Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Scheherazade – Vasily Petrenko

Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Scheherazade – Vasily Petrenko

Rimsky-Korsakov

Capricho Espanhol

Abertura ‘A Grande Páscoa Russa’

Scheherazade

Oslo Philharmonic Orchestra

Vasily Petrenko

Um disco quase todo russo! Rimsky-Korsakov faz as honras da composição contribuindo com três obras largamente conhecidas: o Capricho Espanhol, a Abertura ‘A Grande Páscoa Russa’ e a suíte orquestral ‘Scheherazade’. O regente também é russo – Vasily Petrenko. Bom, pelo menos nascido, que agora o cara anda lá pela Inglaterra e outras paragens também. Tem sido diretor da orquestra da gravação, a Oslo Philharmonic Orchestra, até este difícil ano de 2020. A orquestra não é russa, é norueguesa, mas tornou-se uma das melhores do mundo pelas mãos do grande Mariss Jansons. Assim, é norueguesa, mas sabe falar russo também.

Prepare-se para um disco com sonoridades exóticas e maravilhosas, que Rimsky-Korsakov era o cara da orquestração. Fez escola e entre seus alunos mais ilustres ninguém menos do que Igor Stravinsky. Rimsky-Korsakov dedicou seis anos de sua vida à Marinha Russa, como cadete naval. Três destes anos passou viajando e visitando os portos do mundo afora. Mas já sabia que dedicar-se-ia à música. Assim, depois disto, retornou à Mãe-Rússia para não sair mais.

Eu adoro estas peças, especialmente o Capricho e a Abertura. Esta última está entre uma das primeiras peças musicais que ouvi. Vejam o disco aí, numa foto gentilmente cedida pelo nosso colaborador Ammiratore. Grazie mille, commendatore!!

Portanto, aproveitem para mergulhar neste mundo de contos de fadas, de encantamentos sonoros, com lindos solos de violino, belíssimas melodias. Este disco é para quem gosta de música e não tem vergonha de ser feliz!!

Nikolay Rimsky-Korsakov (1844 – 1908)

Capricho Espanhol

  1. Alborada
  2. Variazioni
  3. Alborada
  4. Scena e canto gitano. Allegretto & Fandango asturiano

Abertura ‘A Grande Páscoa Russa’

  1. Abertura

Scheherazade, Op. 35

  1. O mar e o navio de Simbad
  2. A história do Príncipe Kalender
  3. O jovem príncipe e a jovem princesa
  4. Festa em Bagdá- Naufrágio do barco nas rochas

Oslo Philharmonic Orchestra

Vasily Petrenko

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Vasily, com um s…

Momento ‘the book is on the table’.

Vejam como são lisonjeiras as palavras desta crítica sobre o álbum da postagem: ‘The playing from the Oslo Philharmonic is flawless. All the solos are played with sophisticated levels of expression; phrasing throughout is architectural, but not predictable. String tones are varied and percussion timbres are nicely chosen, adding something distinctive to Petrenko’s vision‘.

Scheherazade quase convencendo o sultão…

Aproveite!

René Denon

 

Beethoven (1770-1827): An die ferne Geliebte – Lieder ∞ Martyn Hill & Christopher Hogwood #BTHVN250 ֍

Beethoven (1770-1827): An die ferne Geliebte – Lieder ∞ Martyn Hill & Christopher Hogwood  #BTHVN250  ֍

BTHVN

Lieder

Martyn Hill

Christopher Hogwood

 

Martyn Hill é um nome inglês e a qualquer desavisado lembra nome de piloto de Fórmula 1. Realmente, Martyn é um inglês nascido em Kent, mas em vez de seguir na direção dos autódromos, dedicou-se à música. Estudou no King’s College, Cambridge e depois no Royal College of Music. Cantor de ópera e de recitais de canções, contribuiu com o Volume 10 do grande projeto de Graham Johnson reunindo em gravações pelo selo Hyperion todas as canções de Schubert. Martyn Hill também contribuiu para incontáveis gravações de óperas, oratórios e toda a sorte de música.

Martin Hill, antes de colocar o macacão de piloto…

Neste disco ele revela uma outra abordagem para as principais canções do grande Ludovico, bastante diferente daquela oferecida pelos consagrados barítonos alemães. Acompanhado ao fortepiano pelo saudoso Christopher Hogwood, ele quase nos convence ser fácil cantar estas canções. Podemos pensar, mesmo que só por diversão, que podemos cantarolar lado a lado com ele, pelo menos aqueles trechos que já sabemos de cor.

Se você não conhece as principais canções do grande Ludovico, em especial o ciclo da Amada Distante, tem aqui uma boa oportunidade. Certamente esta não é a interpretação mais convencional, mas eu a considero a mais singela e humana entre as que conheço.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

  1. Neue Liebe, neues Leben
  2. Wonne der Wehmut, Op.83, No.1
  3. Sehnsucht, Op.83, No.2
  4. Mit einem gemalten Band, Op.83, No.3
  5. Maigesang
  6. Marmotte
  7. An die ferne Geliebte, Op. 98
  8. Der Liebende, WoO139
  9. Adelaïde, Op.46
  10. Der Kuss, Op.128
  11. Zärtliche Liebe, WoO 123 “Ich liebe dich”
  12. Das Glück der Freundschaft – (Vita felice) op.88
  13. An die Hoffnung, Op.32
  14. Des Kriegers Abschied, WoO 143

Martyn Hill, tenor

Chistopher Hogwood, fortepiano

Produção de Peter Wadland

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Christopher, em good mood!

Este disco não foi muito bem recebido pela crítica quando lançado e submergiu com o fim dos LPs. Sua reencarnação como CD só ocorreu em meio a estas imensas coleções do tipo ‘todas as gravações da L’Oiseau-Lyre’. Mesmo que você volte posteriormente a ouvir as gravações por cantores mais incisivos, digamos assim, encontrará aqui um certo refrigério e uma boa hora de ótima música. Alerto, no entanto, que esta postagem ainda não esgotou as versões do ciclo de canções da Amada Distante!

Aguarde e aproveite!

 

René Denon

Extra Time – Música Barroca – La Serenissima & Adrian Chandler

Extra Time – Música Barroca – La Serenissima & Adrian Chandler

Albinoni · Vivaldi

Brescianello · Matteis

Concertos · Sinfonia

Ballo & Balletto

La Serenissima & Adrian Chandler

 

Adrian Chandler e sua maravilhosa banda – La Serenissima – tem produzido alguns álbuns de música barroca que se destacam pela excelência musical, mas também por sair da rotina da escolha de repertório e pelos títulos. Já postamos alguns deles aqui, mais notoriamente ‘The Italian Job’, que reúne música de vários mestres do barroco italiano, maiores e menores.

Signore Chandler

Pois ele volta aqui com força total em um álbum que traz na capa o vestiário de um time de futebol cuja escalação enche os olhos de qualquer cartoleiro da música barroca. Vivaldi entra com a camisa 7. Não poderia pensar em melhor ponta esquerda!

Este novo projeto (o lançamento do disco é recente) surgiu de obras previamente escolhidas para projetos anteriores e que por esta ou aquela razão acabaram ficando de fora. Assim a propriedade do nome do álbum – Extra Time – nossa tradicional ‘Prorrogação’. E cada golaço fazem estes nossos compositores. Se bem que o Albinoni atua sob os arcos, como diriam os patrícios. Mas ouvindo sua Sinfonia com trompetes e oboés, diria que o Tadeu diria lá no Fantástico – Albinoni, como um gato… impediu o gol que era certo.

Enquanto Albinoni e Vivaldi são nomes bastante conhecidos dos amantes do barroco, os outros dois titulares do time são Giuseppe Antonio Brescianello e Nicola Matteis. Sobre o Nicola já demos informações em uma antiga postagem, que você pode revisitar clicando aqui. Italiano, atuou principalmente em Londres. Foi um excepcional violinista. Segundo Roger North, seria o reserva oficial de Arcangelo Corelli, titular de qualquer seleção.

Brescianello nasceu em Bologna (La Dotta, La Grassa, La Rossa!) mas há registros de suas atuações como músico e compositor em cortes e cidades que hoje se encontram na Alemanha.

De qualquer forma, temos um disco repleto de ótimas peças do repertório barroco que se alternam entre tradicionais concertos para violino e cordas e música para outras ocasiões, envolvendo trompetes, oboés e tímpanos. Viva o Barroco!

Tomaso Albinoni (1671 – 1751)

Sinfonia de ‘La Statira’ para 2 Trompetes, 2 Oboés, Cordass & Continuo

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Antonio Vivaldi (1678 – 1740)

Concerto per la Solennità di S. Lorenzo para Violino, Cordas & Continuo em fá maior, RV 286

  1. Largo molto e spiccato
  2. Andante molto
  3. Largo
  4. Allegro non molto

Giuseppe Antonio Brescianello (1690 – 1758)

Concerto para Violino, Cordas & Continuo em sol maior, Bre 9

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Nicola Matteis (c. 1670 – c. 1690)

Balletto di Cavalieri Romani, Spagnuoli, e Africani do Ato III de ‘Scipione nelle Spagne’ (Antonio Caldara) para 4 Trompetes, Timpani, 2 Oboés, Fagote, Cordas & Continuo em dó maior

  1. Balletto

Antonio Vivaldi (1678 – 1740)

Concerto per Sua Maestà Cattolica Cesarea para Violino, Cordas & Continuo em dó maior, RV 171

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro non molto

Concerto para Violino, Cordas & Continuo em si bemol maior, RV 365

  1. Allegro poco
  2. Largo
  3. Allegro

Nicola Matteis (c. 1670 – c. 1690)

Ballo do Ato III de ‘Cajo Marzio Coriolano’ para 4 Trompetes, Timpani, 2 Oboés, Fagote, Cordas & Continuo em dó maior

  1. Preludio
  2. Entrèe
  3. Chiaconne
  4. Gigue
  5. Tempo di Minuet
  6. Loure
  7. Tempo di Minuet

La Serenissima

Adrian Chandler

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MP3 | 320 KBPS | 167 MB

Momento ‘I adore my English teacher’: The entire repertoire of La Serenissima is edited by director Adrian Chandler from manuscript or contemporary printed sources, a testament to its vision to enrich life by sharing its passion for Italian baroque music.

A explicação do nome da banda…

Aproveite!

René Denon

Debussy / Fauré / Poulenc / Ravel: ‘Fantasque’ – Sonatas para Violino – Franziska Pietsch, violino – Josu De Solaun, piano

Debussy / Fauré / Poulenc / Ravel: ‘Fantasque’ – Sonatas para Violino – Franziska Pietsch, violino – Josu De Solaun, piano

Fauré – Debussy

Ravel – Poulenc

Sonatas para Violino

Franziska Pietsch, violino

Josu De Solaun, piano

Um disco FANTASQUE! Com sabor gálico! Eu disse gálico, não gárlico… Brincadeiras à parte, temos aqui um disco maravilhoso reunindo quatro sonatas para violino e piano de quatro mestres franceses, compostas ao longo de um período de perto de 70 anos. Da Sonata No. 1 de Gabriel Fauré, composta em sua juventude, passamos para a Sonata para violino de Debussy, escrita quando ele já estava no fim de sua vida e faz parte de um conjunto planejado para seis sonatas, das quais apenas três chegaram a ser completadas. Depois a segunda sonata de Ravel, pois acabaram descobrindo uma primeira sonata mais de juventude, e a sonata de Poulenc, já mais modernosa, mas ainda com todos as características da tradição de sonatas para violino francesas.

Franziska…

Claro, há outras belíssimas sonatas que poderiam ter chegado ao disco, como a de César Franck, que nasceu em Liège, mas classifica para nossas ‘sonatas francesas’, para citar apenas uma. Para que olhar para a grama verde do vizinho, se já temos aqui um painel esplêndido para um recital e tanto, não acham?

Falando um pouco nos intérpretes, Franziska Pietsch é violinista nascida em Berlim Oriental de uma família de músicos, foi criança prodígio. Mudou-se para Berlim Ocidental em 1986 e estudou com Ulf Hoelscher e depois com Dorothy DeLay, na Julliard School, em Nova Iorque. Foi spalla em várias orquestras e também atou com solista e como musicista de câmera.

 

Josu

O pianista Josu De Solaun é um pianista espanhol que ganhou o primeiro prêmio em uma edição da Competição Internacional de Piano de Bucareste, como antes dele o fizeram Radu Lupu e Elisabeth Leonskaja. Seus principais professores foram Nina Svetlanova e Horacio Gutiérrez.

O libreto que está no pacote tem muito bom texto escrito pelo De Solaun, no qual ele explica a escolha do repertório do disco feita pela dupla de músicos: ‘Debussy e seu mundo de sonhos aforísticos; a mistura de humor sardônico com a sensualidade e gravitas sutilmente disfarçada de Poulenc; a urbanidade eclética, pastoral, melancólica de Ravel; e a nostálgica finesse e a aristocrática verve de Fauré’.

Realmente, um disco muito, muito bom. Dos adjetivos usados pelo De Solaun, sensualidade é o que transparece no som produzido pela dupla. Achei, na primeira audição, que o andamento escolhido era um pouquinho lento, mas depois, me rendi completamente. Gostei demais. Especialmente da sonata do Ravel. O movimento lento, um Blues, moderato, é especial. E a maneira como o piano e o violino provocam um ao outro, logo no início do último movimento, vale o disco. Não se faça de rogado, estes dois músicos não são ícones dos seus respectivos instrumentos, mas são espetaculares!

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Sonata para violino No. 1 em lá maior, Op. 13

  1. Allegro molto
  2. Andante
  3. Allegro vivo
  4. Allegro quasi presto

 

Claude Debussy (1862 – 1918)

Sonata para violino em sol menor

  1. Allegro vivo
  2. Intermède: fantasque et léger
  3. Finale: três animé

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Sonata para violino No. 2 em sol maior

  1. Allegretto
  2. Moderato
  3. Perpetuum mobile. Allegro

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sonata para violino

  1. Allegro con fuoco
  2. Très lent et calme
  3. Presto tragico – Strictement la double lent

Franziska Pietsch, violino

Josu De Solaun, piano

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O título do álbum foi encontrado no movimento lento da Sonata de Debussy. Boa inspiração! Aproveite!

René Denon

Música Barroca de Câmera com Bandolins – Artemandolino

Música Barroca de Câmera com Bandolins – Artemandolino

dall’Abaco · Arrigoni

Castello · Matteis · Weiss

Vivaldi · Fasch

Uccellini

Artemandoline

 

Em abril de 2019 éramos felizes sem o saber e eu postei um álbum maravilhoso – uma coletânea de peças barrocas interpretadas pelo Palladian Ensemble, com o cativante nome An Excess of Pleasure. Duas faixas daquele álbum me chamaram demais a atenção – Aria sopra la Bergamasca, de Marco Uccellini, e uma Ayre de Nicola Matteis chamada Diverse bizzarie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona.

Pois não foi com pouco espanto que reencontrei as duas peças neste álbum da postagem, aqui com outras plumas, interpretadas por um conjunto de bandolins. Em italiano, mandolinos. Como gostei do disco todo, presto postei-o.

Bandolineros…

A palavra mandola surgiu pela primeira vez como referência a um instrumento musical nas descrições do casamento de Ferdinando de Medici e Christiane of Lorraine, em Florença. O grande construtor de instrumentos Stradivarius definiu mandola como um instrumento de tamanho médio com o tampo em forma de uma amêndoa, um tipo de alaúde, e usou a palavra mandolino para descrever o mesmo instrumento em tamanho menor. Outras denominações são leutino e armandolino.

A esta altura você deve estar impressionado com minha erudição e perguntando-se como o René sabe de tudo isto? Bom, revelo o segredo: li no livreto que acompanha o arquivo de músicas…

Além das lindas peças de Uccellini e Matteis, temos um concertinho de Vivaldi, sonatas de Evaristo Felice dall’Abaco, Carlo Arrigoni e Dario Castello, Domenico Scarlatti e duas peças dos teutônicos John Sigismund Weiss e Johann Friedrich Fasch. John Sigismund era irmão de Silvius Leopold Weiss e de Jiuliana Margaretha, filhos de Johann Jacob Weiss. Todos grandes alaudistas. Silvius Leopold era amigo de Wilhelm Friedemann Bach e conheceu Johann Sebastian por ele.

O disco é uma festa de sonoridades agradabilíssimas, com produção impecável e variação suficiente nos andamentos das peças. Prepare-se para uma hora de grandes prazeres…

Uccellini

Evaristo Felice dall’Abaco (1675 – 1742)

Concerto a più instrumenti Op. V. 6

  1. Allegro
  2. Aria cantabile
  3. Ciacona alegro spiccato – Rondeau
  4. Allegro

Carlo Arrigoni (1697 – 1744)

Sonata per mandolino basso

  1. Preludio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro

Dario Castello (Veneza, século 17)

Sonata seconda a soprano solo

  1. Sonata

Nicola Matteis (1670 – 1749)

Ayr

  1. Diverse bizzarie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona

Domenico Scarlatti (1685 – 1757)

Sonata K. 89

  1. Allegro
  2. Grave
  3. Allegro

John Sigismund Weiss (c1690 – 1737)

Concerto em ré minore

  1. Concerto

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto da ripieno in do maggiore

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Ciacona

Johann Friedrich Fasch (1688 – 1758)

Sonata d-moll

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Largo
  4. Allegro

Marco Uccellini (1603 – 1680)

La Bergamasca

  1. Aria sopra la Bergamasca

ArteMandoline

Ensemble baroque

Juan Carlos Muñoz, mandoline & mandole baroque

Mari Fe Pavón, mandoline baroque

Alla Tolkacheva, mandoline & mandole baoque

Manuel Muñoz, guitare baroque & luth renaissance

Jean-Daniel Haro, viola de gambe & violone

Jean-Christophe Leclère, clavecin

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Artemandoline dando uma palhinha para o pessoal do PQP Bach Corp. e convidados, pouco antes da pandemia…

Na contracapa do álbum podemos ler muitas loas ao conjunto… Their playing is expressive, their dinamics extremely flexible, the suppleness of their phrasing inpregnated with warmth and generosity, and their virtuosityis extraordinary.

Depois diga-me você…

Aproveite… e cuide-se!

René Denon

DESAFIO PQP! –> Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 40 & 41

DESAFIO PQP! –> Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 40 & 41

Mozart

Sinfonias Nos. 40 & 41

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Herbert Blomstedt

Desafio Resolvido!

 

Ele não ficaria de fora desta festa…Óperas e Concertos para Piano foram as formas musicais nas quais Mozart fez as suas contribuições mais inovadoras e significativas. Mas, escreveu também inúmeras sinfonias. A primeira delas foi em 1764 durante uma estada em Londres. Papai Leopold caiu doente e Wolferl tinha que ficar longe do piano. Pois o garoto de oito anos compôs a sua primeira sinfonia.

O termo sinfonia abrangia vários tipos de composições e a forma estava sendo ainda estabelecida. O modelo italiano com três movimentos – rápido-lento-rápido, enquanto que a forma que se tornou mais usada, com quatro movimentos, já tinha seus representantes. O modelo de três movimentos vinha do uso de ‘abrir’ um espetáculo, como uma ópera, com um concerto em três movimentos, uma ‘Abertura’. A prática acabou ganhando vida própria.

Famoso intérprete de Mozart

O grande compositor de sinfonias dos dias de Mozart era Haydn, mas é bom observar que em 1791, ano em que Mozart morreu, Haydn estava de partida para Londres, a convite do grande empresário Johann Peter Salomon, e as suas lindas Sinfonias Londrinas ainda estavam por ser compostas.

Entre as sinfonias de Mozart, vale destacar a de No. 25, em sol menor, assim como a Sinfonia No. 40 desta postagem. São as únicas sinfonias compostas por Mozart em tonalidade menor. Isso certamente dá a estas peças algo que as torna muito especiais. Eram chamadas ‘menor’ e ‘maior’ em sol menor, para distinguir uma da outra.

Aposta certa do selo amarelo

A Sinfonia No. 29 é também muito especial, em quatro movimentos e vale conferir. As Sinfonias Nos. 31 e 32 são do tipo ‘Italianas’, em três movimentos. A de No 31 tem o apelido ‘Paris’ e foi escrita para agradar o público desta cidade, onde Mozart buscava uma posição. A Sinfonia No. 32 foi composta na sequência…

As seis últimas sinfonias de Mozart têm maiores proporções e são nos típicos quatro movimentos. Foram compostas entre os anos de 1782 até 1788. Em 1782 Mozart compôs a Sinfonia No. 35, sob encomenda da família Haffner, de Salzburgo, que também recebera a Serenata ‘Haffner’. Em 1783 foi composta em apenas quatro dias a Sinfonia (linda) No. 36, para um concerto na cidade de Linz. Daí o apelido ‘Sinfonia Linz’. Em 1786 foi a vez da cidade de Praga ganhar a sua sinfonia, que conhecemos como a Sinfonia No. 38.

Opção mais leve…

Mozart sempre muito pragmático, produzia suas obras com objetivos específicos, seja para um concerto ou sob encomenda. Em 1788 ele compôs suas três últimas grandes sinfonias, as de Nos. 39, 40 e 41, todas obras primas. Mas não está claro o propósito destas composições e não há evidências que foram executadas durante a vida do compositor, a menos da Sinfonia No. 40. A evidência desta possibilidade é a existência de duas versões para esta sinfonia, uma com clarinetes e outra sem clarinetes na orquestração.

 

HIP

As sinfonias de Mozart, assim como as obras deste período eram apresentadas até os anos 1960 e 1970 com roupagem mais romantizada, pelas grandes orquestras. No entanto, gravações famosas até hoje feitas com orquestras mais reduzidas, de câmera, também eram comuns. Ou seja, ao lado das gravações das Filarmônicas de Berlim, Viena, de Londres, regidas por Karajan, Jochum, Böhm, podia-se ouvir as gravações de Marriner com a Academy Saint Martin-in-the-Fields, de Jeffrey Tate ou Daniel Barenboim com a Orquestra de Câmera Inglesa. Então vieram as orquestras com instrumentos de época. Hogwood, Gardiner, Norrington. Eu gosto especialmente das gravações de Trevor Pinnock.

HIP II

Há para todos os gostos e bolsos, com as gravações de orçamento mais reduzido. As gravações na Naxos com a Capella Istropolitana regida por Barry Wordsworth são memoráveis.

Pois assim, chegamos ao Segundo Desafio do PQP-Bach: o álbum desta postagem reúne as duas últimas sinfonias compostas por Mozart numa gravação que eu achei ótima. Mas qual orquestra? Qual regente? Fica a questão.

Lembrando, a motivação deste tipo de postagem é fazer-nos refletir sobre o quanto influencia nossa apreciação musical o conhecimento dos nomes dos intérpretes. No caso de cantores, é mais fácil identificar o nome do artista. No caso de música instrumental, em particular os pianistas, também se pode tentar identificar um certo ‘sotaque’ ou algo que denuncie o artista. Mas no caso da orquestra e regente? Seria possível antecipar algo? Veremos!!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sinfonia No. 40 em sol menor, K. 550

  1. Molto allegro
  2. Andante
  3. Allegretto – Trio
  4. Allegro assai

Sinfonia No. 41 em dó maior, K. 551 – ‘Jupiter’

  1. Allegro vivace
  2. Andante cantabile
  3. Menuetto: Allegretto – Trio
  4. Molto alegro

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Herbert Blomstedt

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Gosto muito desta gravação e da capa…

Em breve a postagem será reeditada com os devidos créditos atribuídos aos músicos. Fica, por enquanto, a oportunidade para nossos devotados seguidores darem alguns tratos à bola… Aquele que acertar o desafio terá seu nome inscrito no Hall of Fame do PQP-Bach e receberá uma linha direta de centenas de free downloads dos nossos generosos arquivos.

Aproveite!

René Denon

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

Bach · Mozart

Beethoven · Chopin

Stravinsky

Leon Fleisher

(1928 – 2020)

 

Imagine ser um pianista famoso, com concertos marcados nas grandes salas ao redor do mundo, ter seus discos no topo das paradas de sucesso sempre acompanhados das melhores críticas – uma vida de sucesso – e perder tudo, de repente. Isto ocorreu com Leon Fleisher, um dos mais renomados pianistas que, no meio da década de 1960 teve que redirecionar toda a sua carreira profissional por machucar a sua mão direita a ponto de não poder mais usá-la. Ele passou a sofrer de distonia focal.

Ele morreu neste primeiro domingo de agosto, aos 92 anos.

Apesar de ter a carreira de concertista interrompida, Leon Fleisher continuou a fazer e viver a música, tocando o repertório para a mão esquerda, regendo e dando aulas, até que em 1995, após 30 anos de inatividade, recuperou satisfatoriamente os movimentos da mão e voltou a tocar piano com duas mãos. Isto foi possível graças a uma combinação de uma técnica de massagem profunda e injeções de Botox.

Esta história sempre me encantou. Tenho e ouço seus discos do período áureo, mas de uma certa forma, aprecio ainda mais aqueles que ele gravou posteriormente. Em 2003 ele gravou um disco com o expressivo nome Two Hands, que tem uma gravação muito especial da última grande sonata de Schubert. Em 2006 ele gravou o disco desta postagem – The Journey.

Este título tanto se aplica ao repertório, que vai de Bach até Stravinsky, passando por Mozart, Beethoven e Chopin, quanto à sua própria vida.

Além da música, o álbum contém um disco com uma entrevista dada a Bob Edwards, na qual Leon Fleisher fala de sua jornada.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Capricho em si bemol maior, BWV 992

  1. Arioso: Adagio
  2. Fughetta
  3. Adagissimo
  4. Andante
  5. Aria (do postilhão): Allegro poco
  6. Fuga

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata em mi bemol maior, K 282

  1. Adagio
  2. Menuetto I – II
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fantasia e Fuga Cromática em ré menor, BWV 903

  1. Fantasia
  2. Fuga

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Berceuse em ré bemol maior, Op. 57

  1. Berceuse

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Serenata em lá maior

  1. Hymne
  2. Romanza
  3. Rondoletto
  4. Cadenza finala

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Bagatela em lá menor, WoO. 59 “Für Elise”

  1. Bagatela

Leon Fleisher, piano

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Que a persistência e a atitude resiliente de Leon Fleisher nos inspire a enfrentar as nossas limitações e dificuldades e que possamos também percorrer uma boa jornada.

Aproveite!

René Denon

Koechlin (1867-1950) · Emmanuel (1862-1938): Música para flauta, clarinete & piano – Markus Brönnimann · Jean-Philippe Vivier · Michael Kleiser

Koechlin (1867-1950) · Emmanuel (1862-1938): Música para flauta, clarinete & piano – Markus Brönnimann · Jean-Philippe Vivier · Michael Kleiser

 

Charles Koechlin

Maurice Emmanuel

Música de Câmera

Brönnimann · Vivier

Kleiser

 

Eu poderia estar postando um álbum de Tchaikovsky ou de Berlioz! Uma postagem com muitas sinfonias e concertos! Mas hoje não! Desta vez vamos com uma dupla de músicos franceses com algumas obras de câmera.

É possível que você nunca tenha ouvido falar destes dois compositores. Se ouviu, é possível que não tenha ouvido qualquer obra de algum deles nos últimos, digamos, 12, 13 meses. Acertei? Eu nunca havia ouvido qualquer coisa de Maurice Emmanuel e, apesar de já ter ouvido falar de Koechlin, certamente não ouvira nada dele, recentemente.

Animei-me com a cara do disco e, voilà, acertei em cheio!

O que andei fazendo que não havia ouvido estes caras antes? Bom, calma, também não é assim, nada de apagar os arquivos de Schubert e Mozart, mas há espaço para eles. Peço-vos, portanto, uma chance para este tipo de repertório, especialmente se gostas de música de câmera com flauta ou clarinete.

Os dois compositores estudaram nas excelentes escolas francesas de música, tiveram como professores nomes bem mais conhecidos. Foram amigos chegados de compositores e músicos bem famosos e também deram aulas para figuras que vieram a ficar bem conhecidas. São mestres completos do ofício musical, capazes de criar lindas melodias e belas harmonias. No entanto, tiveram atitudes bem distintas em relação à sua própria obra. Enquanto Maurice Emmanuel era muito crítico de suas peças e destruiu por volta da metade delas, Koechlin produziu peças de todos os gêneros musicais.

Os intérpretes são excelentes. O flautista Markus Brönnimann é suíço e estudou com o famoso Michel Debost em Ohio e com Renate Greiss-Armin, em Karlsruhe. Nos dias da gravação deste disco era o flautista principal da Orchestre Philharmonique de Luxembourg. Hoje atua em grupos camerísticos como o Ensemble Pyramide, o Trio Maare e a Kammerata Luxembourg.

Jean-Philippe Vivier nasceu em Nantes e estudou em Lyon. Durante os estudos, visitou o Tanglewood Music Center onde conviveu com grandes nomes da música, como Seiji Ozawa, Bernard Haitink e Leon Fleisher. Assim como o seu colega flautista, atuava como principal clarinetista da Orchestre Philharmonique de Luxembourg e creio que continua atuando.

O pianista Markus Kleiser é de Zurique, onde atua como acompanhante (estudou com Irwin Gage) e músico de câmera. Markus também tem grande interesse por jazz e música popular.

Maurice Emmanuel (1862 – 1938)

Sonata para clarinete, flauta e piano, op. 11 (1907)

  1. Allegro com spirito
  2. Adagio
  3. Molto alegro e leggierissimo

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Sonata para flauta, op. 52 (1911 – 13)

  1. Adagio molto tranquilo
  2. Mouvement de Sicilienne: allegretto três modéré mais sans traîner
  3. Final: Animé et gai

Sonata para clarineta No. 1, op. 85 (1923)

  1. Allegro, bien décidé et rythmé
  2. Andante quasi adagio
  3. Final: Allegro moderato sans lanteur, bien allant mais sans précipiter le rythme

Sonata para clarineta No. 2, op. 86 (1923)

  1. Allegro ben moderato
  2. Andante con moto
  3. Allegro sans traîner

Sonatine modale para flauta e clarinete, op. 155a (1935-1936)

  1. Andante moderato (dans le caractere d’une chanson populaire)
  2. Allegro moderato (lumineux et gai)
  3. Andantino (sans traîner)
  4. Assez large, expansif
  5. Allegro (non troppo)

Três peças para clarinete e piano (do op. 178) (1942)

  1. 1: Allegretto com moto (mais pas réellement alegro)
  2. 2: Andante com moto
  3. 3: Tempo de Sicilienne

Pastorale para flauta, clarinete e piano, op. 75bis (1917-21)

  1. Allegretto (três modéré)

Markus Brönnismann, flauta

Jean-Philippe Vivier, clarinete

Michael Kleiser, piano

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Charles…

Espero que este disco sirva como um despertar de seu interesse pela obra de compositores como eles, e espero oferecer mais obras deles em futuro não muito distante.

Vale!

René Denon

Impromptu – Peças para Piano – Shai Wosner

Impromptu – Peças para Piano – Shai Wosner

IMPROMPTU 

Schubert & CIA

SHAI WOSNER

 

 

O álbum desta postagem parte de uma ideia simples – excelente – e é muito bem feito. Achei a capa ótima, com os nomes dos compositores e o do intérprete grafitados sobre uma foto informal, alegre, jovial. Traduz o espírito do disco.

Imagine reunir um grupo de compositores que também foram grandes intérpretes de suas obras e improvisadores em torno de um piano – numa espécie de jam session. Eles se alternam ao teclado, apresentando suas habilidades e seus poderes de improvisação. O tema do disco – Impromptu – é uma forma musical que, apesar de completamente escrita pelo compositor, é o que temos de mais próximo de suas improvisações. Assim como as peças intituladas Fantasias.

Uma maneira divertida de ouvir o disco é fazê-lo sem decorar a lista das peças e ir adivinhando qual é o compositor da vez ou qual deles ‘sentou-se’ ao piano naquele momento.

Agora é a minha vez…

Schubert é assim um pouco o anfitrião, o dono do piano, pois ao longo do recital ouvimos quatro dos seus impromptus. Temos também algumas surpreendentes presenças, mesmo que mais momentâneas, com Liszt, Dvořák, Gershwin e – pasmem – Charles Ives. Adorei ouvir o ensolarado Impromptu em lá bemol maior de Chopin surgindo logo após uma peça de Gershwin. Chopin senta-se três vezes ao piano e o grande Ludovico, apesar de só sentar-se uma vez, fica por lá quase dez minutos. Sua estranha Fantasia é um exemplo escrito de suas muitas e famosas improvisações, que a classifica para a lista do disco.

O pianista israelense Shai Wosner é excelente. Estudou com Andre Hajdu, professor que valorizava a improvisação e a considerava uma forma de busca do entendimento musical.

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em fá menor, D. 935, 1

Charles Ives (1874 – 1954)

  1. Improvisação para piano, No. 3

Antonín Dvořák (1841 – 1904)

  1. Impromptu em ré menor, B 129

George Gershwin (1898 – 1937)

  1. Impromptu in two Keys

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em lá bemol maior, Op. 29

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em lá bemol maior, D. 935, 2

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em fá sustenido maior, Op. 36

Franz Liszt (1811 – 1886)

  1. Impromptu S 191 (1872)

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em si bemol maior, D. 935, 3

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

  1. Fantasia em sol menor, Op. 77

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em sol bemol maior, Op. 51

Charles Ives (1874 – 1954)

  1. Improvisação para piano, No. 1

Frans Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em fá menor, D. 935, 4

Shai Wosner, piano

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Don’t be Shai…

Para uma palhinha, clique aqui!

Aproveite!
René Denon

Francis Poulenc (1899-1963): Peças para Piano – Gen Tomuro

Francis Poulenc (1899-1963): Peças para Piano – Gen Tomuro

Poulenc

Novelettes

· Improvisations ·

Napoli

Gen Tomuro

 

Francis Poulenc foi um ótimo pianista e compôs música para piano ao longo de toda a sua vida, principalmente peças curtas. Ele preferia a música para piano que compôs para acompanhar suas canções e era bastante crítico de sua produção. Mas gostava bastante das suas ‘improvisações’, que foram compostas entre 1932 e 1959 e fazem parte substancial deste recital, que se completa com três Novelettes e um conjunto de três peças, intitulado Napoli. Temos assim um disco refrescante de boa música para piano, com espírito gálico!

Gen Tomuro é um pianista típico do nosso tempo. Nascido em Tokyo, mostrou desde a mais tenra idade atração para o piano. Passou por São Francisco, Boston, Paris e Londres. Estudou no New England Conservatory of Music. Em 2006 encontrou o pianista e regente Philippe Entremont. Mudou-se para Paris para estudar com este formidável músico. Posteriormente continuou sua formação e recebeu o título de Master of Arts da Royal Academy of Music, de Londres. Este é seu disco de estreia, que foi uma homenagem aos 120 anos do nascimento de Francis Poulenc.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

2 Novelettes, FP 47

  1. Novelette em dó maior. Modéré sens lenteur
  2. Novelette em si bemol menor. Trés rapide et rythmé

Novelette No. 3, FP 173

  1. Novelette em mi menor

15 Improvisations

  1. 1 em si menor, FP 63, 1
  2. 2 em lá bemol maior, FP 63, 2
  3. 3 em si menor, FP 63, 3
  4. 4 em lá memol maior, FP 63, 4
  5. 5 em lá menor, FP 63, 5
  6. 6 em si bemol maior, FP 63, 6
  7. 7 em dó maior, FP 63, 7
  8. 8 em lá menor, FP 63,8
  9. 9 em ré maior, FP 63, 9
  10. 10 em fá maior, FP 63, 10 ‘Éloge des gammes’
  11. 11 em sol menor, FP 113, 1
  12. 12 em mi bemol maior, FP 113, 2 ‘Hommage à Schubert’
  13. 13 em lá menor, FP 170, 1
  14. 14 em ré bemol maior, FP 170, 2
  15. 15 em dó menor, FP 176 ‘Hommage à Édith Piaf’

Napoli, FP 40

  1. Barcarolle
  2. Nocturne
  3. Caprice Italien

Gen Tomuro, piano

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O que o confinamento faz com as criaturas…

Veja o que P. Entremont disso do pianista da postagem: ‘In all my years, Gen is truly the best I’ve seen and had the pleasure of listening to on the piano. Pure magic’.

Neste dias, nada como uma boa companhia…

Aproveite!

René Denon

PS: O arquivo flac é de alta resolução, por isso a diferença entre os tamanhos das duas possibilidades.

The Lark – Recital para Piano – Christian Ihle Hadland

The Lark – Recital para Piano – Christian Ihle Hadland

Haydn – Brahms – Borodine  

Glinka – Balakirev – Schubert

Peças para Piano

Christian Ihle Hadland

 

 

Este disco tem uma proposta diferente. No lugar de apresentar peças de um único compositor ou mesmo reunir peças com alguma ligação temática, nos propõe uma coleção de obras que permite um olhar sobre a arte do intérprete. Eu gostei imenso do disco por isso.

Começamos com uma sonata de Haydn, para aquecer os dedos. E que aquecimento! Linda música. Iniciamos numa ascendente, uma de poucas sonatas de Haydn em tom menor. O ritmo logo acelera e gera um movimento de abertura cheio de bom humor. O movimento lento é mais interrogativo e reflexivo, mas bastante reservado quanto aos sentimentos, talvez uma das características do Franz Joseph. De qualquer forma, o último movimento irrompe com verve e ritmos marcados e trazendo de volta a alegria e o bom humor.

A próxima parada é um bom salto no tempo e no estilo musical. Brahms no seu período outonal, com um dos conjuntos de peças escritas quando Johannes já usava barba e barriga. Mas o Opus 119 tem suas surpresas em três intermezzi e uma rapsódia. O conjunto exibe diversidade, passando de um Adagio para Adantino agitato, depois grazioso, terminando com um Allegro risoluto.

Chegamos então aos russos e encontramos um pouco de melancolia. Mas nada que possa preocupar nosso caro leitor-seguidor. Borodin é compositor da Pequena Suíte, uma coleção de sete peças para piano, que inicia com um andante religiosos, mas como deve toda suíte, passa por suas danças.

A peça que dá nome ao disco é um arranjo para piano feito por Balakirev, um russo bamba no piano, de uma canção escrita por Glinka, de nome Zhavoronok (Lark em inglês e Cotovia em português).

Para arrematar, a título de encore, uma linda peça de Schubert, uma melodia húngara.

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sonata para piano em mi menor, Hob. XVI: 34

  1. Presto
  2. Adagio
  3. Finale

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Klavierstücke, Op. 119

  1. Intermezzo (Adagio)
  2. Intermezzo (Andantino)
  3. Intermezzo (Grazioso e giocoso)
  4. Rapsódia (Allegro risoluto)

Alexander Borodin (1833 – 1887)

Petite Suite pour piano

  1. Au Couvent. Andante religioso
  2. Tempo di menuetto
  3. Allegro
  4. Allegretto
  5. Andante
  6. Allegretto
  7. Andantino

Mikhail Glinka (1804 – 1857)

  1. Zhavoronok (The Lark – A Cotovia) – Arranjo para piano de Mily Balakirev (1837 – 1910)

 

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Ungarische Melodie

Christian Ihle Hadland, piano

Aqui está o Balakirev, o cara do arranjo…

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Sobre o pianista, veja como a crítica o descreveu depois de um concerto no BBC Proms de 2013: … um talento verdadeiramente notável para cativar e encantar qualquer audiência com seu ‘toque de pérolas, um som de outro mundo’.

Christian Ihle Hadland, atuante até na quarentena. Busque no YouTube…

Aproveite!

René Denon

Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker – Leonard Bernstein

Mahler (1860-1911): Sinfonia No. 9 – Berliner Philharmoniker – Leonard Bernstein

Mahler

Sinfonia No. 9

Berliner Philharmoniker

Leonard Bernstein

 

Este álbum reúne três nomes – Gustav Mahler, Berliner Philharmoniker e Leonard Bernstein. Reunidos dois a dois, eles estão estampados em centenas de capas de álbuns musicais, mas reunidos simultaneamente em um aparecem aqui esta única vez. Na verdade, em apenas uma ocasião Leonard Bernstein – que era famoso por suas interpretações da música de Mahler – pode reger esta que sempre esteve altíssima na lista das melhores e mais famosas orquestras do mundo. Para nossa sorte, o resultado deste momento foi gravado e aqui temos. Rumores há que von Karajan não permitiria que seus músicos fossem colocados sob o charme, o encanto e a energia de Lennie – que teve uma longa e frutuosa colaboração com algumas orquestras europeias, especialmente com a Wiener Philharmoniker. Este único concerto surgiu do convite feito diretor do Berliner Festwochen e a renda do concerto acabou indo para a Anistia Internacional. O nome do diretor não aparece no livreto do álbum, mas uma busca na net indicou Peter Lilienthal.

Além de Herbie e Lennie, quem mais saiu na foto?

Após escrutínio dos anais do PQP Bach, não percebi esta gravação e achei que seria oportuno trazê-las para nossos assíduos seguidores-leitores. A outra motivação para postar esta peça é achar que ela pode nos dizer algo mais neste momento de tanta incerteza, tanta angústia e dor que estamos passando.

O que esta música pode nos dizer hoje? Diz que a angústia e a incerteza, que a brevidade da vida está sempre presente, ontem e hoje, mas que há também beleza. Vocês alguma vez viveram dias mais bonitos do que os que estamos tendo neste outono? O libreto fala de Weltschmerz… Eu considero o primeiro e o último movimento as mais lindas peças que ouvi nestes dias. O primeiro movimento com suas incertezas, oscilações e quase dissonâncias parece um enorme lamento. O último movimento lembra a Canção do Adeus de ‘Das Lied von der Erde’, que encerra esta sinfonia com uma nota de aceitação, de transcendência, na minha opinião. Ouça você e depois me diga!

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 9

  1. Andante comodo
  2. Im Tempo eines gemächlichen Ländlers
  3. Rondo-Burleske
  4. Adagio

Berliner Philharmoniker

Leonard Bernstein

Gravação feita ao vivo em 1979

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Outra postagem desta sinfonia, com orquestra regida por Michael Gielen, pode ser acessada clicando aqui.

Aproveite!

René Denon

Lennie aproveitando uma folga…

J. S. Bach (1685-1750) & J. G. Müthel (1728-1788): Concertos – Akademie für Alte Musik Berlin

J. S. Bach (1685-1750) & J. G. Müthel (1728-1788): Concertos – Akademie für Alte Musik Berlin

 

Bach & Müthel

Concertos

AAM Berlin

 

 

Uma troca de mensagens aqui no blog trouxe à baila o uso do pianoforte na interpretação das obras (tardias) de Bach. Parece haver uma regra não escrita de que Bach ‘autêntico’ deve ser interpretado ao cravo.

Certamente o cravo, assim como o clavicórdio, eram os instrumentos de teclado mais comuns nos fins do século 17 e início do século 18, mas o interesse de Bach pelos instrumentos musicais era enorme, em particular os instrumentos com teclado (e com muitos teclados). Ele costumava viajar para testar e opinar sobre órgãos e estas ocasiões eram sempre prazerosas.

Mas o tema é pianoforte e já divago. Lembrando, o antecessor do piano foi ‘inventado’ por Bartolomeo Cristofori por volta de 1700. Ele construiu um ‘cembalo che fa il piano e il forte’.

Pianoforte Silbermann

O construtor de cravos e órgãos Gottfried Silbermann soube da invenção de Cristofori por um artigo e construiu sua versão do instrumento. Há um relato de Johann Friedrich Agricola de que em 1736 Johann Sebastian testou um protótipo destes pianofortes de Silbermann. Segundo o relato, Bach teria gostado do instrumento, elogiando seu tom, mas observou uma certa fragilidade no seu registro alto e disse que o instrumento era difícil de tocar. Silbermann era aparentemente bastante suscetível a críticas e teria ficado de mal com Johann Sebastian. Mas depois, com a zanga passada, introduziu mudanças no instrumento, levando em conta as observações feitas por Bach. Estas mudanças devem ter funcionado, pois há registro de que Frederico, o Grande, comprou 15 destes instrumentos. Certamente um deles foi testado por Johann Sebastian em sua visita a Potsdam, onde atuava seu filho Carl Philipp Emanuel. Desta visita resultou a Oferenda Musical, origem dos comentários aludidos no início da postagem.

A propósito disto tudo, revisitei o disco que acabei escolhendo para esta postagem. O mesmo contém dois (maravilhosos) concertos de Johann Sebastian e mais um, de Johann Gottfried Müthel, que representa a música que surgia então, o estilo galante, transição do Barroco para o período Clássico.

Os concertos de Bach são resultado de sua ligação com o Collegium musicum de Leipzig, que foi fundado por Telemann, e cuja direção ele assumiu em 1729. A necessidade de obras para as semanais apresentações do grupo formado principalmente de estudantes, no Café Zimmermann, deu impulso a criatividade e ao poder de arranjador de Johann Sebastian, que meteu algumas de suas antigas obras, como concertos para violino, em novas roupas. Os experimentos feitos no Concerto de Brandemburgo No. 5, no qual um cravo se desgarra do concertino e alça um solo, são agora levados mais adiante e temos os concertos para cravo.

No disco encontramos um representante destas obra, o Concerto para Cravo em ré menor, BWV 1052. Na sequência, o Concerto Triplo, para flauta, violino e cravo, em lá menor, BWV 1044. Nesta gravação o instrumento usado para este concerto de Bach é um pianoforte, modelado em um dos instrumentos de Silbermann. Particularmente tocante é o movimento lento, um Adagio ma non tanto e dolce, que é apresentado como uma peça de câmera pelos instrumentos solistas. Este movimento é uma literal adaptação do movimento lento da Triosonata para Órgão No. 3 em ré menor, BWV 527. Incluímos nos arquivos uma faixa bônus com a interpretação deste movimento pelo organista Christoper Herrick. Para o álbum completo destas Triosonatas, fique atento ao seu distribuidor das postagens PQP-Bachianas mais próximo.

A última peça do disco é um concerto de Johann Gottfried Müthel, que era um jovem músico a serviço do Duque Christian Ludwig II de Meckelenburg-Schwerin. Em 1750, Johann Gottfried ganhou uma licença para estudar composição com Johann Sebastian, que tinha apenas mais alguns meses de vida. As suas composições eram já vistas como peças acadêmicas e antiquadas em relação ao novo estilo galante, típico das obras que seus filhos estavam compondo. De qualquer forma, a insistência de Müthel de estudar com Johann Sebastian o torna uma figura interessante. Ouçam o seu concerto, que aqui é interpretado ao pianoforte, e depois me digam.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para cravo em ré menor, BWV 1052

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto para flauta, violino e cravo em lá menor, BWV 1044 – ‘Concerto Triplo’

  1. Allegro
  2. Adagio ma non tanto e dolce
  3. Tempo di Allabreve

Johann Gottfried Müthel (1728 – 1788)

Concerto para pianoforte em si bemol maior

  1. Allegro
  2. Poco adagio
  3. Allegro

Raphael Alpermann, cravo (1-3)

Christoph Huntgeburth, flauta (4-6)

Georg Kallweit, violino (4-6)

Zvi Meniker, pianoforte (4-6)

Christine Schornsheim, pianoforte (4-6)

Akademie für Alte Musik Berlin

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Christine Schornsheim, solista na peça de Müthl

Você poderá ler um pouco mais sobre o uso do pianoforte para as obras de Bach aqui.

Aproveite!

René Denon

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 12 & 13 – Markus Schirmer

W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 12 & 13 – Markus Schirmer

Mozart

Concertos para Piano Nos. 12 & 13

Sonata para Igreja, K. 336

A Far Cry

Markus Schirmer

 

Neste período de pouco mais de um ano que venho contribuindo para o PQP Bach minha relação com a música não mudou profundamente, mas certas coisas mudaram. No princípio, as escolhas dos temas e dos conteúdos das postagens refletiam meu gosto pessoal mais sedimentado. Pelo menos assim eu acredito. Com o passar do tempo e das postagens, o que eu ouço recebe alguma influência das possibilidades de futuras postagens. Cada disco que considero ouvir, cada nova gravação ou novo repertório, ganha também a perspectiva de se tornar material para postagem. E preciso dizer, um blog que ostenta mais de 6.000 postagens, acaba exercendo grandes restrições sobre o que postar. Ou seja, já há muita, muita coisa que foi postada pelos colegas que estão a bordo desta nave há muito mais tempo.

O processo de construir uma postagem é um exercício interessantíssimo para mim, pois envolve várias etapas. Acabei construindo uma rotina de decisão do que postar e isso leva em conta o que dizer na postagem. Alto na lista de critérios (nem sempre claros e objetivos) está (é claro) meu gosto pessoal. Eu preciso gostar muito do disco todo para que ele encontre espaço nas minhas postagens. Mas há outras motivações também, tais como as eventuais efemérides, como os 250 anos de Beethoven ou 210 anos de Schumann. Se bem que isso pode puxar a gente um pouquinho além do limite do que é razoável. Até boa música pode fazer transbordar o pote.

Confesso que o que chamou minha atenção para este disco foi o nome da orquestra: A FAR CRY. Minha embotada mente fez uma conexão com as tiras de Gary Larson – The Far Side – que  eu adoro. Ele usa constantemente a expressão ‘for crying out loud’ que eu acho irresistível.

A FAR CRY é uma orquestra de câmera formada por jovens músicos de Boston e a colaboração com o pianista Markus Schirmer surgiu de um encontro ocorrido durante uma excursão da orquestra pela Europa. Markus é professor da Kunstuniversität Graz e, por sua vez, visitou a orquestra na primavera de 2012. O disco foi então gravado no tradicional Jordan Hall de Boston.

A combinação do professor e excelente pianista com a jovem orquestra resultou em um disco com dois lindos concertos que Mozart compôs em 1782, pouco depois de sua mudança de Salzburgo para Viena, a Terra do Piano, segundo ele. A parte orquestral é relativamente simples, mas simplicidade em Mozart é sempre elusiva. Prepare-se para uma quase hora de maravilhosa e borbulhante música.

A escolha da Sonata para Igreja, na versão para piano e orquestra, para completar o disco, é explicada no livreto do disco que está nos arquivos.

Esta foi a primeira peça que Markus tocou como solista acompanhado por uma orquestra de câmera quando tinha ainda 11 anos. Ele diz: Que revelação foi ouvir meu próprio instrumento, o piano, mergulhado no maravilhoso som das cordas.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para piano e orquestra No. 13 em dó maior, K. 415

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Concerto para piano e orquestra No. 12 em lá maior, K. 414

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Sonata para Igreja (arranjada para piano e orquestra) em dó maior, K. 336

  1. Allegro

A FAR CRY

Markus Schirmer, piano

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Eu tenho um especial ‘soft spot’ pelo concerto em lá maior. O Andante deste concerto foi composto por Mozart tendo em mente o Bach de Londres, que morrera pouco antes. Mozart é assim, capaz de em seus momentos difíceis produzir música da maior beleza.

Para uma palhinha, clique aqui.

Aproveite!

René Denon

 

J. S. Bach (1685-1750): Concertos – Akademie für Alte Musik Berlin

J. S. Bach (1685-1750): Concertos – Akademie für Alte Musik Berlin

J. S. Bach

Concerto para Violino

Concertos Duplos

Akademie für Alte Musik

Berlin

Na contracapa do disco desta postagem há um breve texto explicando a ideia geral da escolha do repertório. O texto é apresentado em três idiomas – francês, inglês e alemão. No início de cada versão do texto há uma inscrição em destaque que revela de maneira sutil aspectos do perfil de cada uma destas culturas. A versão em francês começa com a sugestiva frase: Secrets de cuisine (Segredos de cozinha), enquanto a versão em inglês abre com o destaque: Trade secrets (segredos de negócios) e o texto em alemão tem no seu início uma só palavra: Berufsgeheimnisse (Segredos profissionais). A cultura de cada povo revela a sua prioridade…

Além destas mundanas observações antropológicas, o texto nos diz que o repertório do disco consiste de quatro concertos. Dois deles são transcrições feitas por Bach de obras mais antigas (uma transcrição do Quarto Concerto de Brandemburgo e outra do Concerto para dois violinos) e outras duas reconstruções ‘bastante convincentes’ de concertos que conhecemos apenas nas transcrições feitas por Johann Sebastian. Ou seja, dois para lá, dois para cá!

O primeiro concerto no disco é uma reconstrução de um concerto para violino que teria sido a versão original do que conhecemos como o Concerto para cravo em ré menor, BWV 1052. Certamente um dos mais brilhantes da coleção, brilho que é mantido nesta gravação.

Em seguida vem o Concerto para dois cravos em dó menor, BWV 1062, uma transcrição feita por Bach do conhecido Concerto para dois violinos, BWV 1043. A fama do concerto original e da transcrição se deve em grande parte ao maravilhoso movimento lento, espetacular em qualquer das versões que você preferir.

Segue uma outra transcrição feita por Bach, agora o original é o Concerto de Brandemburgo No. 4. A transcrição é principalmente do solo de violino para cravo, ficando mantidas as duas flautas doces, que dão uma sonoridade muito especial e diferenciada a este concerto.

Para encerrar temos uma reconstrução feita a partir do Concerto para dois cravos, BWV 1060, para solo de violino e oboé. Acredita-se que este concerto perdido, e aqui reconstruído, tenha sido na verdade composto em período bem próximo da época das famosas transcrições feitas por Bach, enquanto que os outros concertos originais foram compostos bem antes, quando Bach estava em Cöthen.

Os solistas desta gravação, assim como a Akademie für Alte Musik Berlin, são excelentes. Como a também alemã Freiburger Barockorchester, ela oferece uma boa opção para ouvir música deste período, ao lado das conhecidas orquestras inglesas e francesas. Podemos dizer que elas dão um toque profissional às suas atuações.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para violino, cordas e contínuo em ré menor, BWV 1052 (Reconstrução da parte de violino original por Midori Seiler)
  1. [Allegro]
  2. Adagio
  3. Allegro
Concerto para dois cravos, cordas e contínuo em dó menor, BWV 1062 (Transcrição do Concerto para dois violinos em ré menor, BWV 1043)
  1. [Allegro]
  2. Andante e piano
  3. Allegro assai
Concerto para cravo, duas flautas doce, cordas e contínuo em fá maior, BWV 1057 (Transcrição do Concerto de Brandemburgo No. 4, em sol maior, BWV 1049)
  1. [Allegro]
  2. Andante
  3. Allegro assai
Concerto para violino, oboé, cordas e contínuo em dó menor, BWV 1060 (de um concerto para dois cravos em ré menor)
  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro
Stephan Mai, violino e direção
Christoph Huntgeburth, flauta doce
Xenia Löffer, oboé e flauta doce
Raphael Alpermann, cravo
Jörg Andreas Bötticher, cravo

Akademie für Alte Musik Berlin

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A Akademie também joga para o alto…

Momento ‘My dear teatcher’: Harmonia Mundi’s Violin Concerto, BWV 1052, is about everything one could want from a disc of reconstructed concerti played by a period ensemble — the sound is great and the performances are of such a high standard that it even puts the famous Neville Marriner recordings of similar Bach reconstructions on the defensive.

Aproveite!

René Denon

J.P. Kirnberger (1721-1783) ∾ J.G. Müthel (1728-1788) ∾ C. Nichelmann (1717-1762): Concertos – Christine Schornsheim & Berliner Barock-Compagney

J.P. Kirnberger (1721-1783) ∾ J.G. Müthel (1728-1788) ∾ C. Nichelmann (1717-1762): Concertos – Christine Schornsheim & Berliner Barock-Compagney

Kirnberger ∾ Müthel  Nichelmann

Concertos para Teclado

Christine Schorsheim

Berliner Barock-Compagney

 

Este álbum contém três concertos de três compositores que atuaram num período de transição entre o barroco e o classicismo. Nesta etapa da música os modelos antigos ainda eram praticados, mas a busca pelas novas formas já era evidente. O denominador comum entre estes três compositores é o fato de eles terem sido alunos do grande Johann Sebastian Bach.

A obra de Bach é o apogeu da arte musical praticada até os seus dias, enquanto a obra de seus filhos e a de seus alunos apontam novos rumos. Bach até como professor foi extremamente criativo.

Em uma recente postagem apresentamos um disco com dois concertos de Bach e um concerto para pianoforte de Johann Gottfried Müthel. Aqui temos mais um, interpretado pela mesma solista, porém outra orquestra. Ele esteve pouco tempo em contato com Johann Sebastian, mas certamente havia estudado suas obras.

O compositor do concerto que inicia o disco, Johann Philipp Kirnberger, que tem um cravo como instrumento solista, nasceu em Saalfeld, na Turíngia, e primeiro estudou com Johann Peter Kellner (violino e cravo) e com Heinrich Nicolaus (órgão), que foram por sua vez também alunos de Bach. Depois ele passou um período em Leipzig aprendendo com o próprio Johann Sebastian. Kirnberger obteve sólida formação, pois depois deste período em Leipzig, estudou em Dresden, onde aprendeu o estilo italiano com Pisendel e ópera com Hasse. Ganhou bastante experiência como regente de orquestras na Polônia, onde apurou seu sentido de ritmos. Seu concerto é um primor e já anuncia a nova música que surgia – o estilo galante. O último movimento é particularmente brilhante.

Na outra postagem já mencionamos alguns fatos sobre a formação de Müthel, de como seu patrão, o Duque de Mecklenburg Schwerin – Christian Ludwig II, sabia investir seu dinheiro, enviando o rapaz para estudar com os melhores mestres. Müthel passou seus poucos dias com Bach em Leipzig, depois com Hesse em Dresden, Carl Philipp Emanuel em Berlim e com Telemann em Hamburgo. Em seu concerto, especialmente no movimento lento, podemos apreciar a delicada sonoridade do pianoforte e imaginar o quanto o novo instrumento deve ter impressionado compositores e audiências, naqueles dias.

A mesma romaria de estudos foi seguida por Christoph Nichelmann, estudando com Bach em Leipzig, onde certamente atuou no Collegium musicum ao lado de Carl Philipp Emanuel. Ele também estudou com Telemann e Reinhard Keiser em Hamburgo e com Graun e Quantz em Berlim. Os alemães levam a sério essa coisa de estudar desde há muitos séculos. Nichelmann foi cravista na corte da Prússia, ao lado de Carl Philipp Emanuel, de 1745 até 1755. Suas qualidades de virtuoso estão estampadas no solo do seu concerto neste disco.

O disco é um registro que ilustra o tipo de música produzida no período que o libreto chama de uma época entre épocas, referindo-se à transição entre o barroco e o período clássico.

Johann Philipp Kirnberger (1721 – 1783)

Concerto em dó menor para cravo, cordas e contínuo

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Presto

Johann Gottfried Müthel (1728 – 1788)

Concerto III em sol maior para pianoforte, cordas e contínuo

  1. Non troppo Allegro
  2. Um poco Adagio
  3. Vivace

Christoph Nichelmann (1717 – 1762)

Concerto em mi maior para cravo, cordas e contínuo

  1. Allegrissimo & II. Andante
  2. Vivace

Christine Schornsheim, cravo / pianoforte

Berliner Barock-Compagney

Ursula Bundies · Georg Kallweit, violinos

Sabine Fehlandt, viola

Jan Freiheit, violoncelo

Jaques van der Meer, contrabaixo

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A Orquestra…

Um disco modesto, mas pode surpreender! Christine Schornsheim é uma excelente intérprete…

 

A solista…

Se gostar, me conte!

Aproveite!

René Denon

.: interlúdio :. Canção do Amor Demais – Elizete Cardoso

.: interlúdio :. Canção do Amor Demais – Elizete Cardoso

Elizete Cardoso

Interpreta

A.C. Jobim & V. Moraes

also featuring

João Gilberto

 

Eu descobri a importância cultural de artistas do calibre de Elizete Cardoso — cujo centenário de nascimento é comemorado hoje — pelos olhos e pelos comentários, mas principalmente pelo interesse que por eles tinha meu amigo islandês. Em uma de minhas vidas passadas tive um amigo islandês que adorava o Brasil. Ao ponto de, enquanto estudava alta Matemática na Alemanha, também fazia um curso de Português. É verdade que estudavas com nossos patrícios, o que lhe deixou uma mistura de sotaques que chegava a nos fazer chorar de tanto rir. Era rrrorrível…. Somos assim, certas coisas nossas só apreciamos devidamente quando são vistas pela perspectiva de outros, os outsiders.

Temos aqui, não sei por quanto tempo, a postagem de um disco comprado na megastore da Tower Records que fica no 214 S Wabash Avenue, Chicago, próxima do Art Institute. O disco reúne nomes da mais alta linhagem da arte musical brasileira, que é reconhecida e apreciada nos mais estranhos e inusitados cantos do mundo. Que ele também encontre um cantinho em seu pen-drive com a inscrição ‘GoldenCDs’ ou o equivalente de seu próprio uso.

Canção do Amor Demais

                          Elizete Cardoso

  1. Chega de Saudade
  2. Serenata do Adeus
  3. As Praias Desertas
  4. Caminho de Pedra
  5. Luciana
  6. Janelas Abertas
  7. Eu Não Existo Sem Você
  8. Outra Vez
  9. Medo de Amar
  10. Estrada Branca
  11. Vida Bela
  12. Modinha
  13. Canção do Amor Demais

Elizete Cardoso

A.C. Jobim, arranjos, regência e piano
João Gilberto, violão
Irany Pinto, violino e arregimentador
Nicolino Copia, flauta
Gaúcho e Maciel, trombones
Herbert, trompa
Vidal, contrabaixo
Juquinha, bateria
Sete violinos, duas violas e dois violoncelos anônimos
Gravado no estúdio da Odeon, Rio de Janeiro, 1958

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Eu não existo sem você… E a sua, qual é?

Aproveite!

René Denon

.: interlúdio :. Ike Quebec: Blue & Sentimental

.: interlúdio :.  Ike Quebec: Blue & Sentimental

Blue & Sentimental

Ike Quebec, sax tenor

Grant Green, guitarra

Paul Chambers, baixo

Philly Joe Jones, bateria

Newark é uma cidade americana no estado de New Jersey muito próxima a Nova Iorque. Newark detêm uma enorme concentração de brasileiros. A razão disto é que, antes dos brasileiros, era um reduto de portugueses. Os patrícios chegaram lá primeiro e acabaram nos acolhendo. Se você está há algum tempo nos EUA e bater aquela vontade de comer um pastel acompanhado de caldo de cana ou guaraná, basta dar um pulo em Ironbound, a brazilian neighborhood. Encontrará muitas opções. Mas nosso interesse hoje em Newark é outro. Foi nesta cidade, em 17 de agosto de 1918, que nasceu Ike Quebec, o cara do disco desta postagem. Um disco de jazz.

Grant Green

Na página do selo Blue Note, para o qual ele gravou seus discos e onde trabalhou como arranjador e no setor de A&R, descobrimos que ele foi influenciado por Coleman Hawkins e Ben Webster. Inicialmente era dançarino e pianista e tinha grande habilidade para ler qualquer partitura de primeira vista, mas adotou o saxofone tenor como principal instrumento. E fez muito bem, pois foi do primeiro time de saxofonistas nos anos 1940 e 1950. O disco da postagem foi gravado em 1961, um período de breve retorno às gravações, uma vez que Ike Quebec morreu em 1963. Breve retorno, pois durante os anos 1950 gravou pouco, devido a problemas pessoais e também devido ao decrescimento do interesse na música das Big Bands.

Blue & Sentimental é um ótimo disco que mistura baladas românticas e músicas de ritmo mais envolvente. Prepare aquele pen-drive especial para o fim de tarde e se houver companhia então…

Ike Quebec

Blue & Sentimental

  1. “Blue and Sentimental” (Count Basie, Mack David, Jerry Livingston) – 7:28
  2. “Minor Impulse” (Quebec) – 6:34
  3. “Don’t Take Your Love from Me” (Henry Nemo) – 7:04
  4. “Blues for Charlie” (Green) – 6:48
  5. “Like” (Quebec) – 5:21
  6. “That Old Black Magic” (Arlen, Mercer) – 4:52
  7. “It’s All Right With Me” (Porter) – 6:05
  8. “Count Every Star” (Bruno Coquatrix, Sammy Gallop) – 6:16

Ike Quebec- saxofone tenor, piano (faixas 2, 4, 7)

Grant Green- guitarra

Paul Chambers(faixas 1-7), Sam Jones (faixa 8) – baixo

Louis Hayes(faixa 8), Philly Joe Jones (faixas 1-7) – bateria

Sonny Clark- piano (faixa 8)

Gravado em 16 de dezembro (faixas 1-7) e 23 de dezembro (faixa 8) de 1961.

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Nós também adoramos o álbum…

Momento dedicado aos nossos professores de inglês: The Allmusic review by Steve Huey awarded the album 5 stars and calling it “a superbly sensuous blend of lusty blues swagger and achingly romantic ballads… a quiet, sorely underrated masterpiece”.

In 2004, critic Richard Cook wrote that the album “might be Quebec’s masterpiece”.

Aproveite!

RD

Beethoven (1770-1827): 3 Sonatas para Piano ∞ Kotaro Fukuma #BTHVN250 ֍

Beethoven (1770-1827): 3 Sonatas para Piano ∞ Kotaro Fukuma   #BTHVN250  ֍

BTHVN

Sonatas para piano

‘Tempestade’ \ ‘à Thérèse’ \ No. 32, Op. 111

Kotaro Fukuma, piano

 

Por mais gravações de sonatas para piano de Beethoven que eu tenha ouvido, sempre que vejo um disco novo minha curiosidade dispara. Não foi diferente com o disco desta postagem. O que realmente foi diferente é que gostei muito. Assim, tratando-se de um disco recém lançado no mercado, decidi oferece-lo aos nossos assíduos leitores ou seguidores. Eu sei, sempre penso nos senhores como ‘leitores’, mesmo que muito de vocês (possivelmente) não deem a mínima para as mal traçadas que aqui deixamos.

Voltando ao disco da postagem, já o tenho ouvido por alguns dias, e várias vezes, em alguns destes alguns dias. Usando assim o critério de persistência na vitrola, ofereço-o ao julgamento de vocês.

Gostei da escolha do repertório – três sonatas de períodos diferentes, com a Sonata ‘à Thérèse’ funcionando um pouco como um intermezzo entre a Tempestade, que inicia o disco, e a lindíssima última sonata composta pelo grande Ludovico.

Kotaro Fukuma tem todas as credenciais para um grande pianista. Nascido em Tóquio, estudou no Conservatório de Paris, onde ganhou o Primeiro Prêmio de Piano em 2005. Seguiu ganhando muitos prêmios e construindo uma sólida carreira de concertista. Uma de suas características é o forte interesse por música contemporânea. Já estreou obras de compositores como Takemitsu e Rautavaara, por exemplo.

 

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sonata para Piano No. 17 em ré menor, Op. 31, 2 – ‘Tempestade’

  1. Largo – Allegro
  2. Adagio
  3. Allegretto

Sonata para Piano No. 24 em fá sustenido maior, Op. 78 – ‘à Thérèse’

  1. Adagio cantabile – Allegro ma non tropo
  2. Allegro vivace

Sonata para Piano No. 32 em dó menor, Op. 111

  1. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
  2. Adagio molto semplice e cantabile

Kotaro Fukuma, piano

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Essa foi a cara que o Fukuma fez quando viu a lista de pedidos encaminhados ao SAC do PQP Bach Coop.

Uma palhinha:

Aproveite!

René Denon

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Violino (Renaud Capuçon & David Fray)

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Violino (Renaud Capuçon & David Fray)

Bach

 Sonatas para Violino

Renaud Capuçon, violino

David Fray, piano

 

As sonatas para cravo e violino de Bach são peças espetaculares – inovadoras quando foram compostas – no sentido de elevarem o papel do cravo a mais do que um mero acompanhante do instrumento melódico. Ambos instrumentos passaram a desempenhar papel de igual importância na apresentação da música.

Renaud Capuçon

Este disco é ‘recheado’, mas não temos uma ‘integral’ das sonatas. Mas nada de ficar olhando para a metade vazia do copo, pois o que temos aqui abunda em maravilhas.

O disco começa com a Sonata No. 5 que inicia com um movimento sem indicação de tempo, mas é um Largo. Segue depois as Sonatas Nos. 3 e 4, fechando com a Sexta Sonata, com seus cinco movimentos, que inclui um solo para o instrumento de teclado.

Resgatamos a foto que Fray enviou à Rede Globo para o teste de ator de telenovela…

Uso esta terminologia pois temos mais um diferencial neste lindo disco – os instrumentos usados são modernos, o instrumento de tecla aqui é um piano.

Mas calma, contenha seus ímpetos puristas, os intérpretes tocam com inigualável beleza. O violino de Capuçon é ágil, articulado, sem enormidade, mas com toda a energia necessária.

David Fray é ótimo pianista e bastante conhecido por suas interpretações de música de Bach. Além disso, esses excelentes solistas funcionam aqui como um time, reagindo de maneira espetacular cada um ao talento do outro. Fica então o convite para passar uma hora e tanto desfrutando da música de Bach apresentada com talento por estes ótimos intérpretes.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonatas para Piano e Violino

Sonata No. 5 em fá menor, BWV 1018

  1. [Largo]
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Vivace

Sonata No. 3 em mi maior, BWV 1016

  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio ma non tanto
  4. Allegro

Sonata No. 4 em dó menor, BWV 1017

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro
  4. Allegro

Sonata No. 6 em sol maior, BWV 1019

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
  4. Adagio
  5. Allegro

Renaud Capuçon, violino

David Fray, piano

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Em nosso momento ‘The book is on the table’, veja o que a Gramophone disse do álbum:

Fray is the star of this album. Duo partner Renaud Capuçon’s sound is velvety, sometimes tender. But, on the whole, it is overly charged with electricity… — Gramophone Magazine, June 2019 

Aproveite!

René Denon

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Concertos para Piano em Ré e Sol maior – Arturo Benedetti Michelangeli

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Concertos para Piano em Ré e Sol maior – Arturo Benedetti Michelangeli

Haydn

Concertos para Piano

Arturo Benedetti Michelangeli

Züricher Kammerorchester

Edmond de Stoutz

 

Incidências, co-incidências… coincidências. Sincronismos? Acontecimentos que se buscam…

Passei alguns dias ouvindo os concertos para piano de Haydn em preparação de uma postagem, há bem pouco tempo. Dúvidas – qual disco escolher? – Algum que represente bem o compositor e o repertório e que seja bom – ótimo, na verdade. E fugir do óbvio, se possível. Busquei uma gravação do Emanuel Ax, que não encontrei, ouvi alguns discos dos puristas com instrumentos de época, alguns encantadores, mas outros, nem tanto. Achei a solução do quebra-cabeças no disco do Leif Ove Andsnes.

Pois assim é a vida, agendada a postagem, cai no meu colo este disco especial, do Arturo Benedetto Michelangeli. Sem perder um segundo sequer, apresento-o aos leitores-seguidores do blog, como uma opção ao disco do Andsnes. Melhor, um complemento, mas não como se a este algo estivesse faltando, capisce? Considere também que ABM dispensou o concertinho em fá maior, mas que em mãos como a do Andsnes, pode ser muito bem apreciado. Mas, como a arquivos dados não se olha os kbites, aqui vai!

Arturo, chegando para falar do disco…

Atentem para o som, especialmente nas cordas na abertura do primeiro concerto do disco, um pouquinho ‘passado’, afinal a gravação é da década de 1970. Mas, a vivacidade da orquestra faz com que nossos ouvidos rapidamente se adaptem. A entrada do piano – bem destacado – mostra logo quem é o protagonista nesta (injusta) contenda. Prestem bastante atenção nas cadências do primeiro e segundo movimentos do concerto em sol maior. Elas são do Nino Rota!

Papa Haydn certamente merece ter sua obra divulgada por um disco como este.

Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)

Concerto para Piano No. 11 em ré maior, Hob XVIII: 11

  1. Vivace
  2. Um poco adagio
  3. Rondo all’Ungarese (Allegro assai)

Concerto para Piano No. 4 em sol maior, Hob XVIII: 4

  1. Allegro moderato – Cadência de Nino Rota – Tempo I
  2. Adagio cantabile – Cadência de Nino Rota – Tempo I
  3. Finale (Rondo – Presto)

Arturo Benedetti Michelangeli, piano

Züricher Kammerorchester

Edmond de Stoutz

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Ah, sem dúvida, merece o selo: Jurássico!

Mesmo assim, aproveite!
René Denon

Mozart (1756-1791) & Beethoven (1770-1827): Concertos para Clarinete – Michael Collins – Russian National Orchestra – Mikhail Pletnev ֍ BTHVN250

Mozart (1756-1791) & Beethoven (1770-1827): Concertos para Clarinete – Michael Collins – Russian National Orchestra – Mikhail Pletnev ֍ BTHVN250

Mozart – Beethoven

Concertos para Clarinete

Michael Collins, clarinete

Russian National Orchestra

Mikhail Pletnev

 

Beethoven tocava clarinete?

Por volta de 2000 e seus adjacentes, uma de minhas alegrias era ‘fazer a ronda’, dar uma passada pelos sebos de CDs do centro do Rio, com uma obrigatória parada no Arlequim, que ficava no Paço Imperial, bem perto da saída das barcas vindas de Niterói. Havia um almoço com um amigo, um café e para arrematar uma passadinha na banca do Osni, para ver se havia uma nova edição da Gramophone ou da BBC Music Magazine. Bons tempos…

A edição de janeiro de 2001 da Gramophone sobreviveu aos ataques de cupins e ainda está comigo. Neste número há uma seção chamada Critics’ Choice, na qual os contribuidores da revista fazem uma lista dos discos que mais gostaram entre os que resenharam ao longo do ano de 2000 indicando entre eles o favorito. Eu adoro estas listas e as releio ainda hoje, concordando com alguns, fazendo muxoxos a outros, mas sempre me divertindo muito. Vez ou outra, estas listas me fazem correr à prateleira em busca de um CD ou outro, ou ainda um arquivo para verificar a veracidade de uma afirmação, ou somente pelo prazer de fazer isto.

Foi assim que cheguei a este CD que estou postando aqui. Ele é o último da lista de Edward Greenfield, um crítico sênior da Gramophone, editor do Penguin Guide to Classical Music – a nata da crítica inglesa, que infelizmente faleceu em 2015. Sobre este CD ele diz: Meu outro disco de concerto que fica no alto da lista é do mágico clarinetista Michael Collins, no brilhante arranjo feito por Mikhael Pletnev do Concerto para Violino de Beethoven, tão bem tocado que silencia qualquer dúvida’.

Assim, esclarecida a dúvida, não acharam mais um concerto de Beethoven, encontrado em algum baú que ficou esquecido em algum sótão ou caído atrás de alguma prateleira de uma biblioteca empoeirada. É o Concerto para Violino transcrito para clarinete. Claro que pode… pode sim! O próprio Beethoven o arranjou para piano. E para arredondar de vez o disco, uma tremenda interpretação do maravilhoso Concerto para Clarinete de Mozart.

Wolfagang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Clarinete e Orquestra em lá maior, K. 622

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para Clarinete (Violino) e Orquestra em ré maior, Op. 61

(Arr. Mikhail Pletnev)

  1. Allegro ma non tropo
  2. Larghetto
  3. Allegro

Michael Collins, clarinete

Russian National Orchestra

Mikhail Pletnev

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Michael adorou o sofá do lounge do PQP Bach Corp

Na resenha escrita para a revista, Greenfield termina assim: ‘Like his teacher, Thea King, Collins uses a basset clarinet in Mozart’s great work, relishing the extra downward range and richness of timbre. This is as masterful a reading as there is in the catalogue […]. It is a reading not just elegant but powerful, too, as well as deeply poetic in the slow movement. […] This is a unique and generous coupling which brings out the mastery of this brilliant artist more compellingly than ever.’

Aproveite!

René Denon

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Concertos para Piano – Leif Ove Andsnes

Franz Joseph Haydn (1732-1809): Concertos para Piano – Leif Ove Andsnes

Haydn

Concertos para Piano

Norwegian Chamber Orchestra

Leif Ove Andsnes

Enquanto Mozart usava de seus concertos para piano para mostrar seu virtuosismo e atrair o público para os concertos que organizava, no caso de Haydn a motivação era diferente. Apesar de suas habilidades ao teclado, ele não era um virtuose. Seus concertos (ou divertimentos) foram compostos na medida que eram demandados por suas funções a serviço de seus patrões.

A lista de seus concertos para piano não é curta, mas agrega peças para cravo, órgão ou piano e entre os quatorze itens, apenas os três gravados neste disco são claramente de sua autoria.

Schantz, 1790

Os Concertos em fá e em sol maior devem ter sido compostos para o cravo como instrumento solista, enquanto que o Concerto em ré maior pode ter sido composto para o pianoforte. Haydn adquiriu um destes instrumentos construído por Wenzel Schantz em 1788 e passou a preferi-lo no lugar do cravo, devido ao seu ‘tão particular toque claro, leve e agradável’.  Os concertos são obras musicais do tipo ‘galante’ e sua orquestração usando apenas cordas, com um par de oboés e de trompas acrescentados no concerto em ré maior. Este é o mais popular dos três possivelmente devido ao seu inesquecível último movimento, o Rondo all’Ungarese (Allegro assai).

Maria Theresa von Paradis

O Concerto em sol maior foi apresentado no dia 18 de abril de 1784 em Paris, em um sofisticado Concert Spirituel, pela pianista, cantora e compositora cega, Maria Theresa von Paradis. Mozart teria completado em setembro deste mesmo ano, também para ela, o seu Concerto em si bemol maior, K. 456.

Eu andei ouvindo outras gravações além desta que estou postando, inclusive algumas onde o cravo ou o pianoforte é usado. Ouvi também alguns outros concertinhos, uns com órgão, dos que não são atribuídos a Haydn. Todos são agradáveis, mas estes três realmente se destacam.

Franz Joseph Haydn (1732 – 1809)

Concerto para Piano No. 4 em sol maior, Hob XVIII: 4

  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Finale (Rondo – Presto)

Concerto para Piano No. 3 em fá maior, Hob XVIII: 3

  1. Allegro
  2. Largo cantabile
  3. Finale (Presto)

Concerto para Piano No. 11 em ré maior, Hob XVIII: 11

  1. Vivace
  2. Um poco adagio
  3. Rondo all’Ungarese (Allegro assai)

Norwegian Chamber Orchestra

Leif Ove Andsnes, piano e direção

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O que fazer quando sair da quarentena?

A gravação de Leif Ove Andsnes é de 2000 e o disco recebeu (merecidamente) louvores e prêmios de crítica. Como disse um destes críticos naqueles dias: “In his hands and those of the Norwegian Chamber Orchestra […] these concertos blossom’.

Aproveite!

René Denon

DESAFIO PQP! –> Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano No. 5 – ‘Emperor’ & Fantasia Coral #BTHVN250 ֍

DESAFIO PQP! –> Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano No. 5 – ‘Emperor’ & Fantasia Coral  #BTHVN250  ֍

BTHVN

Emperor

Fantasia Coral

The Voice PQP Bach

 

O quanto o conhecimento antecipado do intérprete afeta nossa apreciação de um disco?

Eu sempre considero esta questão, que pode funcionar em dois sentidos. O mais óbvio é o caso no qual idolatramos um artista a ponto de ficarmos insensíveis às suas falhas ou mesmo às suas tentativas menos frutíferas.

Só para ilustrar esta possibilidade, consideremos o caso da gravação do Concerto Tríplice de Beethoven feita pela EMI com a estelar ‘tróica’ Richter-Oistrakh-Rostropovich acompanhados pela Berliner Philharmoniker, regida por Karajan. A história está no livro ‘Maestros, Obras-Primas & Loucura’, do Norman Lebrecht. No dia da gravação, depois dos abraços no início, tudo deu errado. Oistrakh e Richter acharam os andamentos de Karajan muito solenes e mais outras reclamações. Rostropovitch entregou os pontos e passou para o lado do regente. Todo mundo reclamando de todos… A equipe de produção disse que Karajan tinha outros compromissos e queria encerrar as gravações. Quando Richter e Oistrakh solicitaram mais uma tomada de som, o produtor Peter Andry disse que já tinha material suficiente. O tempo restante na agenda de Karajan era para a foto da capa. Richter, que não tinha papas na língua, disse que a gravação ficou horrível e outras coisas que não repetirei aqui. Apesar de tudo, o disco segue aparecendo em reedições… Eu ouço uma gravação mais antiga (ainda) desta obra, aquela que reúne Lev Oborin, David Oistrakh, Sviatoslav Knushevitzky acompanhados pela Philharmonia Orchestra, regida por Malcolm Sargent e ainda farei uma comparação para tirar minhas próprias conclusões. Seria o disco assim, um fiasco, ou seria implicância do Lebrecht?

Alguém errou…

O outro sentido da questão ocorre quando há pré-julgamento e temos a situação: não ouvi e não gostei! Eu certamente tenho destas coisas e, recentemente, acabei dando a mão à palmatória. Não tenho grande estima pelo maestro americano Lorin Maazel. Além do disco no qual ele acompanha o Gidon Kraemer tocando o Concerto para Violino de Tchaikovsky, com a famosa capa em que o solista parece estar dizendo – Não fui eu! – pouco ouvi do maestro. Pois é, tenho seguido a vida sem ouvir discos outros com o Maazel. Então, dia destes ouvi a Oitava Sinfonia do grande Anton Bruckner em uma gravação EMI-Berliner Philharmoniker-Lorin Maazel. Não é que foi uma grata surpresa?

Assim, decidi fazer esta postagem de um repertório super conhecido, mas sem os nomes dos artistas… Uma proposta de audição às cegas, um blind listening test!

Justiça?

Claro, a questão dos créditos aos artistas envolvidos, tanto para receber os louros e loas, como para levar as tomatadas e apimentadas críticas, se apresenta imediatamente. Após vários tratos a bola, achei que a melhor solução será a de apresentar assim a postagem, sem os nomes, mas a mesma será reeditada, quarenta dias desde sua publicação – uma quarentena! – para que os nomes dos ilustres artistas sejam então claramente nomeados e que seja dado a cada um, segundo o seu talento, o seu devido quinhão.

Espero que você, leitor assíduo e atento de nosso ilustre blog, participe da brincadeira, ouvindo atentamente e anotando as suas impressões. Posteriormente, quando as identidades dos mascarados artistas forem reveladas, que você leia as suas impressões e descubra se elas poderiam ter sido influenciadas pelo prévio conhecimento.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para piano e orquestra No. 5 em mi bemol maior, Op. 73 – ‘Emperor’

  1. Allegro
  2. Adagio um poco mosso & III. Rondo

Fantasia para piano, solistas, coro e orquestra, Op. 80 – ‘Fantasia Coral’

  1. Fantasia Coral

Solução do Desafio:

Boris Berezovsky, piano

Swedish Chmber Orchestra Örebro

DR Vocal Ensemble and Choir

Thomas Dausgaard

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Sente-se, ouça a música e, se aprovar, vire a cadeira!!!

Seja você o jurado… E aí, vai ou não virar a cadeira do The Voice PQP?

Aproveite e depois me conte…

René Denon

Pietro Locatelli (1695-1764) – 4 Sonatas para Flauta – Wilbert Hazelzet & Ton Koopman

Pietro Locatelli (1695-1764) – 4 Sonatas para Flauta – Wilbert Hazelzet & Ton Koopman

Pietro Antonio Locatelli

Sonatas para Flauta, Op. 10, Nos. 2, 6, 7 & 10

Wilbert Hazelzet, flauta

Ton Koopman, cravo

Richte van der Meer, violoncelo

Como está difícil viajar, pelo menos para os simples mortais, vamos completar nossa miniturnê flautista, que iniciou em Leipzig com a música de Wilhelm Friedemann Bach, passou por Paris com a música charmosa de Boismortier, chegando à ensolarada Itália. Fechamos o ciclo com este disco contendo quatro sonatas de Locatelli. A bem da verdade, Locatelli passou boa parte de sua vida em Amsterdã, mas suas raízes são italianas e não é uma má ideia visitar Amsterdã.

O Ton holandês…

Apesar deste disco ter sido gravado em 1980, enquanto os anteriores são de 2005 (Bach) e 2014 (Boismortier), achei que o conjunto representa bem as diferenças dos estilos musicais. Aqui temos o modelo da sonata barroca que surgiu na Itália, com quatro movimentos: lento-rápido-lento-rápido. Locatelli foi aluno de Corelli e contemporâneo de Vivaldi. Em Amsterdã, ele ocupou-se, entre outras coisas, de assessorar os editores de música, por onde passaram as obras do outro Antonio.

Foto ‘vintage’ do Wilbert…

Estas peças de Locatelli, que era flautista e violinista, são ainda de um período no qual ele observava os modelos estabelecidos. Posteriormente sua obra ganhou mais em virtuosidade e ele faz parte da linhagem de virtuoses como seu antecessor  Torelli, seu quase exato contemporâneo Tartini e posteriormente Paganini. E já que mencionamos este tema, é justo ciar outro quase exato contemporâneo de Locatelli, mas de outro país, o virtuose Jean-Marie Leclair.

Um de seus contemporâneos disse de Locatelli que a expressividade de suas interpretações fariam um canário cair de seu poleiro em êxtase de prazer –  apesar de que como compositor lhe faltaria o inovador talento de Vivaldi. Mas, divago… O que interessa é o disco do Wilbert e Ton, que nos apresentam, com a ajuda do Richte, quatro lindas sonatas para flauta e baixo contínuo. O disco é do tempo em que não era necessário gravar todo o opus 10, bastando duas sonatas para cada lado do LP, permitindo aos músicos escolherem as sonatas que mais os agradavam. A mudança da tonalidade das sonatas deve ter influenciado a escolha da ordem de apresentação das mesmas. A segunda a ser apresentada é em sol menor, enquanto a terceira, que excepcionalmente é em três movimentos, em sol maior. O disco termina com uma sonata em ré maior.

Pietro Antonio Locatelli (1695 – 1764)

Sonatas para Flauta, Op. 10

Sonata No. 7 em lá maior

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Largo
  4. Allegro

Sonata No. 6 em sol menor

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Largo
  4. Allegro

Sonata No. 10 em sol maior

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Menuetto

Sonata No. 2 em ré maior

  1. Largo
  2. Allegro
  3. Andante
  4. Presto

Wilbert Hazelzet, flauta

Ton Koopman, cravo

Richte van der Meer, violoncelo

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FLAC | 224 MB

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MP3 | 320 KBPS | 105 MB

Veja o que Nicholas Anderson disse sobre este disco, lá pelos idos de 1987…

I enjoyed these lively and imaginative performances. Hazelzet has a wonderfully supple rhythmic sense, a warm, rounded tone and a very impressive technique. He gives affectionate accounts of the four sonatas included in his recital and is alertly supported by an excellent continuo team, Ton Koopman and Richte van der Meer. […] Recommended.

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René Denon