Schubert (1797-1828): Quartetos 'Rosamunde' e 'A Morte e a Donzela' (Link Revalidado)

(Homem de bom coração, PQP estava ouvindo esta maravilha e resolveu fazer algo fora de seus princípios: revalidou o link. Abaixo, o texto original do Ranulfus).

Olha aqui eu postando Schubert de novo, participando deste verdadeiro festival não planejado!

A bem da verdade, a obra para piano a quatro mãos que postei há dois dias não havia sido minha primeira postagem de Schubert: a dos dois LPs do Duo Morozowicz (julho de 2010) culmina com a belíssima série de Variações sobre Ihr Blümlein Alle, op.160, para flauta e piano.

E agora, nos comentários à postagem “4 mãos”, o leitor Ivan Ricardo recomendou apaixonadamente a gravação feita em 2006 pelo Quarteto Takács (se isso for húngaro, a pronúncia será presumivelmente “tákaatch”) do mais famoso quarteto de Schubert: o nº 14, apelidado de “A Morte e a Donzela” – num CD que contém de quebra o quarteto nº 13, apelidado de “Rosamunde”.

Além da enfática recomendação do Ivan, fui verificar e descobri, surpreso, que ainda não tínhamos aqui no blog esse mais famoso dos quartetos schubertianos. Ora, vocês não acham que isso é bom motivo para uma operação de emergência?

Quanto ao porquê desses apelidos… não me perguntem! Desta vez deixo para vocês pesquisarem – e depois compartilharem conosco aqui, hehehe… junto com as suas opiniões!

OBRIGADO AO IVAN RICARDO PELA DICA – E BOA AUDIÇÃO PARA TODOS!

Franz Schubert (1797-1828)
String Quartet No.14 in D minor, D810 “Death and the Maiden”
String Quartet No.13 in A minor, D804 “Rosamunde”
Takács Quartet – Recorded at St. George’s, Brandon Hill, Bristol, 2006-05-22/25.
Total Playing Time: 69min 09sec
Year: 2006

String Quartet No.14 in D minor D810: ‘Death and the Maiden’
01. I. Allegro [0:10:51.73]
02. II. Andante con moto [0:12:22.38]
03. III. Scherzo: Allegro molto [0:03:40.07]
04. IV. Presto [0:09:03.38]

String Quartet No.13 in A minor D804: ‘Rosamunde’
05. I. Allegro ma non troppo [0:12:43.35]
06. II. Andante [0:06:41.58]
07. III. Menuetto: Allegretto [0:06:56.02]
08. IV. Allegro moderato [0:06:48.02]

BAIXE AQUI – Download Here (RAPIDSHARE)

Ranulfus (revalidado por PQP)

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  1. Ranulfus, sou apaixonado por esses dois quartetos. São belos, atordoantes. Estão entre os quartetos que mais admiro, junto com os de Schumann, Brahms e Beethoven, Mozart e Haydn.

    Obrigado!

  2. A origem do Quarteto Takács é húngara.

    Quanto aos nomes dos quartetos:

    a) A “Morte e a Donzela” recebe esse nome pois emprega um tema no segundo movimento que o autor retirou de uma canção de mesmo nome.

    b) O quarteto “Rosamunde” utiliza em seu segundo movimento tema da música incidental de mesmo nome.

  3. Obrigado, RN. E, sem querer abusar (bem, as peguntas são para qualquer um que souber, não apenas você!): você(s) sabe(m) a origem da canção “A Morte e a Donzela”? É popular, original de Schubert, ou de outro compositor? E se original de Schubert, sabe(m) de quem é o texto, e se é encontrável? Agora fiquei curioso…

  4. Se não me engano, Clara Schumann postou “A Morte e a Donzela”, mas quando saiu do blog apagou todas as suas postagens. Por este motivo, ficamos sem essa obra fundamental do repertório camerístico. Minha versão favorita ainda é a do Amadeus Quartet, que posso postar por aqui qualquer hora destas.

  5. Ranulfus, esse inesperado “festival Schubert” foi mesmo ótimo. Mas espero que não tenha acabado: acho que falta a maravilhosa sonata Arpeggione e os Moments Musicaux, no mínimo. E a inesquecível música de cena de Rosamunda, a Princesa de Chipre (não ouvi ainda mas está parece num dos quartetos), que eu ouvia quando era criança. E é verdade a história que ele desmaiou quando, jovenzinho, foi apresentado a Beethoven?

  6. Obrigado por postar esse grande CD, Ranulfus! Na minha opinião, o movimento lento de “A Morte e a Donzela” representa não só o centro espiritual do quarteto, mas o resumo de toda a arte schubertiana.

  7. Obrigado pela linda reação, gente… mas volto a dizer que não sou especialista em Schubert. Há hoje muitos lugares na net onde conseguir informação mais segura do que a que eu posso dar… e nada impede de compartilhá-la aqui! (No meu caso uma coisa se não impede pelo menos dificulta muito: a falta de tempo).

    Quanto à sugestão do FDP, de traduzir as palavras da canção ou Lied, já as copiei… e a qualquer hora apareço aí com uma proposta de tradução (pois tradução poética nunca é definitiva!)

  8. Sinto-me um pouco mais como tendo acertado num poste… rsrs. Meus respeitos aos que amam quartetos, mas o dramático-barroco aqui continuará achando isto uma enorme extravagância na sua carreira de postador… 😉

  9. Aguardaremos ansiosos pela tradução. Nosso colega Bibixy, do blog Brainle de Champaigne, postou há alguns meses atrás a integral dos Lieder de Schubert, da Hyperion, uma caixa com 50 e poucos cds, e de quebra, com um libreto com a letra de todos eles, traduzidos para o inglês e francês, se não me engano.

  10. Aliás, Ranulfus, sei que você adora o barroco francês, então vai gostar de saber que o Canal Film & Arts está passando uma montagem da Opera de Paris de “Les Paladins”, de Rameau,
    com direção do Willie Christie, que mistura ópera com ballet. Não consegui assistir inteira, mas o pouco que vi, adorei. Vou tentar gravar quando passar novamente.

  11. Fiz o download do álbum no dia mesmo em que o Ivan o recomendou na caixa de comentários, tão enérgicas foram as palavras dele. E com razão, porque de fato o álbum é indescritivelmente belo!
    Regina, há 2 versões da Arpeggione Sonata já postadas aqui no blog: uma com a violoncelista Natalie Clein, a outra com Mischa Maisky (que eu prefiro). Pesquise a palavra “arpeggione” que você acha. Os Moments Musicaux podem ser encontrados no 1º CD das obras completas para piano com a Mitsuko Uchida, que o PQP postou há coisa de 2 semanas. 😉
    Sim, estou virando um schubertiano de carteirinha… 😛

  12. Atendendo, finalmente, ao pedido do FDP, vai aqui uma humilde tentativa de tradução do poema em que se baseou a canção em que se baseou o Andante do quarteto.

    Aviso que não consultei outras fontes além da sugerida para o original alemão (reproduzido abaixo da tradução), e acredito ter encontrado dois pequenos erros na versão que essa fonte fornece: (1) Aposto que “lieber” é com minúscula (“é melhor”), e não com maiúscula (“querido”, o que não faz sentido no contexto). (2) “Guten Muts”, não “Gutes”. Mas estou longe de ser um especialista nesse diabo de língua pra ter certeza… rsrs. E outros leitores talvez tenham sugestões melhores. Bom, aí vai:

    A MORTE E A JOVEM
    Poema de Matthias Claudius (1740-1815)
    Canção de Franz Schubert (1797-1828)
    Tradução experimental de Ranulfus PQPianus 😉

    A jovem:

    Passa, oh passa,
    ó cruel homem ósseo!
    Eu ainda sou jovem, vai-te, é melhor,
    E não toques em mim.

    A morte:

    Dá-me tua mão, delicada e bela forma,
    Sou amigo, não venho castigar.
    Anima-te, eu não sou cruel,
    E nos meus braços deves dormir em paz.

    DER TOD UND DAS MÄDCHEN

    Das Mädchen:

    “Vorüber! ach, vorüber!
    Geh, wilder Knochenmann!
    Ich bin noch jung, geh, lieber!
    Und rühre mich nicht an.”

    Der Tod:

    “Gib deine Hand, du schön und zart Gebild’,
    Bin Freund und komme nicht zu strafen.
    Sei guten Muts! Ich bin nicht wild,
    Sollst sanft in meinen Armen schlafen.”

  13. Muito obrigado pela gentileza da tradução, Ranulfus. De minha parte, tentarei conseguir a canção para postá-la. E só estou esperando minhas férias, a serem tiradas no final de abril, para postar uma integral destes quartetos de cordas schubertianos.

  14. AINDA SOBRE A TRADUÇÃO, faltou esclarecer que “morte” é masculino em alemão, então se trata de um diálogo da mais típica morbidez romântica, uma espécie de caso de amor entre esse Morte-macho e a garota.

  15. O monge Ranulfus sente-se na obrigação de agradecer mais uma vez a dica do Ivan Ricardo quanto a esta gravação destes quartetos, pois este post acabou sendo o seu primeiro a ultrapassar a marcas dos mil downloads 😀

  16. É incrível as ligações alusivas, dependendo da obra, literalmente ou não, dos artistas dos século XVIII e XIX com as antigas alegorias medievais sobre a universalidade do humanismo. O mais belo de tudo, particularmente, é a nova perspectiva que o romantismo traz sobre estas.
    Não conhecia a interpretação do Quarteto Takács. Alguém, gentilmente, poderia me informar qual a melhor interpretação de Der Tod und das Mädchen (Quarteto)? Esta é a melhor? Agradeço.

  17. Lee, sugiro a gravação do Amadeus Quartet. Em minha modesta opinião, é uma das melhores já realizadas. Creio que já foi postada aqui no PQP.

  18. OBRIGADAÇO, Grão Mestre PQP!!!

    Essa postagem foi de longe a de maior sucesso de downloads na minha carreira pequepiana; tinha mais de 1200 na última vez que chequei.

    O segundo lugar era, se não me engano, do disco digitalizado Música da Renascença para alaúdes, vielas e bandurra, seguido de perto há muito (para minha surpresa) pelo africano Toumani Diabaté com a sua kora.

    Estou há muito tempo sem a possibilidade de fazer novas postagens, e ainda sem previsão de poder retomar. Com isso estou pensando em fazer um tour de revalidações dos links que foram pro espaço agora. Sei que não é sem risco, mas e aí? VIVER é arriscado o tempo todo, não é?

    Ainda preciso reavaliar com clareza minha disponibilidade atual de tempo & forças pra isso, mas a ideia me seduz – e terá sido inaugurada de modo melhor impossível justamente com ESTA revalidação 😀

  19. PQP e demais membros do fórum, permitam-me postar algo fora de contexto para encher o SAC(o) de vocês, tentando aproveitar essa bondade instantânea. É possível postarem a op. 111 de Brahms?

    Havia uma versão aqui e no blog do Carlinus com o Amadeus Quartet, mas o link foi expirado (e, com o fim de Megaupload, foi definitivamente pro espaço). Confesso que procurei em muuuitos blogs e no AvaxHome a a única versão que consegui encontrar não me agradou muito (achei essa do Youtube superior, por exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=P7qKC0ibSoY).

    Sei que Brahms é um dos preferidos do PQP e do FDP e o op. 111 é uma das maiores obras-primas já compostas =’)

    Abraços

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