Radamés Gnattali (1906 — 1988) e outros – Acervo Funarte

Radames GnattaliO Itaú Cultural lançou este CD, originalmente um vinil , em 1999. As informações a respeito são mais do que insuficientes e o incrível é que ele conta com ilustres desconhecidos, como Tom Jobim, Paulinho da Viola e outros… Sabe-se o grupo que interpreta as primeiras músicas e nem se imagina quem toca o bom quarteto de cordas final. Não vou criticar o Itaú Cultural; afinal, se o CD existe e chegou a mim é por mérito da instituição, mas bem que ele poderia ser mais informativo.

Radamés Gnattali (Porto Alegre, 27 de janeiro de 1906 — Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1988) foi um grande músico e compositor brasileiro. Foi também pianista, maestro e arranjador especializado em choro. Teve trajetória única, não tendo abandonado nunca o erudito, nem o popular. Era notável o carinho que muitos músicos tinham pelo maestro. Desde Raphael Rabello até Tom Jobim, do qual foi parceiro, passando por Cartola, Villa-Lobos, Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Paulinho da Viola, Lorenzo Fernandez e Camargo Guarnieri.

É popular, é erudito? Olha, só pensei nisso agora e não me interessa a resposta.

Radamés Gnattali – CD do Acervo da Funarte editado pelo Itaú Cultural

Instrumentistas:

– Tom Jobim piano e flauta
– Paulinho da Viola cavaquinho
– José Menezes guitarra
– Chiquinho do Acordeão acordeão
– Um quarteto de cordas não informado….

Faixas:

1. Meu amigo Radamés (Tom Jobim)
2. Meu amigo Tom Jobim (Radamés Gnatalli)
3. Sarau para Radamés (Paulinho da Viola)
4. Obrigado, Paulinho (Radamés Gnatalli)
5. Capibaribe (Radamés Gnatalli)
6. Um choro para Radamés (Capiba)
7. Quarteto Popular (Radamés Gnattali)
– 1º Mvto: Movido
– 2º Mvto: Lento-Vivo-Lento
– 3º Mvto: Allegro Moderato

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O Novo Banner

Banner é este desenho que você vê aí em cima, no topo da página. Alguns notaram que ele foi alterado nos últimos dias. O que ninguém notou é que a gravura é de nossa família. Sim, de um sarau realizado na casa de nossos pais. F.D.P. Bach ficou na porta, chorando porque não o deixaram entrar. Eu sou aquele menino de cabelos escuros que é levado delicadamente de volta para a rua, observado por papai, o que hoje muito me comove.

– O lugar dos bastardinhos é lá fora – dizia minha tia enquanto me empurrava…

Nicolo Paganini (1782-1840) – Paganini for Two

De vez em quando um leitor pergunta por que o blog ainda não tem nada de Paganini, o gênio do violino do século XIX, para alguns o maior violinista de todos os tempos. Respondemos então que com o tempo ele seria postado, seguimos nossos instintos em nossas postagens, nada é planejado. Muitos planos elaborados são deixados para trás, pois em determinado momento ao fuçarmos nossos cds encontramos algum material que achamos importante postarmos.

Mas Paganini realmente estava fazendo falta por aqui. Meu irmão PQP diz que não gosta de Paganini por causa de seu virtuosismo exacerbado. Tudo em excesso, o coitado do solista sofre, e, segundo ele, seus ouvidos também sofrem. Meu irmão PQP com certeza está exagerando um tanto quanto em sua opinião, sei que no fundo, no fundo, ele admira o virtuose italiano, assim como de certa forma se rendeu à Dvorak quando postei seu concerto para violino com o excepcional Maxim Vengerov.

Mas antes de começarmos com os concertos para violino, vamos á esses magníficos duos para violino e violão, nas mãos de outros dois mestres em seus instrumentos, Gil Shaham e Goran Sollscher. FDP Bach porém confessa: apesar de ser um grande cd, sua versão favorita de algumas dessas peças é com a dupla John Williams / Itzak Perlman, cujo cd infelizmente se encontra perdido, talvez emprestado para algum “amigo” que se “esqueceu” de devolve-lo. É a minha versão favorita por ser fã de John Williams desde minha adolescência.

Por não ter tido até então nenhum contato com o violonista sueco Goran Sollscher, fui atrás de sua biografia. E pude verificar, como os senhores podem ler aqui, que o cara não é pouca coisa não. Virtuose do instrumento, tem um repertório bem vasto, que vai de Bach á Beatles. E sua parceria aqui com Gil Shaham lhes valeu excelentes críticas pela imprensa especializada. Estou ansioso aguardando o novo cd dessa dupla, onde interpretam Schubert, a grande paixão da nossa colega Clara Schumann (claro que trata-se de uma paixão platônica, afinal Clara será sempre fiel ao seu Robert). Gil Shaham já me era conhecido, mas nunca tinha ouvido com atenção suas interpretações. Bem, que podemos dizer além de que ele segue a tradição dos grandes violinistas judeus, como Perlman, Heifetz, Mintz, Stern, Szering, entre tantos outros? Além de tocar com um Stradivarius 1699, claro, do qual consegue tirar sons que possivelmente não conseguiria com outro instrumento.

Enfim, fiquemos pois com esse belíssimo cd, que tenho certo certeza lhes proporcionará momentos de intenso prazer.

Nicólo Paganini (1782-1840) – Paganini for Two

1. Sonata concertata M.S. 2 per chitarra e violino in A major – Allegro spiritoso

2. Sonata concertata M.S. 2 Sonata per chitarra e violino in A major – Adagio, assai espressivo

3. Sonata concertata M.S. 2 per chitarra e violino in A major – Rondeau. Allegretto con brio, scherzando

4. Sei sonate M.S. 27 (op.3) per violino e chitarra / Sonata n.1 – in A major – Larghetto

 5. Sei sonate M.S. 27 (op.3) per violino e chitarra / Sonata n.1 – in A major – Presto Variato – Variazione

6. Sei sonate M.S. 27 (op.3) per violino e chitarra / Sonata n.4 – in A minor – Andante largo

7. Sei sonate M.S. 27 (op.3) per violino e chitarra / Sonata n.4 – in A minor – Allegretto

8. Sei sonate M.S. 27 (op.3) per violino e chitarra / Sonata n.6 – in E minor – Andante

9. Sei sonate M.S. 27 (op.3) per violino e chitarra / Sonata n.6 – in E minor – Allegro vivo e spiritoso – Minore

10. Grand Sonata M.S.3 per chitarra e violino – in A major

11. Centone di sonate M.S.112 per violino e chitarra – Lettera A: / Sonata n.2 – in D major – Adagio cantabile

12. Centone di sonate M.S.112 per violino e chitarra – Lettera A: / Sonata n.2 – in D major – Rondoncino. Andantino, Tempo di Polacca – Minore

13. Centone di sonate M.S.112 per violino e chitarra – Lettera A: / Sonata n.4 – in A major – Adagio cantabile

14. Centone di sonate M.S.112 per violino e chitarra – Lettera A: / Sonata n.4 – in A major – Rondo. Andantino. Allegretto – Minore – Maggiore

15. Cantabile M.S.109 – in D major – per violino e chitarra (pianoforte)

16. Sonata a preghiera M.S.23 – in F minor per violino IV corda e chitarra – transcrip. f. guitar L.Hannibal – 1. Introduction. Allegro

17. Sonata a preghiera M.S.23 – in F minor per violino IV corda e chitarra – transcrip. f. guitar L.Hannibal – 2. Thème. Tempo alla Marcia

18. Sonata a preghiera M.S.23 – in F minor per violino IV corda e chitarra – transcrip. f. guitar L.Hannibal – Var. I 

19. Sonata a preghiera M.S.23 – in F minor per violino IV corda e chitarra – transcrip. f. guitar L.Hannibal – Var. II. Vigoroso –

20. Sonata a preghiera M.S.23 – in F minor per violino IV corda e chitarra – transcrip. f. guitar L.Hannibal – Var. III.

21. Sonata a preghiera M.S. 23 – in F minor per violino IV corda e chitarra – transcrip. f. guitar L.Hannibal – 3. Finale

22. Allegro vivace a movimento perpetuo M.S.72 (op.11) in C major – per violino e chitarra – Revision of guitar part Lars Hannibal

Gil Shaham – Violin

Göram Söllscher – Guitar

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Igor Stravinski (1882 – 1971) e Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Agon e Sinfonia Nº 15

Extraordinária gravação em que Evgeni Mravinski conduz a Orquestra Filarmônica de Leningrado no balé Agon, de Stravinski (gravação de 1965), e na 15ª Sinfonia de Dmitri Shostakovich (gravação de 1976).

Agon é de 1957, quando Stravinski tinha 75 anos. A música, aqui, prescinde do balé – que alívio, não? -, mas não me causa nenhum entusiasmo. Já o Shostakovich… A Sinfonia Nº 15 é a última do compositor e, em 1976, Mravinski iniciou a temporada de sua orquestra dedicando nada menos do que quatro concertos a seu amigo. A gravação postada traz um registro deste extraordinário evento.

Sem dúvida, a Sinfonia Nº 15 é uma de minhas preferidas no gênero. É difícil estabelecer-se um conteúdo programático para ela. Trata-se de uma música muito viva, com colorido orquestral atraente, temas facilmente assimiláveis e nada triviais, clímax e pausas meditativas que empolgam e mantém o ouvinte permanentemente atento. E com os contrastes inesperados característicos de Shostakovich. Parece um roteiro de Shakespeare passado à música, trazendo o trágico ao festivo, empurrando a reflexão para junto da zombaria. Bom, já viram que sou um apaixonado desta sinfonia.

O primeiro movimento (Allegretto) é uma curiosidade por manter sempre ativo o motivo da cavalgada da abertura Guilherme Tell, de Rossini, e pela participação incessante da percussão. O segundo movimento (Adagio) é circunspecto. Os metais trazem uma melodia sombria, para depois o violoncelo completá-la com um solo dilacerante, a cujas cores será acrescida, mais adiante, a ressonância do contrabaixo. Um novo Alegretto surge repentinamente do Adagio, retomando o clima do primeiro movimento, mas desta vez somos levados pelos solos do fagote, violino, clarinete e flautim. O movimento final, outro adagio, é enigmático. A simbologia está presente com a apresentação de imediato do Prenúncio da Morte, composto por Wagner para a Tetralogia do Anel. O ouvinte wagneriano fica desconcertado ao escutar de imediato esta música conhecida, parece tratar-se de um equívoco, de um erro de partitura. Ao pesado motivo de Wagner são contrapostos temas executados pelo setor leve da orquestra, porém, a todo instante, o sinistro aviso retorna e, mais adiante, os metais refletirão uma angustiada exasperação… A sinfonia esvai-se em delicados sons de percussão, deixando um desconcertante ponto de interrogação no ar. O significado do Prenúncio da Morte é óbvio, porém, o que significam a percussão, a orquestração e as melodias jocosas que o cercam? Uma simples experiência sinfônica? Impossível. O desejo de felicidade de alguém cuja vida se encerra? Ou, voltando a Shakespeare, que a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, que nada significa (*)? Porém, a significação, a intenção exata de uma obra instrumental é tão importante? Ou seria mais inteligente fazer como fez Shostakovich, levando-nos bem próximo ao irrespondível para nos abandonar por lá?

(*) Macbeth, William Shakespeare.

STRAVINSKY Agon (40mb)
1. Pas de quatre 1:48
2. Double Pas de quatre 1:36
3. Triple Pas de quatre 1:09
4. Prelude 0:57
5. First Pas de trios Saraband Step 1:18
6. Gaillarde 1:19
7. Coda 1:28
8. Interlude 0:55
9. Second Pas de trios Bransle simple 0:59
10. Bransle gay 0:53
11. Bransle double 1:27
12. Interlude 0:56
13. Pas de deux Adagio – variation – refrain 4:16
14. Coda 1:35
15. Four Duos 0:32
16. Four Trios 0:39
17. Coda 1:53

SHOSTAKOVICH Symphony No.15 (70mb)
18. Allegretto 7:42
19. Adagio, Largo 14:28
20. Allegretto 3:38
21. Adagio,Allegretto 13:50

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Dois Avisos

1. Andei relendo uns textos que escrevi (eu, P.Q.P. Bach) e fiz a correção de várias atrocidades ao idioma. A maior parte dos erros era de digitação. Não conheço blog que tenha revisão; então, se vocês encontrarem erros, podem denunciar. Não me ofendo, até gosto, pois gosto ainda mais das coisas corretinhas. Porém, como disse, blogs não têm revisão e a gente erra mesmo!

2. O hospedeiro deste blog está passando por instabilidades e será trocado. Muitos de vocês devem ter notado que o PQP some às vezes. Acho que ele deverá sumir por um período talvez mais longo nos próximos dias, coisa de um a dois dias. Quando voltar, voltará de forma mais estável. Em termos de acesso, nada mudará.

George Frideric Handel – Concerti Grossi op. 6 nºs 1, 2, 3, 4 e 5

FDP Bach volta ao barroco, trazendo mais um volume da integral dos Concerti Grossi de Handel, com a interpretação de Karl Richter e sua Münchener Bach-Orchestra. Como prometido, estarei postando em média um cd por mês dessa integral composta por 4 cds.

Enjoy it.  

Então, vamos ao que interessa:

George Frideric Handel –  Concerti Grossi op. 6 nºs 1, 2, 3, 4 e 5 

 Concerto grosso in G, Op.6, No.1
 
1    1. A tempo giusto 
2    2. Allegro
3    3. Adagio  
4    4. Allegro
5    5. Allegro
 
Concerto grosso in F, Op.6, No.2
 
6    1. Andante larghetto   
7    2. Allegro  
8    3. Largo – Adagio – Larghetto andante, e piano  
9    4. Allegro, ma non troppo 
 
Concerto grosso in E minor, Op.6, No.3
 
10    1. Larghetto
11    2. Andante
12    3. Allegro
13    4. Polonaise  
14    5. Allegro, ma non troppo
 
Concerto grosso in A minor, Op.6, No.4
 
15    1. Larghetto affettuoso
16    2. Allegro
17    3. Largo, e piano
18    4. Allegro [2:50]
 
Concerto grosso in D, Op.6, No.5
 
19    1. (Larghetto, e staccato)
20    2. Allegro
21    3. Presto   
22    4. Largo
23    5. Allegro
24    6. Menuet (un poco larghetto)
 

Münchener Bach Orchestra

Gerhart Hetzel, Kurt-Christian Stier, Fritz Kiskalt, Hedwig Bilgram – solistas

Münchener Bach-Orchester

Karl Richter

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Josquin des Prés (1440-1521) – Missa Hercules dux Ferrariae

Confesso ter me apaixonado por este disco mais devido ao trabalho impecável do time de músicos que participam da gravação do que pelas obras interpretadas. Des Prés é um precursor da música francesa e, como tal, acerta de forma espetacular assim como erra bisonhamente, mas sempre mantendo um ar blasé. Talvez eu esteja sendo injusto com Desprez, porém aqui há falta de unidade. Há movimentos belíssimos ao lado de coisas para cumprir carnê. A missa é um carnê, não? Bom, vou parar por aqui. Tenho receio de que Clara Schumann fique muito indignada comigo.

Ah, CD de som espetacular. Aumente o volume!

Josquin des Prés – Missa Hercules Dux Ferrariae

A Sei Voci – Maitrise Notre-Dame de Paris – Les Saqueboutiers de Toulouse –
Ensemble Labyrinthes

Year: 1996
Style: Sacred music
Country: France

TrackList:

01 – Josquin Desprez – Deus, In Nomine tuo salvum me fac
02 – Johannes Martini – Perfunde coeli rore

Josquin Desprez: Missa Hercules Dux Ferrariae:
03 – Josquin Desprez – Introit
04 – Josquin Desprez – Kyrie, Christe, Kyrie
05 – Josquin Desprez – Gloria
06 – Josquin Desprez – Credo
07 – Josquin Desprez – Sanctus, Benedictus
08 – Josquin Desprez – Agnus Dei

09 – Josquin Desprez – Inviolata, integra, et casta es, Maria
10 – Josquin Desprez – Miserere mei, Deus
11 – Eneas Dupre – Chi a martello dio gl’il toglia

A Sei Voci:
Raoul Le Chenadec – countertenor
Thierry Brehu – tenor
Eric Gruchet – tenor
James Gowings – baritone
Didier Bolay – bass

Maitrise Notre-Dame de Paris:
William Anger, Ambroise Audoin-Rouseau, Raphael Audoin-Rouseau,
Benjamin Limonet, Raphael Mas, Francois-Xavier Casadavant – treble
Aino Lund, Marie-Pierre Wattiez, Valerie Rio, Cyprile Meier,
Mathilde Ambrois – soprano
Andres Rojas Urrego, Cecile Pilorger, Helene Bordes – alto
Pascal Lefebvre, Christophe Poncet, Marc Manodritta, Nicolas Maire – tenor
Eric Lavoipierre, Robert Labrosse, Emmanuel Bouquey, Emmanuel Vistorky,
Serge Schoonbroodt – bass

Les Saqueboutiers de Toulouse:
Jean-Pierre Canihac – cornett
Daniel Lassalle, Stefan Legee – sackbut
Thierry Durant – bass sackbut
Gisele David – percussions

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Anton Bruckner (1824-1896) – Final da Integral das Sinfonias – Sinfonias Nros. 8 e 9

Fechamos as sinfonias de Bruckner com gravações clássicas de Eugen Jochum e com o excelente artigo escrito por Luís Antônio Giron quando do centenário de morte do compositor, ocorrido há 11 anos. Vale a pena ler:

Anton Bruckner ganha celebração incógnita

Um ancião de aparência insignificante passa a manhã de domingo de 11 de outubro de 1896 às voltas com papéis. Venta muito em Viena. Ele se sente mal e se deita. Sua governanta, Kathi, lhe traz uma xícara de chá. Sorve o líquido com satisfação e pede mais um pouco. Kathi vai buscar o chá na cozinha. Quando volta, encontra o velho com a cabeça pendida para o lado. Assim morreu Anton Bruckner, aos 72 anos de idade, de pneumonia. Aquela manhã ele havia consumido ao piano a fim de retocar o “Finale” de sua “Nona Sinfonia, em Ré Menor”. Não completou o trabalho. As comemorações do centenário do acontecimento calham à banalidade que caracterizou sua vida. Talvez a monumentalidade de sua escritura nada tenha a ver com um mero século.

O centenário passa quase incógnito para um dos grandes mestres da sinfonia. Foi lembrado somente em Linz, onde trabalhou boa parte de sua vida como mestre-de-capela e organista da catedral da cidade. Realizou-se há um mês o Festival Bruckner, com execuções das dez sinfonias (há uma sinfonia “0”, desprezada pelo compositor) e algumas de suas sete missas, além do”Quarteto de Cordas em Fá Maior”, uma das raras peças de câmara que criou. O regente francês Pierre Boulez fez pela primeira vez uma obra do compositor. Regeu a “Sétima”, à frente da Orquestra Filarmônica de Viena. “Nós, franceses, nos acostumamos a desprezar Bruckner”, diz Boulez. “É uma obra que integra o patrimônio orquestral germânico”. As flutuações agógicas de Bruckner pouco têm a ver com a síntese bouleziana, herdada de outro Anton, Webern. O ritmo e os andamentos nas sinfonias brucknerianas se movem por ondas de indeterminação, prolongando-se ao infinito. A “Oitava, em Dó Menor”, por exemplo, dura quase 90 minutos. O dobro deste tempo é o que leva para ser executada a obra completa de Webern.

Bruckner se presta a esse tipo de paradoxo. Começou a compor aos 41 anos, idade em que Mozart, Schubert ou Pergolesi não alcançaram nem de longe. Ignorante e carola, pouco evoluiu em relação à mentalidade de sua aldeia natal, Ansfelden, na Alta-Áustria. Quase sem sair dela, amplificou a orquestra e alongou a forma sinfônica a escalas sobre-humanas, preparando o terreno para as alucinações apocalípticas de Gustav Mahler. Introduziu a técnica do leitmotiv e a instrumentação de Richard Wagner na sinfonia. Um dos traços de suas sinfonias é a utilização enfática da tuba wagneriana, maior e mais potente do que a normal. Assinou as passagens mais longas e vagarosas da história da música. Pretendeu, desse modo, inserir a melodia infinita wagneriana nas grandes formas do discurso sinfônico. Sua música envereda pela dízima periódica dos andamentos. Há adágios, como o da “Sinfonia número 7, em Mi Maior”, que parecem fermatas instaladas na música para indicar a eternidade.

O católico praticante forjou harmonias tão ousadas para a época, que alunos e editores trataram de revisar as partituras. Bruckner aceitou as alterações e se encarregam de algumas delas no fim da vida. Daí até hoje existirem controvérsias quanto à execução. Elas se expressam nas duas grandes edições de obras completas de Bruckner existentes: a “Gesamtausgabe” (Edição Completa), organizada por L. Nowak, contém versões “corrigidas” e com cortes; a “Sämtliche Werke” (Obras Completas), organizada por R. Haas, afirma seguir fielmente os manuscritos. Quem quiser apreciar a produção de Bruckner em sua inteireza deve prestar atenção a tais detalhes. Há gravações no mercado baseadas nas duas versões. Hoje em dia, porém, os maestros pesquisam nos originais para executar as obras, mencionando sempre o fato nos programas de concerto e livretos de CDs. Bruckner demorou muito para ser executado. Ganhou estima de público depois da Primeira Guerra, por iniciativa dos maestros wagnerianos Bruno Walter (1876-1962) e Hans Knappertsbusch (1888-1965) e Wilhelm Furtwängler (1886-1954). Este, aliás, quis seguir a carreira de compositor como herdeiro direto do mestre de Linz.

Literalmente Bruckner beijou os pés de Wagner, mas guardou para si o pior dos orgulhos, o dos que se vêem como gênios e agem com obstinação imbatível. Num dos acessos de megalomania que lhe nasciam da vida medíocre, Bruckner escreveu a um amigo: “Aconteceu comigo o que aconteceu a Beethoven; ele também não foi entendido pelos imbecis”.

Sua formação como compositor foi autodidata. Aprendeu órgão com o pai, músico amador e mestre-escola. No início da vida adulta, Bruckner ensinou em escolas de vilarejos, até ser admitido como aluno e mais tarde organista da abadia de St. Florian. Ali tomou contato com a música de Palestrina, Antonio Caldara, Johann Sebastian Bach, Haydn e Mozart. Nos dois últimos baseou-se para escrever suas primeiras obras, “Requiem em em Ré Bemol” e a. “Missa Solemnins em Si Bemol”. Até então escrevia como um atrasado da província. Em 1863, porém, fez-se a luz. O organista assistiu à première da ópera “Tannhäuser”, de Wagner, em Linz, em fevereiro de 1863. Dois anos depois assistiu à estréia de “Tristão e Isolda” em Munique. Conheceu Wagner pessoalmente e se assumiu como wagnerista.

Em 1868 mudou-se para Viena para trabalhar como professer de harmonia, contraponto e órgão no Conservatório. De 1871 até a morte, dedicou-se a escrever sinfonias. Teve poucos amores, não se casou. Para conquistar uma mulher, oferecia-lhe missais. Não teve sucesso com nenhuma. Em 1873 visitou Bayreuth, ainda em construção. Os cronistas da época o retratam em caricatura como um bajulador, sempre pronto a se auto-humilhar. Ao fim dos concertos, entregava moedas de ouro ao maestro que se saía bem em suas sinfonias. Em Bayreuth, sobraçava uma casaca, para vesti-la toda vez que topasse com Wagner. Então se inclinava e fazia rapapés. Havia enviado ao guru a partitura de sua “Terceira Sinfonia, em Ré Menor”, a ele dedicada, e queria ouvir-lhe a opinião. A mulher de Wagner, Cosima, queria impedir o encontro. Mas Wagner finalmente o recebeu na mansão de Wahnfried. “Sua sinfonia é uma obra-prima”, disse, segundo contou depois Bruckner. “Estou muito honrado de aceitar a dedicatória”. Bruckner, segundo ele próprio, não pôde conter as lágrimas.

Wagner passou a lutar pela execução das obras de Bruckner. Seu papado, entretanto, não compreendia Viena. Ali ditava as normas do gosto o inimigo número um do pontífice de Bayreuth, o crítico Eduard Hanslick (1825-1904). Formalista, Hanslick refutava a música do futuro wagneriana por considerá-la excessivamente expressiva. Defendia a música de Brahms e considerava Bruckner o representante de Wagner em Viena. “A expressão dos sentimentos não constitui o conteúdo da música”, escreveu oi crítico. Ora, era tudo o que não pensava Wagner e, por extensão natural, Bruckner. Por influência de Hanslick, a Filarmônica de Viena recusou-se a executar uma a uma sinfonia que Bruckner lhe apresentava. A primeira chamaram de “desvairada” e assim por diante. As apresentações dessas partituras colecionaram desastres.

Wagner morreu em 1883 e Bruckner parecia despontar para o anonimato aos 60 anos de idade. Envolvido pelo luto, escreveu a “Sétima Sinfonia”. O maestro Arthur Nikish (1855-1922), antigo violinista da Filarmônica de Viena, decidiu executá-la no Teatro Municipal de Leipzig, do qual era diretor artístico. A estréia, em 30 de dezembro de 1884, colocou Bruckner no mapa musical. Aos 60 anos, foi comparado a Beethoven e Liszt. A “Sétima” sintetizava as linguagens de Beethoven e Wagner e é a obra mais conhecida do compositor.. Até então, a forma-sonata em sinfonia compreendia duas áreas tonais. Bruckner adotou uma terceira. Os desenvolvimento dos temas da obra são tempestuosos e erram por modulações estranhas. As melodias cromáticas dão saltos de sétima, quinta e sexta. Nascem do silêncio para aos poucos se elevarem em “tutti” desenhados monumentalmente por cordas, oito trompas, três trompetes, três trombones e cinco tubas. A “Sétima” foi a única fatia de glória que recebeu em vida.

As obras orquestrais de Bruckner formam estruturas achatadas, interrompidas vez por outro por terremotos de semicolcheias, tocados por metais e hachurados por cordas agitadas. À maneira de Mahler, Bruckner compôs os mundos excêntricos onde quis viver. Habitou sinfonias que lembram planícies pedregosas e vincadas de precipícios. Dedicou a úiltima sinfonia “ad majorem Dei gloriam” (para a maior glória de Deus) e autografou o tema final do Adagio (“muito lento e solene”) com a expressão “Abschied vom Leben” (Adeus à Vida). As tubas realizam um coral cromático sustentada pelos violinos. Tudo soa coerente.

A obra do mestre-escola de Linz deve ser compreendida pela grandiloqüência dos saltos abruptos de intervalos, harmonias e dinâmicas. É um planeta único, para muitos irrespirável, mas sem o qual não é possível entende a tradição sinfônica vienense que começa em Haydn, progride por Beethoven e Schubert e se encerra nas hipérboles de Mahler. O humilde Bruckner produz a culminância do gênero. Com ele, a sinfonia refuta a voz humana e o programa extramusical, como a virar pelo avesso a “obra de arte total” (Gesamtkunstwerk”) de Wagner. Torna-se conceito indefinido. Tinha razão. Os imbecis vão continuar sem entendê-lo.

Luís Antônio Giron

Symphony No. 9 em Ré Menor de Anton Bruckner (Ed. Nowak)
com a Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera
Direção de Eugen Jochum

Symphony No. 8 em Dó Menor de Anton Bruckner (Ed. Haas)
com Orquestra Filarmônica de Hamburgo
Direção de Eugen Jochum

Disc: 1
1. Symphonie Nr. 9 d-moll: 1. Feuerlich, misterioso
2. Symphonie Nr. 9 d-moll: 2. Scherzo. Bewegr, lebhaft – Trio, Schnell
3. Symphonie Nr. 9 d-moll: 3. Adagio. Langsam, feierlich
4. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 1. Allegro moderato

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Disc: 2
1. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 2. Scherzo. Allegro moderato
2. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 3. Adagio. Feierlich langsam, doch nicht schleppend
3. Symphonie Nr. 8 In C Minor: 4. Finale. Feierlich nicht schnell

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Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia Manfred, op. 58

A colaboração de nossos leitores / ouvintes para a manutenção e inspiração deste blog tem sido significativa. Nosso colega que assina como “exigente” gentilmente subiu para o badongo e nos cedeu o link da Manfred Symphony, de Tchaikovsky, versão do próprio Mariss Jansons, e que nos permite concluir o ciclo das sinfonias do mestre russo com esse excepcional regente. Explico para o “exigente” que re-upei a mesma para o rapidshare para podermos ter um melhor controle do número de nossos downloads. Mas fica aqui o agradecimento pela gentileza.

 Piotr Illich Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia Manfred, op. 58

  1. Manfred Symphony, Op. 58: I. Lento lugubre

2. Manfred Symphony, Op. 58: II. Vivace con spirito

3. Manfred Symphony, Op. 58: III. Andante con moto

4. Manfred Symphony, Op. 58: IV. Allegro con fuoco

Oslo Philarmonic Ochestra

Mariss Jansons – Director

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Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Missa em Si Menor (versão de Gustav Leonhardt)

Fragmento retirado do blog de Milton Ribeiro:

Tenho ouvido a Missa desde minha adolescência e parece-me que sempre descubro nela um detalhe a mais, um novo encanto. Voltei a ouvi-la ontem. Coloquei o CD duplo da gravação de Gustav Leonhardt e, por quase duas horas, acreditei em Deus. A noção de divindade sempre evitou este cético que vos escreve, mas, como afirmou o também descrente Ingmar Bergman, é impossível ignorar que Bach (1685-1750) nos convence do contrário através de sua arte perfeita.

A grandeza da Missa não é casual. Bach escreveu-a em 1733 (revisou-a em 1749) com a intenção de que ela fosse uma obra ecumênica. Seria a coroação de sua carreira de compositor sacro. Suas outras obras sacras (Missas, Oratórios, Paixões, Cantatas, etc.) foram sempre compostas em alemão e apresentadas em igrejas luteranas, porém na Missa Bach usa o latim que, em sua opinião, seria mais cosmopolita e poderia trafegar entre outras religiões, principalmente a católica. O texto utilizado não foi o das missas de sua época, é mais antigo e inclui alguns versos retirados após a Reforma, como o significativo Unam sanctam Catholicam et apostolicam Ecclesiam, que é cantado no Credo. É como se Bach pretendesse demonstrar a possibilidade de entendimento entre católicos e protestantes. Curiosamente, esta obra tão profundamente erudita e religiosa, é hoje mais apresentada em salas de concertos do que em igrejas, pois suas necessidades de tempo (105 a 120 minutos) e de grupo de executantes são maiores do que as igrejas normalmente dispõem. Não obstante este problema, Bach consegue transformar tanto as salas de concerto quanto nossas casas em locais de devoção – musical ou religiosa.

Desde os anos 70, comprei algumas gravações da Missa. Comecei por uma que não recomendo a ninguém, a de Karl Richter (3 LPs) com a Orquestra e Coro Bach de Munique. Sem dúvida é o registro mais pesado que possuo da Missa e também o mais remendado, patchy. A orquestra utilizada por Richter é maior que a dos padrões barrocos e, para fazer frente a isto, o coral teve de ser multiplicado. Há enorme intensidade dramática nos tutti, porém, nos trechos mais camarísticos, apesar de sublimes, ficamos nos perguntando para onde foi toda aquela gente. É uma gravação maníaco-depressiva, é capaz de passar da mais louca alegria à expressão mais triste e íntima em segundos. Não gosto.

Minha segunda experiência foi com Andrew Parrott (Solisten des Tölzer Knabenchors e Taverner Consort & Players). Depois da multidão, fui para uma gravação que envolve um contingente mínimo de cantores e instrumentistas. Parrot é um dos precursores da execução de músicas com instrumentos originais. Em minha opinião, esta tese é correta; devemos ouvir preferencialmente o que o compositor ouvia, mas talvez Parrott exagere. Como Bach dava liberdade a que se executassem suas músicas com grupos maiores ou menores, Parrott não o contraria, mas torna seu registro indigente. Não fosse a extraordinária qualidade dos cantores, teria fracassado. Durante este período, sonhava com o meio termo entre Richter e Parrott, entre o faraônico e o indigente. A solução apareceu com Helen Osório e os holandeses. Quem é Helen Osório? Ora, é uma amiga que, um belo dia, emprestou-me sua gravação da Missa sob a regência de Gustav Leonhardt. Quando a ouvi, pensei: aí está. Esta deve ser a melhor de todas as gravações da Missa. Fui ler as principais publicações e minha impressão foi confirmada. Leonhardt, que é holandês, convidou outros da orquestra de câmara La Petite Bande e do Collegium Musicum e conseguiu nos enviar sem escalas ao coração de Bach. Deve ser mais fácil fazer uma gravação melhor depois de ouvir as mancadas dos antecessores; diria até que há ecos do melhor de Richter, Parrott e Harnoncourt em seu registro, mas há muito de mérito próprio. Leonhardt é difícil de superar.

E um comentário aparecido no mesmo blog, escrito por alguém apaixonado e que sabe muito bem do que fala:

Milton. Tens razão (ou quase) do que dizes sobre a Missa do Deus Homem ou do Homem Deus. Ai, Bach, Bach, nestes dias conturbados que passo tenho-te a ti. Olho para o quadro dele que tenho na minha sala de estar e respiro melhor. És o apogeu da Humanidade agora e sempre, hoje e daqui a bilhões de anos se este planeta existir. Jamais haverá outro. Dois Bachs são demais para o Mundo, para a decadente raça humana. Eu tenho pena de morrer (lembra-te do tema) e não poder ouvir a tua musica. Se eu pudesse me levantar da campa de dez em dez anos por duas horas e meia (o tempo da Paixão de S.Mateus) não me importava de morrer já. E já que falo na Paixão de S.Mateus, a do Leonhardt (o pai dos outros todos) é a melhor, ou a de que eu gosto mais. Voltando à Missa… A do Leonhardt, como a ti, também é um disco que me tem acompanhado ao longo da minha vida, também era um dos discos que levava para a ilha deserta. A do Gardiner não, dispenso (É aqui que está o quase). Grande interpretação e uma das referências, sem duvida, a de Phillippe Herreweghe (e uma qualidade de som soberba). A de Masaaki Suzuki da Bis é outra a ouvir e a comprar. Com coro de crianças aconselho também uma boa interpretação de Robert King com a Tolzer Knabenchor da Hyperion.

E é melhor parar por aqui que se eu começo a escrever sobre Ele nunca mais paro. Prefiro ouvi-lo, o que faço religiosamente todos os dias. TODOS OS DIAS. No bom sentido ela é viciante, inebriante, comovente e arrasadora. Ao ouvir as suas grandes obras, deitado de olhos fechados, tenho a sensação que pela primeira vez e única alguém atingiu a perfeição. A sua obra desfaz-me em pedaços, arrasa-me, emagreço, tira-me a dor de dentes e da alma. Sinto-me um anão e ao mesmo tempo um gigante (por o ouvir).

Ai, Bach, Bach… E eu vou morrer um dia!
Cumprimentos

Missa em Si Menor, BWV 232, de Johann Sebastian Bach

Gustav Leonhardt (Conductor),
La Petite Bande (Orchestra),
Collegium Musicum Van de Nederlandse Bachvereniging,
Harry van der Kamp,
Max van Egmond,
Guillemette Laurens,
Isabelle Poulenard,
John Elwes.

CD1

1-01 Missa: Kyrie: Kyrie eleison
1-02 Missa: Kyrie: Christe eleison
1-03 Missa: Kyrie: Kyrie eleison
1-04 Missa: Gloria: Gloria in excelsis Deo
1-05 Et in terra pax
1-06 Missa: Gloria: Laudamus te
1-07 Missa: Gloria: Gratias agimus tibi
1-08 Missa: Gloria: Domine Deus
1-09 Missa: Gloria: Qui tollis
1-10 Missa: Gloria: Qui Sedes
1-11 Missa: Gloria: Quoniam tu solus
1-12 Missa: Gloria: Cum Sancto Spiritu

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CD2

2-01 Symbolum Nicenum: Credo: Credo in unum Deum
2-02 Symbolum Nicenum: Credo: Patrem omnipotentem
2-03 Symbolum Nicenum: Credo: Et in unum Dominum
2-04 Symbolum Nicenum: Credo: Et incarnatus est
2-05 Symbolum Nicenum: Credo: Crucifixus
2-06 Symbolum Nicenum: Credo: Et resurrexit
2-07 Symbolum Nicenum: Credo: Et in Spiritum
2-08 Symbolum Nicenum: Credo: Confiteor
2-09 Symbolum Nicenum: Credo: Ex expecto
2-10 Sanctus: Sanctus
2-11 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Osanna
2-12 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem Benedictus
2-13 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Osanna
2-14 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Agnus Dei
2-15 Osanna, Benedictus, Agnus Dei et Dona nobis pacem: Dona nobis pacem

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Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonatas para Violino Op.5

Sim, amigos. Já postamos estas obras com Eduard Melkus, lembram? Porém, aqui, mostramos um subconjunto do Op. 5 numa gravação mais, mais, digamos, menos sanguínea do que a do conjunto vienense, mas talvez mais agradável aos xiítas da música por instrumentos originais. Antes que alguém me pergunte sobre minha opinião, respondo que, neste caso, sou tucano e muito antes pelo contrário. Aproveito para mudar de assunto dizendo que Sigiswald Kuijken é excelente violinista e regente. F.D.P. Bach inclusive já publicou várias sinfonias de Haydn sob sua compreensiva leitura e amanhã teremos a super-gravação da Missa em Si Menor com o insuperável Gustav Leonhardt!!!

(Ufa, mudei de assunto!)

Arcangelo Corelli – Sonate a Violino e Violone o Cimbalo Op.5

1-5 – Sonata Op. 5: no 3 in C major
6-10 – Sonata Op. 5: no 1 in D major
11 – Sonata Op. 5: no 12 in D minor “La Follia”
12-16 – Sonata Op. 5: no 6 in A major
17-21 – Sonata Op. 5: no 11 in E major
22 – EXTRA (Presente de P.Q.P. Bach) – O “La Follia” de Vivaldi

Wieland Kuijken (Cello)
Robert Kohnen (Harpsichord)
Sigiswald Kuijken (Violin)

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.: interlúdio :.

Bons fluidos de ano novo, parte 2: o swing. Mais uma constelação: Ella Fitzgerald e Louis Armstrong interpretando as canções dos irmãos Gershowitz, ou melhor, Gershwin.

“I never knew how good our songs were till I heard Ella sing them” – I. Gershwin

Além de ser uma excelente trilha para celebrar, Louis deve sua história, de certo modo, a um reveillon. O de 1912 – em que festejou com tiros de pistola para cima. Um policial estava por perto e o recolheu; ele passaria os dois anos seguintes num reformatório, onde ganharia instrução musical, e acabaria se tornando líder daquela banda aos 13. Poucos anos depois, diria ao mundo que o ragtime era agora o jazz, e com seu trompete espalharia o sorriso que sempre trazia no rosto. Ella, apaixonante, é retratada aqui num período de excelência vocal – e se o leitor não conhece este disco, prepare-se para ter um novo referencial absoluto em canções como “They Can’t Take That Away from Me”, “A Foggy Day” e “Summertime”.

Our Love Is Here To Stay: Ella & Louis Sing Gershwin (192)
Composto por Ira & George Gershwin
Produzido por Norman Granz para a Verve

1956, 16/08 – 4, 9
1957, 23/07 – 5, 8, 12
1957, 14/10 – 10, 15
1957, 07/10 – 16
1957 – 1, 3, 11, 13
1959 – 2, 6, 7, 14

download – 91MB
01 I Got Plenty O’ Nuttin – 3’54
02 He Loves And She Loves – 2’48
03 A Woman Is A Sometine Thing – 4’49
04 They Can’t Take That Away From Me – 4’41
05 Let’s Call The Whole Thing Off – 4’13
06 Strike Up The Band – 2’36
07 Things Are Looking Up – 3’05
08 They All Laughed – 3’48
09 A Foggy Day – 4’33
10 How Long Has This Been Going On? – 6’01
11 Summertime – 5’01
12 Love Is Here To Stay – 3’59
13 There’s A Boat Dat’s Leavn’ Soon For New York – 4’55
14 ‘S Wonderful – 3’31
15 I Was Doing All Right – 3’24
16 Oh, Lady Be Good! – 3’59

Boa audição!

.: interlúdio :.

Com o natal para trás, é hora de pensar na trilha da passagem de ano.

Bons fluidos? Parte um, o bebop. Veloz, agitado, alegre, vivo. E o foi como nunca, talvez, naquele 15 de maio de 1953, em que o Massey Hall de Toronto recebeu um grupo que faria uma única apresentação, sob o nome de “The Quintet”. Parker, Gillespie, Mingus, Powell, Roach. Falem agora sobre supergrupos!

A qualidade da gravação não é das melhores, infelizmente. Mingus, que ficou com as fitas da noite em troca do cachê dos músicos – o Massey Hall não chegou a encher pela metade -, teve que regravar os improvisos de baixo em estúdio, já que a gravação era direta dos alto-falantes do clube. Lançou o disco pelo seu próprio selo (com Powell de sócio) e fez excelente dinheiro – mesmo creditado como “Charlie Chan”, para evitar problemas com a Verve, sua gravadora (que recusou a pedida de 100 mil dólares que Mingus fez pelas fitas). Por outro lado, não há registro que se pareça com a reunião daquela noite; um show que foi uma espécie de cair das cortinas para o bebop. Ases do jazz, que jamais haviam tocado juntos nessa formação, improvisando com prazer e divertindo a si mesmos e a platéia (como na fantástica leitura de “Salt Peanuts”, com Mingus e Gillespie implicando um com o outro na frase-tema).

São muitas as edições deste disco – freqüentemente citado como o maior concerto de jazz de todos os tempos. A apresentada aqui traz outras seis faixas que foram executadas naquela noite, por um time reduzido – Powell com Roach e Mingus. Peguem uma mesa no Massey Hall, entrem no climae ouçam com reverência.

The Quintet – Jazz at Massey Hall (VBR)
Dizzy Gillespie: trumpet
Charles Mingus: bass*
Charlie Parker: alto sax
Bud Powell: piano*
Max Roach: drums*
Produzido por Charles Mingus para a Debut

download – 89MB
01 Perdido (Tizol, Lengfelder, Drake) – 7’53
02 Salt Peanuts (Gillespie, Clarke) – 7’51
03 All the Things You Are (Hamerstein, Kern) – 8’10
04 Wee (Best) – 6’55
05 Hot House (Dameron) – 9’29
06 A Night in Tunisia (Gillespie, Paparelli) – 7’52

07 *Embraceable You (Gershwin, Gershwin) – 4’21
08 *Sure Thing (I. Gershwin, Kern) – 2’09
09 *Cherokee (Noble) – 4’51
10 *Jubilee (Gillespie) – 3’54
11 *Lulaby Of Birdland (Weiss, Shearing) – 2’33
12 *Bass-Ically Speaking (Gillespie) – 4’01

Boa audição!

Piotr Illich Tchaikowsky (1840-1893) – Symphony nº 5, n E minor, op. 64, e Symphony nº 6, in B Minor, op. 74, “Pathetique”

Capa2FDP Bach resolveu postar estas duas sinfonias juntas por dois motivos principais: um deles, mais óbvio, por serem suas duas últimas, e também para adiantar as suas postagens. Tudo bem, esse motivo não é tão nobre assim..

Enfim, duas obras primas do repertório sinfônico, dois monumentos da história da música ocidental. Deixo os detalhes referentes às suas causas, motivações, inspirações e demais detalhes que levaram à composição à cargo do booklet que acompanha a caixa, onde cada sinfonia é analisada em profundidade, dentro de seu contexto histórico-biográfico específico.

Mariss Jansons e sua Oslo Philarmonic Orchestra foram uma grata surpresa para mim. A afinidade entre o regente e a orquestra, sua noção de equilíbrio, e principalmente sua sensibilidade musical, na qual deixa transparecer elementos que não apareciam em outras gravações, como as de Karajan, tudo isso me fez ouvir Tchaikovsky sob outro ângulo, e a esse fato lhes sou grato. Antes que perguntem, não, não tenho as famosas gravações de Mvransky, sei que são referência mas nunca tive oportunidade nem acesso à elas. A torrente de paixões, o fluxo ininterrupto de emoções, como numa montanha russa, a que somos jogados quando ouvimos essas sinfonias, em Jansons tornam-se mais patentes, porém não tão violentas. Por exemplo, o segundo movimento da 6ª sinfonia, um “allegro com grazia”, nos dá vontade de sairmos dançando, num embalar lento e contínuo. Lembra os balés mais famosos do compositor.

Tchaikovsky dessa forma se consolida como um de meus compositores favoritos, apesar de seus excessos, e confesso que o que me atrai neles são exatamente esses excessos.  Sua alma atormentada, seus conflitos internos, sua homossexualidade sempre oculta, tudo isso o levou a compor obras tão admiráveis que, apesar das críticas severas da época, se tornaram eternas, e até hoje, em pleno século XXI, nos emocionam…

P.S. – Infelizmente não será possível postar a Sinfonia “Manfred”. O arquivo desse cd veio corrompido,  teria de baixar novamente no emule, e confesso que esperar novamente três meses, como esperei da primeira vez não me anima nem um pouco. Assim que possível, a postarei.

Piotr Illich Tchaikowsky (1840-1893) – Symphony nº 5, n E minor, op. 64, e Symphony nº 6, in B Minor, op. 74, “Pathetique” 

CD 4 – Symphony nº 5, n E minor, op. 64

1 -I. Andante – Allegro con anima
02 II. Andante cantabile, con alcuna licenza
03 III. Allegro moderato
04 IV. Andante maestoso – Allegro vivace

CD 5 – Symphony nº 6, in B Minor, op. 74, “Pathetique” 

01 – Adagio – Allegro non troppo
02 – Allegro con grazzia
03 – Allegro molto vivace
04 – Finale – Adagio lamentoso

Oslo Philarmonic Orchestra
Mariss Jansons – Director

SINFONIA Nº 5 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

SINFONIA Nº 6 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

BOOKLET – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

J. S. Bach (1685-1750) – Variações Goldberg (Versão para metais)

11647363Parece gozação, mas não é. O quinteto de metais Canadian Brass interpreta as Variações Goldberg de nosso pai. É um registro respeitoso que dá nova sonoridade a uma obra de tal forma polifônica que não pensaríamos numa versão deste tipo. Mas notem: no passado, o Canadian já tinha dado um banho de bola em A Arte da Fuga, que só possuo em vinil.

Não obstante, não posso deixar de rir ante o esforço que os canadenses fazem para vencerem alguns temas mais longos e com tantas notas que um instrumento tem de ser substituído por outro no meio da maior pauleira. É bonito de ver, ou melhor, de ouvir.

Ia fazer um grande texto sobre as Goldberg, sobre o adolescente de enormes mãos e o Conde Keyserling, mas deixo este trabalho para a melhor versão desta obra: a de Pierre Hantaï. Sim, sei que “a melhor” tem de ser a de Gould, mas não é! Ou talvez seja a melhor que utilize o piano, sei lá. Porém, não pensem que não gosto de Gould – tenho a primeira e segunda versões, ouço-as bastante, assim como o DVD da segunda e os guardo no meu Panteão -, só que o temperamental Hantaï o vence.

Tudo são opiniões e, como eu sempre digo, as minhas não têm maior validade fora do espaço ocupado por meu pobre e limitado cérebro. Com vocês,

Bach: Goldberg Variations, BWV 988 (Aria With Variations, From Clavier – Ubung, Part lV) transcribed for Brass Quintet, Canadian Brass
Release Date: 2000
MP3 320 kbps – 117 MB

01. Aria
02. Variation 1
03. Variation 2
04. Variation 3: Canon At The Unison
05. Variation 4
06. Variation 5
07. Variation 6: Canon At The Second
08. Variation 7
09. Variation 8
10. Variation 9: Canon At The Third
11. Variation 10
12. Variation 11
13. Variation 12: Canon At The Fourth
14. Variation 13
15. Variation 14
16. Variation 15: Canon At The Fifth
17. Variation 16: Overture
18. Variation 17
19. Variation 18: Canon At The Sixth
20. Variation 19
21. Variation 20
22. Variation 21: Canon At The Seventh
23. Variation 22
24. Variation 23
25. Variation 24: Canon At The Octave
26. Variation 25
27. Variation 26
28. Variation 27: Canon At The Ninth
29. Variation 28
30. Variation 29
31. Variation 30: Quodlibet
32. Aria

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – PART 1

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – PART 2

.: interlúdio :.

Primeiro, o aviso: alguns amigos tiveram problemas com os arquivos ogg deste disco do Pat Metheny e do John Scofield. Não mais temam: eis, neste link, o disco em formato mp3, 192k.

Mas já que vim atualizar o arquivo, aproveitei para trazer o homem por trás do disco de Scofield e Metheny – e de todos os outros guitarristas de jazz pós-1940: Lester Polfuss.

Cover

Les Paul tem um nome associado à produção do rock (por seu pioneirismo como inventor e luthier), mas foi um exímio, se não o maior, guitarrista de jazz. Tão bem-sucedido que começou, tocando nas rádios de Chicago, que quando lançou um disco de hillbilly, preferiu usar um pseudônimo.

Como pessoa, Les Paul é (sim, ainda está vivo aos 92, e toca toda segunda-feira) um gênio inquieto – refez a guitarra, criou o reverb e a gravação multipista, montou uma rádio pirata em NY, 1940. Como músico, foi apadrinhado por Bing Crosby e seu estilo pavimentou as estradas do guitar jazz. O disco trazido aqui é uma coletânea – o estilo veloz e de extremo virtuosismo de Paul passa pelo swing, segue firme com um bop de velocidade e técnica, lembra em momentos o blues rural e ainda flerta com regionalismos como o havaiano e o latinoamericano. Estas gravações foram feitas para a Decca e são anteriores ao período em que fez sucesso com sua esposa, Mary Ford – entre 1946 e 51. A compilação é de 1971.

The Guitar Artistry of Les Paul (320)

download – 60MB

01 Begin The Beguine (Porter) – 3’03
02 Sweet Leilani (Owens) – 3’03
03 Dark Eyes (Traditional) – 2’41
04 My Isle Of Golden Dreams (Kahn, Blaufuss) – 2’45
05 Guitar Boogie (Smith) – 2’33
06 Blue Skies (Berlin) – 2’39
07 To You Swetheart Aloha (Owens) – 2’50
08 Dream Dust (Marcus, Wood, Seiler) – 2’54
09 Hawaiian Paradise (Owens) – 3’06
10 Steel Guitar Rag (Travis, McAuliffe, Stone) – 2’51

Boa audição!

Piotr Ilych Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia nº 4, in F minor, op. 36, Capriccio Italien, op. 45

Eis que passado o período natalino, FDP Bach volta à sua exploração da alma russa. Desta vez, trago mais uma sinfonia de Tchaikovsky, a de nº 4, e o famoso Capriccio Italiano, possivelmente a primeira obra que ouvi desse compositor, quando ainda era criança.

A interpretação sempre está a cargo de Mariss Jansons, à frente da Orquestra Filarmônica de Oslo. que optou por uma versão mais equilibrada.

Tchaikovsky compôs essa sinfonia com uma dedicatória à sua mecenas, Nadezhda von Meck. Maiores informações e uma análise mais apurada da sinfonia pode ser encontrada aqui.

Mas vamos ao que interessa.

Piotr Ilych Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia nº 4, in F minor, op. 36, Capriccio Italien, op. 45

01 I – Andante sostenuto – Moderato con anima

02 II – Andantino in modo di canzona

03 III – Scherzo- Pizzicato ostinato

04 IV – Finale- Allegro con fuoco

05 Capriccio Italien Op.45

Oslo Philarmonic Orchestra

Mariss Jansons – Director

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.: interlúdio :.

Álbums de canções natalinas, quando não são piegas, são extremamente comerciais. Entre as exceções está o Silent Night de Chet Baker, gravado em 7 de janeiro de 1986. Um disco belo, técnico e honesto, para ser escutado poucas vezes ao ano. Aproveitem!

Chet Baker W Silent Nights Front Orig

Chet Baker & Christopher Mason Quartet – Silent Night (128)
Chet Baker: trumpet
Christopher Mason: sax alto
Mike Pellara: piano
Jim Singleton: bass
Johnny Vidacovich: drums

download – 34MB

01 Silent Night Pt.1 – 2’54
02 The First Noel – 2’06
03 We Three Kings – 2’28
04 Hark, the Herald Angels Sing – 2’01
05 Nobody Knows the Trouble I’ve Seen – 3’57
06 Amazing Grace – 3’38
07 Come All Ye Faithful – 4’28
08 Joy to the World – 2’41
09 Amen – 1’41
10 It Came Upon A Midnight Clear – 1’57
11 Swing Low, Sweet Chariot – 3’24
12 Silent Night Pt.2 – 4’01

Boa audição!

Charles Tessier (1550-1604) – Carnets de Voyages

1Um CD belíssimo o deste Charles Tessier que desconhecia uma semana atrás. É melodioso, engraçado e muito bem interpretado pelo Le Poème Harmonique. Só depois de ouvi-lo – e de me surpreender – é que soube que o CD comemorava o 100º da extraordinária gravadora Alpha. Como diz este blog português aqui:  

“A Alpha acaba de fazer 100 discos. Assinala o feito um colorido “caderno de viagens” de Charles Tessier (séc. XVI, contemporâneo de John Dowland e alaudista como este), com navegação a cargo do agrupamento mais emblemático da editora: Le Poème Harmonique, dirigido por Vincent Dumestre. Porque é Dumestre, volta a ser de mestre. E difícil seria igualmente conceber melhor súmula daquilo que constitui o perfil musical que a Alpha baralha aqui para nos dar por muitos mais discos.”

Já estava na hora de falar na Alpha, não? É uma gravadora tão boa quando as duas Harmonia Mundi. Que nos dê muitos CDs!

Na espetacular execução do Le Poème, um compositor na passagem do século XVI para o XVII – Charles Tessier, compositor da corte francesa de Henrique IV e que, fora da França, conheceu apenas a Alemanha e Londres – transforma em música suas viagens reais ou imaginárias: França, Inglaterra, Itália, Espanha, Império Otomano, Arábia. É curiosa a variação de ritmos, formas e instrumentação utilizada. Destaque especial para as faixas 2 e 3.

Imperdível!

Charles Tessier (1550-1604) – Carnets de Voyages

Performer: Le Poème Harmonique

1. Chansons turcquesques : Hel vel Aqueur & Tal lissi man
2. Air espagnol : No ay en la tierra
3. Chanson suisseee : Mattone mie care
4. Bransle de village (manuskrit Philidor)
5. Bransle de Lorraine (manuskrit Philidor)
6. Junckfraw deine schöne gstalt erfreüt mich sehr ( Leo Hassler)
7. Pavana del Sgr. Guilhelmo Keudelio (Maurice de Hesse)
8. Villanelle italienne : Madonna di Coucagna
9. Villanelle italienne : Vita di voria dar
10. Air de court : Me voilà hors du naufrage
11. The earle of Essex galiard (John Dowland)
12. Burth foth my tears (John Dowland)
13. Les Gascons (manuskrit Philidor)
14. Chanson : Je suis par trop longtemps pucelle
15. Air de court : Quand le flambeau du monde…

Playing time: 59′

Enregistrement du 28 octobre au 1er novembre 2005 à la chapelle Notre-Dame de Bon-Secours, Paris.

Le Poème Harmonique:
Claire Lefilliâtre, soprano
Bruno le Levreur, haute-contre
Jan van Elsacker, ténor
Arnaud Marzorati, basse

Catharina Andres, Johanne Maitre, bombarde, flûte
Franck Poitrineau, sacqueboute
Stéphane Tamby, Mélanie Flahaut, flûte et dulciane
William Dongois, cornet
Kaori Uemura, dessus de viole
Sylvia Abramowicz, Isabelle Saint-Yves, basse de viole
Françoise Enock, violone
Michèle Claude, percussions
Vincent Dumestre, guitare, théorbe & direction

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 1 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Parte 2

Georg Philip Telemann (1681-1767) – Concertos

Telemann Conc Mus Ant KolnExistem muitos CDs com coletâneas de concertos de Telemann, muitos mesmo. Mas, sabe?, o melhor de Telemann talvez seja aquela Suíte para Flauta e Orquestra – FDP postou-o aqui com o Rampal – e o incrível Concerto para Flauta Doce, Flauta Transversa, Cordas e Contínuo que fecha mais este belo CD do Musica Antiqua de Köln.

Aviso aos navegantes que forem adquirir o CD: ele não saiu pela subsidiária Archiv e sim pela mamãe DG. Não façam como eu que, anos atrás, botei no Google “Musica Antiqua Koln Telemann Archiv” e passei horas procurando o tal CD… Sem resultados. Não sejam trouxas como eu.

Telemann – Concertos

Konzert A-dur fur zwei skordierte Violinen und Continuo
1 Affettuoso
2 Vivace
3 Aria
4 Bourée

Konzert D-dur fur vier Violinen ohne Continuo
5 Adagio
6 Allegro
7 Grave
8 Allegro
 
Konzert a-moll fur Blockflote, Viola da gamba, Streicher und Continuo
9 Sem indicação de tempo
10 Allegro
11 Dolce
12 Allegro
 
Konzert g-moll fur Blockflote, Violinen und Continuo
13 Allegro
14 Siciliana
15 Bourée
16 Menuett
 
Konzert C-dur fur vier Violinen ohne Continuo
17 Grave
18 Allegro
19 Largo e staccato
20 Allegro
 
Konzert e-moll fur Blockflote, Traversflote, Streicher und Continuo
21 Largo
22 Allegro
23 Largo
24 Presto

Musica Antiqua Koln, Reinhard Goebel

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Modest Petrovich Mussorgsky (1839-1881), Alexander Porfiryevich Borodin (1833-1887), Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakov (1844-1908)

Capa Ausente por alguns dias do blog, devido a compromissos pessoais, FDP Bach está prestes a entrar em férias, mas antes estará disponibilizado mais algumas pérolas da música, escolhidas a dedo.
Esta minha postagem é uma espécie de contraposição à anterior feita pela minha colega Clara Schumann. Enquanto ela se dedica de corpo e alma à causa francesa, FDP continua envolvido com a alma russa. E esse cd que estou postando hoje é, como o de Clara, uma espécie de coletânea também, só que de música russa. Três grandes compositores que souberam captar a alma russa e transmiti-la para sua música. E os três pertencentes ao famoso “Grupo dos Cinco”, grupo de compositores russos nacionalistas, que procuravam produzir uma música especificamente russa.
Sou fã ardoroso de Mussorgsky, principalmente de seus “Quadros de uma Exposição”, já postada aqui em versão para piano, se não me engano. Pois nessa coletânea teremos “Uma Noite no Monte Calvo” (com o perdão da tradução tosca, mas foi a que me pareceu mais adequada). Quem não se lembra do clima sombrio capturado por Walt Disney em seu “Fantasia” ? Eu era um garoto quando assisti pela primeira vez à este clássico da animação, e confesso que fiquei com um certo temor, pela atmosfera conseguida pela interpretação de Stokowsky e as imagens de Disney: uma combinação genial.
Borodin comparece duas vezes, e Rimsky-Korsakov 3 vezes, com sua magnífica “Russian Easter Overture”, obra da qual PQP Bach já se declarou fã, a prova de fogo para qualquer instrumentista, “Flying of the Bumble Bee”, e claro, o indefectível “Capriccio Espanol”, sempre presente nessas coletâneas de música “ligeira”.
André Cluytens é um regente experiente, e consegue capturar e transmitir essa alma russa a que me referi no começo da postagem.
Enjoy it.

Alexander Borodin, Modest Mussorgsky, Rimsky Korsakov – Musique Russe

1 – Modest Mussorgsky: Night on the Bald Mountain
2 – Alexander Borodin: In the Steppes of Central Asia
3 – Nikolai Rimsky-Korsakov: Capriccio Espagnol

Philharmonia Orchestra, André Cluytens (Rec. 1960)

4 – Nikolai Rimsky-Korsakov: Russian Easter, Festival Overture
5 – Nikolai Rimsky-Korsakov: The Flight of the Bumble-Bee
6 – Alexander Borodin: Polovtsian Dances from ‘Prince Igor’
Société des Concerts du Conservatoire

Andre Cuytens – Director
Philharmonia Orchestra, André Cluytens
Société des Concerts du Conservatoire

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.: interlúdio :.

Passei tanto tempo pesquisando e montando as datas e line-ups das gravações que o dia virou. Então deixemos as delongas de lado e passemos a uma compilação magnífica de uma das maiores entre todas – em seu apogeu, formando estilo, fazendo escola, arrepiando até a espinha do ouvinte.

Billie Holiday From The Original Decca Masters

 

Billie Holiday – Original Decca Masters (192)

[1] 17/08/49, Buster Harding and his Orchestra
[2] 19/10/49, Gordon Jenkins and his Orchestra
[3] 08/09/49, Sy Oliver and his Orchestra
[4] 08/03/50, Holiday and her Orchestra
[5] 22/01/46, Billie Holiday accompanied by Bill Stegmeyer Orchestra
[6] 29/08/49, Sy Oliver and his Orchestra
[7] 04/10/44, Billie Holiday with Toots Camarata Orchestra
[8] 30/09/49, Louis Armstrong and Sy Oliver Orchestra
[9] 13/02/47, Billie Holiday accompanied by Bob Haggart Orchestra

download AQUI – 67MB

01 Ain’t Nobody’s Business If I Do (Grangier) [1] – 3’23
02 Baby Get Lost (Feather) [1] – 3’17
03 Them There Eyes (Tauber) [6] – 2’51
04 Keeps on Rainin’ (Williams) [6] – 3’16
05 God Bless the Child [4] – 3’10
06 Do Your Duty (Sox Wilson) [3] – 3’17
07 You’re My Thrill (Clare) [2] – 3’24
08 Gimmie a Pigfoot (And a Bottle of Beer) (Sox Wilson) [3] – 2’46
09 Crazy He Calls Me (Sigman) [2] – 3’05
10 Now or Never (Lewis) [8] – 3’18
11 Please Tell Me How (Pope) [2] – 3’15
12 Lover Man (Where Can He Be) (Sherman) [7] – 3’23
13 Good Morning Heartache (Fisher) [5] – 3’09
14 Solitude (DeLange) [9] – 3’11
15 This Is Heaven to Me (Reardon) [4] – 2’52

Boa audição!

Problemas em Casa – A Rádio da Universidade

Obs.: Notei o apagão de nossa rádio e, hoje, recebi o e-mail que transcrevo abaixo.

PROBLEMAS COM A RÁDIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Meus amigos.

Nós gaúchos sempre nos orgulhamos da nossa pioneira das Rádios Universitárias no país e que já completou meio século de extraordinário e reconhecido trabalho na divulgação da música erudita.

Nos últimos dias, contudo, a Rádio saiu do ar por várias horas sendo que, neste fim de semana, ficou muda por 48 horas e o motivo, os senhores verão, está a evidenciar que sérios problemas estão ocorrendo na emissora.

Pasmem! Apenas DOIS funcionários são responsáveis pelo funcionamento das torres de transmissão (em Guaíba). Um entrou em licença-saúde e o outro…estava de folga.

Solução: TIRA-SE A RÁDIO DO AR! É o cúmulo! Como vamos chamar isso: negligência? Desleixo? Imprevidência?

Em defesa ao atual Diretor, jornalista ANDRÉ PRYTOLUK, seus reiterados pedidos de complementação de pessoal, pois a Rádio perdeu mais de dez funcionários nos últimos três anos, a maioria por aposentadoria.

Solicitamos, então, à Secretária de Comunicações da UFRGS, professora SANDRA DE DEUS, que providencie, em caráter de urgência, soluções que impeçam a repetição do inusitado “apagão”. Ao Reitor JOSÉ CARLOS HENNEMANN, damos ciência dos fatos e da mesma forma solicitamos providências.

Aury Hilario, da Agenda Lírica de Porto Alegre

Piotr Ilich Tchaikovsky (1840-1893) – Symphony No. 3 In D Major Op. 29

FDP Bach volta às sinfonias de Tchaikowsky.
Desta vez, segue a Sinfonia nº3, bela, melancólica, em outros momentos pungente, mas angustiante, é um retrato de um artista angustiado, atormentado, melancólico, eternamente em luta contra seus demônios interiores, mas que ao mesmo tempo produziu uma obra belíssima, com melodias inesquecíveis.

A regência de Jansons como sempre é segura e vibrante.

P.S. Uma correção: na postagem anterior informei que Jansons era lituano. Me equivoquei, e graças à um leitor atento nosso, fui corrigido: Na verdade ele nasceu em Riga, na Letônia, portanto é letão.

1- Symphony No. 3 In D Major Op. 29: I – Moderato assai (Tempo di marcia funebre) – Allegro brillante – P.I. Tchaikovsky
2. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: II – Alla tedesca: Allegro moderato e semplice
3. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: III – Andante elegiaco
4. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: IV – Scherzo: Allegro vivo
5. Symphony No. 3 In D Major Op. 29: V – Finale: Allegro con fuoco – Tempo di polacca

Oslo Philarmonic Orchestra
Mariss Jansons – Director

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