Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 1 em Fá menor, op. 10 e Sinfonia No. 7 em Dó maior, op. 60 -"Leningrado"

Já fazia algum tempo que eu tencionava postar este CD com duas das sinfonias de Shostakovich, um dos meus compositores favoritos. É uma grande gravação com o Bernstein. Podemos ver duas versões de Shostakovich neste post: primeiro a do jovem que compõe a sinfonia número 1; habitado por aspirações intelectuais e sonhos de mocidade; e, segundo, a do compositor maduro que compôs a sinfonia número 7, alcançando o domínio da arte da composição sinfônica. Para alguns, a sinfonia número 7 – juntamente com a 8 – são as grandes obras de Shosta. Incluiria em minha humildade as de número 5, 11, 13 e 14. Lauro Machado Coelho diz que “Foi em Kúbishev que a Sétima estreou, em 5 de março de 1942, transmitida pelo rádio para todo país, sob a regência de Samossúd. A orquestra do Bolshói, que também fora evacuada, teve que ser aumentada com vários músicos extras, trazidos da frente de batalha. Foi um acontecimento político cercado de divulgação mais intensa. E em 22 de março, tendo podido retornar a Moscou, Samossúd e a orquestra do Bolshói, reforçada pela Vsiosoyúznaia Radio Orkiestra (a Orquestra da Rádio União), a executaram na capital”. O mais surpreendente no relato do Lauro Machado é a inclusão do depoimento do musicólogo Geórgui Shnêirson que descreve como se deu a execução da obra: “Antes do início do quarto movimento, o responsável pela defesa antiárea surgiu, de repente, ao lado do maestro. Ergueu a mão e anunciou, num tom calmo, para não semear pânico, que o alarme de ataque aéreo tinha soado. Ninguém abandonou seu assento e a sinfonia foi tocada até o fim. O seu poderoso finale, que anuncia a vitória sobre o inimigo, criou uma atmosfera inesquecível, que não deixou ninguém indiferente. O homem uniformizado apareceu de novo e repetiu as palavras que, naqueles dias, as pessoas já se tinham acostumado a ouvir: “Um alarme antiaéreo acaba de soar”. As pessoas responderam: “Nós já sabemos!” e a interminavel ovação continuou”. A Sétima Sinfonia está vinculada à guerra. Nasceu para ser eternizada. Ela fez nascer um sentimento nacionalista no povo soviético. Não deixe de ouvir esse relevante documento artístico fecundado no século XX, mas imortalizado como evento do mais alto valor para a arte. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia No. 1 em F menor, op. 10 e Sinfonia No. 7 em C maior, op. 60 -“Leningrado”

Disco 1

Sinfonia No. 1 em F menor, op. 10
01. I. Allegretto [08:58]
02. II. Allegro, Meno Mosso [04:52]
03. III. Lento, Largo [10:19]
04. IV. Allegro Molto [10:50]

Sinfonia No. 7 em C maior, op. 60 -“Leningrado”
05. I. Allegretto [31:43]

Disco 2

01. II. Moderato [14:54]
02. III. Adagio [19:25]
03. IV. Allegro Non Troppo [18:51]

Chicago Symphony Orchestra
Leonard Bernstein, regente

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Carlinus

Richard Strauss (1864-1949) – Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142, Piano Quartet in C minor, Op. 13 (TrV 137) e Prelude to Capriccio, Op. 85

No verão de 1944, Strauss começou a planejar uma longa peça para um conjunto de cordas na linha de uma oração fúnebre ou lamento. Havia décadas que ele não compunha uma grande trabalho monumental; seu último esforço realmente significativo nessa linha fora Uma Sinfonia Alpina, composta pouco depois da morte de Mahler. A nova peça se chamaria Metamorphosen – uma outra homenagem a Ovídeo. Strauss tinha em mente o processo pelo qual as almas revertiam de um estado a outro -, porém, como sugeriu o acadêmico Timothy Jackson, a transformação poderia soar negativa, as coisas poderiam retornar a seu estado primordial. O compositor se inspirou também em um pequeno poema de Goethe, cuja obra completa havia lido do começo ao fim nos últimos anos:

Ninguém pode se conhecer
Separado do seu eu

Mesmo assim todo o dia ele tenta se tornar
Aquilo que visto de fora esta claro afinal.

Aquilo que ele é e o que ele foi

Aquilo de que ele é capaz e o que é possível

Strauss esboçou um arranjo de coral baseado no texto de Goethe e, como Jackson descobriu, parte desse material foi usado por Metamorphosen. O compositor estava imerso numa reflexão profunda sobre a trajetória de sua vida, talvez questionando a filosofia individualista que havia muito o orientava.

(…)

(Extraído do livro O Resto é Ruído – Escutando o Século XX, de Alex Ross)

Richard Strauss (1864-1949) – Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142, Piano Quartet in C minor, Op. 13 (TrV 137) e Prelude to Capriccio, Op. 85

Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142
01. Metamorphosen, study for 23 solo strings, Op. 142

Piano Quartet in C minor, Op. 13 (TrV 137)
02. Allegro
03. Scherzo: Presto –
04. Andante
05. Finale: Vivace

Prelude to Capriccio, Op. 85
06. Prelude To Capriccio, Op. 85

The Nash Ensemble
Marianne Thorsen, Malin Broman. violino
Lawrence Power, Philip Dukes, viola
Paul Watkins, Pierre Doumenge, cello
Duncan McTier, bass
Ian Brown, piano

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Carlinus

Giuseppe Verdi (1813-1901) – Abertura da ópera A Força do Destino, Franz Liszt (1811-1886) – Poema Sinfônico No. 3, 'Os Prelúdios' e Pyotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia No. 5 in E menor, Op. 64

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Devo fazer alguns esclarecimentos sobre esta postagem: (1) A atuação de Valery Gergiev. Ele tem sido, para mim, um dos maestros mais maduros e importantes da atualidade. Gosto bastante da sua condução. (2) As obras que aparecem neste post fazem parte da minha caminhada como admirador da música dita clássica. Desde a adolescência tenho ouvido estas peças. A Abertura da ópera A Força do Destino de Verdi possui uma orquestração envolvente, cheia, repleta de um espírito de força. (3) Apesar de não ser uma ouvinte “assíduo” das peças de Liszt, eu tenho uma imensa admiração pelo Poema Sinfônico ‘Os Prelúdios'” cuja orquestração possui aquela carga dramática de algumas obras de Wagner. Os Prelúdios é resultado de um Liszt maduro. A obra surgiu a partir de textos de Alphonse de Lamartine (1790-1869), considerado um dos mais importantes poetas românticos franceses – admirado não apenas pela excelência literária, mas também pelo seu papel na revolução popular de 1848. (4) Das seis sinfonias de Tchaikovsky que receberam numeração, a que mais gosto é a de número 5. Aqui, ela aparece de modo digno de elogios. Claro, a melhor versão desta Sinfonia que já ouvi foi feita por Mravinsky (encontrada aqui no PQP Bach. Foi postada por FDP, um entusiasmado ouvinte da obra de Tchaikovsky). Por enquanto, ouçamos este extraordinário post ao vivo sob a condução do russo Valery Gergiev. Boa apreciação!

Giuseppe Verdi (1813-1901) – Abertura da ópera A Força do Destino
01. Abertura da ópera A Força do Destino

Franz Liszt (1811-1886) – Poema Sinfônico No. 3, ‘Os Prelúdios
02. Poema Sinfônico No. 3, ‘Os Prelúdios’

Pyotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia No. 5 in E menor, Op. 64
03. Andante – Allegro con anima
04. Andante cantabile, con alcuna licenza – Moderato con anima
05. Valse- Allegro moderato
06. Andante maestoso – Allegro vivace

Vienna Philharmonic Orchestra
Valery Gergiev, regente

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Carlinus

Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonias nos. 7, 10, 9 e Fragmento Sinfônico em Ré maior (CDs 5 e 6 de 6 – final)

Chegamos ao final dessa monumental caixa com 6 CDs com o material sinfônico de Franz Schubert. Gosto o suficiente das sinfonias de Schubert para ouvir, entregar-me à audição por horas a fio sem cansar. É uma beleza. Schubert foi um prodígio. Viveu pouco, mas produziu muito. E produziu com uma qualidade indiscutível. Suas sinfonias estão eivadas pelas tradição Haydn-Mozart-Beethoven. Inclusive vale salientar que Schubert foi contemporâneo de Beethoven. Viveram à mesma época, na mesma cidade. Schubert morreu um ano após a morte de Beethoven. Franz alcançou sua maturidade quando Beethoven havia se consagrado como o grande nome na música na Europa. Uma possível visita de Schubert a Beethoven teria se dado no ano de 1822. Não se sabe se de fato essa visita se configurou. É indiscutível a qualidade dos trabalhos schubertianos. E as suas sinfonias são uma oportunidade de testemunharmos o mundo e o gênio de Schubert. Por isso, boa apreciação dessa excelente material de Neville Marriner.

Franz Schubert (1797-1828) -Symphony No.7 In E Minor – Major, D.729, Symphony No.10 In D Major, D.936a, Symphony No. 9 In C Major, D.994 – “A Grande e Symphonic Fragments In D Major, D.615

DISCO 5

Symphony No.7 In E Minor – Major, D.729
01. I. Adagio-Allegro
02. II. Andante
03. III. Scherzo (Allegro)
04. IV. Allegro Giusto

Symphony No.10 In D Major, D.936a
05. I. (Allegro Maestoso)
06. II. Andante
07. III. Scherzo (Allegro Moderato)

DISCO 6

Symphony No. 9 In C Major, D.994 – “A Grande
01. I. Andante – Allegro Ma Non Troppo
02. II. Andante Con Moto
03. III. Scherzo (Aleegro Vivace)
04. IV. Allegro Vivace

Symphonic Fragments In D Major, D.615
05. I. Adagio – Allegro Moderato
06. II. Alegretto

Academy St. Martin in the Fields
Neville Marriner, regente

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Carlinus

Heifetz Concertos – Sibelius, Prokofiev, Glazunov

Jascha Heifetz foi um dos maiores violinistas do século XX. Outro dia li – não lembro onde – sobre a tradição dos judeus de legarem bons executores de intrumentos de cordas – Itzhak Perlman, Pinchas Zukerman, David Oistrakh, Yehudi Menuhin, o próprio Heifetz entre outros. Fato este realmente curioso, dadivoso. Este é um CD que impõe respeito. Apenas um adendo: o CD traz uma das melhores interpretações do Concerto para violino de Sibelius que eu já ouvi. Não deixe de se deleitar. Boa apreciação!

Jean Sibelius (1865-1957) -Violin concerto in D minor, op. 47
01. 1. Allegro Moderato
02. 2. Adagio Di Molto
03. 3. Allegro Ma Non Tanto

Chicago Symphony Orchestra
Walter Hendi, regente

Sergei Prokofiev (1891-1953) – Violin concerto No. 2 in G minor, op. 63
04. 1. Allegro Moderato
05. 2. Andante Assai
06. 3. Allegro Ben Marcato

Boston Symphony Orchestra
Charles Munch, regente

Alexander Glazunov (1865-1936) – Violin concerto in A minor, op. 82
07. 1. Moderato
08. 2. Andante Sostenuto
09. 3. Tempo 1
10. 4. Allegro

RCA Victor Symphony Orchestra
Walter Hendi, regente

Jascha Heifetz, violino

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Carlinus

Coleção Grandes Compositores 08/33: Beethoven (1770-1827) (2)

Escrita exatamente ao som da Sinfonia Heróica, esta postagem revela através da magnífica interpretação de Leonard Bernstein e a Filarmônica de Viena, uma das mais belas e significativas páginas sinfônicas de todos os tempos.  O álbum ainda traz outras duas grandes obras do mestre alemão – a Abertura Egmont e o Concerto para Violino.

***

Tinha eclodido a Revolução Francesa, Napoleão chegara, e estava em suas mãos levar à Europa uma parte, pelo menos, dos ideais dessa revolução. E Beethoven admirava Bonaparte. Não podia ser de outra maneira. Por isso lhe dedicou a sua Terceira Sinfonia, conhecida pelo título de Heróica, a primeira completamente beethoveniana, em que aparece uma majestosa marcha fúnebre. Mas Napoleão não tardou a sucumbir à ambição do poder e fez-se nomear imperador. Furioso ao inteirar-se dessa passagem dos ideais à ambição de poder, Beethoven manchou e riscou a dedicatória da obra: “À memória de um grande homem”. Quando o imperador morreu em Santa Helena, quem lhe comunicou a notícia obteve como resposta uma simples frase: “Já lhe cantei o elogio fúnebre há anos”.

Texto de Eduardo Rincón

.oOo.

Coleção Grandes Compositores Vol. 08: L. van Beethoven (2)

DISCO A
Symphony Nº 3 in E Flat, Op. 55 “Eroica”

01. Allegro con brio 17:40
02. Marcia funebre: Adagio assai 17:33
03. Scherzo: Allegro vivace 6:16
04. Finale: Allegro molto 11:44

Egmont Overture, Op. 84
05. Sostenuto, ma non  troppo; Allegro 8:54

Vienna Philharmonic Orchestra, Leonard Bernstein

DISCO B
Violin Concert in D, Op. 61

01. Allegro ma non troppo 24:55
02. Larghetto 10:15
03. Rondo: Allegro 9:37
Chicago Symphony Orchestra, Daniel Barenboim
Pichas Zukerman, violin
Candeza: Fritz Kreisler

04. Violin Romance Nº 1 in G, Op. 40 6:35
05. Violin Romance Nº 2 in F, Op. 50 9:30
London Philharmonic Orchestra, Daniel Barenboim
Pichas Zukerman, violin

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Marcelo Stravinsky

Leos Janácek (1854-1928) – Quarteto de Cordas No. 1 – "Sonata a Kreutzer, inspirado em Tolstoi" e Quarteto de Cordas No. 2 – "Cartas Íntimas"

Atendendo às solicitações de Ciço (CVL), que ontem ouviu os dois quartetos presentes neste post em Olinda, Pernambuco, e se entusiasmou.

As duas obras do compositor checo Leos Janácek encontradas neste CD são emblemáticas. O Quarteto de Cordas No. 1, também conhecido como Sonata a Kreutzer, baseado na novela do escritor russo Leon Tolstoi, foi composto num curto espaço de tempo – entre 13 e 28 de outubro de 1923. O compositor já utilizara em 1908 dos escritos do autor de Guerra e Paz para compor um trio para piano. A obra teve a sua estreia em 1924. A segunda peça do CD se refere a correspondências amorosas entre ele e uma amante platônica. A estreia da obra se deu no dia 11 de setembro de 1928. Um mês após a estreia da obra, o compositor faleceu. Milan Kundera, o autor de A Insustentável Leveza do ser, que também era patrício de Janacek, disse certa vez que estes dois quartetos de cordas celebram o ápice da obra do compositor. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Leos Janácek (1854-1928) – Quarteto de Cordas No. 1 – “Sonata a Kreutzer, inspirado em Tolstoi” e Quarteto de Cordas No. 2 – “Cartas Íntimas”

Quarteto de Cordas No. 1 – “Sonata a Kreutzer, inspirado em Tolstoi
01. Adagio. Con moto
02. Con moto
03. Con moto. Vivo. Andante
04. Con moto. (Adagio). Più mosso

Quarteto de Cordas No. 2 – “Cartas Íntimas
05. Andante
06. Adagio
07. Moderato
08. Allegro

Panocha Quartet
Jiri Panacho, violino
Pavel Zejfart, violino
Miroslav Sehnoutka, viola
Jaroslav Kulhan, cello

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Carlinus

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -Missa solemnis in D, op. 123 e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Symphony No. 38 in D, K. 504 'Prague'

Apesar de não ter ouvido ainda este CD, conheço as peças. Como estou com certa pressa neste domingo pela manhã, não farei maiores comentários sobre o post. Ficará assim. Simplesmente não dar para perder. Abaixo segue um texto explicando a obra:

Dentro das principais Missas, consideradas clássicas (Bach e Bruckner), a de Beethoven possui uma forma sinfônica, em 5 movimentos: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. A obra possui um estilo dramático, é só observar as palavras do próprio Beethoven: “do coração! Que possa retornar aos corações”. Primeira audição em 6 de abril 1824 em São Petersburgo Ludwig van Beethoven compôs duas missas e um singular oratório intitulado Cristo no Monte das Oliveiras, além de duas cantatas compostas na juventude; essa foi toda a sua produção religiosa. A segunda missa, a impressionante Missa Solemnis, op. 123, por sua alta qualidade musical já seria suficiente para garantir a Beethoven um lugar na história da música. Composta para homenagear o arquiduque Rodolfo, a Missa Solemnis é tão extraordinária que a sua audição fora de uma sala de concertos é praticamente impossível. Os elementos que necessita para a sua execução extrapolam as dimensões de uma igreja de tamanho normal: quatro solistas (soprano, contralto, tenor e baixo), um grande coro, uma orquestra de cordas, duas flautas, dois oboés, dois clarinetes, dois fagotes, corno de bassetto, quatro trompas, dois trompetes, três trombones, timbales e um órgão. Sua estrutura segue as seções tradicionais de Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus/Benedictus e Agnus Dei, apesar de ser longa demais para a utilização litúrgica convencional. Além disso, seus textos em certas partes se afastam do dogma católico. Tremendamente complexa, a Missa Solemnis não se parece a nada: é única.
Assim o Kyrie, é um hino piedoso e solene, deve ser cantada com devoção. A parte central em forma de moteto (si menor e fa# menor) , é cantada pelos solistas e termina em pianíssimo. A volta do Kyrie, reintroduz a tonalidade principal e intensifica a harmonia numa bela alternância do coro e dos solistas em comovida prece que se extingue lentamente. O texto sagrado conduz aos movimentos seguintes, o Gloria e o Credo. Enquanto que na Missa em si menor de Bach, e o Gloria é cheio de alegria sobre humana, o canto de louvor de Beethoven encontra-se animado de incessante agitação. O Et in terra pax, traz o primeiro repouso porém o arrebatamento retorna com o Laudamus Te. A expressão, bem como a tonalidade é a seguir variável, até que a tonalidade principal seja reencontrada com o Pater omnipotens. A segunda parte do Gloria contem um expressivo Larghetto, o Qui tollis peccata mundi, que Beethoven concebeu como lamento e uma prece de tão comovente humanidade, de tal personalidade que ele próprio acrescentou um “o” para os solistas, e um “ah” para o coro, antes dos apelos finais do Miserere. A parte conclusiva deste movimento principia na tonalidade principal com um Quoniam tu solus Sanctus, espantosamente curto e agitado, culminando na grandiosa fuga coral do In gloria Dei Patris, onde Beethoven desenvolve uma arte contrapontística excepcional. Na conclusão, o início do Gloria que retorna acelerado até ao Presto dá desta maneira uma unidade sinfônica ao movimento.
O Credo, em sib maior, de acordo com o caráter do texto, é ainda mais variado e expressivo. Desde o início, sentimos o esforço tremendo que Beethoven realiza para nos transmitir sua fé. O Et incarnatus est e as outras seções que se seguem, falando da vida, crucificação, ressurreição e ascensão de Cristo; em Cuius regni non erit finis, a palavra non é expressamente repetida para maior ênfase, do mesmo modo que mais tarde a palavra credo. O final constitui, em duas fugas sobre o mesmo tema, a visão da vida eterna, Et vitam venturi saeculi, e nas exclamações finais do Amen, reaparece o tema original do Credo.
No Sanctus, o canto de louvores reflete uma prece humana, um Adágio e a meditação. Após o curto Pleni sunt coeli, fugado, e o Osanna, a meditação se expande em figuração. A melodia o solo de violino, desce flutuando das mais elevadas paragens, reconstitui o milagre da descida de Jesus e da transubstanciação. O Benedictus, é no amplo sentido, a música de transição, cujo caráter se infiltra no desenvolvimento posterior, indo além da repetição do Osanna.
O Agnus Dei, constitui o Finale deste grande sinfonia coral. Miserere nobis! É aqui, com o solo inicial do baixo, em si menor, e após com o expressivo refrão do coro, que a lamentação alcança maior profundidade. Depois a severidade diminui e a prece de paz que é o Dona nobis pacem, introduz e faz retornar suavemente a tonalidade original de re maior. Sem embargo, ainda não reina paz no mundo exterior. Oração pela paz interior e exterior, foi o substituto anotado pelo autor para esta parte. O primeiro interlúdio orquestral sugere uma perturbação na paz exterior. O equilíbrio íntimo parece se estabelecer. Dona nobis pacem soa como se fora uma fuga solene. O tema é uma reminiscência do Messias de Haendel, cujo texto Der Herr regiert von nun na auf ewig (Agora o Senhor reinará para sempre). Todavia não são as tempestades exteriores as que verdadeiramente nos perturbam; são os da alma. O Scherzo orquestral que se segue é extraordinário pelo rude, veemente contraponto. O Dona nobis pacem, que se sucede, é cantado pelo coro, na tonalidade de sib maior, e constitui autêntico apelo pela paz. Então a tonalidade principal de re maior e o compasso de 6/8, são alcançados após um lento desdobramento. Nessa atmosfera de esperança ante a paz ainda incerta do Dona nobis pacem do coro final, ouvimos os tímpanos em si bemol ribombarem ainda duas vezes – eco da paz perturbada. Beethoven conclui a missa sem acrescentar o grande final redentor.

Extraído DAQUI

DISCO 1

Elisabeth Schwarzkopf talks about the recording in a recent interview

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -Missa solemnis in D, op. 123 01. Kyrie
02. Gloria
03. Credo
04. Sanctus

DISCO 2

01. Agnus Dei

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Symphony No. 38 in D, K. 504 ‘Prague’
02. Adagio
03. Andante
04. Finale, Presto

Karajan rehearses Beethoven’s Missa solemnis
05. Part 1
06. Part 2
07. Part 3
08. Part 4
09. Part 5

Singverein der Gesellschaft der Musikfreunde, Vienna Philharmonia Orchestra
Herbert von Karajan, regente
Elisabeth Schwarzkopf, soprano
Christa Ludwig, mezzo-soprano
Nicolai Gedda, tenor
Nicola Zaccarla, bass

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Carlinus

Mozart, Haydn, Albinoni, Pachelbel, Boccherini e Beethoven

Um CD para apreciadores iniciais de música clássica. Explico: esse CD traz peças de forte fragrância popular. São obras de catálogo; ou daquelas coletâneas criadas por revistas com intuito de agradar a um público não conhecedor de música erudita. Mas não faz mal. Estas obras são imortais pela simplicidade que evocam. Quem nunca ouviu o primeiro movimento da Serenata em Sol maior (“O pequeno serão musical”)? Ou o Canon de Pachelbel? Sendo assim, não deixe de ouvir este agradável CD! Boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Serenade in G major, K 525 “Eine kleine Nachtmusik”
01. Allegro
02. Romanze (Andante)
03. Menuett (Allegretto)
04. Rondo (Allegro)

Joseph Haydn (1732-1809) – Serenade from String Quartet in F, Op. 3/5
05. Andante cantabile

Tomaso Albinoni (1671-17151) – Adagio in G minor
06. Adagio in G minor

Johann Pachelbel (1653-1706) – Canon
07. Canon

Luiggi Boccherini (1743-1805) – Minuet from the String Quintet in E
08. Minuet from the String Quintet in E

Ludwing van Beethoven (1770-1827) – Minuet in G
09. Minuet in G

I Musici

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Carlinus

Restaurado – Robert Schumann (1810-1856) – Symphony No. 4 in D minor Op. 120 (1841 Version) & Symphony No. 2 in C major Op. 61 (CD 2 de 3) – 200 anos!!!

O texto do Carlinus tem algumas informações imprecisas, que podem gerar certa confusão. A Sinfonia no. 4 foi a segunda a ser composta, em 1841, mas ainda era uma obra embrionária, com o título provisório de “Fantasia sinfônica”. Schumann recuperou esta obra em 1851 (após, portanto, a composição das Sinfonias nos. 2 e 3), modificando bastante coisa e a publicando como Sinfonia no. 4.

A Sinfonia no. 4 que existe no repertório é *somente a versão definitiva* de 1851. A versão de 1841 é uma curiosidade que, se não me engano, foi gravada somente pelo Gardiner, neste ciclo realizado em instrumentos de época.

Outra coisa importante: a Sinfonia no. 4 nunca teve cinco movimentos, em versão alguma. É uma sinfonia nos quatro movimentos clássicos, mas encadeados, tocados sem interrupção. Algumas gravadoras, notadamente a Deutsche Grammophon (que tem mania de separar bastante as faixas de seus discos), colocam a transição entre terceiro e quarto movimentos em uma faixa separada. Mas isso não cria um movimento adicional. Com faixa própria ou sem faixa própria, a transição continua sendo apenas… uma transição!

(É uma transição extremamente bonita, aliás, em tudo próxima à transição entre scherzo e finale da Quinta de Beethoven.)

Texto do leitor-ouvinte José Eduardo.

Robert Schumann (1810-1856) – Sinfonia No. 4 in D minor Op. 120 (1841 Version) e Sinfonia No. 2 in C major Op. 61

Sinfonia No. 4 in D minor Op. 120 (1841 Version) (1841)
01. Andante con moto – Allegro di molto [08:18]
02. Romanza- Andante [03:48]
03. Scherzo- Presto [05:07]
04. Largo – Finale- Allegro vivace [06:47]

Sinfonia No. 2 in C major Op. 61 (1845-46)
05. Sostenuto assai – Allegro, ma non troppo [12:12]
06. Scherzo- Allegro vivace [07:01]
07. Adagio espressivo [10:08]
08. Allegro molto vivace [08:29]

Orchestre Révolutionnaire et Romantique
John Eliot Gardiner, regente

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Carlinus

[restaurado por Vassily em 23/5/2020]

Johannes Brahms (1833-1897) – Concerto para Violino e Orquestra em D maior, Op. 77

FDP andou impossível no final de semana passado. Postou petardos sinfônicos de Brahms, “guiados” por Günther Wand. Fiquei meio zonzo com a disposição do moço. Certamente, FDP não estava para brincadeira. Por isso, andei pensando no que eu ia postar. Havia separado alguns CDs. Pensei em Bach, Britten, Mozart, Beethoven e etc. Mas me recordei dessa gravação do concerto para violino e orquestra, Op. 77, de Brahms. É uma das peças que mais aprecio. A gravação que ora apresento traz um grande nome da regência no século XX, pelo menos na primeira metade do século, Pierre Monteux. O maestro franco-americano fez importantes incursões musicais na primeira metade do século passado. Tocou violino, viola e tornou-se regente. A wikipédia diz que ” [No ano de] 1911, ele tornou-se condutor [regente] da compania de ballet Sergei Diaghilev, uma compania Russa. Nesta compania, ele conduziu as estréias de Petrushka, em 1911, e O Rito da Primavera em 1913, ambas de Stravinsky; Jeux de Debussy em 1913 e Daphnis et Chloé de Ravel em 1912. Estas interpretações mudaram o curso de sua carreira, sendo conhecido no resto de sua vida, por ser um grande condutor para obras da música francesa e russa”. Inclusive, qualquer dias desses, postarei Petrushka e o Rito da Primavera de Stravinsky com o próprio Monteux. Fato interessante é que Monteux fundou a Orquestra Sinfônica de Paris em 1929. Foi professor de importantes regentes Lorin Maazel, Neville Marriner, André Previn, David Zinman, entre outros. Por ora fiquemos com esta fabulosa gravação do concerto para violino e orquestra de Brahms, um dos maiores compositores de todos os tempos. Boa apreciação!

P.S. O CD custa U$ 250,00 (duzentos e cinquenta dólares) na Amazon. Um susto!

Johannes Brahms (1833-1897) – Concerto para Violino e Orquestra em D maior, Op. 77

01 I. Allegro non troppo (21:54)
02 II. Adagio (9:22)
03 III. Allegro giocoso,ma non troppo vivace (7:58)

London Symphony Orchestra
Henryk Szeryng, violino
Pierre Monteux, regente

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Carlinus

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Cello Sonatas 1 – 5

Dois CDs para ninguém colocar defeito. Todo aquele mundo mágico de sensibilidade e razões humanizantes a se juntarem. Ouvir Beethoven é acercar-se de uma experiência, de um enlevo, que nos permite construir uma ponte sobre o abismo do mistério, que é existir. A música soa como um badalo que traz as cores do arco-íris e nos faz verbalizar razões sonhadoras. Beethoven nos faz entender que a vida é dura, é trágica, mas vale a pena ser vivida. Não é sábio despediçá-la. É preciso agarrar-se a cada fiapo que ela revela e nos oferece. Convido-o a ouvir estes dois belos CDs com as obras para violoncelo e piano do mestre Beethoven. Em Beethoven podemos encontrar paixão, heroísmo, angústia, humor, alegria, todos os altos ingredientes de uma grande experiência espiritual verdadeira. Vá direto, por exemplo, ao primeiro movimento da sonata número 2 encontrada no primeiro CD. Isso corrobora com o que estou falando. Boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Cello Sonatas 1 – 5

DISCO 1

Sonata No.1 in F major, op.5 no.1
1. Adagio sostenuto
2. Allegro
3. Rondo- Allegro vivace

Sonata No.2 in G minor, op.5 no.2
4. Adagio sostenuto e espressivo
5. Allegro molto e piu tosto presto
6. Rondo- Allegro

DISCO 2

Sonata No.3 in A major, op.69
o1. Allegro ma non tanto
o2. Scherzo- Allegro molto
o3. Adagio cantabile
o4. Allegro vivace

Sonata No.4 in C major, op.102 no.1
o5. I. Andante
o6. II. Allegro vivace
o7. III. Adagio
o8. IV. Tempo d’andante
09. V. Allegro vivace

Sonata No.5 in D major, op.102 no.2
10. Allegro con brio
11. Adagio con molto sentimento d’affetto
12. Allegro

Lynn Harrell, cello
Vladimir Ashkenazy, piano

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Carlinus

Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonias nos. 4, 5, 8 e Fragmentos Sinfônicos (CDs 3 e 4 de 6)

Mais dois extraordinários CDs com esta fenomenal integral das sinfonias de Schubert com Neville Marriner. Diga-se de passagem, o quarto CD traz uma das mais monumentais peças do repertório Romântico – a Sinfonia No. 8, também conhecida como “Inacabada”. Sempre que tenho a oportunidade de postá-la, repito com todas as palavras que foi com ela que o mundo da música clássica surgiu para mim. A fita que eu tinha com a peça quase estragou de tanto eu escutar. Ouçamos mais estes dois CDs. Bom deleite!

Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonia No.4 em Dó Menor, D.417 – ‘Trágica’, Sinfonia No.5 em Si bemol maior, D.485, Sinfonia No. 8 em Si Menor, D.759 e Fragmentos Sinfônicos em Ré maior, D.708a

DISCO 3

Sinfonia No.4 em Dó Menor, D.417 – ‘Trágica’
01. I. Adagio Molto-Allegro Vivace
02. II. Andante
03. III. Menuetto (Allegro Vivace)
04. IV. Allegro

Sinfonia No.5 em Si bemol maior, D.485
05. I. Allegro
06. II. Andante Con Moto
07. III. Menuetto (Allegro Molto)
08. IV. Allegro Vivace

DISCO 4

Sinfonia No. 8 em Si Menor, D.759
01. I. Allegro Moderato
02. II. Andante Con Moto
03. III. Scherzo (Allegro)
(completado e orquestrado por Brian Newbould)
04. IV. Allegro Molto Moderato
(extraído de aus Rosamunde)

Fragmentos Sinfônicos em Ré maior, D.708a
05. I. (Allegro Vivace)
06. II. (Andante Con Moto)
07. III. (Scherzo. Allegro Vivace)
08. IV. (Presto)

Academy St. Martin in the Fields
Neville Marriner, regente

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Carlinus

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No.4 in E Flat major, WAB 104 – "Romântica" (Abbado)

Uma das grandes dádivas acerca do ser humano é que ele muda. Assim como a relidade é resultado de um devir constante, as concepções frágeis que vamos alimentando pela vida afora acabam sendo esfareladas pelo peso das horas, dos dias, dos meses. Oscar Wilde disse certa vez num aforismo extraordinário: “A única coisa de que podemos ter certeza acerca da natureza humana é que ela muda”. Nietzsche também diz que “há intuições que são admitidas com o tempo”. Ou seja, a questão é que há fatos e acontecimentos para as quais não estamos preparados em dado momento. Machado de Assis diz em Esaú e Jacó, que “o tempo dá um habeas corpus para que Deus haja”. Devaneei dessa forma para mostrar que há algum tempo Bruckner era alguém  que eu via com maus olhos. Hoje, compositor tornou-se uma figura admirada, benfazeja.  Daqui há alguns dias iniciarei uma série de postagens com 12 CDs com obras de Bruckner regidas por Sergiu Celibidache. Ou seja, um Bruckner lento, pesadão, mastodôntico, mas que eu gosto bastante. Por enquanto, boa apreciação desse extraordinário CD.

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No.4 in E Flat major, WAB 104 – “Romântica”.

I. Bewegt, nicht zu schnell
II. Andante quasi Allegretto
III. Scherzo. Bewegt – Trio. Nicht zu schnell. Keinesfalls schleppend – Scherzo
IV. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell

Lucerne Festival Orchestra
Claudio Abbado, regente

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Carlinus

John Adams (1947) – Harmonielehre, The Chairman Dances – Foxtrot for Orchestra, Tromba Lontana e Short Ride in a Fast Machine – Fanfare for orchestra

John Adams é um dos grandes nomes da composição na atualidade. Com os pés fincados no minimalismo – e, para alguns, no pós-minimalismo -, Adams é uma promessa. Particularmente, o pouco que ouvi do compositor despertou em mim uma curiosidade positiva. Por exemplo, a peça Harmonielehre, que leva o nome do famoso livro escrito por Schoenberg (Teoria da Harmonia), é uma maravilha. Muitas das minhas concepções sobre a música do século XX mudaram após a leitura do livro O Resto é Ruído de Alex Ross. Quando analisava a música do século passado antes da leitura do livro, enxergava apenas niilismo. O fato é que a música do século XX é um desafio. É desconstrução. Busca de novas possibilidades através de horizontes nunca antes vislumbrados. Ela atinge os sentidos de modo diverso ao do Romantismo ou do Barroco, por exemplo. Claro, nomes como Cage, Xenakis, Stockhausen e outros ainda constituem um desafio  para mim. Mas, estou aberto a novas sonoridades e isso é positivo. Boa apreciação desse fantástico e desafiante post!

John Adams (1947) – Harmonielehre, The Chairman Dances – Foxtrot for Orchestra, Tromba Lontana e Short Ride in a Fast Machine – Fanfare for orchestra

Harmonielehre
01. Part I
02. Part II – The Anfortas Wound
03. Part III – Meister Eckhardt and Quackie

The Chairman Dances – Foxtrot for Orchestra
04. The Chairman Dances – Foxtrot for Orchestra

Tromba Lontana
05. Tromba Lontana

Short Ride in a Fast Machine – Fanfare for orchestra
06. Short Ride in a Fast Machine – fanfare dor orchestra

Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle, regente

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Carlinus

Sergei Rachmaninov (1873-1943) – Symphonic Dances, Op. 45, Dances from 'Aleko' e Capriccio bohemien Op. 12

As Danças Sinfônicas de Rachmaninov, Op. 45, constituem uma suíte orquestral, composta em três movimentos. Rach terminou o trabalho em 1940, três anos antes de sua morte. É a última peça a ser escrita pelo russo. O trabalho sintetiza a produção musical do compositor. Gosto bastante da peça. Talvez, alguns virem o nariz para o CD e digam: “Eca!”. Estou postando, porque ouvi e gostei. Ela possui um quê de melancolia e frieza típica da música de Rach. É o romantismo tardio do compositor. Entretanto, o trabalho é bastante convicente e agradável. Em outro tempo, eu não daria importância ao trabalho. Mas, hoje, após amadurecer bastante a minha audição e me colocar em tom de humildade em relação ao compositor, acho os trabalhos de Rach muitos bons. Não deixe de ouvir. Boa audição!

Sergei Rachmaninov (1873-1943) – Symphonic Dances, Op. 45, Dances from ‘Aleko’ e Capriccio bohemien Op. 12

Symphonic Dances, Op. 45
01. I. Non allegro
02. II. Adante con moto (Tempo di valse)
03. III. Lento assai – Allegro vivace

Dances from ‘Aleko’

Women’s Dance
04. Tempo di valse

Men’s Dance
05. Vivo – meno mosso, alla zingana – poco a poco accelerando – Presto furioso

Capriccio bohemien Op. 12
06. Allegro vivace

The Philharmonia
Neeme Järvi, regente

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Carlinus

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Bachianas Brasileiras (completas)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

As Bachianas Brasileiras do grande Villa são, para muitos, a principal obra do compositor. Foram escritas entre os anos de 1930 e 1945. Estão erigidas por uma série de nove suítes ao todo. Villa fundiu material folclórico essencialmente brasileiro (em relevo a música sertaneja), às formas pré-clássicas de Bach – isso se constitui num neo-barroco. O compositor tencionava com isso criar uma versão à brasileira dos Concertos de Brandenburgo de Johann Sebastian Bach, segundo a wikipédia. Percebemos com isso dois fatores: (1) construir uma grande obra que homenageasse a alma do Brasil. Isso é notável! (2) Homenagear Bach, além de realçar a profunda influência do compositor alemão sobre a produção do Villa. Os títulos das Bachianas, curiosamente, receberam um títutlo à brasileira e outro bachiano. Esse fato apenas releva a duplicidade. Ou seja, é uma homenagem ao Brasil e à obra de Bach. A gravação ora apresentada é brasileira e tem na direção de Isaac Karabtchewsky conduzindo a Orquestra Sinfônica do Brasil. As canções são entoadas em português. Para muitos, não se trata de uma grande gravação. Ou seja, fica aquém das bachianas. Talvez “a uma” estrela que a moçada da Amazon deu, explicite bem o que estou falando. Mas como nosso esporte é postar, postamos o “necessário” e o “des-necessário” (falo por mim). É mais ou menos aquilo que Machado fala em Memórias Póstumas de Brás Cubas, numa das passagens mais belas da literatura brasileira: “Meu senhor, falou-me um longo verme gordo, nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, tampouco amamos ou detestamos o que roemos: nós apenas roemos.” . Boa apreciação!

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Bachianas Brasileiras (completas)

DISCO 1

Bachianas Brasileiras No. 1- Pour orchestre ei violoncelles
01. Introduction (Embolada)
02. Prelude (Modinha)
03. Fugue (Conversa)

Bachianas Brasileiras No. 2 – Pour orchestre symphonique
04. Prelude (Ponteio)
05. Aria (O Canto da Nossa Terra)
06. Dance (Lembrança do Sertão)
07. Toccata (O Trenzinho do Caipira)

Bachianas Brasileiras No. 3 – Pour piano et orchestre
08. Prelude (Ponteio)
09. Fantaisie (Devaneio)
10. Aria (Modinha)
11. Toccata (Picapaú)

DISCO 2

Bachianas Brasileiras No. 4 – Pour orchestre symphonique
01. Prelude (Introdução)
02. Chorale (Canto do Sertão)
03. Aria (Cantiga)
04. Dance (Miudinho)

Bachianas Brasileiras No. 5 – Pour soprano et orchestra de violoncelles
05. Aria (Cantilena)
06. Dance (Martelo)

Bachianas Brasileiras No. 6. – Pour flute et solo de basson
07. Aria
08. Fantaisie

DISCO 3

Bachinas Brasileiras No. 7 – Pour orchestre symphonique
01. Prelude (Ponteio)
02. Gigue (Quadrilha Caipira)
03. Toccata (Desafio)
04. Fugue (Conversa)

Bachinas Brasileiras No. 8 – Pour orchestre symphonique
05. Prelude
06. Aria (Modinha)
07. Toccata (Catira Batida)
08. Fugue

Bachianas Brasileiras No. 9 – Pour orchestre à cordes
9. Prelue et Fugue

Orchestre Symphonique du Bresil
Isaac Karabtchewsky, regente

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Scans

Carlinus

Restaurado – Robert Schumann (1810-1856) – Sinfonia em Sol menor – “Zwickau” WoO 29, Sinfonia em Si bemol maior – “Primavera”, Op. 39 e Abertura, Scherzo e Finale em Mi, Op. 52 (CD 1 de 3) – 200 anos!!!

Já há algum tempo que eu tencionava postar a integral das sinfonias de Schumann e a ocasião do bicentenário de seu nascimento é um bom ensejo para isso. Como estou bastante disposto nesta noite, resolvi principiar hoje mesmo. Confesso que não sou um conhecedor profundo do trabalho sinfônico de Schumann. Já ouvi bastante a Sinfonia No. 1, “Primavera”. É um trabalho bem ao gosto romântico. Pelo que parece, Schumann possuía certos receios em se iniciar pelo mundo das sinfonias. Somente após ter conquistado a fama com os lieder e com as peças para piano, o compositor construiu seu primeiro trabalho. Foi encorajado pela sua esposa Clara Schumann. A Sinfonia “Primavera” ficou pronta em um mês e teve sua estréia em 1841, sob à batuta de Mendelssohn. Outro trabalho sinfônico que gosto do compositor é a sua sinfonia no. 3, “Renana”, que não estará presente nesta primeira postagem. Serão ao todo três postagens. Ainda não ouvi Gardiner em ação, mas acredito que seja um trabalho respeitável. Assim, aparecem nesta postagem: A Sinfonia em Sol menor, Zwickau, que foi deixada incompleta; a Sinfonia No. 1, “Primavera” e a Abertura, Scherzo e Finale em Mi, que Schumann considerava a sua segunda sinfonia, mas que não ficou assim conhecida para a posteridade. Boa apreciação!

Robert Schumann (1810-1856) – Sinfonia em G menor – “Zwickau” WoO 29, Sinfonia em B flat menor – “Primavera”, Op. 39 e Abertura, Scherzo e Finale em Mi, Op. 52

Sinfonia em G menor – “Zwickau” WoO 29 (1832-33)
1. Moderato – Allegro
2. Andantino quasi allegretto – Intermezzo quasi Scherzo- Allegro assai – Anadantino

Sinfonia em B flat menor – “Primavera”, Op. 39(1841)
03. Andante un poco maestoso – Allegro molto vivace
04. Larghetto
05. Scherzo- Molto vivace
06. Allegro animato e grazioso

Abertura, Scherzo e Finale em Mi, Op. 52 (1841)
07. Overture- Andante con moto – Allegro
08. Scherzo- Vivo
09. Finale- Allegro molto vivace

Orchestre Révoluitionaire et Romantique
John Eliot Gardiner, regente

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Carlinus

[restaurado por Vassily em 23/5/2020]

Coleção Grandes Compositores 07/33: G. F. Handel (1685 – 1759)

Até que enfim que estou dando as caras por aqui de novo, né pessoal?!?! Desculpem, mas minha vida anda muito corrida e meus momentos de lazer são mínimos. E pra complicar, não pra mim, mas para os seguidores das minhas postagens, comprei uma flauta transversal e estou no maior verme, ou seja, os pouquíssimos momentos livres, uso pra tentar dominar o instrumento. Bem, vou dar continuidade a coleção Grandes Compositores, trazendo-lhes esse álbum duplo com algumas das principais obras de Handel.

***

A Water Music (Música Aquática), e a Music for Royal Fireworks (Música para os Reais Fogos de Artifício), foram compostas para ocasiões típicas e especiais da corte londrina e se tornaram, mesmo porque ligadas a acontecimentos tão particulares, duas das composições mais conhecidas de Handel.

Conforme alguns relatos da época as peças da Water Music, idealizadas como fundo musical, eram ligadas a três festas aquáticas diferentes sobre o Tâmisa no reinado de Jorge I. Delas derivaram três suítes, diferentes entre si pela tonalidade, pelo número de instrumentos e, mais do que tudo, publicadas por dois editores londrinos diversos. A Water Music foi concebida para ser executada ao ar livre e a sua composição foi condicionada pelo contexto para o qual foi escrita; segundo relatos da época participavam da execução cerca de 50 músicos com os mais diferentes instrumentos. Mais tarde Handel reelaborou a Water Music e a Music for the Royal Fireworks para a sala de concerto, procurando sobretudo reconstruir um baixo-contínuo mais convincente que, em cima de uma embarcação, muito dificilmente poderia ser executado por um cravo ou um órgão. A Music for the Royal Foreworks foi composta para ser executada ao ar livre, durante os festejos no Green Park de Londres, por ocasião do fim da guerra da sucessão austríaca (1740-48). O rei, que encomendara a obra, era propenso a uma execução bandística, enquanto que Handel, ao contrário, tinha em mente um conjunto misto de cordas e sopros, versão esta, que, mais tarde, se firmaria nas salas de concerto.

Fonte: Texto de Gerhard Wienke

Uma ótima audição!

.oOo.

Coleção Grandes Compositores 07/33: Handel

DISCO A
Music for the Royal Fireworks

01. Ouverture (7:52)
02. Bourreé (1:37)
03. La Paix (2:51)
04. La Réjouinssance (1:58)
05. Minuet and Trio (2:56)

Water Music Suite in G
06. Minuet and Trio (5:04)
07. Rigaudon I and II (3:25)
08. Gigue (1:27)

Water Music Suite in D
09. Prelude (2:03)
10. Hornpipe (4:03)
11. Minuet (1:14)
12. Lentement (1:16)
13. Bourreé (0:53)

Water Music Suite in F
14. Ouverture (3:40)
15. Adagio e staccato (2:05)
16. Hornpipe and Andante (8:02)
17. Jig (2:09)
18. Air (3:23)
19. Minuet (2:05)
20. Bourreé and Hornpipe (1:32)
21. Gavotte (3:23)

Colin Tilney, harpsichord continuo
Academy of St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

DISCO B
Concerto Grosso in G, Op. 6, Nº 1

01. A tempo giusto (1:48)
02. Allegro (1:47)
03. Adagio (2:47)
04. Allegro (2:27)
05. Allegro (3:05)
Academy of St. Martin-in-the-Fields, Iona Brown

Sonata for Recorder and Continuo in F, Op. 1, Nº 11
06. Larghetto (2:00)
07. Allegro (1:45)
08. Alla siciliana (1:06)
09. Allegro (1:48)
Michala Petri, recorder
George Malcolm, harpsichord
Graham Sheen, bassoon

Concerto a due cori in F, Nº 2
10. Pomposo (1:45)
11. Allegro (1:54)
12. A tempo giusto (2:39)
13. Largo (2:00)
14. Allegro ma non troppo – Adagio (3:44)
15. A tempo ordinario (3:31)
English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner

Solomon: Arrival of the Queen of Sheba
16. (3:01)
English Baroque Soloists and Monteverdi Choir, John Eliot Gardiner

Coronation Anthems: Zadok The Priest
17. (5:33)
Academy and Chorus of St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

Messiah (excerpts)
18. Comfort ye, my people (2:22)
19. Ev’ry valley shall be exalted (3:11)
20. Behold, a virgin shall conceive (0:28)
21. O thou that tellest (5:36)
22. Why do the nations? (2:38)
23. Hallelujah (3:49)
24. I know that my Redeemer liveth (6:25)
Margaret Marshall, soprano
Catherine Robbin, mezzo-soprano
Anthony Rolfe-Johnson, tenor
Robert Hale, bass
English Baroque Soloists and Monteverdi Choir, John Eliot Gardiner

BAIXE AQUI- DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky

César Franck (1822-1890) – Trio concertant No. 2 in B flat major, Op. 1, No. 2, "Trio de salon", Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2, M. 4: Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2 e Trio concertant No. 3 in B minor, Op. 1, No. 3

Como prometi, segue o outro CD com mais trios de César Franck. É mais um CD para nos fazer pensar na importância do compositor. Penso que Franck não seja um compositor coadjuvante. Sua importância ainda não foi revelada. Sua obra geralmente fica obscurecida, talvez pela dificuldade no acesso ao material musical do franco-belga César Franck. Todavia, é uma das maiores obras do século XIX. Bom deleite!

César Franck (1822-1890) – Trio concertant No. 2 in B flat major, Op. 1, No. 2, “Trio de salon”, Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2, M. 4: Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2 e Trio concertant No. 3 in B minor, Op. 1, No. 3

Trio concertant No. 2 in B flat major, Op. 1, No. 2, “Trio de salon”
01. I. Allegro moderato
02. II. Andantino
03. III. Minuetto
04. IV. Final: Allegro molto

Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2, M. 4: Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2
05. 5. Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2, M. 4: Piano Trio No. 4 in B minor, Op. 2

Trio concertant No. 3 in B minor, Op. 1, No. 3
06. I. Allegro
07. II. Adagio – Quasi allegretto – Meno vivo
08. III. Poco lento – Moderato ma molto energico – Il doppio piu lento

The Bekova Sisters

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Carlinus

Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonias nos. 1, 3, 2, 6 (CDs 1 e 2 de 6)

Schubert foi um compositor contumaz. Escreveu obras de modo frenético. Deixou uma quantidade considerável de obras inacabadas, pois era refém de sua inspiração. Quando mal terminava uma peça, já lhe surgia a ideia de escrever outra. O compositor morreu de modo precoce. Tinha pouco mais de 30 anos de idade. Decidi postar as suas sinfonias por dois motivos: (1) porque são obras de uma sobriedade, de uma clareza e de um vigor alegre que entusiasmam. Sinfonias como as de número 1, 3, 5, 6, 9 são encantadoras. De todas as sinfonias de Schubert a que mais gosto é a de 8. Foi com ela que o mundo da grande música se abriu para mim. Foi uma revelação. Um parto divino com nuvens a despejarem fogo e ventos suaves a acariciarem os sentidos do meu coração. Ela possui poderes sagrados. (2) Gosto muito da grandiosa obra de Schubert. Mas confesso que preciso adentrar com maior detença no seu mundo. Ou seja, preciso ouvi-lo mais. A postagem das suas 10 sinfonias será uma oportunidade extraordinária de assim proceder. Boa apreciação!

Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonia No. 1 em Ré maior, D. 82, Sinfonia No. 3 em Ré maior, D. 200, Sinfonia No. 2 em Si bemol maior, D. 125 e Sinfonia No. 6 em Dó maior, D. 589

DISCO 1

Sinfonia No. 1 em Ré maior, D. 82
01. I. Adagio – Allegro vivace
02. II. Andante
03. III. Allegro
04. IV. Allegro vivace

Sinfonia No. 3 em Ré maior, D. 200
05. I. Adagio maestoso – Allegro con brio
06. II. Allegretto
07. III. Menuetto (Vivace)
08. IV. Presto. Vivace

DISCO 2

Sinfonia No. 2 em Si bemol maior, D. 125
01. I. Largo – Alegro Vivace
02. II. Andante
03. III. Allegro Vivace
04. IV. Presto Vivace

Sinfonia No. 6 em Dó maior, D. 589
05. I. Adagio
06. II. Andante
07. III. Scherzo (Presto)
08. IV. Allegro Moderato

Academy St. Martin in the Fields
Neville Marriner, regente

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Carlinus

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – String Trios – Complete

Já que completamos 200 Bachs, correremos aos 200 Beethovens. Nada mais razoável. Ainda não ouvi este CD. Mas em se tratando da música de câmera de Beethoven, vale a pena ser conferido; merece toda a atenção necessária. Não deixe ouvir. Boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – String Trios – Complete

DISCO 1

Trio for violin, viola & cello in E flat, Op.3
01. I. Allegro con brio
02. II. Andante
03. III. Menuetto, allegro
04. IV. Adagio
05. V. Menuetto, moderato
06. VI. Finale, allegro

Serenade for violin, viola & cello in D, Op.8
07. I. Marcia, allegro
08. II. Adagio
09. III. Menuetto, allegretto
10. IV. Adagio-scherzo, allegro
11. V. Allegretto alla Polacca
12. VI. Andante quasi allegro
13. VII. Marcia, allegro

DISCO 2

Trio for violin, viola & cello in G, Op.9/1
01. I. Adagio-allegro con brio
02. II. Adagio ma non tanto
03. III. Scherzo, allegro
04. IV. Presto

Trio for violin, viola & cello in D, Op.9/2
05. I. Allegretto
06. II. Andante quasi allegro
07. III. Menuetto, allegro
08. IV. Rondo, allegro

Trio for violin, viola & cello in c, Op.9/3
09. I. Allegro con spirito
10. II. Adagio con espressione
11. III. Scherzo, allegro molto
12. IV. Finale, presto

The Zurich String Trio
Boris Livschitz, violino
Zvi Livschitz, viola
Mikael Hakhnazarian, cello

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Carlinus

J. S. Bach (1685-1750) – Six Trio Sonatas

Mais um CD do “grande pai” – até os duzentos! Bach é uma maravilha, um prodígio que enobrece a humanidade. É uma experiência de grande satisfação e enriquecimento ouvir a sua música bem composta, bem arquitetada, de grande beleza e sublimidade. Nesse CD, verificamos a sua versatilidade. Para uma manhã de domingo, enquanto estou solitário em casa, é uma excelente companhia. Aquece o nosso espiríto. Refreia nossas ansiedades; pacifica nossas emoções. Boa apreciação dessas peças tão agradáveis!

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Six Trio Sonatas

Sonata in D minor, BWV 527
01. I. Andante
02. II. Adagio e dolce
03. III. Vivace

Sonata in G major, BWV 530
o4. I. Vivace
05. II. Lento
06. III. Allegro

Sonata in E minor, BWV 528
07. I. Adagio-Vivace
08. II. Andante
09. III. Poco Allegro

Sonata in C minor, BWV526
10. I. Vivace
11. II. Largo
12. III. Allegro

Sonata in C major, BWV529
13. I. Allegro
14. II. Largo
15. III. Allegro

Sonata in E flat major, BWV525
16. I. Allegro
17. II. Adagio
18. III. Allegro

The King’s Consort
Robert King, diretor

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Carlinus

J. S. Bach (1685-1750 ) – Concertos para violino, BWV 1043, 1041, 1042 e 1060

Não faz mal que eu e PQP esbarremos na mesma intenção: postar Bach.  O grande diferencial é que ele é filho do homem; e, eu, um reles mortal apócrifo. Ele se muniu de uma japonesa com ares lascivos; e, eu, de uma alemã com os ares frescos da mocidade, Julia Fischer. Eu não tencionava postar este CD no dia de hoje. Tinha outros planos. Mas resolvi disponibilizar este registro, que já estava comigo há algum tempo.  Julinha Fischer com suas habilidades de violinista jovem, conseguiu me cativar. Estes concertos para violino me deixaram com uma impressão que somente a arte é capaz de remir o mundo de suas feiúras. Ontem à noite eu vi mais uma vez ao filme Dias de Nietzsche em Turim, do brasileiro Júlio Bressane. O diretor conseguiu fazer um extraordinário trabalho sobre a estadia de Nietzsche naquela cidade, antes do colapso que o paralisaria até o ano de sua morte, 1900. O filósofo passeia pela cidade e encanta-se com o clima, com a arquitetura sóbria e despretenciosa, com a lascividade das esculturas clássicas, que em tudo o convida à contemplação. A certa altura ele diz: “Se não fosse a arte, a vida seria um erro”. Que frase fantástica! Somente a arte nos torna mais humanos. Afasta-nos da mediocridade e nos faz sonhar com um mundo cheio de razões reais. A arte de Bach é habitada por verdades delicadas. E isso me faz muito bem nesta noite de brisa suave aqui no Planalto Central. Não deixe ouvir este ótimo registro de Johann Sebastian Bach. Agora é só comparar o Bach de minha alemã (Julia Fischer) com o Bach da japonesa (Akiko Suwanai) de PQP. Boa apreciação!

Johann Sebastian Bach (1685-1750 ) – Concertos para violino, BWV 1043, 1041, 1042 e 1060

Concerto for 2 Violins, Strings, and Continuo in D minor, BWV 1043*
1. Vivace
2. Largo ma no tanto
3. Allegro

Violin Concerto No.1 in A minor, BWV 1041
4. Allegro moderato
5. Andante
6. Allegro assai

Violin Concerto No.2 in E, BWV 1042
7. Allegro
8. Adagio
9. Allegro assai

Concerto for Violin, Oboe, and Strings in D minor, BWV 1060**
10. Allegro
11. Adagio
12. Allegro

Academy of St Martin in the Fields
Julia Fischer, violino
Alexander Sitkovetsky, violino*
Andrey Rubtsov, oboé**

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