Atendendo aos desesperados apelos da Sociedade dos Amantes de Mahler e do fiel leitor-ouvinte Grande Sertão, faço finalmente a repostagem.
1907 foi um ano desastroso para Mahler. Em julho, seu filha “Putzi” morreu aos quatro anos. Em agosto, demitiu-se da direção da Ópera de Viena em conseqüência de longas e amargas conspirações contra ele, em grande parte de caráter anti-semita. Logo depois, sua mulher, Alma, sofreu um colapso nervoso e, num esforço para animá-la, Mahler resolveu que o casal seria examinado por médicos que descobriram uma doença cardíaca… em Mahler. Tal doença o mataria quatro anos depois.
Após um pausa de dois anos, Mahler começou a trabalhar em Das Lied von der Erde (A Canção da Terra) e a idéia de uma nona existia, mas parecia-lhe aterrorizante, pois Beethoven, Bruckner e Schubert morreram logo após suas nonas… E ela foi mesmo a última que conseguiu completar.
Na minha opinião, a nona está logo abaixo de A Canção da Terra e da Sinfonia Nº 3. É notavelmente moderna e ao final do primeiro movimento, há aquilo que Alban Berg chamou de “a morte em pessoa”. Entre as brumas e as preocupações com a morte, um Mahler constrói uma sinfonia em ruínas que parece cantar: “Era uma vez a tonalidade…”;
Gustav Mahler – Sinfonia nº 9
1 Symphony nº 9 in D – I. Andante Comodo
2 Symphony Nº 9,in D minor, II. In tempo eines gemächtlichen Ländlers. Etwas täppisch und sehr derb
3 Symphony No. 9, in D minor, III. Rondo-Burleske. Allegro assai. Sehr trotzig
4 Symphony No. 9, in D minor, IV. Adagio. Sehr langsam und noch zurückhaltend
Concertgebouw Orchestra Amsterdam
Leonard Bernstein
Problemas relacionados a questões técnicas estão me impedindo de postar com maior frequência, e infelizmente este problema surgiu exatamente no período de festas de final de ano, quando jamais conseguimos encontrar um técnico especializado qualquer. Enfim, escrevo este texto no primeiro dia do ano, mas sem ter a exata noção de quando vai ao ar.
Estou postando este CD mais como uma curiosidade, apesar de reconhecer suas qualidades. A proposta é interessante: dois especialistas no repertório barroco, Antonini e Carmignola, juntam-se ao furacão argentino, a linda e talentosíssima Sol Gabetta e uma excelente orquestra de câmera suiça, para encararem o Concerto Triplo de Beethoven.
Gostei da proposta e do CD, e acho que os senhores também irão gostar. Beethoven nunca é demais, ainda mais nas mãos desses excepcionais músicos.
1. Die Geschöpfe des Prometheus, Op. 43: Overture
2. Violin, Cello, and Piano in C Major, Op. 56, “Triple Concerto”: I. Allegro
3. Concerto for Violin, Cello, and Piano in C Major, Op. 56, “Triple Concerto”: II. Largo
4. Concerto for Violin, Cello, and Piano in C Major, Op. 56, “Triple Concerto”: III. Rondo alla Polacca
5. Egmont, Op. 84: Overture
6. Coriolan Overture, Op. 62
Gilberto Mendes se foi deste mundo para o reino de Hades no última dia primeiro. Apesar de com certeza ser uma grande perda, não devemos ficar lamentando sua morte, mas sim, dentro do possível, comemorar sua vida. A morte sempre vem, e quando vem, devemos aprender a aceitá-la, e mais que isso, honrá-la.
Quero honrar sua vida e obra discutindo um pouco de duas obras muito divertidas e interessantes de sua carreira: Beba Coca Cola e Santos Football Music.
A primeira foi baseada no pequeno texto do poeta Décio Pgnatari:
Beba Coca Cola (1957)
O texto por si só já é interessante. Simples, fazendo uma utilização das artes visuais, lembra até de outros artistas que também fazem uso das artes visuais com poemas como Arnaldo Antunes. Na música Gilberto Mendes continua a brincadeira do poema e coloca até um arroto na música:
Em Santos Futebol Music, entram vários elementos, desde os aspectos técnicos da música pura até aspectos outros como a aleatoriedade. Aqui, aleatoriedade não só da execução de um instrumento, mas também da interação com o próprio público que assiste.
Não tem como não rir vendo isso. Rir não de zombaria, mas de satisfação, de alegria, de diversão. Segundo Cacá Machado, Gilberto Mendes se via bastante em Villa-Lobos, não pelo aspecto nacionalista da música de Villa, mas sim pelo caráter inovador e único. Talvez o maior feito de Gilberto Mendes tenha sido criar um caráter único com sua música que acabou abarcando também aspectos da cultura brasileira, como o futebol. Caráter esse que, chamado de Música Teatro, conseguiu trazer um aspecto mais interativo da música com o público.
Estive ouvindo o álbum que a Fundação OSESP disponibilizou em comemoração dos 90 anos da vida do compositor para download gratuito, o link está na imagem do álbum acima. “Alegres Trópicos”, parece ser uma clara referência a “Tristes Trópicos” de Claude Lévi-Strauss, antropólogo francês que fez muitas pesquisas aqui no Brasil e ajudou a fundar a Universidade de São Paulo. Se ouvimos e vemos as obras de Gilberto Mendes, acabamos por concordar com o nome de sua obra, nossos trópicos são alegres, e cheios de esperança. E isso também graças aos artistas como ele.
Fico imaginado o tipo de brincalhão que deveria ser Gilberto Mendes, com certeza seria um enorme prazer tomar umas cervejas com ele num bar na praia de Santos ou então assistir um jogo de Futebol entre Corinthians e Santos. (Ou por que não as duas coisas juntas?)
Alguém reclamou com razão. Fazia tempo que não postávamos um Cravo Bem Temperado tocado por um cravista. Então, trago este bom e consistente registro que Davitt Moroney gravou para a Harmonia Mundi lá em 1996. São dois downloads e quatro CDs para você se divertir no fim-de-semana. E… Bem, ouvi-lo é realmente mais embasbacante do que ouvir as gravações ao piano que grassam por aí. Não adianta, o instrumento original sempre traz suas vantagens.
J. S. Bach (1685-1750): O Cravo Bem Temperado (completo)
Livro 1
1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 846 (1.1) Praeludium I (1.2) Fuga I – C Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 847 (2.1) Praeludium II (2.2) Fuga II – C Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 848 (3.1) Praeludium III (3.2) Fuga III – C Sharp Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 849 (4.1) Praeludium IV (4.2) Fuga IV – C Sharp Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 850 (5.1) Praeludium V (5.2) Fuga V – D Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 851 (6.1) Praeludium VI (6.2) Fuga VI – D Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 852 (7.1) Praeludium VII (7.2) Fuga VII – E Flat Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 853 (8.1) Praeludium VIII (8.2) Fuga VIII – E Flat Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 854 (9.1) Praeludium IX (9.2) Fuga IX – E Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 855 (10.1) Praeludium X (10.2) Fuga X – E Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 856 (11.1) Praeludium XI (11.2) Fuga XI – F Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: BWV 857 (12.1) Praeludium XII (12.2) Fuga XII – F Minor
1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIII BWV 858 F Sharp Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIV BWV 859 F Sharp Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XV BWV 860 G Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVI BWV 861 G Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVII BWV 862 A Flat Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVIII BWV 863 G Sharp Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIX BWV 864 A Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XX BWV 865 A Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXI BWV 866 B Flat Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXII BWV 867 B Flat Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIII BWV 868 B Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIV BWV 869 B Minor
Livro 2
1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – I BWV 870 C Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – II BWV 871 C Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – III BWV 872 C Sharp Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – IV BWV 873 C Sharp Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – V BWV 874 D Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – VI BWV 875 D Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – VII BWV 876 E Flat Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – VIII BWV 877 D Sharp Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – IX BWV 878 E Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – X BWV 879 E Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – XI BWV 880 F Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: Davitt Moroney – XII BWV 881 F Minor
1. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIII BWV 882 F Sharp Major
2. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIV BWV 883 F Sharp Minor
3. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XV BWV 884 G Major
4. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVI BWV 885 G Minor
5. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVII BWV 886 A Flat Major
6. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XVIII BWV 887 G Sharp Minor
7. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XIX BWV 888 A Major
8. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XX BWV 889 A Minor
9. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXI BWV 890 B Flat Major
10. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXII BWV 891 B Flat Minor
11. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIII BWV 892 B Major
12. Das Wohltemperierte Clavier – BWV 846-893: XXIV BWV 893 B Minor
Publicado originalmente em 11.07.2010. Revalidado in memoriam Gilberto Mendes.
Santos se diferencia das outras cidades importantes do estado de São Paulo por ser mais antiga e durante uns três séculos mais importante que a capital. A distância entre as duas é de apenas 75 Km, mas talvez o desnível abrupto de 700 metros tenha ajudado a preservar na cidade-porto uma identidade cultural própria, até um sotaque e caráter de povo diferente. Em alguns momentos isso se refletiu não só no futebol mas também numa vida musical digna de nota –
… sobretudo nas décadas de 1960 e 70, com os compositores Gilberto Mendes (Santos, 1922), Willy Corrêa de Oliveira (Recife, 1936), e em parte também Almeida Prado (Santos, 1943) fazendo da cidade uma referência mundial com os Festivais de Música Nova.
Esses festivais ainda acontecem, mas infelizmente, é preciso dizer, não com a mesma vitalidade e impacto de antes. Como outras cidades do mesmo porte, Santos parece ter a sina de ser berço de gente que vai brilhar em outros lugares. De todo aquele movimento, só Gilberto Mendes permanece lá [escrito em 2010], ao que parece ainda insuperado em irreverência e espírito jovem – aos 88 anos!
Outro dos protagonistas que deve ter feito muita falta ao movimento foi o regente Klaus-Dieter Wolff – este por sua morte prematura. Klaus nasceu em 1926 em Frankfurt mas viveu no Brasil desde os 10 anos. Em 1951 fundou o Conjunto Coral de Câmara de São Paulo; em 1961 o Madrigal Ars Viva de Santos. Em 1968 colaborou com Roberto Schnorrenberg – três anos mais jovem e que em 1964 fundara o Collegium Musicum de São Paulo – na primeira realização brasileira das Vésperas de Monteverdi. Em 1971 gravou este disco, pioneiro em muitos sentidos – mas já em 1974 veio a falecer, com meros 48 anos. (Clique AQUI para mais informações sobre a formação e atuação dos dois).
Tanto Klaus quanto Roberto trabalhavam com o ideal declarado de ampliar o repertório conhecido no Brasil, e ao que parece foi esse ideal que presidiu a escolha das peças deste disco, que contém alguns verdadeiros standards do repertório medieval (como Alle psallite cum luya) e renascentista (como Mille regretz de vous abandonner – “mil mágoas por vos deixar” -, canção que inspirou muitíssimos instrumentistas e outros compositores ao longo dos séculos seguintes), ou então exemplos de compositores de primeira grandeza desses 4 séculos (Machault, Josquin des Près, Lassus, Jannequin).
Nem sempre acho felizes as opções do regente Wolff: ainda é compreensível que Alle psallite apareça tão lenta, pois se trata de um canto de cortejo, de procissão, mas um Rodrigo Martínez assim tão duro e quadrado? (Em breve posto o de Roberto de Regina, e vocês terão oportunidade de ver quase que o exagero oposto).
Mas nas peças mais introvertidas Klaus me parece conseguir uma combinação belíssima de concentração, intensidade e delicadeza (Ave Maria, Todos duermen corazón, Pámpano verde, Mille regretz, etc). É pena que os meus meios técnicos atuais não dêem conta de eliminar 100% do ruído que aparece nas frases finais de Mille regretz, um dos momentos mais delicados do disco.
As três peças ‘de vanguarda’ são de 1962, 66 e 69, todas inspiradas em poemas concretos (de Décio Pignatari e de José Lino Grünewald). Beba Coca-Cola é hoje uma peça consagrada, com muitas gravações no Brasil e no exterior – mas esta foi a primeira.
Na contracapa e no encarte há ricos textos informativos de Gilberto Mendes, e também os textos de todas as peças (muitas vezes naquelas esdrúxulas misturas lingüísticas características do renascimento) – e então acho que já posso entregar a bola a vocês!
A01 Alle psalite cum luya – anônimo séc.13
A02 Nel mezzo a sei paone – madrigal de Johannes/Giovanni de Florentia, séc.14
A03 Lasse! Comment oublieray / Se j’aim mon loyal ami / Pour quoy me bat mes maris
– motete (3 textos simultâneos) de Guillaume de Machault, séc.14
A04 Alma Redemptoris Mater – Johannes Ockeghem, séc.15
A05 Ave Maria – ‘carol’ anônimo, séc.15
A06 Nowell sing we – ‘carol’ anônimo, séc.15
A07 Todos duermen, corazón – Baena, séc.15-16
A08 Rodrigo Martínez – anônimo, séc.15-16
A09 Pámpano verde – Francisco de Torre, séc.15-16
A10 Mille regretz de vous abandonner – Josquin des Prez/Près, séc.15
B01 Bonjour, mon coeur – Roland de Lassus (1532-1594)
B02 Les cris de Paris – Clement Jannequin, séc.16
B03 Um movimento vivo (1962) – Willy Corrêa de Oliveira (*1936)
B04 Beba Coca-Cola (1966) – Gilberto Mendes (*1922)
B05 Vai e Vem (1969) – Gilberto Mendes
Tal como os discos dos funerais (ou músicas que sugerimos pera seu velório) que postei na sexta-feira santa, esta é mais uma estranha coletânea. Eu odeio coletâneas desde a época dos LPs de gatinhos. Os tais greatest hits (argh!) costumam ser uma mistureca braba e o fato de serem feitos de “melhores lances” (?) impede a fruição de uma obra completa, normalmente contrastante, como o compositor criou e desejava que fosse ouvida. Falta respeito e espírito concertístico a quem cria esses monstros. Mas sei, claro, que servem de introdução para quem não conhece nada de determinado compositor ou gênero. Então, vá lá. E aqui termina a PARTE ELITISTA desta introdução.
O importante deste novo CD duplo é que a orquestra é basicamente a de Chicago e os regentes são Solti e Chailly. Não são second choices. Tudo de primeira linha, ou seja, quem ainda está tateando na música erudita já começa a aprender como soa uma boa orquestra. A música de Mahler é indizivelmente grandiosa, apesar de ser bem esquisito ouvir uma série de adágios uns atrás dos outros. É a negação do contraste, ainda mais num compositor tão dotado de repentinos ódios e momentos sublimes como Mahler.
Curioso.
Gustav Mahler (1860-1911): Adágios
1. Symphony No.5 In C Sharp Minor – 4. Adagietto (Sehr Langsam) 9:46
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
2. Symphony No.2 In C Minor – ”Resurrection” – 4. ”O Röschen Rot! Der Mensch Liegt In Grösster Not!” (Sehr Feierlich Aber Schlicht) Text From Des Knaben Wunderhorn: ”Urlicht” 4:58
Mira Zakai (contralto)
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
3. Symphony No.4 In G – 3. Ruhevoll (Poco Adagio) 20:13
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
4. Das Lied Von Der Erde – Der Abschied Yvonne Minton 31:52
Yvonne Minton (mezzo-soprano)
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
5. Rückert-Lieder – Ich Bin Der Welt Abhanden Gekommen 6:19
Brigitte Fassbaender (mezzo-soprano)
Deutsches Symphonie-Orchestre Berlin · Riccardo Chailly
6. Symphony No.6 In A Minor – 3. Andante Moderato 15:34
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
7. Symphony No.3 In D Minor/Part 2 – 6. Langsam. Ruhevoll. Empfunden 20:49
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
8. Symphony No.9 In D – 4. Adagio (Sehr Langsam) 24:51
Chicago Symphony Orchestra · Sir Georg Solti
Seguinte, vou apenas passar a relação dos músicos que participam dessa gravação. Creio ser desnecessário fazer mais algum comentário:
Joe Henderson – Tenor Saxophone
Conrad Herwig – Trombone
John Scofield – Electric & Acoustic Guitars
Stefon Harris – Vibraphone
Tommy Flanagan – Piano
Dave Holland – Bass
Jack DeJohnette – Drums
Chaka Khan – Vocal on Track 2
Sting – Vocal on Track 7
Ao pensar em uma postagem que ajudasse a in-augurar 2016 convenientemente, o Monge Ranulfus logo se decidiu pela revalidação desta aqui, pois a sente como luminosa, leve e equilibrada em alegria e poesia. Isso apesar de uma vez o Grão-Mestre PQP ter observado que acha Respighi chato – e eu não chego a discordar: também acho chato no que tange os poemas sinfônicos de intenção impressionista ‘Fontes de Roma’ e ‘Pinheiros de Roma’. Já tentei ouvir essas obras com boa-vontade, mas foi em vão.
E no entanto, acreditem: é de Respighi uma das peças que mais me fizeram gosto até hoje – seguramente uma das 10 que eu levaria para o exílio em outro planeta: o Trittico ou Tríptico Botticelliano (ou ainda ‘Três Quadros de Botticelli’, seguindo o costume inglês de referir-se à obra como ‘Three Pictures of Botticelli’ – o que teria a vantagem de fazê-la “conversar” com os ‘Três Afrescos de Piero della Francesca’, de Martinu – outra postagem à espera de revalidação!).
Respighi começou o estudo da música pelo violino e por sua irmã mais gorda, a viola, e aos 21 anos foi parar como primeiro violista de orquestra em São Petersburgo, numa temporada de ópera italiana. Já tinha estudado também um pouco de composição, e não perdeu a oportunidade de agarrar 5 meses de aula com Rimsky-Korsakoff, então com 56 anos – mesma idade com que ele, Respighi, morreria na década de 30.
De volta à Itália uma de suas principais frentes de atividade foi a de musicólogo: hoje parece banal conhecer a música da Renascença, mas no começo do século XX isso era atividade de garimpo, e nosso amigo foi um dos pioneiros. Editou e publicou diversas coleções de madrigais e também seu tanto de barroco – e aparentemente amou essa música com tanta intensidade que quis fazê-la sua: ao lado dos referidos poemas sinfônicos, suas obras mais famosas são as 3 suítes Antigas Danças e Árias para Alaúde, formadas por arranjos orquestrais de 4 peças renascentistas cada uma; e o curioso é que esses arranjos do alheio parecem soar mais autênticos, mais como uma voz própria, que aqueles poemas sinfônicos que são propriamente composições.
Já a suíte As Aves (Gli Ucelli) fica numa posição intermediária: aqui são um pouco mais que arranjos de peças barrocas para cravo; o artesanato de texturas, cores, ambiências, chega a momentos de expressividade intensa – ou de deliciosa comédia, como na recriação de ‘La Poule’, a famosa Galinha de Rameau.
E aí chegamos ao que é efetivamente uma composição – o Trittico Botticelliano -, mesmo se também com evidente uso de temas antigos – embora desses eu só identifique com certeza a melodia gregoriana Veni veni Emmanuel, que emerge aos 1:10 de ‘A adoração dos Magos’. Talvez também haja material original que apenas evoque danças e cantos antigos e/ou populares, não sei. Seja o que for, os temas são definitivamente desenvolvidos em um discurso próprio – muito mais do que, digamos, o bem mais famoso Carl Orff consegue desenvolver o que quer que seja.
A palavra ‘discurso’, aliás, é bastante apropriada, pois não temos aqui a menor pretensão de ‘pintar com sons’ como nas ‘Fontane’, ou no Debussy de ‘La Mer’. O que temos são, eu diria, relatos de encenações interiores dos episódios que os quadros evocam.
E, querem saber? Não me importa a mínima se isto não for uma obra-prima em técnica composicional: eu a vejo como absoluta obra-prima do afeto, da máxima amabilidade ou delicadeza (não ‘frescura’) que o ser humano consegue alcançar. E, com isso, inversão total do estereótipo do italiano como especialista do exagero, vulgaridade e barulheira – no que a comparo com outra obra-prima italiana, lamentavelmente inincontrável: o filme de Franco Brusati ‘Dimenticare Venezia’, de 1979, jamais lançado em vídeo ou DVD.
Quase da mesma época (1977) foi o vinil em que conheci essa obra, com uma realização magnífica da Orquestra de Câmara de Praga. Como prêmio de consolação por não poder postá-lo, nosso amigo José Eduardo me conseguiu duas versões – vejam abaixo de quem – que coloquei uma abrindo, outra fechando o programa.
Comparação com a obra análoga de Martinu? Não, gente, eu ainda a ouvi muito pouco para me atrever. Só digo que não me pareceu impressionista – como alguém já a caracterizou – e sim francamente neo-romântica. E que sua linguagem abertamente sinfônica torna ainda mais difícil a comparação com esta aqui, quase camerística. E agora é com vocês…
Ottorino Respighi (1879-1936), obras para pequena orquestra
Trittico Botticelliano (Three Botticelli Pictures) p. orquestra (1927)
01 La Primavera
02 L’Adorazione dei Magi (a adoração dos magos)
03 La nascita di Venere (o nascimento de Vênus)
Gli Uccelli (As Aves) p. pequena orquestra, sobre peças barrocas p. cravo (1927)
04 Preludio (Bernardo Pasquini)
05 La Colomba (a pomba) (Jacques de Gallot)
06 La Galina (a galinha) (J.P. Rameau)
07 L’Usignuolo (o rouxinol) (anônimo inglês)
08 Il Cuccù (o cuco) (Bernardo Pasquini)
Antiche Danze ed Arie (antigas danças e árias), suite 1, p. orquestra (1917)
sobre peças p. alaúde de S. Molinaro, Vicenzo Galilei (pai de Galileo!) e anônimas
09 Baletto detto ‘Il Conte Orlando’
10 Gagliarda
11 Villanella
12 Passo Mezzo e Mascherada
Antiche Danze ed Arie (antigas danças e canções), suite 3, p. cordas (1932)
sobre peças p. alaúde e violão de Besard, L.Roncalli, Santino Garsi da Parma e anônimo
13 Italiana
14 Aria di Corte
15 Siciliana
16 Passacaglia
Orpheus Chamber Orchestra (N.York) (DG 1993)
17 BÔNUS: Trittico Botticelliano I, II e III (1927)
Bournemouth Sinfonietta, reg. Tamás Vásáry (Chandos 1992)
A Sinfonia Nº 4 de Gustav Mahler é a INTRODUÇÃO IDEAL a quem queira penetrar neste mundo paradoxal de sofisticação e enormidades musicais, de ciclotimias e longos adágios, de bandinhas tradicionais e alta cultura. Sem as tolices musicais e políticas de alguns de seus ascendentes, Mahler segue a construção de sua obra virando o jogo na quarta sinfonia. É uma música transparente, doce e fluida, muitas vezes de instrumentação rarefeita, delicada. É a sinfonia mais simples e curta da série. Após dois movimentos de arrebatadora e mozartiana musicalidade, temos um arrepiante movimento lento (Ruhevoll) levado pelas cordas, típico do mais puro Mahler, que é finalizado por um movimento que o compositor chama com toda a razão de “muito agradável”, extraído do ciclo de canções Des Knaben Wunderhorn, minha próxima postagem.
Grande e belíssima música, é, repito, a introdução ideal às sinfonias de Mahler.
Sobre a Quarta Sinfonia, FDP Bach escreveu:
Mais uma sinfonia mahleriana, desta vez a de nº 4. Como as outras três já postadas aqui nesta integral, a 4ª também se inclui no chamado ciclo das “Wunderhorn” Symphonies, ou seja, estas sinfonias se baseavam em temas e letras de seu ciclo de canções composto na juventude, “Des Knaben Wunderhorn”. Maiores informações sobre a sinfonia vocês podem encontrar aqui.
Em minha opinião, Bernstein comete uma temeridade nesta interpretação. Ele coloca uma criança para interpretar a canção “Das himmlische Leben”. Mas, mesmo sendo uma temeridade, pelo porte da obra, achei que o jovem Helmut Wittek se saiu muito bem. E Bernstein consegue um balanço mais suave, para que a orquestra não engula o jovem cantor.
No link acima, se encontrará a letra da canção, e sua respectiva tradução para o inglês.
Mais uma magnífica sinfonia, deste grande mestre da orquestração.
CD5
Gustav Mahler – Symphony Nº 4
01. Bedächtig. Nicht eilen
02. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
03. Ruhevoll
04. Sehr behaglich `Wir geniessen die himmlischen Freuden` (soprano solo)
Helmut Wittek : soprano
Jaap van Zweden : violin solo
Concertgebouw Orchestra
Leonard Bernstein
É fato sabido que nosso SAC não é muito afeito a solicitações de postagens, mas como estamos em período natalino resolvi atender a uma solicitação de um leitor-ouvinte nosso, que pediu encarecidamente essa gravação histórica do Rigoletto de Verdi, com esse timaço, e que foi lançado lá pelos idos de 1962, se não estou enganado, alguns anos antes deste que vos escreve vir ao mundo.
Enfim, encontrei o dito cujo no meio de meu acervo que continua confuso, mas menos confuso do que estava quando comecei a hercúlea tarefa de tentar organizá-lo.
Um resumo da ópera pode ser encontrado na WIkipedia, com direito a link ao libreto.
1 Act 1 – Preludio
2 Act 1 – Della mia bella incognita borghese (Duca, Borsa)
3 Act 1 – “Questa o quella” – “Partite? … Crudele” – “In testa che avete, Signor di Ceprano?” – “Gran nuova! Gran nuova!” – “Ah, più di Ceprano”
4 Act 1 – Ch’io gli parli (Monterone, Duca, Borsa, Rigoletto, Marullo, Ceprano, Coro)
5 Act 1 – Duetto. “Quel vecchio maledivami!” (Rigoletto, Sparafucile)
6 Act 1 – Recitativo e Duetto. “Pari siamo!… io la lingua”(Rigoletto)
7 Act 1 – “Figlia!” / “Mio padre!” (Rigoletto, Gilda)
8 Act 1 – “Già da tre lune son qui venuta” – “Olá?”/”Signor?” – Ah! veglia, o donna, questo fiore
9 Act 1 – Scena e Duetto. “Giovanna, ho dei rimorsi” (Gilda, Giovanna, Duca)
10 Act 1 – “E il sol dell’anima”
11 Act 1 – “Che m’ami, deh! ripetimi” – “Addio… speranza ed anima” (Duca, Gilda, Ceprano, Borsa, Giovanna)
12 Act 1 – “Gualtier Maldè…Caro nome che il mio cor” – “È là”/”Miratela”
13 Act 1 – Scena e Coro – Finale I. “Riedo!… perché?” / “Silencio…all’opra” (Rigoletto, Borsa, Ceprano, Marullo)
14 Act 1 – Zitti, zitti, muoviamo a vendetta (Borsa, Marullo, Ceprano, Gilda, Rigoletto, Coro)
Disc 2
1 Act 2 – Ella mi fu rapita! (Duca)
2 Act 2 – Parmi veder le lagrime (Duca)
3 Act 2 – Scena con coro: “Duca,duca!”/”Ebben?” (Tutti, Duca)
4 Act 2 – Possente amor mi chiama (Duca, Borsa, Marullo, Ceprano, Coro)
5 Act 2 – Scena ed Coro: “Povero Rigoletto!” (Marullo, Rigoletto, Borsa, Ceprano, Paggio, Coro)
6 Act 2 – Cortigiani, vil razza dannata (Rigoletto)
7 Act 2 – Scena e Duetto: “Mio padre!” / “Dio! Mia Gilda!” (Gilda, Rigoletto, Borsa, Marullo, Ceprano, Coro)
8 Act 2 – Tutte le feste al tempio (Gilda, Rigoletto)
9 Act 2 – “Ah! solo per me l’infamia” – “Ah! Piangi, fanciulla”/”Padre, in voi parla un angelo” – Schiudete …ire al carcere
10 Act 2 – “Poiché fosti invano da me maledetto” – “Sì, vendetta”/”O mio padre”
11 Act 3 – “E l’ami?” / “Sempre” (Rigoletto, Gilda, Duca, Sparafucile)
12 Act 3 – “La donna è mobile” – “E là il vostr’uomo” (Duca / Sparafucile, Rigoletto)
13 Act 3 – Quartetto. “Un dì, se ben rammentomi” (Duca, Gilda, Maddalena, Rigoletto)
14 Act 3 – Bella figlia dell’amore (Duca, Maddalena, Gilda, Rigoletto)
15 Act 3 – “M’odi, ritorna a casa” – “Venti scudi, hai tu detto?” (Rigoletto, Gilda / Rigoletto, Sparafucile)
16 Act 3 – “Maddalena?” / “Aspettate” (Duca, Maddalena, Sparafucile)
17 Act 3 – È amabile invero cotal giovinotto (Maddalena, Sparafucile, Gilda)
18 Act 3 – Della vendetta alfin giunge l’istante (Rigoletto, Sparafucile, Duca)
19 Act 3 – Chi è mai, chi è qui in sua vece? (Rigoletto, Gilda)
20 Act 3 – “V’ho ingannato”
Carlo Bergonzi
Dietrich Fischer-Dieskau
Renata Scotto
Coro e Orchestra del Teatro alla Scala
Rafael Kubelik
Eis a histórica gravação dos concertos para piano de Brahms com o pianista Leon Fleischer acompanhado pelo grande maestro húngaro George Szell nos tempos em que este dirigia a Orquestra de Cleveland. Trata-se daquelas gravações obrigatórias em qualquer CDteca, indispensáveis. São estas as gravações que servem de parâmetro para outras que vieram depois dela. E não foram poucas. Importante destacar que elas foram realizadas em 1956, ou seja, no início do Stereo, então apenas os concertos foram assim gravados, enquanto que as outras peças foram gravadas em Mono. Mas a qualidade da gravação é tão boa que não faz muita diferença. Nota dez para os engenheiros da CBS que realizaram essa gravação.
Dentre as que conheço esta seria a minha lista de gravações favoritas destes concertos:
– Kovacevich / Davis
– Gilels / Jochum
– Fleischer / Szell
– Pollini / Bohm (creio que ele gravou apenas o primeiro concerto com o Karl Böhm. O segundo foi gravado com o Abbado
– Freire / Chailly
– Brendel / Abbado
Sir Clifford Curzon também tem um registro magnífico com o mesmo George Szell para o Concerto de nº1.
Aceito sugestões, para quem sabe, mais a frente, fazer uma série de postagens apenas com essas gravações mencionadas, e algumas delas já apareceram por aqui.
CD 1
1. Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15: I. Maestoso
2. Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15: II. Adagio
3. Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15: III. Rondo. Allegro non troppo
4. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Aria
5. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation I
6. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation II
7. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation III
8. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation IV: Risoluto
9. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation V: Espressivo
10. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation VI
11. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation VII: Con vivacità
12. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation VIII
13. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation IX: Poco sostenuto
14. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation X
15. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XI
16. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XII
17. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XIII: Largamente, ma non più
18. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XIV
19. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XV
20. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XVI
21. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XVII: Più mosso
22. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XVIII
23. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XIX: Leggiero e vivace
24. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XX
25. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XXI
26. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XXII
27. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XXIII
28. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XXIV
29. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Variation XXV
30. Variations (25) and Fugue on a Theme of Handel, for piano, in B flat major, Op. 24: Fuga
CD 2
1. Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83: I. Allegro non troppo
2. Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83: II. Allegro appassionato
3. Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83: III. Andante
4. Piano Concerto No. 2 in B flat major, Op. 83: IV. Allegretto grazioso
5. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 1 in B Major, Tempo giusto
6. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 2 in E Major
7. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 3 in G-sharp Minor
8. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 4 in E Minor. Poco sostenuto
9. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 5 in E Major
10. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 6 in C-sharp Major. Vivace
11. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 7 in C-sharp Minor. Poco più
12. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 8 in B-flat Major
13. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 9 in D Minor
14. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 10 in G Major
15. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 11 in B Minor
16. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 12 in E Major
17. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 13 in C Major
18. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 14 in A Minor
19. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 15 in A Major
20. Waltzes (16) for piano, 4 hands (or piano), Op. 39: No. 16 in D Minor
Leon Fleischer – Piano
Cleveland Orchestra
George Szell – Conductor
(Antes do texto do CVL, um recado de PQP: gostei muito dos concertos de Rautavaara, mas não dos para Piano. Então, em minha humilde opinião, temos três CDs muito bons e um apenas aceitável no arquivo… É gosto ou mania pessoal, mas tem gente que aprecia “minha curadoria”…).
Rautavaara é um dos meus compositores contemporâneos prediletos e o mais proeminante compositor vivo da Finlândia até a década passada, quando Kaija Saariaho começou a despontar e levou o Grawemayer em 2003 e o Léonie Sonning agora em 2010 (os dois maiores prêmios da música erudita mundial, nunca concedidos a Rautavaara).
O que aprecio bastante no finlandês é a capacidade de ele não escrever uma única nota que possa ser desperdiçada, além de competência para estruturar um movimento inteiro a partir de um pequeno motivo (o que vocês podem atestar logo no Concerto para violino, nos dois acordes da harpa). Este box que ora vos oferto traz a integral dos concertos e peças concertantes – de outra vez postarei a integral das sinfonias.
É complicado persuadi-los a ouvir música contemporânea. O que posso dizer a mais é que Rautavaara não tem nada de excêntrico ou agressivo; ele transita pelas linguagens orquestrais tradicionais (com alguma intervenção de música concreta, muito bem colocada conceitualmente, em Cantus Arcticus) para imprimir seu misticismo – a obra de Rautavaara é muito inspirada por lendas e visões de anjos – ou seu naturalismo.
***
Einojuhani Rautavaara: 12 Concertos
Disc 1
1. Violin Concerto: I. Tranquillo 1a
2. Violin Concerto: II. Energico 1a
3. Cello Concerto, Op. 41: I. Allegro ma non troppo 2b
4. Cello Concerto, Op. 41: II. Largo 2b
5. Cello Concerto, Op. 41: III. Vivace 2b
6. Angel of Dusk: I. His First Appearance 3c
7. Angel of Dusk: II. His Monologue 3c
8. Angel of Dusk: III. His Last Appearance 3c
Disc 2
1. Ballad Juha Kangas 4d
2. Harp Concerto: I. Pesante 1e
3. Harp Concerto: II. Adagietto 1e
4. Harp Concerto: III. Solenne 1e
5. Cantus arcticus, Op. 61, “Concerto for Birds and Orchestra”: I. The Bog 1
6. Cantus arcticus, Op. 61, “Concerto for Birds and Orchestra”: III. Swans Migrating 1
7. Cantus arcticus, Op. 61, “Concerto for Birds and Orchestra”: II. Melancholy 1
Disc 3
1. Flute Concerto, Op. 63, “Dances with the Winds”: I. Andantino1f
2. Flute Concerto, Op. 63, “Dances with the Winds”: II. Vivace 1f
3. Flute Concerto, Op. 63, “Dances with the Winds”: III. Andante moderato 1f
4. Flute Concerto, Op. 63, “Dances with the Winds”: IV. Allegro 1f
5. Clarinet Concerto: I. Drammatico ma flessibile 1g
6. Clarinet Concerto: II. Adagio assai 1g
7. Clarinet Concerto: III. Vivace 1g
8. Annunciations 1h
Disc 4
1. Piano Concerto No. 1, Op. 45: I. Con grandezza 1i
2. Piano Concerto No. 1, Op. 45: II. Andante 1i
3. Piano Concerto No. 1, Op. 45: III. Molto vivace 1i
4. Piano Concerto No. 2: I. In viaggio 6i
5. Piano Concerto No. 2: II. Sognando e libero 6i
6. Piano Concerto No. 2: III. Uccelli sulle passioni 6i
7. Piano Concerto No. 3, “Gift of Dreams”: I. Tranquillo 7j
8. Piano Concerto No. 3, “Gift of Dreams”: II. Adagio assai 7j
9. Piano Concerto No. 3, “Gift of Dreams”: III. Energico 7j
a Elmar Oliveira, violin
b Marko Ylönen, cello
c Esko Laine, double bass
d Reija Bister, harp
e Marielle Nordmann, harp
f Patrick Gallois, piccolo, alto & bass flute
g Richard Stoltzman, clarinet
h Kari Jussila, organ
i Ralf Gothóni, piano
j Vladimir Ashkenazy, piano
1 Helsinki Philharmonic Orchestra/Leif Segerstam
2 Helsinki Philharmonic Orchestra/Max Pommer
3 Tapiola Sinfonietta/Jean-Jacques Kantorow
4 Ostrobothnian Chamber Orchestra/Juha Kangas
5 Leipzig Radio Symphony Orchestra/Max Pommer
6 Bavarian Radio Symphony Orchestra/Jukka-Pekka Saraste
7 Helsinki Philharmonic Orchestra/Vladimir Ashkenazy
Dia destes estávamos eu e Vassily Genrikhovich apreciando o final de tarde em um happy hour em determinada capital do litoral brasileiro quando começamos a conversar sobre a qualidade dos músicos húngaros, e claro que em um primeiro momento, nomes como Szell, Solti, entre tantos outros foram lembrados. E como não poderia deixar de ser, falamos sobre esse grande selo de música clássica chamado Hungaroton..
Resolvi fuçar meu acervo até encontrar essa caixa da Brilliant Discs dedicada a Vivaldi, que conta com quarenta cds, e a partir do CD de número 34 encontramos a obra vocal do padre ruivo interpretada por músicos húngaros, e gravadas pela Hungaroton. Resolvi então trazer para os senhores alguns destes cds, que primam pela qualidade, e como não poderia deixar de ser, pela beleza da música.
Neste primeiro CD, a soprano Magda Kalmár dá um show, acompanhada pela conhecida Liszt Ferenc Chamber Orchestra. Trata-se de música sublime, que eleva nosso espírito às alturas, por isso sugiro paz e tranquilidade quando forem degustar esse CD.
01 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 1. Laudate Pueri
02 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 2. Sit omen
03 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 3. A solis ortu
04 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 4. Excelsus
05 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 5. Suscitans
06 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 6. Ut collocet
07 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 7. Gloria
08 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 8. Sicut erat
09 – Laudate pueri (Psalm 112), RV601, 9. Amen
10 – In furore, Motet, RV626, 1. Aria – In furore iustissimae irae
11 – In furore, Motet, RV626, 2. Recitativo – Miserationum Pater piisime
12 – In furore, Motet, RV626, 3. Aria – Tunc meus fletus evadet laetus
13 – In furore, Motet, RV626, 4. Alleluja
14 – Nulla in mundo pax sincera, Motet, RV630, 1. Aria – Nulla in mundo pax sincera
15 – Nulla in mundo pax sincera, Motet, RV630, 2. Recitativo – Blando colore oculos
16 – Nulla in mundo pax sincera, Motet, RV630, 3. Aria – Spirat anguis
17 – Nulla in mundo pax sincera, Motet, RV630, 4. Alleluja
Magda Kalmár – Soprano
Liszt Ferenc Chamber Orchestra
Frygies Sándor
Você deve estar achando que eu coloco o selo IM-PER-DÍ-VEL pra qualquer um, não é? Mas, caro usuário/ouvinte, você não faz ideia de como este álbum é uma completa delícia!
Ao olhar para a orquestra, a Württembergische Philharmonie Reutlingen, é de se pensar se a corporação teuta daria conta do molejo necessário para as peças que se propõe executar. Mas aí vemos o nome do regente, Gabriel Castagna, argentino, e tudo começa a fazer sentido, não só pelo bom movimento das obras mas também pela predominância de compositores de seu país natal.
Ele já começa impondo respeito, com o estrondoso Milongón Festivo, de Piazzolla. Estou falando disso aqui, ó:
Só essa já valeria o download, mas inicia-se a partir dela um verdadeiro desfile de sonoridades, cadências de várias partes da Argentina e também do Peru, do Brasil e da Colômbia, todas de compositores do século XX, com acordes difíceis e inteligentes, com pegada e discurso nacionalista, com fusões de ritmos populares. Obras densas, variadas que esboçam todo um mosaico cultural da América do Sul.
O CD ainda ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Música Clássica de 2012. É bom mesmo!
Guarde uma horinha para ouvir isso… E pirar!
Ouça! Ouça muito! Deleite-se! Atinja o Nirvana!
Fiesta Criolla
Latin American Orchestral Works
Astor Piazzolla
01. Milongón Festivo (arr: Gabriel Castagna) Manuel Gómez Carrillo
02 a 05. Fiesta Criolla, em 4 movimentos Juan José Castro
06. Arrabal de la “Sinfonía Argentina” Manuel Gómez Carrillo
07. Rapsodia Santiagueña Theodoro Valcárcel Caballero
08 a 11. Concierto Indio para Violín y Orquesta Francisco Mignone
12. Congada Guillermo Uribe Holguín
13 a 15. Tres Danzas Alberto Williams
16. Primera Obertura de Concierto Op. 15
Nora Chastain, violino (faixas 08 a 11)
Württembergische Philharmonie Reutlingen
Gabriel Castagna, regente
Eis o segundo livro da monumental obra de Johann Sebastian, o ‘Cravo Bem Temperado’, na excepcional leitura do excelente Bob van Asperen, cravista, organista e regente holandês, que tem uma longa história com esse repertório. Foi aluno de Gustav Leonhardt, além de também ter tocado no excelente conjunto de Sugiswald Kujiken, ‘La Petite Bande’.
Mas ainda estou em férias, e quero aproveitá-las, na certeza de que os senhores estarão em boas mãos.
Passada a primeira parte dos excessos de final de ano, continuo minha saga bachiana, trazendo agora o ‘Cravo Bem Temperado’, na interpretação sóbria do cravista holandês Bob van Asperen, nome conhecido nos circulos bachianos. Ah, esse gajo foi aluno de Gustav Leonhardt e tocou na ‘Petite Bande’, ou seja, tem um currículo respeitável.
Estive viajando nessa semana, voltei ontem, e tive pouco contato com o blog. Até levei o notebook, mas convenhamos, férias são férias, por isso, procurei me manter afastado do computador por esse período. Já trabalho na frente de um durante o ano inteiro, então, aproveitei para botar algumas leituras em dia, assim como ouvi alguns cds que aguardavam sua vez.
Excelente CD de obras para violino e piano do século XX. Tudo começa com a bela Sonata de Prokofiev em contraste direto com os Quatro Noturnos de Crumb, uma viagem sonora fragmentada, preenchida com harmonias sutis, o mesmo clima que se ouvirá nas quatro peças de Webern. A coisa cai um pouco no Respighi, como era de se esperar. Mutter e Orkis são a melhor dupla violino e piano em ação. Fazem o que querem.
(Bem, eu costumo ouvir, em casa, minha mulher tocar esta Sonata de Prokofiev com um amigo pianista. Eles tocam mais lentamente… Então, acho que certa desaceleração faz um bem tremendo àquele sensacional Scherzo).
Prokofiev / Crumb / Webern / Respighi: Recital 2000 com Mutter e Orkis
1 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 1. Moderato 7:35
2 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 2. Scherzo (Presto) 4:47
3 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 3. Andante 3:36
4 Prokofiev: Sonata for Violin and Piano No.2 in D, Op.94a – 4. Allegro con brio 6:56
5 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno I: serenamente 2:51
6 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno II: scorrevole, vivace possibile 1:28
7 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno III: contemplativo 2:11
8 Crumb: Four Nocturnes (Night Music II) – for violin and piano – Notturno IV: con un sentimento di nostalgia 2:38
9 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 1. Sehr langsam 1:26
10 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 2. Rasch 1:32
11 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 3. Sehr langsam 1:31
12 Webern: Four Pieces, Op.7 – for violin and piano – 4. Bewegt 1:09
13 Respighi: Sonata for Violin and Piano in B minor – 1. Moderato 9:28
14 Respighi: Sonata for Violin and Piano in B minor – 2. Andante espressivo 8:04
15 Respighi: Sonata for Violin and Piano in B minor – 3. Passacaglia – Allegro moderato ma energico 7:45
Des Knaben Wunderhorn significa A trompa mágica do menino, e é uma coleção de textos de canções populares, publicada por Clemens Brentano e Achim von Arnim no começo do século XIX. A coleção contém basicamente canções da Idade Média. Algumas das canções foram musicadas por Gustav Mahler entre 1892 e 1901. Ela são apresentadas em qualquer seqüência, depende dos intérpretes. Há controvérsias sobre o número delas, alguns dizem que são 12; outros, que são 24. Bernstein nos mostra 13… No ciclo há canções extraordinárias, como Wer hat dies Liedlein erdacht (melhor na gravações de von Otter + Abbado), Des Antonius von Padua Fischpredigt, Wo die schönen Trompeten blasen, mas as outras não são piores, não. Questão de gosto.
CD6
Gustav Mahler – Leonard Bernstein – Des Knaben Wunderhorn
01. Der Schildwache Nachtlied
02. Wer hat dies Liedlein erdacht
03. Der Tamboursg’sell
04. Das irdische Leben
05. Verlorne Müh’
06. Des Antonius von Padua Fischpredigt
07. Revelge
08. Rheinlegendchen
09. Lob des hohen Verstandes
10. Wo die schönen Trompeten blasen
11. Lied des Verfolgten im Turm
12. Trost im Unglück
13. Urlicht
Lucia Popp : soprano
Andreas Schmit : baritone
Concertgebouw Orchestra
Leonard Bernstein
Neste quase Natal, um presente para os pequepianos: uma bela coletânea dos Tangos do Anjo e do Diabo de Astor Piazzolla com o compreensivo e super internacional ChamberJam Europe. Às vezes tenho a impressão de que tenho um anjo sobre meu ombro direito me sussurrando coisas. Como não há sentido em existir um anjo sem seu respectivo diabo, tenho no ombro esquerdo, é claro, o diabo com suas armas e habilidades superiores de persuasão. E aqui, neste CD, o diabo volta, de certa forma, a vencer. O Romance del Diablo é uma maravilha e, do lado do anjo, o melhor que há é La Muerte del Angel. Mas tudo isso é brincadeira. Ouçam o CD porque vale a pena.
(Há pequenos ruídos em uma ou duas faixas, mas nada que vá matar alguém. Se você tiver o CD sem falhas em mp3, envie-nos as correções que a gente dá um jeito).
Astor Piazzolla (1921-1992): Tangos del Ángel y del Diablo
1 Introduccion al Angel 5:31
2 Milonga del Angel 6:49
3 La Muerte del Angel 3:00
4 Resurreccion del Angel 7:20
5 Tango del Diablo 4:25
6 Romance del Diablo 7:10
7 Vayamos al Diablo 1:47
ChamberJam Europe:
Natacha Kudritskaya, piano
Marcelo Nisinman, bandoneon
Daniel Rowland, violin
Alberto Mesirca, guitar
Zoran Markovic, double-bass
As sonatas para violino de Bach transcritas para violão são algo absolutamente IM-PER-DÌ-VEL !!! E esse Timo Korhonen é um gigante do violão, porque convenhamos, transcrever Bach para o Violão exige um pleno conhecimento do instrumento e é claro, da própria obra de Bach. E o resultado é nada menos que brilhante, incrível. Existem diversos violinistas que encaram a obra de Bach, e só tenho a agradecer a eles por mostrarem as possibilidades deste instrumento que me acompanhava para todo o lado na minha adolescência e que depois deixei de lado.
Mas vamos ao que viemos. Tenho certeza que os senhores irão adorar.
01. Sonata No.1 in G minor, BWV1001 – I. Adagio
02. Sonata No.1 in G minor, BWV1001 – II. Fuga
03. Sonata No.1 in G minor, BWV1001 – III. Siciliana
04. SonataNo.1 in G minor, BWV1001 – IV. Presto
05. Sonata No.2 in A minor, BWV1003 – I. Grave
06. Sonata No.2 in A minor, BWV1003 – II. Fuga
07. Sonata No.2 in A minor, BWV1003 – III. Andante
08. Sonata No.2 in A minor, BWV1003 – IV. Allegro
09. Sonata No.3 in C major, BWV1005 – I. Adagio
10. Sonata No.3 in C major, BWV1005 – II. Fuga
11. Sonata No.3 in C major, BWV1005 – III. Largo
12. Sonata No.3 in C major, BWV1005 – IV. Allegro assai
Trago hoje mais uma gravação de obras de Bach com esse excelente pianista francês, Alexander Tharaud. Agora são nossos amados concertos para teclado, e Tharaud dá um show, para variar. Talvez os mais puristas torçam o nariz para o fato de ele estar tocando em um piano moderno, mas a música de Bach permite romper estas barreiras (vide o belíssimo CD que recém postei com o oboísta Alexei Ogrintchouk ou então as postagens de Wendy Carlos).
E Tharaud está muito bem acompanhado pelo conjunto ‘Les Violins Du Roy’ . Eu até diria que essa gravação pode servir de introdução à estas obras, antes de encararem Pierre Hantäi e seu mínúsculo conjunto de oito músicos no CD que PQPBach está postando por estes dias.
Então, divirtam-se. Aproveitem este período natalino para abrir aquela garrafa de vinho que está guardada há algum tempo, relaxem, sentem em suas poltronas favoritas e se deixem envolver pela música de Bach.
1. Keyboard Concerto in D Minor BWV 1052: I. Allegro
2. Keyboard Concerto in D Minor BWV 1052: II. Adagio
3. Keyboard Concerto in D Minor BWV 1052: III. Allegro
4. Keyboard Concerto in D Major BWV 1054: I. Allegro
5. Keyboard Concerto in D Major BWV 1054: II. Adagio e sempre piano
6. Keyboard Concerto in D Major BWV 1054: III. Allegro
7. Keyboard Concerto in D Minor BWV 974: II Adagio
8. Keyboard Concerto in F Minor BWV 1056: I. Allegro
9. Keyboard Concerto in F Minor BWV 1056: II. Largo
10. Keyboard Concerto in F Minor BWV 1056: III. Presto
11. Keyboard Concerto in G Minor BWV 1058: I Allegro
12. Keyboard Concerto in G Minor BWV 1058: II Andante
13. Keyboard Concerto in G Minor BWV 1058: III Allegro assai
14. Keyboard Concerto in A Minor BWV 1065: I. Allegro
15. Keyboard Concerto in A Minor BWV 1065: II. Largo
16. Keyboard Concerto in A Minor BWV 1065: III. Allegro
Alexander Tharaud – Piano
Les Violins Du Roy
Bernard Labadie
Tenho aproveitado estas minhas férias sabáticas, sem prazo para terminar, para colocar em dia a audição de muitos cds adquiridos nos últimos anos, e que aguardavam sua vez. Entre eles, encontrei essa pintura, com um músico para mim até então desconhecido, Alexei Ogrintchouk, nascido em Moscou, e com um sobrenome quase impronunciável, e que descobri ser o primeiro oboísta da Concertgebow Orchestra, Amsterdam, apenas … não é fraco o rapaz. Mais dados biográficos sobre ele podem ser encontrados neste link.
O outro nome a se destacar aqui é a bela violinista Alina Ibragimova, que já deu o ar de sua graça aqui no PQPBach. Talento, virtuosismo e sensibilidade aguçada são os ingredientes básicos que encontramos neste CD.
É Bach tocado com alma e muita paixão. Para se ouvir sem cansar, quantas vezes forem necessárias.
01. Concerto in F major – I. Allegro
02. Concerto in F major – II. Siciliano
03. Concerto in F major – III. Allegro
04. Concerto in D minor – I. Allegro
05. Concerto in D minor – II. Adagio
06. Concerto in D minor – III. Presto
07. Adagio from Easter Oratorio
08. Concerto in A major – I [no tempo marking]
09. Concerto in A major – II. Larghetto
10. Concerto in A major – III. Allegro ma non tanto
11. Concerto in C minor – I. Allegro
12. Concerto in C minor – II. Adagio
13. Concerto in C minor – III. Allegro
Alexei Ogrintchouk – Oboe & Director
Alina Ibragimova – Violin
Swedish Chamber Orchestra
Fonogramas espetaculosamente enviados pelo professor musicólogo Paulo Castagna.
Minha infância está repleta de momentos felizes nos quais havia a presença de uma banda dessas de coreto. E talvez por isso eu deseje tão intensamente dividir com vocês esta beleza de LP triplo enviado pelo professor Paulo Castagna.
Nascido em Limeira que sou, cidade do interior de São Paulo que ainda se dá ao gosto de manter duas bandas marciais que se revezam todo domingo na praça Toledo de Barros, a principal da cidade, eu cresci tendo o imenso prazer de ouvir as retretas musicais naquele lugar, numa infância que poderia usar como citação o trecho da música de Braguinha: “todo domingo havia banda no coreto do jardim” (de o gato na tuba). E como eram verdadeiras delícias essas matinas dominicais! E ainda são: quando volto para minha terra natal, (cada vez com menor frequência), gosto muito de ainda vê-las, pois as duas corporações musicais da cidade ainda continuam firmes, uma octogenária, outra sesquicentenária. O mais bonito é a cena típica de uma cidade do interior que, apesar de seus 300 mil habitantes, insiste em manter nesse ambiente aprazível e aconchegante. Ainda que a praça esteja hoje cercada de edifícios de muitos andares, ela vive! E vive mais quando tem banda: as crianças brincam, correm atrás das pombas, casais de namorados se encontram, há por vezes casais de idosos que arriscam uns passos quando a banda toca uma valsa, tem pipoqueiro e algodão-doce, tem música, tem aplausos, tem alegria e confraternização entre pessoas que às vezes nem se conhecem. E tem muita, muita música. A praça, aos domingos de manhã ainda é a sala de visitas, talvez o salão de festas, da cidade!
.o0o.
Espero que este meu depoimento pessoal tenha atiçado a vontade de vocês de ouvirem um pouco mais das músicas de bandas marciais. Este álbum é especialíssimo, pois traz 34 obras de 24 autores, que vão dos mais eruditos, compositores de música de concerto, até populares.
O primeiro LP dedica-se a peças eruditas compostas ou arranjadas para banda de medalhões da nossa música, como Carlos Gomes e Francisco Braga, ao mesmo tempo em que apresenta a influência de compositores populares da virada do século, autores de lundus e choros, caso de Anacleto de Medeiros e Henrique Alves de Mesquita, evidenciando as mudanças que estavam ocorrendo na música brasileira de então.
O segundo disco apresenta composições com elementos populares bem estabelecidos, como valsas, sambas, marchas-ranchos, schottiches, de caras como o próprio Anacleto de Medeiros, que faz a ponte com o ambiente do primeiro LP, e Pixinguinha, Donga, Sinhô, Ernesto Nazareth, Bento Mossurunga, Radamés Gnattali, terminando com o clássico dos clássicos “A Banda“, de Chico Buarque (que é um dos autores que debutam hoje aqui no PQPBach).
O último volume arremata com composições feitas especificamente para bandas de coreto, num belo trabalho de recuperação da obra de muitos autores de grande qualidade, mas que ficaram desconhecidos do grande público, em grande parte dos casos por terem dedicado suas vidas a reger e compor para as corporações musicais que comandavam. Temos aí Bernardino Joaquim de Nazareth, Augusto Nunes Coelho, José Agostinho da Fonseca, José Selaysim de Souza, Cândido Lira, Eudóxio de Oliveira Coutinho, Benedicto Silva, Antônio de Freitas Toledo, e o Mestre Vavá (Osvaldo Pinto Barbosa), responsável pelos arranjos desta pequena coleção.
É lindo! Ouça, ouça! Deleite-se!
Coreto da Praça Carlos Gomes, em Campinas (SP)
Banda de Música
de ontem e de sempre
LP01 Antônio Carlos Gomes (Campinas, SP, 1836 – Belém, PA, 1896)
01. Hino Triunfal a Camões Anacleto de Medeiros (Rio de Janeiro, RJ 1866 – 1907)
02. Pavilhão Brasileiro João Elias da Cunha (Niterói, RJ, 18?? – 1918)
03. Hino do Estado do Rio de Janeiro Francisco Braga (Rio de Janeiro, 15 de abril de 1868 – 1945)
04. Episódio Sinfônico
05. Hino à Bandeira Cincinato Ferreira de Souza (São Luís, MA, 1868 – Belém, PA, 1959)
06. Artística Paraense (abertura) Henrique Alves de Mesquita (Rio de Janeiro, RJ, 1830 – 1906)
07. Os Beijos-de-Frade (lundu) Isidoro Castro Assumpção (Vigia, PA, 1858 – Belém, PA, 1925)
08. Saudades de minha Terra (dobrado) Anacleto de Medeiros (Rio de Janeiro, RJ 1866 – 1907)
09. Marcha Fúnebre N.2 Anônimo
10. Coração Santo (marcha de procissão)
LP02 Joaquim Antonio Naegele (Cantagalo, RJ, 1899 – Rio de Janeiro, RJ, 1986)
01. Ouro Negro (dobrado) Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos – Rio de Janeiro, RJ 1890 – 1974), David Nasser (Jaú, SP, 1917 – Rio de Janeiro, RJ, 1980)
02. Quando uma estrela sorri Francisco Braga (Rio de Janeiro, 15 de abril de 1868 – 1945)
03, Saudades (valsa) Ernesto Nazareth (Rio de Janeiro, RJ 1863 – 1934)
04. Saudades e saudades (marcha) Anacleto de Medeiros (Rio de Janeiro, RJ 1866 – 1907)
05. Louco amor (schottisch) Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Jr. – Rio de Janeiro, RJ, 1897 – 1973)
06. Saudade (marcha-rancho) Anacleto de Medeiros (Rio de Janeiro, RJ 1866 – 1907)
07. Araribóia (dobrado) Bento Mossurunga (Castro, PR, 1879 – Curitiba, PR, 1970)
08. Bela Morena (valsa) Sinhô (José Barbosa da Silva – Rio de Janeiro, RJ,1888 – 1930)
09. Resposta à inveja (marcha-rancho) Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Jr. – Rio de Janeiro, RJ, 1897 – 1973)
10. Esquecida (polca-marcha) Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS, 1906 – Rio de Janeiro, RJ, 1988)
11. Abolição (dobrado) Chico Buarque (Rio de Janeiro, RJ, 1944)
12. A Banda (marcha-rancho)
LP03 Anônimo
01. Silvino Rodrigues (dobrado)
02. Havaneira (polca) Bernardino Joaquim de Nazareth (Guarani, MG, 1860-1937)
03. Biza (valsa) Augusto Nunes Coelho (Guanhães, MG, c1890 – 19??)
04. Saudades do Cauê (dobrado) José Selaysim de Souza
05. Saudade de Abadia (valsa) José Agostinho da Fonseca (Manaus, AM, 1886 – Santarém, PA, 1945)
06. Almofadinha (maxixe) Anônimo
07. Cateretê Cândido Lira (Pernambuco, 18?? – 19??)
08. Os domingos no poço (quadrilha) Eudóxio de Oliveira Coutinho
09. Antônio (valsa) Benedicto Silva
10. José e Ritinha brincando (polca) Osvaldo Pinto Barbosa, Vavá (Guarabira, PB, 1933)
11. Riso no frevo (frevo) Antônio de Freitas Toledo
12. Depois da valsa (dobrado)
A banda:
Alexandre Areal, Clarinete
Daniel Wellington de Araújo, Trompa
Dimas José Ribeiro, Tuba
Fernando Henrique Machado, Saxofone Barítono
Gedeão Lopes de Oliveira, Trompete
Gedeão Silva, Saxofone Alto
Gerino Zuza de Oliveira, Trompete
Isabela Sekeff Coutinho, Clarinete
Johnson Joanesburg Anchieta Machado, Saxofone Tenor
José Antônio da Silva Nascimento, Bombardino
José da Silveira Vilar “Pedrinho”, Caixa
José de Oliveira Monte Amado, Pratos
Marco Salvador Salustiano Donato, Bumbo
Nivaldo Francisco de Souza, Flautim
Paulo Roberto da Silva, Trombone
Raimundo Martins, Trompa
Ricardo José Dourado Freire, Clarinete
Roberto Crispim da Silva, Trompa
Luiz Gonzaga Carneiro, Regência
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FLAC LP01 (255Mb), LP02 (252Mb) , LP03 e encartes (283Mb) MP3 LP01 (138Mb), LP02 (141Mb) , LP03 e encartes (173Mb)
Há um CD análogo a este gravado por Rostropovich e Ozawa. Mesmo repertório e, bem, interpretação muito melhor. Isserlis dá um jeito de dobrar as coisas a seu modo e não apenas toma um chocolate de Rostrô como também de outra dupla mais contemporânea presente no PQP Bach, Mørk e Petrenko. (Só que os últimos não tocam Prokofiev, só o 1º Concerto de Shosta). Estas duas gravações pulverizam o leve Isserlis, um cabeludo sonhador — nada contra — meio desconectado dos sentimentos que criaram tal música. Rapaz, esta não é música para cellistas românticos, é para gente grande e implacável.
Prokofiev (1891-1953): Cello Concerto, Op. 58, Music For Children, Op. 65 / Shostakovich (1906-1975): Cello Concerto No. 1, Op. 107
Serge Prokofiev (1891-1953): Cello Concerto In E Minor, Op. 58
01. 1. Andante
02. 2. Allegro Giusto
03. 3a. Tema- Allegro; Interludio- L’Istesso Tempo
04. 3b. Var. 1- L’Istesso Tempo
05. 3c. Var. 2- Vivace
06. 3d. Var. 3- Andantino Tranquillo; Interludio II- Tempo I
07. 3e. Var. 4- L’Istesso Tempo
08. 3f. Reminiscenza- Meno Mosso
09. 3g. Coda- Poco Più Sostenuto
Dmitri Shostakovich (1906-1975): Cello Concerto #1 In E Flat, Op. 107
10. 1. Allegretto
11. 2. Moderato
12. 3. Cadenza
13. 4. Allegro Con Moto
Serge Prokofiev (1891-1953): Music For Children, Op. 65
14. #10 March
Steven Isserlis, cello
Frankfurt Radio Symphony Orchestra
Paavo Järvi, regente
Até então eu conhecia Piotr Anderszewski através de um CD da Viktoria Mullova em sua incursão às sonatas de Beethoven (ou seria Brahms?).
Dia destes encontrei esta sua leitura de algumas suítes inglesas de Bach, tocadas ao piano. Belíssimo CD, gravado com seriedade e competência por um excepcional músico. Nascido em Varsóvia em 1969, já tem uma carreira consolidada, gravando e se apresentando com as principais orquestras européias.
Como tempo é algo que não disponho no momento, sugiro os senhores acessarem o site oficial do moço, http://www.anderszewski.net/ para maiores informações a seu respeito. Sobre as Suítes Inglesas creio que não há nada a se falar que já não se tenha falado aqui no PQPBach.