O que caracteriza o que chamamos música espanhola em palavras é elusivo, mas evidente nos sons musicais. E o fascínio por música espanhola é universal. Basta lembrar do Capricho Espanhol ou de Carmen.
Domenico Scarlatti e Luigi Boccherini são compositores que devem grande parte de suas reputações exatamente por terem vivido e produzido o melhor de sua arte na Espanha.
Os compositores franceses do século XIX e XX influenciaram e foram influenciados pela música espanhola. Basta pensar nos compositores-pianistas Manuel de Falla, Isaac Albéniz e Enrique Granados.
Eu adoro este tipo de música. O LP Danzas Españolas, de Granados, interpretadas por Alicia de Larrocha quase furou e desde então, sempre que vejo um disco com esse tipo de repertório vou logo investigar.
O pianista Luis López nasceu em Tenerife e começou seus estudos no Conservatório Superior de Canárias e aperfeiçoou-se na Polônia. Este disco é muito recente e traz peças de Granados e Albéniz. A produção – o som – e o programa do disco são excelentes. As Valsas Poéticas são deslumbrantes e as outras peças muito bem escolhidas.
Acrescentei ao disco da postagem uma coleção de faixas de um disco antigo, gravado pela pianista brasileira Magda Tagliaferro. A única peça em comum com aquelas do primeiro disco é uma peça de Goyescas, Quejas o la Maja y el Ruiseñor, mas há uma grande afinidade no repertório e ouvir interpretações tão diferentes é fascinante.
Espero que goste das peças e que a audição seja um estímulo para que você explore esse tipo de repertório.
Enrique Granados (1867 – 1916)
8 Valses poéticos
Introducción. Vivace molto
1, Melódico
2, Tempo de vals noble
3, Tempo de vals lento
4, Allegro humoristico
5, Allegretto
6, Quasi ad libitum
7, Vivo
8a Coda. Presto
8b, Tempo dil primero vals
Capricho Español, Op. 39
Capricho Español
Goyescas
Quejas o la Maja y el Ruiseñor
Isaac Albeniz (1860 – 1909)
Iberia, Cahier 1
El Puerto
Evocación
Iberia, Cahier 2
Almería
Luis López, piano
Luis López interpreta estas 8 Valsas Poéticas com rigor e inspiração, com uma sensibilidade magistral e pulso determinado. Ele completa os silêncios com intenção declarada e minucioso. Como se cada frase, cada silêncio, cada momento de som fosse uma eternidade que surge da mais distante inspiração poética.
It is difficult to think of a more irrepressible virtuoso pianist than Brazillian born but Paris based Magda Tagliaferro…a pianist who revelled in music of a facile but endearing charm.
Chanter et danser le flamenco aide à la compréhension de la musique d’Albéniz. Naples, ma ville natale, a été occupée par les Espagnols pendant trois siècles et notre folklore en est impregné. Les plus belles des chansons napolitaines ont un rhytme espagnol : ce sont souvent des sortes de habaneras. – Aldo Ciccolini
“Cantar e dançar o flamenco ajuda na compreensão da música de Albéniz. Nápoles, minha cidade natal, foi ocupada pelos espanhóis por três séculos e nosso folclore se misturou. As mais belas canções napolitanas têm um ritmo espanhol: são frequentemente tipos de habaneras.” – Aldo Ciccolini
Com essas palavras iniciais do pianista napolitano naturalizado francês, resta pouco a se comentar: explicar que do fim do século XIX e do XX um monte de compositores espanhóis fizeram música para piano de forte inspiração em melodias e ritmos populares? Comparar a boa recepção dessa música no resto da Europa, sobretudo França, com a recepção do pianista Ciccolini, que escolheu esse país como sua segunda pátria? Arriscar talvez uma análise mais profunda sobre a França como lugar de encontro de tradições de vários cantos da Europa, e isso desde o Império Romano? Afinal, celtas ali guerrearam e depois dialogaram com romanos, francos (que eram uma tribo germânica do tempo das “invasões bárbaras”), “mouros” do norte da África e tudo mais, com rotas comerciais e de peregrinação como o Caminho de Compostela, a França nunca teve vocação para se fechar sobre si mesma como certas ilhas e sempre bebeu das tradições alheias… O fato é que boa parte das partituras de Albéniz, Granados, Falla e Mompou foram publicadas em Paris. Tudo isso fica só no nível do esboço porque a fala de Ciccolini já resume muita coisa em poucas palavras, inclusive lembrando da parte bélica, violenta (“minha cidade foi ocupada pelos espanhóis”) que acaba influenciando tudo, até as tradições de música e dança. Deixo a seguir apenas mais alguns detalhes sobre as “Canções e Danças” do catalão Federico Mompou (Frederic na forma afrancesada, assim como Chopin se afrancesara um século antes).
Publicadas entre as décadas de 1920 e 1940, as Canciones y danzas (em castelhano), ou Cançons i danses (em catalão) nº 1 a 7 são peças para piano divididas em duas seções: uma primeira, “canção”, mais lenta, seguida por uma “dança” mais agitada, em alguns casos baseada em melodias populares e em outros casos apenas inspirada em traços do folclore catalão. O estilo de Mompou é mais ou menos minimalista, sem sons fortíssimos ou passagens virtuosas hiper-rápidas. Posteriormente Mompou escreveria mais sete peças com o mesmo título. Outros pianistas gravaram a integral das 14 Cançons i danses para piano, incluindo a brasileira Clelia Iruzun e também o próprio compositor ao piano.
1-6. España, 6 Feuilles d’Album, Op. 165
Composer: Isaac Albéniz
I Prélude 1:53
II Tango 2:52
III Malagueña 3:40
IV Serenata 3:05
V Capricho Catalan 2:46
VI Zortzico 2:31
7. Allegro de Concierto en ut dièse majeur 7:11
Composer: Enrique Granados
8-15. Canciones y Danzas
Composer: Federico Mompou
N° 1 Quasi moderato – Allegro non troppo 3:27
N° 2 Lento – Molt amable 2:20
N° 3 Modéré – Sardana: temps de marche 3:46
N° 4 Moderat – Viv 3:51
N° 5 Lento litúrgico – Senza rigore, Ritmado 3:45
N° 6 Cantabile espressivo – Ritmado 3:02
N° 7 Lento – Danza 2:27
N° 8 Moderato cantabile con sentimento – Danza 2:59
16-18. Noches en los jardines de España
Composer: Manuel de Falla
I En el Generalife 11:54
II Danza lejana 5:27
III En los jardines de la sierra de Cordoba 10:07
Alco Ciccolini (1925-2015) – piano
Orchestre National de la Radiodiffusion France, Ernesto Halffter (16-18)
Recorded: Paris, 1956 (1-15), 1953 (16-18)
P.S.: As danças de Albéniz tocadas nesse disco fazem um verdadeiro tour da Espanha: a Malagueña faz referência a Málaga, cidade mediterrânea voltada para a África, depois tem um Capricho Catalan e por último o Zortzico, dança “torta” com 5 tempos por compasso, típica do País Basco lá no norte da Espanha em sua costa atlântica.
Não se deixe enganar pela capa deste disco, certamente o resultado do esforço de algum estagiário que ficou encarregado do Departamento de Arte da gravadora. O disco é ótimo, assim como o título – música espanhola.
Você deve saber, eu tenho uma queda por esse tipo de música e aqui o programa é todo em torno do excelente pianista basco Joaquín Achúcarro, que no dia 1 de novembro completará 90 anos. A postagem é também uma forma (modesta) de celebrarmos sua arte.
O disco foi lançado em 2014, mas o conteúdo é uma antologia de gravações feitas em 1978.
A primeira peça, Noches en los jardines de España, de Manuel de Falla, ocupa as três primeiras faixas e é para piano e orquestra. A peça que começara como uns noturnos para piano, acabou nesta forma graças ao incentivo do pianista francês Ricardo Viñes – a quem foi dedicada.
A segunda parte do recital, digamos assim, consiste em um conjunto de peças para piano solo. De Isaac Albéniz temos Granada e Sevilla, da Suíte Espanhola, que provavelmente você conhece nas transcrições para violão, nas interpretações de grandes como Andrés Segóvia, Julian Bream ou John Williams. Além dessas, também Navarra, que foi completada por Déodat de Séverac.
As três outras peças são danças. A Danza de la seducción, das Danzas Gitanas de Joaquín Turina; Andaluza, a quinta das Danzas Españolas de Enrique Granados; Canción y danza No. 6, de Federico Mompou.
O libreto descreve tudo: com suas grandes ondulações melódicas. A influência da guitarra com seu som ponteado e seco e, apesar de tudo, rico em harmonias… a influência árabe, cigana. Bom, got it?
Há um nome não citado no disco, mas que talvez deva ser lembrado, antes de seguirmos para as letrinhas finais. Isaac Albéniz, Enrique Granados e Manuel de Falla estudaram com Felipe Pedrell (1841 – 1922), que dedicou sua vida ao desenvolvimento de uma escola de música espanhola, fundamentada nas canções nacionais folclóricas e nas obras primas do passado. Estes três compositores, assim como os outros dois (mais recentes) Joaquín Turina e Federico Mompou, estudaram em Paris e lá se aperfeiçoaram, mas retornaram à Espanha, onde continuaram a desenvolver suas carreiras. Na música, assim como nas ciências, experiências no exterior são vitais. Pedrell e seu pessoal sabia disso… e hoje?
Se lamenta Joaquín Achúcarro (Bilbao, 1932) de que los melómanos comiencen a referirse a él como ‘leyenda viva del piano’. “Ni soy tan viejo ni soy tan grande; además, con los años, uno va encogiendo”, dice con sonrisa cómplice y casi picarona. A sus contentas 88 primaveras, el maestro bilbaíno conserva intacta su mirada inteligente, contagiosa y franca. Los ojos transparentes también mantienen la luminosidad de siempre. Veja a entrevista aqui.
Foi com surpresa que constatei que neste blog, ativo desde 2006, jamais tinha sido postado o ciclo para piano Goyescas, composto pelo catalão Enrique Granados entre 1909 e 1911, com um post-scriptum (El Pelele) de 1914. Granados evoca a atmosfera das pinturas do também espanhol Francisco Goya (1746-1828). Para dar um jeito nisso, trago hoje não uma, mas duas gravações antológicas dessa obra, por dois respeitados pianistas da geração dos nossos pais e avós, para vocês fazerem suas comparações.
A gravação de Nikita Magaloff (1912-1992), que ficou um tempo esquecida e foi relançada há poucos anos pela Decca, é um tesouro apesar do som que mostra sua idade. Assim como comentamos recentemente sobre o Ernesto Nazareth gravado por Proença e Moreira Lima, grandes intérpretes de Chopin, aqui também temos um chopinista de primeira linha se aventurando por esse repertório espanhol. O resultado é um Granados com um romantismo bem mais elegante, dançando de sapato social em um salão à luz de velas, com ritmos muito originais mas sem perder a pose, como quem diz: eu só transgrido e inovo porque me adequo. Não é só a minha impressão, mas também a dos americanos do Record Guide em 1955: ‘The Goyescas are an exhibition of fine manners, and it is as such that Nikita Magaloff plays them. His dexterity, the clarity of his decorations, the subtle variety of his rhythms, are a delight to listen to.’
E com uma concepção geral totalmente diferente, temos a gravação de Alicia de Larrocha (1923-2009), a terceira, pois ela já tinha gravado duas vezes esse ciclo, nas décadas de 1950 e 70. Se Magaloff trazia um Granados, digamos, de terno e gravata, Alicia traz outras cores, vestidos coloridos e flores no cabelo, podemos dizer que é uma interpretação mais solta, dançante, com os pés no chão de terra como algumas das cenas ao ar livre pintadas por Goya.
Enrique Granados (1867-1916), interpretado por Nikita Magaloff
1-6. Goyescas (Los Majos Enamorados) (1909-1911)
I. Los Requiebros, II. Coloquio en la reja, III. El Fandango de candil, IV. Quejas ó la maja y el ruiseñor, V. El amor y la muerte: Balada, VI. Epílogo: Serenata del espectro
7. El pelele: Escena Goyesca (1914)
Nikita Magaloff, piano
Recording: Victoria Hall, Geneva, Switzerland, November 1952 (Goyescas: Book I, El pelele), October-November 1954 (Goyescas: Book II)
Enrique Granados (1867-1916), interpretado por Alicia de Larrocha
1. Allegro de concierto (1904)
2. Danza lenta (1915)
3-8. Goyescas (Los Majos Enamorados) (1909-1911)
I. Los Requiebros, II. Coloquio en la reja, III. El Fandango de candil, IV. Quejas ó la maja y el ruiseñor, V. El amor y la muerte: Balada, VI. Epílogo: Serenata del espectro
9. El pelele: Escena Goyesca (1914)
Alicia de Larrocha, piano
Recording: New York City, USA, December 4-6, 1989; April 11, 1990.
Se a década pré-pandêmica de nossa Rainha consolidou práticas das anteriores – raras gravações em estúdio, pouquíssimas aparições solo, prolífico camerismo e generoso incentivo a jovens talentos -, os anos 10 também a viram explorar repertório novo e desempenhar papéis inéditos, alguns ligados a suas raízes bonaerenses, tais como tangueira e Luthier, e outros ainda mais insuspeitos, como acompanhista em Lieder e em cancioneiro iídiche. Notem que essa discografia argerichiana que ora concluímos, e que supomos tão completa quanto a pudemos deixar, não inclui a importante coleção de registros de Marthinha no Festival de Lugano, que nosso colega FDP Bach está a nos trazer aos poucos.
Exceto por uma já tradicional vinda a Buenos Aires na metade do ano, quando dá a seus conterrâneos o privilegiado ar de sua graça, Martha não é lá muito afeita a explorar seu continente. Uma exceção notável foi a turnê por várias capitais do Brasil em 2004, certamente instigada pelo amado amigo Nelson Freire, com quem tocou em duo e autografou um LP do patrão PQP e um CD meu lá em nossa Dogville natal. Outra foi essa breve residência na província de Santa Fe, para a qual foi persuadida por outro amigo, Daniel Rivera, um pianista nascido em Rosario e radicado na Itália há muitas décadas. Cada disco registra a íntegra de uma das noites de Martha no festival, o que explica a repetição de algumas peças. Destaco a interpretação de Scaramouche, cujo movimento Brazileira cita (e, para muitos, plagia) Ernesto Nazareth, marcando, ainda que tangencialmente, uma das muito poucas vezes que a música brasileira passou pelos dedos de nossa deusa (outra delas está aqui). Digna de nota, também, é a substancial participação no repertório de compositores argentinos contemporâneos, especialmente na última noite, na qual a Rainha fez parte dum mui hábil conjunto de tango que incluiu sua primogênita, Lyda, a tocar viola.
Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791) Sonata em Ré maior para piano a quatro mãos, K. 381
1 – Allegro
2 – Andante
3 – Allegro molto
Johannes BRAHMS (1833-1897) Variações sobre um tema de Joseph Haydn, para dois pianos, Op. 56b
4 – Thema: Andante
5 – Poco più animato
6 – Più vivace
7 – Con moto
8 – Andante con moto
9 – Vivace
10 – Vivace
11 – Grazioso
12 – Presto non troppo
13 – Finale: Andante
Franz LISZT (1811-1886) Les Préludes, poema sinfônico, S. 97
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
14 – Andante maestoso
Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94
1 – Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto
Sergei Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943) Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17
2 – Introduction
3 – Valse
4 – Romance
5 – Tarantella
Darius MILHAUD (1892-1974) Scaramouche, suíte para dois pianos, Op. 165b 6 – Vif
7 – Modéré
8 – Brazileira
Luis Enríquez BACALOV (1933-2017)
9 – Astoreando, para dois pianos
Ástor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)
2 – “Milonga Del Angel”, para dois pianos, viola, contrabaixo e bandoneón
Aníbal Carmelo TROILO (1914-1975)
3 – “Sur” y “La Última Curda”, para bandoneón
Néstor Eude MARCONI (1942)
e Daniel MARCONI (1970)
4 – “Gris Se Ausencia” y “Robustango”, para bandoneón
Ástor PIAZZOLLA 5 – “Oblivión” del “Concierto Aconcagua” – “Tema de María” – “Verano Porteño” – Cadencia del “Concierto Aconcagua”- “La Muerte del Angel” – “Lo Que Vendrá” – “Decarísimo”, para bandoneón
Néstor MARCONI 6 – “Para El Recorrido”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneón
7 – “Moda Tango”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneón
Ástor PIAZZOLLA
8 – “Libertango”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneó
9 – “Tres Minutos Con La Realidad”, para dois pianos, viola, contrabaixo e bandoneón
Néstor Marconi, bandoneón (faixas 3-9)
Enrique Fagone, contrabaixo (faixas 6-9)
Daniel Rivera, piano (faixas 1, 2 e 9)
Gabriele Baldocci, piano (faixa 6)
Martha Argerich (faixas 1, 2, 7-9)
Lyda Chen, viola (faixas 2, 6-9)
Gravado ao vivo em Rosario, Argentina, entre 19 e 25 de outubro de 2012
Se Martha também é María, e Argerich pela família catalã do pai, ela também é Heller por sua mãe Juanita, filha de judeus russos estabelecidos na província de Entre Ríos. E, se não lhes posso afirmar que o iídiche fez parte de sua infância, não tenho muitas dúvidas de que ele ajudou a aproximá-la de Ver bin Ikh! (“Quem sou eu!”), projeto da atriz e cantora Myriam Fuks. Nascida em Tel Aviv e radicada em Bruxelas, Myriam aqui resgata, com sua profunda voz de contralto, diversas canções judaicas centro-europeias, acompanhada dum prodigioso conjunto de amigos, que inclui o demoníaco Roby Lakatos, Mischa e Lily Maisky, o brilhante Evgeny Kissin (que desenvolve uma belíssima carreira paralela na composição e declamação de poemas em iídiche) e, claro, nossa Rainha, a quem cabe a honra de encerrar o álbum com a parte de piano de Der Rebe Menachem (“O Rabino Menahem”).
VER BIN IKH! – MYRIAM FUKS
1 – Vi Ahin Zol Ikh Geyn (S. Korn-Teuer [Igor S. Korntayer]/O. Strokh) Evgeny Kissin, piano
02 – Far Dir Mayne Tayer Hanele/Klezmer Csardas de “Klezmer Karma” (R. Lakatos/M. Fuks) Alissa Margulis, violino Nathan Braude, viola Polina Leschenko, piano
3 – Malkele, Schloimele (J. Rumshinsky) Sarina Cohn, voz Philip Catherine, guitarra Oscar Németh, baixo
4 – Deim Fidele (B. Witler) Lola Fuks, voz Michael Guttman, violino
5 – Yetz Darf Men Leiben (B. Witler) Paul Ambach, voz
Martha sempre teve o costume de acolher, tanto em sua vida pessoal quanto sob as suas protetoras asas artísticas, artistas mais jovens, e um seu modus operandi bem típico nas últimas décadas tem sido o das participações, por óbvio muito especiais, em álbuns de colegas que admira. O pianista russo-alemão Jura Margulis teve o privilégio de ter a Rainha a seu lado para encerrar este volume de suas próprias transcrições para piano, tocando a dois pianos a Noite no Monte Calvo, de Mussorgsky. Eu, que adoro Modest quase tanto quanto amo Marthinha, não só fiquei entusiasmado ao finalmente ouvi-la tocar uma de suas obras, como também passei a sonhar com o dia em que a escutaria a tocar os Quadros de uma Exposição, que certamente ficariam supimpas sob suas mãos. Pode parecer um pedido exagerado a quem já tem oitenta anos e um tremendo repertório, mas não perdi minhas esperanças; muito pelo contrário, eu as vi renovadas quando Martha, em 2020, aprendeu e tocou as partes de piano da maravilhosa Der Hirt auf dem Felsen de Schubert e, para minha maior alegria, de duas das Canções e Danças da Morte de Mussorgsky. Sonhar, enfim, nada custa – ainda.
Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Da Matthäus-Passion, BWV 244
1 – Wir setzen uns mit Tränen nieder
Wolfgang Amadeus MOZART Do Requiem em Ré menor, K. 626 2 – Confutatis maledictis
3 – Lacrimosa
Giacomo PUCCINI (1858-1924)
4 – Crisantemi, SC 65
Franz LISZT 5 – Mephisto-Walzer
Robert SCHUMANN De Dichterliebe, Op. 48: 6 – No. 4: Wenn ich in deine Augen seh’
Dmitri SHOSTAKOVICH Da Sinfonia no. 8 em Dó menor, Op. 65 7 – Toccata
8 – Passacaglia
Sayat NOVA (1712-1795)
Transcrição de Arno Babadjanian (1921-1983)
9 – Melodie – Elegie
Modest Petrovich MUSSORGSKY (1839-1881)
10 –Noch′ na lysoy gore (“Noite no Monte Calvo”), para dois pianos
Jura Margulis, piano (1-10) e transcrições (exceto faixa 9)
Martha Argerich, piano II (faixa 10)
“Noite no Monte Calvo” gravada em Lugano, Suíça, junho de 2014
Uma overdose de genialidade portenha, e praticamente um esculacho de Buenos Aires para com cidades menos dotadas de talentos (i.e., quase todas as outras), foi aquela noite de agosto de 2014 em que Les Luthiers encontraram Daniel Barenboim e Martha Argerich no sacrossanto palco do Teatro Colón. Depois da habitual dose de obras do imerecidamente obscuro Johann Sebastian Mastropiero, o genial quinteto juntou-se a Barenboim para narrar A História do Soldado de Stravinsky, e os seis se somariam a Martha para o Carnaval dos Animais de Saint-Saëns. Nem o vídeo, nem o áudio do memorável encontro foram lançados comercialmente – o que nos obriga a nos contentarmos com o ensaio geral, feito na manhã do concerto, com a plateia repleta de fãs que não tinham conseguido ingressos para a noite:
Martha e Daniel voltariam a se encontrar no Colón no ano seguinte, sem Les Luthiers, para um programa de formato mais familiar a eles. À rara audição dos estudos canônicos de Schumann no arranjo improvável de Debussy, eles fizeram seguir uma obra do próprio Claude-Achille e a irresistível sonata com percussão de Bartók: repertório incomum e – em que pese a ausência de J. S. Mastropiero – nada menos que tremendo.
Robert SCHUMANN Seis estudos em forma canônica, para piano, Op. 56
Transcrição para dois pianos de Claude Debussy (1862-1918)
1 -Nicht zu schnell
2 – Mit innigem Ausdruck
3 – Andantino
4 – Innig
5 – Nicht zu schnell
6 -Adagio
Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918) En Blanc et Noir, suíte para dois pianos, L. 134
7 – Avec Emportement (À Mon Ami A. Koussevitzky)
8 – Lent. Sombre (Au Lieutenant Jacques Charlot Tué a l’ennemi en 1915, le 3 Mars)
9 – Scherzando (À Mon Ami Igor Stravinsky)
Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945) Sonata para dois pianos e percussão, Sz. 110
10 – Assai lento – Allegro molto
11 – Lento, ma non troppo
12 – Allegro non troppo
Daniel Barenboim, piano II
Lev Loftus e Pedro Manuel Torrejón González, percussão (faixas 10-12)
Gravado ao vivo em Buenos Aires, Argentina, agosto de 2015
Dezoito anos depois de sua primeira gravação juntos, Martha e Itzhak Perlman reecontraram-se em Paris para novas sessões em estúdio – as primeiras de Martha na década para o repertório de concerto. Às Fantasiestücke de Schumann e a sonata no. 4 de Bach, eles somaram a fatia brahmsiana da sonata F-A-E, completando o álbum com uma sonata de Schumann gravada em 1998 e ainda mantida inédita por falta de pareamento.
“Trabalhar com Martha”, disse Itzhak, “foi uma experiência única para mim… seu brilho e as cores que ela usa quando toca são reconhecíveis tão longo você as escuta – é ela, ninguém mais soa assim… Estou muito feliz com que pudemos de fato gravar novamente… quando surgiu a possibilidade de que ela tivesse um punhado de dias livres para gravar eu disse ‘eu irei a qualquer lugar!!!'”. A julgar pela cumplicidade com que tocaram e pelo olhar curioso de Martha para o bonachão Itzhak na capa do álbum, tenho certeza de que a viagem valeu a pena.
Robert SCHUMANN
Sonata para violino e piano no. 1 em Lá menor, Op. 105 1 – Mit leidenschaftlichem Ausdruck
2 – Allegretto
3 – Lebhaft
Fantasiestücke, para violino e piano, Op. 73 4 – Zart und mit Ausdruck
5 – Lebhaft, leicht
6 – Rasch und mit Feuer
Johannes BRAHMS Scherzo para violino e piano, WoO 2 (da sonata “F-A-E”, composta em colaboração com Robert Schumann e Albert Dietrich)
7 – Allegro
Johann Sebastian BACH Sonata para violino e teclado no. 4 em Dó menor, BWV 1017
8 – Siciliano. Largo
9 – Allegro
10 – Adagio
11 – Allegro
Itzhak Perlman, violino
Gravado em Saratoga, Estados Unidos, julho de 1998 (1-3) e Paris, França, março de 2016 (4-11)
Ainda que a gravação anterior de Martha para o Carnaval dos Animais – aquela com Gidon Kremer – seja mais famosa, eu prefiro essa, com Antonio Pappano no duplo papel de pianista e regente e Annie, filha de Martha com Charles Dutoit, a narrar. Se aquela com Les Luthiers é melhor que essa, jamais saberemos enquanto os detentores da preciosa gravação no Colón não a trouxerem a público. O que sabemos é que Johann Sebastian Mastropiero é um compositor muitíssimo superior a Saint-Saëns e que, por isso, nossa Rainha deveria tocá-lo mais. Fica a dica, Marthinha.
Le Carnaval des Animaux, Grande Fantaisie Zoologique 5 – Introduction et Marche Royale du Lion
6 – Poules et Coqs
7 – Hémiones
8 – Tortues
9 – L’Éléphant
10 – Kangourous
11 – Aquarium
12 – Personnages à Longues Oreilles
13 – Le Coucou au Fond des Bois
14 – Volière
15 – Pianistes
16 – Fossiles
17 – Le Cygne
18 – Finale
Annie Dutoit, narração
Gabriele Geminiani, violoncelo
Libero Lanzilotta, contrabaixo
Antonio Pappano, piano II e regência
Enquanto se desligava aos poucos do festival centrado sobre si em Lugano, Martha passou a visitar Hamburgo com cada vez mais frequência, até ver um novo festival em torno de si, realizado no mês de junho na soberba Laeiszhalle daquela cidade em que mais chove em toda Alemanha. Este Rendez-vous with Martha Argerich é o tributo fonográfico do impressionante programa do festival em 2018, reunindo um elenco cheio de figuras estelares da galáxia da Rainha – incluindo algumas literalmente familiares, como suas filhas Lyda e Annie e o ex-companheiro Kovacevich. Gosto de todos os discos, repletos que são do elã característico de Marthinha, mesmo quando ela não está de fato a tocar. Meu xodó, no entanto, é o último, com um delicioso Carnaval dos Animais narrado por Annie e uma não menos saborosa seleção de repertório ibérico e latino-americano que se encerra com uma versão tanguera de Eine kleine Nachtmusik que certamente faria Amadeus gargalhar em dois por quatro.
Claude DEBUSSY De Nocturnes, L. 91 1 – Fêtes (arranjo para dois pianos de Maurice Ravel)
Anton Gerzenberg, piano II
Sonata em Sol menor para violino e piano, L. 140 2 – Allegro vivo
3 – Intermède. Fantasque et léger
4 – Finale. Très animé
Géza Hosszu-Legocky, violino Evgeni Bozhanov, piano
5 – Prélude à l’après-midi d’un faune, L. 86
(arranjo para dois pianos do próprio compositor)
Stephen Kovacevich, piano I
Sonata em Ré menor para violoncelo e piano, L. 135
6 – Prologue: Lent, sostenuto e molto risoluto
7 – Sérénade: Modérément animé
8 – Finale: Animé, léger et nerveux
Mischa Maisky, violoncelo
Joseph Maurice RAVEL (1875-1937) 9 – La Valse, poème choreographique (arranjo para dois pianos do próprio compositor)
Nicholas Angelich, piano II
Sonata em Ré menor para violino e violoncelo, M. 73
10 – Allegro
11 – Très vif
12 – Lent
13 – Vif, avec entrain
Alexandra Conunova, violino Edgar Moreau, violoncelo
Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953) Sinfonia no. 1 em Ré maior, Op. 25, “Clássica”
Transcrição para dois pianos de Rikuya Terashima
1 – Allegro
2 – Larghetto
3 – Gavotta: Non troppo allegro
4 – Finale: Molto vivace
Evgeni Bozhanov e Akane Sakai, pianos
5 – Abertura sobre temas hebraicos, para piano, clarinete, dois violinos, viola e violoncelo, Op. 34
Pablo Barragán, clarinete Akiko Suwanai e Alexandra Conunova, violinos Lyda Chen, viola Edgar Moreau, violoncelo
Suíte de Cinderella (Zolushka), balé em três atos, Op. 87
Arranjo para dois pianos de Mikhail Vasilyevich Pletnev (1957)
6 – Introduction: Andante dolce
7 – Querelle: Allegretto
8 – L’Hiver: Adagio – Allegro moderato
9 – Le Printemps: Vivace con brio – Moderato – Presto
10 – Valse de Cendrillon: Andante – Allegretto – Poco più animato – Più animato – Meno mosso
Akane Sakai eAlexander Mogilevsky, pianos
11 – Gavotte: Allegretto
12 – Gallop: Presto – Andantino – Presto
13 – Valse Lente: Adagio – Poco più animato – Assai più mosso – Poco più animato – Meno mosso (più animato dell’adagio
14 – Finale: Allegro moderato – Allegro espressivo – Presto – Allegro moderato – Andante
Evgeni Bozhanov e Kasparas Uinskas, pianos
Sonata em Dó maior para dois violinos, Op. 56 15 – Andante cantabile
16 – Allegro
17 – Commodo (quasi allegretto)
18 – Allegro con brio
Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975) Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio
Sergei Nakariakov, trompete
Symphoniker Hamburg
Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Mi menor, Op. 67
5 – Andante – Moderato – Poco più mosso
6 – Allegro con brio
7 – Largo
8 – Allegretto – Adagio
Guy Braunstein, violino
Alisa Weilerstein, violoncelo
Zoltán KODÁLY (1882-1967) Duo para violino e violoncelo, Op. 7 9 – Allegro serioso, non troppo
10 – Adagio – Andante 11 – Maestoso e largamente, ma non troppo lento – Presto
Guy Braunstein, violino
Alisa Weilerstein, violoncelo
Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
Trio para violino, violoncelo e piano no. 1 em Ré menor, Op. 49 (transcrição para flauta, violoncelo e piano)
1 – Molto allegro ed agitato
2 – Andante con moto tranquillo
3 – Scherzo
4 – Finale
Johannes BRAHMS
Sonata para piano e violino no. 2 em Lá maior, Op. 100 1 – Allegro amabile
2 – Andante tranquillo — Vivace — Andante — Vivace di più — Andante — Vivace
3 – Allegretto grazioso (quasi andante)
Akiko Suwanai, violino Nicholas Angelich, piano
Sergey RACHMANINOV
Sonata em Sol menor para violoncelo e piano, Op. 19 4 – Lento. Allegro moderato
5 – Allegro scherzando
6 – Andante
7 – Allegro mosso
Camille SAINT-SAËNS 1-30 – Le Carnaval des Animaux, Grande Fantaisie Zoologique
Annie Dutoit, narração Jing Zhao, violoncelo Lilya Zilberstein e Martha Argerich, pianos
Symphoniker Hamburg Ion Marin, regência
Ernesto Sixto de la Asunción LECUONA Casado (1895-1963) Quatro danças cubanas, para piano
31 – A la antigua
32 – Al fin te ví
33 – No hables más!
34 – En tres por cuatro
Três danças afro-cubanas, para piano 35 – La Conga de Medianoche
36 – La Comparsa
37 – Danza de los Ñañigos
Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
Arranjo de Mauricio Vallina (1970)
Da Suíte España, Op. 165 38 – No. 2: Tango
Ángel Gregorio VILLOLDO Arroyo (1861- 1919)
Arranjo de Lea Petra
39 – El Choclo
Mauricio Vallina, piano
Eduardo Oscar ROVIRA (1925- 1980)
40 – A Evaristo Carriego
Ástor PIAZZOLLA 41 – Triunfal
42 – Adiós Nonino
Wolfgang Amadeus MOZART 43 – Musiquita Noturna (arranjo do Allegro da Eine Kleine Nachtmusik, K. 525)
Jing Zhao, violoncelo (faixa 40)
The Guttman Tango Quartet:
Michael Guttman, violino
Lysandre Denoso, bandoneón
Chloe Pfeiffer, piano
Ariel Eberstein, contrabaixo
Entre os protegidos de Martha Argerich, o sul-coreano Dong Hyek Lim é um dos meus favoritos: não são muitos os jovens pianistas que conseguem, na falta de melhor definição, dizer a música sem firulas egocêntricas, nem aparentar qualquer esforço, mesmo nas passagens mais cabeludas do repertório. Aqui ele doma o monstruoso Rach 2 com um som apropriadamente grande e muita precisão, para depois encarar as Danças Sinfônicas de Sergey em companhia de Sua Majestade, que lhe concede o privilégio da especialíssima participação em seu álbum: uma moral e tanto para o pibe.
Sergey RACHMANINOV Concerto para piano e orquestra no. 2 em Dó menor, Op. 18 1 – Moderato
2 – Adagio sostenuto – Più animato – Tempo I
3 -Allegro scherzando
Dong Hyek Lim, piano
BBC Symphony Orchestra
Alexander Vedernikov
Gravado em Londres, Reino Unido, setembro de 2018
Danças sinfônicas para orquestra, Op. 45
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
4 – Non allegro
5 – Andante con moto
6 – Lento assai – Allegro vivace – Lento assai. Come prima – Allegro vivace
Mais um Rendez-vous com Martha em Hamburgo, desta vez em 2019, com resultados muito bons, ainda que tão entusiasmantes quanto os do ano anterior. Jamais escreveria isso num tom de queixume, mas a Rainha legou-nos tantas interpretações memoráveis que as revisitas aos itens de seu repertório despertam comparações com as legendárias versões anteriores, num curioso efeito colateral dos setenta anos de carreira e duma magnífica discografia. Refiro-me, principalmente, à gravação do concerto de Tchaikovsky, em que ela brilha como sempre, mas a Sinfônica de Hamburgo não tanto quanto a Royal Philharmonic sob a mesma batuta de Charles Dutoit, décadas antes. E teria havido, enfim, menos elã no notável elenco de intérpretes do que no ano anterior, ou estarei eu tão só blasé depois de tanto escutar gravações antológicas de Marthinha para lhes apresentar sua discografia integral? Só vocês me poderão dizer.
Felix MENDELSSOHN Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Dó menor, Op. 66
1 – Allegro energico e con fuoco
2 – Andante espressivo
3 – Scherzo
4 – Finale. Allegro appassionato
Renaud Capuçon, violino
Edgar Moreau, violoncelo
Johannes BRAHMS
Sonata para violino e piano no. 1 em Sol maior, Op. 78 5 – Vivace ma non troppo
6 – Adagio
7 – Allegro molto moderato
Wolfgang Amadeus MOZART
Andante e variações em Sol maior para piano a quatro mãos, K. 501 1 – Thema – Variationen I-V
Stephen Kovacevich e Martha Argerich, piano
Ludwig van BEETHOVEN Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer” 2 – Adagio sostenuto — Presto
3 – Andante con variazioni
4 – Finale. Presto
Tedi Papavrami, violino
Franz Peter SCHUBERT (1797-1828) Fantasia em Fá menor para piano a quatro mãos, D. 940 5 – Allegro molto moderato
6 – Largo
7 – Scherzo. Allegro vivace
8 – Finale. Allegro molto moderato
Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893) Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23 1 – Allegro non troppo e molto maestoso
2 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
3 – Allegro con fuoco
Symphoniker Hamburg
Charles Dutoit, regência
Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971) Les Noces, Cenas Coreográficas com Música e Vozes
4 – La tresse
5 – Chez le Marié
6 – Le Départ de la Mariée
7 – Le Repas de Noces
Nicholas Angelich, Gabriele Baldocci, Alexander Mogilevsky e Stepan Simonian, pianos
Europa Choir Akademie Görlitz
Charles Dutoit, regência
Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757) Sonatas (Esercizi) para teclado: 1 – K. 495 em Mi maior
2 – K. 20 em Mi maior
3 – K. 109 em Lá menor
4 – K. 128 em Si bemol menor
5 – K. 55 em Sol maior
6 – K. 32 em Ré menor
7 – K. 455 em Sol maior
Evgeni Bozhanov, piano
Johann Sebastian BACH Concerto em Lá menor para quatro pianos e orquestra de cordas, BWV 1065 8 – Allegro
9 – Largo
10 – Allegro
Martha Argerich, Dong Hyek Lim, Sophie Pacini e Mauricio Vallina, pianos
Symphoniker Hamburg
Adrian Iliescu, regência
Robert SCHUMANN
Kinderszenen, para piano, Op. 15 11 – Von fremden Ländern und Menschen
12 – Kuriose Geschichte
13 – Hasche-Mann
14 – Bittendes Kind
15 – Glückes genug
16 – Wichtige Begebenheit
17 – Träumerei
18 – Am Kamin
19 – Ritter vom Steckenpferd
20 – Fast zu ernst
21 – Fürchtenmachen
22 – Kind im Einschlummern
23 – Der Dichter spricht
Martha Argerich, piano
Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849) Introdução e Polonaise Brilhante em Dó maior, para violoncelo e piano, Op. 3
24 – Largo – Alla polacca
Wolfgang Amadeus MOZART Sonata em Ré maior para piano a quatro mãos, K. 381 1 – Allegro
2 – Andante
3 – Allegro molto
Martha Argerich e Akane Sakai, piano
Claude DEBUSSY
Petite Suite, para piano a quatro mãos, L. 65 4 – En bateau
5 – Cortège
6 – Menuet
7 – Ballet
Sergei Babayan e Evgeni Bozhanov, piano
Enrique GRANADOS Campiña (1862-1916)
Transcrição para violino e piano de Fritz Kreisler (1875-1962)
Das Doze danças espanholas, Op. 37 8 – No. 5: Andaluza
Friedrich “Fritz” KREISLER (1875-1962)
9 – Schön Rosmarin
Géza Hosszu-Legocky, violino
Sergei Babayan, piano
Francis Jean Marcel POULENC (1899-1963) Sonata para dois pianos, FP 165
10 – Prologue
11 – Allegro molto
12 – Andante lyrico
13 – Epilogue
Witold Roman LUTOSŁAWSKI (1913-1994)
14 – Variações sobre um tema de Paganini, para dois pianos
Karin Lechner e Sergio Tiempo, pianos
Sergey RACHMANINOV
Das Seis peças para piano a quatro mãos, Op. 11 15 – No. 4: Valsa
A gravação mais recente de Martha, já sob a égide da Covid-19, foi feita em duo com a pianista grega Theodosia Ntokou, outra de suas muito queridas protegidas. A escolha de uma transcrição da sinfonia “Pastoral” de Beethoven só não é mais curiosa do que a própria versão escolhida: em lugar da mais famosa e autoritativa, feita por Carl Czerny, aluno do próprio renano, elas escolheram o obscuro arranjo do ainda mais obscuro Selmar Bagge. A “Pastoral” foi-me uma grata surpresa, assim como lhes será a bonita leitura que Ntokou entrega da sonata “Tempestade”, depois de se despedir da Rainha. E, já que estamos a falar de despedidas, despeço-me eu aqui por terminar de oferecer-lhes, ao longo de oito capítulos e incontáveis adiamentos, a discografia completa da maior pianista de nosso tempo, num tributo aos seus oitenta anos que, concluído já no caminho de seus oitenta e dois, deseja-lhe a saúde e o fogo de sempre para oferecer ao público que tanto a ama o estupor com que ela o nutre há mais de sete décadas.
Ludwig van BEETHOVEN
Sinfonia no. 6 em Fá maior, Op. 68, “Pastoral”
Transcrição para dois pianos de Selmar Bagge (1823-1896)
1 – Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande. Allegro ma non troppo
2 – Szene am Bach. Andante molto moto
3 – Lustiges Zusammensein der Landleute. Allegro
4 – Gewitter. Sturm. Allegro
5 – Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm. Allegretto
Theodosia Ntokou, piano II
Gravado em Lugano, Suíça, julho de 2020
Das Três sonatas para piano, Op. 31: No. 2 em Ré menor, “Tempestade”
6 – Largo
7 – Adagio
8 – Allegretto
Após muitos (muitos!) anos de experiência com música e discos, alguma coisa acaba-se aprendendo. Eu consigo farejar um bom disco a milhas de distância. E este álbum, eu sabia, é excelente. Se bem que gosto, não se deve discutir.
A rabugice e o conservadorismo são traços que afloram a medida em que a idade avança, é inexorável. Rabugento ainda não sou, mas tenho tido episódios. Conservador é claro que não sou, mas essas novidades de discos conceituais dão-me rugas na testa e um ligeiro movimento de pé atrás. Cheira-me a marketing. Mas neste caso, rendo-me absolutamente! Disco maravilhoso, de primeira à última faixa.
Dança é o tema do álbum cuja concepção foi inspirada em uma carta de Ferruccio Busoni para um de seus alunos, Egon Petri, propondo um programa dançante para um recital. Que ideia mais simples, mas maravilhosa…
Pois dança é o assunto do álbum que vai das antigas danças, como a sarabande da Partita do Bach até o Boogie Woogie, no estudo do Morton Gould. Entre elas, valsas, muitas maravilhosas valsas. Ah, polonaises também, pois há Chopin, e algumas mazurkinhas do Scriabin.
Não poderia faltar o Azul Danúbio e tango também.
E como não falar umas palavras sobre o Benjamin Grosvenor, este excelente pianista? Ele despontou para o mundo da música em 2004 ganhando o BBC Young Music Competition com 11 anos (bota Young nisso). Foi convidado a se apresentar na Primeira Noite do 2011 BBC Proms, com apenas 19 anos.
Em 2012, quando ganhou um importante prêmio – o Critics Choice, do Classic Brits, deixou a todos comovidos por dedicar o prêmio a seu irmão dois anos mais velho, portador de síndrome de Down. Benjamin explicou (candidamente): Eu dedico este prêmio ao meu irmão Jonathan. Isto é por ter me aturado praticando horas seguidas por anos e anos e por ter ido a tantos dos meus concertos contra sua própria vontade. Afinal, para que servem irmãos?
Johann Sebastian Bach
Partita No. 4, BWV828
1 I. Overture
2 II. Allemande
3 III. Courante
4 IV. Aria
5 V. Sarabande
6 VI. Menuet
7 VII. Gigue
Frédéric Chopin
Andante spianato et grande polonaise brillante in E-flat major, Op. 22
8 I. Andante spianato in G major
9 II. Grande polonaise brillante in E-flat major
10 Polonaise no.5 in F sharp Minor Op. 44
Alexander Scriabin
Ten Mazurkas Op. 3
11 No. 6
12 No.4
13 No.9
14 Valse in Ab major Op. 38
Enrique Granados
Valses Poeticos
15 Preludio: Vivace molto
16 I. Melodioso
17 II.Tempo de Vals noble
18 III. Tempo de Vals lento
19 IV. Allegro humoristico
20 V. Allegretto (elegante)
21 VI. Quasi ad libitum (sentimental)
22 VII. Vivo
23 VIII. Presto
Adolf Schulz-Evler
24 Concert Arabesques on themes by Johann Strauss, “By The Beautiful Blue Danube”
Isaac Albeniz (arr. Leopold Godowsky)
25 Tango, Op.165, No.2
Morton Gould
26 Boogie Woogie Etude
Franz Liszt
27 2 Etudes de Concert S. 145, 2 – Gnomenreigen
Johann Sebastian Bach (arr. Wilhelm Kempff)
28. Sonata for Flute and Harpsichord, BWV 1031 – Siciliano
“performance after performance of surpassing brilliance and character”
– Gramophone
“‘Jeu perlé’ to die for, ever changing colours and an innate sense of articulation and rubato”
– Diapason
“A revelation”
– American Record Guide
Uma observação técnica: as duas últimas faixas desta postagem não fazem parte do disco oficial. Realmente, o disco deveria acabar no estudo do Morton Gould, um tremendo tour de force! Mas, as duas peças que seguem, o Gnomenreigen e o Siciliano de Liszt e Bach (Kempff) são tão bonitinhas que estão aí, como dois encores… Aproveitem!!
Estamos no último minuto do 18 de outubro, e ainda em tempo de celebrar o septuagésimo quinto aniversário do Sr. Nelson José Pinto Freire, nascido no rio Grande, não o Rio Grande donde eu venho, mas o que banha a pacata Boa Esperança das Minas Gerais, um cidadão do mundo, e certamente um dos compatriotas que nunca nos deixará sem respostas se alguém nos perguntar o que de bom tem o Brasil, além de butiás e jabuticabas. Parabenizamos o célebre Sr. Freire e abraçamos o gentil Nelsinho, alcançando-lhe nossa gratidão pela longa e profícua carreira, que não para de nos trazer alegrias nessas já tantas décadas que o veem elencado entre os maiores pianistas em atividade. Além do quilate artístico, o mineirinho Nelson é um amor de criatura, ouro maciço. Discreto, caseiro e reservado, vive para a arte e para os amigos. Agora há pouco cheguei a brincar com os companheiros de blog, imaginando-o a bebemorar seu aniversário, entre um cigarro e outro, com a grande amiga Martha Argerich, parceira de vida e arte há seis décadas, só para depois me lembrar de ter lido numa entrevista que ele parou de fumar há alguns anos, por querer manter-se por muito tempo ainda ativo: menos em recitais e concertos, pois a rotina de viagens lhe aborrece muito, e cada vez mais em gravações, depois de por tanto tempo relutar em fazê-las, e legar ao futuro uma resposta a quem quer que pergunte “como tocava Nelson Freire?”.
Numa bonita postagem, o Pleyel já afirmara que muito se poderia “falar do talento de Nelson para escolher peças de bis, parte essencial de recitais à moda antiga”. Pois neste fresquíssimo álbum, nosso cintilante compatriota apresenta-nos parte de seu arsenal de tira-gostos, digestivos e, também, fogos de artifício para arrematar concertos e recitais, abarcando o longo arco de tempo entre os gênios de Purcell e do tabagistíssima Shostakovich. O pianismo é, naturalmente, de chorar de bom, e ao final da guirlanda de peças a gente só consegue se admirar por lhe descobrir mais um talento: o de fazer um recital coeso só com tantos, e tão diversos, e diminutos bombons e bagatelas.
Que sirva de exemplo para tantos outros. E muitas outras.
Christoph WillibaldGLUCK (1714-1787)
Arranjo de Giovanni Sgambati
1- Orfeo ed Euridice: Melodia
HenryPURCELL (1659-1695)
2 – Hornpipe em Mi menor
Giuseppe DomenicoSCARLATTI (1685-1759)
3 – Sonata em Ré menor, K. 64
4 – Sonata em Si menor, K. 377
Zygmunt Denis Antoni Jordan deSTOJOWSKI (1870-1946)
5 – Aspirations, Op. 39: no. 1, “Vers l’Azur”
Ignacy Jan PADEREWSKI (1860-1941)
6 – Miscellanea, Op. 16: no. 4: Noturno em Si bemol maior
Richard GeorgSTRAUSS (1864-1949)
Arranjo de Leopold Godowsky
7 – Seis Lieder, Op. 17: No. 2, Ständchen
Edvard HagerupGRIEG (1843-1907)
Das “Peças Líricas” para piano:
8 – Livro I, Op. 12 – no. 1: Arietta
9 – no. 2: Valsa
10 – no. 5: Melodia Popular
11 – Livro II, Op. 38 – no. 1.: Berceuse
12 – Livro III, Op. 43 – no. 2: Viajante Solitário
13 – no. 4: Pequeno Pássaro
14 – no. 6: À Primavera
15 – Livro IV, Op. 47 – no. 4: Halling
16 – Livro V, Op. 54 – no. 1: Jovem Pastor
17 – Livro VIII, Op. 65 – no. 6: Dia de Casamento em Troldhaugen
18 – Livro IX, Op. 68 – no. 3: A seus pés
19 – no. 5: No berço
Anton GrigoryevichRUBINSTEIN (1829-1894)
20 – Duas Melodias, Op. 3 – no. 1 em Fá maior
Alexander NikolayevichSCRIABIN (1872-1915)
21 – Dois Poemas, Op. 32 – no. 1 em Fá sustenido maior
Sergei VasilyevichRACHMANINOV (1873-1943)
22 – Prelúdios, Op. 32 – no. 10 em Si menor: Lento
23 – no. 12 em Sol sustenido maior: Allegro
Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
29 – España, Op. 165 – Tango em Ré maior (arranjo de Leopold Godowsky)
30 – Navarra (completada por Déodat de Sévérac)
Uma alusão à música espanhola nos traz à memória uma variedade de ritmos e estilos que vão do violão clássico, passando pelo flamenco, zarzuela e outros. Esses ritmos e estilos inspiraram compositores de Espanha e de outros países também.
Como não pensar no Capricho Espanhol, de Rimsky-Korsakov, na ópera Carmen, de Bizet ou no balé El amor brujo, de Manuel de Falla?
A música tem esse poder de evocar lembranças em todos os nossos sentidos: sons, cores, temperatura e sabores – tudo junto e misturado.
O disco desta postagem nos transporta para um mundo de paixões e misticismo. Você identificará em cada faixa algum aspecto da cultura espanhola e ficará surpreso ao perceber que nem todas as peças foram compostas por espanhóis.
O disco merece ser ouvido muitas vezes. Primeiro por sua simples beleza e sensualidade. Depois você perceberá a altíssima qualidade técnica do pianista Stephen Hough, um dos melhores em atividade.
A maneira como o disco foi concebido, desfilando compositores espanhóis, fraceses e de outras nacionalidades, mas também guardando alguma ordem cronológica mostra o cuidado da produção.
A sonata do padre Antonio Soler nos lança imediatamente no clima de ritmos empolgantes, de clara evocação espanhola. Soler aprendeu muita coisa com o Domenico Scarlatti!
A sequência também apresenta peças mais poéticas, onde ritmos mais dolentes revelam o caráter apaixonado da cultura espanhola.
Os compositores franceses agregam muita sofisticação e refinamento ao disco.
As últimas faixas exibem o aspecto virtuosístico do pianista que compôs a última delas. É a técnica colocada ao serviço da música (e do nosso prazer), não o contrário.
O selo Hyperion é mais uma garantia de qualidade na produção sonora, nas notas do livreto e na escolha da (magnífica) capa. Veja o que disse a Classic CD sobre o álbum: “This is a terrific disc. A master pianist reminds us that the piano can delight, surprise and enchant!”
Stephen Hough’s Spanish Album
Antonio Soler (1729-1783) – Sonata em fá sustenido maior
Enrique Granados (1867-1916) – Valses poéticos
Isaac Albéniz (1860-1909) – Evocación, do livro I, de Iberia
Isaac Albéniz – Triana, do livro II, de Iberia
Frederico Mompou (1893-1987) – Pájaro triste, de Impressiones íntimas
Frederico Mompou – La barca, de Impressiones íntimas
Frederico Mompou – Secreto, de Impressiones íntimas
Frederico Mompou – Gitano, de Impressiones íntimas
Federico Longas (1893-1968) – Aragón
Claude Debussy (1862-1918) – La soirée dans Grenade, de Estampes
Claude Debussy – La sérenade interrompue, dos Préludes, livro I
Claude Debussy – La Puerta del Vino, dos Préludes, livro II
Maurice Ravel (1875-1937) – Pièce em forme de Habanera, arranjo de Maurice Dumesnil (1886-1974)
Isaac Albéniz – Tango, arranjo de Leopold Godowsky (1870-1938)
Franz Xaver Scharwenka (1850-1924) – Spanisches Ständchen, Op. 63, 1
Walter Niemann (1876-1953) – Evening in Seville, Op. 55, 2
Andrés Segovia, Narciso Yepes, etc. Os espanhóis e o violão. Há que igualmente colocar no Olimpo Los Romeros, também chamada de A Família Real do Violão. O quarteto foi fundado em 1960 por Celedonio Romero. Três de seus filhos, Angel, Celin e Pepe tocavam com o pai desde os sete anos, formando o Quarteto. Então, eles desenvolveram certa experiência… Em 1957, já tinham ido para os EUA. Não gostavam muito de Franco. Moram lá até hoje. Em 1990, Angel deixou o quarteto, sendo substituído pelo filho de Celin, Celino. Celedonio Romero morreu em 1996. Entrou em seu lugar o filho de Angel, Lito.
Vamos à música. O Quarteto é requintado. São donos de uma habilidade e de uma competência extraordinária. Neste post temos a formação original, ainda com Celedonio. O fato é que é um CD muito bom. O repertório é maravilhoso — Vivaldi, Torroba, Scarlatti, Rodrigo (Concerto de Aranjuez e etc), Bizet (Carmen) entre outros, com obras originais para violão (ou violões) e transcrições. Boa apreciação!
Los Romeros – Celebração do Jubileu de Ouro
DISCO 01
Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto para 4 violões in B menor, RV 580*
01. Allegro
02. Largho Larghetto
03. Allegro
Celedonio Romero (1913-1996)
Noche en Málaga
04. Noche en Málaga Romantic Prelude
05. Romantic Prelude
Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741)
Concerto para 2 violões em G maior, RV 532* 01. Allegro
02. Andante
03. Allegro
Manuel de Falla (1876-1946)El Sombrero de tres picos
04. Danza del corregidor
05. Danza del molinero
Joaquín Rodrigo (1901-1999) Concerto de Aranjuez*
06. Allegro con spirito
07. Adagio
08. Allegro gentile
Georges Bizet (1838-1875)
Suíte da Ópera Carmen
09. Prélude
12. Séguedille
13. Chanson bohème
14. Entr’acte
15. Chanson du toreador
Joaquín Rodrigo (1901-1999) Concerto Andaluz**
16. Tiempo de Bolero
17. Adagio
18. Allegretto
* San Antonio Symphony Orchestra
Victor Alessandro, regente
** Academy of St Martin in the Fields
Sir Neville Marriner, regente
Angel Romero, violão
Caledonio Romero, violão
Celin Romero, violão
Pepe Romero, vilão
Angelita Romero castanhetas in Sonatine trianera, El sombrero de tres picos and Carmen Suite
MUITO BOM !!! fonogramas maravilhosamente fornecidos por Raphael Soares.
Pessoal, olhem (ouçam) como esses americanos mandam bem, especialmente nas músicas brasileiras!
A voz de límpido timbre de Kathleen Battle une-se ao corretíssimo violão de Christopher Parkening para executar 19 canções de muita qualidade. Raphael Soares, que nos enviou o álbum no afã de divulgarmos a música do paraense Waldemar Henrique, afirmou sabiamente sobre este trabalho:
A Kathleen Battle e o Christopher Parkening dispensam apresentações: ambos estão entre os mais renomados músicos americanos da atualidade. É um tanto vergonhoso afirmar que, apesar de ser paraense, só conheci Waldemar Henrique propriamente dito com esse CD e nessa interpretação, o que faz ela ficar na minha cabeça eternamente, e me faz ter um carinho muito especial por essa gravação, apesar do português carregado de sotaque de Battle. A canção Boi-Bumbá é das mais famosas do compositor, e data de 1934, e o arranjo para violão foi feito pelo próprio Parkening. Outras interpretações são destaque no disco, como a Ave Maria de Gounod e o Azulão de Jayme Ovalle.
Bem, é verdade que o álbum é uma grande miscelânea: além de não focar em um autor ou período, há músicas de caracteres bem distintos, desde música renascentista a negros spirituals, passando por ritmos brasileiros… Ainda assim, mesmo que em uma reunião no mínimo inusitada, o repertório é muito bonito: as melodias são, de um modo geral, de grande beleza, muito bem escolhidas levando-se em conta o aspecto puramente belo.
O motivo de postarmos esse álbum, sua razão de estar aqui no P.Q.P.Bach, são as canções brasileiras, e nelas Kathleen Battle, apesar de não pronunciar bem o português (convenhamos: nosso idioma é difícil; belíssimo, porém, difícil…), desenvolve seu canto com muita propriedade: há sentimento nessas faixas, assim como em todo o CD. Vale conferir!
Ouça, ouça! Deleite-se!
Kathleen Battle e Christopher Parkening
Pleasures of Their Company
John Downland (1563-1626)
01. Come again! Sweet love doth now invite
02. Allemande Christopher Parkening
03. What if I never speed?
04. Galliard
05. Fine knacks for ladies Charles Gounod (1818-1893)
06. Ave Maria Enrique Granados (1867-1916)
07. La Maja de Goya (from Coleccion de Tonadillas) Waldemar Henrique (1905-1995)
08. Boi-Bumbá Jayme Ovalle (1894-1955)
09. Azulão Francisco Paurillo Barroso (1894-1968)
10. Para ninar Manuel de Falla (1876-1946)
11. Canción
12. Nana
13. Seguidilla murciana Negro Spiritual (Tradicional)
14. Ain’t Got Time To Die
15. Lord, I Couldn’t Hear Nobody Pray
16. Ain’t That Good News! (Arr. Russ)
17. Sweet Little Jesus Boy
18. This Little Light Of Mine
19. Ride On, King Jesus!
Um cd no mínimo peculiar. Xavier de Maistre é o primeiro harpista da Filarmônica de Viena, e só isso já é excelente carta de apresentação. Mas o rapaz vai mais longe, e muito mais longe, nos brindando com um belo e delicado cd, fazendo transcrições das mais conhecidas peças da música espanhola. Eu particularmente gostei muito, apesar de estar sempre com a sensação de que está faltando alguma coisa. Pode ser que os mais puristas torçam o nariz ao ouvirem o Concierto de Aranjuez tocado numa harpa, mas o timbre super delicado do instrumento torna a peça ainda mais romântica. Até onde sei, a única peça realmente composta para o instrumento é o Concerto para Harpa, de Ginastera.
O regente da Viena Radio Symphony Orchestra, Bertrand de Billy, e claro, os engenheiros de som da Sony, conseguiram um belo equilíbrio entre a orquestra e a harpa,não deixando ela desaparecer atrás da massa sonora orquestral.
Enfim, um cd para aqueles que, em primeiro lugar, apreciam o instrumento, e em segundo lugar, gostam de novas experiências, e por que não dizer, de novas sonoridades para peças que fazem parte do repertório de qualquer violonista de concerto.
01. Falla – Spanish Dance No. 1 from the opera ‘La vida breve’
02. Rodrigo – Concierto de Aranjuez – I. Allegro con spirito
03. II. Adagio
04. III. Allegro gentile
05. Tárraga – Recuerdos de la Alhambra
06. Granados – Valses poeticos. Preludio, Vivace
07. Valses poeticos. 1. Melódico
08. Valses poeticos. 2. Tiempo de Vals noble
09. Valses poeticos. 3. Tiempo de Vals lento
10. Valses poeticos. 4. Allegro humóristico
11. Valses poeticos. 5. Allegretto (Elegante)
12. Valses poeticos. 6. Quasi ad libitum (Sentimental)
13. Valses poeticos. 7. Vivo
14. Valses poeticos. 8. Presto – Andante – Tiempo de Vals
15. Ginastera – Harp Concerto, op. 25 – I. Allegro giusto
16. II. Molto moderato
17. III. Kadenz
18. IV. Vivace
19. Ginastera – Milonga
Xavier de Maistre – Harp
Vienna Radio Symphony Orchestra
Bertrand de Billy – Conductor
P.S. – Não sei o que aconteceu, mas alguns leitores não estão conseguindo baixar o link do MEGA, por isso estou disponibilizando outro link, desta vez baseado no FileFactory, bom servidor que não tem me dado problemas.
Aí está o segundo cd da coleção “Guitarra Española”, na excepcional interpretação de Narciso Yepes. E este cd aqui, bem, este segundo cd é talvez o melhor da coleção , pois traz aquela que é a maior das composições de Isaac Albeniz, a Suíte Española nº5 – Asturias, uma das belas composições feitas para o violão.
Pois então, divirtam-se:
Narciso Yepes – Guitarra Española – CD 2 de 5
01 Isaac Albeniz; Suite espanola; No. 5 Asturias. Leyenda
02 Isaac Albeniz; Recuerdos de viaje; No. 6 Rumores de las caleta. Malaguena
03 Isaac Albeniz; Piezas características; No. 12 Torre bermeja. Serenata
04 Enrique Granados; Danza espanola no. 4 – Villanesca
05 Francisco Tarrega; Alborada. Capriccio
06 Francisco Tarrega; Danza mora
07 Francisco Tarrega; Sueno
08 Manuel de Falla; El círculo mágico (El amor brujo)
09 Manuel de Falla; Cancíon del fuego fatuo (El amor brujo)
10 Manuel de Falla; Danza del molinero. Farruca (El sombrero de tres picos)
11 Joaquín Turina; Sonata Op. 61 (Allegro – Andante – Allegro vivo)
12 Joaquín Turina; Fandanguillo Op. 36
13 Salvador Bacarisse; Passapie
14 Narciso Yepes; Catarina d’Alió
15 Anónimo; Romance (du film ‘Jeux interdits’)