Jean-Philippe Rameau (1682- 1764) – Aberturas

Aqui acaba a breve chateação couperiana. Para tirar o gosto da postagem anterior, posto um dos melhores CDs já gravados de música barroca francesa, um verdadeiro espanto. Curvo-me ante Christophe Rousset. Quem faz um registro deste nível merece os maiores elogios. Nada menos que genial. Sete compradores analisaram o disco na Amazon e, nem precisaria conferir, todos deram-lhe a nota máxima. Temos aqui 17 aberturas de óperas de Rameau, algumas de óperas cômicas, outras de tragédias, outras de “pastorais heróicas”.

Rameau foi um grande gênio não apenas na música, mas também na matemática. Como tal, deu especial atenção à estrutura das coisas que compunha, algo que certamente fugiu ao irritante Couperin — do qual declaro-me inimigo desde a audição do CD postado abaixo… (Por que meu pai gostava de Couperin, meu Deus?) Bem, voltemos ao grande Rameau. Ele escreveu um famoso tratado de harmonia. Era também muito conhecido como professor de cravo e sua técnica só foi modificada por Johann Sebastian Bach — dá-lhe papai! No final de sua vida, tornou-se “compositor do rei”. Ao falecer, teve todas as honras da nobreza e funeral público com grande pompa.

CD absolutamente imperdível!

Jean-Philippe Rameau (1682- 1764) – Aberturas

1. Les fêtes de Polymnie – Overture 2:41
2. Les indes galantes – Overture 4:05
3. Zaïs – Overture 5:16
4. Castor et Pollux – Overture 4:16
5. Naïs – Overture 3:49
6. Platée [ou Junon jalouse] – Overture 3:40
7. Les fêtes d’Hébé – Overture 4:22
8. Zoroastre – Overture 4:04
9. Dardanus – Overture 4:08
10. Les Paladins – Overture – Menuet – Air gai 3:59
11. Hippolyte et Aricie – Overture 2:54
12. Le temple de la gloire – Overture 3:53
13. Pygmalion – Overture 4:36
14. Les surprises de l’Amour – Prologue (le Retour d’Astrée) 2:29
15. Les Fêtes de l’Hymne et de l’Amour (ou Les Dieux d’Egypte) – Overture 4:04
16. Les surprises de l’Amour / Act 1 (Enlèvement d’Adonis) – Ouverture – II Adagio – III – 5:20
17. Acante et Céphise, ou La sympathie – Overture: Voeux de la Nation

Les talens lyriques
Christophe Rousset

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

François Couperin (1688-1733) – Les Nations

Ah, esses franceses. Costumo gostar muito dos discos do Musica Antiqua de Köln, mas algo deu errado aqui. Couperin, sem dúvida! Achei o CD sem graça, fiquei indiferente. É tudo moderadamente bonitinho e bastante homogêneo. Meio chato. Trata-se de um “barroco estático”… Há quem goste. Para tirar o gosto ruim deste CD, daqui a pouco posto um Rameau salvador, OK?

Couperin: Les Nations, 1726

Premier Ordre: La Francoise

01. Sonata [6:18]
02. Allemende. Sans lenteur [3:37]
03. Premiere Courante. Noblement [1:23]
04. Seconde Courante. Un peu plus viste [1:18]
05. Sarabande. Gravement [2:00]
06. Gigue. Gayement [1:15]
07. Chaconne ou Passacaille. Moderement [2:33]
08. Gavotte [0:56]
09. Menuet [1:08]

[20’15”]

Second Ordre: L’Espagnole

10. Sonata [7:45]
11. Allemande. Gracieusement [2:55]
12. Courante. Noblement [1:42]
13. Second Courante. Un peu plus vivement [1:37]
14. Sarabande. Gravement [1:41]
15. Gigue louree. Moderement [2:16]
16. Gavotte. Tendrement, sans lenteur [0:56]
17. Rondeau. Affectueusement [2:28]
18. Bourree. Gayement [0:51]
19. Double de la Bourree precedente [0:53]
20. Passacaille. Noblement et marque [4:30]

[27’30”]

Troisieme Ordre: L’Imperiale

01. Sonata [9:49]
02. Allemande. Sans lenteur [2:21]
03. Courante [1:26]
04. Seconde Courante. Plus marquee [1:31]
05. Sarabonde. Tendrement [2:16]
06. Bourree. Gayment [1:01]
07. Gigue. D’une legerete moderee [1:10]
08. Rondeau. Gayement [2:07]
09. Chaconne [4:31]
10. Menuet [1:07]

[27’10”]

Quatrieme Ordre: La Piemontoise

11. Sonata [8:16]
12. Allemande. Noblement et sans lenteur [2:37]
13. Courante [1:24]
14. Seconde Courante. Un peu plus gayement [1:50]
15. Sarabande. Tendrement [2:31]
16. Rondeau. Gayement [2:02]
17. Gigue. Affectueusement, quoy que legerement [1:56]

[20’36”]

Performers:
Reinhard Goebel, Hajo Bas (violin);
Wilbert Hazelzet, Philippe Suzanne (flute);
Jaap ter Linden (viola da gamba);
Henk Bouman (harpsichord)

Musica Antiqua Koln
Reinhard Goebel, dir.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Henry Purcell (1659-1695) – “Tis nature`s Voice” e outras canções e elegias

Um pouco de radicalismo nesta manhã quente em Porto Alegre: este é o melhor CD de obras de Purcell que possuo e é o ponto alto da carreira de René Jacobs como cantor. Tinha este CD em vinil e agora comprei-o num ultra “budget price” da Amazon. A gravação é de 1978 e, apesar de todas as Nancy Argentas, Emma Kirkbys e outra(o)s terem tentado — algumas mais de uma vez –, ninguém chegou perto do trio Jacobs – W. Kuijken – Junghänel deste registro da Accent. Mais um CD fundamental para quem ama o barroco.

As canções são extraordinárias. Minhas preferidas são Musick for a While — é óbvio –, Retir’d from any mortal’s sight, Ah! cruel nymph!, as grandiosas Incassum, Lesbia, Young Thirsis’ fate e talvez todas as outras. É surpreendente que Purcell tenha sua melhor produção na música para o teatro e que, contrariamente à grande maioria, sua obra sacra seja menor.

Imperdível!

Henry Purcell – “Tis nature`s Voice” e outras canções e elegias

01 Tis Nature’s voice
02 Musick for a While (from “Oedipus”), song, Z. 583/2
03 Retir’d from any mortal’s sight (from “The History of King Richard II”), song, Z. 581/1
04 Since from my dear Astrea’s sight (from “Prophetess”), aria for soprano, Z. 627/App2
05 Pious Celinda goes to prayers, song, Z. 410
06 Incassum, Lesbia, incassum rogas (The Queen Epicedium), song, Z. 383
07 Ah! cruel nymph! you give despair for soprano & continuo, Z. 352
08 The fatal hour comes on apace, song, Z. 421
09 As Amoret and Thirsis lay, song (from “The Old Bachelor”), Z. 607/11
10 Sweeter than roses (from “Pausanius”), song, Z. 585/1
11 I lov’d fair Celia, song, Z. 381
12 Young Thyrsis’ fate, ye hills and groves, deplore (On the death of Thomas Farmer), song for soprano, bass & continuo, Z. 473

René Jacobs, contratenor
Wieland Kuijken, viola da gamba
Konrad Junghanel, tiorba

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Wojciech Kilar (1932-) – Lamento para Coro a Cappella e “September Symphony”

Este CD traz dois trabalhos inspirados no 11 de Setembro. Não, não estou referindo-me ao dia do assassinato de Salvador Allende nem ao dia da morte de Joe Zawinul; Kilar resolveu deixar de lado tais acontecimentos para dedicar sua atenção à implosão das Torres Gêmeas. O Lamento é boa música — apesar de possuir sonoridades “antigas demais”, diria — , mas o que interessa neste CD é a notável “September Symphony”.

A “September Symphony” foi composta nos quatro movimentos clássicos: dois grandes Largos, com um Allegro no meio e um Moderato final. O primeiro Largo é bastante original, introspectivo e trágico. O Allegro parece trilha sonora de filme de Alfred Hitchcock e deve significar o atentado. O segundo Largo é belíssimo. Kilar fez sua própria mistura das obras mais trágicas de Shostakovich e Barber e o resultado foi excepcional. A calma do final do movimento não pode ser mais shostakovichana. O final tem características de uma composição de Bernstein que não vou lembrar… A Sinfonia é dedicada a Antoni Wit e é muito boa. Nem chega perto do kitsch que poderia ser.

Kilar – Lamento para Coro a Cappella e “September Symphony”

01 Lament For Choir

September Symphony
02 Movement I [Largo]
03 Movement II [Allegro]
04 Movement III [Largo]
05 Movement IV [Moderato]

Warsaw Philharmonic Choir
Henryk Wojnarowski

Warsaw Philharmonic Symphony Orchestra
Antoni Wit

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Mais comprovações de nossa insofismável superioridade…

Citação descoberta no blog de Tiago Casagrande e ampliada por mim aqui.

Seu cérebro é uma metamorfose ambulante. E até coisas banais, como tocar violão ou sair com os amigos, podem ajudá-lo a funcionar melhor. “A massa cinzenta é extremamente plástica”, diz Sidarta Ribeiro, um dos mais influentes neurologistas do país. “E o que mais ajuda nisso é ler muito e conversar”. Mas não fica nisso: se você quiser aprimorar uma área específica, como a matemática ou a capacidade de leitura, tem como fazer isso de um jeito inusitado. Uma pesquisa publicada em 2008 por um consórcio de 7 grandes universidades americanas mostrou algo que parecia pouco provável: música e teatro aumentam a capacidade de concentração e geram ganhos tão significativos para a memória que você tem como extrapolar a melhora para outras áreas. Eles observaram que quem treina para tocar um instrumento parece ficar mais habilidoso em geometria e compreender melhor um texto. Quem faz teatro, por fim, fica com a memória mais apurada, pelo hábito de decorar textos e interpretá-los no palco, e aumenta o nível de atenção – algo fundamental para aprender qualquer coisa. E a coisa não pára por aí. A escola de medicina de Harvard conduziu uma experiência ainda mais surpreendente em 2007. Neurocientistas de lá colocaram voluntários para tocar exercícios fáceis de piano. Eles treinaram duas horas por dia durante uma semana. Depois os pesquisadores escanearam o cérebro do pessoal. E viram que a área da massa cinzenta responsável pelos movimentos dos dedos havia crescido. Calma, essa ainda não é a parte insólita. Outros estudos já tinham mostrado que o cérebro é capaz de fazer isso quando você treina um pouco. A surpresa mesmo veio quando pegaram outro grupo e pediram que eles só imaginassem que estavam tocando piano. Resultado: o cérebro deles reagiu da mesma forma. Isso mostrou que o pensamento puro e simples é capaz de mudar a estrutura da mente. Tem mais. A psicóloga Carol Dwek, da Universidade de Stanford, mostrou que até “pensamento positivo” funciona. Ela dividiu centenas de estudantes em dois grupos: os que achavam que sua inteligência era fixa e os que pensavam que ela podia mudar. Nos dois anos seguintes, o segundo grupo se deu melhor nos estudos.

Excerto da matéria “Como turbinar o seu cérebro” – por Alexandre Versignassi e Eduardo Szklarz, revista SUPERINTERESSANTE ed. 256, setembro de 2008, p. 73.

PQP

Haydn (1732-1809) / Mozart (1756-1792) – Trio e Concerto para Violoncelo / 6 Danças Alemãs e Sinfonia Praga – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 21 de 29

E chegamos ao classicismo. Nada melhor do que Haydn e Mozart para ilustrar o período clássico; foram professor e aluno; o professor nasceu 24 anos antes e sobreviveu ao aluno por 17; o primeiro foi o mais feliz dos homens, o segundo tinha tudo para sê-lo, mas as coisas não dão certo para todos, infelizmente… Se dependesse apenas de talento, né? Penso que o grande mérito deste disco começa na versão para dois pianos que Andreas Staier e Christine Schornsheim escreveram para as 6 Danças Alemãs de Mozart. É um registro colorido de uma obra pouco divulgada. Já o Concerto para Violoncelo de Haydn e a Sinfonia Praga são obras-primas que aqui recebem excelentes interpretações da EXTRAORDINÁRIA Orquestra Barroca de Freiburg.

CD meio confuso pela mistura de peças, mas que acho inevitável baixar… Apesar de díspares, todas as obras são boas.

CD 21

Piano Trio no.39 in G major, Hob.XV:25 Joseph Haydn 15’56
1. Andante
2. Poco Adagio
3. Presto
Patrick Cohen, pianoforte
Erich Hobarth, violin
Christophe Coin, cello

6 Danses allemandes K.509, transcrites pour piano/clavecin (à partir de la version orchestrale de 1787) Wolfgang Amadeus Mozart 7’21
4. 6 Deutsche Tanze KV 509
Andreas Staier e Christine Schornsheim, 2 pianofortes Stein vis-à-vis

Concerto pour violoncelle et orchestre, Hob.VIIb:1 en Ut majeur Joseph Haydn 24’46
5. Moderato
6. Adagio
7. Finale Allegro Molto
Jean-Guihen Queyras, cello
Freiburger Baroque Orchestra
Petra Mullejans, conductor

Symphonie n°38 “Prague” en Ré majeur Wolfgang Amadeus Mozart 32’37
8. I. Adagio – Allegro – Freiburger Barockorchester
9. II. Andante – Freiburger Barockorchester
10. III. Finale. Presto – Freiburger Barockorchester
Freiburger Baroque Orchestra
Rene Jacobs, conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Op. 132

De uma forma ou outra, os elogios são quase diários. E a gente faz questão deles, sim. É nosso salário moral e, na semana passada, recebemos um elogio especial. Veio num e-mail com o título acima: “Op. 132”. Nem mais, nem menos. Era de um visitante de nosso blog cujo nome não vou revelar por ainda não ter pedido permissão a ele. Dirige-se aos que fazem o PQP Bach: eu, FDP Bach, Clara Schumann, Blue Dog, CDF Bach e Ciço Villa-Lobos. Mas ele toca numa coisa da qual faço absoluta questão e do qual sou o maior falsário: os textos que acompanham as postagens. Quando inventei o blog, quis que ele fosse uma coisa minimamente pedagógica. Pensava que as pessoas deveriam ao menos saber — se quisessem — onde inserir a obra postada na história da música, sua importância, etc. Não faço isso, prefiro a diversão de expressar meu prazer ou não na audição da obra. Sei lá. O que sei é meus textos são escritos em dez minutos e olhem lá. Daí, o fato de ter utilizado a palavra falsário. De qualquer maneira, gostaria de dividir esta mensagem com os ouvintes-leitores do blog, pedindo que vocês reduzam à razoabilidade o volume dos elogios às vezes exagerados do autor.

Caro PQP,

Estou saindo de casa agora para tomar meu vôo para Praga, mas antes decidi responder o seu email. Eu fiquei muito contente com a sua mensagem, eu te acho um cara fascinante e ultimamente tenho frequentado mais o PQP para ler as resenhas do que para baixar música. Isto sim é revigorante!

Ah, caro PQP, eu te agradeço por muita coisa! Talvez como criador do blog você diminua a importância que ele tem para seus leitores. Isso seria normal. Mas acredite no que eu e todos os outros te falamos! Não é pelos downloads, não mesmo!

Eu, como já te disse, estudo composição e regência. Pretendo, assim que me estabelecer no Velho Mundo, criar um website com algumas partituras e mp3 de músicas minhas e, se isso realmente sair do papel, eu gostaria muitíssimo que você pudesse ouvir algo. Ando um tanto sem motivação para mostrar minhas músicas por aí, o último concerto com obras minhas foi um fiasco por parte dos executantes nervosos e da platéia desinteressada… mas a vida continua. Acredito que por lá encontrarei instrumentistas mais interessados, pelo menos assim espero.

E muito obrigado também pela doce imagem da pequena garota dançando uma valsinha que sempre me aparece quando ouço o último movimento do Op.132 do grande Ludwig. Sempre penso nisso sorrindo muito.

Um grande abraço! Mantenha contato.
X.

PQP

J. S. Bach (1685-1750) – Cantatas BWV 10, 130 e 17

Eu nunca sonho com PQP Bach, porém hoje sonhei que tinha postado todas as Cantatas de Bach… Como minha integral é de 69 CDs mais 6 das Cantatas Profanas, vocês podem imaginar o porte da empreitada. Não vou entrar nisso. Bem, vocês sabem que tenho minhas manias e a menor delas certamente não é a de adorar Helmuth Rilling. Ah, as gravações são antigas; ah, Gardiner regravou todas entre 25 de dezembro de 1999 e o final de 2000; ah, há outras integrais mais “corretas”; ah, e a dupla Leonhardt e Harnoncourt?; ah, e Koopman?; ah, foda-se: se eu acordo feliz, meto Rilling no CD Player. O bom é o que nos satisfaz e a integral dele é mesmo excelente. Como acordei hoje muito feliz, fui direto a este volume 17 das Cantatas.

Tenho certeza que os bachianos que nos visitam irão sorrir quando ouvirem a abertura da Cantata BWV 10. É algo feliz que me deixa feliz, mesmo que hoje eu tenha que trabalhar como um cão em coisas bem burocráticas e chatas. Afinal, sonhei com Bach e minhas dores nas costas me abandonaram, ao menos temporariamente.

Estas Cantatas são espetaculares. Se você veio até aqui, aproveite para fazer o download.

Um bom dia para todos nós.

J. S. Bach – Cantatas BWV 10, 130 e 17

1. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 1. Chor (Verses 1 And 2) – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling
2. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 2. Aria – Arleen Auger
3. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 3. Recitative – Aldo Baldin
4. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 4. Aria – Wolfgang Schone
5. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 5. Duet – Verse 8 – With Chorale – Margit Neubauer/Aldo Baldin
6. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 6. Recitative – Aldo Baldin
7. This My Soul Exalts The Lord Now, BWV 10: 7. Chorale (Verses 10 And 11) – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling

8. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 1. Chor – Verse 1 – Figuralchor Der Gedachtniskirche Stuttgart/Helmuth Rilling
9. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 2. Recitative – Gabriele Schnaut
10. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 3. Aria – Wolfgang Schone
11. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 4. Recitative – Kathrin Graf/Adalbert Kraus
12. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 5. Aria – Adalbert Kraus
13. Lord God, We Praise Thee Eve’ry One, BWV 130: 6. Chorale – Figuralchor Der Gedachtniskirche Stuttgart/Helmuth Rilling

14. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, First Part, BWV 17: 1. Chor (Dictum) – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling
15. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, First Part, BWV 17: 2. Recitative – Gabriele Schreckenbach
16. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, First Part, BWV 17: 3. Aria – Arleen Auger
17. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 4. Recitative – Adalbert Kraus
18. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 5. Aria – Adalbert Kraus
19. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 6. Recitative – Walter Heldwein
20. Who Thanks Giveth, He Praiseth Me, Second Part, BWV 17: 7. Chorale – Gachinger Kantorei Stuttgart/Helmuth Rilling

Walter Heldwein
Wolfgang Schone
Hermann Herder
Kurt Etzold
Paul Gerhard Leihenseder
Helmut Veihelmann
Jurgen Wolf
Klaus-Peter Hahn
Harro Bertz
Manfred Graser
Thomas Lon
Peter-Lukas Graf
Hans-Joachim Erhard
Martha Schuster

Gächinger Kantorei Stuttgart
Stuttgart Bach Collegium
Helmuth Rilling

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

.: interlúdio :. Enrico Rava – The Pilgrim And The Stars

O trompetista Enrico Rava nasceu na cidade de Trieste em 1939. Começou no trombone, mas seu primeiro contato com Miles Davis foi como o primeiro sutiã da propaganda — Rava jamais esqueceu. Resolveu estudar mais a fundo aquela coisa e aproveitou para aderir ao instrumento de Miles. Normal, né? Ele faz um hard bop com episódios lentos, algo bossanovistas. No mais, é pauleira.

Neste CD da ECM de 1975, Rava aparece com dois integrantes do “Quarteto Escandinavo” de Keith Jarrett: Palle Danielsson — baixista de fundamental participação neste trabalho — e o baterista Jon Christensen, além de John Abercrombie, que divide os solos com o trompete de Enrico Rava. Este foi um dos discos que, nos anos 70, chamou minha atenção para aquela estranha gravadora de belas capas, a citada ECM. The Pilgrim And The Stars é um baita disco. Todas os temas foram escritos pelo italiano no tempo em que seus cabelos eram pretos.

The Pilgrim And The Stars – 1975

1. The Pilgrim And The Stars 9:43
2. Parks 1:45
3. Bella 9:18
4. Pesce Naufrago 5:12
5. Surprise Hotel 1:52
6. By The Sea 4:46
7. Blancasnow 6:44

Enrico Rava, trumpet
John Abercrombie, guitar
Palle Danielsson, bass
Jon Christensen, drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Reinhard Keiser (1674-1739) – Croesus – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CDs 18, 19 e 20 de 29

Eu juro que não gosto de postar óperas. Em primeiro lugar, sei pouco a respeito; em segundo lugar, sou casado com uma erudita na matéria e ela acha que, após o DVD, não faz mais sentido apenas ouvir uma ópera, pois o gênero é música, berro, atuação, luz e encenação. Tal opinião me afastou ainda mais do gênero, pois se ouço diariamente umas cinco ou seis horas de música, esta serve como trilha sonora enquanto faço coisas relacionadas a meu ganha-pão. Não me interesso muito por “ver” música e se fosse obrigado a isso, não sei se aceitaria roubar meu tempo de leitura, que já acho escasso. Para piorar, fico tentado a narrar toda a ópera de Keiser, conhecido também como “o primeiro homem do mundo”… Mas, se faço um post em 30 minutos, isto é impossível. Nestes 30 minitos não está incluído o upload, que acontece enquanto trabalho em outra coisa.

Peço ajuda à Wikipedia:

Creso foi o último rei da Lídia, da Dinastia Mermnada, (560–546 a.C.), filho e sucessor de Aliates que morreu em 560 a.C.. Submeteu as principais cidades da Anatólia (salvo a cidade de Mileto).

No entanto perante o inquietante avanço do rei Ciro II da Pérsia, Creso enviou um mensageiro ao oráculo de Delfos que lhe respondeu que se conduzisse um exército para Este e cruza-se o rio Hális, destruiria um grande império. Tentado pelo que disse o Oráculo, Creso Organizou uma aliança com Nabonidus da Babilónia, Amasis II do Egito e a cidade grega de Esparta e partiu para a guerra, no entanto a guerra não correu como esperado, sem esforço for vencido pelas forças de Ciro, batalha do rio Hális, Timbra em 547 a.C. e feito prisioneiro em Sardes.

Desta forma se completou o vaticinado pelo oráculo, mas pela destruição do império lídio. Depois de perdida a guerra, Creso refugiou-se na sua capital, Sardes, onde no ano seguinte, em 546 a.C. seria capturado e deposto por Ciro.

Ciro no entanto foi condescendente, concedendo-lhe honras e a oportunidade de viver na corte persa. Creso fora famoso pela sua riqueza, a qual foi atribuída à exploração das areias auríferas do Pactolo, rio afluente do Hermo onde, segundo a lenda, se banhara o Rei Midas (que transformava em ouro tudo o que tocava).

É isso aí. Croesus narra a defesa da Lídia (561-547 AC) contra o rei da Pérsia, Ciro. De acordo com Heródoto, Cresus considerava-se o homem mais feliz do mundo, mas Sólon o advertiu que alguém só poderia dizer-se feliz após a morte. Bem, Cresus quase acaba numa fogueira, mas, como Ciro foi legal, acabou numa relativa felicidade, como subordinado…

Claro que a música é belíssima, inovadora, extraordinária, colorida e me deixa feliz por sua qualidade e, muitas vezes, agitação e “efeitos especiais” (afinal, há drama e guerra). E René Jacobs é um gênio, nunca perde a viagem. Vale a pena baixar, só que é bom ter ao menos o libretto com traduções, etc., senão os recitativos tornam-se mero blá-blá-blá. Se alguém encontrar por aí o libretto, me avise que eu ponho no post.

Importante: Cantores e orquestra maravilhosos.

KEISER: Croesus (complete opera)

Disc: 18
1-01 Sinf Avanti L’opera Croesus
1-02 Act I, Scene I. Coro_ Croesus H
1-03 Act I, Scene I. Recitativo_ Ihr
1-04 Act I, Scene I. Aria_ Prangt Di
1-05 Act I, Scene II. Aria_ Hoffe No
1-06 Act I, Scene II. Recitativo_ Du
1-07 Act I, Scene II. Arietta_ Empfi
1-08 Act I, Scene III. Aria_ Lieben,
1-09 Act I, Scene III. Recitativo_ P
1-10 Act I, Scene IV. Aria_ Wahre Tr
1-11 Act I, Scene V. Aria_ Er Erweck
1-12 Act I, Scene VI. Recitativo Con
1-13 Act I, Scene VI. Recitativo_ Wa
1-14 Act I, Scene VI. Aria Con Recit
1-15 Act I, Scene VII. Recitativo_ D
1-16 Act I, Scene VIII. Duetto_ Ich
1-17 Act I, Scene IX. Duetto_ Blinde
1-18 Act I, Scene X. Aria_ Traure Ni
1-19 Act I, Scene X. Recitativo_ Ors
1-20 Act I, Scene XI. Recitativo Con
1-21 Act I, Scene XII. Recitativo_ D
1-22 Act I, Scene XIV. Recitativo_ M
1-23 Act I, Scene XIV. Aria_ Liebe,
1-24 Act I, Scene XV. Recitativo Con
1-25 Act I, Scene XV. Chaconne_ Ball
1-26 Act I, Scene XVI. Aria_ Lass Ic
1-27 Act I, Scene XVI. Recitativo_ I
1-28 Act I, Scene XVI. Ballet Von Pe
1-29 Act I, Scene XVII. Recitativo_
1-30 Act I, Scene XVIII. Ritornello
1-31 Act I, Scene XVIII. Recitativo_.mp3

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CD 1

Disc: 19
2-01 Act II, Scene I. Ritornello
2-02 Act II, Scene I. Duetto_ Kleine
2-03 Act II, Scene II. Recitativo_ O
2-04 Act II, Scene III. Recitativo_
2-05 Act II, Scene III. Ballett Von
2-06 Act II, Scene IV. Duetto_ Freun
2-07 Act II, Scene V. Recitativo_ Ka
2-08 Act II, Scene V. Aria_ Ihr Stum
2-09 Act II, Scene V. Recitativo_ Du
2-10 Act II, Scene V. Aria_ Soll Dan
2-11 Act II, Scene VI. Recitativo_ S
2-12 Act II, Scene VI. Duetto_ Die R
2-13 Act II, Scene VII. Recitativo_
2-14 Act II, Scene VIII. Recitativo_
2-15 Act II, Scene VIII. Aria_ Liebe
2-16 Act II, Scene IX. Recitativo_ H
2-17 Act II, Scene IX. Aria_ Alle Fr
2-18 Act II, Scene X. Recitativo_ Wa
2-19 Act II, Scene XI. Aria_ Ich Lie
2-20 Act II, Scene XI. Recitativo_ P
2-21 Act II, Scene XI. Aria_ Ist Nie
2-22 Act II, Scene XI. Recitativo_ W
2-23 Act II, Scene XI. Aria_ Mir Gef
2-24 Act II, Scene XII. Recitativo_
2-25 Act II, Scene XIII. Recitativo
2-26 Act II, Scene XIV. Aria_ Nieman
2-27 Act II, Scene XIV. Recitativo_
2-28 Act II, Scene XIV. Aria_ Ihr Ta
2-29 Act II, Scene XIV. Entree, Pass

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CD 2

Disc: 20
3-01 Act III, Scene I. Aria_ Die Fla
3-02 Act III, Scene I. Recitativo_ F
3-03 Act III, Scene II. Recitativo_
3-04 Act III, Scene III. Recitativo_
3-05 Act III, Scene III. Recitativo_
3-06 Act III, Scene IV. Recitativo_
3-07 Act III, Scene IV. Aria_ Waffne
3-08 Act III, Scene V. Aria_ Elmir!
3-09 Act III, Scene V. Recitativo_ P
3-10 Act III, Scene V. Aria_ Mich Ve
3-11 Act III, Scene VI. Recitativo_
3-12 Act III, Scene VI. Recitativo_
3-13 Act III, Scene VII. Ritornello
3-14 Act III, Scene VII. Recitativo_
3-15 Act III, Scene VII. Aria_ Sollt
3-16 Act III, Scene VIII. Arietta_ Z
3-17 Act III, Scene VIII. Recitativo
3-18 Act III, Scene VIII. Aria_ Schm
3-19 Act III, Scene IX. Duetto_ Nein
3-20 Act III, Scene X. Recitativo_ P
3-21 Act III, Scene X. Aria_ Dieses
3-22 Act III, Scene XII. Aria_ Gotte
3-23 Act III, Scene XIII. Recitativo
3-24 Act III, Scene XIII. Recitativo
3-25 Act III, Scene XIII. Aria_ Solo
3-26 Act III, Scene XIII. Recitativo
3-27 Act III, Scene XIII. Gluckliche

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – CD 3

Dorothea Röschmann
Werner Güra
Klaus Häger
Roman Trekel
Salomé Haller
Johannes Mannov
Markus Schäfer
Brigitte Eisenfeld
Kurt Azesberger
Kwangchul Youn
Graham Pushee

RIAS Chamber Choir
Akademie fur Alte Musik Berlin
René Jacobs

PQP

.: interlúdio :. Backhand – Keith Jarrett

Acho que a gente pode resumir a carreira de Keith Jarrett desta maneira: início fulgurante com Miles Davis, fundação de seu “quarteto americano”, três anos de gravações na Impulse, ida para a ECM, muitos discos com o “quarteto americano”, fundação e mais CDs com o “quarteto escandinavo”, álbuns solo aos montes, música erudita — basicamente Bach — tocando cravo, fundação do trio com Peacock e De Johnette, O Cravo Bem Temperado, CDs do trio aos montes, mais álbuns solo e doença.

É uma ironia especialmente trágica — um pianista que, aos 51 anos, tinha centenas de discos gravados e que estudava música erudita, ou seja, alguém que trabalhava muito –, tivesse caído vítima da Síndrome de Fadiga Crônica, doença que o fez primeiramente fazer um esforço notável para tocar e que depois retirou-o dos palcos e das gravações. Hoje, Jarrett toca e grava pouco, ainda em luta contra a doença. Mas… há um CD para ser lançado com Concertos para Piano e Orquestra de Mozart. Torço muito por Jarrett, claro. Um troço desses devia acontecer com o Bush, sei lá, não com cara meio amalucado mas produtivo no melhor sentido.

Este CD é do Jarrett inicial, pré-ECM. É um CD meio selvagem que conta com o “quarteto americano” + o percussionista Guilhermo Franco devidamemente endiabrados. Destaque para Inflight e Backhand.

Backhand

1. Inflight
2. Kuum
3. Vapallia
4. Backhand
5. Victoria

Keith Jarrett (piano, flute, drums)
Dewey Redman (tenor sax, musette, maracas)
Charlie Haden (accoustic bass)
Paul Motian (drums, percussion)
Guilhermo Franco (percussion)

Atlantic Recording Studios, NYC, October 9-10, 1974
Tony May (sound engineer)
Ed Michel (producer)
Impulse AS-9305

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Wojciech Kilar (1932 -) – 70th Birthday Concert (2002)

Para mim, Kilar daria um bom nome de enceradeira ou batedeira, mas em vez de fabricar tais peças Wojciech Kilar PROVOU A ÁGUA DO MAR BÁLTICO. Em torno deste mar, reúne-se a grande parte dos maiores compositores de nosso tempo. Estônia, Lituânia e principalmente a grande Polônia banham-se no mar da música de nosso tempo. Krzysztof Penderecki, Henryk Górecki e o amigo de Kieslowski, Zbigniew Preisner formam a vanguarda mais ouvida de nosso tempo. NA QUALIDADE DE SUA MÚSICA, Wojciech Kilar não fica atrás de nenhum dos conterrâneos citados. Como Penderecki e Górecki, pertenceu à vanguarda polonesa dos anos 60, mas a consagração acabou vindo pelas telas dos cinemas. Conscientes que a grandiosidade de sua música era cinematográfica, Roman Polanski e Francis Ford Coppola, começaram a utilizá-la em seus filmes. Espertos. Hoje, Kilar tem duas carreiras: a de compositor erudito e a de criador de trilhas sonoras. Para o cinema, já realizou mais de 50 trilhas para filmes de todo o mundo. Se a maioria deles são filmes poloneses e russos, saiba que se você viu Drácula de Bram Stoker, The Truman Show ou The Portrait of a Lady, você ouviu Kilar.

ESTE CD ALGO MISTERIOSO É UM ACHADO. Gravado ao vivo, trata-se de um registro polonês do concerto comemorativo aos 70 anos de Kilar. Ele estava na platéia. Creio que a Naxos o lançou no Ocidente desmembrado ou misturado a outras obras, pois a mesma turma interpreta Kilar em diversos CDs da gravadora. Mas não há um CD Naxos com este ESPETACULAR REPERTÓRIO. A prova de que o CD existe está abaixo.

Viram? Eu não produzo capas. O CD é de verdade!

Kilar faz uma música absolutamente emocionante. Fiquei impressionado com seu Concerto para Piano e Orquestra (faixas de 2 a 4) e com a inteligência de Exodus. É música erudita moderna de primeira linha, sem maiores indícios de uma vida cinematográfica. Kilar cria movimentos estáticos cuja qualidade deveria deixar Pärt roxo de vergonha e ainda consegue movimentar-se, coisa que o estoniano (nada a ver com membros dos Rolling Stones…) simplesmente não consegue, pois botaram Super Bonder sob seus sapatos e o homem não consegue nem bater o pézinho… INDICO FORTEMENTE ESTE BAITA CD!

Kilar – 70th Birthday Concert

01 – Koscielec 1909 [1976]

02 – Koncert Fortepianowy – I Preludium – Andante Con Moto [1997]
03 – Koncert Fortepianowy – II Corale – Largo Religiosamente [1997]
04 – Koncert Fortepianowy – III Toccata – Vivacissimo [1997]

05 – Bogurodzica [1975]

06 – Exodus [1981]

Orquestra e Coro Filarmônico de Narodowy
Orquestra Filarmônica de Varsóvia
Waldemar Malicki, piano
Antoni Wit

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Ainda helicópteros

Por CELSO LOUREIRO CHAVES

A música mais notória do alemão Karlheinz Stockhausen é o Quarteto de Cordas dos Helicópteros. Mais do que Carré para quatro orquestras e quatro coros ou Sternklangque ocupa um parque inteiro com eventos sonoros, essa música ficou célebre pela proposta improvável de colocar um quarteto de cordas dentro de um quarteto de helicópteros, transmitindo sons e imagens para uma sala de concertos em meio a evoluções aéreas. Só agora, anos depois da estréia de 1995 num festival de música nova na Holanda, foi lançado o DVD com o registro visual da peça, mostrando como tudo se passou, como foi possível transformar em realidade o que Stockhausen diz lhe ter sido revelado em sonho. Não é por nada que a palavra mais presente no documentário é precisamente esta: sonho.

O documentário, chamado simplesmente Helicopter String Quartet – nenhum outro título aguçaria tanto a curiosidade do espectador – foi dirigido por Frank Scheffer, cineasta que já se dedicou a vários outros compositores fundamentais na definição do modernismo musical. A Sinfonia de Luciano Berio foi dissecada por ele em todas as dimensões de texto e subtexto e o mesmo aconteceu com a descrição em vídeo de Éclat do francês Pierre Boulez. Com o seu talento para recolher o inusitado nas personalidade muito conflitantes dos compositores, Frank Scheffer é o cronista ideal do Quarteto dos Helicópteros, cuja proposta percorre simultaneamente o megalomaníaco, o ridículo e o sublime.

O filme de Scheffer deixa passar em branco os problemas de logística da estréia da peça, o desafio de unir instrumentistas e pilotos, violinos e rotores, espaço aéreo e espaço de concerto. A performance completa da peça também passa ao largo, a não ser quando o foco se fecha sobre os momentos finais em que os helicópteros pousam e a música se dissolve em dramaticidade e silêncio. O foco do documentário é a estratégia de ensaios e a motivação, o ímpeto mesmo, que deflagrou uma composição tão bizarra. Primeiramente os músicos são vistos numa mesma sala, conferindo suas partituras com o compositor, detalhe a detalhe. Depois, já separados, os músicos são guiados apenas por fones de ouvido, seguindo o passar do tempo, segundo a segundo. Por fim, os helicópteros entram em cena e a técnica dos instrumentistas tem que se adaptar rapidamente a condições precárias de equilíbrio. Antes de embarcar na aventura, um dos músicos do Quarteto Arditti define a situação: “É a primeira vez na história do universo que músicos voam…!”

Quanto a Stockhausen, autêntico babalorixá coordenando os acontecimentos, parece que nada lhe escapa. O Quarteto dos Helicópteros tem todos os ingredientes para ser apenas um golpe de teatro mas tem um requinte estrutural que só é compreensível porque a música foi escrita em cores diferentes a indicar cada instrumento – ao que os instrumentistas também embarcam em seus helicópteros vestidos com as cores de suas respectivas partituras. Um apressamento indevido aqui, um expressividade um pouco tímida ali – tudo é corrigido por Stockhausen, com um ouvido que se mantém atento mesmo diante de idéias musicais potencialmente absurdas. Perguntam a ele se é o seu primeiro quarteto de cordas. “Sim. Primeiro e último”. E, em seguida, confirma uma das marcas da vanguarda em música, o abandono explícito das formas clássicas dos séculos passados. Mesmo como pianista, Stockhausen nunca escreveu um concerto para piano e nunca aceitou encomendas para compor sinfonias ou sonatas. O próprio quarteto de cordas só foi possível porque um sonho franqueou ao compositor as portas da inventividade. Músicos voando. Era isso.

No acúmulo das informações do documentário de Frank Scheffer, o que mais fica na memória é a sensação de literalidade que invade o Quarteto dos Helicópteros. Mesmo em 1995 já seria possível transformar o sonho de Stockhausen em videogame ou em simulação virtual. Mas não: o compositor é produto dos anos 1950 e, ao que indicam as evidências, só lhe interessava a realização literal da idéia. Helicópteros foram sonhados. Ali estão. Músicos voadores foram imaginados. Ali estão. Diálogos improváveis entre música e motores foi sonhado. Ali estão. Não deixa de ser perturbador que uma música aparentemente tão nova e inédita vá se revelando, na concretização de uma alucinação, tributária de princípios estéticos já superados, quase uma re-interpretação da obra de arte total wagneriana. Por isso, a crônica visual do Quarteto dos Helicópteros é reveladora: há a confirmação explícita dos princípios que nortearam a vanguarda musical mas há também a constatação de que, por modernas que queiram ser, muitas vezes as obras mais esdrúxulas tem mais a dizer do passado do que a apontar para o futuro.

PQP

Banchieri (1558-1634), Telemann (1681-1767), Couperin (1727,1789), Schobert (1740?-1767) – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 17 de 29

Como somos todos pessoas de boa índole, perdoaremos a grande Harmonia Mundi o fato de ter montado um CD com obras tão esplêndidas — verdadeiras redescobertas — e tão díspares. No livrinho que acompanha a caixa de 29 CDs, os CDs numerados de 16 a 20 têm o título geral de “50 anos de Redescobertas”. OK, de acordo; meu desacordo é porque este CD 17 parece um daqueles LP dos anos 70 ou 80 que vinham com gatinhos na capa… Não, Banchieri nada tem a ver com Telemann; Couperin tem pouco a ver com o último e Schobert possui zero de intersecções com todos os anteriores. Não obstante, as obras são todas excelentes e os intérpretes idem.

Disc: 17

BANCHIERI: Barca di Venetia per Padova
1. L’Umor Svegliato –
2. Strepito Di Pescatori –
3. Parone Di Barca E Ninetta –
4. Barcaruolo A Pasaggieri –
5. Libraio Fiorentino –
6. Mastro Di Musica Luchese –
7. Cinque Cantori In Diversi Lengaggi –
8. Venetiano E Thedesco –
9. Madrigale Affetuoso –
10. Madrigale Capriccioso –
11. Mattinata In Dialogo –
12. Dialogo –
13. Mercante Bresciano Et Hebrei –
14. Madrigale Alla Romana –
15. Madrigale Alla Napolitana –
16. Prima Ottava All’Improviso Nel Liuto –
17. Seconda Ottava All’Improviso Nel Liuto –
18. Aria A Imitazione Del Radesca Alla Piamoniese –
19. Barcaruoli Procaccio E Tutti Al Fine –
20. Soldato Svaligiato –
Ensemble Clément Janequin – Dominique Visse

TELEMANN – Overture “La Bizzare”
21. Ouverture –
22. Courante –
23. Gavotte En Rondeau –
24. Branle –
25. Sarabande –
26. Fantaisie –
27. Menuet I – Menuet II –
28. Rossignol –
Akademie für Alte Musik Berlin

L. COUPERIN: Symphony for Harpsichords
29. Allegro Moderato Et Marque –
30. Andante –
31. Presto –
William Christie / David Fuller, cravos

SCHOBERT: Piano Quartet
32. Andante –
33. Menuetto –
34. Allegro –
Luciano Sgrizzi, pianoforte / Chiara Banchini e Véronique Méjean, violins / Philipp Bosbach, cello

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90 – CD BÔNUS!!!

Devo estar padecendo de uma enfermidade verdadeiramente grave pois NÃO VI que este CD da DG — que postei domingo passado e que vocês baixaram como se suas vidas dele dependesse — era duplo, ou seja, que continha um CD bônus com uma apresentação ao vivo, ocorrida em 4 de junho de 2002, no Musikverein em Viena… Sacanagem, né? Os caras da Deutsche Grammophon fizeram tudo para me enganar. O aviso 2 CD que tinha na capa era tão grande que não podia ser visto por pessoas de feições intelectuais, que gostam das letras pequenas! E o bônus é um CD pretinho, escondido lá atrás, pra gente não ver e não ouvir… Pura sacanagem. E é um bônus mesmo, são apenas duas sonatas, 33 minutos, tocadas daquele jeito frio e calculista que nos deixa perdidamente apaixonados.

Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Beethoven – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90

1. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo
2. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 2. Allegro vivace

3. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 1. Allegro assai
4. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 2. Andante con moto
5. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 3. Allegro ma non troppo

Maurizio Pollini, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90

Eu não vou nem começar. Recebi o CD da Amazon na sexta-feira. Ouvi à noite. Pensei uma série de coisas. Depois, li a avaliação dos compradores na Amazon: 11 avaliações, todas elas dando 5 estrelas, ou seja, a nota máxima. Li algumas críticas avulsas. Todas altamente laudatórias. Pensei na pujança de nossa Fundação para Divulgação, Louvor, Discussão e Defesa da Obra e da Visão de Maurizio Pollini sobre a Obra de Compositores Clássicos e Românticos, Tão Hostilizada por Admiradores de Pianistas Mortos e… Dormi como um justo, na certeza de que faria a Alegria de minha co-gestora, co-fundadora e co-lega Lais Vogel, que já deve ter clicado pressurosamente no BAIXE AQUI antes mesmo de ler esta bobagem altamente sincera. O homem é o campeão!

Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Beethoven – Sonatas Opp. 54, 57 “Appassionata”, 78 e 90

1. Piano Sonata No.22 in F, Op.54 – 1. In Tempo d’un Menuetto 5:06
2. Piano Sonata No.22 in F, Op.54 – 2. Allegretto 5:31

3. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 1. Allegro assai 9:21
4. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 2. Andante con moto 5:59
5. Piano Sonata No.23 in F minor, Op.57 -“Appassionata” – 3. Allegro ma non troppo 8:01

6. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo 7:03
7. Piano Sonata No.24 in F sharp, Op.78 “For Therese” – 2. Allegro vivace 2:52

8. Piano Sonata No.27 in E minor, Op.90 – 1. Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck 5:23
9. Piano Sonata No.27 in E minor, Op.90 – 2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen 7:21

Maurizio Pollini, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Vários Compositores – Lord Herbert of Cherbury´s Lute Book – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 16 de 29

(Só PQP Bach dá a você um porre não programado de alaúde. É o terceiro post consecutivo em que tal instrumento é protagonista. Como vemos, o alaúde está na crista da onda… Há coisas que só aqui mesmo! Um dia, ainda vamos programar um ciclo de viela de roda!)

Quem mora no sul do Brasil sabe que Odete é um nome típico de nossas respeitadas trabalhadoras de prostíbulos. Então, creio que nosso alaudista Paul O`Dette teria sérios problemas se tivesse nascido em nosso ambiente cheio de preconceitos para com estas trabalhadoras — as quais preferem transferir-se para Portugal e arredores. Uma lástima.

Lord Herbert of Cherbury (1582-1648) era tudo o que Alexandre Soares Silva gostaria de ser. Era um verdadeiro homem da Renascença. Gentleman, diplomata (bem, então não serve para ser um sonho de ASS, pois trabalhava un peau), poeta, historiador, teólogo, soldado (opa!), compositor e alaudista, é mais lembrado por sua controversa autobiografia. Ele foi amigo dos grandes alaudistas e compositores franceses de sua época. Para os momentos de lazer, tinha um caderninho onde anotava suas pecinhas. Ah, também foi professor da Rainha Henriette-Marie na corte da Inglaterra. Neste ponto, cessam minhas informações históricas e peço ajuda à Clara Schumann para descobrir que Rainha é esta. Eu apenas suponho que Lord Herbert tinha um caso amoroso com ela. Ah, mais: ele tratou de importar o alaudista Jacques Gaultier para seu país. Após intensas negociações, Luís XIII vendeu o passe do atleta.

Escrevo todo este besteirol enquanto ouço o CD, que é muito bom. Finalizando aproveito para fazer uma saudação a O`Dette. Belo sobrenome, meu amigo!

LORD HERBERT OF CHERBURY’S LUTE BOOK – Paul O’Dette, lute

CD 16
Lord Herbert of Cherbury’s Lute Book – Various Composers – 76’32

Anônimo
1. ‘En Me Revenant’ – Paul O’Dette
Jacques Gaultier
2. Courante – Paul O’Dette
3. Courante ‘Son Adieu’ – Paul O’Dette
4. Courante Sur ‘J’Avois Brise Mes Fers’ – Paul O’Dette
Anônimo
5. Chacogne – Paul O’Dette
Luc Despond
6. ‘Filou’ – Paul O’Dette
Daniel Bacheler
7. Prelude – Paul O’Dette
8. Fantasie – Paul O’Dette
9. Galliard Upon a Galliard By John Dowland – Paul O’Dette
Robert Johnson
10. Pavin – Paul O’Dette
11. Almaine – Paul O’Dette
Lorenzini di Roma
12. Fantasia – Paul O’Dette
Diomedes Cato
13. Fantasia Sopra ‘La Canzon Degli Uceli’ – Paul O’Dette
Cuthbert Hely
14. Fantasia – Paul O’Dette
15. Fantasia – Paul O’Dette
Robert Johnson
16. Fantasie – Paul O’Dette
Jacob Polonais
17. Ballet – Paul O’Dette
Julien Perrichon
18. Courante – Paul O’Dette
Jacob Polonais
19. Courante Sur Le Courante De Perrichon – Paul O’Dette
20. Sarabande – Paul O’Dette
Cuthbert Hely
21. Fantasia – Paul O’Dette
22. Sarabrand – Paul O’Dette
Daniel Bacheler
23. Pavin – Paul O’Dette
24. Courante – Paul O’Dette
25. Courante – Paul O’Dette
26. Courante – Paul O’Dette
27. ‘La Jeune Fillette’ – Paul O’Dette
28. Pavan – Paul O’Dette

Paul O’Dette, Alaúde

BAIXE AQUI -DOWNLOAD HERE

J. S. Bach (1685-1750) – Obras para alaúde

As peças de papai para alaúde eram tanto composições específicas para o instrumento como transcrições para violino ou violoncelo solo. As que foram concebidas para o alaúde foram a Suíte BWV 997 e o Prelúdio BWV 999, enquanto a Suíte BWV 995 foi transcrita da Suíte para cello BWV 1011 e a Fuga BWV 1000 foi tomada da Sonata para violino BWV 1001. Os executantes reclamam das dificuldades. Muitas destas peças seriam desconfortáveis para tocar, parecendo terem sido compostas para o cravo. Sei lá. A coisa se complica mais aqui, pois Andreas Martin escolheu tocá-las na tiorba ou alaúde baixo, o qual é mais utilizado no baixo contínuo de formações barrocas.

As performances de Andreas Martin são limpas e notavelmente expressivas, com o tom mais pesado e grave da tiorba. Outro dia, posto a obra completa para alaúde, mas, por ora, fiquem com este extraordinário CD.

Atenção para a belíssima fuga — faixa 8 — da Suíte BWV 997!

Bach – Obras para alaúde

1. Suite for lute in G minor, BWV 995
– Prelude
2. Suite for lute in G minor, BWV 995
– Allemande
3. Suite for lute in G minor, BWV 995
– Courante
4. Suite for lute in G minor, BWV 995
– Sarabande
5. Suite for lute in G minor, BWV 995
– Gavotte
6. Suite for lute in G minor, BWV 995
– Gigue
7. Suite for lute in C minor, BWV 997 (BC L170)
– Prelude
8. Suite for lute in C minor, BWV 997 (BC L170)
– Fuga
9. Suite for lute in C minor, BWV 997 (BC L170)
– Sarabande
10. Suite for lute in C minor, BWV 997 (BC L170)
– Gigue
11. Prelude for lute in C minor, BWV 999 (BC L171)
12. Fugue for lute in G minor, BWV 1000

Andreas Martin, tiorba

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Como se não bastasse, mais um bastardo

Este fim-de-semana será diferente para os pequepianos por três ou mais motivos, mas vamos aos três que conhecemos:

– A postagem que Bluedog fez ontem de um CD que amo.
– Este extraordinário CD que acabei de postar e, last but not least…

Tcham, tcham, tcham, tcham.

(Música de metais em brasa e violinos ardentes! … apesar de que ouço mais violoncelos… Fanfarras!)

Tchárammmm!

– Pela chegada de um novo “postador” ao P.Q.P. Bach. Seu nome é Cícero Villa-Lobos, ou Ciço VL para os íntimos, o Prático filho bastardo de Heitor, que veio a se juntar ao 21º, 22º e 23º filhos de J.S. Bach, à esposa de Robert Schumann, Clara, e a um maravilhoso, pulguento e jazzístico cão sem dono. Nosso trabalho de polinização cultural dará espaço à música erudita brasileira e a de todas as Américas, todas tão esquecidas. Não é por acaso. Diz a história deste blog que os 3 CDs das Bachianas e um dos de Choros são os 4 CDs mais baixados e, sempre que postamos coisas próximas a nós, há interesse imediato.

Nosso SAC é uma merda, mas a gente tenta agradar nossos amados clientes corrigindo a orientação equivocada de quem pensa distribuir curtura. Então, durante a próxima semana, sem maiores avisos, o cabra Ciço VL estará aqui.

PQP

Monteverdi (1567-1643), Biber (1644-1704), Vivaldi (1678-1741) – Pianto della Madonna, Rosenkranz-Sonaten, Stabat Mater – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 14 de 29

Disco bom, boníssimo. Essa coleção parece ter sido feita sob encomenda de Clara Schumann. Tenho a impressão de postar para ela. Há três grandes estrelas neste CD: o soprano Maria Cristina Kiehr, o violinista Andrew Manze e o contratenor Andreas Scholl, todos em grande forma.

O registro do Stabat Mater de Vivaldi é um campeão. Recomendo a audição.

Disc: 14

Pianto della Madonna Claudio Monteverdi 8’21
1. Pianto Della Madonna – Maria Cristina Kiehr
Maria Cristina Kiehr
Concerto Soave
Jean-Mark Aymes, conductor;

Rosenkranz-Sonaten: Die fünf freudenreichen Mysterien
Sonates du Rosaire : Les Cinq Mystères joyeux
The Rosary Sonatas: The Five Joyful Mysteries Heinrich Ignaz Franz von Biber 36’32

2. Praeludium – Andrew Manze
3. Aria, Variatio – Andrew Manze
4. Finale – Andrew Manze
5. Sonata – Andrew Manze
6. Allamanda – Andrew Manze
7. Finale – Andrew Manze
8. Sonata – Andrew Manze
9. Courente, Double – Andrew Manze
10. Finale – Andrew Manze
11. Ciacona – Andrew Manze
12. Praeludium – Andrew Manze
13. Allamanda – Andrew Manze
14. Guigue – Andrew Manze
15. Sarabanda, Double – Andrew Manze
Andrew Manze, violin
Richard Egarr, organ and clavecin;

Stabat Mater RV 621 Antonio Vivaldi 18’46
16. Stabat Mater Dolorosa. Largo – Andreas Scholl
17. Cujus Animam Gementem. Adagio – Andreas Scholl
18. O Quam Tristis. Andante – Andreas Scholl
19. Quis Est Homo. Largo – Andreas Scholl
20. Quis Non Posset. Adagio – Andreas Scholl
21. Pro Peccatis Suae Gentis. Andante – Andreas Scholl
22. Eja Mater, Fons Amoris. Largo – Andreas Scholl
23. Fac Ut Ardeat. Lento – Andreas Scholl
24. Amen. Allegro – Andreas Scholl
Andreas Scholl
Ensemble 415
Chiara Banchini, conductor;

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Jean-Baptiste Lully (1632–1687), Atys / Marin Marais (1656-1728), La Gamme – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 11, 12 e 13 de 29

Já tivemos um porre de órgão no início desta série, depois tivemos os “Deller Years”, Herreweghe e agora chegamos ao grande William Christie. (Estes CDs parecem ter sido feito por encomenda para nossa Clara Schumann…) William Christie é um americano que mora na França desde 1979 — nasceu em 1944 –, fundador do Les Arts Florissants, um conjunto vocal e instrumental que já recebeu consideráveis encômios de Clara Schumann no MSN. Aqui, ele dirige esplendidamente a ópera (ou “Tragédie en Musique”) Atys do florentino Giovanni Battista Lulli, o qual também trocou seu país pela França, tornando-se Jean_Baptiste Lully.

Segundo a Harmonia Mundi e a Diapason, esta gravação marcou o renascimento da ópera barroca francesa em nossos dias. Ouvi apenas uma vez e digo que gostei muito!

Como petit gâteau, temos a interessante La Gamme, de Marin Marais.

Disc: 11

Atys, de Jean-Baptiste Lully

1. Ouverture – Les Arts Florissants
2. Le Temps: ‘En Vain, J’ai Respecte’ – Les Arts Florissants
3. Air Pour Les Nymphes De Flore – Les Arts Florissants
4. Le Temps: ‘La Saison Des Frimats’ – Les Arts Florissants
5. Air Pour La Suite De Flore – Les Arts Florissants
6. Prelude Pour Melpomene – Les Arts Florissants
7. Air Pour La Suite De Melpomene – Les Arts Florissants
8. Ritournelle – Les Arts Florissants
9. Menuet – Les Arts Florissants
10. Reprise De L’Ouverture – Les Arts Florissants
11. Scene 1. Ritournelle. Scene 2. Idas – Les Arts Florissants
12. Idas: ‘Atys, Ne Feignez Plus’ – Les Arts Florissants
13. Scene 3. Sangaride Et Doris : ‘Allons, Allons, Accourez Tous’ – Les Arts Florissants
14. Scene 4. Sangaride : ‘Atys Est Trop Heureux’ – Les Arts Florissants
15. Sangaride Et Doris : ‘Un Amour Malheureux’ – Les Arts Florissants
16. Scene 5. Atys: ‘On Voit Dans Ces Campagnes’. Scene 6. Atys – Les Arts Florissants
17. Atys Et Sangaride: ‘Si L’Hymen Unissait’ – Les Arts Florissants
18. Scene 7. Atys: ‘Mais Deja De Ce Mont Sacre’ – Les Arts Florissants
19. Entree De Phrygiens – Les Arts Florissants
20. Second Air Des Phrygiens – Les Arts Florissants
21. Scene 8. Prelude – Les Arts Florissants
22. Cybele: ‘Venez Tous Dans Mon Temple’ – Les Arts Florissants
23. Scene 1. Ritournelle. Atys: ‘Qu’Un Indifferent Est Heureux’ – Les Arts Florissants
24. Scene 2. Prelude – Les Arts Florissants
25. Cybele: ‘Je Veux Joindre’ – Les Arts Florissants
26. Scene 3. Cybele: ‘Tu T’Etonnes, Melisse’ – Les Arts Florissants
27. Cybele: ‘Que Les Plus Doux Zephyrs’. Scene 4. – Les Arts Florissants
28. Entree Des Nations – Les Arts Florissants
29. Entree Des Zephyrs – Les Arts Florissants
30. Choeur Des Nations’ ‘Que Devant Vous’ – Les Arts Florissants
31. Atys: ‘Indigne Que Je Suis’ – Les Arts Florissants
32. Reprise Du Choeur Des Nations : ‘Que Devant Nous’ – Les Arts Florissants
33. Reprise De L’Air Des Zephyrs – Les Arts Florissants

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Disc: 12

1. Scene 1. Ritournelle. Atys :’Que Servent Les Faveurs’ – Les Arts Florissants
2. Scene 2. Idas:’Peut-on Ici Parler’ – Les Arts Florissants
3. Atys:’Le Plus Juste Parti’.Scene 3 – Les Arts Florissants
4. Scene 4. Prelude. Le Sommeil:’Dormons, Dormons Tous’ – Les Arts Florissants
5. Prelude – Les Arts Florissants
6. Morphee:’Ecoute, Ecoute, Atys’ – Les Arts Florissants
7. Phantase:’Que L’Amour A D’Attraits’ – Les Arts Florissants
8. Phobetor:’Goute En Paix’ – Les Arts Florissants
9. Phantase:’Trop Heureux Un Amant’ – Les Arts Florissants
10. Un Songe Funeste:’Garde-Toi D’Offenser’ – Les Arts Florissants
11. Choeur Des Songes Funestes:’L’Amour Qu’on Outrage’ – Les Arts Florissants
12. Scene 5.Atys:’Venez A Mon Secours’.Scene 6.Atys – Les Arts Florissants
13. Scene 7.Cybele:’Qu’ Atys Dans Ses Respects’ – Les Arts Florissants
14. Scene 8. Ritournelle.Cybele ‘Espoir Si Cher Et Si Doux’ – Les Arts Florissants
15. Scene 1.Doris:’Quoi! Vous Pleurez!’ – Les Arts Florissants
16. Scene 2. Prelude – Les Arts Florissants
17. Celenus:’Belle Nymphe’.Scene 3 – Les Arts Florissants
18. Scene 4. Ritournelle. Atys:’Qu’il Sait Peu Son Malheur’ – Les Arts Florissants
19. Atys, Sangaride:’Je Jure/Je Promets’ – Les Arts Florissants
20. Scene 5. Prelude. Le Dieu Du Fleuve Sangar:’O Vous Qui Prenez Part’ & Choeur – Les Arts Florissants
21. Le Dieu Du Fleuve Sangar:’Que L’on Chante’ & Choeur – Les Arts Florissants
22. Gavotte, Choeur De Dieux De Fleuves Et De Divinites De Fontaines Et De Ruisseaux:’La Beaute La Plus Severe’ – Les Arts Florissants
23. Menuet, Choeur De Dieux & Divinites:’L’Hymen Seul Ne Saurait Plaire’ – Les Arts Florissants
24. Menuet, Choeur De Dieux & Divinites:’Une Constance Extreme’ – Les Arts Florissants
25. Gavotte, Choeur De Dieux & Divinites:’Un Grand Calme’ – Les Arts Florissants
26. Scene 6.Choeur De Dieux & Divinites:’Venez Former’ – Les Arts Florissants

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Disc: 13

1. Scene 1. Ritournelle – Les Arts Florissants
2. Celeus:’Vous M’Otez Sangaride’ – Les Arts Florissants
3. Scene 2.Cybele Et Celenus:’Venez Vous Livrer’ – Les Arts Florissants
4. Cybele:’Toi Qui Porte Partout’ – Les Arts Florissants
5. Scene 3.Atys:’Ciel!’ – Les Arts Florissants
6. Choeur Des Phrygiens:’Atys Lui-Meme’. Scene 4 – Les Arts Florissants
7. Atys:’Quoi! Sangaride Est Morte!’ – Les Arts Florissants
8. Scene 5. Cybele:’Je Commence A Trouver’ – Les Arts Florissants
9. Scene 6. Idas:’Il S’Est Perce Le Sein’ – Les Arts Florissants
10. Ritournelle – Les Arts Florissants
11. Cybele:’Venez, Furieux Corybantes’. Scene Derniere – Les Arts Florissants
12. Entree Des Nymphes – Les Arts Florissants
13. Premiere Entree Des Corybantes – Les Arts Florissants
14. Second Entree – Les Arts Florissants
15. Cybele Et Choeur Des Divinites Des Bois Et Des Eaux:’Que Le Malheur D’Atys’ – Les Arts Florissants

Les Arts Florissants
William Christie, conductor

Marin Marais – La Gamme, en forme de petit opéra

16. Medley:Ut-Re-Mi-Fa-Sol-La-Si-Ut-Si-La-Sol/Fa-Mi-Re-Ut – London Baroque

London Baroque
Charles Medlam, conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

György Ligeti (1923-2006) – Études Pour Piano

Eu não sei que CD é este. Só sei que ele está no stigma rest room (label “Contemporary”) daquele espanhol completamente maluco que posta música “unusual” e reclama da ex- mulher. Ah, dentro do “.rar” há uma capa de DVD russo sem maiores informações (???)… Mas o stigma nos dá uma pequena ficha.

György Ligeti – Études Pour Piano

Premier livre
01 – Étude no. 1 D‚sordre
02 – Étude no. 2 Cordes à vide
03 – Étude no. 3 Touches bloquées
04 – Étude no. 4 Fanfares
05 – Étude no. 5 Arc-en-ciel
06 – Étude no. 6 Automne à Varsovie

Deuxième livre
07 – Étude no. 7 Galamb borong
08 – Étude no. 8 FÉm
09 – Étude no. 9 Vertige
10 – Étude no. 10 Der Zauberlehrling
11 – Étude no. 11 En suspens
12 – Étude no. 12 Entrelacs
13 – Étude no. 13 L’escalier du Diable
14 – Étude no. 14 Coloana infinita

Troisieme livre
15 – Étude no. 15 White on white
16 – Étude no. 16 Pour Irina
17 – Étude no. 17 A bout de souffle

Sim, são os estudos para piano. A gravação é boa. Algum de vocês sabe o que é? E quem será o pianista?


BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

Georg Friedrich Haendel (1685 – 1759) – O Messias

O Messias é o oratório mais popular de Handel. É grande número dos corais que atacam, confiantes e sorridentes, o coral Hallelujah. Eles estão certos. Só que esta peça não é o melhor neste oratório cheio de lirismo e de um melodismo raro, riquíssimo. É difícil de se encontrar árias mais inspiradas do que He shall feed His flock, Ev`ry valley shall be exalted, Why do the nations?, corais como For unto us a child is born, And the glory of the Lord, And He shall purify, além da ária-coral O thou thet tellest good tidings to Zion. Handel era genial e aqui tem seu ponto mais alto. A popularidade de O Messias é merecida.

O Messias normalmente ouvido por nós, principalmente no célebre Hallelujah, está bem longe daquilo que foi planejado originalmente por Handel. Pode parecer surpreendente a muitos o fato de que Handel, enquanto compunha o Oratório, lutava contra problemas administrativos que o levaram a utilizar um grupo pequeno de músicos, pela simples razão de que não os havia na Dublin de 1742 e de que era oneroso buscá-los em outras cidades. Handel dispunha apenas de 16 cantores-solistas e uma orquestra mínima e a estréia foi assim mesmo. No curso destes mais de 260 anos, o popular Messias foi executado de todas as formas imagináveis. Nas antigas gravações da obra e até hoje, são ouvidos enormes corais, oboés dobrando as vozes – não há oboés na versão original -, fagotes no baixo contínuo – fagotes no original?, que fagotes? – etc.

Nos anos 70, quando ouvi esta obra-prima pela primeira vez, foi na mastodôntica versão de Karl Richter. Achei uma maravilha o que hoje acho estranho. Richter usou enorme coral e um potente conjunto instrumental, tudo muito pouco barroco. Só que a gravação era linda, avassaladora. Ouvia-se ali o precursor do Beethoven da 9ª Sinfonia. Só que os anos seguintes trouxeram as gravações em instrumentos originais, com as obras sendo executadas dentro da formação mínima prescrita pelo compositor em Dublin — um pouco maior em Londres — e, enquanto definhava em potência sonora, O Messias ia ganhando outros coloridos. A partir da década de 80, fomos nos acostumando a deixar o volume para compositores mais modernos e a fruir a delicadeza barroca. Não, não é proibido ouvir as velhas gravações que utilizam exércitos fortemente armados na interpretação deste oratório — e nem as novas que ainda fazem o mesmo –, mas alguém com tendências puristas como eu, teve de acostumar-se ao uso de forças menores na interpretação do powerful Messiah. Hoje, parece a mim uma desonestidade ouvir uma obra interpretada dentro de uma concepção tão longínqua das intenções do compositor, ou seja, tão longe daquilo que Handel ouvia. Sei que estou em terreno perigoso e que há fóruns que estão discutindo isto há anos. Tudo começa com alguém perguntando “Mas, e se Handel dispusesse de um coral de 96 elementos e pudesse quadruplicar a orquestra, a música seria diferente?”. Tenho posições nestas questões, porém aqui a intenção é a de modestamente descrever e louvar um pouco de O Messias, esta delicada e poderosa obra de câmara…

É lendária velocidade com que Handel escrevia suas obras. Imaginem que os mais de 140 minutos deste oratório foram escritos em apenas 21 dias. Certa vez, creio que Stefan Zweig escreveu uma narrativa da gestação de O Messias. Ele valorizava como uma exceção a velocidade com que a obra tinha sido escrita, mas ao consultar meus alfarrábios descobri que ele sempre produzia assim. Seus doze concerti grossi, opus 6, foram escritos em 24 dias, quando há pessoas que não conseguiriam sequer copiá-los neste período! Quando inspirado, o homem era rápido mesmo.

Mais curiosidades? Depois da elogiada e aplaudidíssima estréia em Dublin (em 13 de abril de 1742), Londres… bem, Londres só conseguiu ler as notícias. Ocorria que era proibido falar de coisas sagradas nos teatros e não se podia trazer profissionais dos teatros para cantarem numa igreja. Um impasse. Então o oratório, tal qual uma alma penada, caiu no limbo. Só com alguns de atraso e quase à morte, Handel pode ver seu oratório triunfar na capital.

Olha, há um monte de boas gravações. Vou postar duas, uma agora e outra daqui uns meses. Eu acho este registro da Scholars Baroque Ensemble, feito para a Naxos, sensacional. A gravação da Naxos obedece a rarefeita formação dublinense da estréia; a de Gardiner aparece com alguns reforços no coral, o que vamos perdoar, mas só desta vez. Para quem não está nem aí para estas filigranas, indico também a clássica gravação de Karl Richter com a Orquestra Filarmônica de Londres e o coro John Alldis. Sim, é bonita, mas talvez não seja mais Handel. Dentre as mais novas, a de Nicholas McGegan é perfeita. Mas fique tranqüilo, com a gravação abaixo, você poderá sair à rua e gritar que ouviu um excelente O Messias.

O nome de Handel também aparece como Händel ou Haendel. Este alemão que produziu parte de sua obra na Inglaterra teve seu nome grafado nas três formas citadas. Seu nome original é Georg Friedrich Haendel, mas ele tornou-se George e Frideric e Handel na Inglaterra. Ah, é uma confusão.

Disc 1

Handel, George Frideric – Messiah, HWV 56

1. Part I: Sinfonia 00:03:12
2. Part I: Recitative: Comfort ye my people (Tenor) 00:03:08
3. Part I: Aria: Every valley shall be exalted (Tenor) 00:03:35
4. Part I: And the glory of the Lord shall be revealed (Chorus) 00:02:37
5. Part I: Recitative: Thus saith the Lord (Bass) 00:01:24
6. Part I: Aria: But who may abide the day of His coming? (Counter – tenor) 00:03:06
7. Part I: And He shall purify the sons of Levi (Chorus) 00:02:29
8. Part I: Recitative: Behold, a virgin shall conceive (Alto) 00:00:25
9. Part I: Aria: O thou that tellest good tidings to Zion (Alto) 00:05:33
10. Part I: Recitative: For behold, darkness shall cover the earth (Bass) 00:02:42
11. Part I: Aria: The people that walked in darkness have seen a great light (Bass) 00:04:25
12. Part I: For unto a child is born (Chorus) 00:04:03
13. Part I: Pifa 00:00:56
14. Part I: Recitative: There were shepherds abiding in the field (Soprano) 00:01:22
15. Part I: Glory to God in the highest (Chorus) 00:01:54
16. Part I: Aria: Rejoice greatly, O daughter of Zion (Soprano) 00:04:04
17. Part I: Recitative: Then shall the eyes of the blind be opened (Alto) 00:00:20
18. Part I: Aria: He shall feed His flock like a shepherd (Alto) 00:05:13
19. Part I: His yoke is easy, His burthen is light (Chorus) 00:02:22
20. Part II: Behold the Lamb of God (Chorus) 00:02:52
21. Part II: Aria: He was despised and rejected of men (Alto) 00:11:11
22. Part II: Surely, He hath borne our griefs and carried our sorrows (Chorus) 00:02:05
23. Part II: And with His stripes we are healed (Chorus) 00:01:54
24. Part II: All we like sheep have gone astray (Chorus) 00:03:55

BAIXE AQUI O CD1 – DOWNLOAD HERE CD1

Disc 2

1. Part II: Recitative: All they that see Him Laugh Him to scorn (Tenor) 00:00:44
2. Part II: He trusted in God that He would deliver Him (Chorus) 00:02:23
3. Part II: Recitative: Thy rebuke hath broken His heart (Tenor) 00:01:48
4. Part II: Arioso: Behold, and see if there be any sorrow like unto His sorrow! (Tenor) 00:01:34
5. Part II: Recitative: He was cut off out of the land of the living (Tenor) 00:00:19
6. Part II: Aria: But thou didst not leave His soul in Hell (Tenor) 00:02:42
7. Part II: Lift up your heads (Chorus) 00:03:04
8. Part II: Recitative: Unto which of the angels said He at any time (Tenor) 00:00:14
9. Part II: Let all the angels of God worship Him (Chorus) 00:01:28
10. Part II: Aria: Thou art gone up high (Counter – tenor) 00:03:17
11. Part II: The Lord gave the word (Chorus) 00:01:10
12. Part II: Duet: How beautiful are the feet of Him that bringeth glad tidings of salvation (Soprano, counter – tenor) 00:03:22
13. Part II: Aria: Why do the nations so furiosly rage together (Bass) 00:03:08
14. Part II: Let us break their bonds asunder (Chorus) 00:01:50
15. Part II: Recitative: He that dwelleth in heaven shall laugh them to scorn (Tenor) 00:00:12
16. Part II: Aria: Thou shalt break them with a rod of iron (Tenor) 00:02:10
17. Part II: Hallelujah! (Chorus) 00:03:44
18. Part III: Aria: I know that my Redeemer liveth (Soprano) 00:06:07
19. Part III: Since by man came death (Chorus) 00:01:52
20. Part III: Recitative: Behold, I tell you a mystery (Bass) 00:00:32
21. Part III: Aria: The trumpet shall sound (Bass) 00:09:06
22. Part III: Recitative: Then shall be brought to pass the saying that is written (Counter – tenor) 00:00:17
23. Part III: Duet: O Death, where is thy sting (Counter – tenor, Tenor) 00:03:24
24. Part III: Aria: If God be for us, who can be against us? (Soprano) 00:04:57
25. Part III: Worthy is the Lamb that was slain (Chorus) 00:07:19

BAIXE AQUI O CD2 – DOWNLOAD HERE CD2

Adrian Peacock
David van Asch
Angus Davidson
Helen Parker
Kym Amps
John Bowen
Robin Doveton
Scholars Baroque Ensemble

Total Playing Time: 02:21:30

PQP