Harry Crowl (1958): Espaços Imaginários (Música de Câmara)

Harry Crowl (1958): Espaços Imaginários (Música de Câmara)

Finalmente liberada para postagem, temos o prazer e a honra de apresentar um pouco da música de câmara do compositor brasileiro, mineiro, ilustre leitor-ouvinte e colaborador aqui do Blog, Harry Crowl.

Originalidade, impressionismo, acordes dissonantes, tensão e mistério, lirismo e dramaticidade, numa atmosfera por vezes selvagem, são algumas das características marcantes das peças incluídas nesse álbum.

O compositor

Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais em 06/10/1958, Harry Lamott Crowl Jr,  estudou violino, viola e composição na sua cidade natal e nos EUA (Wesport School of Music and Juilliard School). Foi bolsista do Conselho Britânico em Dartington , em 1993, e radicou-se em Curitiba desde 1994. Sua obra abrange todos os gêneros instrumentais e vocais, e vem sendo apresentada e transmitida regularmente em todo o Brasil e em várias partes do mundo, especificamente na Europa por importantes grupos musicais. Atua como compositor e musicólogo e é professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. É diretor artístico da Orquestra Brasileira de Música Contemporânea (SBMC), Seção Brasileira da ISCM (International Society Of Contemporary Music), através da qual representou o Brasil nos festivais “Dias Mundiais da Música”, da Eslovênia, em 2003 e, da Suiça, em 2004. Atua também como produtor e apresentador de programas dedicados à música erudita na Rádio Educativa do Paraná e, na Rádio MEC, no Rio. Em outubro de 2004, recebeu em Curitiba, a Medalha da Ordem do Mérito Cultural do “Barão do Serro Azul” por serviços prestados à música.

O álbum

Lançado em 2005, o CD “Espaços Imaginários” traz as obras “Espaços Imaginários” (2001), “Imagens Rupestres” (1996) e, O Quarteto de Cordas Nº 1 “Na Perfurada Luz, Em Plano Austero”, (1992/93), gravadas respectivamente no Canadá, Áustria e Eslováquia.

O trio Espaços Imaginários, para violino, violoncelo e piano é de 2001, e teve sua estreia em novembro do mesmo ano, pelo trio canadense Fibonacci, de Montreal. Trata-se de uma obra poderosa e rica em contrastes, tensionando as texturas possibilitadas pela formação sempre em seu limite extremo.

Extremos de virtuosismo são exigidos pelo primeiro trio de Harry Crowl, Imagens Rupestres, de 1996/97, para flautas, violoncelo e piano, encomendado pelo George Crumb Trio, de Linz (Áustria), e estreado por este mesmo grupo no Castelo Zell an der Pram, no norte austríaco, em maio de 1997. O trio traz algumas características-chave da produção de Crowl, tais como a linguagem dramática, a originalidade na abordagem da formação e a rejeição da linearidade.

Na Perfurada Luz, em Plano Austero, título do primeiro quarteto de cordas de Harry Crowl, foi tirado do poema “Montanhas de Ouro Preto”, que Murilo Mendes publicou em 1945. Escrito entre 1992 e 1993, o quarteto reflete a pesquisa de seu autor sobre compositores brasileiros do período colonial, pois se baseia na combinação das notas de uma série derivada do nome do autor mineiro Francisco Gomes da Rocha (1754-1808), dentro da notação alemã, o que nos dá F(fá)ranCIS(dó sustenido)co G(sol)omE(mi)S(mi bemol) da RoC(dó)H(si)A(lá).

Os vários movimentos do quarteto são executados sem interrupção, mantendo nível elevado de tensão, com apenas dois momentos de relaxamento, parte central e no final. Resultado de estudos sobre a sonoridade produzida pelos quatro instrumentos, a peça utiliza todos os recursos possíveis da formação, desde a polifonia ao uníssono, passando por efeitos de harmônicos artificiais associados a golpes de ardo “col legno”, ou “sul ponticelli” e “tremoli”. A estreia mundial da peça aconteceu no Summartónar, nas Ilhas Faroe, em 27 de julho  de 1996, com o Moyzes String Quartet, de Bratislava (Eslováquia).

Fonte: Encarte do CD

Uma ótima audição!

Harry Crowl: Espaços Imaginários

01. Espaços Imaginários (2001) para violino, violoncelo e piano (19:45)
Trio Fibonacci
Julie Anne Derome, violino
Gabriel Prynn, violoncelo
André Ristic, piano

02. Imagens Rupestres (1996) para flautas, violoncelo e piano (24:19)
The George Crumb Trio
Norbert Girlinger, flautas (+flautim, flauta baixa, flauta octobaixa)
Andréas Pözlberger, violoncelo
Sven Brich, piano

03. Quarteto de Cordas Nº 1, “Na Perfurada Luz, Em Plano Austero” (1992/93) (25:49)
Moyzes Quartet
Stanislav Mucha, violino I
Ferenc Török, violino II
Alexander Lakatos, viola
Jan Slavík, violoncelo

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Harry Crowl
Harry Crowl

Marcelo Stravinsky

Schubert (1797-1828): Quartetos 'Rosamunde' e 'A Morte e a Donzela' (Link Revalidado)

(Homem de bom coração, PQP estava ouvindo esta maravilha e resolveu fazer algo fora de seus princípios: revalidou o link. Abaixo, o texto original do Ranulfus).

Olha aqui eu postando Schubert de novo, participando deste verdadeiro festival não planejado!

A bem da verdade, a obra para piano a quatro mãos que postei há dois dias não havia sido minha primeira postagem de Schubert: a dos dois LPs do Duo Morozowicz (julho de 2010) culmina com a belíssima série de Variações sobre Ihr Blümlein Alle, op.160, para flauta e piano.

E agora, nos comentários à postagem “4 mãos”, o leitor Ivan Ricardo recomendou apaixonadamente a gravação feita em 2006 pelo Quarteto Takács (se isso for húngaro, a pronúncia será presumivelmente “tákaatch”) do mais famoso quarteto de Schubert: o nº 14, apelidado de “A Morte e a Donzela” – num CD que contém de quebra o quarteto nº 13, apelidado de “Rosamunde”.

Além da enfática recomendação do Ivan, fui verificar e descobri, surpreso, que ainda não tínhamos aqui no blog esse mais famoso dos quartetos schubertianos. Ora, vocês não acham que isso é bom motivo para uma operação de emergência?

Quanto ao porquê desses apelidos… não me perguntem! Desta vez deixo para vocês pesquisarem – e depois compartilharem conosco aqui, hehehe… junto com as suas opiniões!

OBRIGADO AO IVAN RICARDO PELA DICA – E BOA AUDIÇÃO PARA TODOS!

Franz Schubert (1797-1828)
String Quartet No.14 in D minor, D810 “Death and the Maiden”
String Quartet No.13 in A minor, D804 “Rosamunde”
Takács Quartet – Recorded at St. George’s, Brandon Hill, Bristol, 2006-05-22/25.
Total Playing Time: 69min 09sec
Year: 2006

String Quartet No.14 in D minor D810: ‘Death and the Maiden’
01. I. Allegro [0:10:51.73]
02. II. Andante con moto [0:12:22.38]
03. III. Scherzo: Allegro molto [0:03:40.07]
04. IV. Presto [0:09:03.38]

String Quartet No.13 in A minor D804: ‘Rosamunde’
05. I. Allegro ma non troppo [0:12:43.35]
06. II. Andante [0:06:41.58]
07. III. Menuetto: Allegretto [0:06:56.02]
08. IV. Allegro moderato [0:06:48.02]

BAIXE AQUI – Download Here (RAPIDSHARE)

Ranulfus (revalidado por PQP)

Coleção Grandes Compositores 16/33: Joseph Haydn (1732-1809)

Franz Joseph Haydn nasceu em Rohrau, Baixa Áustria, a 31 de março de 1732 e morreu a 31 de maio de 1809. Haydn é o iniciador de uma nova fase na história da música. Não foi homem de grande cultura, mas de rara inteligência musical. Sua experiência em conjuntos ambulantes, nas ruas, onde era impossível o acompanhamento de baixo contínuo, levou‐o a compreender a auto‐suficiência do conjunto instrumental de cordas. Com a sua obra se desenvolve uma nova polifonia instrumental, sem o apoio harmônico do baixo contínuo.

Haydn é o primeiro nome da tríade “clássica”, seguido por Mozart e Beethoven. Mas não deve ser tomado por um iniciador primitivo de um estilo depois aperfeiçoado. Sua obra, ou pelo menos a parte válida de sua obra imensa, já é perfeita dentro de suas proposições. E o que se propôs foi justamente o aperfeiçoamento de uma nova linguagem musical. Sua origem musical foi o folclore musical da Baixa Áustria, e nesse sentido sua música é inconfundivelmente austríaca, mas seu ponto de chegada, o enriquecimento da música instrumental, foi um idioma universal falado por todos os músicos modernos, e não só pelos clássicos vienenses.

As seções mais importantes da música instrumental de Haydn são as sinfonias e quartetos. As primeiras sinfonias, que não sobreviveram no repertório, datam da década de 1760. Utiliza‐se nelas de elementos da música barroca, conjugando, em pequenas orquestras, instrumentos de sopro e cordas. Quanto à estrutura, Haydn não tardou em adotar a divisão em quatro movimentos: allegro, andante, minueto e segundo allegro.

Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional

Uma ótima audição!

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Coleção Grandes Compositores Vol. 16: Joseph Haydn

DISCO A

String Quartet in G, Op. 76, Nº 1
01 Allegro con spirito (5:38)
02 Adagio sostenuto (8:00)
03 Menuetto: Presto  (2:47)
04 Allegro ma non troppo (5:57)

String Quartet in D Minor, Op. 76, Nº 2 “Fifths”
05 Allegro (6:35)
06 Andante o più tosto allegretto (5:41)
07 Menuetto: Allegro ma non troppo (3:29)
08  Vivace assai (3:55)

String Quartet in C, Op. 76, Nº 3 “Emperor”
09 Allegro (9:27)
10 Poco adagio, cantabile (7:42)
11 Menuetto: Allegro (4:39)
12 Finale: Presto (5:22)

Takács String Quartet

DISCO B

Symphony Nº 104 in D “London”
01 Adagio – Allegro (8:06)
02 Andante (7:50)
03 Menuet and Trio: Allegro (4:36)
04 Finale: Spirituoso (6:21)

Symphony Nº 100 in G “Military”
05 Adagio – Allegro (7:31)
06 Allegretto (5:45)
07 Menuet and Trio: Moderato (5:42)
08 Finale: Presto (5:03)

Academy of Ancient Music, Christopher Hoogwood (fortepiano and director)

BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS

Marcelo Stravinsky