com obras de Chopin, Brahms, Liszt, Ravel e Prokofiev. É claro que não há aqui qualquer intenção de comparar o pianista australiano de Queensland com a musa de nossos queridos colaboradores do blog, mas o disco da postagem da vez reúne obras de Bach, Schubert e Chopin. É claro que todos três foram excelentes intérpretes e compositores de música para teclado, mas não é todo dia que nos deparamos com um disco reunindo uma trinca destas. Não se preocupe, o disco funciona muito bem como um lindo recital.

Abrindo os trabalhos, a Toccata em dó menor, BWV 911, de Bach. Peça que também aparece em um disco todo dedicado a Bach, da Martha Argerich. A Toccata é uma peça de juventude de Bach e tem um certo ar de improvisação que Gillham realiza com muita propriedade.

Durante o Festival Internacional de Perth de 2016, um crítico observou que Jayson Gillham tem um bell-like tone and… sense of expressive lyricism.  Pois a escolha da Sonata em lá maior, D. 644, de Schubert, nos dá oportunidade de verificar esse tal senso de lirismo.

Funcionando como uma segunda parte do recital, temos as peças de Chopin. A transição da Sonata de Schubert para o universo de Chopin é bem marcada pelo Prelúdio que anuncia a Sonata No. 3, em si menor, Op. 58.

A crítica que eu li sobre o disco, que você pode acessar aqui, tem algumas reservas, mas é bastante positiva, vista em perspectiva. Eu, que sou fácil de agradar, gostei muito do disco, em particular da produção de gravação, aos cuidados de Andreas Neubronner, que costuma produzir discos de Murray Perahia.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata em dó maior, BWV911

  1. Toccata

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sonata para Piano em lá maior, D664

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Allegro

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Prelúdio em dó sustenido menor, Op. 45

  1. Prelúdio

Sonata para Piano No. 3 em si menor, Op. 58

  1. Allegro maestoso
  2. Scherzo: Molto vivace
  3. Largo
  4. Finale: Presto, non tanto

Jayson Gillham, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 157 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 137 MB

O fotógrafo do PQP Bach teve muito trabalho para reunir os três compositores para esse flash…

Gillham says these particular works are close to his heart… Depois de ouvir o disco, eu diria: You bet!

Bach | Schubert | Chopin presents music of unparalleled beauty, vitality and joy by three masters of keyboard writing. The works highlight different aspects of Jayson’s superb musicianship.

Jayson Gillham

Diversos Compositores: Günter Wand em Concerto ֍

Diversos Compositores: Günter Wand em Concerto ֍

Haydn • Mozart

Beethoven • Brahms

Tchaikovsky • Sain-Saëns

Günter Wand

 

Houve um tempo em que grandes pianistas e violinistas andavam sobre a terra e dominavam o planeta! Inclusive, foi nesta época que os pianos tiveram que ser reforçados, ganharam tonalidades mais escuras e os violinos eram venerados e conhecidos por nomes próprios ou apelidos. Era o período que nós, os estudiosos do que ficou registrado nas fitas magnéticas da época, mastertapes, chamamos de Período Jurássico.

Sempre que surge um registro novo, algo que se encontrava esquecido em alguma prateleira de algum estúdio ou arquivo de rádio, segue um reboliço, um frisson, um alvoroço nesta comunidade de paleantapeólogos…

Firkušný

Pois o que vos trago nesta postagem é uma série de registros deste tempo passado, mas jamais esquecido… O denominador comum é o regente, ele também uma versão de regente-jurássico, que por diversas vezes apareceu em nossas páginas, mas quase sempre em gravações comerciais regendo sinfonias… Aqui ele faz o papel de regente acompanhante, na maioria das obras – Günter Wand a frente de duas orquestras de rádios alemãs.

Explorador de arquivos jurássicos…

Os solistas, como você pode imaginar, são figuras quase míticas, principalmente pianistas, mas um violinista também, a título de diversidade. Esta conversa toda não deve causar qualquer preocupação entre aqueles que, como eu, ao ouvirem falar de grandes nomes e gravações esquecidas já antecipam chiados e pigarros das plateias, sem contar som encaixotado e tenebroso. Não será necessário colocar colete ou chapéu de antropólogo explorador para se enveredar nos arquivos sonoros, pois que o som é sempre para lá de decente.

Magaloff

Temos quatro concertos para piano, quatro ao todo, iniciando no período clássico e culminando em dois enormes cavalos de batalha.

Nikita Magaloff, conhecido por suas gravações de Chopin, aqui faz as honras a um lindo concerto de Haydn, e Rudolf Firkušný, que conhecemos aqui por outras gravações de concertos clássicos, mais uma vez toca um concerto de Mozart. E um em tonalidade menor…

Gilels

Para o grande Emperor foi escalado o lendário pianista Emil Gilels, que deixou pelo menos três registros comerciais deste concerto. Acompanhado pela Orquestra de Cleveland regida por George Szell em uma delas e outra acompanhado pela Philarmonia Orchestra, regida por Leopold Ludwig. Mas há ainda uma gravação, esta sim bem datada, com orquestra regida por Kurt Sanderling.

Bolet

Como para dar um descanso aos seus solistas, Wand rege uma (linda) Serenata de Brahms, que ensaiou bastante antes de escrever sua Primeira Sinfonia.

Avançando com os concertos, temos o mais conhecido dos concertos para piano, se não o mais amado pelos connoisseurs, o Concerto de Tchaikovsky, interpretado pelo virtuose americano de origem cubana, Jorge Bolet. Sparkling!

Outro americano, este violinista de ascendência italiana, Ruggiero Ricci, interpreta um concerto de Camille Saint-Saëns.

Ricci

Para fechar este cortejo, três lindas aberturas de óperas de Mozart…

Estas gravações foram compiladas de uma caixa na qual havia muitas outras coisas, mas o que eu gostei mais está aqui. Tenho certeza de que cada um entre os leitores poderá encontrar aqui um bom trecho de música para se deliciar e apreciar a arte destes grandes intérpretes. As outras coisas da caixa resolvemos deixar para os outros blogs mais especializados…

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Concerto para Piano em ré maior, Hob. XVIII/11

  1. Vivace
  2. Un poco Adagio
  3. Rondo all’Ungarese. Allegro assai

Nikita Magaloff, piano

NDR Sinfonieorchester

Günter Wand

Gravação de 2 de dezembro de 1985, Hamburg Musikhalle

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano em ré menor, Nr. 20,  K 466

  1. Allegro
  2. Romance
  3. Allegro assai

Rudolf Firkušný, piano

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação de 13 de setembro de 1969, Köln

Produção: Hermann Lang

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Piano Nr. 5 em mi bemol maior, Op. 73 – Emperor

  1. Allegro
  2. Adagio un poco mosso (attacca) & Rondo. Allegro

Emil Gilels, piano

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação de 13 de dezembro de 1974, Köln

Direção de gravação: Otto Nielen

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Serenata em ré maior, Op. 11

  1. I Allegro molto
  2. II Scherzo, Allegro non troppo
  3. III Adagio non troppo
  4. IV Menuetto
  5. V Scherzo, Allegro
  6. VI Rondo. Allegro

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação de 2 de Outubro de 1968

Funkhaus am Wallraff-Platz, Saal 1, Köln

Direção de gravação e som: Otto Nielen

Pyotr I. Tchaikovsky (1840 – 1893)

Concerto para Piano Nr. 1 em si bemol menor, Op. 23

  1. Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
  2. Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
  3. Allegro con fuoco – Molto meno mosso – Allegro vivo

Jorge Bolet, piano

NDR Sinfonieorchester

Günter Wand

Gravação de 13 de novembro de 1985, Musikhalle Hamburg

Produção executiva: Rolf Beck

Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)

Concerto para Violino Nr. 3 em si menor, Op. 61

  1. Allegro non troppo
  2. Andantino quasi Allegretto
  3. Molto moderato e maestoso – Allegro non troppo

Ruggiero Ricci, violino

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

Gravação entre 1 e 5 de dezembro de 1970, Köln

Diretor de gravação: Hans-Georg Daehn

Wolfgang Amadeus Mozart

Aberturas

  1. Così fan tutte K588
  2. Zauberflöte K620
  3. Le Nozze di Figaro K492

Kölner Rundfunk-Sinfonie-Orchester (Hoje: WDR Sinfonieorchester Köln)

Günter Wand

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 488 MB

Nosso selo Jurássico de Qualidade

Aproveite!

Günter Wand regendo uma serenata…

René Denon

Essa foi a cara que o Ruggiero fez quando um de nossos entrevistadores lhe perguntou se ele atuara na série dos Soprano…
Rudolf disse que não estava vendo nenhum outro pianista a sua frente

 

 

 

 

 

 

 

Se você gostou desta postagem, não deixe de visitar:

Brahms & Schubert: Sinfonias // Liszt: Les Preludes – Philharmonia Orchestra & Karajan

Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano No. 5, Op. 73 – Emperor – Christoph Eschenbach – Boston SO – Seiji Ozawa

Beethoven (1770-1828): Sinfonias Nos. 5 & 7 – Chicago Symphony Orchestra – Fritz Reiner

 

Haydn (1732-1809) & Mozart (1756-1791): Sinfonias – Australian Chamber Orchestra & Richard Tognetti ֎

Haydn (1732-1809) & Mozart (1756-1791): Sinfonias – Australian Chamber Orchestra & Richard Tognetti ֎

Haydn: Sinfonias Nos. 49 & 104

Mozart: Sinfonia No. 25

Australian Chamber Orchestra

Richard Tognetti

 

Richard Tognetti rege a Australian Chamber Orchestra tocando violino. A foto que vi me deixou bem impressionado. Parte dos músicos, como os violinistas, tocam em pé e as partituras estão dispostas em tablets. Que fusão de tecnologias, pois a orquestra pode usar instrumentos de época ou instrumentos modernos, dependendo da situação.

O disco desta postagem reúne três sinfonias do período clássico. Duas de Haydn e uma de Mozart. As Sinfonias No. 49 de Haydn e No. 25 de Mozart foram gravadas em concertos em 2013 e a Sinfonia No. 104, de Haydn, foi gravada também ao vivo cinco anos depois. Apesar de serem típicas obras do classicismo, revelam a incrível evolução do gênero em um curto espaço de tempo, muito por conta da criatividade de Haydn.

Uma ótima La Passione, esta aqui…

A Sinfonia ‘La Passione’ (maravilhosa) é de 1768, quando Mozart tinha 12 anos, e a Sinfonia ‘pequena’ em sol menor, foi escrita por Mozart, um maduro compositor de 17 anos, que saboreava o sucesso de sua ópera séria, Lucio Silla, escrita um ano antes. A Sinfonia ‘La Passione’ é um excelente exemplo das obras produzidas por Haydn em seu período Sturm und Drang.

Já a impressionante Sinfonia ‘London’ veio coroar a série de 12 sinfonias escritas por Haydn para as suas viagens a Londres, a convite do empresário J.P. Salomon, e revela o compositor de 62 anos com completo domínio de sua maestria.

Se você já conhece este repertório, certamente gostará de ouvir a interpretação deste grupo que acompanhou a maravilhosa Angela Hewitt tocando os concertos de Bach. Caso você ainda esteja iniciando sua exploração das sinfonias deste período, certamente terá aqui uma excelente opção. De qualquer forma, um disco na medida certa para o prazer de conhecedores e iniciantes…

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia No. 49 em fá maior – ‘La Passione’

  1. Adagio
  2. Allegro di molto
  3. Menuet
  4. Finale (Presto)

Wolfgang Amandeus Mozart

Sinfonia No. 25 em sol menor, K183

  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Allegro

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia No. 104 em ré maior – ‘London’

  1. Adagio – Allegro
  2. Andante
  3. Menuet (Allegro)
  4. Finale (Spiritoso)

Australian Chamber Orchestra

Richard Tognetti

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 286 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Veja o que o pessoal andou falando dos músicos e do disco:

“Richard Tognetti and his group (ACO) produced playing of fabulous alertness and tight ensemble; if there’s a better chamber orchestra in the world today, I haven’t heard it.”

One of the inextinguishable joys of music is hearing another performance of a work you know almost by heart, and hearing something you never heard before. There’s a lot of that in these performances. Want an example? Just listen to the trio section of the third movement of the Mozart “Little G Minor” Symphony. Wow!

Se você gostou desta postagem, poderá visitar esta aqui:

Joseph Haydn (1732-1809): Sinfonias 22 ● 26 ● 67 ● 80 – BBC Philharmonic ● Nicholas Kraemer

Caso ainda tenha sobrado 16 minutos, o vídeo aqui explica a Sinfonia “London”…

Satie / Hahn / Koechlin / Auric / Tansman / Roussel / Ravel: Sonatines pour le piano (Daniel Blumenthal) ֍

Satie /  Hahn / Koechlin / Auric / Tansman / Roussel / Ravel: Sonatines pour le piano (Daniel Blumenthal) ֍

Satie – Hahn – Koechlin

Auric – Tansman

Roussel – Ravel

Sonatines pour le piano

Daniel Blumenthal

 

Depois de uma semana ouvindo peças de mais de uma hora de duração, eu queria ouvir algo mais leve e curto, para variar. Foi assim que o nome deste disco me chamou a atenção. Sonatines pour le piano – umas sonatazinhas, para variar. E como o repertório era de compositores franceses, a animação aumentou.

O termo ‘sonatina’ tem sido usado por compositores desde muito tempo, incluindo Bach e Handel. O nome indica que há um certo compromisso com a forma sonata, mas o resultado será mais breve e espera-se uma certa leveza. No caso dos franceses, elegância também.

Daniel Blumenthal é um pianista que atua muitas vezes como acompanhante e como músico de câmara e também tem explorado em suas gravações como solista um repertório menos convencional.

O programa do disco começa e termina com obras de compositores bem conhecidos, mas as outras cinco peças também reservam excelentes momentos.

Erik Satie tinha um peculiar senso de humor e essa Sonatine bureaucratique é um pastiche das obras de Muzio Clementi, composta de forma irreverente em 1917 e prenuncia o neoclassicismo.

Reynaldo Hahn nasceu na Venezuela, mas era francês. Além de compositor, foi regente, crítico e cantor, especialmente famoso por suas canções. Além da Sonatazinha que aparece graciosamente neste disco, aparentemente foi o autor de uma frase bem famosa: À la recherche du temps perdu.

Charles Koechlin já tem frequentado nosso blog com suas elegantes peças de câmara e Georges Auric é um de Les six.

Alexandre Tansman nasceu na Polônia, mas  era francês. É um pioneiro do classicismo e famoso por ser um mestre em orquestração.

Albert Roussel começou a vida na marinha, mas tornou-se músico. Foi bastante influenciado por Debussy e Ravel e depois voltou-se para o neoclassicismo.

Para completar o disco a belíssima Sonatine de Maurice Ravel, que mais de uma vez tem aparecido nestas páginas.

Erik Satie (1866 – 1925)

Sonatine bureaucratique

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Vivace

Reynaldo Hahn (1874 – 1947)

Sonatine en ut

  1. Allegro non troppo
  2. Andantino rubato
  3. Final: vivo assai

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Sonatine, Op. 59 No. 5

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Petite fugue
  4. Final

Georges Auric (1899 – 1983)

Sonatine

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Finale

Alexandre Tansman (1897 – 1937)

Sonatine transatlantique

  1. Foxtrot
  2. Spiritual and blues
  3. Charleston

Albert Roussel (1869 – 1937)

Sonatine, Op. 16

  1. Modéré – Vif et très léger
  2. Très lent

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Sonatine, M. 40

  1. Modéré
  2. Mouvement de menuet
  3. Animé

Daniel Blumenthal, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 216 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 179 MB

A capa do disco, com suas efêmeras e diversas florezinhas é uma beleza e realmente sugere o que você ouvirá… A sonatazinha de Reynaldo Hahn, com seu lindo andantino rubato é muito charmosa e a Sonatine transatlantique, com seus movimentos associados aos ritmos populares também é bem especial.

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756-1791): As Bodas de Fígaro (Highlights) – Die Hochzeit des Figaro (Höhepunkte) – Solistas – Berliner Philharmoniker – Ferdinand Leitner ֎

Mozart (1756-1791): As Bodas de Fígaro (Highlights) – Die Hochzeit des Figaro (Höhepunkte) – Solistas – Berliner Philharmoniker – Ferdinand Leitner ֎

MOZART

Die Hochzeit des Figaro

Grosser Opernquerschnitt in deutscher Sproche

Solisten

Berliner Philharmoniker

Ferdinand Leitner

Mozart era um compositor genial e profissional – podia compor obras primas em qualquer gênero musical vigente em seus dias. Música sacra, instrumental, de concerto, Lieder, sinfonias e óperas. Em minha opinião, seus maiores êxitos foram os concertos para piano e as óperas. Ele compôs óperas sérias, óperas alemãs e cômicas.

As Bodas de Fígaro, de 1786, foi a primeira das três colaborações com o libretista Lorenzo Da Ponte e tem como base uma peça de Beaumarchais. Esta peça estava proibida em Viena, por ridicularizar a nobreza. Dá para ver que a dupla gostava de desafios. Mas o libreto de Da Ponte ameniza as situações e explora exatamente o lado cômico – a buffonerie – da trama. A ópera foi apresentada nove vezes desde a estreia em 1 de maio de 1786 no Burgtheater de Viena, tendo o compositor como regente, desde o piano.

Apesar do pequeno número de apresentações, para os nossos padrões, o Fígaro foi um sucesso, pelo menos de público. Sabemos disso devido ao número de vezes que as partes da ópera tiveram que ser repetidas durante as apresentações. Tantas que o imperador decretou que apenas as árias poderiam ser bisadas. Pois que o Fígaro se destaca não apenas por suas árias, mas também pelos números nos quais grupos de cantores atuam.

Outra evidência de seu sucesso foi a sua tradução para o alemão, aproximando-a do outro gênero no qual Mozart era excelente, o Singspiel.

A postagem deste disco ilustra essa tradução, apresenta uma coletânea de árias além da abertura de Die Hochzeit des Figaro.

A gravação feita no início da década de 1960 é anterior a moda dos grupos que usam instrumentos de época com prática historicamente informada e reúne um elenco especialíssimo, acompanhados de uma das melhores orquestras da época, regida por um experiente regente, apesar de seu perfil bastante discreto. Não tenho certeza, mas presumo que a coleção foi extraída de uma gravação completa. De qualquer forma, essencialmente alguns recitativos não foram incluídos.

A abertura não cita qualquer tema das árias, mas revela a efervescência, o bom humor e os maravilhosos momentos que seguirão.

A seguir, farei uma lista dos números apresentados na gravação com os correspondentes originais em italiano, com eventuais breves comentários.

2 – Fünfe, zehne – Cinque… dieci…

Susana!

3 – Sollt’ einst die Gräfin – Se a caso madama (Fígaro e Susana)

Nestes dois números que seguem a abertura da ópera, a dupla Mozart-Da Ponte deixa claro como homens e mulheres são diferentes (grazie Dio). Fígaro está encantado com as ‘facilidades’ do quarto onde ele e Susana viverão após o casamento. Ele explica o quão perto ela estará do quarto da Condessa, caso ela precise de seus serviços – in due passi. Mas, em sua sagacidade, Susana alerta que, no caso em que o Conde envie Fígaro a uma tarefa distante – tre miglia lontan – ela ficará sozinha e o capiroto poderá colocar o Conde bem à sua porta. Die Teufel, em alemão parece até mais assustador. Assim se apresenta o enredo. O Conde tentando manter seus ‘direitos’ de prima notte, dos quais havia aberto mão, em jogada para a plateia. A revolta dos servos se monta, estabelecendo uma aliança com a Condessa. As mulheres, mesmo na nobreza, precisam lutar por seus direitos. E entre os próprios servos há os que estão prontos para tramar contra seus pares, visando proveitos próprios. Velha esta história.

Walter Berry, o Fígaro

4 – Will der Herr Graf – Se vuol ballare Signor Contino (Fígaro)

Nesta ária, Fígaro mostra sua frustração com o Conde. Na peça anterior, ele o ajudara ganhar o amor de Rosina, que tornar-se-ia Condessa. Conclui que o fará dançar segundo sua música.

5 – Ich weiß nicht – Non so più cosa son, cosa faccio…

Hanny Steffek, o Cherubino

Esta é a primeira de duas árias de Cherubino, um adolescente que se apaixona incessantemente por todas as mulheres a volta – Susana, Condessa… e acaba com Barberina, a filha do jardineiro. Tudo para apimentar ainda mais os jogos de ciúmes e traições.

6 –  Nun vergiß leises Fleh’n – Non più andrai, farfallone amoroso

Esta ária de Fígaro, cheia de toques militares, encerra o primeiro ato. Afinal, Cherubino tantas fez que é mandado de castigo a juntar-se ao regimento. Só assim deixará as mulheres e o Conde em paz. É claro que ele não irá e será disfarçado de mulher, para atiçar ainda mais a trama. Mais uma subversão ao Conde.

Maria Stader, a Condessa

7 – Hör mein Fleh’n – Porgi, amor, qualche ristoro

Esta belíssima ária da Condessa, que expressa sua tristeza pela mudança de atitude do Conde. Ele era muito mais dedicado antes do casamento, quando ela era ainda Rosina. Esta parte da história está na ópera escrita posteriormente, por Rossini.

8 – Sagt, holde Frauen – Voi che sapete che cosa è amor

Outra ária de Cherubino, papel destinado a um contralto. Era moda estes travestimentos nas óperas. Outro famoso papel deste tipo é o de Otaviano, no Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss. Richard sabia tudo sobre as óperas de Mozart.

9 – Warum gabst du bis heute – Crudel! Perche finora farmi languir cosi?

Neste delicioso dueto Susana e o Conde travam um diálogo de sedução e negação… tutto embromação!

Fischer-Dieskau, o Conde

10 – Der Prozeß schon gewonnen… Ich soll ein Glück entbehren – Hai gia vinto la causa…

Nesta ária o Conde se gaba de ter descoberta as tramas contra ele. Acredita que poderá manipular tudo e sair vencedor… Veremos!

11 – Und Susanna kommt nicht… Wohin flohen die Wonnestunden – E Susanna non vien… Dove sono i bei momenti

Outra bela ária da Condessa. Serve também para informar dos planos de travestimentos, dela com Susana, que causará enormes confusões…

12 – Wenn die sanften Abendwinde – Canzoneta sul’aria… Che soave zeffiretto

Este é um momento especial da ópera. Um dueto de sopranos – Condessa e Susana. Uma dita para a outra uma cançãozinha que servirá aos planos de engabelar o Conde e desmascará-lo. Em uma postagem da ópera inteira em italiano eu menciono essas coisas.

Ferdinand, espantado com a beleza da Susana

13- Alles ist richtig… Ach, öffnet eure Augen – Tutto è disposto. […] Aprite un po’ quegli’ occhi

Neste recitativo seguido de ária, Figaro acredita ter descoberto a traição de Susana e alerta a todos os homens – Abram os olhos! Cuidado com as mulheres… Apesar da confusão, que será esclarecida, Figaro afirma: fica a dica!

Rita Streich, a Susana

14 – Endlich naht sich die Stunde… O säume länger nicht – Giunse alfin il momento… Deh, vieni, non tardar, oh gioia bella

Aria de Susana, que anseia pelo fim das confusões.

Os cantores são excelentes. Maria Stader e Rita Streich fazem a Condessa e Susana, respectivamente. Hanny Steffek é Cherubino. Os papéis de Fígaro e do Conde têm os ótimos Walter Berry e Dietrich Fischer-Dieskau. Ferdinand Leitner rege a (lendária) Berliner Philharmoniker. Assim, espero que este disco desperte seu maior interesse pela ópera completa e também para os outros trabalhos de Mozart!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Die Hochzeit des Figaro (Höhepunkte)

Dietrich Fischer-Dieskau, Graf Almaviva

Maria Stader, Gräfin Almaviva

Hanny Steffek, Cherubin

Walter Berry, Figaro

Rita Streich, Susanne

Berliner Philharmoniker

Ferdinand Leitner, Dir

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 221 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 121 MB

Ferdinand Leitner, combinando as tretas com os cantores…

Aproveite!

René Denon

Se você gostou, pode tentar esta postagem:

Mozart (1756-1791): Le Nozze di Figaro – Carlo Maria Giulini

Béla Bartók (1881-1945) / Alberto Ginastera (1916-1983) / John Ogdon (1937-1989): 20th Century Piano Sonatas, Vol. 2 ֎

Béla Bartók (1881-1945) / Alberto Ginastera (1916-1983) / John Ogdon (1937-1989): 20th Century Piano Sonatas, Vol. 2 ֎

Bartók – Ginastera – Ogdon

Sonatas para Piano

Klára Würtz

Mariangela Vocatello

Tyler Hay

 

Eu costumava considerar o título ’20th Century Piano Sonatas’ como uma alusão a uma música nova, ‘moderna’. Eu mesmo costumava a me considerar uma pessoa do Século 20… Pois bem, o tempo passa, a fila anda, e é melhor rever as nossas considerações.

Eu já me considero alguém do Século 21 com boas lembranças do século passado. Quanto a música, provavelmente seguirei pelo que me resta de Século 21 explorando a música que foi escrita no Século 20 e nos anteriores também…

Alberto pronto para sacar uma foto dos entrevistadores do PQP Bach, quando ele visitou a sede do blog em POA.

Foi mais ou menos assim que me interessei pela série de discos do selo Brilliant – 20TH Century Piano Sonatas. Com um acervo enorme, mesmo que gravado por artistas menos conhecidos, o selo pode levar avante um projeto reunindo várias obras escritas por compositores que viveram a maior parte de suas vidas no Século 20. Já postamos o Volume 3 da série, motivado pela Sonata do Kapustin. Uma coisa puxa outra e hoje vamos de Volume 2, que inicia com uma Sonata de Bartók. Com isso, reforçamos o projeto #BRTK140. Mas as belezuras deste disco são as outras duas sonatas, uma do compositor hermano, Alberto Ginastera, a outra do pianista e compositor (nas poucas horas vagas que lhe restavam…) John Ogdon.

Klára…

A Sonata de Bartók é aqui interpretada pela pianista Klára Würtz que aqui tem comparecido, inclusive com a Integral das Sonatas para Piano de Mozart (muito boa essa aqui, BB, vale o descarrego do blog seguido de presta auditiva…). Sobre a Sonata foi dito que é tonal, mas dissonante, percussiva e cheia de notas repetidas e com clusters, o que lhe dá um certo ar folclórico, coisa do Béla.

Mariangela…

A Sonata No. 1, Op. 22, de Ginastera é aqui interpretada pela pianista italiana Mariangela Vacatello e descrita da seguinte forma: ‘Composta em 1952, a sonata para piano Op. 22 reflete essa integração mais complexa da identidade nacional e do método de composição por meio de uma fusão de vivas figurações rítmicas derivadas de danças, texturas evocativas e formas e idiomas musicais modernos’. Você poderá ler a descrição completa acessando o próprio site aqui.

John Ogdon

Para terminar, a Sonata do gentil gigante John Ogdon, que foi ‘Dedicada ao amigo Stephen Bishop’. Ganha um doce se adivinhar quem seria este tal Estevão. Pois a sonata é de 1961 e convencionalmente estruturada em três movimentos, com o mais longo sendo o segundo deles. A peça tem uma enorme variedade de efeitos pianísticos e texturas assim como uma inventividade melódica que a percorre do começo ao fim. Claro, resultado de uma mente que sabia tudo sobre pianos e sonatas. Aqui o intérprete é o relativamente jovem Tyler Hay.

Tyler…

Espero que este disco desperte a sua curiosidade pelas outras obras desses compositores, assim como pelos outros discos da série.

 

Béla Bartók (1881–1945)

Sonata para Piano, BB 88, Sz. 80

  1. Allegro moderato
  2. Sostenuto e pesante
  3. Allegro molto

Klára Würtz, piano

–\oOo/–

Alberto Ginastera (1916–83)

Sonata para Piano No. 1, Op. 22

  1. Allegro marcato
  2. Presto misterioso
  3. Adagio molto appassionato
  4. Ruvido ed ostinato

Mariangela Vacatello, piano

–\oOo/–

John Ogdon (1937–89)

Sonata para Piano ‘Dedicada ao amigo Stephen Bishop’

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Tyler Hay, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 158 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 120 MB

Sobre John Ogdon: He won first prize at the London Liszt Competition in 1961 and consolidated his growing international reputation by winning another first prize at the International Tchaikovsky Competition in Moscow in 1962, jointly with Vladimir Ashkenazy.

Aproveite!

René Denon

DESAFIO PQP! -> Beethoven (1770-1827): Famosas Sonatas para Piano ֎

DESAFIO PQP! -> Beethoven (1770-1827): Famosas Sonatas para Piano ֎

BTHVN

Sonatas Famosas

Desafio revelado: A pianista é Dubravka Tomšič, nascida na linda cidade de Dubrovnik, na Croácia. O disco é uma dessas pequenas joias escondidas nos balaios de ofertas das lojas de disco ou nas franjas das páginas do tipo ML.

 

Luar sobre a Lagoa de Piratininga…

Três sonatas para piano que se destacaram por receberem apelidos: Patética, Ao Luar e Waldstein. Além da numeração ou da tonalidade, essas sonatas ganharam tanto a predileção do público que são conhecidas pelo nome. E realmente, se você quiser dar a alguém uma ideia de como a música de Beethoven é magistral, estas três sonatas serão um excelente ponto de partida. No conjunto há aqueles momentos de suspense, de enternecimento, nos quais os lencinhos vão aos olhos, também aqueles eloquentes silêncios e, principalmente, aquelas irrupções tempestuosas de acordes e de emoções que, se não destroem os pianos, podiam arrebentar uma corda ou duas.

Conde Waldstein

Aqueles entre nós que já ouvem música há mais tempo têm suas preferidas versões, suas escolhas já feitas. De qualquer forma, percorrer as prateleiras de CDs buscando aquela versão especial para ouvir no momento ou para mostrar a alguma companhia enquanto se bate um animado papo sobre música é uma boa antecipação do prazer. Se bem que CDs e prateleiras são cringe e o que é in agora é escolher o arquivo certo no aplicativo estiloso.

Eu tinha um amigo que gostava de adivinhações. Ele selecionava uns dois ou três discos (não tínhamos tantos naqueles dias) com música de um mesmo compositor e fazíamos audições às cegas – mais ou menos como se fazem nos cursos de degustação de vinhos – e depois tentávamos adivinhar as peças e os intérpretes. As peças era a parte mais fácil, mas adivinhar o intérprete era mais complicado e em muitos casos tínhamos interessantes surpresas.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata No. 8 em dó menor, Op. 13 – Pathetique

  1. Grave – Allegro di molto e con brio
  2. Adagio cantabile
  3. Rondo (Allegro)

Sonata  No. 14 em dó sustenido menor, Op. 27, 2 – Ao Luar

  1. Adagio sostenuto
  2. Allegretto
  3. Presto agitato

Sonata No. 21 em dó maior, Op. 53 – Waldstein

  1. Allegro con brio
  2. Introduzione. Adagio molto
  3. Rondo. Allegretto moderato – Prestissimo

Dubravka Tomšič, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 129 MB

A surpresa da Dubravka quando lhe contamos do desafio feito aos nossos seguidores…

Assim, proponho essa brincadeira para nossos seguidores, de adivinhar o intérprete destas três lindas sonatas. Se você se divertir ouvindo os arquivos, já ficarei muito feliz. Se adivinhar quem está por trás das teclas, mais ainda. Aquele que enviar uma mensagem fazendo uma tentativa de acertar, terá acesso livre a tantos downloads quanto conseguir e, se além disso, acertar o nome, ganhará uma cocada (virtual)! Não deixe de participar da brincadeira e mantenha contato com o blog para quando houver a grande revelação!

Aproveite!

René Denon

Quem tem majestade…

Robert Schumann (1810-1856): Einsam – Peças para Piano – Nino Gvetadze ֎

Robert Schumann (1810-1856): Einsam – Peças para Piano – Nino Gvetadze ֎

Einsam

Peças para Piano

Nino Gvetadze

 

Schumann é um dos compositores de música para piano que eu ouço menos frequentemente, mas não porque não goste de suas peças, muito ao contrário. Ainda não sei bem o porquê disto, talvez seja simples falta de tempo. Tenho particular predileção pelo Carnaval, op. 9, e pelos chamados Estudos Sinfônicos. Assim, logo que vi este disco, com seu interessante repertório, decidi que deveria investir algumas horas nele. Em particular pelas Kreislerianas, ciclo de peças relevantes na obra do compositor. Pois o tempo investido rendeu muitos momentos de prazer, adorei o disco e, portanto, trago aqui para o blog.

Se você é novo neste repertório, note que nas duas obras nas quais se apresentam uma série de peças – Kinderszenen e Kreisleriana – se alternam movimentos mais intimistas, como o celebrado Traumerei, com outros mais extrovertidos. Como num caminho entre um bosque onde se alternam trechos ensolarados com outros sombreados. São os aspectos Eusebius (mais reflexivo) e Florestan (mais apaixonado e impulsivo) da personalidade do compositor. Bem, mais ou menos isso, que eu não sou especialista nestas coisas, se queres saber mais, há muito que ler por aí. De qualquer forma, espero que a ideia ajude a ouvir e gostar do disco.

A pianista Nino Gvetadze nasceu em Tbilisi e teve sua carreira deslanchada entre 2008 e 2010, quando se destacou em importantes concursos para piano. O título do disco – Einsam – reflete um pouco da melancolia de certos momentos do disco, que vale a pena conferir.

Robert Schumann (1810 – 1856)

Arabeske, Op. 18

  1. Arabeske

Kinderszenen, Op. 15

  1. Von fremden Landern und Menschen
  2. Curiose Geschichte
  3. Hasche-Mann
  4. Bittendes Kind
  5. Gluckes genug
  6. Wichtige Begebenheit
  7. Traumerei
  8. Am Camin
  9. Ritter vom Steckenpferd
  10. Fast zu ernst
  11. Furchtenmachen
  12. Kind im Einschlummern
  13. Der Dichter spricht

Kreisleriana, Op. 16

  1. Außerst bewegt
  2. Sehr innig und nicht zu rasch
  3. Sehr aufgeregt
  4. Sehr langsam
  5. Sehr lebhaft
  6. Sehr langsam
  7. Sehr rasch
  8. Schnell und spielend

Waldszenen, Op. 82

  1. Vogel als Prophet

3 Romanzen, Op.28

  1. Einfach

Nino Gvetadze, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 210 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 153 MB

Nino ouvindo os bem-te-vis nos jardins da sede do PQP Bach Corp de Piratininga…

Crítica da Gramophone: ‘Filled with robust contrasts and with exquisitely sculpted phrasing throughout, Gvetadze’s sensitivity to Schumann’s vaunted ‘inner voices’ is unsurpassed. […]

Gvetadze’s focus is unerring and, if the expressive content of the music is always front and centre, she also has an uncanny ability to elucidate the overall structure with immense subtlety. If you don’t yet know her playing, great pleasures await.

Aproveite!

René Denon

Nikolai Kapustin (1937-2020): Peças para Piano – Yoel Eum Son ֍

Nikolai Kapustin (1937-2020): Peças para Piano – Yoel Eum Son ֍

Nikolai Kapustin

Peças para Piano

Yeol Eum Son

 

 

Dia destes fiz a postagem de um disco com Sonatas para Piano compostas no século 20. O destaque da postagem foi uma sonata do compositor Nikolai Kapustin, de quem até aquela data não havia ouvido qualquer peça. Pois a partir daí, acabei me deparando com várias outras peças dele. Pois chegou a hora de postar um disco só com obras dele.

A escolha do disco foi também motivada pela vontade de apresentar aos seguidores do blog esta linda e excelente pianista coreana, Yoel Eum Son. Ela tem sido medalha de prata em algumas das mais importantes competições de piano – atividade que pode ser injusta e certamente é acirradíssima. Só para ilustrar o que eu quero dizer, Daniil Trifonov, Igor Levit e Nobuyuki Tsujii são nomes que apareceram ao lado do dela nestas tais competições. O que importa mesmo são os resultados posteriores e a carreira dela está certamente bem estabelecida com ótimos discos lançados e recitais muito concorridos.

Por falar nisso, ela tem apresentado nestes recitais músicas de Kapustin, de quem foi amiga. Veja um trechinho de uma crítica de um destes recitais que poderá ser lida na integra aqui. ‘Para fechar a primeira parte do recital, ela tocou uma raridade: as Variações, op. 41, de Nikolai Kapustin, um compositor ucraniano nascido em 1937. Ele compôs as Variações em 1984, uma peça de jazz. Teria Orwell imaginado que esta música pudesse ser escrita atrás da Cortina de Ferro em 1984? Ele poderia imaginar qualquer coisa. Em sua interpretação, Son fez o jazz-equivalente a “rockin’ out”. Havia muita alegria na maneira como ela tocou assim como na música’.

Nikolai Kapustin (1937 – 2020)

Oito Estudos de Concerto, Op. 40

  1. Prelude. Allegro assai
  2. Reverie. Moderato
  3. Toccatina. Allegro
  4. Remembrance. Larghetto
  5. Raillary. Vivace
  6. Pastorale. Allegro moderato
  7. Intermezzo. Allegretto
  8. Final. Prestissimo

Variações Op. 41

  1. Variações

Moon Rainbow, Op. 161

  1. Moon Rainbow

Sonatina Op. 100

  1. Sonatina

Sonata No. 2, Op. 54

  1. Allegro molto
  2. Scherzo. Allegro assai
  3. Largo
  4. Perpetuum mobile. Allegro vivace

Yoel Eum Son, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 221 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 161 MB

Yoel Eum Son

Sobre a música que ouviremos no disco, a apresentação do álbum a seguir antecipa um pouco, mas você precisa ouvir para crer. ‘There are many great contemporary composers of our time but few write music that we can relate to so easily and closely as Nikolai Kapustin. His exquisite use of techniques and musical languages of classical and jazz ensures that his music appeals to a wide range of listeners. To those who love classical music but know little about jazz it does not sound too unfamiliar and vice versa. Indeed, it gives great pleasure to even the most untrained ears of either genre of music.

The Korean pianist Yeol Eum Son has long been a champion of the composer and became friends with him. This album is therefore a personal and affectionate tribute to this unique genius and a wonderful introduction to his music’.

Aproveite!

René Denon

Kapustin testando um dos pianos da sede do PQP Bach de Gorlivka…

Os dez primeiros seguidores que enviarem mensagens contando suas impressões da música de Kasputin ganharão cópias da receita do borsch, tradicional prato da gastronomia ucraniana…