Schubert (1797-1828): 8 Impromptus, D. 899 & 935 – Krystian Zimerman

Franz Schubert

Impromptus

Krystian Zimerman

 

Como uma música tão sublime, tão poderosa e obviamente magistral pode passar desapercebida, esquecida ou subestimada?

A música de Schubert é tão pessoal e cheia de sentimentos, com menos demanda técnica do que a maioria dos outros compositores que acaba propondo aos intérpretes dificuldades de outras ordens. Na minha perspectiva, sua música demanda um enorme equilíbrio para evitar a frivolidade, mas também não derrapar na pieguice. No caso dos Impromptus que temos neste álbum, que foram compostos já no fim da vida do compositor, no período em que ele se ocupava do ciclo de Lieder Winterreise, esse equilíbrio é ainda mais necessário, pois estamos num período de transição entre o classicismo e o romantismo.

Há várias gravações destas peças que são standards da discografia de Schubert, como as gravações de Perahia, Brendel (analógica) e Lupu, mas esta gravação de Krystian Zimerman merece ocupar a mesma prateleira. Zimerman é um pianista que frequenta pouco os estúdios de gravação, mas quando o faz nos oferece álbuns para apreciar e se deliciar.

Veja como começa a crítica deste álbum em uma importante revista de música: ‘Os Impromptus representam a música de Schubert por excelência, por que eles falam em um tom de intimidade e são mais adequados às pequenas salas de convivência do que às salas de concertos’. Este aspecto mais introvertido das peças pode dar margem a uma interpretação com melodias açucaradas e olhos lacrimejantes. Não é isto o que temos neste disco. O que temos é uma apresentação de uma música sofisticada, cheia de variedades e muita dinâmica.

Os segundo impromptu do primeiro conjunto é o que eu chamo ‘música líquida’ – um fluxo de sons absolutamente irresistível. Se você não sorrir de puro prazer ao ouvir esta peça, esqueça, música não é para você. Ou pelo menos este tipo de música.

Em várias destas peças, como na primeira delas, você percebe que os pianistas são seres excepcionais – conseguem fazer o que para mim é impossível – duas ou mais coisas ao mesmo tempo. Eu consigo assobiar um recorte da música, acompanhando uma melodia, mas me dou conta que há muitas outras coisas acontecendo independentemente, que eu não consigo assobiar ao mesmo tempo. É, mas eu não sou pianista…

Franz Schubert (1797 – 1828)

Impromptus D. 899 (Op. 90)

  1. 1 em dó menor
  2. 2 em mi bemol maior
  3. 3 em sol bemol maior
  4. 4 em lá bemol maior

Impromptus D. 935 (Op. 142)

  1. 1 em fá menor
  2. 2 em lá bemol maior
  3. 3 em mi bemol maior
  4. 4 em fá menor

Krystian Zimerman, piano

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MP3 | 320 KBPS | 150 MB

Krystian durante a entrevista com a equipe do PQP

Impromptu é um gênero que se praticava na época de Schubert e ele teve modelos, especialmente do compositor boêmio Jan Václav Voříšek (alô, Vassily!). De qualquer forma, as oito peças que ele produziu, assim como os Moments Musicaux, são exemplos de peças independentes e muito usadas para completar um recital. Apesar de que, especialmente o segundo conjunto, pode ser visto como uma obra só, uma sonata disfarçada de ‘impromptus’.

Não demore, baixe o disco e deleite-se com estas lindas miniaturas.

Approveite!

René Denon

7 comments / Add your comment below

  1. que disco!!!! que preciosidade!!!!! muito,muito obrigado!!!!
    p.s. uma sugestão: os trios de beethoven com o beaux arts.

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