Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 3 in D minor e Symphony No. 8 in C minor

Ouvi este baita CD há pouco e percebi que era fundamental compartilhá-lo. Percebo dois momentos da vida de Bruckner aqui escancarados: (1) A Sinfonia no. 3 é um trabalho repleto de “idealismos”. Foi dedicada a Richard Wagner. Possui bons momentos; passagens daquilo que seria trabalhada a partir da Quarta Sinfonia – momento em que os grandes trabalhos se sucederiam numa progressão assustadora. (2) A poderosa Oitava Sinfonia, um dos trabalhos mais atordoadores de toda a história das composições sinfônicas, é uma marca do gênio de Bruckner. As sinfonias números 7, 8 e 9 de Bruckner são portais que nos levam ao paraíso. Acredito (sem exagero) que essas sinfonias serão tocadas na “Nova Jerusalém” – nomenclatura utilizada pelo livro de Apocalipese para descrever o “Novo Céu”. Ultimamente tenho ouvido muita coisa com George Szell e me impressiona a qualidade desse regente. Boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 3 in D minor e Symphony No. 8 in C minor

DISCO 01

01. Mehr bewegt, misterioso
02. Andante. Bewegt, feierlich, quasi Adagio
03. Scherzo. Ziemlich schnell
04. Finale. Allegro

Symphony No. 8 in C minor, WAB 108

01. I. Allegro moderato

DISCO 02

01. II. Scherzo. Allegro moderato
02. III. Adagio. Feierlich langsam_ doch nicht schleppend
03. IV. Finale. Feierlich, nicht schnell

Cleveland Orchestra
George Szell, regente

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Carlinus

Richard Wagner (1813-1883) – Rienzi , o último dos tribunos, WWV 49 (ópera em 5 atos)

Rienzi, der letzte der Tribunen (em port.: Rienzi, o último dos tribunos) é a terceira ópera, de cinco actos, composta em 1840, por Richard Wagner. O seu libreto foi escrito pelo próprio compositor, embora baseado no romance do novelista inglês Edward George Earl Bulwer-Lytton intitulado Rienzi, o último Tribuno Romano, e também numa peça de teatro da novelista e dramaturga também inglesa Mary Russell Mitford. Em Junho de 1837, Wagner foi contratado como diretor musical em Riga. Enquanto esperava pela tomada de posse desse cargo, leu com muito interesse, em Blasewitz, perto de Dresden, a supracitada novela de Bulwer-Lytton. Imediatamente se sentiu atraído pela idéia de criar algo grande e fantástico a fim de se alhear da infortunada realidade da sua vida. O pensamento de fazer uma “grande ópera heróica 1836, juntamente com o seu amigo Theodor Apel. Em 1840, a ópera estava terminada. Wagner tinha então 27 anos. Já tinha composto a sua primeira ópera, As Fadas, em 1833, aos 23 anos, e a sua segunda ópera, O Amor Proibido, em 1834 aos 24 anos. A estréia de Rienzi, dirigida pelo maestro Karl Gottlieb Reißiger, ocorreu no Teatro da Corte de Dresden, no dia 20 de Outubro de 1842. Apesar da ópera ter durado cerca de seis longas horas (contando com os intervalos), o sucesso foi retumbante e marcou, para sempre, a vida de Wagner. O manuscrito original perdeu-se e foi encontrado, anos mais tarde, na biblioteca particular de Adolf Hitler. Isso não seria de se estranhar, pois Hitler, assíduo frequentador das óperas wagnerianas, apreciava esta ópera acima de todas as outras. De acordo com o documentário Mulheres de Hitler, Hitler chegou a assistir Rienzi mais de quarenta vezes. A razão é porque o enredo anda todo à volta da vida de Cola di Rienzi, uma personagem popular da Itália medieval que tenta derrotar os nobres, incutir a revolta no povo, conduzindo-o a um futuro melhor. Os estandartes do Partido Nazi foram concebidos pelo Führer com base nos modelos desta ópera.

DAQUI

P.S. Quem quiser saber mais da relação de Hitler com a ópera Rienzi de Wagner, assista ao documentário A Arquitetura da Destruição, do sueco Peter Cohen.

Richard Wagner (1813-1883) – Rienzi , o último dos tribunos, WWV 49 (ópera)

DISCO 01

01 – Ouvertüre
02 – Hier ist’s, hier ist’s! Frisch auf
03 – Dies ist eu’r handwerk, daran erkenn’ ich euch!
04 – O Schwester, sprich, was dir geschah
05 – Die Stunde naht, mich ruft mein hohes Amt
06 – Er geht und lässt dich meinem Schutz
07 – Gegrüßt, gegrüßt sei, hoher tag
08 – Rienzi! Ha Rienzi hoch! – Erstehe, hohe Roma, neu!
09 – Jauchzet, ihr Täler!

DISCO 02

01 – Rienzi, nimm des Friedens Gruß!
02 – Colonna, hörtest du das freche Wort _
03 – Erschallet Feierklänge!
04 – Ihr Römer, es beginnt das Fest
05 – Pantomime
06 – Rienzi! Auf! Schützt den Tribun!
07 – Mein armer Bruder, nicht durch mich

DISCO 03

01 – Euch Edlen dieses Volk verzeiht, seid frei
02 – Vernahmt ihr all’ die Kunde schon_
03 – Gerechter Gott! So ist’s entschieden schon!
04 – Wo war ich_ Ha, wo bin ich jetzt_
05 – Marsch
06 – Der Tag ist da, die Stunde naht
07 – Nun denn, nimm, Schicksal, deinen Lauf!
08 – Heil, Roma, dir!

DISCO 04

01 – Wer war’s, der euch hieher beschied_
02 – Ihr nicht beim Feste_
03 – Vae, vae tibi maledicto!
04 – Allmächt’ger Vater, blick herab!
05 – Verlässt die Kirche mich
06 – Ich liebte glühend meine hohe Braut
07 – Rienzi, o mein großer Bruder
08 – Du hier, Irene_
09 – Herbei! Herbei! Auf, eilt uns zu!

*BBC North, June 27, 1976

BBC Northem Symphony Orchestra
Edward Downes, regente

*Informações sobre os intérpretes encontram-se nos scans que seguem no quarto disco

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Carlinus

Richard Wagner (1813-1883) – Parsifal, ópera em 3 atos

Parsifal é uma ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. Estreou no Bayreuth Festspielhaus em Bayreuth no mês de julho de 1882. A ópera se passa nas legendárias colinas do Monte Salvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago negro Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e faria com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um “inocente casto” (significado da palavra “Parsifal”). Este, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um dos cisnes que purificavam a água do banho de Amfortas, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao mesmo seu nome. Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela amazona Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, a lança dá a volta em seu corpo, e todo o castelo mágico é destruído. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o “inocente casto” que faria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o destrona, assumindo a nova condição de rei do Graal.

DAQUI

Tradução do libreto

Richard Wagner (1813-1883) – Parsifal

DISCO 01

01 – Act 1. Vorspiel – Prelude
02 – Act 1. ‘He! Ho! Waldhüter ihr’ – Gurnemanz
03 – Act 1. ‘Sehr dort, die wilde Reiterin!’
04 – Act 1. ‘Recht so! – Habt Dank!’ – Amfortas
05 – Act 1. ‘He, du da! Was liegst du dort wie ein wildes Tier_’
06 – Act 1. ‘Das ist ein andres’ – Gurnemanz
07 – Act 1. ‘Titurel, der fromme Held, der kannt’ ihn wohl’
08 – Act 1. Vor allem nun_ der Speer kehr uns zurück!
09 – Act 1. ‘Weh! Weh’
10 – Act 1. ‘Du konntest morden, hier im heil’gen Walde’ – Gurnemanz
11 – Act 1. ‘Wo bist Du her _’ – Gurnemanz
12 – Act 1. ‘Den Vaterlosen gebar die Mutter’ – Kundry
13 – Act 1. ‘So recht! So nach des Grales Gnade’ – Gurnemanz

DISCO 02

01 – Act 1. ‘Vom Bade kehrt der König heim’ – Gurnemanz
02 – Act 1. ‘Nun achte wohl, und lass mich seh’n’ – Gurnemanz
03 – Act 1. ‘Mein Sohn Amfortas, bist du am amt’ – Titurel
04 – Act 1. ‘Nein! Lasst ihn unenthüllt!’ – Amfortas
05 – Act 1. ‘Nehmet hin meinen Leib’ – Stimmen
06 – Act 1. ‘Was stehst Du noch da_’ – Gurnemanz

DISCO 03

01 – Act 2. Vorspiel – Prelude
02 – Act 2. ‘Die Zeit ist da’ – Klingsor
03 – Act 2. ‘Erwachest du_ Ha!’ – Klingsor
04 – Act 2. ‘Jetzt schon erklimmt er die Burg’ – Klingsor
05 – Act 2. ‘Hier war das Tosen’
06 – Act 2. ‘Iht schönen Kinder’ – Parsifal
07 – Act 2. ‘Komm, komm! Holder Knabe!’
08 – Act 2. ‘Parsifal! – Weile’ – Kundry
09 – Act 2. ‘Ich sah das Kind an seiner Mutter Brust’ – Kundry
10 – Act 2. ‘Wehe! Wehe! was tat ich_’ – Parsifal
11 – Act 2. ‘Amfortas! – Die Wunde’ – Parsifal
12 – Act 2. ‘Grausamer! Fühlst du im Herzen’ – Kundry
13 – Act 2. ‘Auf Ewigkeit wärst Du verdammt’ – Parsifal
14 – Act 2. ‘Vergeh, unseliges Weib!’ – Parsifal
15 – Act 2. ‘Halt da! Dich bann ich mit der rechten Wehr!’ – Klingsor

DISCO 04

01 – Act 3. Vorspiel – Prelude
02 – Act 3. ‘Von dorther kam das Stöhnen’ – Gurnemanz
03 – Act 3. ‘Du tolles WEib! Hast Du kein Wort für mich_’ – Gurnemanz
04 – Act 3. ‘In düstrem Waffenschmucke’ – Gurnemanz
05 – Act 3. ‘Heil mir, dass ich dich wiederfinde!’ – Parsifal
06 – Act 3. ‘O Gnade! Höchstes Heil!’ – Gurnemanz
07 – Act 3. ‘Nicht so! . Die heil’ge Quelle selbst’ – Gurnemanz
08 – Act 3. ‘Du wuschest mir die Füsse’ – Parsifal
09 – Act 3. ‘Wei dünkt mich doch die Aue heut so schön’ – Parsifal
10 – Act 3. ‘Mittag. – Die Stund ist da’ – Gurnemanz
11 – Act 3. ‘Geleiten wir im bergenden Schrein’ – Ritter
12 – Act 3. ‘Ja, Wehe! Wehe! Weh über mich’ – Amfortas
13 – Act 3. ‘Nur eine Waffe taugt’ – Parsifal

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Rafael Kubelik, regente
Bernd Weikl, Amfortas
Kurt Moll, Gurnemanz
Matti Salminen, Titurel
James King, Parsifal
Franz Mazura, Klingsor
Yvonne Minton, Kundry

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Carlinus

Antonio Vivaldi(1678 – 1741): 6 Cello Concertos – Christophe Coin – The Academy of Ancient Music – Christopher Hogwood

O meu professor de violoncelo sempre diz: “Vivaldi é o fácil difícil”. Concordo com ele. Não é fácil tocar Vivaldi justamente por isso. O padre vermelho era mesmo endiabrado, musicalmente falando. Vários concertos de Vivaldi possuem passagens semelhantes, com pequenos detalhes diferentes. Outras vezes a mesma parte se repete. Ao meu ver, Vivaldi exige do músico intérprete um comprometimento muito grande com a sua obra. É necessário atenção, sensibilidade e muita, mas muita mesmo, repetição. Mas como repetir e treinar tanto um trecho musical sem fazer exatamente igual? Creio que este seja o desafio que Vivaldi nos impõe. A música linda e alegre dele não vem de graça para nós, não não. O músico encarregado de tocar Vivaldi precisa suar a camisa e se envolver totalmente com a obra. O resultado demora um tiquinho, mas sem dúvida será muito agradável. Será uma música alegre, cheia de belas paisagens pelo caminho.

Antonio Vivaldi(1678 – 1741): 6 Cello Concertos – Christophe Coin – The Academy of Ancient Music – Christopher Hogwood

01 – Cello Concerto in B minor, R.424 : 1. Allegro non molto (04:01)
02 – Cello Concerto in B minor, R.424 : 2. Largo (02:50)
03 – Cello Concerto in B minor, R.424 : 3. Allegro (03:30)
04 – Cello Concerto in G minor RV416 : Allegro (03:32)
05 – Cello Concerto in G minor RV416 : Adagio (03:20)
06 – Cello Concerto in G minor RV416 : Allegro (02:40)
07 – Cello Concerto in A minor, R.418 : 1. Allegro (04:13)
08 – Cello Concerto in A minor, R.418 : 2. (Largo) (03:10)
09 – Cello Concerto in A minor, R.418 : 3. Allegro (03:08)
10 – Cello Concerto in F major : (Allegro) (00:51)
11 – Cello Concerto in F major : Larghetto (04:13)
12 – Cello Concerto in F major : Allegro (02:15)
13 – Cello Concerto in C minor, R.401 : 1. Allegro non molto (04:28)
14 – Cello Concerto in C minor, R.401 : 2. Adagio (03:08)
15 – Cello Concerto in C minor, R.401 : 3. Allegro ma non molto (02:43)
16 – Cello Concerto in G, R.413 : 1. Allegro (03:11)
17 – Cello Concerto in G, R.413 : 2. Largo (03:11)
18 – Cello Concerto in G, R.413 : 3. Allegro (02:54)

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Christophe Coin; cello
The Academy of Ancient Music
Christopher Hogwood

Raphael Cello

Boccherini(1743-1805): 12 Concerti Per Il Violoncello – David Geringas – Orchestra di Padova e del Veneto – Bruno Giuranna

Este cd é uma agradável surpresa. Orquestra e solista desconhecidos para mim. Já tinha ouvido falar muito do David Geringas, mas nunca tinha ouvido nada dele. E olha que ele já gravou quase tudo. Um vasto repertório, difícil de ser encontrado na internet. Não é difícil encontrar os Concertos para Violoncelo de Boccherini pela net. Difícil é encontrar todos eles executados pelo mesmo solista e orquestra. Por isso mesmo escolhi o David e a desconhecida (porém muito agradável) Orchestra di Padova e del Veneto. Não acho que esta seja a melhor gravação desses concertos, mas me animou muito. Eles não são os melhores da face da terra, mas nem por isso fazem feio. As composições de Boccherini para violoncelo são muito legais. E a maioria destes concertos não são fáceis de executar. Boccherini exige muita técnica do solista. Para quem curte música barroca, este cd é um prato cheio. Então, sirva – se! Fique a vontade.

Boccherini(1743-1805): 12 Concerti Per Il Violoncello – David Geringas – Orchestra di Padova e del Veneto – Bruno Giuranna

CD1
Concerto No. 1 in E-flat majorG 474
Concerto No. 2 in A Major G 475
Concerto No. 3 in D major G 476
Concerto No. 4 in C Major G 477

CD2
Concerto No. 5 in D Major G 478
Concerto No. 6 in D Major G 479
Concerto No. 7 in G Major G 480
Concerto No. 8 in C Major G 481

CD3
Concerto No. 9 in B-flat MajorG 482
Concerto No. 10 in D Major G 483
Concerto No. 11 in C Major G 573
Concerto No. 12 in E-flat Major

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CD2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
CD3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

David Geringas, Violoncello
Orchestra da Camera di
Padova e del Veneto
Conductor: Bruno Giuranna

Raphael Cello

J.S. Bach(1685 – 1750): As Seis Suítes para Violoncelo – Steven Isserlis

Quando o CVL me perguntou que tipo de postagens eu faria, respondi: muita coisa para violoncelo. E eu não estava brincando. Vou dar um tempo nas postagens de violoncelo, mas não será agora. Ainda tem muita coisa que quero compartilhar com vocês. Vamos ao que interessa! Todos que fazem a família Bach aqui no blog tem um carinho especial, diferenciado, com alguma obra, de quem quer que seja… E isso pode acontecer por se tratar de um intérprete que gostamos muito acompanhado de uma das composições que mais amamos. Algumas interpretações marcam. E sentimos algo muito legal ao dividir algumas pérolas mais preciosas de nossa coroa. Ao ponto de sentirmos um misto de emoções que nos dividem entre a vontade de compartilhar e tornar a versão que tanto adoramos conhecida de muitos, e quem sabe, também tornar – se a versão preferida de alguém, e um pouquinho de ciúme que os outros passem a ouvir constantemente nossas pequenas jóias, que não serão mais só nossas. Estranho não é?! Sinto tudo isso ao fazer esse post. Esta versão das Suítes para Violoncelo de J. S. Bach é uma das minhas jóias mais preciosas. Sinceramente, não tenho mais nada para falar pra vocês a respeito. Só peço que cuidem desta magnífica versão com todo o carinho que ela merece. Esta versão é tão grandiosa que fala por si só. Se você duvida, abaixo está a lista de prêmios que ela ganhou. Baixe com muito carinho e admire com a alma e o espírito.

GRAMOPHONE AWARD WINNER – INSTRUMENTAL
BBC MUSIC MAGAZINE DISC OF THE MONTH
CD REVIEW DISC OF THE WEEK (BBC R3)
CD REVIEW LISTENERS’ DISC OF THE YEAR (BBC R3)
HENRY KELLY’S CD OF THE WEEK (CLASSIC FM)
CLASSIC FM MAGAZINE DISC OF THE MONTH
GRAMOPHONE EDITOR’S CHOICE
THE INDEPENDENT ALBUM OF THE WEEK
EVENING STANDARD CD OF THE WEEK
CHOC DU MONDE DE LA MUSIQUE
THE WEEK CLASSICAL CD OF THE WEEK
RONDO MAGAZINE CD OF THE MONTH
CLASSIC FM COLLECTOR’S CHOICE
GOLDBERG MAGAZINE 50 DISCS OF THE DECADE

J.S. Bach – As Seis Suítes para Violoncelo – Steven Isserlis

Cello Suite No 1 in G major, BWV1007 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
CD1
1Movement 1: Prelude [2’29]
2Movement 2: Allemande [3’22]
3Movement 3: Courante [2’30]
4Movement 4: Sarabande [2’46]
5Movement 5: Menuet I – Menuet II [3’19]
6Movement 6: Gigue [1’41]

Cello Suite No 2 in D minor, BWV1008 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
7Movement 1: Prelude [3’43]
8Movement 2: Allemande [2’33]
9Movement 3: Courante [2’01]
10Movement 4: Sarabande [3’55]
11Movement 5: Menuet I – Menuet II [2’45]
12Movement 6: Gigue [2’27]

Cello Suite No 3 in C major, BWV1009 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
13Movement 1: Prelude [3’24]
14Movement 2: Allemande [3’19]
15Movement 3: Courante [2’44]
16Movement 4: Sarabande [3’53]
17Movement 5: Bourrée I – Bourrée II [3’17]
18Movement 6: Gigue [3’06]

Cello Suite No 4 in E flat major, BWV1010 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
19Movement 1: Prelude [3’31]
20Movement 2: Allemande [3’27]
21Movement 3: Courante [3’22]
22Movement 4: Sarabande [3’56]
23Movement 5: Bourrée I – Bourre II [4’42]
24Movement 6: Gigue [2’32]

Cello Suite No 5 in C minor, BWV1011 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
CD2
1Movement 1: Prelude [5’55]
2Movement 2: Allemande [5’30]
3Movement 3: Courante [1’59]
4Movement 4: Sarabande [3’33]
5Movement 5: Gavotte I – Gavotte II [4’27]
6Movement 6: Gigue [2’37]

Cello Suite No 6 in D major, BWV1012 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
7Movement 1: Prelude [4’33]
8Movement 2: Allemande [7’37]
9Movement 3: Courante [3’26]
10Movement 4: Sarabande [4’35]
11Movement 5: Gavotte I – Gavotte II [3’09]
12Movement 6: Gigue [4’03]
13The Song of the Birds [2’44] Anonymous – traditional, arr. Sally Beamish (b1956)

Cello Suite No 1 in G major, BWV1007 Johann Sebastian Bach (1685-1750)
14Movement 1: Prelude, from the Anna Magdalena manuscript [2’24]
15Movement 1: Prelude, from the Johann Peter Kellner manuscript [2’21]
16Movement 1: Prelude, from the collection of Johann Christoph Westphal [2’29]

CD1&2 flac (525 MB) – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD1&2 mp3 (324 MB)  – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Steven Isserlis; violoncelo

Raphael Cello

Johannes Brahms (1833-1897) – Complete String Quartets – Quintets – Sextets (CDs 4 e 5 de 5 – final)

Finalizemos esta integral com postagens da obra camerística de Brahms. Foi uma caminhada de grandes hiatos, postergações, supressões e tudo mais. Mas, chegamos a bom termo. Brahms é daqueles compositores profundos, de música sensível, que exigem uma atenção demasiada. É preciso ouvi-lo mais de uma vez para que entremos em seu mundo. Destacam-se nesse post os dois sextetos para cordas. O primeiro é o opus 18, composto em 1860 e estreado em 1862. Possui quatro movimentos. É marcado por duas violas, dois violinos e dois violoncelos. E a outra peça é o sexteto para cordas opus 36, composto durante os anos de 1864-1865. Apesar de Brahms tê-lo composto na atmosfera solitária, calma de Baden-Baden, Alemanha, o sexteto foi tocado pela primeira vez nos Estados Unidos, mais precisamente em Boston. Segue a mesma marcação do primeiro sexteto, com duas violas, dois violinos e dois violoncelos. Fica aqui a certeza de dois trabalhos fantásticos. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) – Trio para piano, clarinete e violoncelo em A menor, Op. 114, Quinteto para clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em B menor, Op. 115, Sexteto para cordas em B flat major, Op. 18 e Sexteto para cordas em G major, Op. 36

DISCO 04

Trio para piano, clarinete e violoncelo em A menor, Op. 114
01. Allegro
02. Adagio
03. Andante grazioso
04. Allegro

Karl Leister, clarinete
Georg Donderer, violoncelo
Christopher Eschenbach, piano

Quinteto para clarinete, 2 violinos, viola e violoncelo em B menor, Op. 115
05. Allegro
06. Adagio
07. Andantino – Presto non assai, ma con sentimento
08. Con moto

Amadeus Quartet
Karl Leister, clarinete

DISCO 05

Sexteto para cordas em B flat major, Op. 18 [33:25]
01. Allegro ma non troppo
02. Thema con Variazioni. Andante, ma moderato
03. Scherzo. Allegro molto – Trio. Animato
04. Rondo. Poco Allegretto e grazioso

Sexteto para cordas em G major, Op. 36 [38:55]
05. Allegro ma non troppo
06. Acherzo. Allegro ma non troppo – Presto giocoso – Tempo I
07. Poco Adagio
08. Poco Allegro

Amadeus Quartet

Cecil Aronowitz, viola II
William Pleeth, violoncelo II

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Carlinus

Restaurado – Schumann – Music for Cello and Piano – Steven Isserlis – Dénes Várjon

Eu adoro os compositores românticos… Tenho uma admiração especial pela música de Schumann, como também pela de Brahms… Acho Schumann extremamente apaixonante. O mais interessante aqui neste cd é perceber não só os sentimentos que se encontram na obra, mas o diálogo construído entre o cello e o piano. A música de Schumann não é parecida com o romântico bobo que chora pelos cantos da parede, suspirando porque não tem sua amada ao seu lado. É como um diálogo apaixonado coerente (se é que isso é possível), onde os personagens (o cello e o piano) conversam a respeito do que funcionou ou não na relação de amor (ou ódio). E se funcionou ou não, por que? Qual o motivo? Não se deixem enganar por Schumann. Ele é um romântico esperto que constrói diálogos inteligentes e muito bem delineados. Acho um erro tremendo analisar a obra apenas pela biografia do autor. Todos ficam dizendo que Schumann era corno, etc, etc. Pela análise da biografia, Schumann era um imbecil, que levava a maior gaia e nem estava aí pra isso. Pela análise musical, Schumann não apenas sabia que sua mulher tinha um caso, como ele mesmo incentivava esse caso e era um voyeur. Portanto, prefiro deixar a biografia de lado e focar na música! Steven Isserlis não é um violoncelista normal (pela aparência dele você já pode perceber isso). Ele é DEMAIS! MUITO BOM! EXCELENTE! E para mim (lá vem as pedradas) um dos principais candidatos a assumir o posto do GRANDE e MAGNÍFICO Rostropovich. O Isserlis manda bem em tudo. Música barroca, romântica, moderna. Sua técnica, sua expressão musical, sua interpretação são perfeitas. Ah, tem mais uma coisa: em qualquer música que vocês ouvirem interpretada pelo Steven Isserlis, vocês irão perceber não apenas os traços do autor, mas também do intérprete. Ele faz questão de deixar sua assinatura. Quando isso é feito na medida certa, não significa orgulho por parte do artista, e sim ousadia. Tem que saber fazer. E ser muito bom naquilo que faz. E se garantir mesmo. É isso aí mô véi! Sacou a parada?! Baixa!

Schumann – Music for Cello and Piano – Steven Isserlis – Dénes Várjon

01. Soiréestücke (Fantasiestücke) Op. 73 – I. Zart und mit Ausdruck
02. II. Lebhaft, leicht
03. III. Rach und mit Feuer

04. Adagio & Allegro Op. 70 – I. Adagio
05. II. Allegro

06. Violin Sonata No 3 In A Minor – I. Ziemlich langsam – (lebhaft)
07. II. Scherzo Lebhaft
08. III. Intermezzo Bewegt, docht nicht zu schnell
09. IV. Finale Markiertes, ziemlich lebhaftes Tempo

10. Abendlied Op 85 No 12 piano duet

11. Drei Romanzen, Op. 94 – I. Nicht schnell
12. II. Einfach, innig – Etwas lebhafter
13. III. Nicht schnell

14. Fünt Stücke Im Volkston, Op. 102 – I. Mit Humor
15. II. Langsam
16. III. Nicht schnell, mit viel Ton zu spielen
17. IV. Nicht zu rasch
18. V. Stark und markiert

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Steven Isserlis , cello
Dénes Várjon , piano

Raphael Cello

[restaurado por Vassily em 11/6/2020]

Canhoto da Paraíba (1926-2008) – Saudades de Princesa

[Já que ainda estou impossibilitado de fazer novas postagens, subo novamente este post aqui para celebrar a conquista do Prêmio de Música Brasileira 2011 pelo Trio de Câmara Brasileiro. Publicado originalmente em 24 de maio de 2010.]

A história do violão popular e do violão erudito nasceu e cresceu praticamente de forma indissolúvel nos países onde ele mais se popularizou (e que revelaram os compositores mais proeminentes que lhe escrevem obras eruditas): Itália, Espanha e Brasil. Daí que não se deve estranhar a presente postagem, de um importante CD lançado há pouco tempo em tributo a Canhoto da Paraíba. Poderia ter sido de Nicanor Teixeira, Laurindo Almeida, Fábio Zanon, Armandinho ou Chimbinha (!? – Tá: Chimbinha não), porém não sei se vocês conhecem algum outro violonista canhoto que tenha invertido o instrumento para tocar mas não as cordas, de modo que só através de arranjos as peças de Canhoto são executáveis por outros instrumentistas. O Trio de Câmara Brasileiro – formado por um bandolim, um cavaquinho e um violão – fez justamente isso, deu um jeito.

Saiba um pouco sobre o CD aqui, dê uma escutada nas faixas aqui e, se lhe agradar, BAIXE AQUI.

CVL

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quintet in F major, Op. 88 e String Quintet in G major, Op. 111 (CD 3 de 5)

Dizer o quê? Comentar o quê? Não há necessidade nem disso nem daquilo. A obra camerística de Brahms é uma das coisas mais belas que já foram escritas em toda a história da música. É a mistura da melancolia correta com a técnica exata. Destaca-se neste CD o opus 111. É uma obra tardia do velho Brahms. Uma curiosidade: conta-se que após ter escrito esse Quinteto, Brahms decidiu parar de compor e até preparou um testamento. Entrementes, alguém como ele não poderia ficar parado. Esse fato teria se dado lá pelos anos de 1890. O que acontece é que após ter encontrado o clarinetista Richard Mülhfeld, e, encantado com o instrumento para sopro, resolve escrever inúmeras obras para o clarinete. Sorte a nossa! Resta-nos apreciar essas maravilhas. Seguem dois quintetos neste registro – o opus 88 e o opus 111. Uma boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quintet in F major, Op. 88 e String Quintet in G major, Op. 111

String Quintet in F major, Op. 88
01. I. Allegro non troppo ma con brio
02. II. Grave ed appassionato-Allegretto vivace-Tempo I – Presto
03. III. Finale. Allegro energico

String Quintet in G major, Op. 111
04. I. Allegro non troppo, ma con brio
05. II. Andante, un poco Adagio
06. III. Scherzo. Allegro – Trio
07. IV. Finale. Poco sostenuto

Amadeus Quartet

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Carlinus

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 5 em Dó menor, Op. 67 e Sinfonia No. 7 em Lá maior, Op. 92

Estive fora de casa desde o dia de ontem, o que me impediu de fazer qualquer postagem. Agora, estou de passagem para postar este baita CD do meu compositor predileto, Ludwig van Beethoven, sob a regência do carismático venezuelano, Gustavo Dudamel, que está no Brasil esta semana. Inclusive, a Globo News está reprisando uma entrevista que fez com o talentoso regente. As duas obras aqui colocadas estão entre os trabalhos mais importantes já compostos em toda a história da música – as sinfonias de número 5 e 7. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação e um ótimo feriado!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 5 em Dó menor, Op. 67 e Sinfonia No. 7 em Lá maior, Op. 92

Sinfonia No. 5 em Dó menor, Op. 67
01. Allegro con brio
02. Andante con moto
03. Allegro
04. Allegro

Sinfonia No. 7 em Lá maior, Op. 92
05. Poco sostenuto – Vivace
06. Allegretto
07. Presto
08. Allegro con brio

Simón Bolívar Youth Orchestra of Venezuela
Gustavo Dudamel, regente

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Carlinus

Alison Balsom – Trumpet Concertos

É, estou tentado voltar a vida do blog. Fiquei um tempo afastado pois meus estudos consomem cada vez mais meu tempo. A postagem de hoje nos revela uma belíssima mulher.. quero dizer Trompetista. O Concerto para Trompete de Haydn deu-se pela invenção do trompete de chaves que tem a capacidade de executar toda a gama de notas, oitavas e seus respectivos harmônicos. Possiu maior extensão que a Corneta. Tal mudançãs possibilitou uma abertura a composição para esse instrumento, já que só era usado para dar cornetadas para exército e para fazer fanfarras. Adota a forma Allegro ( sonata ), Andante ( sonata ) e Finalle Allegro. Um típico concerto modelo Haydniano. Por mais que eu toque Clarineta, não deixo de admirar outros concerto também, acho que o esse concerto uma das melhores composições do período clássico para instrumento solo. Não consigo perceber pelo som, se o trompete é o que se usa hoje em dia em conjuntos musicais ou se é usado instrumento de época. O importante é que o concerto é bonito pra caramba, e mulher também.
Enfim, boa audição.

Johann Nepomuk Hummel ( 1778 – 1837 )
Trumpet Concerto in E flat
1. I. Allegro con spirito:- Concerto in E flat major for Trumpet and Orchestra (1806)
2. II. Andante:- Concerto in E flat major for Trumpet and Orchestra (1806)
3. III. Rondo:- Concerto in E flat major for Trumpet and Orchestra (1806)

Joseph Haydn ( 1732 – 1809 )
Trumpet Concerto in E flat
4. Allegro:- Concerto in E flat for Trumpet & Orchestra Hob. VII e:I
5. Andante:- Concerto in E flat for Trumpet & Orchestra Hob. VII e:I
6. Finale. Allegro:- Concerto in E flat for Trumpet & Orchestra Hob. VII e:I

Giuseppe Torelli ( 1658 – 1709 )
Trumpet Concerto in D
7. I. Allegro:- Concerto for Trumpet & Orchestra in D major “Estienne Roger”
8. II. Adagio – Presto – Allegro:- Concerto for Trumpet & Orchestra in D major “Estienne Roger”
9. III. Allegro:- Concerto for Trumpet & Orchestra in D major “Estienne Roger”

Krtitel Jiri Neruda ( 1711 – 1776 )
Trumpet Concerto in E flat
10. I. Allegro:- Concerto for Trumpet and Strings in E flat major
11. II. Largo:- Concerto for Trumpet and Strings in E flat major
12. III. Vivace:- Concerto for Trumpet and Strings in E flat major

Alison Balson – Trumpet
Bremen German Chamber Philharmonic

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Gabriel della Clarinet

Eli-Eri Moura (1963) – Armorialis, primeiro movimento – update com vídeos

Texto original: 03 de maio de 2010.

Quando o Ranulfus apontou, sem nenhum disparate, semelhanças do concerto duplo de Nyman (postado abaixo) com sonoridades da música armorial, foi porque reconheceu instintivamente no compositor britânico a base modal que ele utilizou para a criação dos temas (fora a orquestração, que se não for coincidência, é referência direta e consciente – mas isso não temos dados para apontar).

A música folk modal das ilhas britânicas tem parentesco direto com as do norte da Península Ibérica devido ao passado céltico comum – e isso só fui pesquisar depois ter ouvido essa obra que ora vos posto.

Armorialis é uma peça concertante para viola, violoncelo e orquestra estreada no Recife, no Festival Virtuosi 2007, em um concerto-homenagem aos 80 anos de Ariano Suassuna (no qual estive porque eram minhas férias e quis fugir do agito carioca) que contou com a première de quatro partituras encomendadas para a ocasião, entre elas o Frevo n° 2 de Marlos Nobre.

Se os acordes iniciais da harpa – e a própria presença da harpa, fazendo o topos musical se deslocar do Medievo ibérico para a Renascença inglesa (daí a cara mais de Vaughan Williams do que de Antonio Nóbrega e Cussy de Almeida) – já foram algo inusitado, mais ainda foram as seções meio ataranteladas que entrecortam os solos apaixonados de viola e violoncelo (com o perdão das simplicações descritivas – tenho muita coisa pra dar conta ainda esta madrugada).

De fato, o impacto da estreia de Armorialis foi excelente. Lembro-me de um amigo ter dito que a peça foi composta menos de um mês e não deu trabalho a Eli-Eri Moura (“ele quis fazer uma peça que se tocasse sozinha, para não dar trabalho a maestro nenhum, segundo as palavras dele”), além de refletir uma preocupação (preocupação no bom sentido) de não imitar o estilo já empoeirado da Orquestra Armorial.

Só uma advertência: essa gravação não teve uma captação de som das melhores, mas dá muito bem pro gasto.

***

Armorialis
I. Romance

Orquestra Sinfônica Virtuosi, regida por Rafael Garcia
Viola: Rafael Altino
Violoncelo: Leonardo Altino

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CVL

***

Update, em 14 de junho de 2010: acabei de receber um e-mail com a filmagem da segunda audição mundial de Armorialis, no último dia 02, em João Pessoa-PB.

A afinação dos solistas já estava comprometida no terceiro movimento, e os dois primeiros movimentos tiveram um andamento mais lento (o primeiro movimento dá pra comparar com o áudio disponibilizado aqui), fora que a câmera de vídeo não tinha como captar bem a harpa e os contrabaixos, mas foi uma boa gravação e que certamente vai abrir as portas para novas execuções pelo país.

(Acabei de receber novo e-mail, comentando que o compositor disponibiliza a grade e as partes solistas para qualquer orquestra interessada.)

I. Romance

II. Incelença

III. Desafio

Orquestra Sinfônica da Paraíba, regida por Luiz Carlos Durier
Viola: Savio Santoro
Violoncelo: Paulo Santoro

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in B flat major, Op. 67 e Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34 (CD 2 de 5)

Após alguns dias de ausência eu retorno ao PQP Bach para dá continuidade ao ciclo de postagens com o material camerístico de Brahns, iniciado há alguns dias atrás. Nesta ocasião teremos o Quarteto in B flat maior, Op. 67 e o o famoso Quinteto para dois pianos, dois violinos, viola e violoncelo em F menor, Op. 34. Para um dia como este é uma música agradavelmente adequada. Os comentários são dispensáveis. Que a música forneça suas explicações. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in B flat major, Op. 67 e Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34

String Quartet in B flat major, Op. 67 [32:13]
01. 1.Vivace
02. 2. Andante
03. 3. Agitato(Allegretto Non Troppo)
04. 4. Poco Allegretto Con Variazioni

Quinteto for piano, 2 violins, viola e violoncello in F menor, Op. 34 [41:21]
05. 1. Allegro Non Troppo
06. 2. Andantem, Un Poco Adagio
07. 3. Scherzo.Allegro-Trio
08. 4. Finale.Poco Sostenut

Amadeus Quartet

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Carlinus

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

Não tenho conseguido parar de ouvir estes quartetos do compositor italiano Ferruccio Busoni. Ele apareceu pouco por aqui. Busoni era filho de músicos e possuía habilidades incomuns. Deu o seu primeiro concerto público aos sete anos de idade, o que o coloca na categoria de um Mozart ou de um Mendelssohn. Sua música é complexa. A wikipédia diz que a música de Busoni “é feita de diversas linhas melódicas entremeadas. Ainda que sua música não seja jamais de fa(c)to atonal no sentido schönbergiano do termo, suas obras tardias distinguem-se freqüentemente por uma tonalidade indeterminada, como as últimas de Franz Liszt. Nas notas de programa para sua Sonatina seconda de 1912, Busoni descreve sua peça como sendo senza tonalità (italiano para: sem tonalidade). Johann Sebastian Bach e Franz Liszt são regularmente citados como tendo tido uma influência decisiva sobre o compositor italiano, pois sua música contém elementos de neoclassicismo, e inclui melodias que se assemelham à aquelas de Wolfgang Amadeus Mozart. Busoni escreveu numerosas peças para piano”. Ouça e tire as suas conclusões. Uma boa experimentação.

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

String Quartet in C, Op.19
01. I. Allegro moderato, patetico
02. II. Andante
03. III. Menuetto
04. IV. Finale. Andante con moto, alla marcia

String Quartet in D, Op.26
05. I. Allegro energico
06. II. Andante con moto
07. III. Vivace assai
08. IV. Andantino – Allegro con brio

Pellegrini-Quartett
Antonio Pellegrini, violino
Thomas Hofer, violino
Charlotte Geselbracht, viola
Helmut Menzler, cello

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Carlinus

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – "Heróica"

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Depois de uma semana de silêncio pleno, estou de volta com um baita CD, daqueles que fazem a gente perder a voz e ouvir com absurda devoção. Afinal, trata-se de Beethoven, do inominável Beethoven. Entre as sinfonias do alemão, a de número 3 é uma das minhas preferidas. Ela constitui uma plêiade de sentimentos morais. É um micro-mundo, uma representação da existencialidade complexa de Beethoven. O compositor era um campo de batalha. Este CD é um portento. Uma maravilha. É uma gravação realizada no ano de 1958 por Ferenc Fricsay à frente da Filarmônica de Berlim. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – “Heróica”
01. Allegro con brio
02. Marcia funebre: Adagio assai
03. Scherzo: Allegro vivace
04. Finale: Allegro molto

Berliner Philharmoniker
Ferenc Fricsay, regente

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Carlinus

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 (CD 1 de 5)

Já venho há dois meses com o intento de postar os quartetos de cordas de Brahms, uma joia, uma pérola, algo para qual nos falta palavras. Mas foi somente hoje que disse para mim mesmo: “Hoje a criança nasce!”. E como estou entusiasmado com estas postagens! Nutro uma profunda admiração pela música brahmsiana. Com o compositor não havia tempo para devaneios ou produções que fugiam àqueles elementos tão típicos da música genuinamente clássica. Deve ser por isso que ele não compôs balê ou ópera. Seus pés estavam fincados no terreno da música pura. Música-música (se é que existe esta expressão). Toda as vezes que vou postar Brahms corre dentro de mim certa expectação reverente. A alemão não era brincadeira. Sua música é um atestado de sua competência e seriedade. Em sua época o que vigorava eram as megalomanias de Wagner e dos compositores programáticos. Brahms conseguiu se impor compondo música absoluta – a mesma que compusera Beethoven, Mozart e Haydn. Tudo isso amalgamado ao espírito profundo do Romantismo. Resta-nos apenas ficar com o primeiro CD com os dois primeiros quartetos – O opus 51 no. 1 e 2. Estes quartetos são verdadeiras obras primas. Possuem uma capacidade de síntese, concentração e honestidade musical invejáveis, dificilmente encontráveis em outros compositores. Prestem atenção: falo “dificilmente”. Páro por aqui: é preciso ouvir para sentir estas duas maravilhas. Aprecie sem moderação, incontidamente!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2

String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 [30:10]
01. Allegro
02. Romanze. Poco Adagio
03. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco piu animato
04. Allegro

String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 [31:04]
05. Allegro non troppo
06. Andate moderato
07. Quasi Minuetto, moderato – Allegretto vivace
08. Finale. Allegro non assai

Amadeus Quartet

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Carlinus

Coleção Grandes Compositores 15/33: Piotr Tchaikovsky (1840-1893) (2)

Queriam mais Tchaikovsky?! Pois bem, este é mais um daqueles raros compositores que mereceram bis nesta coleção. O repertório é semelhante ao volume anterior. Um concerto; desta vez temos o Concerto para Violino em Ré. Duas peças orquestrais avulsas; a Fantasia Romeu e Julieta e a Marcha Eslava. Uma suíte de balé; agora com O Quebra Nozes. Faltou uma sinfonia, mas temos a belíssima Serenata para Cordas em Dó para finalizar o álbum. Enfim, um excelente repertório e uma grande oportunidade para os iniciantes terem, um pouco mais, contato com as mais populares obras de um dos maiores compositores de todos os tempos.

Nascido de uma família russa de classe média, Tchaikovsky parecia destinado à carreira jurídica. Aos 19 anos, tendo completado seus estudos de direito, ele arranjou um emprego como funcionário do Ministério da Justiça. Mas a atração pela música, que ele sentia desde criança, demonstrou-se irresistível. Entrou para o conservatório musical de São Petersburgo e abandonou o emprego para dedicar-se inteiramente à arte.
Desde o início, ele foi uma voz musical forte e independente. Mantinha relações amistosas com Balakirev e Rimsky-Korsakov, compositores nacionalistas russos. Mas, ainda que com frequência Tchaikovsky buscasse inspiração nas canções folclóricas de sua terra, continuava a usar as formas e técnicas dos mestres clássicos de maneira absolutamente pessoal. Os primeiros anos que dedicou à música foram difíceis, mas trouxeram-lhe crescente reconhecimento. Apesar de inseguro sobre as suas habilidades e atormentado por sua homossexualidade, produziu uma série de composições famosas – óperas, sinfonias, balés e outras partituras -, que são o legado de sua genialidade.

Na última década do século XIX, Tchaikovsky já era reconhecido como o maior compositor russo. Fora condecorado pelo czar, suas obras eram aplaudidas por toda a Europa e até por plateias da América. O caminho para a fama e o sucesso, no entanto, havia sido tortuoso e marcado pelas angustiantes crises emocionais que continuariam a assombrar o compositor até o final de sua vida.

Fonte: Encarte do álbum.

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 15 – Piotr Tchaikovsky (2)

DISCO A

Violin Concert in D,Op. 35
01 Allegro moderato (17:51)
02 Canzonetta: Andante; Finale: Allegro vivacissimo (16:43)
Kyung Wha Chung, violin
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

Romeo and Juliet, Fantasy Overture
03 (19:36)
Cleveland Orchestra, Riccardo Chailly

Marche Slave, Op. 31
04 (10:46)
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

DISCO B

Nutcracker Suite, Op. 71a
01 Miniature overture; Characteristic dances (3:13)
02 March (2:23)
03 Dance of Sugar-Plum Fairy (1:44)
04 Russian Dance (1:08)
05 Arabian Dance (Coffee) (3:54)
06 Chinese Dance (Tea) (1:05)
07 Dance of the Reed-Pipes (2:26)
08 Waltz of the Flowers (6:40)

Serenade of Strings in C, Op. 48
09 Pezzo in forma di sonatina: Andante non troppo – Allegro moderato (8:52)
10 Waltz: Moderato (Tempo di valse) (3:37)
11 Elégie: Larghetto elegiaco (8:54)
12 Finale: (Tema Russo): Andante – Allegro con spirito (7:07)

Academy of St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky

Anton Dvorak (1841-1905) – Carnival Overture, Op.92, The Wood Dove, Op.110 e Symphony No.9 in E minor, Op.95 "From the New World" (CD 6 de 6 – final)

Chegamos, finalmente, ao último CD dessa caixa com a integral do material sinfônico de Dvorak. Confesso que me sinto mais pacificado após ter conseguido ter finalizado o empreendimento. É que precisava mergulhar com mais detença nas sinfonias compostas por Dvorak. Conhecia apenas as de número 6 a 9. Das demais, eu escutara somente pedaços esparsos. Neste último CD, temos a sinfonia mais famosa de Dvorak, a de número 9, também conhecida como “Sinfonia do Novo Mundo”. O trabalho estreou em 1893, no Carnigie Hall de Nova York, com um sucesso extraordinário. A Sinfonia no. 9 expressa o sentir de Dvorak. O compositor se encontrava numa terra distante da sua. As paisagens eram diferentes. As fragrâncias eram outras. Isso fez com que Dvorak criasse uma peça na qual vemos um diálogo de temas eslavos com temas americanos. Ou seja, esse “intercâmbio” temático resultou numa obra com fortes elementos trágicos, de uma beleza singular. No fundo, Dvorak está celebrando a sua terra. É uma espécie de missiva que ele manda para os seus estando numa terra distante. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Anton Dvorak (1841-1905) – Carnival Overture, Op.92,The Wood Dove, Op.110Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World”

Carnival Overture, Op.92

01. Carnival Overture, Op.92

The Wood Dove, Op.110

02. The Wood Dove, Op.110

Symphony No.9 in E minor, Op.95 “From the New World”

03. 1. Adagio – Allegro molto
04. 2. Largo
05. 3. Scherzo (Molto vivace)
05. 4. Allegro con fuoco

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

BAIXAR AQUI CD6

Carlinus

Dietrich Buxtehude (1637-1707) – Trio Sonatas

Apesar da sexta-feira dita santa ter acabado, essa postagem é para comemorar a data. Todos os anos a igreja e a TV alimentam o ideário de dor e sofrimento da paixão de Cristo. E para se unir ao suposto sofrimento de Cristo pela humanidade, tantas outras micro-paixões acontecem. Tantos outras pessoas cismam em se cortar a fim de reproduzir as dores e as chagas de Cristo. Curiosamente, a espiritualidade ocidental foi construída sobre a dor. Assim quanto mais uma pessoa sofre, tanto mais ela é virtuosa. Os ditos santos foram homens que sofreram. Nenhum um santo tornou-se santo por ser feliz. A alegria e a felicidade são sentimentos perigososos que um santo jamais deverá sentir. É necessário que, antes de tudo, ele compunja o semblante. Não tome banho. Não se perfume. Abomine a natureza. O amor carnal. As relações humanas. A música. A poesia. Em suma: a beleza. Quando penso nessas supostas virtudes, lembro-me de uma frase de Nietzsche: “Prefiro ser um sátiro a um santo”. E pensando nisso, chego à conclusão de que a vida é muito pequena para que nos fiemos apenas por uma face dela. O universo está cheio de belezas, de cintilações de mistério. É estúpido, ato de suprema desinteligência, olhar para a vida e fazer da dor apenas virtude. Viver um ascetismo moral, não fruindo das tantas maravilhas que o unievrso nos fornece como dádiva, é ser devoto da mais suprema imbecilidade. Os religiosos são cegos em sua jornada monocromática. É baseado nisso que faço essa deliciosa postagem, cheia de encantos, de beleza. Ou seja, perigosa para os santos. Não deixe de ouvir. Fui até à Alemanha e trouxe essa bela efeméride barroca para este dia ensolarado. Um bom deleite!

Dietrich Buxtehude (1637-1707) – Trio Sonatas

01 – Sonata I in F major, BuxWV 252
02 – Sonata II in G major, BuxWV 253
03 – Sonata III in A minor, BuxWV 254
04 – Sonata IV in Bb major, BuxWV 255
05 – Sonata V in C major, BuxWV 256
06 – Sonata VI in D minor, BuxWV 257
07 – Sonata VII in E minor, BuxWV 258

The Boston Museum Trio
Daniel Stepner, baroque violin
John Gibbons, cravo
Laura Jeppesen, viola da gamba

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Carlinus

Anton Dvorak (1841-1905) – Symphony No. 7 in D minor, Op. 70 e Symphony No. 8 in G major, Op. 88 (CD 5 de 6)

Mais duas sinfonias de Anton Dvorak. Agora, as de número 7 e 8. Das sinfonias compostas pelo tcheco, estas duas estão entre as que mais gosto. Acredito também que tenha sido as que mais ouvi. A Sinfonia no. 7 foi composta em 1885. É uma obra dura, com passagens turbulentas e taciturnas. Dvorak havia perdido parentes queridos à época da composição. Talvez esse clima infenso tenha permeado a mente e os sentidos de Dvorak. Já a Sinfonia No. 8 foi composta em 1889. É uma obra repleta de melodias doces, encantáveis; fortemente emotiva. Possui elementos musicais da Bohemia. Não deixe de ouvir mais esse importante e maravilhoso CD sob a direção de Kubleik.

Anton Dvorak (1841-1905) – Symphony No. 7 in D minor, Op. 70 e Symphony No. 8 in G major, Op. 88

Symphony No. 7 in D minor, Op. 70
01. 1. Allegro maestoso
02. 2. Poco Adagio
03. 3. Scherzo _ Vivace – Poco meno mosso
04. 4. Finale_ Allegro

Symphony No. 8 in G major, Op. 88
05. 1. Allegro con brio
06. 2. 2. Adagio
07. 3. Allegretto grazioso – Molto vivace
08. 4. Allegro, ma non troppo

Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

BAIXAR AQUI CD5

Carlinus

Coleção Grandes Compositores 14/33: Franz Schubert (1797-1828)

O 14º álbum da Coleção Grandes Compositores nos traz o brilhante Franz Schubert. O texto a seguir nos fala um pouco sobre a obra que julgo ter maior popularidade entre as presentes gravações,  o Quinteto para Piano “A Truta”. Um breve texto nos fala um pouco sobre algumas curiosidades envolvendo esta magnífica peça.

Quinteto para Piano em Lá Menor, Op. 114, “A Truta”, D. 667

Quando nasceu a ideia de abordar um gênero de música de câmara mais complexo que o quarteto de cordas, Schubert já havia composto várias obras de câmara. Nessa época, o compositor estava em Zseliz, em casa dos Estehazy, e recebeu uma encomenda de um excelente músico e melômano, Silvestre Paumgartner, que era violoncelista. Schubert encontrava-se na plenitude de suas faculdades criativas e tinha terminado a sua Sonata em lá para piano, escrita para Josefina Von Keller, quando começou a abordar esse gênero que era novo para ele, já que nunca tinha levado a cabo a tarefa de unir piano e cordas, excessão feita a um antigo rondó em que o piano dialoga com um trio de cordas.

Não se sabe se foi ele que teve a ideia do quinteto ou se a encomenda sugeria ou pedia expressamente essa formação. No entanto, é quase certo que a escolha pouco comum dos instrumentos de cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo) para acompanhar o piano tenha sido ideia de Schubert. Existe apenas um exemplo anterior, um quinteto de Hummel, mas que só foi publicado em 1821, e por isso Schubert não podia conhecê-lo, o que desmente a possível influência que pudesse ter sofrido. Talvez se possa encontrar outra possível influência nas antigas formações de câmara italianas, que incorporavam sempre um baixo contínuo. O que não se entende bem é por que razão Paumgartner, que tocava violoncelo, tinha colocado ainda um baixo que praticamente coincidia com ele e que podia roubar-lhe a primazia. A única explicação possível é o tema melódico escolhido: o de Lied, A truta, que, segundo comentário de Stadler, era uma obra que entusiasmava Paumgartner. O próprio Stadler afirmou ter participado da redação da obra, tendo copiado as partes para enviá-las a Zseliz.

Texto: Eduardo Rincón

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 14: Franz Schubert

DISCO A

Symphony Nº 9 in C, D. 944 “Great”
01 Andante; Allegro ma non troppo (13:53)
02 Andante con moto (15:22)
03 Scherzo: Allegro vivace (9:59)
04 Allegro vivace (15:57)

Vienna Philharmonic Orchestra, Sir Georg Solti

DISCO B

Piano Quintet in A, D. 667 “Trout”
01 Allegro vivace (9:08)
02 Andante (7:26)
03 Scherzo: Presto (4:08)
04 Theme and Variations: Andantino (7:30)
05 Finale: Allegro giusto (6:55)

Clifford Curzon, piano
Members of the Vienna Octet

Piano Sonata in B Flat, D. 960
06 Molto moderato (13:18)
07 Andante sostenuto (9:20)
08 Scherzo: Allegro vivace con delicatezza (4:16)
09 Allegro ma non troppo (7:34)

Clifford Curzon, piano

BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 8 em Dó menor e Richad Wagner (1813-1883) – Lohengrin – Preludio Acto 1, Siegfried Idyll e Parsifal etc

Este é um CD implacável. Sério. Estou ouvindo a sua música atordoante desde às 8 e meia da manhã. Em meio ao pandemônio da preparação de provas, planejamento semanal, correção de exercícios. Desde o dia de ontem, encontro-me nesse torvelinho. Meu final de semana está sendo terrível. Segunda recomeçará a roda-viva. O que me consola é a música poderosa de Bruckner. Entre as sinfonias do compositor, a sua número 8 me bota um sorriso bobo de espanto e contemplação. Como alguém como Bruckner conseguiu fazer algo assim? Mas, com certeza, tal aspecto apenas engrandece a fineza e a sensibilidade que lhe habitava o interior. A peça é uma viagem filósofica e religiosa. Um evento cartático, com transfiguração e redenção. As sinfonias de Bruckner, a partir da Terceira, constituem eventos notáveis, de perfeição exagerada, beirando o impossível. Esta versão com Hans Knappertbusch, gravada em 1963, é algo que impressiona e se estabelece como uma das melhores versões que já ouvi. Aparece ainda no post, Richard Wagner. Sei. É um post que causa uma impressão fundante. Saiam da frente que a música é grande, enorme, capaz de silenciar os homens e embalar o universo. Um bom deleite!

DISCO 01

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 8 em Dó menor

01. I. Allegro moderato
02. II. Scherzo. Allegro moderato-Trio. Langsam
03. III. Adagio- Feierlich langsam, doch nicht schleppend

DISCO 02

01. IV. Finale- Feierlich, nicht schnell

*Versión 1892 de Bruckner y Joseph Schalk. Ed. Haslinger-Schlesinger-Lienau

Richad Wagner (1813-1883) –

Lohengrin – Preludio Acto 1
02. Lohengrin – Preludio Acto 1

Siegfried Idyll
03. Siegfried Idyll

Parsifal – Preludio Acto 1
04. Parsifal – Preludio Acto 1

Münchner Philharmoniker
Hans Knappertbusch, regente

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Carlinus

Arnold Schoenberg (1874-1951) – The Complete String Quartets

Acredito que os quartetos de cordas de Schoenberg estão entre as produções mais rasgadamente revolucionárias de tudo aquilo que se produziu em matéria de arte no século XX. Junto com os quartetos de Bartok, formam uma espécie de manifesto da música do século passado. Inicialmente, os quartetos do compositor austríaco se mostram amendrotadores. A música é dura, técnica, lógica. Eu, inclusive, que sou dado (em muito) aos eflúvios do romantismo, sinto um certo estranhamento quando ouço algo assim: “árido”, “pedregoso”, com imensas arestas aos ouvidos pouco afeitos à música do século XX. Mas nem por isso deixa de ser um terreno menos empolgante. Não disponho de muitas versões desses quartetos. Acredito que esta gravação com o New Vienna String Quartet tenha vindo a mim há mais de um ano. Estava lá na minha conta no Rapidshare – abril de 2010. Havia enviado para lá há um bom tempo. Somente hoje pela manhã, enquanto organizava uma planilha de gastos, baixei os arquivos (não consegui localizar nos meus arquivos) e comecei a ouvir. Após essa operação, senti-me premido a postar. Não deixe de ouvir, de andar por esses corredores apertados da música modernista. Uma boa apreciação!

Arnold Schoenberg (1874-1951) – The Complete String Quartets

DISCO 01

String Quartet No.1 in D minor, Op.7
01. 1. Nicht zu rasch
02. 2. Kräftig (nicht zu rasch)
03. 3. Mäßig (langsame viertel)
04. 4. Mäßig (heiter) New Vienna String Quartet

String Quartet No.2, Op.10
05. 1. Mäßig
06. 2. Sehr rasch
07. 3. Litanei (Langsam)
08. 4. Entrückung (Sehr langsam)

DISCO 02

String Quartet No.3, Op.30
01. 1. Moderato
02. 2. Adagio
03. 3. Intermezzo (Allegro moderato)
04. 4. Rondo

String Quartet No.4, Op.37
05. 1. Allegro molto, energico
06. 2. Comodo
07. 3. Largo
08. 4. Allegro

New Vienna String Quartet
Evelyn Lear, soprano

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Carlinus

Alexandre Tharaud interpreta Mauricio Kagel (1931-2008)

Como prometido, aí está o cd do Alexandre Tharaud interpretando obras do compositor e cineasta argentino Mauricio Kagel (radicado na Alemanha desde que tinha vinte e poucos anos). Não que eu seja um connaisseur do compositor, mas já dei uma boa garimpada na discografia dele, e nada me agrada tanto quanto este álbum. Toda possível jovialidade e e todo bom humor que se esperam de Kagel estão aqui e, creiam, não é só encenação (o que, tristemente, me parece acontecer com alguma frequência), mas resultam em uma música atraente e instigante. O período das obras aqui apresentadas pega bem uma época de transição, saindo da fase serial do início de carreira (que pega os anos 1950 e início da década de 1960) para uma fase abertamente pós-moderna (seja lá o que isso signifique), que se sedimentou no chamado teatro musical, no qual o compositor volta a lançar mão da tonalidade, numa obra de sonoridade mais adocicada, mas colorida com elementos aleatórios, recursos eletrônicos e uma encenação cômica, num resultado que nem de longe parece indicar um retrocesso da vanguarda, bem ao contrário.

Além de postar o cd aqui, coloquei um vídeo do Youtube com seu filme mais famoso, Ludwig van (1969), para quem quiser dar uma olhadela, muito embora eu não me anime muito com ele. A obra apresentada no cd com o mesmo nome, em compensação, é bem mais interessante.

E sobre o cd em si, por preguiça, traduzo (grosseiramente) um texto da BBC Music Magazine:

Que compositor vivo nomearia uma peça segundo o termo médico para unha encravada (Unguis incarnatus est), lembrando-nos maliciosamente que a expressão ‘incarnatus est’ também ocorre na missa em latim; e então, na mesma peça, cita fragmentos distorcidos de Nuages gris de Liszt enquanto pede ao pianista para fazer  um calculado e indiscreto barulho com seu metafórico ‘Unguis incarnatus’, explicitamente com o pedal? Somente um: Mauricio Kagel, o bufão na corte solene da vanguarda. Seria inadequado chamar de perspicazes essas divertidas subversões da Grande Tradição Ocidental, elas são demasiadamente sinistras e violentas para isso. Alexandre Tharaud se lança nessa brincadeira com gosto, e ele também traz uma incrível variedade de toques para a própria música. Nem toda a música é escura: há momentos de beleza tranquila e iluminada em Rrrrrrr… (baseado em mecanismos musicais iniciados pela letra R, caso isso  interesse). E nos fragmentos semi-lembrados de Beethoven em Ludwig van parece até que o compositor baixou, o que é bem captado pelo excelente conjunto, que inclui o maravilhoso barítono francês François Le Roux. E a gravação é fabulosamente detalhada sem ser clínica. O CD é uma introdução atraente, senão de arrepiar, para um compositor extremamente influente.

Ivan Hewett


Mauricio Kagel (1931-2008)


Mauricio Kagel – Alexandre Tharaud

1. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Ragtime – Waltz
2. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Rondeña (piano à quatre mains)
3. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Rosalie
4. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Rossignols enrhumés (piano préparé)
5. Pieces for Organ (from ‘Rrrrrrr…’): Râga
6. Ludwig van, film score: I
7. Ludwig van, film score: II
8. Ludwig van, film score: III
9. Ludwig van, film score: IV
10. Ludwig van, film score: V
11. Ludwig van, film score: VI
12. Ludwig van, film score: VII
13. Ludwig van, film score: VIII
14. Ludwig van, film score: IX
15. Der Eid des Hippokrates (‘Hippocrates’ oath’), for piano, 3 hands
16. Unguis Incarnatus Est, for piano & any bass sustaining instrument
17. Mm51, for piano

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itadakimasu