Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3, Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2, Piano Trio No.10 In E Flat Major, Op.44

Mais um CD da integral de Trios para Piano de Beethoven. Estou postando um cd de cada para os senhores não ficarem tão sobrecarregados com material baixado daqui do blog, ou de outros, e portanto, terem tempo de degustarem esta obra. Por exemplo, neste momento em que escrevo esta postagem, estou ouvindo um Berlioz que baixei ano passado e que até agora não tinha conseguido ouvir.

Mas voltemos a Beethoven,e citemos novamente Maynard Solomon com uma deliciosa crônica sobre determinado fato ocorrido na época da composição dos Trios op. 70:

“No outono de 1808, Beethoven foi residir com sua amiga a condessa Marie Erdöry em Krugerstrasse, 1074 (…). É duvidosos que existisse qualquer elemento romântico em seu relacionamento com a condessa, a quem ele chamava o seu “padre confessor” (Beichtvater) e era seu conselheiro em assuntos pessoais e de negócios. (Além dos Trios, op. 70, ele dedicou-lhe as Sonatas para Piano e Violoncelo, op. 102, em 1817.) Sua experiência como hóspede da condessa Erdöry terminou, porém em fracasso. No começo de 1809, ele ficou sabendo que a condessa vinha pagando secretamente somas não desprezíveis de dinheiro ao criado particular dele. Quando reconstituiu o caso, Beethoven acreditou ter provas evidentes de que a condessa ou se amigo íntimo, Joseph X. Brauchle, estava pagando ao criado dele por favores sexuais. Nas folhas de esboços para o Quinto Concerto para Piano, então em vias de composição, Beethoven escreveu: “Que mais podereis querer? Haveis recebido de mim o criado em vez do amo… Que substituição!!! Que bela troca!!! “Beethoven não é criado de ninguém… Queríeis um criado, agora tendes um.” Furioso, Beethoven saiu e foi hospedar-se em Walfisgasse, 1087, que ele sabia alojar também um bordel. Parece que ele tinha visto no comportamento da condessa alguma afronta à sua sexualidade. O rompimento com a condessa seria em breve sanado pelas garantias dela de que dera dinheiro ao criado “somente com o propósito de que ele se mantivesse a meu serviço”. ” Sou agora compelido a acreditar na sua generosidade”, escreveu ele a Zmeskall, num tom mais vencido do que convencido”. (Solomon, p212).

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3, Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2, Piano Trio No.10 In E Flat Major, Op.44

01 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 1. Allegro Con Brio
02 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 2. Andante Cantabile Con Variazioni
03 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 3. Menuetto (Quasi Allegro)
04 – Piano Trio No.3 In C Minor, Op.1 No.3 – 4. Finale (Prestissimo)
05 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 1. Poco Sostenuto – Allegro Ma Non Troppo
06 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 2. Allegretto
07 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 3. Allegro Ma Non Troppo
08 – Piano Trio No.6 In E Flat Major, Op.70 No.2 – 4. Finale (Allegro)
09 – Piano Trio No.10 In E Flat Major, Op.44 – 14 Variations On An Original Theme – Tema (Andante

Beaux Arts Trio

Menahem Pressler – Piano
Bernard Greenhouse – Cello
Isidore Cohen – Violin

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3 comments / Add your comment below

  1. Duas obras-primas beethovenianas fazem parte deste CD: o Terceiro Trio (que foi severamente criticado por HAYDN, que inclusive desaconselhou a sua publicação), e o gêmeo do bem mais famoso Trio GHOST. Aliás, tenho minhas dúvidas se o fantasma é realmente melhor que seu irmão.

    Admite-se que a interpretação do BEAUX ARTS peca ao deixar o piano quase sempre em destaque. Um dos comentaristas da Amazon chega a afirmar que este instrumento está “ridiculamente dominante”. De fato, percebe-se isso claramente no final da linda melodia que abre o Trio opus 70, nº2, quando o piano simplesmente engole o cello e o violino.

    Conheço várias versões dos trios de BEETHOVEN, umas sete ou oito. Apesar da crítica, ninguém interpreta os três primeiros melhor que os BEAUX ARTS. O andante cantabile do Terceiro Trio com eles atinge o sublime.

    Já para os dois trios opus 70 e o ARQUIDUQUE, são imbatíveis PERLMAN, ASHKENAZY & HARRELL.

  2. Eita, ia me esquecendo, ouçam com atenção o segundo movimento do Opus 70. Sou apaixonado por ele. Reparem como BEETHOVEN cerca a singela e despretenciosa melodia inicial com grande força expressiva, de início ao fim.

  3. Não sei de onde Beethoven retirou o tema para compor estas 14 variações, op. 44. Foi de alguma obra sua, pois é um tema original, mas vou confessar uma coisa: ele é horrível. Eu sempre esbarrava nele, não tinha motivação para continuar a audição, a coisa realmente me aborrecia.

    Bem, só posso garantir uma coisa: Beethoven tira aqui leite de pedra. As variações se sucedem com imaginação e criatividade. Passei a gostar muito delas. Não é lá uma grande obra-prima, mas é justamente por obras assim que Beethoven é Beethoven. Ele foi competente em todos os gêneros que encarou.

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