Nos próximos dias farei uma série de postagens com obras de Bach. E começo em grande estilo.
Já declarei por aqui que minha versão favoríta das Goldberg é a de Ralph Kirkpatrick, pois ela me acompanha desde que me conheço por gente, e foi através dela que conheci a obra deste gênio chamado Johann Sebastian.
Mas enfim, existem dezenas de outras gravações. E ao contrário de outras obras, me satisfaço com algumas que tenho. Claro que as que chegarem podem ser consideradas como lucro.
Dito isso, apresento aos senhores mais uma versão desta obra prima do gênio bachiano, desta vez com o pianista francês Alexander Tharaud, que aos poucos vem sem tornando um especialista neste repertório. Sua gravação dos Concertos Italianos do mesmo Johann Sebastian me surpreendeu quando a ouvi pela primeira vez.
Faz um mês que este tão auspicioso blog assoprou nove velinhas, mas era tanta empolgação, tanta novidade, tanta postagem (a nossa equipe está postando em doses cavalares nesse 2015, o que é ótimo, não?) que esquecemos e o aniversário passou em branco…
É… Já faz quase uma década que nosso sumo-sacerdote, Peter Qualvoll Publizieren Bach, 21º filho do mestre supremo, começou a polinizar a beleza pela blogosfera, sendo posteriormente seguido e auxiliado por esta equipe especialíssima e dedicada.
Também nem nos demos conta que, perto do aniversário, o PQPBach atingiu 4.000 (QUATRO MIL!) postagens, e já passamos a contagem de 1.200 compositores faz tempinho…
Espero que esta trajetória, com todos os problemas que tivemos de internet e de provedores, tenha lhes proporcionado muito prazer (ui!)!
Seguimos firmes e confiantes em continuar proliferando música e descobertas sonoras para o vosso (e nosso) deleite!
Eu não sou desses caras malucos por gravações históricas. Esta aqui me interessou mais por envolver Hermann Scherchen (1891-1966) — na minha opinião um grande e originalíssimo regente — do que por Mahler, apesar da imensa admiração que tenho pelo compositor. Os discos de Scherchen com arranjos e regências para A Arte da Fuga e A Oferenda Musical, de Bach, quase furaram na casa de meu pai. Passei grande parte da adolescência ouvindo-os repetidamente e lendo uma frase de Scherchen na contracapa: “A música não precisa ser entendida, ela precisa ser ouvida”. Era exatamente isso que eu fazia.
Bem, o som não é lá essas coisas, mas Scherchen faz um excelente Mahler. Não curti muito o primeiro movimento, mas o resto é indiscutivelmente bom. Em mim, não é automática a lembrança de A Morte em Veneza a cada audição do Adagietto, mas desta vez fiquei tão emocionado que o filme de Visconti me veio logo à memória. Vale a audição!
(Ah, antes que alguém reclame: o selo da Amazon acima é de outra gravação do mesmo Scherchen para a mesma obra, mas outra orquestra, OK?)
Gustav Mahler: Symphony No. 5 (Hermann Scherchen, 1953)
1. Part One, Movement I: Trauermarsch. In gemessenem Schritt.
2. Movement II: Stürmisch bewegt. Mit größter Vehemenz
3. Part Two, Movement III: Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell
4. Part Three, Movement IV: Adagietto. Sehr langsam
5. Movement V: Rondo – Finale. Allegro
Este LP de 1986, traz aquilo que seria o warm-up da ópera Nixon in China. O som é perfeitíssimo, nem pense em recuar.
The Chairman Dances não são um trecho nem uma “fantasia sobre temas” — não são como as Danças de West Side Story, de Bernstein, por exemplo –, era um aquecimento para a criação da ópera completa. É música original. Em 1985, Adams tinha recebido um adiantamento da Milwaukee Symphony para uma peça, mas, ao mesmo tempo, estava envolvido com a ópera. O que saiu foi algo baseado na ópera, mas independente. Afinal, na cena final e surreal da ópera, Madame Mao interrompe as formalidades cansativas de um banquete de Estado, quebra o protocolo e convida o Presidente, que está presente apenas como um gigantesco cartaz na parede, “to come down, old man, and dance.”
Adams é um compositor genial. The Chairman Dances vêm aqui acompanhadas de outras peças que comprovam o fato. O discurso minimalista religioso de Christian Zeal And Activity é extraordinário. Common Tones In Simple Time (1979) é a primeira obra orquestral de Adams — veio antes de Shaker Loops –, mas onde já se mostra um compositor pronto.
***
John Adams: The Chairman Dances
1. The Chairman Dances (Foxtrot For Orchestra)
2. Christian Zeal And Activity
3. Two Fanfares For Orchestra: Tromba Lontana
4. Two Fanfares For Orchestra: Short Ride In A Fast Machine
5. Common Tones In Simple Time
Honestamente, não sei nada sobre essas duas obras de Ginastera, nada mesmo, apenas comprei o CD para conhecê-las e decidi postar porque devem ter sua importância no catálogo do compositor argentino (tem um encarte que fala sobre elas mas preferi não lê-lo). Não achei nada de excepcional, mas percebi que se tratam de duas partituras de tempos em que Ginastera estava consagrado embora elas mostrem um tratamento percussivo já desenvolvido no balé Estância, décadas antes.
***
Ginastera: Popol Vuh, Cantata para América Mágica
Popol Vuh op. 44 (1975–1983) 25:16 La creación del mundo maya · The Creation of the Mayan World for orchestra
[01] I La noche de los tiempos 06:35
Die Nacht der Zeiten · The Everlasting Night · La nuit des temps
[02] II El nacimiento de la tierra 04:30
Die Geburt der Erde · The Birth of the Earth · La naissance de la terre
[03] III El despertar de la naturaleza 04:55
Das Erwachen der Natur · Nature Wakes · L’éveil de la nature
[04] IV El grito de la creación 00:40
Der Schrei der Schöpfung · The Cry of Creation · Le cri de la création
[05] V La gran lluvia 02:43
Der große Regen · The Grand Rain · La grande pluie
[06] VI La ceremonia mágica del maíz 02:39
Die Magische Maiszeremonie · The Magic Ceremony of Indian Corn · La cérémonie magique du maïs
[07] VII El sol, la luna, las estrellas 03:14
Die Sonne, der Mond, die Sterne · The Sun, the Moon, the Stars · Le soleil, la lune, les étoiles
Cantata para América Mágica op. 27 (1960) 24:18 for dramatic soprano and percussion orchestra on poems by Mercedes de Toro after ancient pre-Columbian manuscripts
[08] I Preludio y canto a la aurora 04:56
Vorspiel und Gesang an den Sonnenaufgang · Prelude and Song of Dawn · Prélude et chant à l’aurore
[09] II Nocturno y canto de amor 03:59
Nocturne und Liebesgesang · Nocturne and Love Song · Nocturne et chant d’amour
[10] III Canto para la partida de los guerreros 02:08
Gesang zum Aufbruch der Krieger · Song for the Warriors’ Departure · Chant pour le départ des guerriers
[12] V Canto de agonía y desolación 05:36
Gesang von Agonie und Verzweiflung · Song of Agony and Desolation · Chant d’agonie et de désolation
[13] VI Canto de la profecía 03:49
Prophetischer Gesang · Song of Prophecy · Chant de la prophétie
Rayanne Dupuis (soprano)
Bugallo-Williams Piano Duo
Ensemble_S
Schlagzeugensemble der Musikhochschule Köln
WDR Sinfonieorchester Köln
Stefan Asbury (conductor)
Ilustração de um exemplar do Popol vuh, do idioma quiché, “livro da comunidade”. É um registro documental da cultura maia, produzido no século XVI, e que tem como tema a concepção de criação do mundo deste povo.
Quando li na contracapa deste CD – o qual repousava esquecido numa prateleira da Livraria da Travessa do Shopping Leblon (ou será que foi na Fnac do Barra Shopping?) – que a Abertura Outback* é uma “charmosa peça para início de concertos, reminiscente da energia rítmica de Stravinsky, de melodias britânicas folclóricas, da influência harmônica de Copland e do humor de [Percy] Grainger [o compositor australiano mais proeminente]”, pensei de sobressalto: “Onde vai dar essa bobônica**?”.
Mas o que chamou a atenção foi o nome da obra principal do CD, Corroboree, um ritual aborígene da terra dos cangurus que o compositor teve o privilégio de testemunhar ainda criança. Minha expectativa era de que, influenciado por tanto compositor de fora do país***, Antill tivesse pelo menos bom gosto e maestria caso não tivesse uma personalidade própria.
E valeu a expectativa: a Abertura Outback pode até soar convencional (digo, meio Malcolm Arnold ou Ferde Grofé), mas é uma partitura decente, e o balé Corroboree é belíssimo. Os cinco minutos finais do último movimento surpreendem – até minha netinha de um ano e meio ficou pulando no meu bucho de chope empolgada, tentando marcar o ritmo na minha careca.
Agora, a Austrália entra no mapa de nosso blog.
***
* Qualquer semelhança com a rede de churrascarias australiana é parcial coincidência: não tem nada a ver com a rede, mas tem com o Outback propriamente dito (os rincões do sertão australiano) .
** “Bobônica” é uma palavra que aprendi numa de minhas viagens a trabalho no Recife (ou será que foi em Maceió?). Talvez tenha sido com um pernambucano que tenha estado na minha residência, na praia do Leme, ou em minha casa de praia em Natal.
*** Já que a identidade cultural do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia não tem muitas raízes na própria terra.
***
John Antill (1904-1986): Corroboree e An Outback Overture
1. An Outback Overture: Outback Overture
2. Corroboree: I. Welcome Ceremony
3. Corroboree: II. Dance to the Evening Star
4. Corroboree: III. A Rain Dance
5. Corroboree: IV. Spirit of the Wind
6. Corroboree: V. Rising Sun
7. Corroboree: VI. The Morning Star
8. Corroboree: VII. Procession of the Totems and Closing Ceremony
New Zealand Symphony Orchestra, regida por James Judd
Eu nunca havia escutado obras eruditas de compositores africanos (na verdade eu nem conhecia compositores africanos e o único expoente das artes subsaarianas famoso no Brasil, Bengalelê Motumbo, não estudou música), até que uma boa oportunidade surgiu quando comprei esse CD.
Falando um pouco do repertório do disco: as Cinco canções africanas são canções folclóricas sul-africanas bem conhecidas naquele país e que foram arranjadas para coral por Khumalo, mas aqui elas aparecem no arranjo orquestral criado por Peter Van Dijk (diz-se “Van Déique”). São as duas obras desse holandês radicado na África do Sul que valem o download, principalmente o San Gloria, baseadas na música do povo San.
Agora, África do Sul, Holanda e Nigeria entram para o mapa do blog.
***
Mzilikazi Khumalo (1932): Five African songs / Peter Louis Van Dijk (1953): San Gloria and San Chronicle / Samuel Akpabot (1931-2000): Three Nigerian Dances
Khumalo, Mzilikazi
5 African Songs (orch. Peter Louis Van Dijk)
1. Bantu Be – Afrika Hlanganani 00:03:13
2. Bawo Thixo Somandla 00:03:50
3. Sizongena Laph’emzini 00:04:32
4. Ingoma kaNstikana 00:04:28
5. Akhala Amaqhude Amabile 00:03:58
Van Dijk, Peter Louis
San Gloria
6. Gloria in excelsis Deo 00:02:28
7. Et in terra pax hominibus, bonae voluntatis 00:02:59
8. Laudamus te 00:02:38
9. Domine Deus, Agnus Dei – Quoniam tu solus sanctus 00:06:51
Por questões que não me cabe explicar aqui, esta é a Sinfonia de Mahler de que mais gosto. Procuro ouvir todas as versões desde o tempo do vinil… E não poderia deixar passar assim no mais a gravação de Boulez com um supertime. É um registro impecável, maravilhoso, com os solistas e a Wiener Philharmoniker dando um banho de competência. Merece ficar ao lado da versão de Bernstein.
Esta é a mais longa sinfonia de Mahler — tem seis movimentos e quase duas horas de duração. Aqui, o conceito de Mahler que previa a sinfonia como um mundo em si mesmo encontra sua expressão mais clara, em minha opinião. O tema principal do terceiro movimento é a natureza e o lugar do homem nela. A principal inspiração literária foi, como quase sempre, Das Knaben Wunderhorn e Nietzsche. Tal como na Ressurreição, a 3ª é uma sinfonia cantada a partir de determinado momento. O programa original funcionou assim: “The Joyful Knowledge: A Summer Morning’s Dream”. I. Pan Awakes: Summer Marches In; II. What the Meadow Flowers Tell Me; III. What the Creatures of the Forest Tell Me; IV. What Night Tells Me (Mankind); V. What the Bells Morning Tell Me (the Angels); VI. What Love Tells Me; e VII. The Heavenly Life (What the Child Tells Me). Depois, Mahler retirou o sétimo movimento e usou-o como núcleo da Quarta Sinfonia. Aos inexperientes, um conselho: ouçam em volume bem alto para ouvir tudo, OK?
Gustav Mahler: Symphony No.3 in D minor
1) 1. Kräftig. Entscheiden [33:34]
2) 2. Tempo di minuetto. Sehr mäßig [9:27]
3) 3. Comodo. Scherzando. Ohne Hast [16:38]
1) 4. Sehr langsam. Misterioso: “O Mensch! Gib acht!” ‘O Mensch! Gib acht’ [9:17]
2) 5. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck: “Bimm Bamm. Es sungen drei Engel” [4:05]
3) 6. Langsam. Ruhevoll. Empfunden [22:22]
Anne Sofie von Otter
Wiener Philharmoniker
Pierre Boulez
Women Chorus of Singverein der Gesellschaft der Musikfreunde
Johannes Prinz
Wiener Sängerknaben
Gerald Wirth
Sem o desejo de ofender nenhum pequepiano apaixonado, parece-me que o Concerto para Violino de Brahms da holandesa Janine Jansen encontra-se um degrau abaixo desta e destagravações, só para dar dois exemplos modernos de registros feitos por violinistas mulheres. É claro que aqui nos encontramos em nível altíssimo de exigência, é claro que este CD é excelente, mas o que fazer? O Concerto de Brahms é uma das principais peças para o instrumento, é difícil — o grande Hans von Bülow exagerou um pouco ao descrevê-lo como sendo escrito “contra o violino” — e costumamos ouvir verdadeiras lendas interpretá-lo. Já no Concerto de Bartók, a moça dá um show de competência e senso de estilo. Não era para menos: com um pai cravista, uma mãe cantora lírica e um irmão cellista, ela só poderia dar boa mesmo.
J. Brahms (1833-1897) e B. Bartók (1881-1945): Concertos Nº 1
1 Brahms: Violin Concerto in D, Op.77 – 1. Allegro non troppo 22:13
2 Brahms: Violin Concerto in D, Op.77 – 2. Adagio 8:28
3 Brahms: Violin Concerto in D, Op.77 – 3. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto 8:02
Conversando com o mano PQP dia desses por telefone, ele sugeriu que eu fizesse um pacotaço para liberar espaço no meu hd, e terminasse de postar a integral dos concertos de piano de Mozart com o Immerseel. Pois bem, aí estão os 3 cds que faltavam. E vamos partir para a próxima. Confesso, e creio que o mano PQP também concorda, é chato ficar postando estas integrais. Darei um tempo nestas loucuras. Vamos continuar, pois, com o feijão com arroz básico, que até pouco tempo atrás era a nossa especialidade.
Não preciso também comentar mais nada a respeito destes concertos aqui postados, afinal, são conhecidos do grande público, digamos assim. Então, aproveitem.
E não se fala mais nisso.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Piano Concertos nº 22, 23, 24, 25, 26 e 27 — CDs 8, 9 e 10 de 10 (Immerseel, Anima Eterna)
1. Concerto for Piano no 22 in E flat major, K 482: 1st movement, Allegro
2. Concerto for Piano no 22 in E flat major, K 482: 2nd movement, Andante
3. Concerto for Piano no 22 in E flat major, K 482: 3rd movement, Allegro
4. Concerto for Piano no 23 in A major, K 488: 1st movement, Allegro
5. Concerto for Piano n0 23 in A major, K. 488: 2nd movement, Adagio
6. Concerto for Piano n0 23 in A major, K. 488: 3rd movement, Presto
Disco 9
01 Clavier-Concerte 24 KV 491 I – Allegro Maestoso
02 Clavier-Concerte 24 KV 491 II – Larghetto
03 Clavier-Concerte 24 KV 491 III – Allegretto
04 Clavier-Concerte 25 KV 503 I – Allegro Maestoso
05 Clavier-Concerte 25 KV 503 II – Andante
06 Clavier-Concerte 25 KV 503 III – Allegretto
Disco 10
1. Clavier-Concerte 26 in D, K. 537: I. Allegro
2. Clavier-Concerte 26 in D, K. 537: II. Larghetto
3. Clavier-Concerte 26 in D, K. 537: III. Allegretto
4. Clavier-Concerte 27 in B Flat, K. 595: I. Allegro
5. Clavier-Concerte 27 in B Flat, K. 595: II. Larghetto
6. Clavier-Concerte 27 in B Flat, K. 595: III. Allegro
Jos van Immerseel – Pianoforte & Conductor
Conjunto Anima Eterna
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
Sei lá, mas pra mim esse Immerseel tem cara de vegano.
Outra preciosidade que precisava compartilhar com os senhores é este CD, também perdido no meio de minha bagunça, que creio que esteja fora do catálogo da Deutsche Grammophon, o que considero uma lástima, pois é magnífico.
Não, aqui não tem o famigerado e maravilhoso Concerto para Violino, op. 61, do Ludovico, mas para compensar tem uma raridade intitulada Konzertsatz für Violine und Kammerorchester, WoO 5, obra pouco conhecida e gravada, e o Romanze G-Dur, meu favorito.
O repertório de Schubert também é belíssimo, e Kremer está impecável neste repertório, acompanhado pela Sinfônica de Londres, dirigida por Emil Tchakarov.
Volto a recomendar com todas as letras esse belo CD, gostoso de se ouvir, despretensioso, e com melodias facilmente assimiláveis destes dois gênios da música.
01. Konsertsatz Für Violine Und Kammerorchester WoO 5
02. Romanze Für Violine Und Orchester Op.40
03. Polonaise Für Violine Und Kleines Orchester D 580
04. Konzertstück Für Violine Mit Begleitung D 345
05. Rondo Für Violine Und Streichquartett D 438
Gidon Kremer – Violin
London Symphony Orchestra
Emil Tchakarov – Conductor
Antes de qualquer coisa, preciso avisá-los que esta gravação difere um tanto quanto da maioria das gravações que já foram postadas por aqui desta sinfonia, leia-se Bernstein, Jouchum, Walter, Karajan entre outros.
Eis uma gravação pouco conhecida e absolutamente preciosa, diria até mesmo um tanto quanto intimista, ao menos para mim, desta sinfonia tão interessante de Mahler.
A carga dramática imposta por Herreweghe deixou-me por demais emocionado, principalmente no seu pungente e doloroso terceiro movimento, intitulado “Ruhevoll’.
O quarto movimento, que se intitula ‘Sehr Behaglich’, traz a voz suave e delicada da soprano Rosemary Joshua, que canta com muita paixão e espírito.
Enfim, um discaço, e a leitura de Herreweghe merece estar entre as grandes gravações desta sinfonia.
01. Bedaechtig, nichit eilen
02. In gemaechlicher Bewegung, ohne Hast
03. Ruhevoll, poco adagio
04. Sehr behaglich
Ontem ouvi a conversa de dois amigos e um deles me qualificou como puritano. Não sei o que eles quiseram dizer com isso (na verdade sei, mas deixa pra lá), nem em qual contexto estava usando essa expressão (sim, eu sei, mas deixa pra lá) ouvi assim tipo “en passant”, De qualquer maneira, não concordo mas respeito estes dois amigos. Eles são muito mais abertos a experiências musicais do que eu, que neste sentido posso ser qualificado de ‘conservador’. Mas aí vem a dúvida: um conservador ouviria um CD como esse do Joe Henderson? Como ele descreveria o tal do hard-bop, ou post-bop, ou sei lá que categoria inserir esse CD ou o próprio Joe Henderson (lembrando que este disco foi gravado em 1968)?
Sei que irei descrever esse disco como IM-PER-DÍ-VEL !!! pelo simples fato que considerá-lo sensacional, enquanto outros irão se preocupar com categorias ou adjetivismos. E enquanto os outros discutem isso, irei continuar ouvindo essa belezura com meus ouvidos ‘puritanos’ ou ‘conservadores’, ou sei lá como queira me classificar.
01. Invitation
02. R.J.
03. The Bead Game
04. Tetragon
05. Waltz For Zweetie
06. First Trip
07. I’ve Got You Under My Skin
Joe Henderson – Saxophones
Don Friedman – Piano
Kenny Barron – Piano
Jack DeJohnette – Drums
Louis Hayes – Drums
Ron Carter – Bass
Para começar, eu adoro Alina Ibragimova. Ela é um brilhante exemplo do jovem solista moderno, tão confortável adotando instrumentos de época, como em estrear novas obras ou descobrir um repertório negligenciado. Sua nova gravação de Concertos para Violino de Bach abre com dois concertos que Bach escreveu realmente para o violino: os BWV 1041 e 1042. Ao lado deles, Ibragimova oferece três concertos que são reconstruções de concertos para teclado, dois dos quais provavelmente tiveram origem em concertos perdidos para violino. Se tudo isso soa um pouco formal e acadêmico, as performances de Ibragimova não são nada disso. Há exuberância, graça e criatividade na forma como ela aponta os ritmos de dança. Nos movimentos lentos, há grande intimidade e calma, como se estivéssemos ouvindo uma conversa entre amigos ou amantes. Seus acompanhantes são os 14 membros da Arcangelo, dirigidos a partir do cravo por Jonathan Cohen.
Johann Sebastian Bach (1685-1750): Violin Concertos
Violin Concerto in A minor BWV1041[12’17]
1 [Allegro moderato][3’43]
2 Andante[5’16]
3 Allegro assai[3’18]
Violin Concerto in E major BWV1042[14’55]
4 Allegro[7’02]
5 Adagio[5’28]
6 Allegro assai[2’25]
Violin Concerto in A major BWV1055[13’11]
7 Allegro[4’05]
8 Larghetto[5’17]
9 Allegro ma non tanto[3’49]
Violin Concerto in G minor BWV1056[9’01]
10 Allegro[3’06]
11 Adagio[2’33]
12 Presto[3’22]
Violin Concerto in D minor BWV1052[19’27]
13 Allegro[6’55]
14 Adagio[5’32]
15 Allegro[7’00]
Alina Ibragimova (violin)
Arcangelo
Jonathan Cohen (conductor)
Postagem original de CVL em 6 de março de 2009, revalidado por Carlinus em 12 de agosto de 2012, com links restaurados por Vassily em 28 de novembro de 2015, atendendo a pedido de um leitor-ouvinte. Ah, e o codinome “Nitsuga”, que tão indígena soou aos contemporâneos, nada mais é que “Agustín” ao contrário!
Agustín Pío Barrios, que se apresentava como Agustín Barríos Mangoré (ou ainda Nitsuga Mangoré), foi o Villa-Lobos do Paraguai, inclusive na invenção de mitos de convivência com os índios. A diferença é que ele tinha sangue guarani nas artérias e falava bem o segundo idioma de seu país – o sobrenome artístico que adotou e as roupas típicas que usava em concertos completavam o universo simbólico que encarnava.
Barrios, que entrou na universidade aos 13 anos, andava muito pelo Brasil. Foi amigo de meu pai (me viu pirralho) e de João Pernambuco, entre outros. O melhor de seu repertório – que abrange formas barrocas, inspiração sacra ou folclórica e virtuosismo romântico – está aqui neste CD-tributo produzido por Turíbio Santos, músico que dispensa palavras. Não poderia faltar o monumento sonoro que é A catedral.
Vale a pena dar uma lida na vida de Barrios no verbete da Wikipédia em espanhol. Foi lá onde fiquei sabendo que o pseudônimo de Nitsuga Mangoré foi usado pela primeira vez num concerto em Salvador-BA, em 1932; que Barrios tentou tocar nos EUA (grande sonho dele) mas não o pôde porque foi negado o visto para sua mulher; e que ele foi o primeiro intérprete a gravar uma obra para violão em disco (78 rpm).
Também matei minha curiosidade de saber porque Barrios havia morrido em El Salvador: após ter um enfarte no México, o presidente salvadorenho o convidou a se recuperar em San Salvador e deu-lhe depois um posto de professor no conservatório principal do país. Anos depois, o violonista veio a falecer de outro ataque cardíaco.
Enfim, isso é só uma amostra da figura mítica que foi Agustín Barrios.
***
Deu no Valor Econômico de hoje: Café do Rato Preto vendido por 228 milhões de dólares para grupo norteamericano. Vou ver se crio uma fundação de preservação de memória da música clássica brasileira com esse dinheiro todo (eu poderia ter faturado o dobro antes da crise).
***
Turíbio Santos interpreta Agustín Barrios
1 Estudo de Concerto em Lá Maior
2 Junto a tú corazón
3 Dança Paraguaia
4 Las Abejas
5 Chôro de saudade
6 Estudo em Si Menor
7 Aconquija
8 Luz Mala
9 Oración
10 Página D´Álbum
11 Prelúdio em Sol Maior
12 Valsa op 8 nº 4
13 A Catedral
O MUSEU DA MÚSICA DE MARIANA inaugurou sua página no WIKIPEDIA, uma completa e detalhada pesquisa do Prof. Paulo Castagna. Haja fôlego!!
. Informação turística importante! O centro histórico de Mariana foi totalmente preservado do rompimento da barragem e espera sua visita!
Devido à circulação de muitas informações imprecisas em torno da tragédia sócio-ambiental acarretada pelo rompimento da barragem de rejeitos do Fundão, da Samarco/Vale/BHP, o Museu da Música de Mariana informa que o centro histórico de Mariana não foi fisicamente afetado pela lama que fluiu ao longo do Rio Doce, e nem sofreu corte no abastecimento de água, estando normais a recepção dos seus visitantes pelas estradas que vêm de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Brasília e outras cidades, bem como a sua acomodação nos hoteis e pousadas da região. (Prof. Paulo Castagna) .
Dentre o conteúdo histórico e didático dos itens acima, destacamos:
8.2 CDs completos Áudios de cada um dos 9 CDs produzidos pelo MMM, faixa por faixa, disponíveis também para download nos formatos Ogg Vorbis, Torrent, M3U e MP3.
8.3 Tabela de edições e gravações por obra Partituras de cada faixa de todos os 9 CDs, com a parte vocal, disponíveis para download em arquivo PDF. Áudios disponíveis para download nos formatos Ogg Vorbis, Torrent, M3U e MP3, além de poderem ser simplesmente ouvidos. Cada capa dos CDs também pode ser baixada em JPEG.
•Links das postagens do PQPBach dos9 CDs produzidos pelo Museu da Música de Mariana, disponíveis para download em arquivos FLAC e MP3 320 kbps, com os respectivos encartes:
Mahler compôs dois movimentos da quinta durante o verão de 1901 e a completou no outono de 1902. A primeira apresentação ocorreu em Colônia em 1904. A sinfonia recebeu várias e várias revisões. Os cinco movimentos podem ser divididos em três seções: o centro, representado pelo gigantesco scherzo, cercados por dois movimentos lentos — o segundo nem tanto –, tendo estes outros dois, mais agitados, a os cercarem.
A fanfarra de trompete que abre a sinfonia mais parece uma reminiscência de caserna, coisa familiar à infância do compositor, até que é tomada por uma marcha fúnebre. O segundo movimento fragmenta de forma tumultuada o tema dos trompetes do primeiro movimento. É agressivo e enérgico, mas carrega uma indicação de esperança num tema coral que depois será retomado com alegria no quinto movimento. O espetacular scherzo — maravilhosamente construído — é uma mescla distorcidas de valsas com Ländler. O adagietto para cordas e harpa é a lindíssima canção sem palavras utilizada por Luchino Visconti em seu filme Morte a Venezia (A Morte em Veneza), de 1971, baseado na obra de Thomas Mann. Como parece um longo e pungente hino de amor, ficou perfeito como o tema de Tadzio, oferecido por Aschenbach. O rondó final une a sinfonia inteira, retornando ao tela coral do segundo movimento. Inicia com temas quase infantis e encerra-se em enorme alegria.
Um sinfonia absolutamente espetacular de um compositor equilibrado e seguro. Daqui para a frente nem sempre seria assim, mas isso está longe de indicar decadência.
FDP Bach escreveu (aqui, foi ele o minimalista):
Eis a talvez mais famosa sinfonia mahleriana, aquela que contém o famoso adagieto que tocou no belíssimo filme de Visconti, “Morte em Veneza”, e que em minha cabeça ficou associada para sempre a este filme magnífico.
Para uma análise mais detalhada da obra, sugiro ler aqui. Como sempre, a interpretação estará nas mãos de Leonard Bernstein, mas desta vez novamente à frente da Filarmônica de Viena. Uma grande performance deste que foi um dos grandes especialistas mahlerianos no século XX.
Gustav Mahler – Symphonie No. 5 in C-sharp minor
01. I. Trauermarsch. In gemessenem Schritt. Streng. Wie ein Kondukt
02. II. Stürmisch bewegt. Mit größter Vehemenz
03. III. Scherzo. Kräftig, nicht zu schnell (feat. horn Friedrich Pfeiffer)
04. IV. Adagietto. Sehr langsam
05. V. Rondo-Finale. Allegro – Allegro giocoso. Frisch
Este disco é mais uma daquelas coisas maravilhosas saídas deste gênio morto aos 36 anos da forma mais estúpida que se possa imaginar. Na tarde de 18 de Junho de 1964, Eric Dolphy caiu nas ruas de Berlim e foi levado a um hospital. Os enfermeiros, que não sabiam que ele era diabético, pensaram que ele (como acontecia a muitos jazzistas) era presa de uma overdose. Deixaram-no, então, num leito até que passasse o efeito das “drogas”. E Dolphy morreu após o coma diabético. Bastava-lhe uma injeção.
Far Cry tem uma história notável. No mesmo dia, pela manhã, Dolphy gravou com o grupo de free jazz de Ornette Coleman. Depois, foi gravar Far Cry com Booker Little e um grupo onde estava o estreante Ron Carter. E eles gravaram todo o álbum naquele dia. Todo. Ah, Booker Little morreria ainda antes de Dolphy. Morreu no ano seguinte (1961), aos 23 anos… De uremia. Nada de drogas, amigos.
Eric Dolphy (com Booker Little): Far Cry (1960)
1. Mrs. Parker Of K.C. (Bird’s Mother) 8:01
2. Ode To Charlie Parker 8:42
3. Far Cry 3:53
4. Miss Ann 4:15
5. Left Alone 6:39
6. Tenderly 4:18
7. It’s Magic 5:39
8. Serene 6:37
Eric Dolphy – bass clarinet on “Mrs. Parker of K.C.,” “It’s Magic,” and “Serene”; flute on “Ode to Charlie Parker” and “Left Alone”; alto sax all other tracks
Booker Little – trumpet
Jaki Byard – piano
Ron Carter – bass
Roy Haynes – drums
Um excelente e raro CD que é um caso incomum de obras escritas para viola pomposa (um instrumento talvez mais desconhecido que o violoncelo tenor de Dimos Goudaroulis) e mais raro ainda porque é de obras inéditas e nacionais quase todas compostas em nosso século – fruto de uma parceria entre os mineiros Paulinyi e Crowl. Maiores detalhes aqui.
Harry Crowl (1958) e Zoltan Paulinyi (1977): Imagens
Harry Crowl
[ 1 ] Canto (4:43) Violino: Zoltan Paulinyi
Harry Crowl
[ 8 ] As impuras imagens do dia se desvanecem (13:25) viola pomposa: Zoltan Paulinyi
Zoltan Paulinyi
[ 9 ] Acalanto n. 2 (3:43) Clarinete: Felix Alonso / Violino: Zoltan Paulinyi
[10] Pluma (1:28)
Fagote: Iracema Simon / Violino: Zoltan Paulinyi
[11] Biduo d’ouro (2:51)
• Moderato e allegro
Fagote: Iracema Simon / Violino: Zoltan Paulinyi
[12] Brincadeira de Roda (3:10)
Clarinete: Félix Alonso / Fagote: Flávio Figueiredo
[13] Jesus é pregado na cruz (4:29)
• Cena XI da Via Sacra
Clarinete: Félix Alonso / Violinos: Karla Oliveto e Zoltan Paulinyi
Um dos melhores CDs de repertório moderno e contemporâneo para violoncelo e piano já lançados: formidável de cabo a rabo.
O problema é que depois que ouço o inusitadamente romântico Poema III de Marlos Nobre, acho as outras peças sem encanto, mas admito que é uma preferência pessoal: o Poema é daquelas músicas para você fazer um powerpoint com as fotos de sua namorada e mandar pra ela no próximo 12 de junho (fica a dica).
Rapsodia Latina
01 Marlos Nobre (Brasil, 1939): Poema III – op.94 n.º 3 (2001)
Andante con motto
Gabriela Frank (EUA/Peru, 1972): Manhattan Serenades (1995) *
02 I Uptown
03 II Midtown
04 III Downtown
Quando este CD foi lançado, poucas semanas atrás, FDP Bach chegou em nosso grupo de discussões — por e-mail — gritando Mullova`s back, Mullova`s back! (Aliás, informo-lhes que FDP tirou umas pequenas férias a fim de reorganizar suas coisas. Nada grave. Já está voltando. E ele ama Mullova como ninguém. Talvez queira me matar por estar postando isso durante sua folga!). E toda a alegria de FDP é plenamente justificada. Este é um CD extraordinário, algo para desafiar a morte. Dedicado inteiramente a Prokofiev, demonstra uma violinista em seu auge fazendo o que mais sabe.
São só 50 minutos, mas são 50 minutos definitivos. O Concerto Nº 2 para Violino recebeu aqui, modernamente, sua melhor interpretação. Este concerto revela mais do estado de espírito de Prokofiev do que qualquer carta que tenha escrito — e ele as escrevia! Ele estava voltando para casa por necessidade criativa e a ansiedade se infiltra na música como mofo através em local úmido. É o trabalho de um homem na encruzilhada. Viktoria Mullova capta essas esperanças e dúvidas com grande intuição. Deixando de lado suas últimas bobagens, ela está de volta aqui no mais alto nível de desempenho. A solidão da música é intensificada por uma excelente orquestra. A Frankfurt Radio Symphony Orchestra, bem controlada por Paavo Järvi, permite que o solista conte a história direitinho, a seu modo.
Mas há mais: como Janine Jansen, Mullova faz com que o concerto seja acompanhado pela Sonata para Dois Violinos, contemporânea do mesmo, e a Sonata para Violino Solo, de 1947. O céu escurece sobre a URSS de Stalin e do compositor fica diante da desgraça que vive seu país. Mas Mullova está lá para nos salvar do desespero. Sua interpretação dança à beira do um abismo que, de alguma forma, acaba em seus pés. 50 minutos inacreditáveis de música.
* Com o auxílio de Norman Lebrecht
Serguei Prokofiev (1891-1953): Violin Concerto No.2, Solo Violin Sonata, Duo Violin Sonata
Concerto For Violin And Orchestra No. 2 In G Minor, Op. 63 (1953) Mullova (25:39)
1 I. Allegro Moderato 10:15
2 II. Andante Assai 9:15
3 III. Allegro, Ben Marcato 6:09
Sonata For Two Violins In C Major, Op. 56 (1932) Mullova e Papavrami (13:50)
4 I. Andante Cantabile 2:27
5 II. Allegro 2:45
6 III. Comodo (Quasi Allegretto) 3:30
7 IV. Allegro Con Brio 5:08
Sonata for Solo Violin In D Major, Op. 115 (1947) Mullova (10:58)
8 I. Moderato 4:33
9 II. Andante Dolce. Tema Con Variazioni 2:37
10 Con Brio 3:48
Viktoria Mullova e Tedi Papavrami, violinos
Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt (tracks: 1-3)
Paavo Järvi
Tudo ao vivo, como a gente gosta: Alte Oper, Frankfurt, 17-18 May 2012 (Concerto); Hessischer Sendesaal, Frankfurt, 7 December (Sonatas)
Pessoa de movimentos contidos e verdadeira indústria de concertos, amigo de Putin e influente personalidade russa, Valery Gergiev está consolidado como um dos bons regentes de nosso tempo. Sua 3ª de Mahler é algo que merece ser bem ouvido. Talvez por ser uma sinfonia imensa, muitas vezes minha atenção foge nos três movimentos finais. Aqui, garanto-vos, não há como. Acho que não preciso escrever muito sobre esta obra ultra conhecida, certo?
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 3
1. Kräftig entschieden (forte e decisivo)
2. Tempo di Menuetto (Tempo de minueto)
3. Comodo (Scherzando) (confortável, como um scherzo)
4. Sehr langsam–Misterioso (muito lento, misteriosamente)
5. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck (Alegre em tempo e atrevido em expressão)
6. Langsam–Ruhevoll–Empfunden (lento, tranquilo, profundo)
Anna Larsson, alto
Tiffin Boys’s Choir
Ladies of the London Symphony Chorus
London Symphony Orchestra
Valery Gergiev
Isabelle Faust e Alexander Melnikov já nos deram uma sensacional versão da primeira Sonata para Violino de Brahms em 2007. Agora, eles completam o ciclo com as outras duas sonatas de 1886 e 1888, e adicionam uma raridade fascinante que data de duas décadas antes: a Sonata FAE, um esforço colaborativo de três compositores em honra do grande violinista Joachim, que teve que adivinhar quem tinha escrito cada movimento. Foi fácil. O segundo Allegro é hiper brahmsiano, assim como o Intermezzo e Finale são “schumannesque”. O som do piano de Melnikov — um Bösendorfer de 1875 — pode soar magro para alguns ouvintes acostumados com aos super pianos atuais, mas, após a audição é impossível não sentir que talvez os dois estejam muito, mas muito certos em sua abordagem.
J. Brahms (1833-1897): Violin Sonatas op.100 & 108 — Dietrich / Schumann / Brahms: F.A.E. Sonata
Johannes Brahms [1833-1897]
Violin Sonata no.3 in D minor op.108 / ré mineur / d-Moll
1 I. Allegro 8’07
2 II. Adagio 4’27
3 III. Un poco presto e con sentimento 2’54
4 IV. Presto agitato 5’39
Robert Schumann [1810-1856]
Three Romances op.94
5 I. Nicht schnell 3’13
6 II. Einfach, innig 3’56
7 III. Nicht schnell 4’09
Johannes Brahms [1833-1897]
Violin Sonata no.2 in A major op.100 / La majeur / A-Dur
8 I. Allegro amabile 7’43
9 II. Andante tranquillo – Vivace 5’49
10 III. Allegretto grazioso (quasi Andante) 5’28
Brahms / Schumann / Dietrich
F.A.E. Sonata [“Frei aber einsam” – Joseph Joachim gewidmet]
11 I. Allegro 11’51
12 II. Intermezzo. Bewegt, doch nicht zu schnell 2’24
13 III. Allegro 4’43
14 IV. Finale. Markiertes, ziemlich lebhaftes Tempo 7’19
Isabelle Faust – Violin
Alexander Melnikov – Piano
Um puta CD! Esta é, na minha opinião, a melhor gravação do Concerto para Viola de Schnittke. A energia da solista e da orquestra dão alma a uma composição de grande emoção. Emoção humana em música moderna e melódica. A obra de Kancheli, um grande compositor georgiano de música para o cinema, é igualmente extraordinária e cheia de paz. Era esperado e aconteceu, a violista norte-americana, filha de armênios, Kim Kashkashian superou Bashmet e Van Keulen.
Giya Kancheli (1935): Vom Winde beweint /
Alfred Schnittke (1932-1998): Concerto For Viola And Orchestra
1. Kancheli: Vom Winde beweint (1990) – 1. Largo molto 9:45
2. Kancheli: Vom Winde beweint (1990) – 2. Allegro moderato 7:59
3. Kancheli: Vom Winde beweint (1990) – 3. Larghetto 8:08
4. Kancheli: Vom Winde beweint (1990) – 4. Andante maestoso 12:02
5. Schnittke: Concerto For Viola And Orchestra (1985) – 1. Largo 3:51
6. Schnittke: Concerto For Viola And Orchestra (1985) – 2. Allegro molto 11:19
7. Schnittke: Concerto For Viola And Orchestra (1985) – 3. Largo 13:55
Kim Kashkashian
Dennis Russell Davies and Kim Kashkashian and Orchester Der Beethovenhalle Bonn (Kancheli)
Rundfunk-Sinfonieorchester Saarbrücken (Scnittke)
Dennis Russell Davies