Maurice Ravel (1875-1937) / Claude Debussy (1862-1918): Piano Concertos / Fantaisie for Piano & Orchestra (Kocsis / Fischer)

Maurice Ravel (1875-1937) / Claude Debussy (1862-1918): Piano Concertos / Fantaisie for Piano & Orchestra (Kocsis / Fischer)

Vou ser claro: eu não gosto de Debussy. Claro que ouço com prazer a Suíte Bergamasque e as peças orquestrais La Mer e Nocturnes, mas aqueles prelúdios e coisinhas para piano… Aquelas brumas diáfanas… Olha, às vezes me parece que Debussy inventou a New Age, o gênero de música que serve para não ser ouvido; aquele que, quando termina, você nem se dá conta, pois não estava prestando nenhuma atenção mesmo!

Juntá-lo com Ravel parece óbvio para os fazedores de CDs, mas não para mim. Seus dois Concertos para Piano são notáveis. O Adagio Assai do primeiro é de morrer por ele! Eu amo Ravel! Então digo que — juro! — ouvi atentamente os dois concertos maravilhosamente interpretados pelo grande Zoltán Kocsis (1952–2016) e seu amigo Iván Fischer e não lembro nada, mas nada mesmo, da tal Fantasia. Vale (muito) pelo Ravel!

Ravel: Concertos para piano / Debussy: Fantasia para piano e orquestra

Piano Concerto in G Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 19:48
1. Allegramente Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 7:50
2. Adagio assai Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 8:14
3.Presto Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 3:44

Piano Concerto for the left hand in D Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 17:38
4. Lento Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 7:45
5. Allegro Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 4:56
6. Tempo I Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 4:56

Fantasy for piano and orchestra Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 19:51
7. Andante ma non troppo-Allegro giusto Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 6:28
8. Lento e molto espressivo Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 7:06
9. Allegro molto Budapest Festival Orchestra, Iván Fischer & Zoltán Kocsis 6:16

Zoltán Kocsis, piano
Budapest Festival Orchestra
Iván Fischer

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Kocsis, uma amiga e o húngaro

PQP

Seiji Ozawa Matsumoto Festival 2021: Saito Kinen Orchestra & Charles Dutoit ֎

Seiji Ozawa Matsumoto Festival 2021: Saito Kinen Orchestra & Charles Dutoit ֎

Ravel – 組曲 マ・メール・ロワ

Debussy – 海

Debussy – 牧神の午後への前奏曲

Stravinsky – 火の鳥

 

Imagine que você viajou ao Japão e, como eu, não fala nem lê japonês. Pois eis que na chegada a mala foi parar em Kobe e você está em Kyoto para visitar os famosos templos e ver as flores das cerejeiras nos diversos jardins espalhados pela cidade. Seguindo na minha imaginação, você e eu não vivemos sem música e todos os seus gadgets de ouvir música ficaram na mala. Sem esperar que delírios e tremedeiras ataquem, você compra um mp3 player que já vem com fones de ouvido e acessa alguma plataforma de streaming. Como a imaginação é minha, tudo vai bem, mas o visor do danado do aparelho teima em mostrar tudo na língua local. Como escolher a música? Mesmo sem ser algum gênio, uma boa saída é a escolha de capas e o disco escolhido é este:

O programa você já viu no alto da postagem…

Como não há tempo a perder, ouça a música: que surge maravilhosa. Logo na primeira faixa, uma linda e sinuosa melodia numa orquestra que vai se revelando aos poucos – Ravel e a Suíte da Mamãe Gansa.

A orquestra foi regida pelo maestro Charles Dutoit e todos os procedimentos se deram sob os olhares atentos do mentor do festival, o maestro Seiji Ozawa.

Essa gravação ocorreu durante o período da pandemia e revela o amor das pessoas envolvidas pela música. Você poderá acessar um site que descreve o desenrolar da gravação, mas veja as primeiras linhas:

It has been 10 days since the 2021 Seiji Ozawa Matsumoto Festival announced the cancellation of all performances. The performance of the Orchestra Concert Program B and it’s recording, which Festival Director Seiji Ozawa, Saito Kinen Orchestra, and all the staff have put their heart and soul into, has finally come true today.

Charles em plena concentração musical

Veja o programa e a tradução que o nosso Chat PQP fêz…

  1. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第1曲: 眠りの森の美女のパヴァーヌ (Live)
  2. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第2曲: 一寸法師 (Live)
  3. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第3曲: パゴダの女王レドロネット (Live)
  4. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第4曲: 美女と野獣の対話 (Live)
  5. Ravel: 組曲《マ・メール・ロワ》-第5曲: 妖精の園 (Live)
  6. Debussy: 交響詩《海》 ―3つの交響的スケッチ-第1曲: 海の夜明けから正午まで (Live)
  7. Debussy: 交響詩《海》 ―3つの交響的スケッチ-第2曲: 波の戯れ (Live)
  8. Debussy: 交響詩《海》 ―3つの交響的スケッチ-第3曲: 風と海との対話 (Live)
  9. Debussy: 牧神の午後への前奏曲 (Live)
  10. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第1曲: 序奏 (Live)
  11. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第2曲: 火の鳥とその踊り (Live)
  12. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第3曲: 王女たちのロンド(ホロヴォート) (Live)
  13. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第4曲: カスチェイ王の魔の踊り (Live)
  14. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第5曲: 子守歌 (Live)
  15. Stravinsky: 《火の鳥》 組曲(1919年版)-第6曲: 終曲 (Live)

Maurice Ravel

  1. Suíte Mamãe Gansa – I. Pavane da Bela Adormecida
  2. Suíte Mamãe Gansa – II. Issun-boshi (O Pequeno Polegar, presume-se)
  3. Suíte Mamãe Gansa – III. Laidronette, Imperatriz das pagodas
  4. Suíte Mamãe Gansa – IV. Diálogos entre a Bela e a Fera
  5. Suíte Mamãe Gansa – V. O Jardim das Fadas

Claude Debussy

  1. Poema Sinfônico “O Mar”: Do amanhecer ao meio-dia no mar
  2. Poema Sinfônico “O Mar”: Jogo das Ondas
  3. Poema Sinfônico “O Mar”: Diálogo entre o Vento e o Mar
  4. Prelúdio à Tarde de um Fauno

Igor Stravinsky

  1. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) I. Introdução
  2. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) II. O Pássaro de Fogo e a sua Dança
  3. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) III. Rondó das Princesas
  4. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) IV. Dança Demoníaca do Rei Kashchei
  5. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) V. Canção de Ninar
  6. Suíte “O Pássaro de Fogo” (1919) VI. Música Final

Saito Kinen Orchestra

Charles Dutoit

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 301 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 182 MB

“Previously guest-conducting all over the world, in recent years, Ozawa stayed in his native Japan, where he established and led the Saito Kinen Festival, which was renamed the Seiji Ozawa Matsumoto Festival in his honor in 2015 — the same year when he was a Kennedy Center honoree.”

Stravinsky achou engraçadíssima a primeira tradução que o Chat PQP fez do nome da suíte de balé – O Pássaro de Fogo

Viva a Rainha! – As Idades de Marthinha: a Nona Década (2021-) [Martha Argerich, 82 anos]

1941-1950 | 1951-1960 | 1961-1970 | 1971-1980 | 1981-1990 | 1991-2000 | 2001-2010 | 2011-2020 | 2021-

Celebramos mais um aniversário da Rainha, e ela não dá sinais de arrefecer o radiador. Vá lá, volta e meia a assombrosa octogenária nos dá um susto, só para daí voltar com tudo – cancelando um concerto ou outro, naturalmente, como sói acontecer desde que Martha é Martha – e nos fazer sonhar com mais uma década todinha (a nona de sua vida, e a oitava como pianista) com ela a forrar nossos tímpanos de deleite.

Já é meu bem surrado costume cantar-lhe parabéns pelo cumple e celebrar a data gaiatamente, compartilhando presentes gravados pela própria aniversariante. Marthinha segue tão ativa fazendo música  quanto afastada dos estúdios, de modo que todos os novos registros de sua arte, como há já algumas décadas, provêm somente de apresentações ao vivo. Entre as adições à discografia marthinhiana lançadas desde o 5 de junho passado – as quais passo a lhes oferecer a seguir -, apenas uma foi gravada, conforme a promessa do título desta postagem, na nona década de vida da Rainha. Trata-se de um recital em duo com o violinista Renaud Capuçon, gravado no ano passado, em que ela nos serve algumas de suas especialidades: além de uma das sonatas de Schumann, que a mantém entre os poucos grandes intérpretes a prestigiá-las em
seu repertório, ela demonstra seguir afiada como sempre na realização das eletrizantes partes pianísticas da “Kreutzer” e da sonata de Franck.

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Sonata para violino e piano no. 1 em Lá menor, Op. 105
1 – Mit leidenschaftlichem Ausdruck
2 – Allegretto
3 – Lebhaft

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer”
4 – Adagio sostenuto – Presto
5 – Andante con variazioni
6 – Finale. Presto

César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert FRANCK (1822-1890)
Sonata em Lá maior para violino e piano
7 – Allegretto ben moderato
8 – Allegro
9 – Recitativo – Fantasia. Ben moderato
10 – Allegretto poco mosso

Renaud Capuçon, violino

Gravado ao vivo no Grand Théâtre de Provence em Aix-en Provence (França) em 22 de abril de 2022.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


 

Cécile Ousset, piano – Liszt: Sonata em si menor e “Études d’exécution transcendante d’après Paganini” / Ravel: “Concerto em Sol”, “Concerto para mão Esquerda” e obras para piano solo.

Cécile Ousset, piano – Liszt: Sonata em si menor e “Études d’exécution transcendante d’après Paganini” / Ravel: “Concerto em Sol”, “Concerto para mão Esquerda” e obras para piano solo.
Cécile Ousset, pianista francesa, nascida em Tarbes, França, 1936.

Cécile Ousset é destas pianistas com imensa verve e domínio técnico. De forma generosa e incansável, ao longo da carreira, entregou-se ao lapidar da interpretação – às novas percepções e possibilidades… E o fez com cuidados de ourivesaria, tanto no repertório solo, quanto nas sonoridades massivas e grandiloquência dos concertos com orquestra…

Neste sentido, as bases da “escola russa”, realizada com Marcel Ciampi, final dos anos 40, em Paris, lhe proporcionaram vigor e aguçado controle técnico. De resto, personalidade e sensibilidade se agregaram à paixão e originalidade…

E no “concurso Queen Elizabeth”, 1956, vencido por Vladimir Ashkenazy, a pianista francesa, então com 20 anos, obteve 4° lugar, quem sabe, posição desconfortável para quem almejasse carreira internacional. Mas, se pensarmos que Lazar Berman e Tamas Vasary ficaram em 5ª e 6ª colocações, temos ideia do nível da competição e dimensão da jovem musicista…

Prodígio musical, Cécile Ousset ingressou no “Conservatório de Paris”, aos 10 anos, e estudou com Marcel Ciampi, que havia orientado Hephzibah e Yaltah Menuhin… E da pedagogia de Ciampi, dizia: “baseada na ‘escola russa’, não na francesa, o método era modelado em Anton Rubinstein, com ênfase em dedos fortes e ombros livres, para garantir precisão e ‘peso de braço’… Quando Ciampi percebeu meus dedos curvados, no clássico estilo francês, ficou horrorizado”. E mudou tudo…

Arthur Rubinstein, pianista polonês (1887-1982)

A estreia profissional ocorreu na “salle Gaveau”, Paris, organizada por Arthur Rubinstein, ninguém menos, impressionado com a musicalidade e potencial da pianista. Membro do júri, no concurso “Marguerite Long – Jacques Thibaud”, de 1953, o polonês ficou descontente com o 4° lugar obtido por Cécile Ousset, então, com 17 anos… E, neste caso, opinião de Rubinstein foi premiação maior que qualquer classificação…

Finalmente, Cécile Ousset obteve 2° lugar no concurso “Busoni”, 1959, sem vencedor em 1° lugar… E ainda perseguida pelo número quatro, outra 4ª colocação, no concurso “van Cliburn”, 1962 – mas, sempre entre primeiros colocados… Tais competições eram e continuam sendo vitrines a projetar solistas e dar início à carreiras internacionais…

A projeção artística de Cécile foi gradual. E a partir dos anos 80, após substituir Martha Argerich no “Festival de Edimburgo”, Escócia, os convites aumentaram consideravelmente… Também, suas gravações ofereciam conjunto soberbo, onde destacavam-se autores românticos e repertório francês…

Cécile Ousset, notável pianista, especialmente, no repertório romântico e francês.

Entre público e crítica, em geral, há controvérsias e diversidade de opiniões… Mas, Cécile Ousset convida e conduz o ouvinte; seduz através do fraseado e das sonoridades; e com toque intenso, busca densidade e encantamento. Os registros de “Alborada del Gracioso” ou “Une barque sur l’océan”, de Ravel, são preciosos… E sua discografia oferece beleza e prazer. “The Musical Times” referiu-se como “pianista estimulante, pela robusta sonoridade e virtuosismo incontestável”, mas que ia além, “ao buscar clareza e colorido”…

Se pensarmos que sensorialidade e emotividade controlam o toque… E que, passo a passo, se descortinam efeitos sonoros e expressivos, que resultarão na concepção musical e poética… Então, imagine-se os desafios e possibilidades interpretativas de grandes obras musicais…

“Entre os mais notáveis pianistas da atualidade” – “Financial Times”.

Assim, o pianismo de Ousset é um mundo sonoro a descobrir e encantar-se. E não por acaso, trabalhou com regentes do porte de Simon Rattle – a quem profetizou “brilhante carreira”, em 1985; além de Ghünther Herbig, Rudolf Barshai e Neville Marriner… E com Kurt Masur e a “Gewandhausorchester”, de Leipzig, obteve “Gran prix du Disque” da “Académie Charles Cros”, de Paris, com “2° concerto para Piano”, de Brahms…

Precisão e originalidade emergem de obras amplamente conhecidas e com renovado interesse, como “La campanella”, de Liszt; ou “Impromptu” op. 31 n°2, de Fauré. Mas, sobretudo, em obras de fôlego e alto romantismo, como a “Sonata em si menor”, de Liszt; “2ª Ballada” e sonata “Marcha fúnebre”, de Chopin; ou nas desafiantes “Variações s/ tema de Paganini”, de Brahms, revela-se a intérprete madura e soberana…

Capítulo especial ocupa a música francesa, em gravações integrais de Debussy e Ravel… Na imensa riqueza harmônica e variedades de cores e nuances, de “Ce qu’a vu le vent d’ouest”, “Poisson d’or” e “Feux d’Artifice”, de Debussy; ou de “Jeux d’eau”, “Le tombeau de Couperin” e “Valses nobles et sentimentales”, de Ravel…

E realizou notáveis performances em concertos para piano, marcadas pelas exuberantes sonoridades, expertises da “escola russa”, e pelo diálogo intenso com os conjuntos orquestrais, em Tchaikowsky, Grieg, Rachmaninov, Poulenc e Prokofiev; além de peculiar leitura das “33 Variações s/ valsa de Diabelli”, de Beethoven… 

Yaltah Menuhin, pianista e poetisa, irmã caçula de Yehudi e Hephzibah Menuhin (1962).

Também vocacionada para docência, a partir de 1984, passou a realizar “masterclasses” anuais, na vila medieval de Puycelsi, França; e inúmeros cursos nos USA, Canadá, Europa, Austrália e extremo Oriente; além de integrar júri em grandes competições, como “Van Cliburn”, “Rubinstein”, “Leeds” e “Queen Elisabeth”…

E pela contribuição artística, tornou-se patrona honorária do “Yaltah Menuhin Memorial Fund”, sediado na Holanda, em apoio à jovens músicos… Por fim, problemas de saúde levaram Cécile Ousset encerrar apresentações públicas, em 2006. Atualmente, conta 87 anos, com relevantes discografia e trajetória musical…

Download no PQP Bach

Cécile Ousset deixou belíssimo legado e ganhou abrangente edição da “Warner Classics” – Box com 16 CDs, excetuando-se o “2° concerto para Piano”, de Brahms, com Kurt Masur, que não integra a coleção…

Capa da “Warner Classics”, Box 16 CDs, com acervo completo de Cécile Ousset.

Para download no PQP Bach, seguem três CDs:

  • CD 07, com obras de Franz Liszt – “Sonata em si menor” e “6 Études d’exécucion transcendante d’après Paganini”, piano solo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

  • CD 13, com obras de Maurice Ravel – “Valses nobles et sentimentales”, “Jeux d’eau”, “Menuet sur le nom de Haydn”, “Sonatine”, “Pavane pour une infante Défunte”, “Mirroirs”, piano solo…
  • CD 16, com obras de Maurice Ravel – “Concerto em Sol” e “Concerto para mão Esquerda”, para piano e orquestra, com “Birminghan Symphony Orchestra”, direção de Simon Rattle; e suíte “Le tombeau de Couperin”, piano solo…

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Sugerimos também:

1. Áudio youtube “EMI classics” – Claude Debussy, “Images, Book 2” – I. “Cloches à travers les feuilles”; II. “Et la lune descend sur le temple qui fut”; III. “Poissons d’or”, com Cécile Ousset…

2. Áudio youtube “Berlin classics” – Johannes Brahms, “2° concerto para piano e orquestra, em si bemol maior, op. 83”, com “Gewandhausorchester”, de Leipzig, direção Kurt Masur – “Gran prix du Disque”, da “Académie Charles Cros”, de Paris… 

Movimentos: I. “Allegro nom  troppo” – II. “Allegro appassionato” – III. “Andante” – IV. “Allegreto grazioso”. Para acessar áudio (Clique aqui).

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

“Nesta edição, nossa gratidão e homenagem às mulheres!”

“Dia Internacional da Mulher, 08/03/2023”

Alex DeLarge

Adès / J. S. Bach / Barber / Brahms / Couperin / Händel / Ligeti / Rameau / Ravel: Time Traveler’s Suite – Inon Barnatan, piano ֍

Adès / J. S. Bach / Barber / Brahms / Couperin / Händel / Ligeti / Rameau / Ravel: Time Traveler’s Suite – Inon Barnatan, piano ֍

 

Time Traveler’s Suite

Inon Barnatan

 

 

 

Este interessantíssimo disco para piano solo é interpretado pelo estreante aqui no blog (pelo menos como solista) – Inon Barnatan – distingue-se por seu programa não usual.

Sala de gravação do disco…

O título, Time Traveler’s Suite (Suíte do Viajante do Tempo), indica que teremos uma sequência de peças – talvez inspiradas em danças – mas que foram colecionadas ao longo de uma jornada, não linear, no tempo.

Pode parecer estranho, peças de períodos diferentes e compositores diferentes, colocadas uma depois da outra, mas o resultado é surpreendente, gostei de ouvir todo o disco. A viagem começa na geração dos compositores que nasceram em 1685 com uma das Toccatas de Bach, seguida de uma deliciosa Allemande da Quinta Suíte de Handel. A próxima parada da nave-ampulheta de Inon é em Paris, com o ponteiro ainda marcando um passado mais distante. Duas peças dos grandes compositores franceses para teclado – uma Courante de Rameau e de François Couperin a peça chamada Atalanta.

Depois desses mestres do barroco, Barnatan regula seu ponteiro para avançar até o século XX, chegando a uma das composições de Ravel – o Rigaudon da sua suíte Tombeau de Couperin, que ele escreveu durante a Primeira Guerra tanto para reverenciar o seu colega antecessor como para homenagear os amigos cujas vidas foram perdidas na guerra.

Inon avistou de sua escotilha a TARDIS, do Dr. Who…

A viagem segue e a próxima parada é na Londres de nossos dias – composição de Thomas Adès, Blanca Variations, uma espetacular peça para piano de uns seis minutos que é a um tempo inovadora, com sonoridades belíssimas, mas que também tem um olhar voltado para a música do passado. E depois disso, vamos com o pianista até a Hungria da metade do século XX, agora com duas peças de um conjunto composto por György Ligeti, chamado Musica Ricercata. Aqui ouvimos as Décima e Décima Primeira peças, mas em ordem retrógrada. Essa diversidade toda evidencia a técnica e as habilidades ao piano de Inon Barnatan. E como a última peça de Ligeti é compatível com a próxima parada, agora a Fuga composta como último movimento da Sonata para Piano que Samuel Barber compôs para o pedido de Volodya Horowitz, o mais virtuoso dos pianistas.

Para terminar a viagem e o programa, o pianista escolheu a integral das Variações Handel, de Brahms, outro compositor que reverenciava a música do passado.

O disco é recente e a produção é excelente!

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata in E minor, BWV914
  1. Toccata

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Suite em mi maior, HWV 430 – ‘The Harmonious Blacksmith’
  1. Allemande

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)

Suíte em lá menor das “Nouvelles suites de pièces de clavecin (c1729–30)”
  1. Courante

François Couperin (1668 – 1733)

Pièces de clavecin II: Ordre 12ème em mi maior
  1. L’Atalante

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Le Tombeau de Couperin
  1. Rigaudon. Assez vif “Piere & Pascal Gaudin”

Thomas Adès (nascido em 1971)

Blanca Variations
  1. Variações

György Ligeti (1923 – 2006)

Musica Ricercata
  1. 11, Andante misurato e tranquillo “Girolamo Frescobaldi”
  2. 10, Vivace. Capriccioso

Samuel Barber (1910 – 1981)

Sonata para Piano, Op. 26
  1. Fuga. Allegro con spirito

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Variações e Fuga sobre um tema de Handel, Op. 24
  1. Variações e Fuga

Inon Barnatan, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 194 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 148 MB

Inon Barnatan

On his third PENTATONE album Time Traveler’s Suite, pianist Inon Barnatan redefines our notions of the suite by taking us on a journey through time and space, from Baroque pieces by Bach, Handel, Rameau and Couperin to more recent works by Ravel, Barber, Adès and Ligeti. The program culminates in Brahms’s ingenious Variations and Fugue on a Theme by Handel. Inon Barnatan is one of the most admired pianists of his generation (New York Times). His complete recordings of Beethoven’s piano concertos together with the Academy of St Martin in the Fields and Alan Gilbert were released on PENTATONE in 2019 and 2020.

Barnatan plays with delightful alertness of phrasing and his ornamentation is sublimely executed. Some musical transitions work better than others, and I did wonder whether all of the Baroque works needed to be bunched at the start…Still, I love the concept, and anything that can so effectively and seamlessly bring old and new together is very welcome. BBC Music Magazine

Barnatan is palpably in his element [in the Barber], with a real clarity to his thinking and a whole range of colours and shadings from the most delicate pianissimos to stomping fortissimos…Barnatan is utterly at home in the midst of counterpoint. He’s beautifully recorded too. A winner! Gramophone

Aproveite!

René Denon

Inon chegando para mais uma seção de gravação…

Claude Debussy: The Composer as Pianist – Debussy por ele mesmo [com participações especiais de Maurice Ravel e grande elenco] #DEBUSSY160

Ao encerrarmos esse jubileu de Debussy, nada mais natural que o próprio moço dê as caras por aqui para celebrar conosco, mesmo que seja só para apagar as luzes. Claude, afinal, deixou-nos um diminuto, mas historicamente inestimável legado fonográfico, que passaremos a compartilhar sem muitas delongas.

As delongas: além de quatro gravações acústicas de 1904, acompanhando ao piano a soprano escocesa Mary Garden (a primeira Mélisande), e que também encontrarão no disco a seguir, a discografia de Debussy como intérprete também inclui seis rolos registrados em Paris pelo processo Welte-Mignon (WM), com um total de quatorze peças:

WM 2733: Children’s Corner (a suíte completa);
WM 2734: D’un cahier d’esquisses;
WM 2735: La Soirée dans Grenade (de Estampes);
WM 2736: La plus que lente;
WM 2738: Danseuses de Delphes, La Cathédrale engloutie, La Danse de Puck (do primeiro livro de Préludes);
WM 2739: Le Vent dans la plaine, Minstrels (também do primeiro livro de Préludes).

Tais gravações, que datam provavelmente do final de 1912 ou do início de 1913, foram feitas para a firma alemã M. Welte & Söhne de Freiburg. Desde a primeira metade do século XIX, os Welte já se debruçavam sobre a criação e construção de instrumentos musicais automatizados e, na alvorada do século XX, já ofereciam alternativas ao limitado fonógrafo para a gravação e reprodução de música ao piano. Esmiuçar o funcionamento dessas complicadas engenhocas e discutir suas vantagens em relação às relativamente populares – e pouco acuradas – pianolas de então é algo que aumentaria por demais nossas já volumosas delongas, pelo que remeto aqueles entre vós outros que desejem saber mais delas para este vídeo em alemão, sem legendas em outros idiomas, mas suficientemente eloquente em sua dissecção dos aparatos WM.


Um fantasmagórico recital: “La plus que lente”, pelo próprio Debussy, tocada por um piano Steinway-Welte a partir de um dos rolos gravados em 1913.

Tampouco cabem em nossas delongas as muitas reservas que os conhecedores têm para com a capacidade do sistema Welte de registrar e reproduzir fidedignamente algo tão inefável e rico em nuances como uma interpretação ao piano. Fascinado que sou pelo simples privilégio de escutar algo muito parecido, inda que não idêntico, à concepção de um mestre da Música acerca da própria obra, admito minha incapacidade de lhe ter reservas. Por isso, enquanto os convido a evitarem anacronismos e a entenderem essas palavras dentro da devida perspectiva – no caso, os registros distorcidos e cheio de estalidos dos fonógrafos de então -, penso que aqui caiba o depoimento do próprio Claude-Achille, sempre um crítico incansável de si, de tudo e de todos, depois de ouvir a reprodução de seus próprios rolos feitos para a M. Welte & Söhne:

 É impossível alcançar perfeição maior na reprodução [de música] do que com o aparato Welte. O que escutei maravilhou-me, e afirmo-o alegremente nessas poucas linhas”

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)

Dos Prelúdios para piano, livro 1, L. 117:
1 – No. 1: Danseuses de Delphes
2 – No. 10: La cathédrale engloutie
3 – No. 11: La danse de Puck
4 – No. 12: Minstrels
5 – No. 3: Le vent dans la plaine

La plus que lente, valsa para piano, L. 121
6 – Lent (molto rubato con morbidezza)

De Estampes, para piano, L. 100:
7 – No. 2: La soirée dans Grenade

Children’s Corner, suíte para piano, L. 113
8 – Doctor Gradus ad Parnassum
9 – Jimbo’s Lullaby
10 – Serenade for the Doll
11 – The Snow is Dancing
12 – The Little Shepherd
13- Golliwog’s Cake Walk

D’un cahier d’esquisses, para piano, L. 99
14 – Très lent

Claude Debussy, piano Welte-Mignon

Gravado pelo processo Welte para M. Welte & Söhne, entre 1912-1913

De Pelléas et Mélisande, ópera em cinco atos, L. 88:
15 – Mes longs cheveux

Das Ariettes oubliées, ciclo de canções para voz e piano, L. 60:
16 – Green
17 – L’ombre des Arbres
18 – Il pleure dans mon coeur

Mary Garden, soprano
Claude Debussy, piano

Gravação fonográfica de 1904 para a Gramophone & Typewriter Co.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Ainda dentro das delongas, posso afirmar que há muito mais discussões – e textos, e tratados – acerca da relação pessoal e artística entre Claude Debussy e Maurice Ravel do que cabe nessa paupérrima postagem de moi. Se eles certamente nunca foram amigos, também é óbvio que mantiveram uma admiração artística mútua. Claude-Achille, e isso também é claro, não a demonstrou tão explicitamente quanto Maurice, que considerava Debussy “o gênio mais fenomenal da Música Francesa” e declarou que seu maior desejo seria “morrer delicadamente embalado pelo suave e voluptuoso colo do Prélude à l’après-midi d’un Faune” – o que não o impediu de também afirmar que, se pudesse, reorquestraria La Mer inteirinho!

Embora ambos tenham estudado piano no Conservatório de Paris, seus rumos ao teclado foram muito diferentes: Debussy poderia ter sido concertista se não desleixasse tanto seus estudos, e no final da vida ganhou alguns muito necessários francos editando o dedilhado de composições de Chopin para as Éditions Durand; Ravel, por sua vez, não deu ao instrumento, como intérprete, a mesma atenção que lhe dedicaria como compositor, criando algumas das mais suntuosas peças de seu repertório. Depois de ganhar um primeiro prêmio de piano em seus primeiros anos no Conservatório de Paris, suas pretensões tecladísticas  perderam pujança e, salvo algumas recaídas – como a intenção de estrear ele próprio seu Concerto em Sol, tarefa de que acabou depois incumbindo a Marguerite Long, limitando-se a reger a orquestra em sua estreia -, ele nunca mais as alimentou. Não obstante, os Deutsche Marken da M. Welte & Söhne, ainda atraentes em 1913, no limiar da Grande Guerra, conseguiram convencê-lo a gravar-lhe alguns rolos, que ouvirão a seguir. Completa o disco a única gravação legítima de Ravel como regente, uma realização do Boléro pra lá de esquisita, e que muitos ouvintes já chamaram de incompetente. Ainda que o próprio compositor tenha desdenhado a obra, dando-lhe de ombros no melhor estilo gálico e chamando-a de “dezessete minutos inteiramente de tecido orquestral sem música, apenas um crescendo muito longo e gradual”, surpreende que ele tenha escolhido gravá-la com a orquestra Lamoureux logo depois – algumas fontes afirmam que foi um só dia depois – de Piero Coppola fazer a primeira de todas suas gravações, com a Grand Orchestre Symphonique du Gramophone, na presença do compositor. Quem sempre quis achar um calcanhar de Aquiles na armadura do genial Maurice, bem, terá talvez um prato transbordante na última faixa.

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)

Valses Nobles et Sentimentales, para piano
1 – Modéré, très franc
2 – Assez lent, avec une expression intense
3 – Modéré – Assez animé
4 – Presque lent, dans un sentiment intime
5 – Vif
6 – Moins vif
7 – Epilogue: Lent

Da Sonatine para piano:
8 – Modéré
9 – Mouvement de Menuet

De Miroirs, para piano:
10 – No. 2: Oiseaux tristes
11 – No. 5: La vallée des cloches

Pavane pour une infante défunte, para piano
12 – Assez doux, mais d’une sonorité large

Maurice Ravel, piano
Gravadas em Paris pelo processo Welte-Mignon, 1913 (faixas 1-9), e em Londres pelo processo Duo-Art, 1922 (10-12)

Boléro, para orquestra
13 – Tempo di bolero moderato assai

Orchestre Lamoureux
Maurice Ravel, regência
Gravado em Paris em janeiro de 1930

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Igor Stravinsky, que viveu até a década de 70 e nos pode, por isso, parecer por demais contemporâneo, entra nesse nosso rolê não só por também ter gravado rolos, mas também por ter sido amigo de Debussy, como inequivocamente atestam tanto a dedicatória da terceira peça da suíte En Blanc et Noir (“À mon ami Igor Stravinsky”) quanto a fotografia a seguir, tirada no apartamento de Claude-Achille em 1910:

Nossos agradecimentos ao fotógrafo, Erik Satie (!)

O maniacamente incansável Stravinsky, que tanto cartaz fizera durante a Belle Époque com suas partituras para os Ballets Russes de Diaghilev, tentou durante os anos 20 uma carreira como compositor-virtuose, parindo intrincadas peças para exibir-se, e que, por isso mesmo, relutava em levar à prensa e ao conhecimento de potenciais rivais. Curioso e multiúso que era, interessou-se pelos pianos automáticos a ponto de compor uma peça, incompatível com mãos humanas, especificamente para a pianola, e a gravar algumas de suas composições para concorrentes da M. Welte & Söhne: a parisiense Pleyel (que lançou uma pianola chamada, sem surpresa e criatividade, Pleyela) e a nova-iorquina Aeolian, patenteadora do processo Duo-Art, que viria a se tornar o mais popular de todos. No disco a seguir, ouvem-se as realizações de alguns dos milhares de rolos do imenso acervo do australiano Denis Condon (1933-2012), hoje albergado pela Universidade Stanford, com Stravinsky tocando a duas mãos sua Sonata de 1924 e depois, a quatro (por sobregravação, naturalmente), uma redução de seu Concerto para piano e sopros e outra de seu mais bem-sucedido balé, O Pássaro de Fogo.

Igor Feodorovich STRAVINSKY (1882-1971)

Sonata para piano (1924)
1 – ♩=112
2 – Adagietto
3 – ♩= 112

Do Concerto para piano e sopros (redução para piano a quatro mãos do próprio compositor):
4 – Largo

5 – “O Pássaro de Fogo”, balé completo (redução para piano do próprio compositor)

Igor Stravinsky, piano

Gravado pelo processo Welte-Mignon em 1925

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


O catalão Ricard Viñes (1875-1943) foi contemporâneo de Ravel e Alfred Cortot nas classes de piano no Conservatório de Paris e participa de nossa homenagem a Debussy por muito bons motivos. Afinal, intérprete de muito sucesso e grande amigo de Claude-Achille, teve importância fundamental para que muitas de suas composições para o teclado obtivessem a atenção do público parisiense. Assim como Ravel (e, por um breve período, Stravinsky), Viñes foi membro muito ativo do célebre grupo Les Apaches, uma confraria de músicos dedicada à apresentação de novas composições e, sobretudo, à discussão e promoção de novas ideias musicais, e o principal responsável pela interlocução entre o grupo e Debussy, que, mais velho e um tanto blasé, tanto inspirava os Apaches quanto desdenhava os rumos que escolhiam.

Falando em desdém, Viñes – um homem extremamente vaidoso que adorava atenção e chuvas de confetes – nunca se interessou pela solidão dos estúdios e pelo então novo e bastante bizarro afã do processo de gravação. Somente no final da carreira rendeu-se ao dinheiro da HMV/His Master’s Voice e gravou a seleção a seguir, curiosa pelo repertório, que inclui peças de compositores sul-americanos muito pouco conhecidos. O que torna o disco impagável, no entanto, é o depoimento do pianista a Henri Malherbe, por ocasião do vigésimo aniversário do falecimento de Debussy (1938), e que tentei transcrever e traduzir do francês, mantendo seu tom coloquial (as repetidas referências a “Claude Debussy”, por exemplo, estão todas presentes no original):

Como posso falar de Claude Debussy, meu querido Henri Malherbe? Em primeiro lugar, não sou falante e, em segundo lugar, embora viva em Paris desde a minha infância, ainda tenho um leve sotaque espanhol do qual nunca consegui me livrar e, em terceiro lugar, tenho inúmeras lembranças de Claude Debussy, e não sei quais devo escolher dentre todas as que fluem em minha mente. Mas não posso recusar o pedido que você fez, caro amigo, para recordar e honrar a memória daquele glorioso músico cuja morte ocorreu há vinte anos, a quem eu tanto amava e a quem admirava mais do que a qualquer outro. Sou muito orgulhoso e eternamente grato a Claude Debussy por ele ter me escolhido para tocar as primeiras apresentações de quase todas as obras que ele escreveu para piano. Fui por muitos anos seu intérprete oficial, era conhecido como amigo e confidente de Claude Debussy. Ele me pediu para fazer as primeiras apresentações públicas de Prélude, Sarabande et Toccata, Pagodes, Jardins sous la pluie, La soirée dans Grenade, Masques, L’isle joyeuse, Reflets dans l’eau, Hommage à Rameau, Mouvement, Cloche à travers les feuilles, Et la lune descend sur le temple qui fut, Poissons d’or, etc. Esta última peça, Poissons d’or, foi até dedicada a mim. Fiquei ainda mais emocionado com a honra porque Claude Debussy nunca havia dedicado qualquer de suas obras a um pianista.

Uma noite, Debussy e Mme. Debussy me convidaram para jantar. Eu podia ver que ele estava agitado, envergonhado, e gesticulando para sua esposa. Ele era um amigo encantador, mas terrivelmente difícil de se conviver. Esperava uma reprimenda amigável, e aguardava com alguma apreensão o que ia acontecer, mas Debussy sentou-se ao piano e começou a tocar, no seu estilo flexível e aveludado, Poissons d’or. Então ele me contou, rindo-se, que a havia dedicado a mim. Agradeci, tomado de emoção. O único outro pianista a quem ele concedera essa distinção foi Chopin, a cuja memória ele dedicou uma coleção de peças para piano.

Claude Debussy era bastante inspirador, com sua cabeça grande, rosto magnificamente feio, sua testa estranha e saliente à maneira de Verlaine, e seus olhos felinos intimidantes olhando para você de baixo, com seu olhar bastante irônico e ambíguo. Essa imagem romântica lembrava algum condottière, ou se me permite a ousadia de dizer, algum ilustre bandoleiro calabrês.

Havia algo em Debussy – e mais de dois terços de sua obra testemunham isso -, algo mágico, algo extraordinariamente encantador, diáfano dizia-se, que vinha de outro mundo. A arte de Debussy era casada com os poderes da alma, como Stanislas Fumet afirmou sobre o Romantismo. Esse casamento místico dá à música de Claude Debussy seu caráter mais misterioso, essa nota de estranheza poética, que a tornava algo irreal, um antessabor do paraíso, se assim posso dizer, e um potencial de emoção persuasiva.

E não pense que Debussy fosse, de forma alguma, pesado ou austero. Em certos momentos, ele conseguia se divertir como criança.”


 Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757)

1 – Sonata em Ré maior, K. 29 (L. 461)

Christoph Willibald GLUCK (1714-1787)
Arranjo para piano de Johannes Brahms (1833-1897)
De Iphigénie en Aulide, Wq. 40
2 – Gavotte

Manuel BLANCAFORT de Roselló (1897-1987)
De El parc d’atraccions:
4 – L’orgue dels cavallets
5 – Polca de l’equilibrista

Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
Das Doce Piezas Características, Op. 92:
5 – No. 12: Torre Bermeja. Serenata.

Joaquín TURINA Pérez (1882-1949)
De Cuentos de España, Historia en siete cuadros, para piano, Op. 20:
6 – No. 3: Miramar (Valencia)
7 – No. 4: Dans les Jardins de Murcia

Claude DEBUSSY
De Estampes, para piano, L. 100:
8 – No. 2: La soirée dans Grenade

De Images, livro II, L. 111:
9 – No. 3: Poissons d’Or

Aleksandr Porfiryevich BORODIN (1833-1887)
10 – Scherzo em Lá bemol maior para piano

Isaac ALBÉNIZ
De Cantos de España, Op. 232:
11 – No. 2: Oriental
12 – No. 5: Seguidillas

Da Suite Española no. 1, Op. 47:
13 – Granada – Serenata

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)
De El Amor Brujo:
14 – Calmo e Misterioso – El Aparecido
15 – Danza del Terror
16 – El Círculo Mágico (Romance del Pescador)
17 – A Medianoche: Los Sortilegios
18 – Danza Ritual del Fuego

Isaac ALBÉNIZ
De Deux Morceaux Caractéristiques, Op. 164:
19 – No. 2: Tango

20 – Célèbre Sérénade Espagnole, Op. 181

Pedro Humberto ALLENDE (1885-1959)
21-22 – Dos Tonadas De Carácter Popular Chileno

Carlos Félix LÓPEZ BUCHARDO (1881-1948)
23 – Bailecito

Cayetano TROIANI (1873-1942)
De Ritmos argentinos, para piano:
24 – No. 5: Milonga

25 – Ricard Viñes fala de Claude Debussy (1938)

FAIXAS-BÔNUS:

Claude DEBUSSY
De Images, livro I, L. 110:
No. 2: Hommage à Rameau (incompleto, compassos 31-76)

Dos Douze Études para piano, L. 136:
No. 10: Pour les sonorités opposées (incompleto, compassos 31-75)

Ricard Viñes, piano

BÔNUS:

Enrique Granados (1867-1916) foi contemporâneo de Debussy e sua trajetória não tangenciou a do francês, a despeito de alguns anos passados em Paris, onde teve aulas privadas de piano, e do interesse comum pela música espanhola (que para Granados era paixão nativa, e para Debussy, inspiração tão exótica como a do gamelão indonésio que famosamente escutou na Exposição Universal de 1889). Ainda assim, decidi incluí-lo na homenagem a Claude-Achille, não só porque ele tinha um bigode tão frondoso quanto o do seu contemporâneo Viñes, ou por respeito a seu fim tão trágico, vitimado por um naufrágio decorrente dum torpedo alemão no Canal da Mancha. Granados aqui está, sobretudo, porque sua música é excelente, suas gravações são supimpas, e porque no disco a seguir os leitores-ouvintes poderão comparar a mesma composição – uma sonata de Scarlatti – gravada por Pantaléon Enrique tanto pelo processo Welte-Mignon quanto pelo fonógrafo, o que lhes permitirá (ou, pelo menos, assim espero) tirarem suas próprias conclusões acerca da capacidade do WM de registrar acuradamente as intenções do intérprete.

Pantaleón Enrique Joaquín GRANADOS Campiña (1867-1916)

De Goyescas, Los Majos Enamorados, suíte para piano, Op. 11:
1 – No. 1: Los requiebros
2 – No. 2: Coloquio en la reja, duo de amor
3 – No. 3: El fandango de candil
4 – No. 4: Quejas, o La maja y el ruiseñor

Das Doce Danzas españolas para piano, Op. 37:
5 – No. 5: Andaluza
6 – No. 7: Valenciana
7 – No. 10: Melancólica

8 – Ocho Valses Poéticos para piano

Domenico SCARLATTI
Arranjo de Enrique GRANADOS

Sonata para piano no. 9 em Sol menor, DLR VI:1.9 (arranjo da Sonata K. 190/ L. 250 de Scarlatti)

9 – Gravação pelo processo Welte-Mignon
10 – Gravação acústica

Enrique Granados, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Vassily

Maurice Ravel (1875-1937) – Concertos para Piano: em Sol e para a Mão Esquerda, Pavane, La Valse (Svetlanov, USSR SSO)

Aluno de Gabriel Fauré, Maurice Ravel teve um difícil início de carreira como compositor: tirando Fauré que sempre o apoiou, a maior parte do mundo acadêmico desprezava o seu estilo. No começo do século XX, ele precisava se defender das acusações de ser uma mera cópia de seu amigo Claude Debussy: entre outros argumentos, ele explicava que obras como Jeux d’eau (1901) usavam inovações que só apareceriam nas obras do amigo uns anos depois (Images, Préludes).

Em 1900, Ravel (3º em pé) ainda usava bigode. Não tão grande quanto o de Fauré (sentado ao piano)

Mas após as mortes de Debussy (1918), Saint-Saëns (1922) e de Fauré (1924), Ravel finalmente foi reconhecido como o maior compositor vivo na França e talvez no mundo: uma turnê nos EUA em 1928 iria aumentar seu renome e sua conta bancária. Nessa época, ele escreveria mais para orquestra, o que não era o caso do jovem da década de 1900 que dificilmente encontraria uma orquestra disponível para suas obras.

Os dois concertos para piano surgem após a turnê americana e são fortemente influenciados pelo jazz. E La Valse, concebida como um balé mas mais comumente apresentada sem dança, é ao mesmo tempo uma homenagem e uma paródia das grandes valsas orquestrais vienenses.

Os frequentadores deste blog devem ter visto eu e o nosso líder PQP incensarmos o maestro Evgeny Svetlanov (1928-2002) em suas gravações de repertório do início do século XX: Debussy, Scriabin, Mahler… E nos momentos mais dançantes de Ravel, Svetlanov e sua orquestra soviética dão um show novamente impressionam. A gravação do Concerto em Sol – em 1959 com Yakov Zak, vencedor do Concurso Chopin de 1937 – tem o som um pouco mais abafado, mas as outras gravações são mais recentes, anos 1970-80, com um rico colorido orquestral.

Svetlanov (1928-2002)

Maurice Ravel (1875-1937):
1-3. Concerto para Piano em Sol maior:
I. Allegramente
II. Adagio assai
III. Presto
Yakov Zak, USSR State Academic Symphony Orchestra, Evgeny Svetlanov (Recorded 1959)

4. Concerto para Piano para a mão esquerda, em Ré maior
Alexander Slobodyanik, USSR State Academic Symphony Orchestra, V. Verbitsky (Recorded 1978)

5. Pavane pour une infante défunte
6. La valse, poème chorégraphique pour orchestre
USSR State Academic Symphony Orchestra, Evgeny Svetlanov (Recorded 1975, 1982)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Ravel de cabelos brancos e sem bigode

Pleyel

Bizet, Ravel e outros: Fatma Said – El Nour

The young Egyptian soprano Fatma Said, praised for the luminosity and rich colours of her voice, makes her recording debut for Warner Classics with El Nour. Her enticing and absorbing recital programme crosses cultures, combining art songs by French, Spanish and Egyptian composers with Egyptian folk songs and popular songs from the Middle East. As she explains, “‘El Nour’ in Arabic means ‘the light’, and this album sheds light on how music that has been interpreted many times can be perceived in a different light. The idea is to connect three cultures – Arabic, French and Spanish – and to show how much, despite cultural, geographical and historical differences, they have in common when it comes to music”.

Assim nos é apresentado no site da Amazon esse belíssimo CD de estréia da jovem soprano egípcia Fatma Said junto a gravadora Warner. O repertório explora Ravel, Berlioz, até mesmo o poeta espanhol Federico Garcia Lorca, além de compositores egípcios e canções do folclore egípcio, sempre com muita sensibilidade e competência. Não busco com frequência discos com recitais com destaque para voz humana, mas tive de me render ao talento natural de Fatma Said. Ela interpreta com naturalidade um repertório difícil e bem diverso, em uma mistura étnico-cultural. Canta em francês, em espanhol e em sua língua natal, o árabe.

Infelizmente não obtive maiores informações sobre o CD, nem no site da própria gravadora. Não tem um livreto. Em seu site oficial (www.fatmasaid.com) ficamos sabendo que sua agenda tem sido bem extensa, com recitais em diversos teatros pela Europa e Estados Unidos, e uma aclamada apresentação em uma recente encenação da ‘Flauta Mágica’, de Mozart, em Milão.

Espero que apreciem. Logo trarei o novo CD da moça, outro primor.

01. Ravel Shéhérazade, M. 17_ I. Asie
02. Ravel Shéhérazade, M. 17_ II. La flûte enchantée
03. Ravel Shéhérazade, M. 17_ III. L’indifférent
04. Falla Tus ojillos negros
05. Serrano La canción del olvido No. 2, Canción de Marinela
06. Obradors 2 Cantares populares No. 2, Del cabello más sutil
07. Berlioz Zaïde, H. 107, Op. 19
08. GaubertLe repos en Égypte
09. Lorca 13 Canciones españolas antiguas No. 1, Anda jaleo
10. Lorca 13 Canciones españolas antiguas No. 6, Sevillanas del siglo XVIII
11. Lorca 13 Canciones españolas antiguas No. 8, Nana de Sevilla
12. Abd al-Rahīm Ana Bent El Sultan
13. Bizet Adieux de l’hôtesse arabe, WD 72
14. Aatini Al Naya Wa Ghanni
15. El Helwa Di
16. Sahar El Layali (Kan Enna Tahoun)
17. Yamama Beida

Malcolm Martineau – Piano (1-3, 7-8, 12-13)
Rafael Aguirre – Guitar (4-6, 9-11)
Burcu Karadağ – Ney (2, 13-17)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP

Alexander Scriabin (1872-1915): Estudos, Prelúdios, Poemas, Sonatas 9-10 para piano (Sofronitsky, Gilels)

Edição ricamente ornamentada de algumas obras curtas de Scriabin em Leipzig, 1925

“A arte é um vinho maravilhoso.”
Alexander Scriabin, citado por Boris de Schloezer

Hoje em dia a música de Scriabin faz parte do repertório de pianistas de várias origens e estilos: aqui no blog já tivemos a obra do russo por Marc-André Hamelin, Stephen Coombs, Valentina Lisitsa, Yuja Wang, Martha Argerich, Nelson Freire… Mas em meados do século passado, aquele compositor era uma especialidade dos soviéticos e russos emigrados, com bem poucos pianistas de outros países se aventurando em suas obras: uma das raras exceções era o alemão Walter Gieseking.

Hoje, então, vamos trazer dois dos grandes russos que se tornaram referência na interpretação de Scriabin. Além da relevância pela arte pianística, selecionei esses dois discos ao vivo por estarem entre as gravações com melhor qualidade e menos ruído.

Vladimir Sofronitsky (São Petersburgo, 1901 – Moscou 1961) foi colega de classe de Dmitri Shostakovitch, e de Elena Scriabina, a filha mais velha de Scriabin, com quem ele se casaria em 1920. Aliás Elena, já viúva, aparece no documentário Horowitz in Moscow, de 1986

Por sua vez, Emil Gilels (Odessa, 1916 – Moscou, 1985) foi um dos maiores intérpretes de Beethoven de sua geração, mas também tinha algumas obras de Scriabin – estudos e sonatas do jovem Scriabin e os últimos prelúdios, op.74, compostos em 1914 – sempre reaparecendo nos seus recitais, como esse de 1980 diante de um público inglês que provavelmente conhecia pouco sobre aquele compositor.

Sviatoslav Richter e Emil Gilels viam Sofronitsky como um importante mentor. Uma vez, em estado alcoolizado, Sofronitsky teria dito que Richter era um gênio. Em troca, Richter brindou e disse que Sofronitsky era um deus.

Abaixo, a tradução de dois textos sobre Scriabin, um de um escritor francês e o outro de uma pianista russa:

Além de três sinfonias, dois poemas sinfônicos, um concerto e das Sonatas nº 1 e nº 3, todas as outras obras de Scriabin não chegam a quinze minutos de duração… Além disso, a maior parte das suas cerca de duzentas peças para piano – como Chopin, Scriabin escreverá abundantemente para piano – não duram mais do que dois ou três minutos. Se a música de muitos de seus contemporâneos é prolixa, Scriabin age ao contrário, obcecado pela economia de meios e pela densidade máxima a ser dada ao material musical. Uma lição também aprendida com Chopin.

Assim como para o músico polonês, o piano de Scriabin é um mundo fechado e autossuficiente, onde ele respira livremente. Chopin e sua profunda influência – Scriabin retomará grande parte de seus gêneros, prelúdios, estudos, impromptus, mazurkas, noturnos – muitas vezes nos fazem esquecer sua verdadeira personalidade, essa espécie de graça lânguida e sonhadora que se afirma no famoso Estudo em dó sustenido menor op. 2, composto na adolescência. Scriabin, de fato, prolonga Chopin mais do que o segue. É surpreendente que um gênio tão precoce siga por um tempo os passos de outro? O contrário seria impensável quando conhecemos o alcance infinito do universo harmônico de Chopin, para não falar de sua inigualável arte pianística.

Os retratos fotográficos que temos de Scriabin dão uma imagem dele semelhante à sua música: orgulhoso, altivo, encantador, elegante, fino, misterioso, assertivo, nobre, distinto, estranho, singular, luminoso, surpreendente, exaltado…

(Texto de Jean-Yves Clément)

Como é o estilo de Scriabin? É uma pergunta difícil de se responder. Há alguns exemplos. Por exemplo, Vladimir Sofronitsky era um magnífico pianista. Ele era um amigo da família de Scriabin e tocava com frequência na sua casa. Mas Scriabin em suas interpretações é o seu próprio Scriabin, e o mesmo vale para outros pianistas como Horowitz e Neuhaus…

Leonid Sabaneyev conta que uma vez, quando ele assistia a um concerto com Tatiana Schloezes, esposa de Scriabin, eles descobriram um jovem pisnista cujo estilo lembrava o do compositor. Impressionados, eles falaram a respeito com Scriabin. Mas este não compartilhou do entusiasmo, ele não buscava formar uma escola. Ele era único.

O rubato de Scriabin é incomparável. É necessário sentir o ritmo metronômico, mas dentro de um rubato que é impossível de capturar porque ele foge e nunca chega a uma vitória lógica, mas sempre se curva inesperadamente.

(Texto de Ludmila Berlinskaya)

Vladimir Sofronitsky: Scriabin Recital
1-1 Étude in F sharp minor, Op. 8 No. 2
1-2 Étude in B major, Op. 8 No. 4
1-3 Étude in E major, Op. 8 No. 5
1-4 Étude in A flat major, Op. 8 No. 8
1-5 Étude in G sharp minor, Op. 8 No. 9
1-6 Étude in B flat minor, Op. 8 No. 11
1-7 Étude in F sharp major, Op. 42 No. 3
1-8 Fantaisie in B minor, Op. 28
1-9 Prélude in C major, Op. 13 No. 1
1-10 Prélude in A minor, Op. 11 No. 2
1-11 Prélude in G major, Op. 13 No. 3
1-12 Prélude in E minor, Op. 11 No. 4
1-13 Prélude in D major, Op. 11 No. 5
1-14 Prélude in B minor, Op. 13 No. 6
1-15 Prélude in A major, Op. 15 No. 1
1-16 Prélude in C sharp minor, Op. 9 No. 1 (for left hand)
1-17 Prélude in E major, Op. 11 No. 9
1-18 Prélude in C sharp minor, Op. 11 No. 10
1-19 Prélude in C sharp minor, Op. 22 No. 2
1-20 Prélude in B major, Op. 22 No. 3
1-21 Prélude in G sharp minor, Op. 16 No. 2
1-22 Prélude in G flat major, Op. 16 No. 3
1-23 Prélude in E flat minor, Op. 16 No. 4
1-24 Prélude in F sharp major, Op. 16 No. 5
1-25 Prélude in D flat major, Op. 11 No. 15
1-26 rélude in B flat minor, Op. 11 No. 16
1-27 Prélude in A flat major, Op. 11 No. 17
1-28 Prélude in E flat major, Op. 11 No. 19
1-29 Prélude in C minor, Op. 11 No. 20
1-30 Prélude in B flat major, Op. 11 No. 21
1-31 Prélude in B flat major, Op. 17 No. 6
1-32 Prélude in G minor, Op. 11 No. 22
1-33 Prélude in F major, Op. 11 No. 23
1-34 Prélude in D minor, Op. 11 No. 24
2-1 Poème, Op. 52 No. 1
2-2 Poème, Op. 59 No. 1
2-3 Poème ailé, Op. 51 No. 3
2-4 Poème languide, Op. 52 No. 3
2-5 Masque, Op. 63 No. 1 (Poème)
2-6 Poème satanique, Op. 36
2-7 Poème in D major, Op. 32 No. 2
2-8 Poème in F sharp major, Op. 32 No. 1
2-9 Poème, Op. 69 No. 1
2-10 Poème, Op. 69 No. 2
2-11 Piano Sonata No. 9, Op. 68
2-12 Flammes sombres, Op. 73 No. 2 (Danse)
2-13 Guirlandes, Op. 73 No. 1 (Danse)
2-14 Poème, Op. 71 No. 1
2-15 Poème, Op. 71 No. 2
2-16 Piano Sonata No. 10, Op. 70
2-17 Fragilité, Op. 51 No. 1
2-18 Feuillet d’Album, Op. 45 No. 1
2-19 Mazurka in E minor, Op. 25 No. 3
2-20 Étude in C sharp minor, Op. 42 No. 5
2-21 Mazurka in F sharp major, Op. 40 No. 2
2-22 Étude in D sharp minor, Op. 8 No. 12

Vladimir Sofronitsky, piano (Recorded live, 1959-1960, Moscow)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Sofronitsky (mp3 320kbps)

Emil Gilels: Beethoven/Scriabin/Ravel/Poulenc Recital
1-4. Beethoven: Piano Sonata No.7 In D Major, Op.10 No.3
5. Beethoven: Eroica Variations, Op. 35
6-7. Scriabin: Etude No.2 In F Sharp Minor, Op.8, Etude No.1 In C Sharp Minor, Op.2
8-12. Scriabin: Five Preludes, Op.74
13-14. Ravel: Jeux D’Eau, Alborada del Gracioso
15. Poulenc: Pastourelle

Emil Gilels, piano (Recorded live: Cheltenham Town Hall, 20 November 1980. Issued as BBCL 4250-2 – BBC Legends)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Gilels (mp3 320kbps)

The Russian composer Scriabin, whose piano pieces I knew well, arrived in Paris for a concert of his own compositions. (…) “Come have a cup of tea with me,” he said amiably, and we went to the nearby Café de la Paix and ordered some tea and cakes. Scriabin was short and slender, with wavy dark blond hair, a carefully trimmed pointed beard not unlike Nikisch’s, and cold brown eyes which seemed to ignore everything around him.
“Who is your favourite composer?” he asked with the condescending smile of the great master who knows the answer. When I answered without hesitation, “Brahms“, he banged his fist on the table. “What, what?” he screamed. “How can you like this terrible composer and me at the same time? When I was your age I was a Chopinist, later I became a Wagnerite, but now I can only be a Scriabinist!” And, quite enraged, he took his hat and ran out of the café, leaving me stunned by this scene and with the bill to pay.

– Arthur Rubinstein, My Young Years (1973, p.164-165)

Retrato que Scriabin autografou em uma visita a Paris em 1907, talvez a mesma ocasião em que conheceu Rubinstein

Pleyel

Claude Debussy (1862-1918): Obras Orquestrais – Jean Martinon (4 CDs) #DEBUSSY160

Claude Debussy (1862-1918): Obras Orquestrais – Jean Martinon (4 CDs) #DEBUSSY160

160 anos de Debussy

Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)

Debussy por Jean Martinon: esta nova garimpagem do amigo Daniel the Prophet atingiu o Monge Ranulfus de um modo bastante pessoal.

Em março de 1972 um adolescente brasileiro deixava o faroeste poeirento onde crescera para viver na capital do seu estado – no que alguns não veriam grande progresso, pois esta era tida como das mais provincianas do país. Sabedor dessa fama, mal pôde acreditar quando viu anunciada para breve a apresentação de uma das orquestras cujo nome via desde pequeno nos discos com que o pai fazia da casa uma ilha de experiências incomuns naqueles sertões.

Assim, em abril de 1972 a comemoração de 15 anos do adolescente Ranulfus foi assistir Jean Martinon regendo a ORTF em Curitiba – e regendo precisamente La Mer, que abre esta coleção de Debussy – numa espécie de dupla iniciação: do lado mais mundano, a primeira experiência de uma grande sala de concertos com artistas de renome mundial. Do lado mais sutil, um novo tipo de experiência auditiva, como uma  viagem por entre objetos sonoros quase palpáveis, diferente de andar ao longo dos rios, calmos ou turbulentos, que brotavam dos discos do pai, que não costumavam guardar nada composto depois de 1900.

44 anos depois [postagem original de 2016], a emoção de Ranulfus se renovou ao saber que estes quatro volumes de Debussy, juntamente com quatro de Ravel (que, fiquem calmos, também virão daqui uns dias), foram gravados nos dois anos seguintes àquele concerto, e que isso foi uma espécie de testamento de Martinon, que nos deixou já em 1976.

Este blog já tem a obra orquestral de Debussy com monstros como Boulez, Mravinski e Salonen, entre outros, e não sou eu quem se arriscará a comparar – mas não vou esconder que gosto imensamente do Debussy de Martinon: um Debussy firme, de um vigor másculo amadurecido – se posso me expressar assim – onde os timbres refulgem num espaço de extraordinária transparência e nitidez, a anos-luz das nebulosidades frouxas que se costumou associar à palavra “impressionismo”, como um clichê.

Enfim: vamos ouvir?

CD 1
LA MER
01. I: De l’aube à midi sur la mer
02. II: Jeux de vagues
03. III: Dialogue du vent et de la mer
TROIS NOCTURNES
04. I: Nuages
05. II: Fêtes
06. III: Sirènes (Choeurs de l’ORTF)

07. Prélude à l’après-midi d’un faune (Alain Marion, flute)
08. Marche écossaise
09. Berceuse Héroïque
MUSIQUES POUR LE ROI LEAR
10. I: Fanfare
11. II: Le Sommeil de Lear

CD 2
01. Jeux (poème dansé)
IMAGES
02. 1: Gigues
03. 2.1: Iberia: Par les rues et par les chemins
04. 2.2: Iberia: Les parfums de la nuit
05. 2.3: Iberia: Le Matin d’un jour de fête
06. 3: Rondes de Printemps
PRINTEMPS (orch. Henri Büsser)
07. Première partie
08. Deuxième partie (Michel Sedrez / Fabienne Boury, pianos)

CD 3
CHILDREN’S CORNER SUITE
(orch. André Caplet; Jules Goetgheluck, oboe)
01. 1. Doctor Gradus ad Parnassum
02. 2. Jimbo’s Lullaby
03. 3. Serenade for the Doll
04. 4. The Snow is Dancing
05. 5. The Little Shepherd
06. 6. Golliwoggs Cakewalk
PETITE SUITE (orch. Henri Büsser)
07. I: En Bateau
08. II: Cortège
09. III: Menuet
10. IV: Ballet
DANSE SACREE ET DANSE PROFANE
(Marie-Claire Jamet, harp)
11. I: Danse Sacrée
12. II: Danse Profane
LE BOITE À JOUJOUX (orch. André Caplet)
13. I: Le Magasin de jouets
14. II: Le Champ de bataille
15. III: La Bergerie à vendre
16. IV: Après fortune faite

CD 4
FANTAISIE POUR PIANO ET ORCHESTRE
(Aldo Ciccolini, piano)
01. I: Andante – Allegro
02. II: Lento e molto espressivo
03. III: Allegro molto

04. La Plus Que Lente (John Leach, címbalom)
05. Premiere Rapsodie pour orchestre avec clarinette principale
(Guy Dangain, clarinet)
06. Rapsodie pour orchestre et saxophone solo
(Jean-Marie Loneix, sax)
07. Khamma (légende dansée)
(orch. Charles Koechlin; Fabienne Boury, piano)
08. Danse: Tarantelle Styrienne (orch. Maurice Ravel)

Jean Martinon regendo a Orchestre Nationale de l’ORTF
(Office de Radiodiffusion-Télévision Française)
Gravado em 1973-74, Salle Wagram, Paris

CDs 1 + 2 : BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CDs 3 + 4 : BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Debussy dando um rolê na praia.
Debussy dando um rolê na praia.

Ranulfus (2016)

Claude Debussy – Quarteto de Cordas em Sol Menor, Maurice Ravel – Quarteto de Cordas – Orlando Quartet #DEBUSSY160

Ao procurar discos para postar dentro das comemorações aos 160 anos de nascimento de Debussy encontrei este do Orlando Quartet, lançado lá em 1983, mas ainda atual. Estou ouvindo esse belíssimo CD em um final de tarde de sábado de inverno, nublado, porém não está frio, a temperatura está amena, média de 17 graus. E a execução deste ótimo grupo de Câmara nos oferece uma interpretação muito sólida e consistente.

O Orlando Quartet foi formado em 1976 e esteve ativo até 1997. Seus músicos eram de países diferentes, mas o grupo formou-se em Amsterdam. Neste ano de 1997  seu primeiro violinista, o hungaro István Párkányi formou seu próprio grupo, o István Párkányi Quartet. Não gravaram muito, mas cada um de seus discos é uma pequena jóia, belamente lapidada.

Apesar de muitas vezes serem gravadas juntas, no mesmo disco, são obras que tem dez anos de diferença entre elas. O Quarteto de Debussy foi escrito em 1893 e o de Ravel entre 1902 – 03. Infelizmente estas foram as únicas incursões dos compositores neste estilo, e por que não dizer, também na música de câmara.

Claude Debussy – String Quartet in G Minor, Op. 10

1 Animé Et Très Décidé
2 Scherzo (Assez Vif Et Bien Rhythmé)
3 Andantino, Doucement Expressif
4 Très Modéré – Très Mouvementé – Très Animé

Maurice Ravel – String Quartet in F

5 Allegro Moderato. Très Doux
6 Assez Vif. Très Rhythmé
7 Très Lent
8 Vif Et Agité

Violin [I] – István Párkányi
Violin [II] – Heinz Oberdorfer
Viola – Ferdinand Erblich
Cello – Stefan Metz

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Exotisme, sonorités pittoresques – Peças para Piano – Ludmilla Guilmault & Jean-Noël Dubois ֍

Exotisme, sonorités pittoresques – Peças para Piano – Ludmilla Guilmault & Jean-Noël Dubois ֍

Diversos Compositores

Peças para Piano a duas ou

a quatro mãos

Ludmilla Guilmault

Jean-Noël Dubois

 

Este disco está a um passo de ser um disco de gatinhos. Para quem teve o privilégio de viver o suficiente sabe que havia discos de (capas com) gatinhos, recheados com os melhores movimentos de música ‘clássica’, retirados do acervo (monumental) da gravadora Philips.

É claro que o resultado costumava ser uma coleção, uma antologia com os melhores momentos, mas que assim reunidos poderia resultar de uma Dança do Sabre, de Katchaturian, surgir após a Ária da Suíte Orquestral No. 3, de Bach… e ainda, a tal endiabrada dança dos furiosos guerreiros anteceder o (possivelmente) mais famoso movimento de uma Suíte Francesa – Clair de Lune, de Debussy. Mas os discos de gatinhos vendiam muito bem e levaram as sementes da música clássica para muitos futuros apreciadores.

Aqui temos assim uma coleção de ‘melhores momentos’, mas com um repertório que guarda uma maior afinidade, girando em torno de peças de música francesa ou próxima, para piano a duas ou a quatro mãos. Os dois intérpretes, Ludmilla Guilmault e Jean-Noël Dubois intercalam-se nos solos e eventualmente se juntam em algumas das faixas.

Este disco reúne peças de compositores de grande renome com peças brilhantes de compositores menos conhecidos e me surpreendeu pela sua contagiante amabilidade e alegria. Minha simpatia foi totalmente conquistada pelas duas peças de Séverac, que ocupam as faixas dois e três. Essas duas peças interpretadas a quatro mãos revelam lindas sonoridades e um frescor contagiante.

Assim, sem qualquer pudor de esbanjar alegria, o disco desfila peças de Debussy – alguns prelúdios, a já mencionada Clair de lune e dois irresistíveis movimentos da Petit Suite. A escolha entre os muitos prelúdios é bem interessante e diversa. O disco começa calmamente com Voiles, depois haverá poesia de Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir, as brincadeiras da Serenata interrompida e completará com as pirotecnias de Feux d’artifice.

Há duas nobres e sentimentais valsas de Ravel, assim como os tristes pássaros e dois deliciosos números da Suíte da Mamães Gansa.

Não poderia faltar alguma coisa bem-humorada da música de Camille Saint-Saëns, dois movimentos do Carnaval dos Animais: os contrastantes Hémiones e Aquarium. Fauré inaugura o clima fandango espanhol com o espetacular Le pas espagnol, da Suíte Dolly, e o clima continua com duas peças de Manuel de Falla – uma dança espanhola (de La Vida Breve) e a Dança Ritual do Fogo (de El Amor Brujo).

Para fechar o cortejo, em clima de bis, a Marcha Turca de Mozart, que em certos trechos ganha um reforço sonoro…

Um disco para ser ouvido pelo prazer das lindas peças e que para algumas pessoas pode servir para despertar o interesse por este tipo de música, assim como no passado fizeram os discos de gatinhos.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Voiles

Ludmilla Guilmault, piano

Déodat de Séverac (1872 – 1921)

En Vacances, Vol. 1
  1. Où l’on entend une vieille boîte à musique
  2. Valse romantique

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Valses nobles et sentimentales, M. 61
  1. Assez lent, avec une expression intense
  2. Vif

Ludmilla Guilmault, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir

Ludmilla Guilmault, piano

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Dolly, Op. 56
  1. Le pas espagnol

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Camille Saint-Saëns (1835 – 1921)

Le Carnaval des Animaux, R. 125
  1. Hémiones
  2. Aquarium

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Préludes, Livre 1, L. 117
  1. La Sérénade interrompue

Ludmilla Guilmault, piano

Suite Bergamesque, L. 75
  1. Clair de lune

Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Miroirs, M. 43
  1. Oiseaux tristes

Ludmilla Guilmault, piano

Claude Debussy (1862 – 1918)

Petite Suite, L. 65
  1. En Bateau
  2. Ballet

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Ma Mère l’Oye, M. 60
  1. Laideronette, Impératrice des Pagodes
  2. Les entretiens de la Belle et la Bête

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Manuel de Falla (1876 – 1946)

La Vida Breve, G. 35
  1. Spanish Dance No. 1

Ludmilla Guilmault; Jean-Noël Dubois, piano

Claude Debussy (1865 – 1918)

Préludes, Livre 2, L. 123
  1. Feux d’artifice

Jean-Noël Dubois, piano

Manuel de Falla (1876 – 1946)

El Amor Brujo
  1. Danza Ritual del Fuego

Ludmilla Guilmault, piano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Piano Sonata No. 11 in A Major, K. 331
  1. Alla Turca (Allegretto)

Jean-Noël Dubois, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 163 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 145 MB

Plus d’infos sur le ”Exotisme, Sonorités pittoresques” Concert-spectacle pour piano solo et à 4 mains par le Duo Cziffra à Paris

Dans ce choix de répertoire que j’ai choisie de Debussy, ravel, Fauré, Saint-Säens, séverac, De Falla, Mozart sont des compositeurs qui nous font voyager par leur couleur locale de leur nouveaux timbres pianistiques avec notamment ce prélude les Sons et les Parfums de Debussy, des accords qui habillent des harmonies voluptueuses au rythme impressionnisme.

L’odeur hispanisante.

Exotisme exprime pour moi une harmonie du soir, propice à l’évocation d’un lointain passé.

Exotisme, des images qui semblent solliciter, l’ouïe, la vue, le toucher, l’odorat, établissant en musique ces correspondances ténues que Baudelaire, le premier devina en poésie.

Des sensations de couleurs d’exotisme.

Des odeurs d’oeuillet et d’arguardiente, une atmosphère de castagnettes avec la Sérénade Interrompue de Claude Debussy.

Ces pièces orientales de Ravel, Laideronette, impératrice des pagodes pour piano à 4 mains nous évoque ces pays lointains, ce dépaysement par le recours au patrimoine musical de chaque compositeur.

Falla tient à faire son miel des fleurs du folklore.

Falla, c’est l’Andalousie et son flamenco, des voluptueux jardins andalous, des Nuits à l’âpre.

Séverac, possède une sonorité charnue, couleur en taches plus vives, en pâte plus épaisse, ce goût des échelles modales. Il nous conte les paysages traversés, inspiration de sa chère Méditerranée.

Site web : http://www.ludmilla-guilmault.com

Aproveite!

René Denon

Beethoven · Ravel · Bartók · Say: Violin Sonatas (Kopatchinskaja / Say)

Beethoven · Ravel · Bartók · Say: Violin Sonatas (Kopatchinskaja / Say)

Isto aqui está longe de ser apenas mais uma gravação da Sonata Kreutzer. Patricia Kopatchinskaja e Fazil Say compartilham uma abordagem radical, realizando cada nota da maneira mais vívida possível, deixando a suavidade em segundo plano. É inegavelmente emocionante, especialmente o primeiro movimento da Kreutzer, que, afinal, é bastante selvagem, mas mesmo aqui fiquei perturbado com a brevidade exagerada de muitas notas em staccato. Já o Bartók é uma mistura mais questionável, mas não podemos esquecer que a moça nasceu na Moldávia. E que Say é turco… No Ravel, ela(es) dá(ão) um banho. O espírito do movimento Blues é capturado totalmente, com alguns sons incomuns do piano e um toque violinístico espetacular. Não surpreende que a Sonata de Say também seja lindamente tocada. Escritos de forma imaginativa para os dois instrumentos e adotando um estilo direto e descomplicado, os cinco movimentos curtos traçam uma progressão da melancolia romântica para uma paisagem vazia e sombria. Ousado e altamente individual – este é um CD que vale a pena conhecer.

Beethoven · Ravel · Bartók · Say: Violin Sonatas (Kopatchinskaja / Say)

Violin Sonata No. 9 in A Major, Op. 47, “à Kreutzer”
Composed By – Ludwig van Beethoven
1 Adagio Sostenuto – Presto 10:15
2 Andante con Variazioni 13:17
3 Finale: Presto 6:29

Violin Sonata in G Major
Composed By – Maurice Ravel
4 Allegretto 8:19
5 Blues 6:17
6 Allegro – Perpetuum Mobile 3:41

Romanian Folk Dances Sz. 56
Composed By – Béla Bartók
Transcription By – Zoltàn Szèkely*
7 Allegro Moderato (Staff Dance from Voiniceni) 1:16
8 Allegro (Sash Dance from Egres) 0:31
9 Andante (Stamping Dance from Egres) 1:21
10 Molto Moderato (Dance from Bucium) 1:15
11 Allegro (Romanian Polka from Belenyes) 0:29
12 Allegro (Quick Dance from Belenyes & Nyegra) 0:54

Violin Sonata Opus 7
Composed By – Fazıl Say
13 I. Melancholy 3:21
14 II. Grotesque 2:07
15 III. Perpetuum Mobile 1:44
16 IV. Anonymous 3:09
17 V. Melancholy 3:07

Patricia Kopatchinskaja, violino
Fazil Say, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Patricia Kopatchinskaja & Fazil Say: radicais

PQP

Maurice Ravel – Valses nobles et sentimentales, M. 61, Jeux d’eau, M. 30, Piano Concerto, etc. – Cécile Ousset, Simon Rattle, CBSO

A estréia de Cécile Ousset aqui no PQPBach vai ser em grande estilo, em um pacotaço com obras de Ravel. Estas gravações foram realizadas em 1990 pelo saudoso selo EMI, e foi acompanhada nos Concertos pelo então jovem Simon Rattle. Fui então atrás de maiores informações sobre ela e encontrei o seguinte:

Nasceu em Tarbes, na França, em 1936. Criança prodígio, já aos cinco anos de idade encantava a todos em seu primeiro recital, indo mais tarde estudar no Conservatório de Paris. Ganhou diversos prêmios em Concursos, gravou com os mais renomados maestros e orquestras ao redor do mundo, e gravou muitos discos. Também lecionou em diversas Escolas de Música ao redor do planeta. Em 2006 retirou-se dos palcos por dores nas costas.

A obra pianística de Ravel já apareceu por aqui diversas vezes, com os mais diversos intérpretes. Trago Cécile Ousset para os senhores conhecerem por trazer dois elementos que considero essenciais: a sensibilidade feminina e o sotaque francês, tão importante nessas peças. Clientes da amazon foram unânimes em darem cinco estrelas para as gravações das ‘ Valses nobles et sentimentales’, e tenho de concordar com eles. O que ouvimos aqui é uma intérprete madura, e profunda conhecedora dos meandros e armadilhas dessas obras. Espero que apreciem.

01 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 1, Modéré
02 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 2, Assez lent
03 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 3, Modéré
04 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 4, Assez animé
05 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 5, Presque lent
06 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 6, Vif
07 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 7, Moins vif
08 – Valses nobles et sentimentales, M. 61_ No. 8, Épilogue. Lent
09 – Jeux d’eau, M. 30
10 – Menuet sur le nom de Haydn, M. 58
11 – Sonatine, M. 40_ I. Modéré
12 – Sonatine, M. 40_ II. Mouvement de menuet
13 – Sonatine, M. 40_ III. Animé
14 – Pavane pour une infante défunte, M. 19
14 – Pavane pour une infante défunte, M. 19
15 – Miroirs, M. 43_ I. Noctuelles
16 – Miroirs, M. 43_ II. Oiseaux tristes
17 – Miroirs, M. 43_ III. Une barque sur l’océan
18 – Miroirs, M. 43_ IV. Alborada del gracioso
19 – Miroirs, M. 43_ V. La vallée des cloches
20 – Piano Concerto in G Major, M. 83_ I. Allegramente
21 – Piano Concerto in G Major, M. 83_ II. Adagio assai
22 – Piano Concerto in G Major, M. 83_ III. Presto
23 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ I. Prélude
24 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ II. Fugue
25 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ III. Forlane
26 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ IV. Rigaudon
27 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ V. Menuet
28 – Le Tombeau de Couperin, M. 68_ VI. Toccata
29 – Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82_ I. Lento
30 – Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82_ II. Allegro
31 – Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82_ III. Tempo primo

Cécile Ousset – Piano
City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Maurice Ravel (1875-1937) – Concertos para Piano: em Sol e para a Mão Esquerda; Le Tombeau de Couperin, Gaspard de la nuit (Samson François, André Cluytens)

Samson François foi um excepcional pianista francês, que realizou gravações extraordinárias que, graças a tecnologia, estão sendo apresentadas novamente para aqueles que ainda não o conheciam. Já trouxe anteriormente dois outros cds dele, sempre dedicados a Ravel e sua obra pianística.

Neste CD que trago hoje teremos o Concerto para Piano em Sol Maior, e o extraordinário Concerto para a Mão Esquerda. Repertório francês, pianista francês e para completar o quadro, maestro e orquestra franceses.

Dentre as dezenas de versões que já ouvi destas obras, não há como não deixar estas interpretações de Samson François em destaque. Ele domina total e completamente o piano. É magnífico seu Adagio assai, do Concerto em Sol Maior, e no Concerto para a Mão Esquerda sua personalidade se impõe e nos deixa impressionados com a sua magnífica técnica e versatilidade.

E claro que não podemos deixar de destacar a maestria da regência de Andre Cluytens, um dos grandes nomes franceses da música do século XX, que figura facilmente ao lado de outros dois gigantes franceses, Pierre Monteux e Charles Munch.

Eis o comentário do editorialista da Amazon:

Precisely why Samson François is not better known in the United States (or known at all for that matter) is a mystery. On this CD he plays Ravel with absolute mastery, refusing to prettify any of the jazz rhythms in the G major concerto, and by so doing, bringing out all of its toughness. There may be impressionism in this music, but there’s plenty more, too. François gives the Concerto for Left Hand a performance filled with passion and excitement; indeed it’s just this side of abandon. His Gaspard is full of the colors Ravel imbued it with as well. André Cluytens is the ideal leader for this type of music, and while his orchestra here is hardly world class, it’s very good. And the remastered sound is excellent. –Robert Levine

Para completar o CD, a Erato inseriu Le Tombeau de Couperin e Gaspard de la nuit, obras gravadas também em Paris, um ano antes dos concertos.

Ah, claro, eis mais uma gravação com o selo de ‘IM-PER-DÍ-VEL’ do PQPBach.

Maurice Ravel (1875-1937):
1. Piano Concerto in G Major, M. 83 I. Allegramente
2. Piano Concerto in G Major, M. 83 II. Adagio assai
3. Piano Concerto in G Major, M. 83 III. Presto
4. Piano Concerto for the Left Hand in D Major, M. 82
Samson François – Piano
Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire de Paris / André Cluytens
Recorded: Paris, 1959

5. Le Tombeau de Couperin, M. 68 I. Prélude (Vif)
6. Le Tombeau de Couperin, M. 68 II. Fugue (Allegro moderato)
7. Le Tombeau de Couperin, M. 68 III. Forlane (Allegretto)
8. Le Tombeau de Couperin, M. 68 IV. Rigaudon (Assez vif)
9. Le Tombeau de Couperin, M. 68 V. Menuet (Allegro moderato)
10. Le Tombeau de Couperin, M. 68 VI. Toccata (Vif)
11. Gaspard de la nuit, M. 55 I. Ondine (Lent)
12. Gaspard de la nuit, M. 55 II. Le Gibet (Très lent)
13. Gaspard de la nuit, M. 55 III. Scarbo (Modéré – Vif)
Samson François – Piano
Recorded: Paris, 1957-58

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE – MP3 320kbps

Samson François

FDP Bach (2019) / Pleyel (2022)

¡Larga vida a la Reina! – Carte Blanche [Martha Argerich, 81 anos]


Nossa Rainha completou hoje 81 anos, antes que eu completasse a tarefa de lhe prestar homenagem pelas oitenta primaveras. Vá lá que a intenção original, que era a de tão só trazer um apanhado geral do que de mais significativo ela legou a cada década, expandiu por demais seu escopo e acabou por se tornar um tremendo trampo que desembocará numa discografia completa de Marthinha. E venha lá, também, que não é nem o hábito deste blogue, nem condizente com o tempo de que disponho, promover um imenso derramamento de gravações a cada poucos dias. Ainda assim, e enquanto lhes prometo que As Idades de Marthinha em breve estarão completas, desejo redimir-me junto à homenageada. Para isso, e na falta de qualquer lançamento com gravações inéditas desde seu último aniversário, alcanço-lhes um álbum duplo lançado em 2015, mas gravado naquele que ora nos parece incrivelmente distante 2007, durante o Festival de Verbier, Suíça.

Carte Blanche é o registro duma luxuosa noite de recitais para a qual Martha teve carta branca (e os xerloques de plantão já deduziram o porquê do título) para escolher quem quisesse para com ela tocar. Ao abrir os trabalhos, a Rainha adotou a praxe de rodear-se de músicos bálticos para tocar trios com piano, ainda que, em lugar do violinista habitué, o letão Gidon Kremer, seja o lituano Julian Rachlin que se some à dona da festa e ao outro letão quase compulsório, o violoncelista Mischa Maisky, para uma leitura marcante do trio “Fantasma” de Beethoven. Em seguida, a anfitriã abre uma raríssima exceção à sua moratória de recitais solo (tão rara que eu só a posso atribuir ao cancelamento de última hora de algum convidado) para recriar, com aquele estilo espontâneo, quase improvisatório que lhe é tão peculiar, as Cenas Infantis de Schumann. Quando ela termina, Lang Lang senta-se a seu lado e começam a tocar uma peça improvável para o repertório de ambos, o Rondó a quatro mãos de Schubert. Parece faltar um tanto de entendimento entre eles (quem ouvir Martha e Barenboim tocando a mesma peça concordará), o que talvez não deva surpreender num duo de músicos de tanta verve e impulsividade. Tudo melhora – e demais – na peça seguinte, a Mamãe Gansa de Ravel, em que a verve e impulsividade supracitadas vêm bem a calhar para encerrar de maneira estimulante a obra e seu Jardim Feérico. Não tenho muito a falar de bom do item seguinte, a Arpeggione de Schubert, na qual o brilhante Yuri Bashmet parece padecer, pela imprecisão de sua performance, do mal que muitas vezes aflige os grandes instrumentistas quando se dedicam à regência: se falta de tempo, ou de estudo, ou de ambos, deixo para vocês me dizerem. Na continuação, a irresistível sonata no. 1 de Bártok está ótima, por menos acostumados que estejamos a ouvir o timbre redondinho, caloroso de Renaud Capuçon a serviço dos ferrenhos ataques bartokianos às cordas e à mesmice rítmica. Os trabalhos se encerram com uma estimulante interpretação daquele cavalo de batalha dos recitais de Martha e Nelson Freire, as Variações Paganini de Lutosławski, com a venezuelana Gabriela Montero no lugar de nosso saudoso compatriota. Como bis, à guisa de cafezinho e petit four, Gabriela dá uma palhinha de sua impressionante capacidade de improvisação (confiram no YouTube, que vale a pena!) e faz a batidíssima “Parabéns a você” passar por vários ritmos e roupagens para homenagear a pianista Lily Maisky, filha de Mischa, que estava de aniversário no dia da Carte Blanche – mas é claro que os xerloques também já se deram conta de que eu desejei que, enquanto ouvíssemos Montero, nós todos déssemos os parabéns à Rainha.


Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Dos Dois trios para piano, violino e violoncelo, Op. 70 – no. 1 em Ré maior, “Fantasma”
1 – Allegro vivace e con brio
2 – Largo assai ed espressivo
3 – Presto

Martha Argerich, piano
Julian Rachlin, violino
Mischa Maisky, violoncelo

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
Kinderszenen, para piano, Op. 15
4 – Von fremden Ländern und Menschen
5 – Kuriose Geschichte
6 – Hasche-Mann
7 – Bittendes Kind
8 – Glückes genug
9 – Wichtige Begebenheit
10 – Träumerei
11 – Am Kamin
12 – Ritter vom Steckenpferd
13 – Fast zu ernst
14 – Fürchtenmachen
15 – Kind im Einschlummern
16 – Der Dichter spricht

Martha Argerich, piano

Franz Peter SCHUBERT (1797-1828)
Rondó em Lá maior para piano a quatro mãos, D. 951, “Grand Rondeau”
17 – Allegretto quasi andantino

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
Ma Mère l’Oye, suíte para piano a quatro mãos, M. 62
18 – Pavane de la Belle au Bois Dormant: Lent
19 – Petit Poucet: Très modéré
20 – Laideronnette, Impératrice des Pagodes: Mouvement de Marche
21 – Les Entretiens de la Belle et de la Bête: Mouvement de Valse très modéré
22 – Le Jardin Féerique: Lent et Grave

Martha Argerich e Lang Lang, piano

Franz SCHUBERT
Sonata para arpeggione e piano em Lá menor, D. 821
(transcrita para viola e piano)
23 – Allegro moderato
24 – Adagio
25 – Allegretto

Yuri Bashmet, viola
Martha Argerich, piano

Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945)
Sonata para violino e piano no. 1, Sz. 75
26 – Allegro appassionato
27 – Adagio
28 -Allegro

Renaud Capuçon, violino
Martha Argerich, piano

Witold Roman LUTOSŁAWSKI (1913-1994)
Variações sobre um tema de Paganini, para dois pianos
29 –  Tema – Variações I-XII – Coda

Martha Argerich e Gabriela Montero, pianos

Gabriela MONTERO (1970)
30 – Improvisação sobre “Parabéns a você”

Gabriela Montero, piano

Gravado ao vivo em 27 de julho de 2007, durante o Festival de Verbier, Suíça

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Vassily

.: interlúdio :. Kaori Muraji

.: interlúdio :. Kaori Muraji

Considere o vídeo abaixo:

Seguindo o caminho do interlúdio anterior, continuamos ouvindo violões, por que não. E sobre Kaori, bem; é jovem, linda, e toca de olhos fechados. Que dizer mais? Era daquelas crianças-prodígio, aprendeu a tocar violão com o pai aos três anos, e dali em diante foi conquistando competições e prêmios internacionais — até ser a primeira artista japonesa a assinar um contrato internacional com a Decca.

Credenciais à parte, os ouvidos notam que Kaori leva tudo muito a sério. Tem uma técnica impecável, e suas escolhas nos arranjos não costumam ser bem comportadas. Dos quatro álbuns desde post — talvez 1/5 de sua discografia — , três são de repertório erudito, e se o próprio Joaquín Rodrigo, pouco antes de sua morte, elegeu-a como sua voz no século XXI, a resenha do AMG para “Plays Bach” é bem menos elogiosa. (Este cão, que sabidamente não entende lhufas de música erudita, gostou bastante da segunda parte do cd, em que ela toca sozinha.) O último disco do post é de repertório popular, bem ao estilo balaio de gatos, misturando West Side Story à International Socialista — e se eu prefiro mastigar vidro a ouvir Tears in Heaven outra vez nesta ou em qualquer outra vida, há momentos realmente sublimes, como Jongo, Sunburst e até Merry Christmas Mr. Lawrence (no vídeo abaixo, numa parceria muito bem concatenada com o próprio Saka).

Dito isto, aos álbuns? Blue Dog recomenda a ordem cronológia/de postagem mesmo; Lumières é fabuloso.

P.S.: Atendendo a pedidos, e não tão longe do contexto, participamos que o post de Wes Montgomery para “Full House” foi atualizado com um rip em V0. E no mesmo post foi adicionado um outro álbum — que você também deveria ouvir. Ctrl+clique o link acima pra não esquecer.


Kaori Muraji – Lumières /2005 [V0]
Kaori Muraji: guitar
download / 107MB

01 Gymnopedie No. 1 (Satie)
02 Gymnopedie No. 3 (Satie)
03 La fille aux cheveux de lin (Debussy)
04 Pavane Pour Une Infante Defunte (Ravel)
05 Saudade No. 3 (From Trois Saudades): I Rituel (Dyens)
06 Saudade No. 3 (From Trois Saudades): II Danse (Dyens)
07 Saudade No. 3 (From Trois Saudades): III Fete Et Final (Dyens)
08 2 Barcarolles, Op.60: I Lent, Calme, Dans Une Quietude Expressive (Kleynjans)
09 2 Barcarolles, Op.60: II Allegro (Kleynjans)
10 Fantasie Pour Guitare: I Resolu (De Breville)
11 Fantasie Pour Guitare: II Lent (De Breville)
12 Fantasie Pour Guitare: III Trés Vite (De Breville)
13 Gnossienne No 1 (Satie)
14 Water Color Scalor: I Prelude (Yoshimatsu)
15 Water Color Scalor: II Intermezzo A (Yoshimatsu)
16 Water Color Scalor: III Dance (Yoshimatsu)
17 Water Color Scalor: IV Intermezzo B (Yoshimatsu)
18 Water Color Scalor: V Rondo (Yoshimatsu)
19 Claire de Lune from Suite Bergamasque (Debussy)
20 Summer Knows Theme from “The Summer of ’42” (Legrand)


Kaori Muraji – Viva! Rodrigo /2007 [V0]
Kaori Muraji, guitar; Orquesta Sinfónica de Galícia, reg. Viktor Pablo Pérez. Música de Joaquín Rodrigo
download / 97MB

01 Concierto de Aranjuez – Allegro con spirito
02 Concierto de Aranjuez – Adagio
03 Concierto de Aranjuez – Allegro gentile
04 Sones en la Giralda
05 Concierto para una fiesta – Allegro deciso
06 Concierto para una fiesta – Andante calmo
07 Concierto para una fiesta – Allegro moderato


Kaori Muraji – Plays Bach /2008 [V0]
Kaori Muraji, guitar; Leipzig Bachorchester, reg. Christian Funke
download / 113MB

01 Cembalo Concerto No.2 in E major, BWV 1053 – I. Allegro
02 Cembalo Concerto No.2 in E major, BWV 1053 – II. Siciliano
03 Cembalo Concerto No.2 in E major, BWV 1053 – III. Allegro
04 BWV 1068 Air on the G string
05 Cembalo Concerto No.5 in F minor, BWV 1056 – I. Allegro
06 Cembalo Concerto No.5 in F minor, BWV 1056 – II. Largo
07 Cembalo Concerto No.5 in F minor, BWV 1056 – III. Presto
08 BWV 147 Choral Jesus bleibet meine Freude
09 Partita No.2 in D minor, BWV 1004 – I. Allmanda
10 Partita No.2 in D minor, BWV 1004 – II. Corrente
11 Partita No.2 in D minor, BWV 1004 – III. Sarabanda
12 Partita No.2 in D minor, BWV 1004 – IV. Giga
13 Partita No.2 in D minor, BWV 1004 – V. Ciaconna
14 Menuet, BWV Anh. 114 & 115


Kaori Muraji – Portraits /2009 [320]
Kaori Muraji, guitar
download / 156MB

01 Merry Christmas Mr. Lawrence (Sakamoto)
02 Tango en Skai (Dyens)
03 Tears In Heaven (Clapton)
04 Jongo for guitar(Bellinatti)
05 Energy Flow (Sakamoto)
06 What a Friend We Have in Jesus(Converse)
07 Internationale (De Geyter)
08 Amours Perdues (Kosma)
09 Secret Love (Fain)
10 Porgy and Bess – Summertime (Gershwin)
11 West Side Story – I Feel Pretty (Bernstein)
12 West Side Story – Maria (Bernstein)
13 West Side Story – America (Bernstein)
14 Nocturne No.2 in E flat, Op.9 No.2 (Chopin)
15 Thousands of Prayers (Tanikawa)
16 Träumerei (Schumann)
17 Love Waltz (Neumann)
18 Introduction To Sunburst/Sunburst (York)
19 In My Life (Lennon / McCartney)

Boa audição!
Blue Dog

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014 – CDs 1-5 de 13

O maestro Marriss Jansons tem uma ampla discografia, sobretudo à frente de duas orquestras renomadas: a do Concertgebouw de Amsterdam e a da Rádio Bávara de Munique. Ambas as orquestras têm, já há alguns anos, seus próprios selos que lançam seus CDs (uma tendência neste século XXI), e por motivos comerciais privilegiaram pesos-pesados do repertório sinfônico sob a regência de Jansons: Sinfonias de Brahms e de Mahler, Balés de Stravinsky, etc.

Nessa coleção de gravações de rádio da Orquestra do Concertgebouw, Brahms, Mahler e Stravinsky também aparecem, mas o que mais me interessa aqui é a presença de outros nomes que mostram a diversidade da música orquestral do século XX: o polonês Lutoslawski, o tcheco Martinů, os franceses Messiaen, Poulenc e Varèse, o russo Prokofiev… Poderíamos desejar também música brasileira, mexicana, um pouco mais dos poloneses… enfim, não se pode ter tudo.

A coleção, aos meus ouvidos, começa muito bem, com uma envolvente interpretação da Sinfonia Fantástica em que se nota a concentração absoluta de toda a orquestra nos pizzicati, tremolos, valsa com harpas, marcha com tutti de metais e outras formas expressivas do genial orquestrador que foi Berlioz. Depois o nível cai em uma La Valse de Ravel quase no piloto automático, com bem menos espírito dançante do que as gravações de Haitink/Concertgebouw ou Munch/Boston. Mas o nível melhora muito com uma interpretação de tirar o fôlego do Concerto para Orquestra de Lutoslawski. Estreado em Varsóvia em 1954 e logo alcançando notoriedade dos dois lados da Cortina de Ferro, esse Concerto encerrou em grande estilo a primeira fase de Lutoslawski como compositor. Nessa fase, ele se inspirava bastante em melodias folclóricas polonesas. Após obras mais curtas, de câmara ou para voz e orquestra, ele resolveu fazer esse Concerto de maior fôlego, antes de se aventurar por caminhos mais vanguardistas. Obviamente está presente o tempo todo a inspiração de Bartók, aliás este último aparece também nessa caixa de Jansons com seu Concerto para Orquestra, de 1943, em uma interpretação sem defeitos, mas menos espetacular que este Bartók aqui e este aqui.

E então chegamos às grandes Sinfonias, com destaque para uma 6ª de Tchaikovsky e uma 7ª de Mahler com a sonoridade marcante do Concertgebouw e a energia das apresentações ao vivo. Há também Strauss, Hindemith, uma obra juvenil e romântica de Webern… um programa com um pouco para cada gosto, como é de bom tom para a temporada anual de uma grande orquestra.

Mariss Jansons / Concertgebouw Orchestra – The Radio Recordings 1990-2014

CD 1:
Hector BERLIOZ
Symphonie fantastique, Op. 14 (1830)

Maurice RAVEL
La Valse (1919/20)

Baixe aqui – Download here – CD1

CD 2:
Witold LUTOSŁAWSKI
Concerto for Orchestra (1954)

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY
Symphony No. 6, Op. 74 ‘Pathétique’ (1893)

Baixe aqui – Download here – CD2

CD 3:
Béla BARTÓK
Concerto for Orchestra (1943)

Gustav MAHLER
Symphony No. 7 in E minor (1st and 2nd movements) (1905)

Baixe aqui – Download here – CD3

CD 4:
Gustav MAHLER
(Cont.) Symphony No. 7 in E minor (3rd, 4th & 5th movements)

Paul HINDEMITH
Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber (1943)

Peter-Jan WAGEMANS
Moloch (2000)

Baixe aqui – Download here – CD4

CD 5:
Richard STRAUSS
Till Eulenspiegels lustige Streiche, Op. 28 (1895)

Anton WEBERN
Im Sommerwind (1904)

Johannes BRAHMS
Symphony No. 1 in C minor, Op. 68 (1876)

Baixe aqui – Download here – CD5

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, Mariss Jansons

Concertgebouw Amsterdam significa Sala de Concertos de Amsterdam. Os holandeses são bem práticos com nomes…

Pleyel

.:interlúdio:. Gary Burton & Makoto Ozone – Virtuosi

Esta foi uma de minhas primeiras postagens, lá em 2008, há quatorze anos. Outros tempos, outra realidade, outra tecnologia. O link para Download foi colocado no falecido Rapidshare, era o que tinhamos naquele momento. 

Um usuário encontrou essa pequena delícia chamada “Virtuosi” la naqueles primórdios do PQPBach e pediu para atualizar o link. O CD reune o vibrafonista e o pianista Makoto Ozone, músico totalmente desconhecido para mim naquele momento. 

Mas além do CD solicitado trago outro CD desta parceria, que foi lançado em 1995, o CD intitulado ‘Face to Face’, onde a dupla toca alguns clássicos do Jazz, assim como obras do próprio Ozone, Thelonius Monk, Benny Goodman, dentre outros. O texto abaixo é da postagem original. 

Outra preciosidade encontrada em meu velho porta cds, dos tempos em que ainda baixava mp3 via Soulseek. Um belo dia digitei Gary Burton, e no meio de um monte de coisas, também excelentes, encontrei essa jóia da coroa de meus cds de Jazz.

O nome dado ao CD, “Virtuosi”, define bem a proposta: o encontro de dois virtuoses em seus respectivos instrumentos. Gary Burton com seu vibrafone, e o até então desconhecido para mim, Makoto Ozone, pianista. Algus poderão torcer o nariz e comentar com desdém “mais um disco do tão famigerado encontro OcidentexOriente”. Mas lamento informar senhores de nariz torcido, de que não se trata de nada disso. O que se ouve aqui neste cd é música ocidental, com arranjos de obras de Ravel até Brahms. E tocadas com uma precisão e correção que beira as raias do absurdo. Ainda com relação a esta mesma precisão, dá-se a impressão de que eles tocam juntos há incontáveis décadas, mas existe aí uma diferença de gerações, porém o jovem Makoto Ozone não se deixa intimidar frente ao gigante Gary Burton, que traz junto de si toda a tradição de outros mestres do instrumento no jazz, como Lionel Hampton ou Milt Jackson.

Apesar de poder soar estranho num primeiro momento, garanto-lhes que o que os senhores irão ouvir é da mais pura beleza. Como comentei acima, existe uma cumplicidade tremenda entre os músicos, dando a nítida impressão de eles tocam juntos há muito tempo.

Boa audição.

Gary Burton & Makoto Ozone – Face to Face

01 – Kato’s Revenge
02 – Monk’s Dream
03 – For Heaven’s Sake
04 – Bento Box
05 – Blue Monk
06 – O Grande Amor
07 – Laura’s Dream
08 – Opus Half
09 – My Romance
10 – Times Like These
11 – Eiderdown

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Gary Burton & Makoto Ozone – Virtuosi

1 – Le tombeau de Couperin, for piano – Prelude – Composed by Maurice Ravel
2 – Excursions (4), for piano, Op. 20 No. 1 – Composed by Samuel Barber
3 – Prelude for piano No.19 in A minor, Op. 32/8 – Composed by Sergey Rachmaninov
4 – Milonga, for guitar – Composed by Jorge Cardoso
5 – Preludes (3) for piano II – Composed by George Gershwin
6 – Sonata for keyboard in E major, K. 20 (L. 375) “Capriccio” – Composed by Domenico Scarlatti
7 – Three Little Oddities, suite for piano Impromptu – Composed by Zez Confrey
8 – Concerto in F, for piano & orchestra Movement III –  Composed by George Gershwin
9 – Lakmé, opera Medley: Berceuse / Duettino – Composed by Leo Delibes
10 – Capriccio for piano in B minor, Op. 76/2 – Composed by Johannes Brahms
11 – Something Borrowed, Something Blue – Composed by Makoto Ozone

Gary Burton – Vibrafone
Makoto Ozone – Piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP Bach

Gary Burton & Makoto Ozone tocando na antiga Blue Note Tokio, antes desta ser adquirida pela PQPBach Corps

Scriabin, Ravel, Prokofiev, Haydn, Beethoven, Chopin, Debussy – Sviatoslav Richter – Out of Later Years

Teofil Danilovich Richter (1872–1941), pai de Sviatoslav, foi um pianista, organista e compositor, de família alemã, que estudou no Conservatório de Viena e deu aula muitos anos no Conservatório de Odessa, atualmente na Ucrânia.

Na Segunda Guerra Mundial, como o pai de Sviatoslav Richter era alemão, ele estava sob suspeita das autoridades e foi feito um plano para que a família fugisse do país. Envolvida com um outro homem, sua mãe não queria sair e assim eles permaneceram em Odessa. Em agosto de 1941, seu pai foi preso e considerado culpado de espionagem, sendo condenado à morte em 6 de outubro de 1941. Não era difícil conseguir uma sentença de morte no regime stalinista. E não é preciso ser um discípulo de Freud para supor que alguém com essa história familiar se tornaria uma pessoa excêntrica, neurótica, peculiar…

Após se tornar famoso mundialmente e receber aplausos e gravações em Moscou, Londres, Praga, Nova York etc., Richter passaria suas últimas décadas frequentando cidades muito menores como Aldeburgh (Inglaterra), la Grange de Meslay, no vale do Loire (França), Ludwigshafen am Rhein (Alemanha). Ele pedia que os palcos fossem menos iluminados, dizendo que assim o público prestaria mais atenção na música do que em assuntos irrelevantes como as expressões faciais e gestos do pianista.

É comum que músicos idosos e respeitados tirem do seu repertório alguns compositores e voltem seu foco para alguns que tocam mais fundo em seu coração, afinal, já não precisam mais provar nada pra ninguém. É o caso, por exemplo, de Nelson Freire que, quando velho, tirou de seu repertório orquestral alguns concertos como os de Liszt, Tchaikovsky e Bartók, se concentrando sobretudo nos concertos de Brahms, no 2º de Chopin e nos dois últimos de Beethoven: ele tocou inúmeras vezes cada um desses nos seus últimos 20 anos de carreira. E nos recitais solo, Freire de barba grisalha raramente saiu do palco sem tocar algo de Chopin, compositor que ele parece ter admirado cada vez mais ao longo dos anos.

Nos concertos do velho Richter com orquestra, por outro lado, surgem obras raras do repertório como o concerto de Gershwin e o 5º de Saint-Saens. Nos recitais solo de Richter, ao contrário de Freire, Chopin foi ficando raro: nos anos 90, segundo as listas dos richterófilos, não há registro de que o russo tenha tocado os Scherzos, os Prelúdios, os Estudos, a Barcarolle, mas sobra uma obra grandiosa, a Polonaise-Fantaisie.

E o pianista russo (ucraniano de nascimento) parece ter tido um reencontro tardio com a música de Ravel: obras que não apareciam nos seus programas de recitais desde os anos 1960 ressurgem a partir de 1992 e ocupam boa parte de um dos álbuns ao vivo dessa série da Live Classics. Importante ressaltar que cada CD se dedica a uma só noite, ao contrário de outras edições que fazem colagens.

Também aparecem alguns russos no repertório: não os Quadros de uma Exposição de Mussorgsky, cavalo de batalha de Richter quando jovem, nem Shostakovich nem Stravinsky. Os escolhidos nesses recitais de 1992 e 94 são Prokofiev e Scriabin. O pianista e professor José Eduardo Martins fez uma recente homenagem, em seu blog, aos 150 anos de Scriabin. Diz ele:

Se as criações de Chopin (1810-1849) exerceram influência na escrita de Scriabine, não desprovida das raízes russas, mas sem cariz popular, seria contudo mais acentuadamente a partir do início do século XX que o compositor-pensador empreenderá um caminho singular, personalíssimo (aqui e aqui). Caminho que já aparece discretamente nas Mazurkas op. 40 (1903) e de forma escancarada no Poème-Nocturne op. 61 (1912) e na Sonata nº 7, op. 64 (1912). Noturno, como sabemos, é um gênero tão associado a Chopin quanto a Mazurka. Scriabin escreveu alguns Noturnos curtos e chopinianos quando mais jovem, mas esse Poema-Noturno escolhido por Richter é bem mais longo e já cheio do clima misterioso do compositor russo, com curtas frases seguidas por rápidos cromatismos ascendentes ou descendentes. Segundo J.E.Martins, são motivos curtos neurótico-obsessivos, que vão se acentuando conforme o compositor chega à maturidade. Richter, o pianista famoso por sua construção sólida de longas frases nas sonatas de Beethoven, Brahms e Schubert, se adapta surpreendentemente bem a esse clima noturno-neurótico de Scriabin, clima no qual algumas notas são cuidadosamente aproximadas e alcançadas para em seguida se quebrarem em dissonâncias.

Debussy e Ravel, é claro, eram compositores de música mais solar, menos noturna, mas ao tocá-los depois de Scriabin, ficam evidentes as semelhanças na linguagem dessas obras do comecinho do século XX. Se as gravações dos Prelúdios de Debussy por Richter não me empolgam tanto, aqui o pianista septuagenário emerge profundamente no mundo de Debussy e sobretudo no de Ravel com seus pássaros tristes, seu barco no oceano, sua alvorada e seu vale de sinos (Oiseaux tristes, Une Barque sur l’Océan, Alborada del gracioso, Vallée des cloches).

E as sonatas de Beethoven, essas pelo jeito nunca estiveram distantes do coração e dos dedos de Richter (aliás os 3 B’s estiveram nos seus programas do início ao fim da carreira). Aqui ele toca a penúltima sonata de Beethoven, uma obra madura interpretada por um Richter maduro que sabia aquilo de trás pra frente mas sempre trazia um algo mais de emoção nessa sonata. Ainda mais considerando que ele havia dedicado o recital à memória de sua amiga pessoal de longa data, a atriz e cantora alemã Marlene Dietrich (Berlim, 27 de dezembro de 1901 — Paris, 6 de maio de 1992).

Sviatoslav Richter – Out of Later Years Vol. 2
01. Prokofiev: Klaviersonate Nr. 2 D-Moll Op.14, Allegro ma non troppo
02. Prokofiev: Klaviersonate Nr. 2 D-Moll Op.14, Scherzo – Allegretto Marcato
03. Prokofiev: Klaviersonate Nr. 2 D-Moll Op.14, Andante
04. Prokofiev: Klaviersonate Nr. 2 D-Moll Op.14, Vivace
05. Scriabin: Klaviersonate Nr.7 Op.64 – Allegro
06. Ravel: Valses nobles et sentimentales
07. Ravel: Miroirs, Noctuelles. Très Léger
08. Ravel: Miroirs, Oiseaux tristes. Très Lent
09. Ravel: Miroirs, Une Barque sur l’Océan. D’un Rythme Souple
10. Ravel: Miroirs, Alborada del gracioso. Assez Vif
11. Ravel: Miroirs, La Vallée des cloches. Très Lent
Sviatoslav Richter – piano
Ludwigshafen, 1994-05-19

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – FLAC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – MP3 320kbps

Sviatoslav Richter – Out of Later Years Vol. 3
01. Haydn: Andante con variazioni in F minor H17-6
02. Beethoven: Sonata No.31 in A flat major Op.110 – I Moderato cantabile
03. Beethoven: Sonata No.31 in A flat major Op.110 – II Allegro molto
04. Beethoven: Sonata No.31 in A flat major Op.110 – III Andante molto cantabile
05. Chopin: Polonaise-Fantaisie in A flat major Op.61
06. Scriabin: Mazurka Op.40 No.1 in D flat major
07. Scriabin: Mazurka Op.40 No.2 in F sharp major
08. Scriabin: Poème-Nocturne Op.61
09. Debussy: L’isle joyeuse
10. Ravel: Miroirs, La Vallée des cloches. Très Lent
Sviatoslav Richter – piano
München (Munich), 1992-05-16

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – FLAC

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – MP3 320kbps

Sviatoslav Richter pensando em levar todas aquelas cervejas ali sem que ninguém note

Pleyel

Claude Debussy & Maurice Ravel: Quartetos de Cordas (Emerson)

Claude Debussy & Maurice Ravel: Quartetos de Cordas (Emerson)

O acoplamento dos extraordinários Quartetos de Debussy e Ravel é muito comum, mas felizmente faz muito mais sentido do que outros pares que andam por aí. Para ambos os compositores, seus quartetos de cordas foram suas primeiras incursões na música de câmara. As duas são representativas de seus anos de formação antes de ganharem reconhecimento. Muitas semelhanças podem ser encontradas também na comparação da música. Os dois quartetos têm movimentos introdutórios rápidos, seguidos de um scherzo com partes de pizzicato, um movimento lento e um final vigoroso. Ravel foi acusado de imitação, pois Debussy produziu o seu primeiro, em 1893, e o de Ravel veio dez anos depois. Ravel estava em boas relações com Debussy na época e obviamente admirava seu Quarteto o suficiente para escrever parecido, o que levou os críticos a comentar que o trabalho de Ravel era apenas uma boa repetição do primeiro. Ravel sempre se ressentiu dessas acusações e protestou contra elas. As obras receberam reações estranhas quando estreadas. César Franck e Gabriel Fauré, professores de Debussy e Ravel respectivamente, tiveram apenas palavras de desaprovação a dizerem sobre a direção estilística de seus alunos. Mas a gente não dá bola, a gente gosta dos dois, um pouquinho mais do de Ravel. Já o Emerson é um capítulo especial. Que baita quarteto de cordas! Que prazer ouvir seu som vigoroso quando é o caso e delicado quando precisamos disso…

Claude Debussy & Maurice Ravel: Quartetos de Cordas (Emerson)

Claude Debussy – String Quartet In G Minor Op. 10
1 Animé Et Très Décidé 6:23
2 Assez Vif Et Bien Rythmé 3:46
3 Andantine, Doucement Expressif 7:42
4 Très Modéré — Très Mouvementé Et Avec Passion 7:08

Maurice Ravel – String Quartet In F Major
5 Allegro Moderato 8:13
6 Assez Vif — Très Rythmé 5:59
7 Très Lent 8:38
8 Vif Et Agité 5:14

Emerson String Quartet

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O Emerson nasceu em 1976 — tem 46 anos. Esta gravação é de 1990, quando eles ainda tinham cabeças castanhas e esta foto é 2014.

PQP

Shostakovich: Quarteto Nº 8 / Borodin: Quarteto Nº 2 / Ravel: Quarteto (Borodin)

Shostakovich: Quarteto Nº 8 / Borodin: Quarteto Nº 2 / Ravel: Quarteto (Borodin)

Uma gravação ao vivo e sem retoques do Borodin durante uma excursão realizada em 1962. O som não é bom e a plateia parecia estar agitada. Mas o CD vale por sua enorme qualidade musical e pela interpretação extremamente compreensiva de Shosta e Borodin. Por exemplo, talvez jamais se ouça outro quarteto iniciar o último movimento do segundo quarteto de Borodin imitando com tamanha perfeição o som de um bayan. É uma questão de afinidade cultural. Os russos sabem como fazer porque têm aquilo instalado desde o nascimento. O Shosta idem. O Ravel tem um sotacão russo, mas é o Borodin e eles sempre convencem.

Shostakovich: Quarteto Nº 8 / Borodin: Quarteto Nº 2 / Ravel: Quarteto (Borodin)

String Quartet No. 8 In C Minor, Op. 110
Composed By – Dmitri Shostakovich
1 I. Largo 4:09
2 II. Allegro Molto 2:41
3 III. Allegretto 3:49
4 IV. Largo 4:55
5 V. Largo 3:18

String Quartet No. 2 In D Major
Composed By – Alexander Borodin
6 I. Allegro Moderato 7:56
7 II. Scherzo. Allegro 4:43
8 III. Notturno. Andante 8:10
9 IV. Finale. Andante — Vivace 6:53

String Quartet In F Major
Composed By – Maurice Ravel
10 I. Allegro Moderato. Très Doux 7:39
11 II. Assez Vif. Très Rythmé 5:37
12 III. Très Lent 8:29
13 IV. Vif Et Agité 5:02

Quarteto Borodin
Recordings at Leith Town Hall, Edinburgh Festival: August 31, 1962 (tracks 1-5, 10-13), August 29, 1962 (tracks 6-9).

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O Borodin prestes a adentrar o palco do PQP Bach Classical Communist Chamber Theater de Leningrado

PQP

Fauré / Messiaen / Ravel: Plainte Calme (Alexander Lonquich)

Fauré / Messiaen / Ravel: Plainte Calme (Alexander Lonquich)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Neste CD de música francesa da grande ECM, Fauré dá o esqueleto… Ou melhor, voltemos ao começo. Imaginemos um navio. O corpo, ou estrutura, do navio é chamado de casco. Aqui, o casco é Fauré. Já a quilha é como a espinha dorsal do navio: uma viga central que percorre a parte inferior, desde a proa até a popa. Ela o impede de tombar para os lados. Este é Ravel. Enquanto isso, o convés é como o andar de um edifício. Os navios geralmente possuem vários conveses. Os camarotes de passageiros, as salas de motores e de controle e os espaços para cargas costumam ocupar conveses diferentes. Quem nos recebe aqui é Messiaen. Ou seja, ancorados em Fauré-Chopin, equilibrados por Ravel e com Messiaen regendo os pássaros que acompanham a partida da viagem, Alexander Lonquich nos dá um banho de sensibilidade e competência.

Fauré compôs seus 5 improvisos em dois períodos distintos de sua carreira, em 1881-83 e 1906-09. Inspirados no exemplo de Chopin, os brilhantes improvisos iniciais (Op. 25, 31 e 34) assemelham-se a estudos líricos que parecem improvisações, mas são dispostos de forma simétrica com uma coda. Em contraste, o improviso Op. 91 e 102 são concebidos com muito mais ousadia em sua sonoridade, harmonia e virtuosismo.  

Os Préludes pour piano é uma das primeiras obras para piano de Messiaen compostos em 1928-1929, quando o compositor tinha 20 anos. Messiaen considerou ser seu primeiro trabalho de algum valor. A composição é baseada nos traz uma influência decisiva dos prelúdios de Debussy. As peças foram estreadas pelo compositor em uma apresentação privada que ocorreram em 28 de janeiro de 1930. 

Gaspard de La Nuit é uma suíte para piano composta por Maurice Ravel em 1908. Foi inspirada em uma série de poemas em prosa fantásticos do escritor Aloysius Bertrand. No poema, o autor relata uma série de surpreendentes visões e aventuras protagonizadas pelo “Gaspar da Noite”. Trabalhando sob o encanto do texto evocativo de Bertrand, Ravel baseou seu Gaspard em três desses contos. O título do primeiro movimento, Ondine, refere-se a um legendário espírito feminino das águas (já viram o fime?) que tenta seduzir um jovem e arrastá-lo para sua morada no fundo de um lago. O segundo movimento, intitulado Le Gibet (em português, “O patíbulo”), transmite uma atmosfera apropriadamente densa. O terceiro movimento, Scarbo, é o nome de um gnomo que corre quase à velocidade da luz e assume a forma que desejar. Ravel declarou que almejava alcançar com este “Scarbo” uma obra ainda mais difícil de ser executada do que “Islamey”, do compositor russo Mily Balakirev. Não há dúvidas de que Scarbo é uma das peças mais difíceis de que se tem notícia…

Fauré / Messiaen / Ravel: Plainte Calme (Alexander Lonquich)

01. Gabriel Fauré – Impromptu for piano No. 3 in A flat major, Op. 34 5:03

02. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 1. La colombe 2:11
03. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 2. Chant d’extase dans un paysage triste 6:47
04. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 3. Le nombre leger 1:43
05. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 4. Instants defunts 4:43
06. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 5. Les sons impalpables du reve 3:21
07. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 6. Cloches d’angoisse et larmes d’adieu 8:37
08. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 7. Plainte calme 3:23
09. Olivier Messiaen – Preludes for piano, 8. Un reflet dans le vent 5:08

10. Gabriel Fauré – Impromptu for piano No. 1 in E flat major, Op. 25 4:04
11. Gabriel Fauré – Impromptu for piano No. 4 in D flat major, Op. 91 4:43
12. Gabriel Fauré – Impromptu for piano No. 2 in F minor, Op. 31 3:54

13. Maurice Ravel – Gaspard de la nuit, for piano 1. Ondine 6:42
14. Maurice Ravel – Gaspard de la nuit, for piano 2. Le Gibet 7:28
15. Maurice Ravel – Gaspard de la nuit, for piano 3. Scarbo 9:37

16. Gabriel Fauré – Impromptu for piano No. 5 in F sharp minor, Op. 102 2:09

Alexander Lonquich – piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Alexander Lonquich (1960)

PQP

Jascha Heifetz – It Ain’t Necessarily So: Legendary Classic & Jazz Studio Takes

 

O inesquecível Jascha Heifetz, que completaria hoje 121 anos, adorava jazz. Sua mansão em Beverly Hills recebia músicos de várias vertentes, que frequentemente mergulhavam em jam sessions, e os estudantes para os quais organizava animadas festas em Malibu testemunhavam o mestre improvisar, tanto ao violino quanto ao piano, sobre as canções populares que amava.

Descobrir que o jazz era o xodó de Heifetz me surpreendeu. Afinal, tiete incondicional do gigante desde que o conheci, acostumara-me com seu semblante estoico nas capas de discos, que nada mudava nos tantos filmes em que, para meu assombro, eu o via enfrentar e vencer, impávido, os trechos mais medonhos da literatura violinística. Foi só ao ler suas biografias e, principalmente, assistir aos documentários e aos preciosos registros de suas masterclasses que conheci seu senso de humor, seu rigor cordial para com os alunos e, não menos importante, constatei que ele era um músico extraordinário o bastante para convencer como mau músico, imitando à perfeição um jovem estudante em pânico durante uma prova:

Jascha também foi um contumaz viajante, legando-nos inúmeros mementos que são verdadeiras pérolas do humor involuntário, como essa sua foto duma visita ao México, em que seu tradicional olhar blasé parece nada impressionado com a indumentária local…


… e também um homem corajoso e cidadão muito grato ao país que o acolheu, percorrendo o front europeu a tocar voluntariamente para as tropas aliadas, além de arrecadar, com concertos beneficentes, vultosos valores para os esforços de guerra.

Perenemente acusado por um ou outro crítico de ser um tecnicista frio, indiferente às intenções do compositor, Heifetz é uma deidade de devoção unânime entre seus colegas: dir-se-ia um “violinista dos violinistas”. Ainda assim, mesmo que todos sonhem em tocar como ele, nem tantos acham que devam. Jascha cresceu imbuído das tradições da Velha Escola russa no Conservatório de São Petersburgo, onde foi discípulo de Leopold Auer – aquele mesmo com quem Tchaikovsky se estranhou por conta de seu concerto para violino. Seria inevitável, pois, que seu estilo, moldado por gente do século XIX, pareça-nos um tanto antiquado, a despeito da tanta beleza que tange. Além disso, suas gravações das peças fundamentais do repertório concertístico, normalmente despachadas em velocidade lúbrica, são referências incontestes que poucos violinistas de hoje tentariam imitar: mesmo o próprio ídolo de Heifetz, Fritz Kreisler, após escutar o prodígio de onze anos de idade, afirmou que todos os violinistas presentes no recinto poderiam quebrar seus instrumentos nos joelhos.

Aqui, Kreisler (à direita) relaxa num lago com Heifetz (à esquerda), que se apoia num trapiche feito, provavelmente, da madeira de violinos quebrados.

Em minha desimportante opinião, será através das pequenas peças que a grandeza de Heifetz rebrilhará aos ouvidos dos séculos vindouros. Esta compilação que ora lhes apresento, com algumas dúzias delas, inclui vários de seus números de bis mais famosos, algumas canções folclóricas e várias composições de George Gershwin, que Jascha muito admirava.  Os arranjos, como verão, são quase todos de sua própria lavra e, se privilegiam o timbre inconfundível do mestre e a elegância de seu fraseado, também lhe dão amplas oportunidades para demonstrar seu deleite em tocar, como mais célebre rebento da Velha Escola russa, a música do Novo Mundo em que escolheu viver.


Uma atração em especial para nós, brasileiros, é escutar “Ao Pé da Fogueira”, um dos prelúdios do genial Flausino Valle, aqui abordado por Heifetz numa masterclass.

A grande surpresa, talvez, esteja na última faixa do álbum. Depois de alguns açucarados bombons em que acompanha o cantor Bing Crosby, Heifetz dá-nos a rara oportunidade de escutá-lo ao piano (!), instrumento em que era, por todos os relatos, muito proficiente. Ele toca “When You Make Love to Me (Don’t Make Believe)”, uma canção que fez sucesso na voz do próprio Crosby, frequentemente pareada com outra, “So Much in Love“. Ainda mais surpreendente é que o autor de ambas, um certo Jim Hoyl, só existia na capa das partituras, pois era tão só o pseudônimo que o próprio Jascha Heifetz (“J.H.”, captaram?) usava para publicar canções populares.

“Um brinde a Jim Hoyl!”

Que a imagem sisuda que dele tiverem liquide-se para sempre, e que a inigualável musicalidade do aniversariante consiga entretê-los tanto quanto espero.

Grato por tanto, Mestre!

In memoriam Iosif Ruvimovich Kheyfets, dito Jascha Heifetz (Vilnius, 2.2.1901 – Los Angeles, 10.12.1987)



Jascha Heifetz – It Ain’t Necessarily So: Legendary Classic & Jazz Studio Takes

DISCO 1

Samuel GARDNER (1891-1984)

1 – From The Canebrake, Op. 5 no. 1

Arthur Leslie BENJAMIN (1893-1960)
2 – Jamaican Rumba (arranjo de William Primrose)

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
3 – Beau Soir (arranjo de Jascha Heifetz)

Joseph Maurice RAVEL (1875-1937)
4 – Pièce en Forme de Habanera (arranjo de Georges Catherine)

Clarence CAMERON White (1880-1960)
5 – Levee Dance, Op. 27 No. 2 (baseada em “Go Down, Moses”)

Mario CASTELNUOVO-TEDESCO (1895-1968)
6 – Figaro, Rapsódia de Concerto sobre “Il Barbiere di Siviglia”, de Rossini

Stephen Collins FOSTER (1826-1864)
7 – Jeanie With The Light Brown Hair (arranjo de Heifetz)

Victor August HERBERT (1859-1924)
8 – À la Valse

Antonín Leopold DVOŘÁK (1841-1904)
9 – Humoresques, Op. 101 – No. 1 em Sol bemol maior (arranjo de Heifetz)

Folclore irlandês
10 – Gweedore Brae (arranjo de John Crowther)

Stephen FOSTER
11 – Old Folks at Home (arranjo de Heifetz)

Anônimo
12 – Deep River (arranjo de Heifetz)

Leopold GODOWSKY (1870-1938)
13 – Doze Impressões para violino e piano: no. 12, Wienerissh (arranjo de Heifetz)

Jascha Heifetz, violino
Milton Kaye, piano

Irving BERLIN (1888-1989)
14 – White Christmas

Jascha Heifetz, violino
Salvator Camarata and his Orchestra

George GERSHWIN (1898-1937)
Da ópera “Porgy and Bess” (arranjos de Heifetz)
15 – Summertime
16 – A Woman is a Sometime Thing
17 – My Man’s Gone Now
18 – It Ain’t Necessarily So
19 – Tempo Di Blues (There’s a Boat That’s Leaving Soon for New York)
20 – Bess, You is my Woman Now

Três prelúdios para piano solo (arranjos de Heifetz)
21 – I. Allegro ben ritmato e deciso
22 – II. Andante con moto e poco rubato
23 – III. Allegro ben ritmato e deciso

Jascha Heifetz, violino
Emanuel Bay, piano

DISCO 2

Susan Hart DYER (1880-1922)
1 – An Outlandish Suite, para violino e piano: Florida Night Song

Claude DEBUSSY
2 – Children’s Corner L. 115 – 6. Golliwogg’s Cakewalk (arranjo de Heifetz)
3 – Suite Bergamasque L. 75 – 3. Clair de Lune (arranjo de Alexandre Roelens)

Flausino Rodrigues do VALLE (1894-1954)
4 – Vinte e seis prelúdios característicos e concertantes para violino só – no. 15, “Ao Pé da Fogueira” (arranjo de Heifetz)

Julián Antonio Tomás AGUIRRE (1868-1924)
5 – Huella, Op. 49 (arranjo de Heifetz)

Dmitri Dmitrievich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Dos Vinte e quatro prelúdios para piano, Op. 34 (arranjo de Dmitri Tziganov e Quinto Maganini)
6 – No. 10 em Dó sustenido menor
7 – No. 15 em Ré bemol maior

Edwin GRASSE (1884-1954)
8 – Waves At Play (Wellenspiel) (arranjo de Heifetz)

Sergei Sergeieivich PROFOKIEV (1891-1953)
9 – O Amor das Três Laranjas, Op. 33 – Marcha (arranjo de Heifetz)
10 – Suíte do balé “Romeu e Julieta”, para piano, Op. 75 – Máscaras (arranjo de Heifetz)

Robert Russell BENNETT (1894-1981)
Hexapoda (five studies in Jitteroptera), para violino e piano
11 – Gut-Bucket Gus
12 – Jane Shakes Her Hair
13 – Betty and Harold Close Their Eyes
14 – Jim Jives
15 – …Till Dawn Sunday

Kurt Julian WEILL (1900-1950)
16 – Die Dreigroschenoper – Mack The Knife (Moderato assai) (arranjo de Stefan Frenkel)

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
17 – Souvenir d’un Lieu Cher, para violino e piano, Op. 42 – no. 3: Mélodie em Mi bemol maior

Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849)
18 – Noturnos para piano, Op. 55 – no. 2 em Mi bemol maior (arranjo de Heifetz)

Christoph Willibald von GLUCK (1717-1784)
19 – Orfeo ed Euridice – Dança dos Espíritos Abençoados (arranjo de Fritz Kreisler)

Robert Alexander SCHUMANN (1810-1856)
20 – Waldszenen, Op. 82 – no. 7: Vogel als Prophet (arranjo de Heifetz)

Nikolai Andreievich RIMSKY KORSAKOV (1844-1908)
21 – O Galo de Ouro – Hino ao Sol (arranjo de Kreisler)

Alexander Abramovich KREIN (1883-1951)
22 – Dança no. 4 (arranjo de Heifetz)

Johannes BRAHMS (1833-1897)
23 – Danças Húngaras – no. 7 em Lá maior (arranjo de Joseph Joachim)

Charles-Camille SAINT-SAËNS (1835-1921)
24 – Le Carnaval Des Animaux – Le Cygne (arranjo de Heifetz)

Cecil BURLEIGH (1885-1980)
25 – Six Pictures, Op. 30 – no. 4: Hills
26 – Small Concert Pieces, Op. 21 – no. 4: Moto Perpetuo

Jascha Heifetz, violino
Emanuel Bay, piano


Benjamin Louis Paul GODARD (1849-1895)
27 – Jocelyn – Berceuse (arranjo de Ernest R. Ball)

Hermann LÖHR (1871-1943)
28 – Where my Caravan has Rested  (arranjo de Edward Teschemacher)

Bing Crosby, voz
Jascha Heifetz, violino
Victor Young and his Orchestra


Jim HOYL, pseudônimo de Jascha HEIFETZ (1901-1987)
29 – When You Make Love to Me (Don’t Make Believe)

Jascha Heifetz, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE


Querem mais Heifetz? Confiram-no em ação, então, na sua imbatível gravação do concerto de Sibelius (juntamente com o de Glazunov e o segundo de Prokofiev)…

Concertos para Violino de Sibelius, Prokofiev e Glazunov com Jascha Heifetz

… e na frenética leitura do concerto de Beethoven com os sinfônicos de Boston sob Charles Munch:

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Violin Concerto in D – Heifetz, Munch, BSO

PQP Bach, pelo saudoso Ammiratore (1970-2021)

Vassily

 

Ravel: Bolero / Rhapsodie Espagnole / Daphnis Et Chloé, Suite No. 2 / Honegger: Symphony No. 2 (Munch)

Ravel: Bolero / Rhapsodie Espagnole / Daphnis Et Chloé, Suite No. 2 / Honegger: Symphony No. 2 (Munch)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um bom jurássico. As gravações são do memorável ano de 1968, com Munch liderando a Orquestra de Paris. Aliás, Charles Munch morreu logo depois que essas obras de Ravel foram gravadas. Morreu durante uma turnê pelos EUA justamente com a Orquestra de Paris. A qualidade do som é sensacional. O Bolero está mais lento, ganhando uns três minutos sobre a maioria das gravações e está lindíssimo. Os solos (os saxofones!) estão especialmente sensuais. A Rapsodie espagnole tem precisão e brilho e a Daphnis Suite No. 2 vem com um belo bacanal e com uma pantomima muito relaxada e livremente fraseada que nunca deixa de cativar nas mãos de Munch. O Honegger também está mais lento — principalmente no primeiro movimento — e o belo som registra com mais impacto a clareza contrapontística do que a maioria das gravações. Munch era especialmente devotado a esta Sinfonia de Honegger e tornou-se uma espécie de mensageiro ou divulgador dela. E ela é muito boa mesmo!

Ravel: Bolero / Rhapsodie Espagnole / Daphnis Et Chloé, Suite No. 2 / Honegger: Symphony No. 2

Ravel
1 Boléro 17:18

Rapsodie Espagnole
2 I. Prélude à la Nuit 5:02
3 II. Malagueña 2:04
4 III. Habanera 2:55
5 IV. Feria 6:34

Daphnis Et Chloé – Suite No. 2
6 Lever Du Jour 5:45
7 Pantomime 7:15
8 Danse Générale 4:49

Honegger
Symphony No. 2
9 I. Molto Moderato – Allegro 10:31
10 II. Adagio Mesto 7:51
11 III. Vivace Non Troppo – Presto 5:09

Charles Munch
Orchestre de Paris

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Charles Munch: não é todo mundo que tem uma foto tirada por Henri Cartier-Bresson

PQP