Mendelssohn / Schumann: Concertos para Violino (Capuçon / Harding)

Nem com a maior boa vontade do mundo, alguém poderia classificar o Concerto Para Violino de Schumann como sendo um dos principais do gênero. Só em 1937 é que ele foi acrescentado à lista dos seus Concertos, uma vez que a sua viúva, Clara, juntamente com Brahms e Joachim, se recusaram a incluí-la entre as obras do compositor. Aqui, o esplêndido Renaud Capucon, com a excelente Orquestra de Câmara Mahler dirigida por Daniel Harding, pretende converter-nos a esta obra negligenciada. O primeiro movimento é pouco convincente, o segundo é ótimo, sublime até, conduzindo a um final que, novamente não é bem sucedido. Experimente, você vai ficar surpreso às vezes negativamente, mas ainda é a música de uma alma romântica que ainda tinha muito dentro de si. Lembrem-se de que Schumann ficou louco — como se dizia na época.

O Concerto de Mendelssohn, seguramente o mais gravado de todos os tempos, recebe outra execução linda que não chafurda nunca — refiro-me ao movimento lento onde certos executantes fazem algo bem brega. Aqui não, Capuçon vai direto ao ponto. Ela é uma música para sentar e fruir, o som é nítido e a orquestra toca demais.

Então você tem dois Concertos: um é um hit de todos os tempos, o outro é uma despedida.

Mendessohn / Schumann: Concertos para Violino (Capuçon / Harding)

Violin Concerto in E minor = E-moll = En Mi Mineur Op. 64
l Allegro Molto Appassionato 12:47
ll Andante – Allegretto Non Troppo 8:22
lll Allegro Molto Vivace 6:04

Violin Concerto In D Minor = D-moll = En Ré Mineur
l. In Kräftigem, Nicht Zu Schnellem Tempo 14:52
ll Langsam 6:16
lll Lebhaft, Doch Nicht Schnell 10:01

Conductor – Daniel Harding
Orchestra – Mahler Chamber Orchestra
Violin – Renaud Capuçon

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Ele não tem cara de técnico de futebol?

PQP

Danze e musiche del Rinascimento Italiano (Piguet)

Danze e musiche del Rinascimento Italiano (Piguet)

Acho que eu já gostei mais da Música Antiga. Até os meus 40 anos, caçava discos com foco no Renascimento e que tais. Não sei o que houve. Talvez a tomada de poder pela Música Historicamente Informada tenha me acostumado aos sons mais antigos e agora eu queira música de verdade com eles e menos fius-fius e percussões naives. O fato é que este é um disco para o qual eu não estou mais preparado. O grupo de Zurich que interpreta as obras é muitíssimo bom. A Música Renascentista refere-se à música europeia escrita durante o período que abrange, aproximadamente, os anos de 1400 a 1600. A definição do início do período renascentista é complexa devido à falta de mudanças abruptas no pensamento musical do século XV. O processo pelo qual a música adquiriu características renascentistas foi gradual, não havendo um consenso entre os musicólogos, que têm demarcado seu começo tão cedo quanto 1300 até tão tarde quanto 1470. A música renascentista evoluiu a partir das bases da música medieval, e ao longo do período não se observam bruscas quebras de continuidade, mas sim uma prolongada e gradual transição de um predomínio absoluto da linha melódica horizontal em direção a novos parâmetros, marcados pela concepção da música em sucessivos acordes verticais encaixados dentro de compassos de ritmos invariáveis. Apesar de gradual, ao final do processo a mudança resultante é muito profunda. Assim, é impossível definir a música desta fase da história como um estilo unificado.

Danze e musiche del Rinascimento italiano

Giorgio Mainerio: Suite dal “Primo libro de balli”:
1. Pass’e mezzo della paganina
2. Putta nera ballo furlano
3. Tedesca 1
4. Tedesca 2
5. La lavandara gagliarda
6. Ungaresca
7. Giovanni Gabrieli: Canzon a 7
8. Giovanni Gabrieli: Canzon a 5
9. Giovanni Gabrieli: Canzon a 6
10. Giovanni Gastoldi: Capriccio a due voci
11. Vincenzo Galilei: Capriccio a due voci
12. Giovanni Gastoldi: Capriccio a due voci
13. Alessandro Orologio: Intrada a 5
14. Alessandro Orologio: Intrada a 5
15. Francesco Bendusi: Cortesa padana e frusta
16. Anonimo: Le forze d’Ercole e tripla
17. Vincenzo Ruffo: Capriccio ”Dormendo un giorno” (Verdelot)
18. Vincenzo Ruffo: Capriccio ”La gamba in basso e soprano”
19. Vincenzo Galilei: Contrappunto per due liuti
20. Francesco Canova da Milano – Johannes Matelart: Fantasia per due liuti
21. Luca Marenzio – Bassano: Tirsi morir volea
22. Sperindio Bartoldo: Petit fleur
23. Sperindio Bartoldo: Canzone francese

Performers:
Ensemble Ricercare di Zurigo – dir.Michel Piguet
Michel Piguet, Richard Erig, Renate Hildebrand,
Käte Wagner, Nils Ferber
(recorder, oboe, bassoon, crumhorn)
Anne van Royen, Anthony Bailes (lutes)
Jordi Savall, Adelheid Glatt (viole de gambe)
Martha Gmunder (spinet)
Dieter Dyk (percussions)

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Nego-me a dizer que pintura é esta. Mas digo que é do Renascimento Italiano.

PQP

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Concerto para Violino / Variações sobre um Tema Rococó (Oistrakh, Kondrashin / Rostropovich, Rozhdestvensky)

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Concerto para Violino / Variações sobre um Tema Rococó (Oistrakh, Kondrashin / Rostropovich, Rozhdestvensky)

Minha mulher é uma violinista russa e diz que o correto é falar Óistrach, com “ch” aspirado e “ó” discretinho. Tudo bem. Já a Mutter fala em crise dos violinistas. Ela afirma que hoje há melhores pianistas, violoncelistas, regentes, clarinetistas, flautistas, tudo!, mas não violinistas. Ela diz que todo mundo toca mais ou menos igual, sem ousadia. É uma multidão de gente correta, nada mais do que isso. Eu acho que James Ehnes supera a todos, mas isso sou eu, que não sou a maior influência musical nem dentro da minha casa. O fato é que o russo Oistrakh é mesmo um monumento. Mesmo através de uma gravação de 1957, nota-se que o cara é um deus. O som do Rococó de Rostrô —  gravado 6 anos depois — já é bem melhor. Só quero ver você encontrar registros mais satisfatórios do que estes da velha Melódia (parece que é assim que se diz). Ah, a música de Tchai… sim, é magnífica.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Concerto para Violino / Variações sobre um Tema Rococó (Oistrakh, Kondrashin / Rostropovich, Rozhdestvensky)

Violin Concerto In D Major Op. 35
1 Allegro Moderato 19:19
2 Canzonetta (Andante) 6:46
3 Finale (Allegro Vivacissimo) 9:49

Variations On A Rococo Theme Op. 33
4 Variations On A Rococo Theme For Cello And Orchestra Op. 33 18:47

Cello – Mstislav Rostropovich (tracks: 4)
Conductor – Gennadi Rozhdestvensky (tracks: 4), Kiril Kondrashin (tracks: 1, 2, 3)
Orchestra – Leningrad Philharmonic Orchestra (tracks: 4), USSR State Symphony Orchestra* (tracks: 1, 2, 3)
Violin – David Oistrach (tracks: 1, 2, 3)
Recorded in 1957, restored in 1971 (1,2,3) and 1963 (4)

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Da esquerda para a direita: Rostrô, Oistrakh e mais dois caras aí…

PQP

JS Bach (1685 – 1750): A Arte da Fuga – Berliner Bach Akademie & Heribert Breuer ֎

JS Bach (1685 – 1750): A Arte da Fuga – Berliner Bach Akademie & Heribert Breuer ֎

BACH

A Arte da Fuga

Berliner Bach Akademie

Heribert Breuer

 

Lorenz Christoph Mizler foi, entre muitas coisas, médico, matemático e compositor. Ele estudou teologia em Leipzig nos primeiros anos da década de 1730 e também composição musical. De alguma forma acabou associando-se a Johann Sebastian Bach a quem chamava de bom amigo. Mizler posteriormente mudou-se para a Polônia e fixou-se em Varsóvia onde praticou medicina. Ele tinha grande interesse em teoria musical e fundou a Sociedade Correspondente de Ciências Musicais. Os sócios contribuíam enviando trabalhos musicais teóricos ou práticos.

Vários compositores conhecidos faziam parte da Sociedade. Telemann, Handel, Graun e o padroeiro do blog, que associou-se em 1747, quando contribuiu com as Variações Canônicas sobre ‘Vom Himmel hoch’. No ano seguinte enviou a Oferenda Musical e para 1749 planejava enviar a Arte da Fuga.

Não é surpresa então que essa obra soe um pouco acadêmica e se você conhece Bach como o compositor da Ária na Corda Sol ou Jesus, a Alegria dos Homens, vai ficar perplexo. Praticar a audição de A Arte da Fuga é um de meus passatempos favoritos.

Como não há indicação de qual instrumento ou quais instrumentos devem ser usados para se executar a música há muitas diferentes abordagens, inclusive a especulação de que a obra havia sido feita para ser ouvida na mente, um verdadeiro exercício intelectual. É claro que isso deixaria de fora toda a plebe ignara que não lê notação musical. De qualquer forma, com a abundância de gravações ninguém precisa privar-se de ter contato com essa criação genial de Bach. As mais abundantes são aquelas nas quais se usa um instrumento de tecla como um cravo, um piano ou um órgão ou aquelas nas quais se usa um quarteto de cordas. Outras combinações musicais mais exotéricas também podem ser usadas, tais como conjunto de sopros (metais ou madeiras), marimbas ou um conjunto de acordeão com viola da gamba e violino.

Eu gosto muito da gravação da postagem na qual reina a criatividade de Heribert Breuer, um organista, regente, compositor e arranjador alemão. Ele estudou em Heidelberg, Berlim e Colônia com Helmuth Rilling e outros professores.

No libreto ele conta como pensou muito no tipo de formação que usaria para orquestrar a Arte da Fuga: minha orquestração usaria quatro quartetos e um instrumento solo com teclado.

Meu conceito era do espectro tonal mais transparente possível, cujas cores deveriam formar um contrapeso à polifonia sempre presente da obra.

O primeiro contraponto é interpretado pelo clássico quarteto de cordas. Os ritmos marcantes do segundo contraponto exigem uma instrumentação que deixe clara sua relação com as raízes do ‘cool jazz’. Dois pianos, vibrafone e contrabaixo representam a ‘música contemporânea’. No terceiro contraponto temos mais contrastes: sua expressividade cromática e desenvolvimento dinâmico explícito exigem recursos românticos, representados aqui por um quarteto de sopros – oboé, clarinete, trompa e fagote. O quarto contraponto, com o qual termina a primeira parte, sugere um mundo pré-bachiano, no qual o cromatismo e os ritmos pulsantes são evitados. Este estilo Música Antiga é representado por duas flautas doces e duas violas da gamba. Os cânones são interpretados por cravo ou órgão (apenas órgão, no disco).

Deixo aqui parte de uma crítica, entre as mais amenas que encontrei, que ajuda a descrever o que segue:

What then follows is too complicated to describe here but is a combination of all instrumental premutations as the counterpoint becomes more complex. Breuer took 25 years to do it, so one can imagine the complexity of the result. It does make for satisfying listening and serves to remind us just how amazing the Art of Fugue is.  [O que se segue é muito complicado de descrever aqui, mas é uma combinação de todas as mutações instrumentais anteriores à medida que o contraponto se torna mais complexo. Breuer levou 25 anos para fazê-lo, então pode-se imaginar a complexidade do resultado. Ele faz uma audição satisfatória e serve para nos lembrar o quão incrível é a Arte da Fuga].

No livreto Heribert termina dizendo que gostaria que seu arranjo pudesse removesse dessa obra uma carga de abstração que tão comumente lhe é atribuída e que ajude a mostrar para os ouvintes a atemporalidade que reside bem no âmago da peça. Eu gostei do disco, a despeito das críticas e aguardo o vosso veredito: valeu o download?

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

The Art of Fugue

  1. Contrapunctus 1
  2. Contrapunctus 2
  3. Contrapunctus 3
  4. Contrapunctus 4
  5. Canon 1
  6. Contrapunctus 5
  7. Contrapunctus 6
  8. Contrapunctus 7
  9. Canon 2 [3]
  10. Contrapunctus 8
  11. Contrapunctus 9
  12. Contrapunctus 10
  13. Contrapunctus 11
  14. Canon 3 [2]
  15. Contrapunctus 12a
  16. Contrapunctus 12b
  17. Contrapunctus 13a
  18. Contrapunctus 13b
  19. Canon 4
  20. Contrapunctus 14

Berliner Bach Akademie

Heribert Breuer

Tempo Total: 70:49
Ano do lançamento: 2000

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MP3 | 320 KBPS | 219 MB

The orchestra is made up of members of the major Berlin orchestras, its personnel varying with the program. For the Art of Fugue project, the Leipzig String Quartet, piano duettists Aglaia Bätzner and Cristina Marton, and vibraphone player Edgar Guggeis joined as guests.

Nomes dos específicos músicos estão em um documento na pasta do download.

Certainly the Musica Contemporanea group, with its jaunty, bounce-along approach, sounds out of place.  [Uma crítica não muito favorável ao disco…]

Uma pena, eu gostei bastante do quarteto contemporâneo. Ouça lá no Contraponto 14, pouco depois do terceiro minuto, como eles dão o ar da graça…

Aproveite!

René Denon

C.P.E. Bach (1714-1788): Música de Câmara com Flauta Transversa (Helianthus Ensemble)

C.P.E. Bach (1714-1788): Música de Câmara com Flauta Transversa (Helianthus Ensemble)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um grande CD! O repertório é excelente e a interpretação não lhe fica abaixo. Eu sou uma natureza fiel, então fico com pena de dizer que esta interpretação é melhor do que aquela que me apresentou a este repertório de Quartetos de CPE. Afinal, quem me apresentou foi um de meus ídolos: Christopher Hogwood, que tocou estas peças fazendo sua parte ao piano forte. Só que… sim, esta interpretação é superior.

Durante os últimos anos da sua vida, CPE, à semelhança do pai, não se interessou por seguir a moda ou o mercado, tendo como principal objetivo deixar à posteridade uma herança musical significativa. Numa carta escrita em 1787, ele declarou que havia concluído seu “trabalho para o público e agora desejava abandonar a pena”, até porque o desejo de ver publicadas certas obras que “lhe trariam honra após sua morte” havia sido satisfeito pela a publicação em 1786 do Zwey Litaneien Wq204 e em 1787 da cantata Die Auferstehung und Himmelfahrt Jesu Wq240. Os três quartetos deste disco, escritos depois, em 1788, último ano da sua vida e aparentemente sem encomenda, podem assim ser considerados as pérolas da produção de câmara do compositor, e um dos melhores frutos de um período de criatividade em que foi capaz expressar precisamente o que ele queria sem restrições. A escolha dos instrumentos é particularmente interessante – aliás, praticamente única como gênero e altamente original em termos de timbre. Estes belos quartetos são a manifestação mais pura e individual do seu gênio criativo.

C.P.E. Bach (1714-1788): Música de Câmara com Flauta Transversa (Helianthus Ensemble)

Quartet In A Minor Wq93 (H537) (1788) For Obbligato Harpsichord, Transverse Flute & Viola
1 I. Andantino 5:35
2 II. Largo E Sostenuto 3:31
3 III. Allegro Assai 4:38

Quartet In D Wq94 (H538) (1788) For Obbligato Harpsichord, Transverse Flute & Viola
4 I. Allegretto 4:44
5 II. Adagio (Sehr Langsam Und Ausgehalten) 3:18
6 III. Allegro Di Molto 5:08

Duet In E Minor Wq140 (H598) For Transverse Flute & Violin (Edited By The Author In Musikalisches Vielerley, Hamburg 1770)
7 I. Andante 1:50
8 II. Allegro 3:46
9 III. Allegretto 2:41

Quartet In G Wq95 (H539) (1788) For Obbligato Harpsichord, Transverse Flute & Viola
10 I. Allegretto 4:37
11 II. Adagio 2:47
12 III. Presto 5:28

Trio Sonata In A Wq146 (H570/H542) (1731-47) For Transverse Flute, Violin, Cello & Harpsichord
13 I. Allegretto 7:33
14 II. Andante 2:48
15 III. Vivace 4:40

Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
Ensemble – Helianthus Ensemble
Flute – Laura Pontecorvo

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Laurinha Pontecorvo sorri para você dentro da Sala Côncava “Quasi una chiesa” da PQP Bach Corp. de Brescia.

PQP

Michael Praetorius (1571-1621): Dances from Terpsichore (1612) (Parley / Holman)

Michael Praetorius (1571-1621): Dances from Terpsichore (1612) (Parley / Holman)

Michael Praetorius (provavelmente 15 de fevereiro de 1571 – 15 de fevereiro de 1621) foi um compositor alemão, organista e ensaísta musical. Foi um dos mais versáteis compositores de sua época, sendo particularmente importante no desenvolvimento de formas musicais baseadas nos hinos protestantes.

Ao nascer, foi registrado como Michael Schultze, o caçula de um pastor luterano, em Creuzburg, na Alemanha. Após freqüentar a escola em Torgau e Zerbst, estudou divindade na Universidade de Frankfurt. Praetorius serviu como organista na Marienkirche em Frankfurt antes de trabalhar na corte em Wolfenbütte como organista e (desde 1604) como mestre-de-capela. De 1613 a 1616, trabalhou na corte da Saxônia, em Dresden, onde teve contato com a música italiana mais atual, inclusive as obras policorais da Escola Veneziana. Seu desenvolvimento subseqüente da forma do “concerto coral”, especialmente a variedade policoral, resultou diretamente de sua familiaridade com a música de venezianos como Giovanni Gabrieli. Michael Praetorius foi sepultado numa cripta sob o órgão da Igreja de Santa Maria em Wolfenbütten, Alemanha.

Seu nome de família aparece de formas variadas, tais como Schultze, Schulte, Schultheiss, Schulz and Schulteis. Praetorius é a forma latinizada do nome de família.

Praetorius foi um compositor tremendamente prolífero, tendo suas obras mostrado influência dos contemporâneos Samuel Scheidt and Heinrich Schütz, bem como dos italianos. Suas obras incluem a Musae sioniae (1605-10), de 9 volumes, uma coleção de cerca de 1000 corais e arranjos de canções; muitas outras obras para a igreja luterana; e Terpsichore (1612), um compêndio de cerca de 300 danças instrumentais, que é sua obra mais conhecida, bem como a única obra secular sobrevivente. Seu tratado de 3 volumes Syntagma Musicum I e o Syntagma Musicum de Organographia II (1614-20) são textos detalhados de práticas musicais contemporâneas e instrumentos musicais, e são documentos importantes para a musicologia, organologia e o estudo de performances de época.

(Fonte: Wikipedia, com alterações)

Este é um excelente CD, mas, tal como os comentaristas da Amazon, senti enorme falta das trompas, etc. Sobram violinos em obras que não são apenas para eles. Mesmo assim, trata-se de um CD de indiscutível qualidade. Sim, eu sei que o grupo de Peter Holman é de cordas, mas isso não muda muita coisa, certo?

Michael Praetorius (1571-1621): Dances from Terpsichore (1612)

1. Passameze, for 5 part instrumental ensemble (283)
2. Gaillarde, for 5 part instrumental ensemble (284)
3. Gaillarde, for 5 part instrumental ensemble (285)
4. Bransles, for 5 part instrumental ensemble (1)
5. Est ce Mars, for 4 lutes
6. Courante de Mars, for 4 lutes
7. Ballet, for four lutes
8. Ballet, for four lutes
9. Un jour de la semaine, for 4 lutes
10. Allons aux noces, for 4 lutes
11. Gaillarde, for 4 lutes
12. Pavane de Spaigne, for 4 part instrumental ensemble (Terpsichore, 30)
13. Spagnoletta (Terpischore, 27)
14. La Sarabande, for ensemble (Terpischore, 34)
15. La Canarie (Terpischore, 31)
16. Branse Simple, for 5 part instrumental ensemble (4)
17. Ballet, for 4 part instrumental ensemble (268)
18. Ballet du Roy pour sonner apres (Terpischore, 269)
19. Ballo del Gran Duca (from Novus Partus)
20. Une jeune fillette (from Novus partus)
21. Bransles de Villages
22. Bransles de Villages, for 5 part instrumental ensemble (Terpsichore, 14)
23. Courante (Wilson’s Wild), for violin, 2 violas, bass violin & 4 lutes (Terpsichore, 151)
24. Courante (Light of Love), for violin, 2 violas, bass violin & lutes (Terpsichore, 152)
25. Courante (Grimstock), for violin, 2 violas, bass violin & 4 lutes (Terpsichore, 154)
26. Mrs Winters Jump, fo lute, P 55
27. Packington’s Pound, courante
28. I Care Not for These Ladies for voice, lute & bass viol
29. Ballet des Baccanales (278)
30. Terpsichore Dances: Ballet des Feus (279) / Ballet des Matelotz (280) / Ballet des Coqs (254)
31. Courante (Battaglia), for 4 and 5-part violin band, 4 lutes, 4 guitars & drum (283)

The Parley of Instruments
Renaissance Violin Band
Peter Holman

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This is the man
This is the man

PQP

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sinfonias Nº 1 e 5 / Tenente Kijé / Marcha de “O Amor por Três Laranjas” (Gunzenhauser / Mogrelia)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sinfonias Nº 1 e 5 / Tenente Kijé / Marcha de “O Amor por Três Laranjas” (Gunzenhauser / Mogrelia)

Ora, ora, ora, uma repostagem? Não, meus caros amigos nada disso. A versão do Celibidache era a versão do Celibidache: lenta, tão lenta que não coube mais nada no CD. Aqui temos uma concepção diferente das Sinfonias Nº 1 e 5, bem dentro do habitual. Se ganhamos uma gravação boa, super-melodiosa e dentro dos padrões, perdemos algo da monumentalidade do Celi. E ganhamos uma versão completa do divertido “Tenente Kijé” e ainda a Marcha do “Amor por Três Laranjas”. Apesar da seriedade da Sinfonia Nº 5 parecer estranha ao resto do repertório, trata-se de um belo CD. A orquestra eslovaca que interpreta as obras mantém intacta a reputação do país de contar com conjuntos extraordinários.

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sinfonias Nº 1 e 5 / Tenente Kijé / Marcha de “O Amor por Três Laranjas” (Gunzenhauser / Mogrelia)

1. Symphony No. 1 in D major, Op. 25, “Classical”: I. Allegro 4:16
2. Symphony No. 1 in D major, Op. 25, “Classical”: II. Larghetto 4:03
3. Symphony No. 1 in D major, Op. 25, “Classical”: III. Non troppo allegro 1:27
4. Symphony No. 1 in D major, Op. 25, “Classical”: IV. Molto vivace 4:21
Slovak Philharmonic Orchestra
Gunzenhauser, Stephen, Conductor

5. Symphony No. 5 in B flat major, Op. 100: I. Andante 14:08
6. Symphony No. 5 in B flat major, Op. 100: II. Allegro marcato 9:00
7. Symphony No. 5 in B flat major, Op. 100: III. Adagio 13:33
8. Symphony No. 5 in B flat major, Op. 100: IV. Allegro giocoso 10:41
Slovak Philharmonic Orchestra
Gunzenhauser, Stephen, Conductor

9. Lieutenant Kije, Op. 60: I. The Birth of Kije 4:10
10. Lieutenant Kije, Op. 60: II. Romance 4:48
11. Lieutenant Kije, Op. 60: III. Kije’s Wedding 2:57
12. Lieutenant Kije, Op. 60: IV. Troika 3:04
Slovak State Philharmonic Orchestra, Kosice
Mogrelia, Andrew, Conductor

13. The Love for Three Oranges Suite, Op. 33bis: No. 3: March
Slovak State Philharmonic Orchestra, Kosice
Mogrelia, Andrew, Conductor

Total Playing Time: 01:18:03

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Nada mais russo

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Bach Goldberg Variations Reimagined (Podger, Kelly, Brecon Baroque)

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Bach Goldberg Variations Reimagined (Podger, Kelly, Brecon Baroque)

Não creio que haja necessidade de se falar mais nada sobre as Variações Goldberg, meus colegas já gastaram muita tinta de caneta para comentar essa obra tão peculiar, e ao mesmo tempo, tão importante para o desenvolvimento da música ocidental como a conhecemos hoje. A partir de um tema, uma belíssima ‘Aria’ Bach escreve 32 variações sobre esse tema. Coisa de gênio mesmo. Composta originalmente para teclado, no correr dos séculos já vimos várias gravações com os mais diversos instrumentos, desde quarteto de saxofones, passando por versões para dois pianos, quarteto de cordas, etc.

Hoje trago para os senhores o fenômeno chamado Rachel Podger nos brindando com uma ‘releitura”, ou como diz o próprio título do CD, as “Variações Goldberg Reimaginadas”. O responsável por esta releitura e adaptação tão ousada é o cravista e maestro Chad Kelly.

Para não me estender muito no texto sugiro a leitura do interessante texto do mesmo presente no livreto em anexo ao arquivo. Ali, Kelly explicar sua forma de trabalho para realizar tal empreitada. Porque, vamos combinar, tem se de ter uma certa dose de coragem para encarar um petardo no nível das Goldberg e ‘traduzi-la’ para o nosso século, transcrevendo-a para instrumentos de sopro e de cordas, e ao mesmo  tempo respeitando e obedecendo as normas e regras das interpretações historicamente informadas.

Rachel Podger e seu conjunto Brecon Baroque novamente nos brindam com uma interpretação impecável, como não poderia deixar de ser em se tratando desses músicos, inclusive nos fazendo esquecer do ‘exotismo’ do projeto. O que ouvimos são as Goldberg sim, mas com outra roupagem.

Esta é a minha última postagem do ano de 2023, e preciso pedir desculpas para os senhores por ter postado tão pouco neste ano, felizmente com a chegada de outros membros ao grupo do PQP Bach minha ausência nem foi tão sentida assim. A vida da gente é um nada no mundo, porém os diversos fatores que afetam nosso dia a dia acabam se refletindo naquilo que não entendemos tão importante, vindo portanto a deixa-los de lado. O que é uma pena, pois entendo o PQP Bach como uma terapia.

Queria também pedir desculpas aos colegas do blog, pedi o espaço do dia 25 de dezembro para postar um Oratório de Telemann, porém não achei a obra tão relevante quanto esta empreitada de Miss Podger e sua turma. Então por favor, entendam esta postagem como um presente de Natal, inclusive estou disponibilizando os arquivos em FLAC para os mais puristas e em MP3 para aqueles que não se importam com a qualidade do áudio, querem apenas degustar a obra.

Um Feliz Natal para todos, e um ano de 2024 pleno de alegrias e realizações.

Johann Sebastian Bach (1685-1750): Bach Goldberg Variations Reimagined (Podger, Kelly, Brecon Baroque)

1 ARIA
2 VARIATION 1
3 VARIATION 2 / VARIATION 3 CANONE ALL’UNISONO / VARIATION 4 / VARIATION 5
4 VARIATION 6 CANONE ALLA SECONDA / VARIATION 7 AL TEMPO DI GIGA / VARIATION 8
5 VARIATION 9 CANONE ALLA TERZA / VARIATION 10 FUGHETTA
6 VARIATION 11 / VARIATION 12 CANONE ALLA QUARTA
7 VARIATION 13
8 VARIATION 14
9 VARIATION 15 CANONE ALLA QUINTA IN MOTO CONTRARIO, ANDANTE
10 VARIATION 16 OUVERTURE / VARIATION 17
11 VARIATION 18 CANONE ALLA SESTA
12 VARIATION 19
13 VARIATION 20
14 VARIATION 21 CANONE ALLA SETTIMA / VARIATION 22 ALLA BREVE
15 VARIATION 23 / VARIATION 24 CANONE ALL’OTTAVA
16 VARIATION 25 ADAGIO / VARIATION 26
17 VARIATION 27 CANONE ALLA NONA / VARIATION 28
18 VARIATION 29 / VARIATION 30 QUODLIBET / ARIA DA CAPO

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Rachel Podger posando para a foto na sede do PQPBach Inc. em Quixeramobim.

FDP

Handel (1685 – 1759): Messias (Highlights) & Bach (1685 – 1750): Oratório de Natal (Highlights) – solistas, coros, RSO Stuttgart & Sir Neville Marriner / ASMF & Sir Philip Ledge ֍

Handel (1685 – 1759): Messias (Highlights) & Bach (1685 – 1750): Oratório de Natal (Highlights) – solistas, coros, RSO Stuttgart & Sir Neville Marriner / ASMF & Sir Philip Ledge ֍

Handel: Messias & Bach: Oratório de Natal

Natal Barroco

 

Impossível evitar, o espírito de Natal está no ar. Meu vizinho colocou em sua casa tantas luzes com motivos natalinos que até a NASA já detectou o nosso bairro em seu mapa mundi de luminosidade. Fora isso, com as economias devidamente empregadas em bacalhau, a ceia deverá ser farta.  

De qualquer forma, Natal remete à família e eu penso um pouco na minha. O ano teve, como deve ter acontecido na sua, altos e baixos. Impossível ser diferente, está nos genes.

Aqui comemoramos o primeiro ano de aniversário de minha neta mais nova, que está em ótimo desenvolvimento, assim como sua irmãzinha, um ano mais velha. Essa já conta até 10, reconhece e nomeia todas as cores. Ela repete tudo o que ouve, haja cuidado com o que se diga perto dela.  

Uma querida cunhada está se despedindo da vida, uma nota de tristeza. Mas que vida cheia de amor e dedicação que tem sido essa. Força pedimos, confiança temos.  

Assim vamos exercitando ao máximo a prática de esticar o tempo para conseguir fazer tudo o que planejamos, como o catártico escrever desta postagem.  

Enfim, o que queremos para a noite de Natal? Eu quero estar rodeado de pessoas queridas, ouvir vozes e risos familiares. Ganhar abraços e beijos. Dar e receber aqueles telefonemas ou ZAP-mensagens que nos aproximam daquelas vozes que por alguma razão não podem estar ao pé de nós. Mas que no ano que vem, quem sabe?  

Para a postagem, escolhi um álbum tipicamente produzido para a ocasião. Metade do disco com números do Messias de Handel, cantado em alemão (pasmem!), mas regido pelo inglês Sir Neville Marriner. A outra metade tem números do Oratório de Natal do imenso João Sebastião Ribeiro, padroeiro do blog. Aqui, forças mistas, anglo-germânicas. São vozes conhecidas para os que já ouvem música há algum tempo e precisam ser ouvidas pelos que ainda estão se aventurando nessas águas. Tudo muito lindo.

Aleluia! 

 

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Messiah – Der Messias HWV 56 (Highlights)

(sung in German)

  1. 2 Tröste dich, mein Volk … & Nr.3 Alle Tale macht hoch erhaben (Accompagnato & tenor arie)
  2. 4 Denn die Herrlichkeit Gottes (Chorus)
  3. 8 O du, der Wonne verkündet in Zion (Contralto aria)
  4. 11 Denn es ist uns ein Kind geboren (Chorus)
  5. 12 Pifa
  6. 14 Und alsbald war da bei dem Engel (Accompagnato sopran)
  7. 15 Ehre sei Gott in der Höhe (Chorus)
  8. 36 Warum denn rasen und toben die Heiden im Zorne (Bass aria)
  9. 39 Hallelujah! (Chorus)
  10. 40 Ich weiß, daß mein Erlöser lebet (Soprano aria)
  11. 47 Würdig ist das Lamm, das da starb (Chorus)

Lucia Popp (soprano)

Brigitte Fassbaender (contralto)

Robert Gambill (tenor)

Robert Holl (bass)

Südfunkchor  (Klaus Martin Ziegler)

Radio-Sinfonieorchester Stuttgart des SWR

Sir Neville Marriner

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Christmas Oratorio, BWV 248 (Highlights)

  1. 1 Jauchzet, frohlocket, auf, preiset die Tage (Chorus)
  2. 4 Bereite dich, Zion (Contralto aria)
  3. 5 Wie soll ich dich empfangen (Chorus)
  4. 8 Grosser Herr und starker König (Bass aria)
  5. 24 Herrscher des Himmels (Chorus da capo)
  6. 43 Ehre sei dir, Gott, gesungen (Chorus)
  7. 64 Nun seid ihr wohl gerochen (Bass aria)

Dame Janet Baker (mezzo-soprano)

Dietrich Fischer-Dieskau (bass-baritone)

Choir of King’s College Cambridge,

Academy of St Martin in the Fields

Philip Ledger

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MP3 | 320 KBPS | 202 MB

Que tudo corra bem na sua Noite de Natal!

Com carinho, do René Denon

.: interlúdio :. Vince Guaraldi Trio – A Charlie Brown Christmas

.: interlúdio :. Vince Guaraldi Trio – A Charlie Brown Christmas

Talvez em cima da hora – talvez algum leitor presenteado com um iPhone testando a conexão com seu blog favorito -, mas também lembrando de quem festeja com um almoço no dia 25, corro pra deixar aqui um dos mais populares discos de jazz de todos os tempos, The Charlie Brown Christmas. Falava em discos comerciais no post anterior? E o que dizer desse, que foi gravado sob encomenda para o especial da CBS, em 1965? Tanto que é uma das trilhas de tevê, e um dos álbuns temáticos de natal, mais vendidos de todos os tempos. Função à parte, o revezamento de trios que Vince Guaraldi propõe é excelente e funciona com perfeição, podendo inclusive ser servido à mesa.

Vince Guaraldi Trio – A Charlie Brown Christmas (192)
Vince Guaraldi: piano, arrangement
Fred Marshall/Monty Budwig: double bass
Jerry Granelli/Colin Bailey: drums

download – 57MB

01 O Tannenbaum – 5’08
02 What Child Is This? – 2’25
03 My Little Drum – 3’12
04 Linus and Lucy – 3’06
05 Christmas Time Is Here [Instrumental] – 6’05
06 Christmas Time Is Here [Vocal Version] – 2’47
07 Skating – 2’27
08 Hark! The Herald Angels Sing – 1’55
09 Christmas Is Coming – 3’25
10 Für Elise – 1’06
11 The Christmas Song – 3’17
12 Greensleeves – 5’26

Boa audição, e bom natal!

BlueDog

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal, BWV 248 (Failoni / Oberfrank)

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal, BWV 248 (Failoni / Oberfrank)

Sou um traidor. Avisei para o grupo do PQP Bach que não publicaria nada relativo ao Natal, só que a caixinha deste álbum triplo cruzou na minha frente e eu me perguntei: por que não, né? É uma boa gravação, mas que não se compara com esta aqui nem com outras postadas no passado e que estão com os links quebrados (como a de Herreweghe). Ou como a desta sensacional versão de Harnoncourt que está com os links válidos.

Então é Natal. O Natal do pior ano de minha vida, mas a gente sempre pensa que vai melhorar. E vai.

Tchau, 2023. Nunca mais retorne!

Solitários,
decidimos que o formigueiro,
pisoteado e destruído,

seja reconstruído.
Por cada um de nós,
solitariamente.

J. S. Bach (1685-1750): Oratório de Natal, BWV 248 (Failoni / Oberfrank)

Christmas Oratorio, BWV 248,

Disc 1
Part I: Jauchzet, frohlocket, auf, preiset die Tage
1 Jauchzet, frohlocket, auf, preiset die Tage! (Chorus) 07:13
2 Recitative: Es begab sich aber, zu der Zeit (Evangelist) 01:18
3 Recitative: Nun wird der Held aus Davids Stamm (Alto) 00:46
4 Aria: Bereite dich, Zion (Alto) 05:15
5 Chorale: Wie soll ich dich empfangen (Chorus) 01:16
6 Recitative: Und sie gebar ihren ersten Sohn (Evangelist) 00:22
7 Chorale and Recitative: Er ist auf Erden kommen arm (Soprano, Bass) 02:45
8 Aria: Grosser Herr und starker Konig (Bass) 04:51
9 Chorale: Ach, mein herzliebes Jesulein! (Chorus) 01:04

Christmas Oratorio, BWV 248, Part II: Und es waren Hirten in derselben Gegend
10 Sinfonia 05:54
11 Recitative: Und es waren Hirten in derselben Gegend (Evangelist) 00:41
12 Chorale: Brich an, du schönes Morgenlicht (Chorus) 01:16
13 Recitative: Und der Engel sprach zu ihnen (Evangelist, Angel) 00:43
14 Recitative: Was Gott dem Abraham verheissen (Bass) 00:40
15 Aria: Frohe Hirten, eilt, ach eilet (Tenor) 04:09
16 Recitative: Und das habt zum Zeichen (Evangelist) 00:22
17 Chorale: Schaut hin! dort liegt im finstern Stall (Chorus) 00:46
18 Recitative: So geht denn hin! ihr Hirten geht (Bass) 00:49
19 Aria: Schlafe, mein Liebster, geniesse der Ruh (Alto) 09:22
20 Recitative: Und alsobald war da bei dem Engel… (Evangelist) 00:15
21 Ehre sei Gott in der Hohe (Chorus) 02:31
22 Recitative: So recht; ihr Engel, jauchzt und singet (Bass) 00:24
23 Chorale: Wir singen dir in deinem Heer (Chorus) 01:19

Disc 2
Christmas Oratorio, BWV 248, Part III: Herrscher der Himmels, erhore das Lallen
1 Herrscher des Himmels, erhore das Lallen (Chorus) 02:00
2 Recitative: Und da die Engel von ihnen gen Himmel führen (Evangelist) 00:11
3 Lasset uns nun gehen gen Bethlehem… (Chorus) 00:45
4 Recitative: Er hat sein Volk getrost’ (Bass) 00:41
5 Chorale: Dies hat er alles uns getan (Chorus) 01:00
6 Aria (Duet): Herr, dein Mitleid, dein Erbarmen (Soprano, Bass) 08:26
7 Recitative: Und sie kamen eilend (Evangelist) 01:12
8 Aria: Schliesse, mein Herze, dies selige Wunder (Alto) 04:51
9 Recitative: Ja, ja! mein Herz soll es bewahren (Alto) 00:21
10 Chorale: Ich will dich mit Fleiss bewahren (Chorus) 01:05
11 Recitative: Und die Hirten kehrten wieder um (Evangelist) 00:24
12 Chorale: Seid froh dieweil (Chorus) 00:57
13 Herrscher des Himmels, erhore das Lallen (Chorus) 02:12

Christmas Oratorio, BWV 248, Part IV: Fallt mit Danken, fallt mit Loben
14 Fallt mit Danken, fallt mit Loben (Chorus) 05:05
15 Recitative: Und da acht Tage um waren (Evangelist) 00:37
16 Recitative and Chorale: Immanuel, o susses Wort! (Bass, Soprano) 02:22
17 Aria: Flosst mein Heiland, flosst dein Namen… (Soprano) 06:15
18 Recitative: Wohlan! dein Name soll allein… (Bass and Soprano) 01:26
19 Aria: Ich will nur dir zu Ehren leben (Tenor) 05:12
20 Chorale: Jesus richte mein Beginnen (Chorus) 01:35

Disc 3
Christmas Oratorio, BWV 248, Part V: Ehre sei dir, Gott, gesungen
1 Part 5. Am Sonntag nach Neujahr: Coro 06:35
2 Recitative: Da Jesus geboren war zu Bethlehem… (Evangelist) 00:26
3 Chor und Recitative: Wo ist der neugeborne Konig der Juden? (Alto) 01:46
4 Chorale: Dein Glanz all Finsternis verzehrt (Chorus) 01:08
5 Aria: Erleucht auch meine finstre Sinnen (Bass) 04:08
6 Recitative: Da das der Konig Herodes horte (Evangelist) 00:15
7 Recitative: Warum wollt ihr erschrecken? (Alto) 00:32
8 Recitative: Und liess versammeln alle Hohenpriester (Evangelist) 01:13
9 Aria (Terzetto): Ach, wenn wird die Zeit erscheinen? (Soprano, Alto, Tenor) 05:57
10 Recitative: Mein Liebster herrschet schon (Alto) 00:23
11 Chorale: Zwar ist solche Herzensstube (Chorus) 01:27

Christmas Oratorio, BWV 248, Part VI: Herr, wenn die stolzen Feinde schnauben
12 Herr, wenn die stolzen Feinde schnauben (Chorus) 04:51
13 Recitative: Da berief Herodes die Weisen heimlich (Evangelist, Herodes) 00:43
14 Recitative: Du Falscher, suche nur den Herrn zu fallen (Soprano) 00:47
15 Aria: Nur ein Wink von seinen Handen (Soprano) 04:32
16 Recitative: Als sie nun den Konig gehoret hatten (Evangelist) 01:05
17 Chorale: Ich steh an deiner Krippen hier (Chorus) 01:16
18 Recitative: Und Gott befahl ihnen im Traum (Evangelist) 00:21
19 Recitative: So geht! Genug, mein Schatz geht nicht von hier (Tenor) 01:49
20 Aria: Nun mogt ihr stolzen Feinde schrecken (Tenor) 04:25
21 Recitative: Was will der Hollen Schrecken nun (Soprano, Alto, Tenor, Bass) 00:31
22 Chorale: Nun seid ihr wohl gerochen (Chorus) 03:21

Total Playing Time: 02:28:09

Lyricist(s): Franck, Johann; Gerhardt, Paul; Henrici, Christian Friedrich; Luther, Martin; Rist, Johann; Runge, Christoph; Weissel, Georg; Werner, Georg
Conductor(s): Oberfrank, Géza
Orchestra(s): Budapest Failoni Chamber Orchestra
Choir(s): Hungarian Radio Choir
Artist(s): Kertesi, Ingrid; Mukk, Jozsef; Nemeth, Judit; Tóth, Janos

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Adoração dos Magos por Albrecht Dürer (1504)

PQP

.: interlúdio :. Sissoko Segal Parisien Perani: Les Égarés – 2023

.: interlúdio :. Sissoko Segal Parisien Perani: Les Égarés – 2023

Poucos sabem que em 1997 a Terra sofreu devido à sua superpopulação. O Professor John Robinson, sua esposa Maureen, seus filhos Judy, Penny e Will, além do Major Don West, foram selecionados para viajar pelo espaço até um planeta do sistema Alpha Centauri, a fim de estabelecer uma colônia, para que outras pessoas pudessem viver por lá.  A viagem foi realizada na espaçonave batizada como Júpiter 2. No entanto, o doutor Zachary Smith, agente de um governo inimigo (possivelmente a mando de algum filho da Putin) foi enviado para sabotar a missão. Ele foi bem-sucedido em reprogramar o robô B9 para destruir os equipamentos da nave oito horas após a decolagem, mas no processo se atrasou e ficou preso na espaçonave, que decolou com ele a bordo. Ao tentar desativar o robô, este se religou sozinho. Sem saber do perigo que criou para todos, o doutor Zachary Smith decidiu acordar a família Robinson, que estava em tubos de hibernação. Quando menos se esperava, o robô B9 iniciou a sua programação e destruiu o sistema de navegação, rádio e vários aparelhos importantes, antes de ser desativado. Com a espaçonave em sérias avarias e já muito distante da rota programada, todos a bordo tornaram-se ‘perdidos no espaço’ e lutam até hoje para encontrar o caminho de volta pra casa.

Creio que a maioria dos frequentadores do PQP Bach sabem do que estou falando, pois que, presumo, já navegam na constelação dos 50 anos. Alguns, como eu, certamente odiaram o Dr. Smith, um velhote cheio de trejeitos e de duvidosíssimo caráter. Sim a saudosíssima série Perdidos no Espaço. Talvez o primeiro espécime terráqueo pelo qual me apaixonei foi Will Robinson, depois, alguns personagens da Vila Sésamo. Muitos, assim também como eu, quiseram ser Will Robinson, viajar pelo espaço e ter um robô. Infernizei tanto que a minha avó me arranjou um. A tripulação da nave Júpiter 2 era composta por Dom Diego de La Vega, digo, pelo Professor John Robinson (Guy Williams, da série Zorro, outra delícia que assisto até hoje); sua esposa Maureen (June Lockhart); as filhas Judy e Penny (Marta Kristen e Angela Cartwright); pelo filho Will (Billy Mumy); pelo piloto, Major Don West (Mark Goddard) e pelo sacana Zachary Smith (o formidável ator Jonathan Harris), este último, com falas que permanecem indeléveis na memória dos fãs: “Meu jovem, nada tema, com Smith, não há problema”, ou o seu suspirante “Oh, Dor…”, e o seu insulto contra o robô: “uma lata velha enferrujada”. Irwin Allen, que já se enchia de grana até a tampa com Terra de Gigantes, Viagem ao Fundo do Mar e o maravilhoso Túnel do Tempo, foi o criador e produtor executivo da série, que teve três temporadas, sendo a primeira ainda em preto e branco. A trilha sonora da série, com o tema da inesquecível abertura, era de nada mesmo que o grande John Williams – que mais tarde voltaria a compor ‘para as estrelas’. No Brasil a série estreou em dezembro de 1966, mas só em SP. De 1970 a 1978 foi exibida pela Globo para o resto do país. A partir de 1990 foi exibida pela nefasta Record e hoje, dizem, numa tal Rede Brasil. A série não foi encerrada em 1968 devido a baixas de audiência, mas por contenção de despesas devido ao fracasso de outros projetos da produtora, a CBS. Certas coisas não se apagam da memória de infância. A voz dos dubladores, especialmente a voz irritante do Dr. Smith; a aventuras de Will Robinson; o robô, um botijão de gás com luzes natalinas na cabeça, que nos seus melhores momentos lançava raios dos seus ganchos – o que todos adoravam ver. Mais o alerta:”Perigo Will Robinson , perigo!”. Os efeitos sonoros, sobretudo aqueles à base de Teremim, também são inesquecíveis.

Mas porque diabos fui parar nas plagas estelares e nas tropelias do Dr. Smith? Acontece que precisava de um assunto para encher a linguiça dessa postagem e o nome do formidável disco que aqui trago é Les Égarés – Os Perdidos. Antes de tudo um ‘blend’ timbrístico especialíssimo e inusitado, com uma sonoridade que certamente a família Robinson só encontraria em alguma galáxia distante, até o presente momento: Sax Soprano, Violoncelo, Acordeon e Kora – o fantástico e belíssimo cordofone africano.

Na tripulação deste disco fenomenal temos o mais famoso nome do Kora, Ballaké Sissoko; mais Vincent Peirani ao acordeon; Vincent Segal ao celo e Emile Parisien ao saxofone soprano. Destaco, dentre as faixas de grande beleza, o tema Esperanza, de Marc Perrone, uma cúmbia irresistível que faria derreter as calotas polares de Marte. Diante dessa novidade timbrística que decerto irá surpreender e encantar a muitos, sugiro que nos libertemos de comparações e nos deixemos imergir e enlevar por esta beleza. Como se, tripulantes da nave da família Robinson, tenhamos aportado em um planeta sonoro, no qual a música fluísse dos troncos e folhagens de densas e deslumbrantes florestas, em cores sonoras e melodias inteiramente novas para nós. Nautas da música, boa sorte.

Sissoko Segal Parisien Perani: Les Égarés – 2023

1- Ta Nyé
2- Izao
3- Amenhotep
4- Orient Express – Joe Zawinul
5- La Chanson des Égarés
6- Esperanza – Marc Perrone
7- Dou
8- Nomad’s Sky
9- Time Bum
10- Banja

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Les Égarés, por sonorides nunca d’antes navegadas

Wellbach

George Frideric Händel (1685-1759): Un’Alma Innamorata (Francesca Aspromonte, Boris Begelman, Arsenale Sonoro)

Talvez este seja um dos mais belos CDs que postei nestes dezessete anos de PQPBach. A música de Handel é tão poderosa e intensa, mas ao mesmo tempo tão delicada e sutil !!! E quando o repertório são as  Cantatas em italiano, aí a coisa fica melhor ainda.

Assim a magnífica soprano Francesca Aspromonte nos apresenta o CD (em uma livre tradução):

“Un’alma innamorata” é um programa sobre… amor. Apenas mais um recital sobre o amor. Bem, não exatamente.
Desta vez, ninguém está tentando condenar o garotinho que atira flechas. Pobre Cupido… Ele não é nenhum tirano, nenhum deus cruel, nenhum sádico jogando dardos com carne humana. A culpa é nossa!
Através da série de eventos felizes e infelizes da vida, o amor é uma das experiências mais bonitas, mas complicadas que os humanos enfrentam.
E como lidar com isso? Gostamos de responsabilizar o próprio Amor, gostamos de responsabilizar o próprio Amor por nossos sentimentos, cantando árias incrivelmente bonitas, longos lamentos líricos, coloratura desesperada, raivosa… mas ainda argumentando que somos vítimas de um pequeno mestre do mal.
“O amor me fez fazer isso!”
Não. É hora de assumir a responsabilidade, hora de escolher se as paixões e Mágoas vão definir como vivemos nossa vida. Os amantes abandonados, rejeitados ou traídos protagonizando essas cantatas, em
uma formação totalmente Handel, na verdade nos levar ao longo do caminho e através de seus
cantando parece ouvi-los dizer: “Estou apaixonado… e eu tenho que lidar com isso”.

Como não poderia deixar de ser, temos aqui mais um impecável CD do selo Pentatone, em um registro magnífico e tremendamente bem interpretado.

Em anexo ao arquivo segue o booklet com todas as informações necessárias e as letras das canções.

Com certeza leva o selo de IM-PER-DÍ-VEL !!!

1. Handel: Mi palpita il cor, HWV 132c: Aria. Mi palpita il cor – Recitativo. Tormento e gelosia
2. Handel: Mi palpita il cor, HWV 132c: Aria. Ho tanti affani in petto
3. Handel: Mi palpita il cor, HWV 132c: Recitativo. Clori, di te mi lagno
4. Handel: Mi palpita il cor, HWV 132c: Aria. Se un dì m’adora
5. Handel: Violin Sonata in G Minor, HWV 364a: I. Larghetto
6. Handel: Violin Sonata in G Minor, HWV 364a: II. Allegro
7. Handel: Violin Sonata in G Minor, HWV 364a: III. Adagio
8. Handel: Violin Sonata in G Minor, HWV 364a: IV. Allegro
9. Handel: Un’alma innamorata, HWV 173: Recitativo. Un’alma innamorata
10. Handel: Un’alma innamorata, HWV 173: Aria. Quel povero core
11. Handel: Un’alma innamorata, HWV 173: Recitativo. E pur benché egli veda
12. Handel: Un’alma innamorata, HWV 173: Aria. Io godo, rido e spero
13. Handel: Un’alma innamorata, HWV 173: Recitativo. In quanto a me, ritrovo
14. Handel: Un’alma innamorata, HWV 173: Aria. Ben impari come s’ama
15. Handel: Sonata a tre in G Minor, Op. 2 No. 6, HWV 391: I. Andante
16. Handel: Sonata a tre in G Minor, Op. 2 No. 6, HWV 391: II. Allegro
17. Handel: Sonata a tre in G Minor, Op. 2 No. 6, HWV 391: III. Arioso
18. Handel: Sonata a tre in G Minor, Op. 2 No. 6, HWV 391: IV. Allegro
19. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Sonata
20. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Recitativo. Tu fedel, tu costante
21. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Aria. Cento belle ami, Fileno
22. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Recitativo. L’occhio nero vivace
23. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Aria. Se Licori, Filli ed io
24. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Recitativo. Ma, se non hai più d’un sol cuore
25. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Aria. Se non ti piace amarmi
26. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Recitativo. Ma il tuo genio incostante
27. Handel: Tu fedel, tu costante, HWV 171: Aria. Sì, crudel, ti lascierò
28. Handel: S’un dì m’appaga la mia crudele, HWV 223

Francesca Aspromonte – Soprano
Boris Begelman – Violin, Conductor
Arsenale Sonoro

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FDP

Berg / Chausson / Hindemith / Schoenberg: Infinite Voyage (Emerson String Quartet, Hannigan, Chamayou)

Berg / Chausson / Hindemith / Schoenberg: Infinite Voyage (Emerson String Quartet, Hannigan, Chamayou)

Após 47 anos como um dos principais quartetos de cordas do mundo, o Emerson deu seus últimos concertos neste mês de outubro de 2023. Uma pena. Este é seu último disco antes de se separarem e foi corajosamente construído em torno de um dos pilares do repertório do quarteto do século XX, uma obra que nunca tinham gravado antes. O Segundo Quarteto de Schoenberg é notável não apenas por incluir partes para soprano sobre poemas de Stefan George em seus dois movimentos finais, mas também como a peça em que ele deu seus primeiros e hesitantes passos no mundo desconhecido da atonalidade, embora em seus compassos finais a música retorne à segurança…

O Quarteto Op 3 de Alban Berg, concluído em 1910, dois anos depois do Segundo de seu professor Schoenberg, mas não publicado até 10 anos depois, é uma peça que funciona como complemento lógico, e os Emersons oferecem a ambas as obras performances calorosas e brilhantes, mais generosas do que muitas de suas anteriores. Barbara Hannigan é a soprano no Schoenberg, sua elegância precisa em cada frase é perfeitamente adaptada às linhas vocais intensamente expressivas, embora a gravação pareça colocar sua voz um pouco à frente.

Também há espaço no disco para mais algumas lindas raridades, ambas descobertas por Hannigan. Melancholie, de Hindemith, apresenta quatro poemas de Christian Morgenstern para soprano e quarteto. A obra foi composta durante os últimos anos da Primeira Guerra Mundial, quando a música de Hindemith estava muito mais próxima do mundo expressionista da Segunda Escola Vienense do que de seu próprio neoclassicismo posterior. Mas a verdadeira descoberta é Chanson Perpétuelle de Chausson, uma maravilha para soprano, quarteto e piano (Bertrand Chamayou aqui) sobre um poema de amor de Charles Cros, que, embora tenha menos de oito minutos de duração, parece encapsular todo um mundo de tragédia com intensidade operística.

Berg / Chausson / Hindemith / Schoenberg: Infinite Voyage (Emerson String Quartet, Hannigan, Chamayou)

Melancholie, Op. 13
Composed By – Paul Hindemith
1 Die Primeln Blühn Und Grüßen …
2 Nebelweben
3 Dunkler Tropfe
4 Traumwald

String Quartet, Op. 3
Composed By – Alban Berg
5 Langsam
6 Mäßige Viertel

7 Chanson Perpétuelle, Op. 37
Composed By – Ernest Chausson

String Quartet No. 2 In F Sharp Minor, Op. 10
Composed By – Arnold Schoenberg
8 Mäßig
9 Sehr Rasch
10 Litanei (Langsam)
11 Entrückung (Sehr Langsam)

Ensemble – Emerson String Quartet
Piano – Bertrand Chamayou (tracks: 7)
Soprano Vocals – Barbara Hannigan (tracks: 1 to 4, 7, 10, 11)

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O Quarteto de Cordas Emerson com Barbara Hannigan e Bertrand Chamayou (segundo a partir da direita).

PQP

Zbigniew Preisner (1955): Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul)

Zbigniew Preisner (1955): Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul)

O que dizer? Um dos maiores filmes que vi e uma das melhores trilhas sonoras já compostas? Sim, é bom começo, é sincero. É um filme onde Juliette Binoche depara-se com toda a liberdade possível. Ela faz o papel de Julie, mulher de um importante compositor e regente francês que morre num acidente de carro. Com ele, morre também a única filha do casal. É uma liberdade de luto — incômoda, deprimente, indesejável, horrível. Junto a um amigo do casal, ela tenta finalizar uma composição para coro e orquestra que havia sido encomendada ao marido, a Canção pela Unificação da Europa, descobrirá detalhes da vida do marido e seguirá sua vida. Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul), de 1993, é um filme belíssimo e importante do cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, o primeiro da Trilogia das Cores.

Zbigniew Preisner foi digno do filme. Deve ter trabalhado muito com Kieslowski, pois a música adapta-se ao filme — ou o filme a ela — de modo realmente arrepiante. Eu não consigo desgrudar o filme do CD da trilha sonora. A trilha faz parte do filme e gosto demais de ouvi-la para lembrar dele.

Zbigniew Preisner (1955): Trois Couleurs: Bleu (A Liberdade é Azul)

1. Song for the Unification of Europe (Patrice’s version) 5:17
2. Van Den Budenmayer – Funeral music (winds) 2:05
3. Julie – Glimpses of Burial 0:32
4. Reprise – First appearance 0:34
5. The Battle of Carnival and Lent 0:59
6. Reprise – Julie with Olivier 0:51
7. Ellipsis 1 0:23
8. First flute 0:52
9. Julie – in her new apartment
10. Reprise – Julie on the stairs
11. Second flute 1:18
12. Ellipsis 2 0:23
13. Van Den Budenmayer – Funeral music (organ) 1:59
14. Van Den Budenmayer – Funeral music (full orchestra) 1:49
15. The Battle of Carnival and Lent II 0:44
16. Reprise – flute (closing credits version) 2:21
17. Ellipsis 3 0:25
19. Olivier and Julie – Trial composition 2:01
20. Olivier’s theme – finale 1:40
21. Bolero – Trailer for “Red” film 1:11
22. Song for the Unification of Europe (Julie’s version) 6:50
23. Closing credits 2:06
24. Reprise – organ 1:15
25. Bolero – “Red” film

Flute – Jacek Ostaszewski
Music By – Zbigniew Preisner
Piano – Konrad Mastylo*
Recorded By – Sinfonia Varsovia
Soprano Vocals – Elzbieta Towarnicka*
Vocals [Soloist] – Beata Rybotycka

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Uma tremendo filme com Juliette Binoche
Uma tremendo filme com Juliette Binoche

PQP

L’agonie Du Languedoc — Coleção Reflexe (Música medieval de primeira) (Claude Marti)

L’agonie Du Languedoc — Coleção Reflexe (Música medieval de primeira) (Claude Marti)

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Já disse em minha última postagem: ando impossível. Tudo o tenho postado é absurdamente bom. Sim, é casual, pois estou apenas obedecendo a ordem dos CDs em minha pilha (crescente, crescente, sempre crescente). Este CD é tão bom que por anos foi objeto do desejo de mim e de meus amigos, isto desde os anos 70, quando apareceu a sensacional coleção REFLEXE, lançada pela EMI. Quando consegui o disco, fiquei louco de alegria. Baita LP (vinil) que, creio, nunca foi relançado em CD. Confiram a qualidade da coisa.

Languedoc foi uma antiga província da França que hoje integra parte da região Languedoc-Roussillon. No século XII, os habitantes do Languedoc, os Cátaros, foram considerados hereges pela Igreja Católica em razão de sua cultura singular, bem diferente da que a circundava: era uma área independente do Rei da França; nela falava-se o dialeto provençal, não o francês.

L’Agonie du Languedoc

Pèire Cardenal:
1. Tartarassa ni voutor
2. Ben volgra
3. Razos es qu’ieu m’esbaudei

Guilhelm Figueira
4. D’un sirventes far

Tomier et Palazi
5. Si col flacs moins torneja

Pèire Cardenal:
6. L’afar del comte Guió

Pèire Bremon Ricas Novas:
7. Ab marrimen

Bernart Sicart Marjevols:
8. Ab greu cossire

Studio der frühen Musik:
Andrea von Ramm (voice, organetto)
Richard Levitt (voice, percussions)
Sterling Jones (bowed instruments)
Thomas Binkley (plucked instruments)
Claude Marti (chanteur, reader)
Benjamin Bagby (voice)
Harlan Hokin (voice)
Alice Robbins (bowed instruments)
Paul O’Dette (plucked instruments)
Thomas Binkley, dir.

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Imagem do Forte de Carcassonne, na França.
Imagem do Forte de Carcassonne, no Languedoc francês.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Trinta e três Variações sobre uma Valsa de Anton Diabelli, Op. 120 – Mitsuko Uchida #BTVHN253

 

Admito: quase que não demos os parabéns a Ludwig. Ontem mesmo nosso colega René apontou que o aniversário de quem chamou de vice-padroeiro do blog passara em branco, pelo que resolvi antecipar essa postagem que já tinha no prelo, e ainda em tempo de lhe render homenagem. Afinal, presume-se que Beethoven, batizado em 17 de dezembro de 1770, nasceu um dia antes, mas nem ele próprio sabia em que dia sua querida mãe o trouxera ao mundo, de modo que celebrava seu natalício no dia 17 e, alemão que era, provavelmente não apreciasse a ideia de receber parabéns na véspera, esperando com isso agouros ainda piores que os tantos desgostos que teve na vida.

Não foi só para não fazer desfeitas, entretanto, que lhes apresento esta gravação. Faço-o porque desde que foi lançada, há já ano e meio, ela quase só encontrou, entre um e outro resmunguinho, bramidos de aclamação. Não me importaria com eles, claro, e jamais haveria de compartilhá-la, por óbvio, se um desses bramidos não fosse meu – e porque sim, meus caros, essa leitura de Dame Mitsuko para as Variações Diabelli é realmente transcendental.

Admito, também, enquanto ainda surfo a mesma onda sincericida com que abri essa postagem, que esperava algo bem diferente quando me coloquei a ouvi-la pela primeira vez. Talvez mais o fogo e a fúria com que Mitsuko-san atacara, por exemplo, a leviatânica Hammerklavier, que demonstrações da sabedoria amealhada em quase sete décadas a debulhar os caroços do repertório beethoveniano. Estranhei, por exemplo, as diminutas cisuras na apresentação do tema e a acentuação peculiar dos tempos da valsinha (ou, mais apropriadamente, do Ländler) de Diabelli, só para, algumas variações adiante, ouvir essa acentuação fazer todo sentido, ao reaparecer como um dos poucos elementos reconhecíveis do tema, então  transfigurado por completo. Quando dei por mim, uma fabulosa hora já tinha passado e me vi a recomeçar a jornada com Uchida, a reencontrar a valsinha de Diabelli e reconhecer a coerência sobre-humana que a arte dela concedera àquele longo arco de trinta e três transformações.

[Poucas vezes, aliás – se me permitem não só parênteses, mas também colchetes -, a preferência de Beethoven pelo termo Veränderungen (“transformações”) em lugar do consolidado Variationen para o título da primeira edição soou-me tão sobejamente honrada numa gravação dessa sua última grande obra para piano, testamento da dedicação de uma vida inteira, e desde a tenra idade, tanto ao piano quanto à forma das variações]

Escutei-a inda outra vez – a terceira em sequência -, com a partitura em mãos, e me maravilhei com a atenção da intérprete às indicações precisas de articulação e dinâmica que Beethoven lhe deixou, a despeito de toda minha (agora reconhecia) insensata estranheza inicial. Estava, e isso vocês já perceberam, inteiramente arrebatado pela gravação. Passei então alguns meses sem ouvi-la, para tentar ganhar dela algum distanciamento, e então reencontrá-la, talvez, com ouvidos mais críticos. Teria eu, perguntava-me, embriagado pelo hype dos bramidos supracitados, realmente exagerado em minha reação? Ou teria tão só, doente de tanta dor, doideira e feiúra que testemunhara no Brasil dos anos anteriores, me deixado emocionar por um encontro schopenhaueriano com a Arte ante o sofrimento da vida?

“Não”, respondi – e foi um “não” tão cabal, e tanto, e a tal ponto, que hesito até em revisitar as minhas gravações outrora prediletas das Diabelli. Teriam sido elas menos convincentes? Não lhes sei responder. Talvez haja algumas com mais colorido, ademais fundamental para sustentar quase uma hora toda em Dó maior (pois apenas quatro das variações, todas no final da série, não são nessa tonalidade), mas, se aqui a cores não faltam, tampouco Mitsuko-san as exagera. Talvez outras realcem mais os bruscos contrastes de temperamento que permeiam, com sugestões da legendária rabugice do compositor, a maior parte da obra. Uchida, sabiamente, consegue realçar tais contrastes e o abundante humor da partitura sem que isso soe como histrionismo raso. Mais ainda: ela supera sem taquicardias aparentes as medonhas exigências técnicas para nos oferecer uma sequência de tours de force que jamais exaspera  e nos deixa, ao final de cada variação, sempre doidos de vontade pelo que vem a seguir (e sua maestria é tamanha que eu convido os leitores-ouvintes a perceberem que até as durações dos intervalos entre as variações parecem escolhidos à perfeição).

Ouço-a uma vez mais, enquanto preparo esta postagem, e ela me reforça a impressão de que esse registro está para esse K-2 (e não Everest, porque é ainda mais repleto de despenhadeiros) da literatura pianística como a lendária gravação de Carlos Kleiber está para a Quinta do renano: uma interpretação reveladora, tão rica em atenção ao detalhe, ao pulso e à arquitetura de uma obra-prima que nos fará ouvir com ouvidos novos, e ainda mais aguçados, tudo o que vier depois.

Mesmo depois de tanta rasgação de seda, não serei capaz de recomendar-lhes essa gravação o bastante. Reconheço que há poucos frutos mais espinhudos dos visionários anos finais da carreira de Beethoven (sim, Grosse Fuge: estou olhando para ti!) e que as Diabelli são de difícil digestão a muitos ouvintes. Convido-os, ainda assim, a arriscar o repasto: talvez o que lhes tenha faltado até hoje, enfim, fosse alguém com os afiados dedos de Uchida para perfurar-lhe a carapaça e remover-lhe os caroços.


Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Trinta e três variações em Dó maior para piano sobre uma valsa de Anton Diabelli, Op. 120
1 – Tema: Vivace
2 – Variação I: Alla marcia maestoso
3 – Variação II: Poco allegro
4 – Variação III: L’istesso tempo
5 – Variação IV: Un poco più vivace
6 – Variação V: Allegro vivace
7 – Variação VI: Allegro ma non troppo e serioso
8 – Variação VII: Un poco più allegro
9 – Variação VIII: Poco vivace
10 – Variação IX: Allegro pesante e risoluto
11 – Variação X: Presto
12 – Variação XI: Allegretto
13 – Variação XII: Un poco più moto
14 – Variação XIII: Vivace
15 – Variação XIV: Grave e maestoso
16 – Variação XV: Presto scherzando
17 – Variação XVI: Allegro
18 – Variação XVII: Allegro
19 – Variação XVIII: Poco moderato
20 – Variação XIX: Presto
21 – Variação XX: Andante
22 – Variação XXI: Allegro con brio – Meno allegro – Tempo primo
23 – Variação XXII: Allegro molto, alla «Notte e giorno faticar» di Mozart
24 – Variação XXIII: Allegro assai
25 – Variação XXIV: Fughetta (Andante)
26 – Variação XXV: Allegro
27 – Variação XXVI: (Piacevole)
28 – Variação XXVII: Vivace
29 – Variação XXVIII: Allegro
30 – Variação XXIX: Adagio ma non troppo
31 – Variação XXX: Andante, sempre cantabile
32 – Variação XXXI: Largo, molto espressivo
33 – Variação XXXII: Fuga: Allegro
34 – Variação XXXIII: Tempo di Menuetto moderato

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Mitsuko Uchida, piano

Outra sugestão de René Denon

Vassily

.: interlúdio :. John Surman & Jack DeJohnette: Invisible Nature (ao vivo)

.: interlúdio :. John Surman & Jack DeJohnette: Invisible Nature (ao vivo)

Invisible Nature é um álbum ao vivo do saxofonista inglês John Surman e do baterista norte-americano Jack DeJohnette, gravado em Tampere e Berlim em 1999. Quem segue o PQP sabe de minha tara por Surman. Bem, há cinco décadas, John e Jack encontram-se em Londres para jams regulares. Seu primeiro disco como dupla, The Amazing Adventures of Simon Simon, definiu um estilo espaçoso e aberto, quase de free jazz.

Os saxofones e o clarinete de Surman sempre tiveram um tom leve, de pássaro. Ele vibra, tece e mergulha no ar. DeJohnette é um baterista que usa suas habilidades com bom gosto e discrição. Ele se acomoda tranquilamente em Invisible Nature, até realiza isto com certo abandono em músicas como Rising Tide e Outback Spirits, ao lado das explorações proporcionalmente enérgicas de Surman. O CD oferece uma variedade idiossincrática de sons e abordagens. As melodias variam de sussurrantes a exploratórias, e a eletrônica expande a paleta de cada músico. Estas performances demonstram que DeJohnette e Surman têm um relacionamento intuitivo e aventureiro. Ao final de Fair Trade, Surman fala no fantastic Jack DeJohnette, Não há como não concordar. Surman também é.

(Relendo o que escrevi, acho que sugeri que o CD tem muita coisa eletrônica. É falso. Quase tudo é acústico).

.: interlúdio :. John Surman & Jack DeJohnette: Invisible Nature (ao vivo)

1 Mysterium 15:57
2 Rising Tide 9:32
3 Outback Spirits 12:30
4 Underground Movement 9:45
5 Ganges Groove 6:36
6 Fair Trade 11:21
7 Song For World Forgiveness 9:29

John Surman – soprano and baritone saxophones, bass clarinet, synthesizers
Jack DeJohnette – drums, electronic percussion, piano

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PQP

Valentin Silvestrov (1937): Post Scriptum; Epitaph; Drama (J. Lin – p., C. Duffalo – vl., Y. Dharamraj – vc.) / Bagatelas; Diálogos; O Mensageiro (H. Grimaud, p.)

Valentin Silvestrov

O ucraniano Valentin Silvestrov compôs sonatas para piano (aqui) quando mais jovem. A partir mais ou menos de 1990, ele entrou em uma nova fase e escreveu mais de cem peças curtas para piano: entre bagatelas, valsas que não têm nada de dançante, postludiums, noturnos, intermezzos… São obras sérias. Reflexões carregadas. Miniaturas pianísticas, sim, mas não espere nada parecido com as leves bagatelas de Beethoven, as tranquilas canções sem palavras de Mendelssohn ou os risonhos tangos brasileiros de Nazareth.

E sejamos francos: a Deutsche Grammophon não teria lançado um disco inteiro dedicado ao piano de Silvestrov se não fosse a sangrenta guerra na Ucrânia, terra natal do compositor que, desde 2022, vive em Berlim. Eu preferiria viver em um mundo sem guerras. Eu preferiria viver em um mundo onde os esforços se concentrassem para acabar com as guerras ao invés das torcidas dignas de um Coliseu, com gente torcendo, sorridente, pelo time que bombardeia hospitais contra o time que derruba aviões civis.

Em todo caso, o mundo no qual vivemos é este: uma gravadora conservadora como a DG havia no máximo dado um espacinho para Silvestrov entrar comendo pelas beiradas em 2020, em um disco de Grimaud dedicado a Mozart. E antes, em 2018, Silvestrov aparecia com duas Bagatelas em um disco de gatinhos que também incluía uma valsa de Chopin, Gnossiennes de Satie e o Clair de lune de Debussy. Então, se para os executivos da DG, o velho Silvestrov é novidade da qual se pode extrair dinheiro, para Grimaud, Silvestrov é um interesse já há muitos anos. Confesso que agora vejo com mais simpatia a tal Helena que não é de Troia nem de novela da Globo. Achava ela, sei lá, uma dessas que tentam tocar mais rápido como em uma corrida de carros, mas realmente a Grimaud tem bastante originalidade ao escolher seu repertório, não está apenas aderindo a essa moda de tocar o compositor ucraniano. De fato, parece que as bagatelas neste álbum são as do disco de 2018, uma terceira entra aqui, parece inédita, não vi notas explicativas mas tudo bem, nos viramos sem elas. Lançado em 2022 – só em meio digital – a partir de material que a DG já tinha em seus arquivos, o disco de Grimaud tem menos de 32 minutos de música. Então, para não acharem que este blog está de pão-duragem, compartilho mais abaixo um disco mais antigo. E em 2023 Grimaud lançou mais um álbum pela DG, agora dedicado às canções de Silvestrov para piano e voz. Mas este álbum mais recente fica pra outro dia aqui no blog: para os curiosos, PQP já havia postado aqui uma gravação dessas canções pela gravadora ECM.


Hélène Grimaud plays Valentin Silvestrov (2022)

Bagatelles I-XIII
01. Bagatelle I
02. Bagatelle II
03. Bagatelle III

Two Dialogues with Postscript
04. I. Wedding Waltz
05. II. Postlude
06. III. Morning Serenade

07. The Messenger (For Piano Solo)

Hélène Grimaud – piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320 kbps

Como contraponto às curtas obras do período tardio de Silvestrov, o disco lançado em 2007 pela gravadora Koch com a primeira gravação de uma peça que já era muito elogiada pelos entendidos sobre a música de vanguarda do leste europeu: Drama (1971), para piano, violino e violoncelo. Como nas suas sonatas para piano da mesma década, também temos uma linguagem mais experimental. Demandando enorme virtuosismo dos músicos, Silvestrov investiu também em aspectos cênicos nessa obra: os músicos entravam e saíam do palco, algo do tipo, que evidentemente se perde na escuta do CD. A pianista usa técnicas expandidas ou estendidas, ou seja, ela encosta com as mãos nas cordas do piano e outras coisas do tipo, para além do uso das teclas. Como me falou uma vez o querido Ranulfus logo após assistirmos um recital com obras de H. Cowell para piano*, é impressionante o quanto essas sonoridades do piano expandido ainda chamam atenção por soarem inovadoras, embora as obras de Cowell datem dos anos 1920 e as de Silvestrov, dos anos 1970.

*Tratava-se da pianista Késia Decotê, utilizando o piano “bem fora da caixinha”

Como seu contemporâneo Schnittke, Silvestrov alternava nos anos 1970 entre radicalidade dissonante e momentos mais consonantes, além de citações e pastiche. Peter Quantrill escreveu mais um pouco sobre esta obra e vou pedir desculpas por não traduzir:

A Ukrainian, he is another eastern European Minimalist, though not especially ‘holy’; if he has gods, they are likely to be Webern and Mozart. The latter is remembered in the deep-frozen conventions of Post-Scriptum (composed in 1990), which here receives its second recording. […]

Silvestrov shares an elegiac tendency with his contemporaries Giya Kancheli and Arvo Pärt that can become maudlin. The ten-minute Epitaph for cello and piano is one of several works Silvestrov composed in memory of his wife Larissa, who died in 1999; perhaps there is a fresh desolation that scores over the more weightily pondered Requiem for Larissa, but I hazard that the phrases, at least as played by Yves Dharamraj, are too short-winded to carry lasting weight or impact.

Nevertheless, Silvestrov distinguishes himself with the sharpness of his ears and the freshness of his thinking. The loving adieus of his later music came about through an immersion in the Western avant garde, with Webern as the fountainhead, which unlike Pärt he has not so much disowned as refined. This makes the 45-minute, tripartite Drama for piano trio (1971) a vitally important work, all the more so in this its first recording. For all the prepared-piano sonorities, plucked glissandos and serial harmonies and procedures, the frequency and expressive richness of the gestures create a strong sense of continuity. Played with commendable dedication and a fine awareness of sense and poetry – as it is here – it compels attention.


Valentin Silvestrov – Drama

1-3. Post Scriptum, for violin and piano (1990)
I. Largo 8:45
II. Andantino 3:46
III. Allegro vivace, con moto 2:44

4. Epitaph, for cello and piano (1999)

5-7. Drama (1971)
I. Sonata for violin and piano 18:35
II. Sonata for cello and piano 15:35
III. Trio for violin, cello and piano 10:12

Piano – Jenny Lin
Violin – Cornelius Dufallo
Cello – Yves Dharamraj
World premiere recording. Recorded June 2007 at Avatar Studios, New York

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Pleyel

Rachmaninov (1873 – 1943): Os Concertos para Piano – Lukáš Vondráček, Prague SO & Tomáš Brauner / Earl Wild, Royal PO & Jascha Horenstein ֎

Rachmaninov (1873 – 1943): Os Concertos para Piano – Lukáš Vondráček, Prague SO & Tomáš Brauner / Earl Wild, Royal PO & Jascha Horenstein ֎

– RACH#2023 –

 

Os Concertos para Piano

Lukáš Vondráček, piano

Prague Symphony Orchestra

Tomáš Brauner

 

 

Os Concertos para Piano

Earl Wild, piano

Royal Philharmonic Orchestra

Jascha Horenstein

 

“O enorme sucesso popular que algumas poucas obras de Rachmaninov tiveram em sua vida provavelmente não durará, e os músicos nunca o consideraram com muito favor.”

Assim escreveu o ilustre crítico inglês Eric Blom na quinta edição do Grove’s Dictionary of Music and Musicians, expressando a sabedoria musicológica predominante da época: certamente a história varreria de lado essa estrela pop da sala de concertos.

Essa foi a cara que o Blom fez quando soube que abririamos a postagem com sua afirmação…

Blom was forthright in his opinions. Even more notoriously, he wrote that Rachmaninoff “did not have the individuality of Taneyev or Medtner. Technically he was highly gifted, but also severely limited. His music is … monotonous in texture … The enormous popular success some few of Rakhmaninov’s works had in his lifetime is not likely to last, and musicians never regarded it with much favour”. To this, Harold C. Schonberg, New York critic not immune to snobbery of his own, in his Lives of the Great Composers, responded with equally outspoken unfairness, “It is one of the most outrageously snobbish and even stupid statements ever to be found in a work that is supposed to be an objective reference”.

“É uma das declarações mais escandalosamente esnobes e até estúpidas já encontradas em uma obra que deveria ser uma referência objetiva”.

Pois agora, no final de 2023, ano que viu as comemorações tanto de 150 anos do nascimento quanto as homenagens feitas pelos 80 anos da morte de Rachmaninov, podemos afirmar que ‘o enorme sucesso popular’ que suas obras tiveram em vida perduraram até agora e a história ainda está considerando se tira a vassoura do armário para varrer a estrela pop da sala de concertos.

Serguei sorrindo ao ser fotografado com seu chapéu preferido

Veja alguns dos grandes e famosos pianistas que passaram o ano a tocar Rachmaninov: Yuja Wang, Daniil Trifonov, o jovem pianista Alim Beisembayev, acompanhado da Sinfonia of London, regida por John Wilson, e Mikhail Pletnev.

E nem só de Concertos para Piano viveu o artista, como se viu nesses concertos em POA e SP.

Veja também aqui: Cinco bambas do piano homenageando o compositor.

Fazia frio na América também

Se você quer mais, basta Googlar ‘Rachmaninov 2023’ e verá como no mundo todo homenagens não faltaram.

Para essa postagem escolhi dois álbuns com toda a obra para piano e orquestra de Rachmaninov. Um saído do forno, praticamente. O jovem pianista Lukáš Vondráček viu sua ocupadíssima agenda de concertos varrida pelo lockdown da Covid e teve, para nosso grande prazer, a oportunidade de, em parceria com a ótima orquestra de Praga, regida por Tomáš Brauner, gravar a integral dos Concertos para Piano do Sergei. O outro, um clássico: Earl Wild, um virtuose do piano como poucos, acompanhado por uma orquestra real, dirigida pelo improvável Rachmaninov-regente, Jascha Horenstein, mais conhecido por suas interpretações de Bruckner e Mahler. Essa gravação, pasmem, foi feita em Londres, no espaço de uma semana, no Walthamstow Town Hall, em maio de 1965, produzida para a Reader’s Digest pelo lendário Charles Gerhardt. A Royal Philharmonic era a orquestra fundada e dirigida por Beecham, que havia morrido há apenas quatro anos no momento desta gravação e estava em excelente forma. A orquestra, é claro! A edição da postagem leva o selo Chandos.

Sergei Vasilyevich Rachmaninoff

Piano Concerto No. 1 in F sharp minor Op. 1

  1. Vivace
  2. Andante
  3. Allegro vivace

Piano Concerto No. 4 in G minor Op. 40

  1. Allegro vivace
  2. Largo
  3. Allegro vivace

Rhapsody on a Theme of Paganini Op. 43

  1. Rhapsody on a Theme of Paganini Op. 43

Piano Concerto No. 2 in C minor Op. 18

  1. Moderato
  2. Adagio sostenuto
  3. Allegro scherzando

Piano Concerto No. 3 in D minor Op. 30

  1. Allegro ma non tanto
  2. Intermezzo. Adagio
  3. Finale. Alla breve

Lukáš Vondráček, piano

Prague Symphony Orchestra

Tomáš Brauner

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MP3 | 320 KBPS | 364 MB

Tomáš Brauner repassando o som com a PQP Bach Sinfonieta de Alegrete

Sergei Vasilyevich Rachmaninoff

Piano Concerto No 1 In F Sharp Minor Op. 1

  1. I – Vivace
  2. II – Andante
  3. III – Allegro Vivace

Piano Concerto No. 4 In G Minor Op. 40

  1. I – Allegro
  2. II – Largo
  3. III – Allegro Vivace

Rhapsody On A Theme Of Paganini Op. 43

  1. Rhapsody On A Theme Of Paganini Op. 43

Piano Concerto No. 2 In C Minor Op. 18

  1. I – Moderato
  2. II – Adagio Sostenuto
  3. III – Allegro Scherzando

Piano Concerto No. 3 In D Minor Op. 30

  1. I – Allegro
  2. II – Intermezzo
  3. III – Finale: Allegro

Earl Wild, piano

Royal Philharmonic Orchestra

Jascha Horenstein

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MP3 | 320 KBPS | 307 MB

Jascha Horenstein

“Chaque concerto est individualisé, le Premier flamboyant, athlétique (Vondráček m’y rappelle Sergio Fiorentino, mêmes tempos, mêmes accents, même furia débordante dans le Finale), le Deuxième lyrique et sombre jusque dans un Finale incendiaire, et le Troisième telle une immense rhapsodie où la poésie alterne avec des échappées épiques : soudain le piano devient un instrument au sein de l’orchestre, Vondráček et Brauner le pensent non plus comme un concerto, mais comme une symphonie.” “Cada concerto é individualizado, o Primeiro extravagante, atlético (Vondráček lembra-me Sergio Fiorentino, os mesmos tempos, os mesmos sotaques, a mesma fúria transbordante no Finale), o Segundo lírico e afunda-se num Final incendiário, e o Terceiro como uma imensa rapsódia onde a poesia se alterna com fugas épicas: de repente o piano torna-se um instrumento dentro da orquestra,  Vondráček e Brauner já não pensam nisso como um concerto, mas como uma sinfonia.”
Artalinna, June 2023

“Mais c’est dans la narration exaltée du Concerto No. 3 que le pianiste tchèque se montre à son meilleur, la prise de son restituant la moindre inflexion de ce contour sûr de ses effets. Sans conteste, le sommet du double album.” “Mas é na exaltada narração (interpretação) do Concerto No. 3 que o pianista checo mostra o seu melhor, a gravação sonora reproduz a menor inflexão deste contorno seguro dos seus efeitos. Sem dúvida, o ápice do álbum duplo.”
Diapason, October 2023

Lukáš Vondráček

Such is the luxuriance of sound revealed in these remasterings, it’s difficult to believe the recording date; and such is the quality of the piano playing that it’s easy to understand why Chandos should have wanted to go to such trouble. There aren’t so many Rachmaninov pianists who dare to throw caution to the wind to the extent that Earl Wild does in the outer movements of the First Concerto, fewer still who can keep their technical poise in the process. The improvisatory feel to the lyricism of the slow movement is no less remarkable. 

Wild’s panache is every bit as seductive in No 4, and the Paganini Rhapsody is a rare example of a performance faster than the composer’s own – devilishly driven in the early variations and with tension maintained through the following slower ones …

Earl Wild tentando avistar a turma do PQP Bach aplaudindo-o de pé…

Aproveite!

René Denon

Encontre os 7 erros…

D. Scarlatti: 6 Sonatas / J.S. Bach: Suíte Francesa nº 6 / L.v. Beethoven: Sonata opus 2 nº 2 / M. Rameau: 4 peças / Ravel: Concerto para a mão esquerda / Debussy: En blanc et noir / Fauré: Dolly, etc. (Robert Casadesus, piano)





A série “Great Pianists of the 20th Century”, lançada em 1999, juntou grandes gravações de 72 pianistas: algumas muito conhecidas e reeditadas como Arrau tocando Beethoven, Larrocha tocando Albéniz etc.; outras que não são tão fáceis de se encontrar, como é o caso da Fantasia de Schumann por Freire ou destas várias gravações feitas por Robert Casadesus entre 1947 e 1963.

A comparação entre os franceses Robert Casadesus e Alfred Cortot serve como ilustração do fato de que grandes figuras artísticas resistem à categorização em “escolas”. Enquanto Cortot buscava nas obras o que era mais romântico e frequentemente se movia por inspirações momentâneas, Casadesus, pelo contrário, buscava projetar a estrutura e a lógica interna de cada obra.

Então Cortot, assim como Guiomar Novaes (brasileira com educação em grande medida francesa), ambos se destacavam em suas interpretações de Chopin e Schumann. Já Casadesus, com sua elegência e clareza – mas também com momentos de brilho pianístico – talvez tenha sido o maior intérprete de Scarlatti e Rameau da sua época. Na mesma Paris onde vivia Casadesus, o crítico musical francês Claude Rostand escrevia sobre Domenico Scarlatti:

Apesar da liberdade, fantasia e humor impulsivo que caracterizam Scarlatti – na alegria como na emoção -, suas sonatas seguem um modelo mais ou menos constante. Nessas centenas de sonatas, as dificuldades técnicas não são objetivos em si mesmos: nenhuma ostentação, muita elegância. Quanto à invenção rítmica, ela é inesgotável, o que torna ainda mais notável o fato das sonatas jamais tatearem a confusão, mas serem sempre de uma naturalidade e transparência jamais igualada.
(Rostand, 1950, Les chefs-d’œuvre du piano, tradução especial para este blog)

Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 15 ago 1931

Casadesus também gravou muito Mozart, ausente nesta coleção, e Beethoven, que aparece com uma sonata do seu opus 2 dedicado a Haydn. Ela é tocada aqui com menos arroubos sentimentais do que nas interpretações de Arrau ou Pollini: mesmo no movimento lento “Largo apassionato”, Casadesus privilegia – como antes no Scarlatti – a elegância, característica importante do chamado classicismo vienense.

E Casadesus tocava, claro, a música dos compositores franceses que ele conheceu pessoalmente: Fauré, Debussy, Ravel. Embora o som do Concerto para mão esquerda de Ravel – com o grande maestro Eugene Ormandy – denuncie que a gravação é antiga e em mono (1947), ainda assim é muito interessante ouvirmos um pianista que conheceu bem o compositor: após o primeiro contato em 1922 quando Ravel ouviu Casadesus tocar o Gaspard de la nuit, os dois fizeram uma turnê em 1923 na Espanha e Inglaterra, não tenho certeza se a dois pianos ou se com Ravel regendo. Foram anos de amizade que tornaram Casadesus, por motivos óbvios, um intérprete respeitado das obras de Ravel.

Great Pianists of the Century – Robert Casadesus (1899-1972)
CD1
Jean-Philippe Rameau:
1. Gavotte
2. Le Rappel des Oiseaux
3. Les Sauvages
4. Les Niais de Sologne

Johann Sebastian Bach:
5-12. French Suite No. 6 in E, BWV 817

Domenico Scarlatti:
13. Sonata in E, K. 380
14. Sonata in A, K. 533
15. Sonata in D, K. 23
16. Sonata in G, K. 14
17. Sonata in B Minor, K. 27
18. Sonata in D, K. 430

Ludwig van Beethoven:
19-22. Sonata in A, Op. 2 No. 2

CD2
Claude Debussy:
En blanc et noir (For 2 Pianos, with Gaby Casadesus)
1. Avec Emportement
2. Lent. Sombre
3. Scherzando

Gabriel Fauré:
4-9. Dolly Suite, Op. 56
10. Prélude in D-flat, Op. 103 No. 1
11. Prélude in G Minor, Op. 103 No. 3
12. Prélude in D Minor, Op. 103 No. 5
13. Nocturne No. 7 in C-sharp Minor, Op. 74
14. Barcarolle No. 5 in F-sharp Minor, Op. 66
15. Impromptu No. 5 in F-sharp Minor, Op. 102

Maurice Ravel:
16. Piano Concerto in D “For the left hand”
The Philadelphia Orchestra, Conductor: Eugene Ormandy

Recorded:
1947 (Ravel); 1951 (Bach; Fauré: Nocturne, Barcarolle, Impromptu); 1952 (Rameau, Scarlatti, Beethoven); 1959 (Fauré: Dolly); 1961 (Fauré: Préludes); 1963 (Debussy)

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Pleyel

.: interlúdio :. Herbie Mann: Peace Pieces – Music of Bill Evans

.: interlúdio :. Herbie Mann: Peace Pieces – Music of Bill Evans

Creio que eu nunca teria acesso a esse CD se Randy Brecker não tivesse tocado nele. Cheguei nele quando estava atrás da discografia do ótimo trompetista norte americano, que tem uma pequena participação nesta delicada, sincera e singela homenagem que o flautista Herbie Mann faz ao lendário pianista de jazz e compositor, Bill Evans. A curiosidade é que mesmo sendo homenagem a um pianista, os arranjos que Herbie Mann escreveu para essas obras não têm piano. Fica a cargo de uma guitarra, muito bem tocada por Bruce Dumlap, que ficou responsável pela parte harmônica. Um fiel escudeiro de Bill Evans também se faz presente, o baixista Eddie Gomez, e a bateria ficou a cargo de Louis Nash, com algumas intervenções do percussionista Sammy Figueroa. Enfim, um grande CD, tocado por ótimos músicos homenageando seu grande mestre, Bill Evans.

Herbie Mann – Peace Pieces – Music of Bill Evans

01. Peri’s Scope
02. Funkallero
03. Interplay
04. Turn Out The Stars
05. We Will Meet Again
06. Blue in Green
07. Waltz For Debbie
08. Very Early
09. Peace Piece

Herbie Mann – Flute
Randy Brecker – Flugelhorn
Eddie Gomes – Bass
Bruce Dunlap – Guitar
Louis Nash – Drums
Sammy Figueroa – Percussion

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Bill Evans – Um gigante do Jazz do século XX

FDP

Tielman Susato (c. 1510/15 – depois de 1570): Danserye 1551 (New London Consort, Pickett)

Tielman Susato (c. 1510/15 – depois de 1570): Danserye 1551 (New London Consort, Pickett)

Susato foi certamente um nome mágico em minha adolescência. Ouvir música do Renascimento era moda e, em meio daqueles autores anônimos ou de nomes estranhos, o do flamengo Susato era o que mais se repetia. Comecei a notar aquele autor, mas acho que nunca tinha visto ou procurado um CD com obras exclusivamente dele. A música do Renascimento saiu de moda e ele estava esquecido num canto da memória quando vi este CD dando sopa. O grupo de Philip Pickett torna Susato um tanto “sinfônico”, longe daqueles grupinhos dos anos 70, mas é um excelente disco da música do século XVI. Ele foi compositor e editor em Antuérpia. Ele escreveu (e publicou) vários livros de missas e motetos que seguem o estilo polifônico típico da época. Também escreveu dois livros de canções que foram projetadas especificamente para serem cantadas por cantores jovens e inexperientes. Susato também foi um prolífico compositor de música instrumental, e grande parte dela ainda é gravada e tocada hoje. Ele produziu um livro de música para dança em 1551, Het derde musyck boexken… alderhande danserye , composto de peças em arranjos simples, mas artísticos. A maioria dessas peças são formas de dança (alemandes , galliards e assim por diante). Adivinhe o que você ouvirá!

Tielman Susato (c. 1510/15 – depois de 1570): Danserye 1551 (New London Consort, Pickett)

1. Fanfare “La morisque” (4 trumpets, timpani)
2. Pass e Medio / Reprise “Le pingne” (2 violins, 3 viols, harpsichord, 4 lutes)
3. Bergerette “Sans Roch&quo;t / Reprise (2 cornetts, 4 sackbuts, rauschpfeife, 3 shawms, curtal, organ, regal, tabors, side drum, tambourine)
4. Den I. Ronde “Pour quoy” (2 violins, 3 viols, harpsichord, organ, tabors)
5. Den VII. Ronde “Il estoit une fillette” (7 recorders, curtal, organ, 5 guitars, side drum)
6. Den III. Ronde (4 viols, organ, tabors)
7. Den IV. Ronde (cornett, crumhorn, sackbut, curtal, organ, side drum)
8. Den V. Ronde “Wo bistu” (4 racketts, regal)
9. Den VI. Ronde / Saltarelle (violin, 4 viols, 7 recorders, curtal, harpsichord, organ, tabors)
10. Den XI. Ronde / Aliud (2 cornetts, 4 sackbuts, 2 violins, 4 viols, 7 recorders, curtal, regal, organ, harpsichord, 5 guitars, tabors, tambourine)
11. Bergerette “Dont vient cela” / Reprise (4 lutes)
12. Danse de Hercules oft maticine / De Matrigale (4 sorduns, regal, tabor)
13. De post (cornett, alto cornett, tenor cornett, serpent, organ, jingle bells)
14. Les quatre Branles (7 recorders, curtal, organ, 5 guitars, tambourine)
15. Fagot (4 curtals, regal)
16. Den Hoboeckendans (hurdy-gurdy, drone fiddle, cittern, curtal, contrabass viol, rommelpot)
17. Basse danse “Mon Desir” / Reprise “Le cueur est bon” (violin, bass viol, 3 lutes, organ)
18. Den I. Allemainge / Recoupe (cornett, 3 sackbuts, 2 violins, 4 viols, 7 recorders, curtal, organ, harpsichord, 4 lutes, bas drum, tabors)
19. Den II. Allemainge (4 lutes)
20. Den III. Allemainge (2 violins, 2 viols, harpsichord)
21. Den V. Allemainge (4 flutes, 5 guitars)
22. Den VI. Allemainge (4 crumhorns, regal, nakers)
23. Den VII. Allemainge (regal, nakers)
24. Den VIII. Allemainge / Recoupe / Recoupe Aliud (cornett, 3 sackbuts, 2 violins, 4 viols, 7 recorders, curtal, organ, harpsichord, 5 guitars, side drums, tabors)
25. Bergerette “La Brosse” (4 lutes)
26. Pavane “La Bataille” (2 cornetts, 4 sackbuts, serpent, rauschpfeife, 3 shawms, curtal, organ, regal, timpani, side drums)
27. Pavane “Mille regretz” (violin, 4 viols, 3 records, curtal, organ, 4 lutes, tabor)
28. Den II. Gaillarde (rauschpfeife, 3 shawms, curtal, regal, organ, tabor)
29. Den XI. Gaillarde (4 sackbuts, organ, tabor, bass drum)
30. Den IX. Gaillarde (4 flutes, 5 guitars, tabor)
31. Den IV. Gaillarde (violin, 4 viols, harpsichord, tabor)
32. Den VII. Gaillarde (7 recorders, curtal, organ, 5 guitars, tabor)
33. Den X. Gaillarde “Mille ducas” (4 crumhorns, contrabass rackett, regal, organ, tabors)
34. Den III. Gaillarde (2 cornetts, 4 sackbuts, organ, bass drum, tambourine)
35. Den XV. Gaillarde “Le tout” (2 cornetts, 3 sackbuts, 2 violins, 3 viols, 7 recorders, curtal, organ, regal, harpsichord, 5 guitars, tabor, side drum, bass drum, tambourine)
36. Danse du roy / Reprise (2 violins, 3 viols, harpsichord, organ, tabor, tambourine)
37. Entre du fol (gemshorn, rebec, cittern, contrabass viol, rommelpot, shaker)
38. La Morisque (2 cornetts, 4 sackbuts, 2 violins, 4 viols, rauschpfeife, 3 shawms, curtal, 3 recorders, organ, regal, harpsichord, 5 guitars, tabor, jingle bells, tambourine, cymbals)

New London Consort:

Alto Flute – Nancy Hadden
Alto Recorder – Catherine Latham, Pamela Thorby
Bass Flute – Keith McGowan
Bells [Jingle] – Alasdair Malloy
Cittern – Jacob Heringman
Composed By – Tielman Susato
Conductor – Philip Pickett
Cornett – Jeremy West, Michael Harrison (4), Michael Laird (2)
Cornett [Alto] – Michael Laird (2)
Cornett [Tenor] – Paul Nieman
Crumhorn [Alto] – Philip Pickett
Crumhorn [Bass] – Andrew Watts (2)
Crumhorn [Tenor] – Keith McGowan, William Lyons
Cymbal – Tim Barry (2)
Fiddle [Drone] – Pavlo Beznosiuk
Flute [Tenor] – Elizabeth Stanbridge, William Lyons
Gemshorn – Pamela Thorby
Guitar – David Miller (7), Jacob Heringman, Michael Fentross*, Paula Chateauneuf, Tom Finucane
Harpsichord – David Roblou, Paul Nicholson
Hurdy Gurdy – Nigel Eaton
Lute – David Miller (7), Jacob Heringman, Paula Chateauneuf, Tom Finucane
Organ – David Roblou, Richard Egarr
Performer [Alto Sordun] – Philip Pickett
Performer [Bass Curtal] – Andrew Watts (2), Keith McGowan, Penny Pay
Performer [Bass Rackett] – Penny Pay
Performer [Bass Sordun] – Penny Pay
Performer [Basset Rackett] – Andrew Watts (2)
Performer [Contrabass Rackett] – Keith McGowan
Performer [Contrabass Sordun] – Andrew Watts (2)
Performer [Nakers] – Stephen Henderson*
Performer [Rommelpot] – Stephen Henderson*
Performer [Tenor Curtal] – Philip Pickett
Performer [Tenor Rackett] – Philip Pickett
Performer [Tenor Sordun] – Keith McGowan
Rauschpfeife [Sopranino] – Keith McGowan
Rebec – Pavlo Beznosiuk
Recorder [Bass] – Elizabeth Stanbridge, Keith McGowan
Recorder [Contrabass] – Giles Lewin
Recorder [Garklein] – Pamela Thorby
Recorder [Sopranino] – Pamela Thorby
Recorder [Soprano] – Catherine Latham, Elizabeth Stanbridge, Pamela Thorby
Recorder [Tenor] – Penny Pay, William Lyons
Regal – David Roblou
Sackbut [Alto] – David Purser
Sackbut [Bass] – Ronald Bryans*
Sackbut [Tenor/Bass] – Kenneth Hamilton
Sackbut [Tenor] – Paul Nieman
Serpent – Stephen Wick
Shaker – William Lockhart
Shawm [Soprano] – Giles Lewin, William Lyons
Shawm [Tenor] – Penny Pay
Snare [Side Drum] – Alasdair Malloy, John Harrod (2), Norman Taylor (2), Stephen Henderson*, Tim Barry (2)
Tambourine [Tabor] – John Harrod (2), Stephen Henderson*, William Lockhart
Timpani – Stephen Henderson*, William Lockhart
Trumpet – Michael Harrison (4), Michael Laird (2), Phillip Bainbridge, Stephen Keavy
Viol [Bass] – Joanna Levine, Mark Levy
Viol [Tenor] – Susanna Pell
Violin [Renaissance] – Pavlo Beznosiuk, Rachel Podger
Violone [Contrabass Viol] – Peter McCarthy

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De pintor flamengo Pieter Bruegel, o Velho (c. 1525-1530 – 1569) , A Dança de Casamento (1566)

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.: interlúdio :. John Surman Quartet: Stranger Than Fiction

.: interlúdio :. John Surman Quartet: Stranger Than Fiction

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Alguém aí já deve ter notado que eu adoro John Surman. E é grande o número de downloads a cada postagem. O homem é mesmo espantoso. Este trabalho é muito mais jazzístico do que os últimos que postei. Não obstante, Surman segue interessado na música folclórica e religiosa da Inglaterra, mas desta vez dá-lhe outra feição. A banda é toda inglesa. O disco começa calma e livremente, com Canticle with response, de clara influência religiosa, e A distant spring. Fecha da mesma forma, com a totalmente improvisada Triptych, quase 15 minutos de interação altamente inteligente e empática entre os quatro músicos. No meio do disco há música vigorosa, incluindo Tess — Surman é um grande leitor, fã de Thomas Hardy — e Across the Bridge. Surman é sempre lírico e apaixonado. Muito estimulante. Dá-lhe.

John Surman Quartet: Stranger Than Fiction

1. Canticle With Response 6:09
2. A Distant Spring 7:42
3. Tess 6:39
4. Promising Horizons * 5:30
5. Across The Bridge 7:52
6. Moonshine Dancer 6:42
7. Running Sands 9:07
8. Triptych * 14:43

composed by Surman except * by Surman/Taylor/Laurence/Marshall

recorded December 1993, Rainbow Studio, Oslo

John Surman, baritone and soprano saxophones, alto and bass clarinets;
John Taylor, piano;
Chris Laurence, bass;
John Marshall, drums

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Surman esteve recentemente em Porto Alegre. E poderia ter dito sobre o início do show: “Entro sozinho e hipnotizo todo mundo” | Foto: Eduardo Quadro
Surman esteve recentemente em Porto Alegre. E ele poderia ter dito: “Entro sozinho e hipnotizo todo mundo” | Foto: Eduardo Quadros

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W. A. Mozart (1756-1791): Uma piada musical, K.522 / Divertimento K. 136

W. A. Mozart (1756-1791): Uma piada musical, K.522 / Divertimento K. 136

Front_800Esta gravação foi encontrada por aí; não lembro onde. Trata-se de uma conversão de LP para MP3 tal quais muitas do Avicenna. E trata-se também de um tesouro. O divertido K. 522 é tão famoso quanto raro e a interpretação do grande Rudolf Barshai com a Orquestra de Câmara de Moscou vale o resgate. OK, o som não é tudo aquilo, mas e daí? O Divertimento K. 136 é bem mais gravado e é a melhor companhia para a genial brincadeira de Mozart. Uma joia para os pequepianos. Barshai foi um enorme regente. Confiram!

W.A.Mozart – Musical Joke K522, Divertimento No.1 in D K136

LP Conversion | MP3-320kbps

Contents:
W.A.Mozart (1756-1791)

Side 1
Musical Joke ‘The village musicians sextet’ (Village Symphony) in F major K.522
– 1. Allegro
– 2. Menuetto (Maestoso) – Trio
– 3. Adagio cantabile
– 4. Presto

Side 2
Divertimento No.1 for the string orchestra in D major K.136
– 1. Allegro
– 2. Andante
– 3. Presto
Melodija 1980

Moscow Chamber Orchestra
Rudolf Barshai

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Rudolf Barshai
Rudolf Barshai

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