200 anos de Chopin – Marcha Fúnebre com orquestração de Elgar

O texto abaixo foi publicado ontem no blog Do fim, escrito pelo poeta, contista, escritor e professor de Literatura e Língua Portuguesa Alessandro Reiffer.

Hoje o mundo comemora os 200 anos de nascimento de Frédéric Chopin, um dos maiores gênios do romantismo musical e um dos mais importantes compositores para piano da história da música.

Chopin nasceu em 1º de março de 1810, na pequena cidade de Zelazowa Wola, na Polônia, vivendo, no entanto, grande parte de sua vida em Paris, onde faleceu, segundo a história oficial, de tuberculose, embora estudos mais recentes sugiram que ele tenha morrido de fibrose cística. Chopin contava com apenas 39 anos de idade. Em Paris, é célebre o seu romance com a escritora Aurore Dudevant (que se utilizava do pseudônimo de George Sand), a qual muito inspirou o compositor polonês em suas apaixonadas e melancólicas melodias.

A música de Chopin é quase que exclusivamente para piano, solo ou com acompanhamento, característica que o torna único entre os grandes compositores. Trata-se de uma música bastante original e de grande expressividade técnica. Suas composições são geralmente densas e sombrias, de uma profunda expressão sentimental, carregadas de paixão e melancolia. Atingem os maiores extremos emocionais, partindo de uma celestial ternura e flutuante delicadeza até amargurados acordes de uma violência desesperada.

Pode-se dizer que o amor e a saudade da pátria são os temas mais constantes nas obras de Chopin. Antes dos 20 anos, Chopin já havia composto seus dois concertos para piano e orquestra, dois dos mais belos e expressivos concertos para esse instrumento já criados. Foram inspirados em seu amor por Constance Gladkowska, a quem teve que abandonar ao ver se obrigado a deixar a Polônia.

Logo após deixar seu país natal, sofreu uma profunda crise psicológica, conhecida como Crise de Stuttgart. Essa crise ficou registrada em uma série de escritos, o seu Diário de Stuttgart. Escreveu Chopin nesse diário:

“Por que vivemos essa vida miserável, que só nos devora e serve para nos converter em cadáveres? (…) É como se morrer fosse a melhor ação do homem… Qual será a pior? Nascer, desde o momento que é o contrário de sua melhor ação. Portanto, é perfeitamente plausível que eu esteja aborrecido por ter nascido neste mundo. Por que deveria querer permanecer em um mundo para o qual não estou preparado? O que minha existência poderia oferecer a alguém?”

Mas a sua existência ofereceu muito a toda a humanidade… Quantos milhares de casais já alimentarem sua paixão e seu amor ao som de suas mágicas notas, quantas vezes o seu gênio entristecido já nos ajudou a aprender a amar? E quantos homens desesperançados já se consolaram com os seus sobrenaturais noturnos e sonatas, com a tensa beleza e vivo mistério de suas mazurcas e polonesas e estudos e prelúdios…? E quem não conhece a sua marcha fúnebre? Sim todos a conhecem, ainda quem não saibam que a compôs. De modo, Chopin, que tua existência teve muito a nos oferecer…

(na imagem, Chopin pintado por Scheffer)

BAIXE A MARCHA FÚNEBRE, COM ORQUESTRAÇÃO DE SIR EDWARD ELGAR
London Philharmonic Orchestra – Sir Adrian Boult

Publicado por PQP

Reloads da semana – CVL

The snow country prince – Amaral Vieira
Concerto à brasileira – Daniel Wolff
Musitrio – Kinematic
Guarnieri e Nepomuceno – Sinfônica de Campinas
Toronubá – Dimitri Cervo
Missa in memoriam Itamar Assumpção – Arrigo Barnabé
Hekel Tavares – Concerto sobre formas brasileiras

Favor não mandar pedidos (muitos links – especialmente de setembro de 2009 pra trás – realmente expiraram e só vamos reatualizá-los se nos for viável, ou se nos mandarem uns dez reais por solicitação) e não nos confundir (somos uma equipe de sete, então só um aqui é PQP, o cabeça e fundador deste site de utilidade pública universal e atemporal).

CVL

Musitrio – Kinematic

Pensem em como não tenho afinidade por trios clássicos (piano, violino e violoncelo), seja de quem for – Beethoven, Mozart, Ravel… -, mas os três que integram este CD me arrebataram de primeira, há alguns anos, e já estavam tardando a constar aqui no blog.

É das execuções de trios mais competentes que já ouvi. Na verdade, graças ao repertório, muito bem escolhido e nitidamente dominado pelos músicos, este álbum está em primeiro lugar na minha discoteca, tratando-se de música de câmara.

A peça de Silverman, que me remete à Café Music de Paul Schoenfeld (também para trio clássico), merece todo o destaque, mas não tenho restrição nenhuma ao CD: é pra ouvir de cabo a rabo.

***

Musitrio – Kinematic

Stanley Silverman (1938-)
In Celebration
1. Introduction
2. Kinematic
3. Cantilena – Chaconne
4. Montuno

Daniel Wolff (1967-)
Trio para violino, cello e piano – 1ª gravação mundial
5. Allegro
6. Chanson
7. Scherzo
8. Rapsodia

Astor Piazzolla (1921–1992)
Las Cuatro Estaciones Porteñas – transcrição: Rodrigo Bustamante
9. Primavera Porteña
10. Verano Porteño
11. Otoño Porteño
12. Invierno Porteño

Musitrio
Catarina Domenici, piano
Rodrigo Bustamante, violino
Rodrigo Alquati, violoncelo

BAIXE AQUI – PARTE 1
BAIXE AQUI – PARTE 2

Junte as partes através do programa HJSplit, que pode ser facilmente encontrado via Google.

CVL

Dimitri Cervo (1968) – Toronubá

Dimitri Cervo é a melhor revelação da música clássica gaúcha nas últimas décadas, ao lado de seu conterrâneo – compositor e violonista – Daniel Wolff. Influenciado principalmente pela música indígena brasileira e pelo minimalismo novaiorquino, Cervo – que pratica surfe como hobby (imaginem Vivaldi surfando…) – tem recebido distinções importantes em nível nacional e criado obras como nunca. Aqui vai a única compilação disponível delas.

Digo o seguinte: siga direto pra faixa nove, pois ela é que interessa. A apreciação do restante das músicas deixo por conta de vocês (nunca vi tanta reciclagem de temas num mesmo CD).

Toronubá, para oito percussionistas e piano, é algo sui generis e consegue conquistar até o público mais rocker, com sua pulsão e timbrística inimitáveis. Nada menos que uma das obras mais bem sucedidas a estrear na última década – ano passado, a Sinfônica de Sergipe a incluiu (em versão para cordas e percussão) em sua turnê nacional – e à qual, se eu fosse PQP, daria o rótulo de IM-PER-DÍ-VEL.

***

Toronubá – A música de Dimitri Cervo

1. Tema para Filme I, op. 23 (2005) – Piano solo
2. Papaji, op. 11 (1997) – Violoncelo e Piano
3. Canção (1987) – Flauta e Piano
4. Bagatela, op. 8 (1995) – Flauta e Piano
5. Brasil 2000, op. 12 (1997-2005) – Piano solo
6. Abertura e Toccata, op. 6 (1995) – Flauta, Clarinete e Piano
7. Aiamguabê, op. 19 (2002) – Violino, Viola, Violoncelo e Piano
8. Flot, op. 4 (1993-94) – Piano solo
9. Toronubá, op. 16 (2000) – 8 Percussionistas e Piano
10. Tema para Filme II, op. 23 (2003) – Piano solo

Dimitri Cervo, composição e piano
Artur Elias Carneiro e João Batista Sartor, flautas
Diego Grendene, clarineta
Rogério Nunes, violino
Cristiano Bion Loro, viola
Alexandre Diel e Douglas Araújo, violoncelos
Grupo PIAP, percussão (diretor: John Boudler)

BAIXE AQUI (link retirado a pedido do compositor*)

COMPRE O CD

CVL

* Dimitri Cervo alertou que o CD ainda estava disponível em lojas e que as vendas tinham caído em função desta postagem. Ele autorizou a disponibilização das três primeiras faixas, mas falta-me tempo para reloads. Em todo caso, peço desculpas pelo inconveniente.

Reloads – The best of CVL

Caros,

Aí vão alguns reloads que fiz, para download alternativo via Megaupload. Não adianta me pedir de outros discos porque só vou criar novos links dos que me estiverem à mão.

Fausto, de Amaral Vieira
Fábulas, de Amaral Vieira (se forem bonzinhos baixarem muito, farei o upload de outros CDs de AV)
Villa por Chorões
Bachianas Brasileiras n° 2, 4 e 8, com Jesús Lopez-Cobos
Os Choros de câmara de Villa-Lobos, primeira gravação mundial
Debussy por Nelson Freire (nunca um CD meu foi tão baixado quanto esse – mais de mil vezes)
Tangazo, com Charles Dutoit (as obras sinfônicas mais fodásticas fascinantes de Piazzolla)
Obras orquestrais de Copland (a melhor coletânea com peças do compositor norte-americano)
Réquiem contestado, de Eli-Eri Moura (magnífico oratório sobre réquiem jamais composto no Brasil)

CVL

Morre Ariel Ramirez, ícone do folclore argentino

Buenos Aires, 19 fev (EFE).- O pianista e compositor Ariel Ramirez, um dos maiores expoentes do folclore argentino, morreu na quinta-feira à noite aos 88 anos com um quadro de pneumonia agravado por um problema renal, informaram nesta sexta fontes próximas ao artista.

Conhecido internacionalmente pelas obras como “Misa Criolla”, o músico estava internado havia alguns dias em uma clínica da cidade na província de Buenos Aires de Monte Grande, na periferia de Buenos Aires, onde também se tratava de problemas neurológicos, como contou seu filho Facundo Ramirez.

Depois de ser velado nesta sexta na sede do Parlamento argentino, o corpo do artista será sepultado no sábado no cemitério portenho de Chacarita, em um panteão da Sociedade Argentina de Autores e Compositores, da qual o pianista foi presidente por cinco mandatos consecutivos.

O artista sofria há anos de uma doença degenerativa que afetava sua memória, mas a família evitou dar detalhes.

Além de “Misa criolla”, Ramírez foi o criador de obras emblemáticas como “Mujeres Argentinas”, “Alfonsina y el Mar”, “La Tristecita”, “Navidad Nuestra”, “La Hermanita Perdida” e “Antiguo Dueño de las Flechas (Indio Toba)”, entre outras.

Nascido em 4 de setembro de 1921 na cidade de Santa Fé, no centro da Argentina, Ramirez é dono de um amplo repertório de canções que foram interpretadas por artistas como Montserrat Caballé, José Carreras, Plácido Domingo e Mercedes Sosa.

Fonte: EFE

Página Oficial de Ariel Ramirez

Postagem da Misa Criolla

C.P.E. Bach (1714-1788): Die Auferstehung und Himmelfahrt Jesu

Calma, Auferstehung und Himmelfahrt Jesu significa apenas Ressurreição e Ascensão de Jesus, tá? Não fiquem nervosos.

Este Oratório talvez possa ser considerado o mais importante trabalho sacro escrito desde a morte de Johann Sebastian Bach até o aparecimento de Haydn, o qual não era nada trouxa e conhecia muito bem as composições do segundo filho de meu pai, meu irmão. A riqueza da linguagem musical, a sutileza dos detalhes e a profundidade dramática do Oratório, mostra-nos até que ponto Carl Philipp Emanuel foi um mestre. O trabalho é moderno, possui expressividade contrastante, é menos estereotipado e menos óbvio do que os de seus contemporâneos. Auferstehung und Himmelfahrt Jesu deixou sua marca nas gerações seguintes e justificadamente despertaram a admiração de, entre outros, Haydn e Beethoven.

Uma carta do compositor para sua editora revelou que ele considerava este Oratório uma de suas maiores obras-primas.

Este registro de Sigiswald Kuijken, his singers and little band é absolutamente notável e mereceu ser coberto de prêmios, como foi. Duvido que você ouça apenas uma vez. Você vai é berrar pela casa:

— Olha o CPE Bach chegando aí, geeeeeeente!!!!

E então, animal, vai ouvir ou não?

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

C.P.E. Bach — Die Auferstehung und Himmelfahrt Jesu

1. [Erster Teil] Einleitung
2. Chorus: Gott du wirst
3. Recitative: Judaa zittert
4. Aria: Mein Geist voll Furcht und Freuden
5. Chorus: Triumph! Triumph!
6. Recitative: Die frommen Tochter
7. Aria: Wie bang hat dich mein Lied beweint
8. Recitative: Wer ist die Sionitin
9. Duet: Vater deiner schwachen Kinder
10. Recitative: Freundinnen Jesu
11. Aria: Ich folge dir
12. Chorus: Tod! Wo ist dein Stachel?
13. [Zweiter Teil] Einleitung
14. Recitative: Dort seh’ ich aus den Toren Jerusalems
15. Aria: Willkommen, Heiland
16. Chorus: Triumph! Triumph!
17. Recitative: Elf auserwahlte Junger
18. Aria: Mein Herr, mein Gott
19. Chorus: Triumph! Triumph!
20. Recitative: Auf einem Hugel
21. Aria: Ihr Tore Gottes
22. Chorus: Gott fahret auf mit Jauchzen

Uta Schwabe: soprano
Christoph Genz: tenor
Stephan Genz: bass

Ex Tempore
La Petite Bande
Sigiswald Kuijken

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PQP

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Villa-Lobos em Paris

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Esse é um dos CDs mais ousados e bem produzidos nos últimos tempos sobre Villa-Lobos; reproduz o programa do primeiro concerto do nosso Villa em Paris, em 1924.

Eu pulo direto para o Noneto – obra sem parelelo, mesmo dentro do catálogo villalobiano – mas inventei de escutar o CD a partir do começo e acabei ficando perplexo com a beleza do Quarteto Simbólico, o qual não ouvia há tempos. As outras obras, deixo à apreciação de vocês, mas sei que os pianólatras terão ressalvas sobre a primeira série da Prole do Bebê.

Quanto ao Noneto, Villa-Lobos foi de uma audácia sem precedentes no uso técnico do coral. Fiquei particularmente impressionado com a passagem zombeteira e bem ritmada no final, onde eu jurava que entendia “Samba sem sapato tá dançando o orangotango”. Porém, comprei recentemente o livro Heitor Villa-Lobos: Processos composicionais, de Paulo de Tarso Salles, e lá assinalava o texto correto, outra brincadeira onomatopaica típica do nosso genioso compositor: “Zango! Zizanbango! Dangozangorangotango!”, mas dessa vez para gerar sugestões fonéticas africanas, em lugar das indígenas a que estamos acostumados.

Claro que o Noneto não é um apanhado de passagens “exóticas”; ele é muito complexo na estruturação e na harmonia. O melhor mesmo é viajar pelos temas que se apresentam e se retiram ao longo dos doze minutos de duração.

Só agora, após uma passada de vista via Google, descobri que o CD recebeu o Diapason de ouro.

***

Villa-Lobos em Paris (2005)

Revista Diapason
“Prêmio Diapason de Ouro”

1-3. Quatuor
Toninho Carrasqueira, flauta – Dilson Florêncio, sax – Luba Klevsotova, harpa – Maria Elisa Risarto, celesta – Mara Campos, Reg. Preparadora do Coro Feminino – Gil Jardim, Regente.

4-11. A Prole do Bebê nº1
Nahim Marum, piano

12-19. Epigramas Irônicos e Sentimentais
Claudia Ricchitelli, soprano – Nahim Marum, piano

20. Pensées D’Enfant
Claudia Ricchitelli, soprano – Toninho Carrasqueira, flauta – Sérgui Burgani, clarinete – Watson Clis, violoncelo

21. Noneto
Toninho Carrasqueira, flauta – Luis Carlos Justi, oboé – Sérgio Burgani, clarinete – Aloysio Fagerlande, fagote – Dilson Florêncio, sax – Silas Lima, harpa – Maria Elisa Risarto, celesta – Paulo Braga, piano – Elizabeth Del Grande, Ricardo Bologna e Eduardo Gianesella, percussão – Mara Campos, Regente Preparadora do Coro Misto – Gil Jardim, Regente.

BAIXE AQUI

CVL

Dmitri Shostakovich (1906-1975): O Nariz (ópera)

O Nariz foi escrito no final da década de 1920 na União Soviética, quando houve uma política muito liberal para a música. Compositores se aventuravam a extremos que só o Ocidente conhecia. Depois, como sabemos, tudo mudou.

O Nariz, como vocês devem saber, é baseada na obra de Nikolai Gogol, talvez o mais cômico dos sutores russos. Shostakovich não se fez de rogado e nos preparou uma obra-prima em que há interlúdios entregues inteiramente à percussão, mas também há arrotos (eructações emitidas pelos cantores) e peidos (flatulências emitidas pelo fagote) e todo o gênero de estranhezas. É uma das maiores obras do jovem Shostakovich, um tour de force eletrizante de selvagem acrobacia vocal e instrumental. Um colorido absurdo teatral. O história, como TODOS vocês, pessoas cultas, sabem, é a de um alto e pomposo funcionário público, Kovalyov, que acorda um dia e descobre que seu nariz ganhou vida própria e saiu para uma caminhada ao redor da cidade de São Petersburgo. O resultado, nas mãos do cruel, sarcástico e irreverente de Shostakovich, é uma loucura.

Algumas observações retiradas do livro Shostakovich — Vida, Música, Tempo, de Lauro Machado Coelho:

No Nariz, o mecanismo dos mexericos peuqeno-burgueses é exposto com rara acuidade. As conversas estúpidas nascidas de coisa alguma, a anedota insignificante é inchada às dimensões de uma bolha de sabão fantástica, que acaba por estourar bruscamente, só deixando por trás dela — como era de se esperar — o mais total vazio. (Sollertínski)

O Nariz é a bomba na mão de um anarquista. (Gvózdiev)

As pessoas não cantam em o Nariz. Declamam, discutem, vociferam, arrotam, conversam fiado, sussurram, insulktam, fofocam. Um dos traços característicos dessa escrita será, aliás, a impiedosa exploração dos registros agudos. AS vozes de tenoe soprano dominam e recorre-se a elas até mesmo em situações banais, como a cação de Ivan, berrada a plenos pulmões, acima da pauta. As vozes graves pertencem, via de regra, a pessoas obtusas e sonolentas… (Kaminski)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Shostakovich — O Nariz

1. The Nose: Act I, Prologue, “U tebia, Ivan Yakovlevich…”
2. The Nose: Act I, Scene I, The Barber Shope of Ivan Yakovleich, “A…Segodnia ya…”
3. The Nose: Act I, Scene II, The Embankment, “Podymil! Von ty chto-to uronil”
4. The Nose: Act I, Interlude
5. The Nose: Act I, Scene III, Kovalev’s Bedroom, “Brr. Brr. Brr, brr.”
6. The Nose: Act I, Galop
7. The Nose: Act I, Scene IV, Kazan Cathedral, “A…A…A…”
8. The Nose: Act II, Prologue, “U sebia politsmeister?”
9. The Nose: Act II, Scene V, At the Newspaper Office, “Poverite li, sudar’…”
10. The Nose: Act II, Interlude
11. The Nose: Act II, Scene VI, Kovalev’s Apartment, “Nepobedimoi siloi…”

1. The Nose: Act III, Scene VII, Outskirts of St. Petersburg, “Vlast’iu moei daetsia…”
2. The Nose: Act III, Scene VIII, Kovalev’s Apartment And Podtochina’s Apartment, “Zdes’ Il Zhivet…”
3. The Nose: Act III, Interlude, “Nos Maior Kovaleva progulivaetsia zdes’…”
4. The Nose: Act III, Kovalev’s Apartment, “Vot on! Vot on! Nos!”
5. The Nose: Act III, Nevsky Prospect, “Zdravstvuite, Platon Kuzmichi!”

Zhanna Dombrovskaya
Tatiana Kravtsova
Elena Vitman
Andrei Popov
Sergey Semishkur
Sergei Skorokhodov
Yevgeny Strashko
Vladislav Sulimsky
Gennady Bezzubenkov
Vadim Kravets
Alexei Tanovitsky

Valery Gergiev
St. Petersburg Mariinsky Theater Orchestra
St. Petersburg Mariinsky Theater Chorus

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J. S. Bach (1685-1750): As Sonatas para Violino e Teclado

É complicado, mas tem gente que consegue. Este CD com as maravilhosas Sonatas para Violino e Teclado de papai recebe aqui uma abordagem fria e sem graça de John Holloway e acompanhantes. Eles são bons músicos, capricharam nas variações de instrumentos para fazer o contínuo (cravo, órgão, violoncelo), mas sem dúvida já publicamos registros muito mais vivos e interessantes destas grandes obras. Prova de que nem sempre as baratas caixas de álbuns duplos da Virgin dão certo. Esta é, na minha opinião, uma merda um embuste…

J. S. Bach (1685-1750): As Sonatas para Violino e Teclado

CD 1

1. Sonata in G major: I. Adagio / BWV 1021
2. Sonata in G major: II. Vivace / BWV 1021
3. Sonata in G major: III. Largo / BWV 1021
4. Sonata in G major: IV. Presto / BWV 1021

5. Sonata in E minor: I. (Prelude) – Adagio ma non tanto / BWV 1023
6. Sonata in E minor: II. Allemanda / BWV 1023
7. Sonata in E minor: III. Gigue / BWV 1023

8. Sonata No.1 in B minor: I. Adagio / BWV 1014
9. Sonata No.1 in B minor: II. Allegro / BWV 1014
10. Sonata No.1 in B minor: III. Andante / BWV 1014
11. Sonata No.1 in B minor: IV. Allegro / BWV 1014

12. Sonata No.2 in A major: I. Dolce / BWV 1015
13. Sonata No.2 in A major: II. Allegro assai / BWV 1015
14. Sonata No.2 in A major: III. Andante un poco / BWV 1015
15. Sonata No.2 in A major: IV. Presto / BWV 1015

16. Sonata No.3 in E major: I. Adagio / BWV 1016
17. Sonata No.3 in E major: II. Allegro / BWV 1016
18. Sonata No.3 in E major: III. Adagio ma non tanto / BWV 1016
19. Sonata No.3 in E major: IV. Allegro / BWV 1016

CD 2

1. Sonata No.4 in C minor: I. Largo / BWV 1017
2. Sonata No.4 in C minor: II. Allegro / BWV 1017
3. Sonata No.4 in C minor: III. Adagio / BWV 1017
4. Sonata No.4 in C minor: IV. Allegro / BWV 1017

5. Sonata No.5 in F minor: I. Lamento / BWV 1018
6. Sonata No.5 in F minor: II. Allegro / BWV 1018
7. Sonata No.5 in F minor: III. Adagio / BWV 1018
8. Sonata No.5 in F minor: IV. Vivace / BWV 1018

9. Sonata No.6 in G major: I. Allegro / BWV 1019
10. Sonata No.6 in G major: II. Largo / BWV 1019
11. Sonata No.6 in G major: III. Allegro [harpsichord solo] / BWV 1019
12. Sonata No.6 in G major: IV. Adagio / BWV 1019
13. Sonata No.6 in G major: V. Allegro / BWV 1019

14. Sonata No.6 in G major (appendix): I. Adagio / BWV 1019a
15. Sonata No.6 in G major (appendix): II. Cantabile, ma un poco adagio / BWV 1019a
16. Sonata No.6 in G major (appendix): III. [harpsichord solo] / BWV 1019a
17. Sonata No.6 in G major (appendix): IV. Violino solo e basso / BWV 1019a

John Holloway: violin
Davitt Moroney: harpsichord, chamber organ
Susan Sheppard: cello

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Sergei Rachmaninov – Piano Concerto nº3, Dmitri Shostakovich – Symhony nº 5 – Valery Gergiev – Rotterdam Philharmonic Orchestra

Esta postagem é para provocar o mano PQP, pois traz os dois extremos: seu adorado e amado Shosta e o odiado Rach.
Mais um broadcasting, desta vez com o belíssimo Concerto nº3 de Rachmaninov, nas mãos de Vladimir Feltsman e a Sinfonia nº5 de Shostakovich, sempre com um de meus regentes favoritos da atualidade, o Valery Gergiev.
O terceiro de Rach é umas mais belas obras do repertório pianístico, e também uma mais difíceis.  Conciliar o virtuosismo necessário para sua interpretação sem escorregar nas passagens mais escancaradamente românticas é o grande desafio do intérprete. Feltsman é um pianista experiente e conhece profundamente a obra para não se deixar cair nas armadilhas que a obra traz. Gergiev conduz a excelente Filarmônica de Rotterdam com a competência de sempre.

Esta noite de 2 de abril de 2006 deve ter sido muito intensa no Schwartz Center em Atlanta, Georgia, USA. Espero que apreciem.

Sergey Rachmaninov – Piano Concerto nº3, in D minor, op. 30

1 – Allegro ma non troppo
2 – Intermezzo: adagio.
3 – Allegro Vivace

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Symphony nº5, op . 47
1- Moderato
2 -Allegreto
3-Largo
4-Allegro ma non tropppo

Vladimir Feltsman – Piano
Rotterdam Philharmonic Orchestra
Valery Gergiev – Conductor

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Cecilia Bartoli – Chant d'amour (Mélodies françaises)

Grande coleção de canções muito pouco ouvidas por aí. Bartoli está mais contida, pois as músicas não pedem aquele histrionismo que ela está sempre pronta a dar. Sua voz é provocante, adaptando-se a cores e personagens diferentes. Certamente Cecilia Bartoli não é a campeã da canção francesa, mas é raro ouvir um álbum que tem muitas canções que nunca foram gravadas. Os pontos altos do CD — e estes são altíssimos! — são a Havanaise de Viardot e a indescritível La mort d’Ophélie de um surpreendente (e sutil) Berlioz.

Cecilia Bartoli – Chant d’amour (Mélodies française)

Bizet
01 – Chant d’amour [Vingt mélodies No. 17]
02 – Ouvre ton coeur
03 – Adieux de l’hôtesse arabe
04 – Tarentelle
05 – La Coccinelle [Vingt Mélodies No. 16]

Delibes
06 – Les Filles de Cadiz(1)

Viardot
07 – Hai luli!
08 – Havanaise
09 – Les Filles de Cadix

Berlioz
10 – La mort d’Ophélie
11 – Berlioz – Zaïde

Ravel
12 – Chants populaires – Chanson française
13 – Chants populaires – Chanson espagnole
14 – Chanson italienne
15 – Chants populaires – Chanson hébraïque
16 – Vocalise-étude (en forme de habanera)(1)
17 – Kaddisch
18 – L’énigme éternelle
19 – Tripatos

Cecilia Bartoli,
Myung-Whun Chung, piano

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PQP

Um Bach quieto e denso

O som do CD deixa o piano um pouco ao fundo, ausente: o efeito está lá, mas é como se não houvesse o contato físico entre mãos e teclas, pés e pedais, martelos e cordas. Em uma primeira audição, Maurizio Pollini parece fazer um Bach mais harmônico, com ênfase na arquitetura estrutural. Mas a impressão deixa de predominar a partir da segunda escuta da recém-lançada gravação do primeiro volume de O Cravo Bem Temperado.

A primeira coleção de 24 prelúdios e fugas, que seguem em progressão de meio em meio tom através das 12 tonalidades maiores e menores, foi completada por Johann Sebastian Bach (1685 – 1750) em 1722. Artista do prestigioso selo Deutsche Grammophon desde 1971, o pianista milanês de 68 anos nunca havia gravado Bach. Sua discografia inclui as principais obras de Beethoven e Chopin, mas também cultiva o século 20 (Boulez, Nono e Schoenberg).

Embora não chame a atenção em um primeiro momento, o teor contrapontístico da escrita bachiana (as melodias que imitam umas às outras em tempos defasados) está presente em sua interpretação. Mas não vem acompanhado de cores, brilhos e ornamentos, como na versão de Andras Schiff, nem de contrastes de articulações e tempo, como na de Angela Hewitt.

Parece que Pollini constrói um Cravo Bem Temperado passível de diversas magnitudes de “zoom’’, todas ao mesmo tempo independentes e integradas, como se cada camada comentasse aspectos diversos da arte de Bach. Não só as entradas dos temas das fugas estão cuidadosamente equalizadas, mas elementos aparentemente menos importantes também sobressaem, como o desenho formado pelas notas longas no prelúdio em fá menor.

O segredo parece ser o controle do fluxo temporal: nenhuma linha é interrompida, não há gratuidade. Não há esforço aparente (digital e intelectual) nem qualquer exibicionismo.

Mas essa homogeneidade jamais se torna “fria’’: nunca desanda o amálgama improvável entre delicadeza, lucidez e densidade. A quietude das antológicas interpretações dos prelúdios e fugas em dó sustenido menor, ré sustenido menor e lá menor faz lembrar pinturas de Vermeer, o que corrobora a tese do crítico Edward Said de ser Pollini um “curador do repertório’’, cujas performances são capazes de gerar verdadeiros “ensaios sem palavras’’.

SIDNEY MOLINA | Folhapress

Franz Schubert – Symphony nº3 in D, D.200, Anton Bruckner – Symphonie nº3, in D Minor – Mariss Jansons – RCO

Venho pensando em fazer estas postagens já há algum tempo, desde que tive acesso a esse material,  porém sempre prorroguei.
Tratam-se de gravações de realizadas ao vivo, via broadcasting, ou seja, no momento em que elas estavam sendo executadas em algum palco no mundo, eram transmitidas de alguma forma, talvez internet, ou mesmo rádio. Uma boa alma, então, se dispôs a gravá-las, transformá-las em mp3, enviar para o rapidshare, e depois disponibilizá-las. É muita bondade, não acham? Encontrei estes arquivos fuçando nos milhares de blogs que tem a mesma proposta que o PQPBach, ou seja, a divulgação da boa música. Neste caso aqui, como não são CDs convertidos para mp3, creio que não tenham maiores problemas com as gravadoras.
Para iniciar, trago Schubert e Bruckner com suas terceiras sinfonias, nas competentes mãos de Mariss Jansons, frente à Concertgebow Orchestra, de Amsterdam, gravação esta realizada diretamente na fonte, ou seja, na própria sala desta excepcional orquestral holandesa.
Um aviso, os arquivos são únicos, sem divisão de movimentos. E sim, vocês irão ouvir tosses, rangeres de poltrona, pigarros, entre outros barulhos característicos.  Mas não se preocupem, pois eles só ocorrem entre os movimentos e no final da execução das obras.

Espero que apreciem. Tenho na lista de futuras postagens uns dez destes broadcastings

Franz Schubert – Symphony nº3

1 – Adagio maestoso – Allegro con brio
2 – Allegretto
3 – Menueto (vivace)
4 – Presto. Vivace.

Anton Bruckner – Symphony nº3 in D Minor

I. Gemassigt, misterioso
II. Adagio: Feierlich
III. Scherzo: Ziemlich schnell
IV. Finale: Allegro

Royal Concertgebow Orchestra
Mariss Jansons – Conductor

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FDP Bach

Partituras e Links – versão 3

Algumas vezes nossos ouvintes perguntam sobre partituras. Onde encontrá-las?
Nosso ágil e atento SAC adiciona preciosas colaborações de nossos ouvintes:

ChoralWiki
Um dos melhores sites de partituras de domínio público é o ChoralWiki, sede da Choral Public Domain Library (CPDL). Fundado em dezembro de 1998, o CPDL é um dos maiores portais de partituras musicais gratuitas do mundo. Você pode usar o CPDL para encontrar partituras, textos, traduções e informações sobre compositores. Até o momento desta postagem, possui 10.932 partituras de 1.544 compositores. Nossos brilhantes compositores de música sacra colonial estão presentes no ChoralWiki.

CLIQUE AQUÍ para entrar no ChoralWiki em português.

Thesaurus Musicæ Brasiliensis
Catálogo de manuscritos musicais presentes no acervo do Maestro Vespasiano Gregório dos Santos. Dedicado aos nossos maravilhosos compositores de música sacra colonial, possui referência bibliográfica.

CLIQUE AQUÍ para entrar no Thesaurus Musicæ Brasiliensis.

IMSLP/Petrucci Music Library
“Este site, chamado IMSLP, possui um acervo invejável, todo convertido em PDF para ser baixado. São 46.318 partituras de 20.332 obras, por 2.706 compositores.” (colaboração do nosso ouvinte Gilberto Agostinho)

CLIQUE AQUÍ para entrar no IMSLP/Petrucci Music Library

SCRIBD
“Mas há também o ‘SCRIBD’ onde cada usuário compartilha seu acervo com toda a rede [há uma limitação para pesquisa e downloads, que se resolve após criar um perfil na comunidade Scribd]. Vale conhecer!” (colaboração do nosso ouvinte Brazix Muamba)

CLIQUE AQUÍ para entrar no SCRIBD

Universidade de Rochester
“Gostaria de acrescentar mais um que me parece formidável. É da Universidade de Rochester (USA), que oferece para download gratuito milhares de partituras em pdf, inclusive muitas obras orquestrais. Os downloads são rápidos e descomplicados. Há muita coisa rara por lá.” (colaboração do nosso ouvinte Eduardo O. Salles)

CLIQUE AQUÍ para entrar na Universidade de Rochester

Nilson Lombardi – Seis Miniaturas
“Estou deixando um comentário aqui porque não sei outra forma de me comunicar com vocês, então, espero que não se importem. Consegui as partituras das Seis Miniaturas, de Nilson Lombardi, e achei que isso pudesse interessar ao PQP.  Junto, deixo o link de uma dissertação feita por um estudante da Unesp. Espero que gostem. ” (colaboração de nossa ouvinte Nadia)

CLIQUE AQUÍ para obter as partituras e a dissertação

Museu da Música de Mariana
Partituras, músicas para baixar (todas já postadas aquí), muito sobre os compositores da época colonial.

CLIQUE AQUÍ para entrar no Museu da Música de Mariana

Sinfonieta dos Devotos de Nossa Senhora dos Prazeres
O trabalho que está sendo desenvolvido pelo Maestro Marcelo Martins. Estudo e partituras da Música Sacra Colonial Brasileira.

CLIQUE AQUÍ para entrar na Sinfonieta dos Devotos de Nossa Senhora dos Prazeres

Arquivo Cleofe Person de Mattos
O arquivo privado da musicóloga, educadora e regente Cleofe Person de Mattos (1913-2002) compreende os documentos por ela produzidos e acumulados no decorrer de mais de seis décadas, tendo como foco principal as obras do Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830).

CLIQUE AQUI para acessar o Arquivo Cleofe Person de Mattos

Acervo Musical do Cabido Metropolitano do Rio de Janeiro
Disponibiliza reproduções facsimilares de mais de vinte mil imagens de Antífonas, Hinos, Matinas, Missas, Novenas e Salmos da autoria do mestre de capela José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) e de outros nomes de relevo como Damião Barbosa de Araújo (1778-1856), Francisco Manuel da Silva (1795-1865) e Dom Pedro I (1798-1834), além de figuras de considerável ressonância internacional, como o italiano David Perez (1711-1778), o português Marcos Portugal (1762-1830) e o austríaco Sigismund Neukomm (1778-1855).

CLIQUE AQUI para acessar o website do Cabido

Se você procura uma partitura, muito provavelmente a encontrará em um desses sites acima.

Avicenna

Morreremos felizes

Comentário que apareceu neste post. Nossa equipe de postadores compulsivos pode morrer feliz. Vamos ao Paraíso, onde teremos tantas virgens que até os muçulmanos nos invejarão.

Meu caro PQP

Fosse eu um ilustrado escritor e teria forma de expressar toda a gratidão e reconhecimento pelo seu trabalho em prol, não só da cultura musical de todos nós, mas também do meu melómano prazer, mania até!

Sendo apenas um “irmão” de pátria-lingua deixo aqui o meu esforçado testemunho de tudo o que referi.

Aqui em Angola, infelizmente, ainda não chegou a vez da Cultura, a cultura (de semear) as mentes e as Almas. Ainda estamos no materialismo básico da escola, do hospital, da estrada, do matar a fome, do tirar da miséria. O materialismo impulsivo da compra ainda nao está disponivel (Bem Haja!). Por isso fica minha consciencia aliviada por me ter tornado, com sua preciosa colaboração, num pirata culto-cibernético…

No entanto, sempre que posso e me encontro em frente aquelas deslumbrantes estantes dos livros e dos CD’s do chamado Mundo Desenvolvido – uma das ultimas a magnifica “biblioteca de Alexandria” da Leitura em São Paulo – babo-me de deleite e prazer e contribuo para os criadores comprando livros e cd’s.

Meu caro Amigo – Amigo, pois faz muito mais por mim do que muitos dos que se intitulam “amigos” – no que de mim depender terá o seu lugar assegurado no Nirvana, no Paraíso ou em qualquer outro Refugio Final que for do seu agrado ou conveniência. Serei sua testemunha abonatória… E mais não lhe consigo dizer.

Alexandre Sines Fernandes

PQP

Georges Bizet (1838-1875): Suíte Carmen – Suíte L'Arlésienne

Ontem, estava ouvindo este CD quando vi que O Ser da Música tinha postado e-xa-ta-men-te aquilo que eu estava ouvindo, só que em outra gravação. Fui examinar o post e, só de olhar a capa do CD, concluí rapidamente e sem medo de errar: bem, ele postou a versão gay, vou postar a versão viril. Fui ver quem era o meu regente e li: Leonard Bernstein… Putz, jogo empatado.

UM BAITA CD !!!

Bizet: Suíte Carmen – Suíte L’Arlésienne

01. Carmen Suite, No. 1 The Toreadors
02. Prelude to Act 1
03. Aragonaise
04. Intermezzo
05. Seguidilla
06. The Soldiers Of Alcala

07. Carmen Suite, No. 2 March Of The Smugglers
08. Habanera
09. Nocturne
10. The Toreador Song
11. Children´s Chorus
12. Bohemian Dance

13. L´Arlesienne Suite No. 1 Overture
14. Minuet
15. Adagietto
16. Carillon

17. L´Arlesienne Suite No. 2 Pastorale
18. Intermezzo
19. Minuet
20. Farandole

New York Philharmonic Orchestra
Leonard Bernstein

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PQP

Eli-Eri Moura (1963) – Música de câmara [link atualizado 2017]

O Réquiem Contestado de Eli-Eri Moura foi uma das minhas melhores postagens até hoje aqui no blog e a melhor obra que revelei nesses quase dois anos com a família Bach. Porém, o compositor paraibano tem duas facetas: uma estritamente tonal (harmônica e melodiosa em alta escala, passando, no entanto, longe da trivialidade), tal qual no RC, outra experimental, como vocês poderão ouvir neste CD – no qual demorei meses tentando entender o altamente conceitual processo composicional e me acostumando com as sonoridades.

***

Se vossos ouvidos não suportam timbres áridos e ritmos aparentemente desconexos, afastai-vos; mas se vós vos dispuserdes a se postar diante de um universo sonoro alternativo, ide em frente e fazei o download.

Deixo as palavras do compositor acerca do que encontrareis.

***

As cinco peças deste CD exemplificam, em maior ou menor grau, o que chamo música contextualizada. O termo se refere a uma abordagem composicional baseada em dois ideais: (1) implementar uma contextualização geográfica, uma referência regional que favoreça uma visão do mundo culturalmente diversa, múltipla, em vez de uma visão estreita, plana e globalizada; (2) promover uma interação com elementos de uma cultura local, passível de ocorrer de forma estrutural, permeando os diversos níveis hierárquicos das composições e dos seus processos de criação. Para atingir esses objetivos, procuro processar e aplicar os ingredientes culturais locais de tal modo que variados graus de um isomorfismo musical sejam efetivados na composição, unindo materiais, processo, discurso  e forma. Um dos resultados é que, muitas vezes, não somente ritmos e alturas, mas outros parâmetros, a exemplo de timbre, densidade e textura, se tornam os principais elementos constitutivos do conteúdo musical. Por conta das naturezas e conteúdos diversos dos materiais das fontes culturais utilizados, a abordagem exige uma paleta variada de procedimentos e técnicas composicionais (adequáveis ao pensamento composicional proposto), alguns dos quais são apontados abaixo.

[no caso, vide este link aqui, onde o internauta pode consultar as partituras]

***

Eli-Eri Moura – Música de câmara

1. Circumversus, para quarteto de flauta, clarineta, violino e violoncelo
2. Maracatum, para três percussionistas
3. Nouer I, para oboé e piano
4-7. Isophonie, para violoncelo solo
Módulo I
Módulo II
Módulo III
Módulo IV
8. Opanijé Fractus, para quinteto de sopros

Intérpretes: membros do Grupo Sonantis, do Departamento de Música da UFPB

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CVL
Repostado por Bisnaga

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia No. 7 em C, Op. 105 / Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia No. 4 in E menor, Op. 98

Digamos que eu tivesse que escolher as dez maiores gravações que ouvi até hoje. Talvez não precisasse pensar muito nas primeiras três ou quatro e uma delas seria o incrível vinil onde Yevgeny Mravinsky rege a Sinfonia Nº 7 de Sibelius e a Música para Cordas, Percussão e Celesta de Bartók. Gosto tanto daquele disco com gravações de 1965 que nunca procurei os CDs correspondentes. Qual não foi minha surpresa ao ver no blog O Ser da Música a gravação de 1965 da obra de Sibelius, acompanha da Sinfonia Nº 4 de Brahms. Não sei de onde o Carlinus tirou este CD, interessa-me mais sua declaração:

Afirmo ousada e destemidamente que Yevgeny Mravinsky é o grande nome da regência no século XX. (…) Tudo aquilo que Yevgeny punha as mãos para reger, transformava-se em arte imorredoura. Um exemplo são as duas sinfonias deste post, uma de Sibelius e outra de Brahms. Não sou de ouvir a mesma música duas vezes seguidas, mas confesso que fiz isso no dia de hoje ao ouvir este registro. Detalhe: é preciso ouvir estas duas peças com um volume do som um pouco “alto” para perceber a maravilha que era o casamento Mravinsky-LPO.

E eu concordo com ele. Mravinsky foi um grande gênio, mesmo para este ouvinte que costuma fazer questão de gravações modernas em razão da qualidade de som. Há tosses em meio à gravação e o som da orquestra não é o que poderia ser, mesmo para uma gravação de 1965. Mas a interpretação… É indescritível! O destaque dado ao solo de trombone na Sinfonia de Sibelius, o primeiro movimento de Brahms… Dizer o quê? Ah!

Devo dizer que espero que uma boa alma me aponte onde está a gravação da Música de Bartók por Mravinsky. Por favor! (Afinal, este foi o motivo de eu ter repetido o post do Ser da Música aqui no PQP).

Importante: a Sinfonia de Sibelius é contínua, são cinco movimentos interligados. Aliás, nem se nota quando passamos de um para outro. Desta forma, ela sempre é apresentada em apenas uma faixa, OK?

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Jean Sibelius (1865-1957) – Sinfonia No. 7 em C, Op. 105 (Live 1965)
01. Adagio — Un Pochettino Meno Adagio — Poco Rallentando All’Adagio — Allegro Molto Moderato — Vivace

Johannes Brahms (1833-1897) – Sinfonia No. 4 in E minor, Op. 98 (Live 1973)

02 Allegro Non Troppo
03 Andante Moderato
04 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo
05 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro

Leningrad Philharmonic Orchestra
Yevgeny Mravinsky, regente

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J.S. Bach (1685-1750): Lieder ohne Worte / Transcriptions for Oboe and Orchestra

Esse é daqueles CDs que tem tudo para ser ruim. São transcrições de obras de Bach para oboé e orquestra em que o foco — está no título — parece ser o de provar que meu pai não era apenas um compositor de estruturas colossais, mas um grande inventor de melodias. Lieder ohne Worte parafraseia Mendelsohn e significa Canções sem Palavras. O resultado impressiona. Confesso que fui obrigado a esquecer a mistureca de obras e gêneros, fui trazido de tal forma para o confortável e seguro mundo de um Bach melódico que simplesmente deixei outras considerações para depois. E para ainda depois.

Talvez não mereça o IMPERDÍVEL, mas merece fácil fácil o outro bordão:

UM BAITA CD !!!

Bach: Canções sem Palavras

1. Clavier Übung II, BWV 971: Italienisches Konzert, BWV 971: Allegro
2. Orgelbüchlein (Choralvorspiele): “Ich ruf’ zu dir, Herr Jesu Christ”, BWV 639
3. Orchestersuite Nr. 2 h-moll, BWV 1067: Bourrée I und II
4. Flötensonate E-Dur, BWV 1035: Siciliano
5. Matthäus-Passion, BWV 244. Aria: “Erbarme dich”
6. Konzert für Cembalo und Orchestrer f-moll, BWV 1056: Largo
7. Magnificat, BWV 243: Aria: “Esurientes implevit bonis”
8. Choralvorspiele III, BWV 659: “Nun komm’ der Heiden Heiland”
9. Oster-Oratorium “Kommt, eilet und laufet”, BWV 249: Aria “Saget, saget mir geschwinde”
10. Kantate Nr. 12 “Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen”, BWV 12: Sinfonia
11. Matthäus-Passion, BWV 244: Aria: “Mache dich, mein Herze, rein”
12. Toccata, Adagio und Fuge C-Dur, BWV 564: Intermezzo: Adagio
13. Konzert für Cembalo und Orchester A-Dur, BWV 1055: Allegro ma non tanto
14. Kantate Nr. 208, “Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd” (“Jagdkantate”), BWV 208: Aria: “Schafe können sicher weiden”
15. Oster-Oratorium “kommt, eilet und laufet”, BWV 249: Sinfonia (Adagio)
16. Messe in h-moll, BWV 232: Aria: “Agnus Dei”

Albrecht Mayer, oboé
Sinfonia Varsovia

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Astor Piazzolla (1921-1992): Piazzolla and Beyond – London Concertante

Um CD low profile de Piazzolla e de alguns compositores ingleses que se arriscaram no tango. O grande destaque é a London Concertante, conjunto que desconhecia e que dá uma tremenda demonstração de competência — clássica, jazzística e tangueira. Depois de um Libertango bastante apaixonado, as outras peças são interpretadas com delicadeza algo rara nos grupos vizinhos (argentinos). Eu adorei. Surpreendentemente, é um CD da Harmonia Mundi, o que mostra que o mundo se move em direções inesperadas. A ECM vai para o clássico, a HM para o tango, nós vamos vivendo de amor e Lula ganha o que FHC apenas sonhou. Eu achei a peça de David Gordon, Augmented Tango de extrema sensualidade. Até tasquei uns beijos de língua na patroa. Pena que ela estivesse com cólicas menstruais. Mas um inglês escrever uma peça que parece um tango moderno e que este entusiasme um habitante do Rio Grande do Sul é a prova de que o hip hop germânico ainda dominará o mundo.

Piazzolla and Beyond – London Concertante

01 astor piazzolla-libertango 04:56
02 astor piazzolla-angel suite 07:53
03 astor piazzolla-decarissimo 04:21
04 david gordon-augmented tango 07:09
05 adam summerhayes-when churchyards yawn 03:59
06 astor piazzolla-soledad 04:43
07 astor piazzolla-michelangelo 70 03:02
08 david gordon and adam summerhayes-milonga bourgeois 05:06
09 astor piazzolla-invierno porteno 05:20
10 adam summerhayes-el desposiedo 05:32

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PQP

As merecidas

PQP Bach simplesmente esqueceu-se de avisar. Não avisou os frequentadores, nem seus colegas de blog. O fato é que ele está gozando férias até dia 4 ou 5. Postou até o dia 28 apenas porque deixou agendadas postagens até 28 de dezembro… Mas já estava na praia desde 24. E agora está numa Lan House. E depois vai tomar mais uma Bohemia. Afinal, está quente. Mas a próxima será a última, promete. A última antes de ir ao banheiro abrir espaço para mais.

Fiquem bem. Feliz 2010 com muito dinheiro, saúde, música, mulheres, sexo oral, cinema, literatura e álcool.

PQP