.: interlúdio :. Sonny Rollins – Saxophone Colossus

.: interlúdio :.  Sonny Rollins  –  Saxophone Colossus

 

 

C O L O S S A L

 

 

 

Em 1986 os CDs chegaram ao Brasil. Comprar um CD-player não era tarefa fácil, mas consegui o meu, um CCE, lindo! Só um pouco mais tarde vim a entender a sigla: Cuidado Com Ele! Mas, uma vez com o CD-player ligado ao amplificador, cadê os CDs? Uma amiga trouxe dos states (como dizíamos então) unzinho com o Peter Hofmann cantando árias de Wagner. Não era bem a minha praia, mas servia para passar som.

Na loja de departamentos que se chamava Mesbla, no Centro do Rio de Janeiro, consegui meu primeiro CD de Telemann – Wassermusik, com o Musica Antiqua Köln e Reinhard Goebel. Nunca entendi o trema em Köln e o ‘oe’ em Goebel. Vá saber…

Vivíamos assim, à espreita, em busca de CDs. Comprei o CD do Winton Marsallis tocando os concertos de Haynd e Hummel, para trompete. Só o CD na caixa de acrílico, sem o libreto. Deve ter vindo direto do Japão e o livreto seria apenas para ver as figuras. E era assim, se quer, quer, se não quer, tem quem quer!

Foi então que uma (outra) amiga recém retornada de uma estadia em Nova York me emprestou uns dois ou três CDs de Jazz. Calma, os CDs da minha amiga foram devolvidos, eu não sou de ficar com as coisas dos outros. Posteriormente consegui comprar minha própria cópia.

O primeiro que decidi ouvir foi um disco com a capa mais estilosa que já havia visto: a silhueta de um artista tocando sax sobre um fundo azul, com o título em baixo. A palavra SAXOPHONE em azul sobre fundo preto, seguida de COLOSSUS em branco, que a destaca sobremaneira. O nome do artista, SONNY ROLLINS sob o título, com outro tipo, sans-serif, alongadas as letras.

Eu levei um quase susto ao ouvir pela primeira vez a entrada do sax, potente, rasgando sobre o ritmo forte criado pelo piano, bateria e baixo. Não sabia que minhas caixas de som poderiam produzir um som tão espetacular, forte e quente. Desde então passei a colecionar, mesmo que modestamente, alguns bons álbuns de Jazz.

Saxophone Colossus é um álbum icônico, formador e um dos mais influentes da história do Jazz. São apenas cinco faixas, três delas compostas por Sonny Rollins. A St. Thomas, que abre o álbum, tem o ritmo das origens de Sonny, cuja família vêm das Ilhas Virgens. A melodia é daquelas inesquecíveis, que cola, gruda na nossa memória musical. A terceira faixa, Strode Rode faz referência a um clube de Jazz em Chicago, cidade onde Sonny estudou. Também com ritmo rápido, com o som fluente do piano de Tommy Flanagan. Na última faixa, Blue 7, todos os músicos têm a oportunidade de brilhar.

As outras faixas do álbum são uma linda balada (que Tim Maia chamaria mela-cueca), com o belíssimo título You don’t know what love is, de autoria de Don Raye e Gene DePaul e o Moritat, da Three Penny Opera, musical de Weill-Brecht, que foi apropriada pelo Jazz.

Ira Gitler, escreveu as notas que aparecem no verso da capa do LP original, explica o título: O dicionário diz colossal é gigante, enorme, vasto. Quando aplicado ao talento de Sonny Rollins, também significa profundo!

Portanto, sem mais delongas, aqui está:

Saxophone Colossus (1956)

  1. St. Thomas (Rollins)
  2. You Don’t Know What Love Is (de Paul/Raye)
  3. Strode Rode (Rollins)
  4. Moritat (Mack The Knife) (Weill)
  5. Blue 7 (Rollins)

Sonny Rollins, saxofone tenor

Tommy Flanagan, piano

Doug Watkins, baixo

Max Roach, bateria

Gravado por Rudy Van Gelder, em Hackensack, New Jersey, 22 de junho de 1956

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FLAC | 250 MB

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MP3 | 320 KBPS | 94 MB

Mais um trechinho do Ira Gitler: Saxophone Colossus não é simplesmente um álbum clássico porque todo mundo toca tão bem – o suave e fervoroso Flanagan; o sólido, articulado Watkins; Roach, o melodista rítmico da bateria; e a combinação dos temas e seus desenvolvimentos por Rollins. É também um sucesso devido a diversidade do material e da habilidade de Rollins ao realizar cada uma das seleções com autoridade.

Colossal!

René Denon

John Field (1782-1837) – Noturnos para piano – John O’Conor

John Field (1782-1837) – Noturnos para piano – John O’Conor

410VHTXwnvLVocês achavam que não voltariam tão cedo a ouvir O’Conor, não é?

Pois se enganaram – ou, como diriam os saudosos sbornianos de “Tangos & Tragédias”, “essa história não se ESTÂNNCA por aqui”.

Ei-lo aqui tocando a série de Noturnos de seu compatriota Field, notável como precursor do gênero que Chopin celebrizaria. Já publicamos anteriormente uma gravação das mesmas obras num piano Broadwood, então sugerimos compará-la com o que Field tem a dizer com seu Steinway de Hamburgo.

Ainda sobre O’Conor, quem ainda não tem urticária à menção de seu nome tem a recomendação de assistir ao documentário a seguir, o “Campo de Recrutas Beethoven”, que acompanha a rotina de um curso de imersão em Positano, na costa amalfitana, e as masterclasses com jovens pianistas. Não há legendas, e o espesso sotaque irlandês de O’Conor fica às vezes pouco inteligível, especialmente nos mui frequentes momentos de entusiasmo, mas acho que serão cinquenta e poucos minutos bastante agradáveis para quem apreciou suas Sonatas de Beethoven:

JOHN FIELD – THE NOCTURNES – JOHN O’CONOR

John FIELD (1782-1837)

Noturnos para piano

01 – Noturno em Mi bemol maior
02 – Noturno em Dó menor
03 – Noturno em Lá maior
04 – Noturno em Si bemol maior
05 – Noturno em Fá maior
06 – Noturno em Lá maior
07 – Noturno em Mi bemol maior
08 – Noturno em Mi menor
09 – Noturno em Mi bemol maior
10 – Noturno em Sol maior
11 – Noturno em Ré menor
12 – Noturno em Dó maior
13 – Noturno em Dó maior
14 – Noturno em Fá maior
15 – Midi em Mi maior

John O’Conor, piano

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A carinha de jujuba do simpático O'Conor não volta tão cedo, prometo!
A carinha de jujuba do simpático O’Conor não volta tão cedo, prometo!

Vassily Genrikhovich

Vivaldi (1678-1741): Concertos Duplos – La Serenissima – Adrian Chandler

Vivaldi (1678-1741): Concertos Duplos – La Serenissima – Adrian Chandler

Vivaldi   x2

 

Aqui está mais um ensolarado álbum com concertos duplos de Vivaldi, tão lindo como um dia em Veneza! Se você baixou os arquivos da postagem The Italian Job, não vai deixar passar este aqui.

O conjunto é espetacular, os solistas excelentes e Adrian Chandler, o fundador da banda, cuida para que o balanço geral seja perfeito, permitindo que apreciemos toda a inventividade, a facilidade do Padre Vermelho desenhar belíssimas melodias, traços constantes na sua produção!

Na lista das obras, temos os dois concertos que Vivaldi compôs para duas trompas, ambos na tonalidade fá maior. O Concerto RV 539 é bem conhecido e tem um movimento lento com as trompas provocando uma a outra. No outro concerto, um violoncelo assume o papel principal no movimento lento, dando uma oportunidade para os trompistas recuperarem o fôlego.

A lista continua com dois dos três concertos para dois oboés compostos por Vivaldi. Novamente o contraste dos instrumentos de madeira sobre as cordas dá um brilho todo especial aos concertos.

Puxando uma brasa para a sua sardinha, Chandler e Waltham são os respectivos solistas de dois concertos para violino e violoncelo. A intercalação de concertos para diferentes combinações de instrumentos é um outro fator que torna o álbum muito prazeroso.

O Concerto para oboé e fagote dá a oportunidade aos dois solistas de provocarem um ao outro num desafio que só nós ganhamos.

Para fechar com chave digital (essa coisa de chave de ouro está fora de moda) temos o enigmático Concerto S.A.S.I.S.P.G.M.D.G.S.M.B. para um montão de instrumentos, onde todos os solistas têm a oportunidade de brilhar. Ganha um doce quem adivinhar o significado desta longa lista de letras.

Veja como é a música de Vivaldi, do ponto de vista do violista!

Antonio Vivaldi (1678-1741)

Concerto para duas trompas, cordas e contínuo em fá maior, RV 539
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro
Concerto para dois oboés, cordas e contínuo em ré menor, RV 535
  1. Largo
  2. Larghetto
  3. Allegro
  4. Allegro molto
Concerto para violino, violoncelo, cordas e contínuo em lá maior, RV 546
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro
Concerto para oboé, fagote, cordas e contínuo em sol maior, RV 545
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro non molto
Concerto para duas trompas, cordas e contínuo em fá maior, RV 538
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro non molto
Concerto para violino, violoncelo, cordas e contínuo em si bemol maior, RV 547
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro molto
Concerto para dois oboés, cordas e contínuo em lá menor, RV 536
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto per S.A.S.I.S.P.G.M.D.G.S.M.B. para violino, violoncelo, dois oboés, duas trompas, cordas e contínuo em fá maior, RV 574
  1. Allegro
  2. Adagio
  3. Allegro
Mark Baigent e Rachel Chaplin, oboés
Jocelyn Lightfoot e Anneke Scott, trompas
Vladimir Waltham, violoncelo
Peter Whelan, fagote

La Serenissima

Adrian Chandler, violino e regência

Gravado em fevereiro de 2018, Cedars Hall, Wells, Somerset

Simon Fox-Gál, produtor

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FLAC | 185 MB

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MP3 | 320 KBPS | 162 MB

La Serenissima!

Aqui está um momento do ensaio para a Sinfonia de Torelli, que está no outro disco – The Italian Job. É claro, é a perspectiva do violista….

E aqui a gravação do Concerto para dois Oboés, RV 536.

Viva Vivaldi!

Este merece o nosso selo

René Denon

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 5 de 22 – Ton Koopman, Amsterdam Baroque Orchestra & Choir, etc.

Este é o único volume desta impressionante coleção que tem quatro CDs. E há um motivo para tanto: estes CDs trazem o restante das cantatas seculares, entre elas a última que Bach teria composto, de BWV 212. A única coisa que se tem certeza sobre este período da vida de Bach, apesar de ser muito bem documentado, é o fato de terem-se perdido dezenas, quiçá, centenas de partituras. Existem boatos, rumores, fofocas sobre o destino destas peças, mas não se tem certeza de nada.

Espero que estejam gostando dessa série. Para os fãs de Bach ela é fundamental e indispensável.

COMPACT DISC 1

“Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten” BWV 207a
For the name day of August III, August 3 1734

1 March (instrumental)
2 Chorus: “Auf, schmetternde Töne der muntern Trompeten”
3 Recitative (Tenor): “Die stille Pleiße spielt mit ihren kleinen Wellen”
5 Recitative (Bass, Soprano): “Augustus’ Wohl ist der treuen Sachsen Wohlergehn”
6 Aria Duetto (e Ritornello) (Bass, Soprano) “Mich kann die süße Ruhe laben”
7 Ritornello (instrumental)
8 Recitative (Alto): “Augustus schützt die frohen Felder”
9 Aria (Alto): “Preiset, späte Folgezeiten”
11 Chorus: “August lebe, lebe, König!”
12 March (instrumental)

Sybilla Rubens (5) e Anne Grimm (10) sopranos
Elisabeth von Magnus alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass

“Weichet nur, betrübte Schatten” BWV 202
Wedding cantata

13 Aria (Soprano): “Weichet nur, betrübte Schatten”
14 Recitative (Soprano): “Die Welt wird wieder neu”
15 Aria (Soprano):
16 Recitative (Soprano): “Drum sucht auch Amor sein Vergnügen”
17 Aria (Soprano): “Wenn die Frühlingslüfte streichen”
18 Recitative (Soprano): “Und dieses ist das Glücke”
19 Aria (Soprano): “Sich üben im Lieben”
20 Recitative'(Soprano): “So sei das Bund der keuschen Liebe”
21 Gavotte: “Sehet in Zufriedenheit”

Lisa Larsson soprano

COMPACT DISC 2
“Schleicht, spielende Wellen, und murmelt gelinde ” BWV 206
For the birthday and name day of August III, October 7, 1733

1 Chorus: “Schleicht, spielende Wellen, und murmelt gelinde”
2 Recitative (Bass): “O glückliche Veränderung!”
3 Aria (Bass): “Schleuß des Janustempels Türen”
4 Recitative (Tenor): “So recht! beglückter Weichselstrom!”
5 Aria (Tenor): “Jede Woge meiner Wellen”
6 Recitative (Alto): “Ich nehm zugleich an deiner Freude teil”
7 Aria (Alto): “Reis, von Habsburgs hohem Stamme”
8 Recitative (Soprano): “Verzeiht, bemooste Häupter starker Ströme”
9 Aria (Soprano): “Hört doch! der sanften Flöten Chor”
10 Recitative (Soprano, Alto, Tenor, Bass): “Ich Muß, ich will gehorsam sein”
11 Chorus: “Die himmlische Vorsicht der ewigen Güte”

Sybilla Rubens, Anne Grimm (11) sopranos
Elisabeth von Magnus alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass

“O holder Tag, erwünschte Zeit” BWV 210
Wedding Cantata – Cantate du manage – Hochzeitskantate

12 Recitative (Soprano):
13 Ario (Soprano): “Spielet, ihr beseelten Lieder”
14 Recitative (Soprano): “Doch, haltet ein”
15 Aria (Soprano): “Ruhet hie, matte Töne”
16 Recitative (Soprano): “So glaubt man denn, daß die Musik verführe”
17 Aria (Soprano): “Schweigt ihr Flöten, schweigt, ihr Töne”
18 Recitative (Soprano): “Was Luft? was Grab?”
19 Aria (Soprano): “Großer Gönner, dein Vergnügen”
20 Recitative (Soprano): “Hochteurer Mann, so fahre ferner fort”
21 Aria (Soprano): “Seid beglückt, edle beide”

Lisa Larsson soprano

COMPACT DISC 3:

“Mer hahn en neue Oberkeet” BWV 212
Peasant Cantata

1 Sinfonia
2 Aria. Duetto (Soprano, Bass): “Mer hahn en neue Oberkeet”
3 Recitative (Bass, Soprano): “Nu, Mieke, gib dein Guschel immer her”
4 Aria (Soprano): “Ach, es schmekt doch gar zu gut”
5 Recitative (Bass): “Der Herr ist gut: Allein der Schösser”
6 Aria (Bass): “Ach, Herr Schösser, geht nicht gar zu schlimm”
7 Recitative (Soprano): “Es bleibt dabei, daß unser Herr der beste sei”
9 Recitative (Soprano, Bass): “Er hilft uns allen, alt und jung”
10 Aria (Soprano): “Das ist galant”
11 Recitative (Bass): “Und unsre gnäd’ge Frau”
12 Aria (Bass): “Fünfzig Taler bares Geld”
13 Recitative (Soprano): “Im Ernst ein Wort!”
14 Ario (Soprano): “Klein-Zschocher müsse so zart und süße”
15 Recitative (Bass): “Das ist zu klug vor dich”
16 Aria (Bass): “Es nehme zehntausend Dukaten”
17 Recitative (Soprano): “Das klingt zu liederlich”
18 Aria (Soprano): “Gib, Schöne, viel Söhne”
19 Recitative (Bass): “Du hast wohl recht”
20 Aria (Bass): “Dein Wachstum sei feste”
21 Recitative (Soprano, Bass): “Und damit sei es auch genung”
22 Aria (Soprano): “Und daß ihr’s alle wißt”
23 Recitative (Soprano, Bass): “Mein Schatz! erraten”
24 Chorus (Soprano, Bass): “Wir gehn nun, wo der Tudelsack”

Lisa Larsson soprano
Klaus Mertens bass

Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Gruft” BWV 205
Aeolus Satisfied

25 Chorus: “Zerreißet, zersprenget, zertrümmert die Graft”
26 Recitative (Bass): “Ja! Die Stunden sind nunmehro nah”
27 Aria (Bass): “Wie will ich lustig lachen”
28 Recitative (Tenor): “Gefiircht’ter Aeolus”
29 Aria (Tenor): “Frische Schatten, meine Freude”
30 Recitative (Bass): “Beinahe wirst du mich bewegen”
31 Aria (Alto): “Können nicht die roten Wangen”
32 Recitative (Alto, Soprano): “So willst du, grimm’ger Aeolus”
Aria (Soprano): “Angenehmer Zephyrus”
34 Recitative (Soprano, Bass): “Mein Aeolus”
35 Aria (Bass): “Zurücke, zurücke, geflügelten Winde”
36 Recitative (Soprano, Alto, Tenor): “Was Lust!”
37 Duetto (Alto, Tenor): “Zweig und Äste”
38 Recitative (Soprano): “Ja, ja!”
39 Chorus: “Vivat August, August vivat!”

Lisa Larsson soprano
Elisabeth von Magnus alto
Christoph Prégardien tenor
Klaus Mertens bass

COMPACT DISC 4

“Laßt uns sorgen, laßt uns wachen” BWV 213
Hercules at the Crossroads. For the birthday of Prince Friedrich Christian, September 5. 1733

1 Chorus: “Laßt uns sorgen, laßt uns wachen”
2 Recitative (Alto): “Und wo? Wo ist die rechte Bahn”
3 Aria (Soprano): “Schlafe mein Liebster, und pflege der Ruh”
4 Recitative (Soprano, Tenor): “Auf! folge meiner Bahn”
5 Aria (Alto): “Treues Echo dieser Orten”
6 Recitative (Tenor): “Mein hoffnungsvoller Held!”
7 Aria (Tenor): “Auf meinen Flügeln sollst du schweben”
8 Recitative (Tenor): “Die weiche Wollust locket zwar”
9 Aria (Alto): “Ich will dich nicht hören, ich will dich nicht wissen”
10 Recitative (Alto, Tenor): “Geliebte Tugend, du allein”
11 Aria – Duetto (Alto, Tenor): “Ich bin deine, du bist meine”
12 Recitative (Bass): “Schaut, Götter, dieses ist ein Bild”
13 Chorus: “Lust der Völker, Lust der Deinen”

Anne Grimm soprano (Wollust)
Elisabeth von Magnus alto (Herkules)
Christoph Prégardien tenor (Tugend)
Klaus Mertens bass (Merkur)

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN harpsichord and conductor

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FDPBach

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (9/9)

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (9/9)

51s2PP-lgOLE eis que chegamos ao volume que encerra esta maratona Beethoven com John O’Conor.

O critério para este CD, claro, foi um só: “sobras sortidas”. É a única explicação para justapor a curiosa e incomumente longa Sonata op. 7, de 1796, com a ótima Sonata “quasi una Fantasia” Op. 27 no. 1, injustamente eclipsada por sua irmã famosa de Opus e, acredito, obra superior em termos de arrojo e invenção. No meio delas, a pouco ouvida Sonata Op. 22, altamente estimada por Beethoven e talvez a última de suas obras mais convencionais no gênero.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. IX – JOHN O’CONOR

Sonata no. 4 em Mi bemol maior, Op. 7

01 – Molto allegro e con brio
02 – Largo, con gran espressione
03 – Allegro
04 – Rondo: Poco allegretto e grazioso

Sonata no. 11 em Si bemol maior, Op. 22

05 – Allegro con brio
06 – Adagio con molta espressione
07 – Menuetto
08 – Rondo: Allegretto

Sonata no. 13 em Mi bemol maior, Op. 27 no. 1, “Quasi una Fantasia”

06 – Andante
07 – Allegro molto e vivace
08 – Adagio con espressione
09 – Allegro vivace

John O’Conor, piano

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Vassily Genrikhovich

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Bom disco!

Bem, meus caros. Como vocês sabem, sou filho de Bach. Um filho bastardo. O 21º. Infelizmente, minha mãe me criou sozinha, na maior dificuldade. Não tive uma educação musical como meus irmãos tiveram. Mas gosto de música. Muito. Afinal carrego a carga genética de meu pai. Este é um CD com músicas de meus irmãos. Não os odeio. Fazer o quê? E eles, apesar de não serem tão competentes como papai, eram compositores até que bons.

Vejam bem, aos 22 anos de idade, papai casou-se com uma prima, Maria Barbara Bach. Deste casamento, ele teve 7 filhos, dos quais sobreviveram quatro:  Catharina Dorotheia, Johann Gottfried Bernhard e os compositores Wilhelm Friedmann e Carl Philipp Emanuel. Maria Barbara morreu em maio de 1720. Depois ele conheceu a soprano Ana Magdalena Wilcken e casou-se pela segunda vez em 1721. Teve 13 filhos com ela, dos quais 7 faleceram ainda bebês. Sua casa, ainda acrescida de diversos alunos residentes, era lotada. Como ele arranjava tempo para compor e ainda ter casos extra-conjugais como o que teve com minha amada genitora?

Obras de Câmara dos Filhos de Bach

Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1795)
Quartett Nr. 3 C-Dur Für Flöte, Violine, Viola & B.c. (c.1768) – Quartet No. 3 in C Major For Flute, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christoph Friedrich Bach
1 Allegretto 5:44
2 Scherzo 3:46

Johann Christian Bach (1735-1782)
Quintett F-Dur Op. 11 Nr. 3 Für Flöte, Oboe, Violine, Viola & B.c. (1774) – Quintet In F Major For Flute, Oboe, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christian Bach
3 Andante 5:25
4 Rondo: Allegretto 3:47

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Sinfonia D-Dur H 585 Für 2 Violinen & B.c. (c.1754) – Sinfonia In D Major For 2 Violins & B.c.
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
5 Allegro 3:59
6 Andantino 3:06
7 Tempo Di Minuetto 2:14

Carl Philipp Emanuel Bach
Sonate Für Cembalo Und Violine H-Moll H 512 (1763) – Sonata For Harpsichord And Violin In B Minor
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
8 Allegro Moderato 7:06
9 Poco Andante 5:30
10 Allegretto Siciliano 4:56

Carl Philipp Emanuel Bach
Sonata A-Dur H 570 Für Flöte, Violine & B.c. – Sonata In A Major Fpr Flute, Violin & B.c. (1731 Revidiert / Revised 1747)
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
11 Allegretto 5:55
12 Andante 3:44
13 Vivace 3:08

Johann Christian Bach
Quintett G-Dur Op. 11 Nr. 2 Für Flöte, Oboe, Violine, Viola & B.c. (1774) – Quintet In Gmajor Fpr Flute, Oboe, Violin, Viola & B.c.
Composed By – Johann Christian Bach
14 Allegro 5:30
15 Allegro Assai 2:48

Les Adieux:
Flute [Traversflöte/Transverse Flute] – Wilbert Hazelzet
Fortepiano [Hammerflügel], Harpsichord [Cembalo] – Andreas Staier
Oboe – Hans Peter Westermann*
Violin – Mary Utiger
Violin, Viola – Hajo Bäss*
Violoncello – Christine Kyprianides

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A casa em que J. S. Bach nasceu em Eisenach.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (8/9)

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (8/9)

519ZGuJ2TBLChegamos ao penúltimo CD da série e à colossal, mastodôntica, ___________ [insira aqui seu adjetivo superlativo favorito] Sonata Op. 106, vulgo “Hammerklavier”.

Como a peça dispensa apresentações, vou incorporar o espírito de alguém que nada mais tem a fazer além de chover no molhado. Escolho o de Anton Schindler, o factotum de Beethoven, notório por muito atochar em sua biografia do compositor e adulterar os cadernos de conversação que o Mestre, completamente surdo, usava para se comunicar, e que serviram de base para pesquisas biográficas. Já imbuído do espírito do famoso trouxão, faço aqui algumas perguntas bestas:

– O título “Sonata für das Hammerklavier” (“sonata para o piano de martelos”) explicita o instrumento preferido do compositor numa época em que o pianoforte, o clavicórdio e o cravo eram usados para tocar as sonatas de Beethoven. Se o título também foi usado para a Sonata Op. 101, por que o apelido colou somente na Op. 106?

– Se já na Sonata Op. 90 Beethoven começou a preferir indicar o andamento e as indicações de expressão em seu alemão nativo a fazê-lo no italiano de praxe, por que na mamútica, transcendental “Hammerklavier” ele voltou a recorrer à língua do Petrarca?

– Quando descreveu a fuga final como “a tre voci, con alcune licenze” (“a três vozes, com algumas licenças”), estaria Ludwig imaginando que alguém realmente se importaria com as liberdades que tomou em relação às estritas regras da forma, em vez de se chocar, como até hoje nos chocamos, com esta mais difícil e complexa de todas as fugas para teclado?

– Será possível algum dia escutar alguma interpretação plenamente satisfatória desta obra enorme e horrendamente difícil? E, se ela já existe, qual é? (para mim, a versão de Pollini era a preferida até escutar aquela do MAGO Sokolov, que algum dia postarei aqui)

– Vocês têm interesse de escutar uma versão da “Hammerklavier” para orquestra? Ou vão me crucificar de cabeça para baixo por isso?

Cartas para a redação.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. VIII – JOHN O’CONOR

Sonata no. 27 em Mi maior, Op. 90

01 – Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck [“com vivacidade e ao longo [de todo o movimento] com sentimento e expressão”]
02 – Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen [“não tão rápido e executado de maneira cantável”]

Sonata no. 28 em Lá maior, Op. 101

03 – Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung [“algo vivaz, com o mais profundo sentimento”]
04 – Lebhaft, marschmäßig [“vivo, como marcha”]
05 – Langsam und sehnsuchtsvoll [“lento e saudoso”] – Geschwind, doch nicht zu sehr und mit Entschlossenheit [“rápido, mas não demais, e com muita determinação”]

Sonata no. 29 em Si bemol maior, Op. 106, “Hammerklavier”

06 – Allegro
07 – Scherzo: Assai Vivace
08 – Adagio sostenuto
09 – Largo: allegro risoluto – Fuga a tre voci, con alcune licenze

John O’Conor, piano

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Vassily Genrikhovich

Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano K. 310 ● 330 ● 331 – Paul Badura-Skoda, pianoforte

Mozart (1756-1791): Sonatas para Piano K. 310 ● 330 ● 331  –  Paul Badura-Skoda, pianoforte

Paul Badura-Skoda

 

(6-10-1927  –  25-09-2019)

 

 

 

Os desmentidos sobre as notícias da morte de Paul Badura-Skoda, lamentavelmente, também foram agora desmentidos. Vivemos uma época de tamanha celeridade na divulgação das informações que situações tais como esta que experimentamos dias atrás sobre a morte/não-morte de Badura-Skoda são mais comuns do que seria desejável.

A morte do famoso pianista agora foi noticiada em várias fontes confiáveis ligadas a música, tais como a Gramaphone (Inglaterra), Limelight (Austrália) e France musique (França)

Com esta postagem de Paul Badura-Skoda tocando três lindas sonatas para piano de Mozart, em um piano de época, fazemos uma homenagem a este distintíssimo artista.

Ele foi aluno de Edwin Fischer e ganhou fama internacional ao substituí-lo de última hora no Festival de Salzburg em 1950.

Paul Badura-Skoda além de pianista, também foi regente, musicólogo e pedagogo. Interessava-se por todos os aspectos da vida musical. Fazia parte da Troika Vienense ao lado de Friedrich Gulda e Jörg Demus. Com Jörg Demus formou um duo que deixou inúmeras gravações.

Gravou as integrais das sonatas de Mozart, Beethoven e Schubert em ambos pianos, moderno e de época.

Ele também dedicou-se à música contemporânea como atestam seus trabalhos de edição e gravação de obras do compositor suíço Frank Martin.

Teve alunos que atuam até hoje, como Anne Queffélec e Jean-Marc Luisada.

Ao lado de sua mulher, Eva Badura-Skoda, deixou premiadas contribuições acadêmicas que incluem valiosas edições de obras de Mozart, Beethoven e Schubert.

Em 1993 foi feito Chevalier de la Légion d’honneur e Commandeur des Artes e des Lettres em 1997.

Podemos dizer que viveu uma invejável (no bom sentido) longa e produtiva vida.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Sonata para piano No. 8 em lá menor, K. 310

  1. Allegro maestoso
  2. Andante cantábile com espressione
  3. Presto

Sonata para piano No. 10 em dó maior, K. 330

  1. Allegro moderato
  2. Andante cantabile
  3. Allegretto

Sonata para piano No. 11 em lá maior, K. 331 – “Alla turca”

  1. Andante grazioso (Tema e variações)
  2. Menuetto
  3. Alla turca: Allegretto

Paul Badura-Skoda, pianoforte

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Paul Badura-Skoda (Foto: Irène Zandler)

“Eu sempre busco o que se passa por trás das notas”

P. Badura-Skoda

Vale!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia nº3 in E Flat, op. 55, ‘Eroica’, Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonia nº 8, in B Minor, ‘Inacabada’ – Sir Malcolm Sargent, Royal Philharmonic Orchestra

NOVO LINK!!!

Nos últimos tempos eu estava procurando um boa gravação da Terceira Sinfonia de Beethoven, não sei o motivo, talvez alguma conversa com alguém conhecido, enfim. Aí encontrei em meu acervo esta belíssima gravação do saudoso Sir Malcolm Sargent, maestro inglês que foi muito famoso no seu tempo, então resolvi postá-la.

Os dois registros, tanto o de Beethoven, quanto o de Schubert, foram realizados no começo da década de 60, quando este que vos escreve ainda nem era projeto, nasci alguns anos depois. Mas em ambos os registros podemos ter uma amostra do talento de Sargent, de seu total e completo domínio da orquestra. Na Sinfonia ‘Eroica’, a ‘Marcia Funebre’ é o grande momento de qualquer maestro. Sua capacidade de articulação é fundamental para extrair destas dolorosas notas toda a sua expressividade. O tempo de execução deste movimento aqui é de 17:53, e é bem coerente, não tão longo quanto alguns outros maestros (já vi alguns que chegam ou passam dos 21 minutos na execução, enquanto outros demoram apenas dezesseis minutos, que considero rápido demais). Claro que é uma questão de gosto. Lembro de quando ouvi esta passagem na última versão que Bernstein gravou, com a Filarmônica de Viena. Eu estava em casa, passando um pano nos móveis da sala, era um dia ensolarado, eu deveria ter uns dezesseis ou dezessete anos. Coloquei o LP para tocar, e de repente, tive de sentar, tamanho o impacto que a música que causou. Fiquei sentado, ouvindo. Estava sozinho em casa, creio. Não era uma obra desconhecida para mim, já ouvira outras versões, Karajan, Klemperer ou Jochum, mas com certeza foi o Bernstein quem me derrubou. A partir de então, aquela gravação tornou-se a minha favorita. Ainda tenho o velho LP, está guardado.

A Sinfonia Inacabada foi tema de uma discussão dia destes no grupo do Whattsap do PQPBach. Encontrei na internet uma gravação em que um maestro conclui a obra, baseado em rascunhos dos dois últimos movimentos que o próprio Schubert deixou. A discussão era exatamente sobre a necessidade de sua ‘conclusão’. Consideramos a obra perfeita em seus dois movimentos, ela se completa totalmente. Claro que novamente se trata de questão de gosto, e gosto não se discute, dizem os mais antigos.

Mas vamos ver o que Sir Malcolm Sargent tem a nos dizer. Gostei muito desse CD, que faz parte de uma série de 17 CDs da série ICON, da EMI, grande parte destes CDs são dedicados aos compositores ingleses. Com o tempo, trago outras gravações.

01. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ I. Allegro con brio
02. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ II. Marcia funebre – Adagio assai
03. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ III. Scherzo & Trio – Allergro vivace
04. Symphony No.3 in E flat Op.55 ‘Eroica’ IV. Allegro molto – Poco andante – Presto
05. Symphony No.8 in B minor D759 ‘Unfinished’ I. Allegro moderato
06. Symphony No.8 in B minor D759 ‘Unfinished’ II. Andante con moto

Royal Philharmonic Orchestra
Sir Malcolm Sargent – Conductor

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FDPBach

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (7/9)

51l4YSHtgNLPara a sétima estação da odisseia de John O’Conor com as sonatas de Beethoven, a Telarc resolveu reunir todas as sonatas curtinhas em um só volume.

Essas obras são tão breves que nenhuma delas chega sequer perto de durar tanto quanto o Adagio sostenuto da Sonata “Hammerklavier”, que encontraremos no volume seguinte. Meu xodó entre elas, apesar de seus singelos dois movimentos, é a Sonata Op. 78, cognominada “À Thérèse”, que é das obras-primas mais concisas de Beethoven, na bonita e incomum tonalidade de Fá sustenido maior.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. VII – JOHN O’CONOR

Sonata no. 9 em Mi maior, Op. 14 no. 1

01 – Allegro
02 – Allegretto
03 – Rondo: Allegro comodo

Sonata no. 10 em Sol maior, Op. 14 no. 2

04 – Allegro
05 – Andante
06 – Scherzo: Allegro assai

Sonata no. 19 em Sol menor, Op. 49 no. 1

07 – Andante
08 – Rondo: Allegro

Sonata no. 20 em Sol menor, Op. 49 no. 2

09 – Allegro ma non troppo
10 – Tempo di menueto

Sonata no. 22 em Fá maior, Op. 54

11 – In tempo d’un menuetto
12 – Allegretto

Sonata no. 24 em Fá sustenido maior, Op. 78

13 – Adagio cantabile
14 – Allegro vivace

Sonata no. 25 em Sol maior, Op. 79

15 – Presto alla tedesca
16 – Andante
17 – Vivace

John O’Conor, piano

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Vassily Genrikhovich

Serguei Prokofiev (1891-1953): Integral dos Concertos para Piano – Michel Béroff – Gewandhausorchester, Leipzig – Kurt Masur

Serguei Prokofiev (1891-1953): Integral dos Concertos para Piano – Michel Béroff – Gewandhausorchester, Leipzig – Kurt Masur

 

Prokofiev

Concertos para Piano

O primeiro concerto para piano de Prokofiev que conheci foi o No. 3, numa gravação cujo solista era Vladimir Ashkenazy, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Londres, regida por André Previn. Completava o disco o Concerto No. 3 de Bartók, com Ashkenazy agora acompanhado pela Orquestra Filarmônica de Londres, regida por Georg Solti. Confesso que comprei o disco pela capa: Os Cossacos, de Wassily Kandisky! As duas gravações desse álbum fazem parte das integrais de Concerto para Piano dos dois compositores, gravadas pelo Ashkenazy.

Cossacks 1910-1 – Wassily Kandinsky

Descobri depois, os dois concertos têm em comum apenas a numeração. De qualquer forma, apaixonei-me por eles. Enquanto o concerto de Bartók foi o último a ser composto, deixado quase inacabado, com o compositor pensando em como deixar pão na mesa da esposa, Prokofiev ainda comporia mais dois concertos e, ao compor o terceiro concerto, estava ainda bem no início de sua carreira.

Prokofiev

Mas o compositor desta postagem é o Serge Prokofiev e o seu Concerto No. 3 continua sendo meu preferido, mesmo que o Concerto No. 3 de Bartók tenha o mais sublime de todos os movimentos lentos, um Adagio religioso, baseado no “Heiliger Dankgesang”, terceiro movimento do Quarteto de cordas Op. 132, de Beethoven. Assim, passei a me interessar pela obra para piano e orquestra de Prokofiev. Nesta postagem temos os cinco concertos para piano em uma excelente gravação.

Michel Béroff é o solista, exibindo uma técnica imaculada e um excelente bom gosto nas escolhas feitas em sua interpretação. Mas para que uma integral dos cinco concertos possa ser considerada uma das melhores disponíveis, é preciso contar com a colaboração músical e técnica da orquestra e de sua regência. Pois temos isto de sobra na Orquestra do Gewandhaus de Leipzig com o regente Kurt Masur.

O primeiro concerto foi composto em 1911, quando Prokofiev ainda era estudante. É uma obra impetuosa e brilhante e Prokofiev ganhou o Prêmio Anton Rubinstein, a Batalha dos Pianos, do Conservatório de São Petersburgo, apresentando-se como o solista deste seu concerto em 18 de maio de 1914.

O Concerto No. 2 foi composto em 1912-13, mas sua partitura foi destruída em um incêndio durante a Revolução Russa. Prokofiev reescreveu o concerto em 1923, após haver terminado o terceiro concerto. A orquestração foi tão alterada que ele chegou a dizer que este seria seu ‘quarto’ concerto. Nesta nova forma, o concerto foi estreado em Paris, em 8 de maio de 1924, tendo o compositor como solista e a orquestra sob a regência de Serge Koussevitzky. O concerto começa de mansinho, com o piano surgindo logo no início, após uma curtíssima introdução nas cordas. Mas essa introdução misteriosa leva ao mais longo dos concertos e o que mais demandas faz do solista, que dirá dos ouvintes.

Eu considero o terceiro concerto um dos mais lindos escrito para piano e orquestra no século XX. Acho que o concerto apresenta combinação espetacular de inovação, de técnica, de lindas melodias, tudo na proporção exata, fazendo do concerto uma obra prima. Acho a sua abertura, com seu solo de clarinete, um golpe de gênio, realmente espetacular!

O quarto e o quinto concertos foram compostos no início da década de trinta. O quarto é para mão esquerda e assim como o concerto de Ravel, foi comissionado pelo pianista Paul Wittgenstein, que nunca o tocou, por considerar que nunca o entendera. Paul Wittgenstein perdera o braço direito durante a Primeira Grande Guerra e comissionara concertos para a mão esquerda a diversos compositores. Apesar de ter recusado o concerto, Paul e Prokofiev permaneceram em bons termos. O concerto tem a estrutura de quatro movimentos, com o primeiro e último mais curtos, servindo como moldura para os dois mais longos e contrastantes movimentos centrais: um refletivo andante e um sarcástico movimento central.

O quinto concerto surgiu da vontade de Prokofiev de novamente compor um concerto para piano a duas mãos. Inicialmente planejado para ser uma peça mais simples para piano e orquestra, a medida que a composição prosseguia foi ganhando definitivamente o estatus de concerto e incluído na lista como o quinto. Novamente uma estrutura inovadora, com cinco movimentos. Apenas um movimento mais lento, todos os outros apresentam andamentos mais rápidos e característica virtuosística na escrita para o piano. Como um todo a peça tem um caráter exaltado, terminando a série de maneira vociferante.

Neste álbum, os concertos estão acompanhado de dois simpaticíssimos complementos: Abertura sobre Temas Judaicos e Visões Fugitivas. A primeira peça é escrita para clarinete, quarteto de cordas e piano. Foi comissionada ao compositor em 1918, quando ele estava em Chicago. O pedido veio dos membros de um conjunto de músicos chamado Zimro Ensemble, que também estava por lá.

As Visions fugitives é um conjunto de vinte peças curtas para piano, verdadeiras vinhetas musicais. O título é proveniente de um verso de um poema escrito por Konstantin Balmont logo após uma interpretação das peças pelo compositor, na casa de um amigo em comum.

“Em todas visões fugazes eu vejo mundos

repletos de caprichosos jogos de arcos-iris”

É claro, o poeta escreveu em russo, mas uma amiga fluente em francês presente no momento, batizou a obra – Visions fugitives.

Em fim, considerando separadamente, há versões dos concertos das quais eu nunca me separaria, especialmente os de numeração ímpares. Evgeny Kissin (o jovem, com Abbado) nos concertos 1 e 3, a infadigável Martha Argerich no concerto No. 3, novamente com Abbado, a gravação do Concerto No. 5 com o bruxo Sviatoslav Richter, para não dizer que não dei nomes. De qualquer forma, estas gravações dos cinco concertos, com Beróff e Masur, passam no meu teste supremo para excelentes gravações: se fossem as únicas gravações dessas obras que eu tivesse conhecido, ainda assim me dariam a certeza absoluta de estar diante de obras primas, e são gravações às quais retornarei vez e mais vez, para apreciar e me deleitar.

Sergei Prokofiev (1891-1953)

Disco 1

[1-3] – Concerto para piano No. 1 em ré bemol maior, Op. 10
[4-7] – Concerto para piano No. 2 em sol menor, Op. 16
[8-10] – Concerto para piano No. 3 em dó maior, Op. 26
Michel Béroff, piano
Leipzig Gewandhaus Orchestra
Kurt Masur
Gravação: Versöhnungs-Kirche, Leipzig, 1974

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Disco 2

[1-4] – Concerto para piano (para a mão esquerda) No. 4 em si bemol maior, Op. 53
[5-9] – Concerto para piano No. 5 em sol maior, Op. 55
Michel Béroff, piano
Leipzig Gewandhaus Orchestra
Kurt Masur
Gravação: Versöhnungs-Kirche, Leipzig, 1974
[10] – Abertura sobre temas hebreus, em dó menor, op. 34
Michel Portal, clarinete, Michel Béroff, piano
Parrenin String Quartet
[11-30] – Visions fugitives para piano, Op. 22
Michel Béroff, piano

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Sugestão: Use pause no seu sistema de som, entre os concertos, para dar alguns segundos a mais, na transição de um para outro. Isso seria interessante especialmente na transição do primeiro para o segundo concerto, no primeiro disco do álbum. Veja, apenas uma sugestão!

Estas gravações são de 1974, mas merecem ser divulgadas e apreciadas. Longe de serem da liga jurássica, merecem outra qualificação:

Aproveite!

René Denon

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (6/9)

51Vdjr-N3LLSe a Telarc não começou a série do começo, não poderíamos esperar que ela terminasse pelo fim, não é mesmo? Pois as três últimas sonatas de Beethoven aqui estão, no miolo, o que as tira do contexto como as obras culminantes do compositor para seu instrumento favorito (embora ele ainda viesse a parir as geniais Variações Diabelli). Na minha opinião, não há testamento mais impressionante de uma evolução artística do que comparar as Sonatas op. 2, redondinhas e peroladas, com a concisão visionária da Sonata Op. 111, cuja “Arietta” final inclui um trecho que já foi chamado de “proto-jazz”:

A nós outros, bem, só nos resta dizer “amém”.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. VI – JOHN O’CONOR

Sonata no. 30 em Mi maior, Op. 109

01 – Vivace, ma non troppo – Adagio espressivo
02 – Prestissimo
03 – Tema: Molto cantabile ed espressivo – Variazioni I-VI

Sonata no. 31 em Lá bemol maior, Op. 110

04 – Moderato cantabile molto espressivo
05 – Allegro molto
06 – Adagio ma non troppo – Fuga: Allegro ma non troppo

Sonata no. 32 em Dó menor, Op. 111

07 – Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
08 – Arietta: Adagio molto semplice e cantabile

John O’Conor, piano

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Para variar um pouco, aqui não vai uma foto de John O'Conor, mas sim de Thomas Mann, cujo "Doutor Fausto" inclui um admirável capítulo em que o Prof. Kretschmar discorre, em uma palestra para a população da fictícia Kaisersachern, sobre os motivos que teriam levado Beethoven a não escrever um terceiro movimento para a Sonata Op. 111
Para variar um pouco, aqui não vai uma foto de John O’Conor, mas sim de Thomas Mann, cujo “Doutor Fausto” inclui um maravilhoso capítulo em que o Prof. Kretschmar discorre, em uma palestra para a população da fictícia Kaisersachern, sobre os motivos que teriam levado Beethoven a não escrever um terceiro movimento para a Sonata Op. 111

Vassily Genrikhovich

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Abertura em Ré Maior & Cantata Ino

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Abertura em Ré Maior & Cantata Ino

Este é um disco de 1989, ou seja, da época áurea do Musica Antiqua Köln, de Reinhard Goebel. Ambos os trabalhos são obras-primas. A Cantata Dramática Ino foi composta em 1765, pouco antes da morte do compositor, é para solista soprano e orquestra. O episódio que descreve teria sido familiar a plateia de Hamburgo da época, mas agora não é. O libreto é do poeta-filósofo Karl Wilhelm Ramler e deriva de uma seção das Metamorfoses de Ovídio. Ino é ideal para uma jovem soprano imaginativa à procura de um repertório inusitado. É o caso. Um pouco menos interessante é a Abertura em Ré maior, uma suíte francesa que parece, muitas vezes comicamente, romper com a formalidade da tradição a cada passo.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Abertura em Ré Maior & Cantata Ino

Ouvertüre D-dur In D Major 21:13
1 Ouverture. Maestoso – Allegro – Maestoso 6:17
2 Plainte 6:18
3 Réjouissance. Très Vite 1:30
4 Carillon. Gracieusement 1:37
5 Tintamare. Légèrement 1:09
6 Loure 1:43
7 Menuet I & II 2:38

Ino (Dramatische Kantate) 32:20
8 Recitativo: »Wohin, Wo Soll Ich Hin?« 0:49
9 Aria: »Ungöttliche Saturnia« 5:30
10 Recitativo: »O All Ihr Mächte Des Olympus!« 2:15
11 [Arioso:] »Wo Bin Ich? O Himmel!« 6:26
12 Tanz Der Tritonen 2:24
13 Recitativo: »Ungewohnte Symphonien« 1:09
14 Aria: »Mein Ihr Mich, Ihr Nereiden?« 4:36
15 Recitativo: »Und Nun? Ihr Wendet Euch So Schnell Zurück?« 1:43
16 Aria: »Tönt In Meinen Lobgesang« 7:24

Cello – Karen Kaderavek, Phoebe Carrai
Conductor – Reinhard Goebel
Flute – Jed Wentz, Karl Kaiser
Harpsichord – Bibiane La Pointe*, Thierry Maeder
Horn – Andrew Joy, Charles Putnam
Oboe – Alison Gangler, Michael Niesemann
Orchestra – Musica Antiqua Köln
Soprano Vocals – Barbara Schlick (tracks: 8 to 16)
Viola – Claudia Steeb, Florian Deuter, Raimund Nolte
Violin [1st] – Katharina Wolff, Laura Johnson, Reinhard Goebel
Violin [2nd] – Cynthia Romeo, Florian Geldsetzer, Manfred Kraemer*
Violone – Denton Roberts

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O palhaço com o alaúde, de Frans Hals (1580-1666)

PQP

.:Interlúdio:. Herbie Hancock – New Standards

Renovando um link lá dos primórdios do PQPBach, 2008. Os fãs de Herbie Hancock o conhecem muito bem, quem não conhece, fique a vontade, sinta-se em casa, assim poderão conhecer uma verdadeira lenda do Jazz.

Eis que no último dia do ano resolvi postar um disco de Jazz. Na verdade, serão dois, portanto, acomodem-se, e aqueles que nunca tiveram a oportunidade de ouvir estes dois grandes músicos, eis a grande oportunidade.

Começando pelo começo, temos Herbie Hancock. Já qualifiquei este pianista como genial, e creio que tenha sido sem exageros.  Em ação desde o começo dos anos 60, Hancock é o que podemos chamar de músico completo, já transitou em todos os gêneros, gravou com deus e o diabo na terra do sol, e sem ter medo de errar, cometeu equívocos, mas que não ofuscaram seus grandes momentos que, felizmente, foram em número maior.

Eis o comentário do editorialista do allmusic:

On first glance this record would not seem to have much promise from a jazz standpoint. Herbie Hancock performs a set of tunes which include numbers from the likes of Peter Gabriel, Stevie Wonder, Sade, Paul Simon, Prince, the Beatles (“Norwegian Wood”) and Kurt Cobain. However by adding vamps, reharmonizing the chord structures, sometimes quickly discarding the melodies and utilizing an all-star band, Hancock was able to transform the potentially unrewarding music into creative jazz. Hancock, who sticks to acoustic piano, shows that he is still in prime form, taking quite a few fiery solos. With Michael Brecker on tenor and surprisingly effective soprano, guitarist John Scofield, bassist Dave Holland, drummer Jack DeJohnette and percussionist Don Alias (along with an occasional horn or string section that was dubbed in later), the results are often quite hard-swinging and certainly never predictable. Although it is doubtful that any of these songs will ever become a jazz standard, Herbie Hancock has successfully created a memorable set of “new” music. Well worth investigating.

A lista de convidados é generosa, tendo Michael Brecker, John Scofield, Don Alias, Jack DeJohnette, Dave Holland entre outros, músicos com os quais Hancock já se envolveu em outras gravações, ou seja, todos se conhecem muito bem e sabem do que o outro é capaz.

Em outras palavras, um grande momento do Jazz. Espero que apreciem.

Herbie Hancock – New Standards

1 – New York Minute     (Henley, Kortchmar, Winding)
2 – Mercy Street     Gabriel
3 – Norwegian Wood (This Bird Has Flown) (Lennon, McCartney)
4 – When Can I See You (Edmonds)
5 – You’ve Got It Bad Girl (Wonder, Wright)
6 – Love Is Stronger Than Pride     (Adu,Hale,Matthewman)
7 – Scarborough Fair (Garfunkel, Simon)
8 – Thieves in the Temple (Prince)
9 – All Apologies (Cobain)
10 – Manhattan (Island of Lights and Love) (Hancock)

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (5/9)

513vJOalRFLTocamos o barco, quinto CD da série – e QUE CD, amigos!

Não bastassem as três sonatas do Op. 10, sem dúvidas as primeiras obras de peso de Beethoven no gênero, ainda há a belíssima Op. 26, conhecida e apelidada em função da “Marcia funebre” do terceiro movimento, mas cujo miocárdio se encontra nas belíssimas variações de abertura.

Ah, e a Op. 10 no. 3 me parece a primeira obra-prima de Beethoven no gênero, com um “Largo” maravilhoso. Se lhe tivessem inventado um apelido tão bom quanto a “Patética” Op. 13, talvez ela fosse conhecida como merece.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. V – JOHN O’CONOR

Sonata no. 5 em Dó menor, Op. 10 no. 1

01 – Allegro molto e con brio
02 – Adagio molto
03 – Finale: prestissimo

Sonata no. 6 em Fá maior, Op. 10 no. 2

04 – Allegro
05 – Allegretto
06 – Presto

Sonata no. 7 em Ré maior, Op. 10 no. 3

07 – Presto
08 – Largo e mesto
09 – Menuetto: Allegro
10 – Rondo: Allegro

Sonata no. 12 em Lá bemol maior, Op. 26, “Marcha Fúnebre”

11 – Andante con variazioni
12 – Scherzo: Allegro molto
13 – Maestoso andante: Marcia Funebre sulla morte d’un eroe
14 – Allegro

John O’Conor, piano

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Vassily Genrikhovich

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5 & Suíte Cita

Serguei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5 & Suíte Cita

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Sinfonia Nº 5 de Prokofiev simplesmente não tem pontos fracos. É linda de cabo a rabo. Das sete sinfonias que escreveu, a Primeira e a Quinta são as mais populares em seu país e no estrangeiro. A Quinta, composta em 1944, foi estreada em Moscou a 13 de janeiro de 1945, sob a regência do próprio compositor. O compositor parecia olhar para o passado e para tudo o que acontecera. Prokofiev retornara ao momento anterior do exílio de dezessete anos e revivera seu passado como artista e como homem. Mesmo tolhido artisticamente, viu que era preciso voltar à música de sua Rússia. A Quinta Sinfonia foi escrita quinze anos após a Quarta e dez anos após o reingresso de Prokofiev na URSS. Nesse hiato, o compositor viu seu estilo de composição sofrer uma transformação considerável. Aqui, ele volta a buscar inspiração na força melódica autêntica do seu país: “o ar forasteiro não combina com a minha inspiração, porque eu sou russo e a coisa pior para um homem como eu é viver no exílio. Devo voltar. Devo ouvir ressoar em meus ouvidos a língua russa, devo falar com as pessoas, a fim de que possa restituir-me o que me falta: os seus cantos, os meus cantos.”

Sobre a Quinta Sinfonia, ele disse: “esta música amadureceu dentro de mim, encheu minha alma” […] “não posso dizer que escolhi estes temas, eles nascem em mim e devem se expressar”. A volta ao país natal se desdobrou no retorno às raízes musicais de sua juventude, na qual demonstrara amar profundamente a música de Haydn. A simplicidade e inocência das composições de Haydn eram vistas por Prokofiev como exemplo de clareza e sofisticação. O regresso à natureza neoclássica da Primeira Sinfonia deveu-se mais ao renascimento em si do espírito haydniano que propriamente pela censura impingida à sua música pelo Comitê Central do Partido Comunista. Ao compor nos moldes do “realismo socialista”, Prokofiev inaugurou uma fase chamada por ele de “nova simplicidade”.

Nas palavras do compositor: uma “linguagem musical que possa ser compreendida e amada por meu povo”. Simples, sem ser simplista, ele fez sua música retornar ao predomínio do elemento melódico, à transparência na orquestração e à nitidez da forma, de acordo com as normas clássicas. Se os movimentos lentos I e III – Andante e Adagio – se vestem de uma ternura elegíaca e de introspecção, os allegros II e IV, um scherzo e um finale refletem o puro humor advindo de Haydn. Desse contraste, sem dores nem tristezas, nasceu uma das obras mais célebres da música soviética, definida pelo compositor como o “canto ao homem livre e feliz, à sua força, à sua generosidade e à pureza de sua alma”.

A Suíte Cita fala de Alá e Lolli. Trata-se de uma história do antigo povo cita, popularmente associado, na Rússia da época, à selvageria e à violência. É essa associação que Prokofiev explora musicalmente em seu balé através da acumulação de dissonâncias, do uso insistente de ostinato e do recurso a longas passagens em fortíssimo, intensificadas pela grandiosidade da orquestração.

Fonte: aqui.

Symphony No. 5 in B flat major, Op 100 (1944) (44:24)
1 I. Andante 13:56
2 II. Allegro marcato 8:46
3 III. Adagio 12:44
4 IV. Allegro giocoso 9:08

Scythian Suite from Ala and Lolly, Op. 20 (1916) (22:59)
5 I. Adoration of Veless and Ala. Allegro feroce 7:02
6 II. The Enemy of God and the Dance of the Spirits. Allegro sostenuto 3:14
7 III. Night. Andantino 6:43
8 IV. Lolly’s Departure and the Sun’s Procession. Tempestoso 6:00

Deutsches Symphonie-Orchester Berlin
Tugan Sokhiev

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Prokofiev na cama com o compositor Nicolas Nabokov. Não, nada de sexo, just friends.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (4/9)

516E1xAO8ILNo quarto CD da série, volta-se para onde se começa: lá do começo.

As três sonatas do Op. 2, são obras em estrita sonata-forma, nos quatro movimentos protocolares, com um minueto/scherzo como terceiro movimento, etc. Não é à toa que foram dedicadas a Haydn, o mais famoso compositor da época, e que fora, brevemente, professor de Beethoven. São tão bem-acabadas que até mesmo o pancadinha Glenn Gould, notório sabotador das obras de Lud Van (quem escutou sua “Appassionata” sabe do que estou falando), declarou sua admiração por elas e fez gravações razoavelmente atentas à partitura e reverentes às intenções do compositor. Creio que elas se prestem muito bem ao estilo limpo de O’Conor, que não exagera nos contrastes dinâmicos, nem procura oportunidades de bravado onde elas pouco existem.

Em outras palavras: a turma do Lang Lang vai odiar.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. IV – JOHN O’CONOR

Sonata no. 1 em Fá menor, Op. 2 no. 1

01 – Allegro
02 – Adagio
03 – Menuetto: Allegretto – Trio
04 – Prestissimo

Sonata no. 2 em Lá maior, Op. 2 no. 2

05 – Allegro vivace
06 – Largo appassionato
07 – Scherzo: Allegretto
08 – Rondo: Grazioso

Sonata no. 3 em Dó maior, Op. 2 no. 3

09 – Allegro con brio
10 – Adagio
11 – Scherzo: Allegro
12 – Allegro assai

John O’Conor, piano

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Vassily Genrikhovich

Leonid Kogan (1924-1983) – Artist Profile

Troquei o servidor para o Google Drive. Creio que agora o pessoal vai poder baixar os arquivos sem maiores problemas.

Ah, os russos… Que podemos dizer deles quando o assunto são os grandes violinistas do passado? David Oistrakh e Leonid Kogan entre outros, eram músicos excepcionais, acima da condição normal de um ser humano, eram seres iluminados, abençoados com um dom único, o de extrair de uma caixinha de madeira com quatro cordas toda a emoção que pudesse ser exposta. Não bastava o que estava no papel, havia de se ler o que estava nas entrelinhas, subentendido.
Leonid Kogan nasceu em 1924 e faleceu em 1983, em uma estação de trem, onde ia embarcar para mais uma apresentação. Foi casado com uma irmã do grande pianista Emil Gilels, que também era violinista, e pai de outro violinista. Leonid Kogan foi um gigante absoluto do instrumento, e neste CD toca cinco peças básicas do repertório do instrumento. Senti falta do Concerto de Mendelssohn, mas tudo bem. Kogan só foi apresentado ao Ocidente em 1958, tocando exatamente o Concerto de Brahms, e fez um sucesso estrondoso.
Kogan não foi tão prolífico em termos de gravação quanto seu amigo mais velho, David Oistrakh. Mas o que gravou foi o suficiente para demonstrar todo o seu imenso talento.
A gravadora EMI contratou para essas gravações dois grandes maestros russos para acompanhar  o músico: Kiril Kondrashin e Constantin Silvestri, ou seja, nada pode dar errado quando temos estes nomes envolvidos.
Espero que apreciem, fã que sou da escola russa de violino, sei que os senhores também irão gostar.

CD 1

01. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – I. Allegro non troppo
02. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – II. Adagio
03. Brahms Violin Concerto in D, Op.77 – III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
04. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – I. Allegro non troppo
05. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – II. Scherzando (Allegro molto)
06. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – III. Intermezzo ( Allegro non troppo)
07. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – IV. Andante
08. Lalo Symphonie espagnole, Op.21 – V. Rondo (Allegro)
09. Tchaikovsky Serenade melancholique, Op.26

Leonid Kogan – Violin
Philharmonia Orchestra
Kiril Kondrashin – Conductor

CD 2

01. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – I. Allegro ma non troppo
02. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – II. Laghetto
03. Beethoven Violin Concerto in D major, op.61 – III. Rondo Allegro
04. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – I. Allegro moderato
05. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – II. Canzonetta Andante
06. Tchaikovsky Violin Concerto in D major, op.35 – III. Finale Allegro vivace

Leonid Kogan – Violin
Orchestre de la Societé des Concerts du Conservatoire
Constantin Silvestri – Conductor

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G. F. Händel (1685-1759): Concerti Grossi, Op. 6, Vol. 3

G. F. Händel (1685-1759): Concerti Grossi, Op. 6, Vol. 3

Já postamos estes concertos diversas vezes. Eles são mesmo ótimos e estão presentes nos repertórios dos melhores grupos barrocos, mas não creio que alguém roubaria ou mataria por eles. Os 12 Concerti Grossi, Op. 6, ou Doze Grandes Concertos, HWV 319-330, são concertos escritos por Händel para um trio de concertinos de dois violinos e um violoncelo, orquestra de cordas e cravo contínuo. Foram publicados pela primeira vez em Londres no ano de 1739. Tendo como modelo os antigos concerti da chiesa e concerti da câmera de Arcangelo Corelli, e não os concertos venezianos de três movimentos de Vivaldi, eles foram escritos, pasmem, para serem tocados durante os intervalos das apresentações dos oratórios e odes de Handel. Apesar do modelo convencional, Handel incorporou nos movimentos toda a gama dos seus estilos composicionais, incluindo trio sonatas, árias, aberturas francesas, sinfonias italianas, fugas, temas, variações e uma variedade de danças. Os concertos foram em grande parte compostos de material novo: eles estão entre os melhores exemplos no gênero de concerto grosso barroco.

G. F. Händel (1685-1759): Concerti Grosso, Op. 6, Vol. 3

Concerto Grosso, Op. 6 No. 10
1 Ouverture – Allegro 1:46
2 Allegro 2:09
3 Air: Lentement 3:09
4 Allegro 2:27
5 Allegro 2:53
6 Allegro Moderato 1:42

Concerto Grosso, Op. 6 No. 11
7 Andante Larghetto E Staccato 4:43
8 Allegro 1:47
9 Largo E Staccato 0:32
10 Andante 4:20
11 Allegro 5:54

Concerto Grosso, Op. 6 No. 12
12 Largo 2:02
13 Allegro 2:58
14 Aria: Larghetto E Piano 4:10
15 Largo 0:52
16 Allegro 1:57

Concerto Grosso “Alexander’s Feast”
17 Allegro 3:34
18 Largo 1:48
19 Allegro 3:19
20 Andante, Non Presto 3:53

Collegium Musicum 90
Simon Standage

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Olha o Händel chegando aí, gente!

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (3/9)

51glGJs6IrLMais Beethoven, mais O’Conor, mais sonatas com apelidos, e poucos deles me parecem mais incompreensíveis do que “A Caça” para a Op. 31 no. 3, que é notável pelo fato de não ter movimentos lentos. A primeira do Op. 31, que abre este disco, é das minhas preferidas: composta em 1801, em meio a uma guirlanda de obras-primas, mostra com todas as garrinhas o Beethoven ácido e inventivo das décadas seguintes. Da “Pastoral”, em Ré maior, nada se precisa dizer, até porque eu já escrevi “obra-prima” logo acima, e não pretendo ser repetitivo.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. III – JOHN O’CONOR

Sonata no. 15 em Ré maior, Op. 28, “Pastoral”

01 – Allegro
02 – Andante
03 – Scherzo: Allegro vivace
04 – Rondo: Allegro ma non troppo

Sonata no. 16 em Sol maior, Op. 31 no. 1

05 – Allegro vivace
06 – Adagio grazioso
07 – Rondo: Allegretto

Sonata no. 18 em Mi bemol maior, Op. 31 no. 3, “A Caça”

08 – Allegro
09 – Scherzo: Allegretto vivace
10 – Menuetto: Moderato e grazioso
11 – Presto con fuoco

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Vassily Genrikhovich

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Complete Cantatas – Vol. 4 de 22 – Ton Koopman, Amsterdam Baroque Orchestra & Choir, etc.

Problemas alheios à nossa vontade me fizeram trocar de servidor de armazenamento de meus arquivos (sim, mais uma vez o MEGA está fora do ar, aparentemente ação de hackers). E mais uma vez, estou trocando de servidor, desta vez estou migrando para o Zippyshare, que, segundo a propaganda, é gratuito e não tem limite de espaço. Aguardo a opinião dos senhores. Não sei se o MEGA vai voltar, e não, se não voltar, lamento, mas não tenho como subir novamente todo o meu acervo armazenado lá, sei lá quanto é.
O Quarto Volume da integral das Cantatas de Bach nas mãos de Ton Koopman está, como não poderia deixar de ser, impecável. Aqui teremos as magníficas Cantatas Seculares e foram compostas durante o período em Leipzig. Abaixo, um trecho do booklet explica :

“The fourth volume of the complete recordings of Bach’s cantatas is devoted exclusively to secular cantatas of the Leipzig period essentially from the years 1726-1734. Actually the term “secular cantata” is completely foreign to Johann Sebastian Bach and his time. It first became established in the latter half of the 19th century and paved the way for an almost fatal polarisation in the evaluation of Bach’s secular and religious vocal music, of which the effects are evident to this day, in both research and performance. In fact it is quite artificial to oppose sacred cantatas against secular. The first genre to emerge was the secular cantata, for the Italian term “cantata” was first used in the 17th century to designate the musical setting of a secular text, and it was not until 1700 in Protestant Germany that it was used to describe sacred music, when Erdmann Neumeister published his librettos Geistliche Cantatevi statt einer Kirchen-Musik in Weissenfeis, with far-reaching influence.”

Com exceção do Baixo Klaus Mertens e do tenor Paul Agnew, sempre presentes em outros volumes da coleção, Koopman troca aqui todos os outros cantores. A listagem está abaixo. Espero que apreciem esta postagem, sempre feita a toque de caixa, em virtude da total falta de tempo, e deste contratempo relatado acima, relativo ao servidor.

P.S. 1 – Depois de muitas reclamações, resolvi trocar de servidor de armazenamento. Agora estou usando o Google Drive, com o qual não creio que vá ter maiores problemas.

CD 1

“Laß Fürstin, laß noch einen Strahl” BWV 198

1 Chorus: “Laß Fürstin, laß noch einen Strahl”
2 Recitative (Soprano): “Dein Sachsen, dein bestürztes Meissen”
3 Aria (Soprano): “Verstummt, verstummt, ihr holden Saiten!”
4 Recitative (Alto): “Der Glocken bebendes Getön”
5 Aria (Alto): “Wie starb die Heldin so vergnügt!”
6 Recitative (Tenor): “Ihr Leben ließ die Kunst zu sterben”
7 Chorus: “An dir, du Fürbild grosser Frauen”
8 Aria (Tenor): “Der Ewigkeit saphirnes Haus”
9 Recitative (Bass): “Was Wunder ist’s?”
10 Chorus: “Doch, Königin! du stirbest nicht”

Lisa Larsson soprano
Elisabeth von Magnus alto
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass

“Preise dein Glücke gesegnetes Sachsen” BWV 215

11 Chorus: “Preise dein Glücke, gesegnetes Sachsen”
12 Recitative (Tenor): “Wie können wir, großmächtigster August”
13 Aria (Tenor): “Freilich trotzt August’ Name”
14 Recitative (Bass): “Was hast dich sonst, Sarmatien, bewogen”
15 Aria (Bass): “Rase nur, verwegner Schwärm”
16 Recitative (Soprano): “Ja, ja! Gott ist uns noch mit seiner Hülfe nah”
17 Aria (Soprano): “Durch die von Eifer entflammeten Waffen”
18 Recitative and arioso (Tenor, Bass, Soprano): “Laß doch, o teurer Landesvater, zu”
19 Chorus: “Stifter der Reiche, Beherrscher der Kronen”

Eis Bongers soprano
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass

CD 2

“Schweigt stille plaudert nicht” BWV 211 “Schweigt stille plaudert nicht” BWV 211

1 Recitative (Tenor): “Schweigt stille, plaudert nicht”
2 Aria (Bass): “Hat man nicht mit seinen Kindern”
3 Recitative (Soprano, Bass): “Du böses Kind, du loses Mädchen”
4 Aria (Soprano): “Ei! wie schmeckt der Coffee süße”
5 Recitative (Soprano, Bass): “Wenn du mir nicht den Coffee läßt”
6 Aria (Bass): “Mädchen, die von harten Sinnen”
7 Recitative (Soprano, Bass): “Nun folge, was dein Vater spricht”
8 Aria (Soprano): “Heute noch, lieber Vater tut es doch”
9 Recitative (Tenor): “Nun geht und sucht der alte Schlendrian”
10 Chorus (Soprano, Tenor, Bass): “Die Katze läßt das Mausen nicht”

Anne Grimm soprano (Liesgen)
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass (Herr Schlendrian)

“Tönet, ihr Pauken! Erschallet, Trompeten!” BWV 214

11 Chorus: “Tönet, ihr Pauken! Erschallet, Trompeten!”
12 Recitative (Tenor): “Heut ist der Tag, wo jeder sich erfreuen mag”
13 Aria (Soprano): “Blast die wohlgegriffnen Flöten”
14 Recitative (Soprano): “Mein knallendes Metall”
15 Aria (Alto): “Fromme Musen! meine Glieder!”
16 Recitative (Alto): “Unsre Königin im Lande”
17 Aria (Bass): Kron und Preis gekrönter Damen”
18 Recitative (Bass): “So dringe in das weite Erdenrund”
19 Chorus: “Blühet, ihr Linden in Sachsen, wie Zedern!”

Eis Bongers soprano
Elisabeth Von Magnus alto
Paul Agnew tenor
Klaus Mertens bass

“Non sa che sia dolore” BWV 209

20 Sinfonia
21 Recitative: “Non sa che sia dolore”
22 Aria: “Parti pur, e con dolore” 8’31
23 Recitative: “Tuo saver al tempo e l’età contrasta”
24 Aria: “Ricetti gramezza e pavento”

Lisa Larsson, soprano

CD 3

“Ich bin in mir vergnügt” BWV 204

1 Recitative: “Ich bin in mir vergnügt”
2 Aria: “Ruhig und in sich zufrieden”
3 Recitative: “Ihr Seelen, die ihr außer euch”
4 Aria: “Die Schätzbarkeit der weiten Erden”
5 Recitative: “Schwer ist es zwar, viel Eitles zu besitzen”
6 Aria: “Meine Seele sei vergnügt”
7 Recitative and arioso: “Ein edler Mensch ist Perlenmuscheln gleich”
8 Aria: “Himmlische Vergnügsamkeit”

Lisa Larsson, soprano

“Geschwinde, ihr wirbelnden Winde” BWV 201

9 Chorus: “Geschwinde, geschwinde ihr wirbelnden Winde”
10 Recitative (Soprano, Bass I & II): “Und du bist doch so unverschämt und frei”
11 Aria (Soprano): “Patron, das macht der Wind”
12 Recitative (Alto, Bass I & II): “Was braucht ihr euch zu zanken?”
13 Aria (Bass 1): “Mit Verlangen”
14 Recitative (Soprano, Bass II): “Pan, rükke deine Kehle nun”
15 Aria (Bass II): “Zu Tanze, zu Sprunge, so wakkelt das Herz”
17 Aria (Tenor): “Phoebus, deine Melodei”
18 Recitative (Bass II, Tenor II): “Komm, Midas, sage du nun an”
19 Aria (Tenor): “Pan ist Meister, laßt ihn gehn!”
20 Recitative (Soprano, Alto, Tenor I & II, Bass I & II): “Wie, Midas, bist du toll?”
21 Aria (Alto): “Aufgeblasne Hitze, aber wenig Grütze”
22 Recitative (Soprano): “Du guter Midas, geh nun hin”
23 Chorus: “Lobt das Herz, ihr holden Saiten”

Caroline Stani soprano (Momus)
Peter de Groot alto (Mercurius)
Paul Agnew tenori (Tmolus)
Jeremy Ovenden tenor II (Midas)
Klaus Mertens bass I (Phoebus)
Donald Bentvelsen bass II (Pan)

THE AMSTERDAM BAROQUE ORCHESTRA & CHOIR
TON KOOPMAN

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J. S. Bach (1685-1750): Concerto para Oboé / Cantata BWV 202 & G. F. Händel (1685-1759): Concerto Nº 1 para Harpa / Cantata Tra Le Fiamme, HWV 170

J. S. Bach (1685-1750): Concerto para Oboé / Cantata BWV 202 & G. F. Händel (1685-1759): Concerto Nº 1 para Harpa / Cantata Tra Le Fiamme, HWV 170

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um grande disco, magnificamente interpretado! O Concerto de Bach para Oboé é maravilhoso, mas logo depois temos a Cantata do Casamento, BWV 202. Esta Cantata é linda. A primeira ária me mói o coração. Tudo, a lentidão inicial, os passos, a seção rápida, o retorno. Que ária! E que lindo trabalho fazem todos aqui.

Esta primeira ária, “Weichet nur, betrübte Schatten” (Dissipai, sombras problemáticas), é acompanhada por todos os instrumentos. As cordas reproduzem um motivo repetitivo ilustrando o desaparecimento do inverno, enquanto o oboé conduz com uma linda melodia até a entrada da voz, depois tocando em dueto com ela. A seção de abertura é marcada como Adagio, enquanto a seção intermediária, sobre os prazeres da primavera, é marcada como Andante. É a mudança da sombra para a luz do sol, do frio do inverno para as flores da primavera.

A BWV 202 sobreviveu através de apenas uma cópia da década de 1730. Ela apresenta um estilo usado por Bach apenas até por volta de 1714. O lento-rápido-lento da primeira ária, por exemplo, foi raramente utilizado por Bach depois de 1714. Também o jogo entre a voz e o oboé obbligato do sétimo movimento é da mesma época. Mas os biógrafos pensam que esta Cantata é do tempo de Köthen e a ocasião a um casamento, possivelmente o próprio casamento de Bach com Anna Magdalena em dezembro de 1721. O libretista não é conhecido.

O texto relaciona o início do amor à chegada da primavera após o inverno. O cupido procura por um casal. Ele os encontra. Há o desejo de sorte. O tom é bem humorado e brincalhão, o que sugere um casamento civil.

O restante do CD também é de primeira linha.

J. S. Bach (1685-1750): Concerto para Oboé / Cantata BWV 202 & G. F. Händel (1685-1759): Concerto Nº 1 para Harpa / Cantata Tra Le Fiamme, HWV 170

1 Concerto en la Majeur, BWV 1005A: I. Allegro 4:26
2 Concerto en la Majeur, BWV 1005A: II. Larghetto 5:10
3 Concerto en la Majeur, BWV 1005A: III. Allegro Ma Non Troppo 4:28
Patrick Beaugiraud
Ricercar Consort
Philippe Pierlot

4 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Weichet Nur, Betrübte Schatten 6:18
5 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Récitatif – Die Welt Wird Wieder Neu 0:27
6 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Phoebus Eilt 2:55
7 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Drum Sucht Auch Amor 0:41
8 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Récitatif – Wenn Die Frühlingslüfte Streichen 2:29
9 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Récitatif – Und Dieses Ist Das Glücke 0:49
10 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Aria – Sich Üben Im Lieben 4:17
11 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: So Sei Das Brand Der Keuschen Liebe 0:22
12 “Weichet Nur, Betrübte Schatten”, BWV 202: Gavotte – Sehet In Zufriedenheit 1:35
Nuria Rial
Patrick Beaugiraud
Philippe Pierlot
Ricercar Consort

13 Concerto Pour Harpe No. 1 en Si Majeur, Op. 4 No. 6: I. Andante Allegro 6:00
14 Concerto Pour Harpe No. 1 en Si Majeur, Op. 4 No. 6: II. Larghetto 3:48
15 Concerto Pour Harpe No. 1 en Si Majeur, Op. 4 No. 6: III. Allegro Moderato 2:34
Giovanna Pessi
Ricercar Consort
Philippe Pierlot

16 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Tra Le Fiamme Tu Scherzi Per Gioco 5:28
17 Tra Le Fiamme, HWV 170: Recitativo – Dedalo Già Le Fortunate Penne 0:49
18 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Pien Di Nuovo e Bel Diletto 4:39
19 Tra Le Fiamme, HWV 170: Recitativo – Si, Pur Troppo e Vero 0:14
20 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Voli Per L’aria Chi Puo Volare 2:56
21 Tra Le Fiamme, HWV 170: Recitativo – L’uomo Che Macque Per Salire Al Cielo 0:21
22 Tra Le Fiamme, HWV 170: Aria – Tra Le Fiamme Tu Scherzi Per Gioco 2:30
Nuria Rial
Philippe Pierlot
Ricercar Consort

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Handel é muito bom, mas Bach…

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 32 Sonatas para piano – John O’Conor (2/9)

51riUzX98dLProsseguindo a série da integral das Sonatas para piano de Lud Van com John O’Conor, alcanço-lhes o segundo tomo.

Se aqui o critério da gravadora parece ter sido outra vez selecionar sonatas com apelidos célebres, este recital resulta mais equilibrado, por conta das obras melhor buriladas. Se o movimento inicial da “Waldstein” pode soar como o desfraldar de cortinas, o “Wiedersehen” de “Les Adieux” fecha-as deixando tudo redondinho.

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)

SONATAS PARA PIANO, VOL. II – JOHN O’CONOR

Sonata no. 21 em Dó maior, Op. 53, “Waldstein”

01 – Allegro con brio
02 – Introduzione: Adagio molto
03 – Rondo: Allegretto moderato

Sonata no. 17 em Ré menor, Op. 31 no. 2, “Tempestade”

04 – Largo – Allegro
05 – Adagio
06 – Allegretto

Sonata no. 26 em Mi bemol maior, Op. 81a, “Les Adieux/Lebewohl”

07 – Das Lebewohl (Les Adieux): Adagio – Allegro
08 – Abwesenheit (L’Absence): Andaste espressivo
09 – Das Wiedersehen (Le Retour): Vivacissimamente

John O’Conor, piano

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Vassily Genrikhovich

W. A. Mozart (1756-1791) – Concertos para Piano Nº 15, 16, 17 e 18 (Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

É impressionante pensar que em um ano, Mozart compôs seis concertos e, mais ainda, se pensarmos que não havia uma receita de bolo a seguir: foram concertos inovadores em comparação com os anteriores. Como estamos indo de trás pra frente, hoje o dia é do 15º ao 18º, todos compostos em 1784.

O Concerto nº 15 já começa quebrando paradigmas, com o oboé e o fagote tocando sozinhos, para só no terceiro compasso os violinos e violas entrarem. As partes das madeiras nos concertos de Mozart, a partir deste 15º, ganham independência em relação às cordas. É um concerto com uma atmosfera bucólica, pastoral, um pouco como um dos quadros de Watteau (1684-1721),  pintor francês que representa como poucos o Antigo Regime naquelas cenas campestres onde os aristocratas se divertiam sem se preocupar com o dia de amanhã. As paisagens campestres bucólicas de Watteau são palco de festas e encontros, formando retratos vivos de uma época considerada decadente mas extremamente elegante e requintada.

A flauta em “Accord Parfait” de Watteau

O Concerto 17 é outro que também combina com essa elegância bucólica do mundo pré-Revolução. Flauta, oboé e fagote fazem uma entrada surpresa no 4º compasso, algo que seria impensável nos concertos de juventude de Mozart. Como escreveu Aaron Copland, o oboé tem um som algo pastoral, enquanto o fagote, nos seus registros mais graves, é capaz de um staccato bem-humorado, que tem um efeito quase cômico.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Concerto para piano e orquestra n. 15 em Si Bemol Maior, KV. 450
1. Allegro
2. Andante
3. Allegro

Concerto para piano e orquestra n. 16 em Ré Maior, KV. 451
1. Allegro
2. Andante
3. Allegro di Molto

Concerto para piano e orquestra n. 17 em Sol Maior, KV. 453
1. Allegro
2. Andante
3. Allegretto – Finale (presto)

Concerto para piano e orquestra n. 18 em Si Bemol maior, KV. 456
1. Allegro Vivace
2. Andante un poco sustenuto
3. Allegro Vivace

Academy of St. Martin in the Fields
Alfred Brendel, Piano
Sir Neville Marriner, regência

BAIXE AQUI (DOWNLOAD)

Baixe aqui o 1º mov. do Concerto 15, que faltou no link que estava até dia 24/9.

Pleyel

W. A. Mozart (1756-1791) – Concertos para Piano Nº 19, 20 e 21(Brendel/Marriner/St Martin in the Fields)

Imaginem só a cena: 1790, coroação de Leopoldo II como imperador do Sacro-Império Germânico, toda a pompa e circunstância na frente de incontáveis príncipes, duques e similares daquelas dezenas de reinos que formariam a Alemanha, todos querendo se impor para evitar o destino de Luís XVI, que ainda não tinha perdido a cabeça mas estava quase lá. Agora imaginem se a orquestra começasse a tocar a introdução densa, sombria e misteriosa do Concerto nº 20. Seria desastre garantido. Se introduzisse o sério tema do Concerto nº 21, apesar da indicação allegro maestoso, também não sei se os duques e os cardeais iriam aprovar.

O Concerto nº 19, que o acadêmico inglês A. Hutchings descreve como “atlético, combinando graça e vigor”, também é considerado o “outro” concerto da coroação, pois foi tocado por Wolfgang, junto com o nº 26, na coroação de Leopoldo II como imperador do Sacro-Império Germânico em 1790. O 20 e o 21, que o acompanham aqui, são bem diferentes e dificilmente seriam convenientes para aquela ocasião majestosa enquanto a Revolução Francesa espreitava. O Concerto nº 19 foi escrito em dezembro de 1784 e os dois seguintes, em fevereiro e março de 1785 (!).Essa sequência impressionante de concertos acompanha o período provavelmente de maior sucesso de Mozart com o público vienense.

Após as muitas viagens que Mozart fez quando criança, é quase certo que uma das razões para sua permanência em Viena a partir de 1781 foi a grande liberdade de opinião que vigorava naquela cidade. Segundo o padre que foi seu professor de direito, José II era um estudante “interessado pelas ideias novas, pelos ‘direitos humanos’ e pelo bem-estar do povo”.

Muito diferente era a situação em outros reinos: na França, por exemplo, quase todas as obras de Voltaire (1694-1778) eram proibidas, sendo publicadas na Holanda ou na Suíça e depois entrando clandestinamente em território francês.

A muitas e muitas léguas, no Brasil, a impressão de qualquer obra era quase impossível, por causa da necessidade das licenças da Inquisição e do Conselho Ultramarino em Portugal. É bom lembrar que só em 1821 se dá a extinção formal da inquisição em Portugal e no Brasil.

Após a Revolução Francesa, a liberdade geral que se vivia em Viena foi pro brejo. Nesses períodos de inquietude, os artistas são os primeiros a terem suas asinhas cortadas. Haydn, por exemplo, teve de ir pra Londres para continuar compondo suas obras orquestrais, mas lá também teve um contratempo: sua ópera L’anima del filosofo, ossia Orfeo ed Euridice (A Alma do Filósofo, ou Orfeu e Eurídice) não teve a licença do rei e só foi estreada muitos anos depois, quanto Haydn já tinha morrido.

Mas voltemos a Mozart. Nessa época, então, ele vivia o auge do seu sucesso de público e crítica: amigo de Haydn, que o respeitava enormemente, brilhando nos palcos de Viena, o que mais ele poderia querer? Talvez inventar um novo tipo de concerto para piano, após os seus dezenove anteriores, todos em tons maiores?

Isso ele fez com o Concerto nº 20, em ré menor. Na mesma tonalidade da famosa ária da Rainha da Noite, o concerto já começa com um clima misterioso e noturno que dura até o final. A popularidade deste concerto pode ser julgada pela lista de compositores que escreveram cadências para ele, provavelmente ao interpretá-lo eles mesmos ao piano:

  • Ludwig van Beethoven (1770-1827), que chegou a Viena Em 1792, já com 21 anos de idade, mudou-se definitivamente para Viena em 1792 (apenas um ano após a morte, na cidade, de Mozart),
  • Johann Nepomuk Hummel (1778-1837), que também era criança-prodígio, foi aluno de Mozart por dois anos e publicou um dos principais tratados sobre o pianoforte em 1828,
  • Franz Xaver Mozart (1791-1844), filho de Wolfgang,
  • Clara Schumann (1819-1896) e Johannes Brahms (1833-1897), que dispensam apresentações.

Será que os célebres concertos românticos em tons menores, como o de Schumann, os dois de Chopin e o de Grieg, existiriam sem o ré menor de Mozart?

O Concerto nº 21, em dó maior, é menos inovador mas também muito popular, especialmente o movimento lento.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Concerto para piano e orquestra n. 19 em Fá maior, KV. 459
1. Allegro vivace
2. Allegretto
3. Allegro assai

Concerto para piano e orquestra n. 20 em Ré Menor, KV. 466
1. Allegro
2. Romance
3. Rondo (Allegro Assai)

Concerto para piano e orquestra n. 21 em Dó maior, KV. 467
1. Allegro maestoso
2. Andante
3. Allegro vivace assai

Academy of St. Martin in the Fields
Alfred Brendel, Piano
Sir Neville Marriner, regência

BAIXE AQUI (DOWNLOAD)

PS: link novo no Mediafire. O Mega.nz está fora do ar no Brasil.

Pleyel