Sem dúvida este é o melhor CD de Pat Metheny da última década. Essa nova banda é excepcional, e não consigo parar de ouvi-la. Incrível como esse cara é versátil, e mesmo depois de alguns CDs de menor qualidade lançados nos últimos anos, ele conseguiu produzir um material de grande qualidade. Coisa de gente grande mesmo.
Algumas características de seu estilo, que acompanham sua carreira desde os anos 70, estão presentes. Por exemplo, ele sempre tem um músico curinga, função que o grande multi-intrumentista camaronês Richard Bona cumpriu com louvor no excelente Speaking of Now, lançado no início dos anos 2000. Neste CD, a função cabe ao também multi-instrumentista Giulio Carmassi. Outra característica de Metheny são os solos de seus músicos, sempre extremamente bem elaborados, que não ficam delirando interminavelmente sobre os temas, mas criam ambientações bem típicas da sonoridade das bandas de Metheny. Capacidade de liderança e respeito de seus pares, eu diria. Alguns podem reclamar que Metheny já há alguns anos apenas faz variações sobre um mesmo tema. e concordo em parte, mas a questão é que ele faz tão bem isso que não temos porque reclamar. Ele é antiquado, dando preferência à melodia em detrimento da técnica? Isso não seria uma falha, no meu ponto de vista, e sim uma virtude, e estariam loucos os que negam sua técnica: Metheny é um gênio da guitarra, e sempre está inovando e aperfeiçoando-se. Prestem atenção á qualidade do fraseado de sua guitarra, à riqueza harmônica de suas combinações melódicas, seja utilizando sua guitarra sintetizada, até que pouco utilizada neste CD, seja usando suas velhas e tradicionais Ibanez semi-acústicas.
E para concluir, e sujeito a levar pedradas, eu diria que só agora ele conseguiu provar para si mesmo, e por que não para nós, fãs, que é capaz de ser tão criativo e capaz sem o seu fiel parceiro e escudeiro por décadas, Lyle Mays.
Enfim, eu poderia me alongar interminavelmente nestes comentários, fã que sou de Metheny desde minha adolescência, quando ouvi pela primeira vez o já clássico American Garage. Mas deixo ao critério dos senhores a avaliação. Talvez devido à minha qualidade de fã não esteja tão isento assim para tecer comentários tão elogiosos. Ou não. Quem sabe, talvez essa minha não isenção me qualifique ainda mais.
Mas vamos ao que interessa. Um grande CD, em minha opinião, o melhor que Metheny lançou nos últimos anos.
01 – On Day One
02 – Rise Up
03 – Adagiav
04 – Sign of the Season
05 – Kin (_–_)
06 – Born
07 – Genealogy
08 – We Go On
09 – Kqu
Pat Metheny – Guitars
Chris Potter – Tenor sax, bass clarinet, soprano sax, clarinet, alto flute, bass flute
Antonio Sanchez – Drums and cajon
Ben Williams – Acoustic and electric basses
Giulio Carmassi – Piano, trumpet, trombone, french horn, cello, vibes, clarinet, flute, recorder, alto sax, wurlitzer, whistling and vocals
FDPBach



MUITO BOM !
MUITO BOM !

Depois de séculos sem postar, volto com alguma coisa da vanguarda eslovena. Tendo em conta meu conhecimento parco, tenho apenas dois nomes para apresentar neste e nos próximos posts: Primož Ramovš (1921-1999) e Lojze Lebič (1934-). Curiosamente, do primeiro, meio que o pai da vanguarda eslovena, o que mais conheço são peças neoclássicas, do início de carreira. Estava caçando música do compositor (não era, e talvez ainda não seja, fácil de achar), e um esloveno que conheci pela internet me fez o enorme favor de copiar dois cds da biblioteca. Os dois tristemente não indicavam um compositor assim, assim interessante, e acabei abandonando a busca. Muitos anos depois, achei por um preço fantástico dois cds de obras mais avançadas no site da rádio e tv eslovena. O comichão para conhecê-lo já tinha meio que passado, mas por preço de banana achei que compensava dar mais uma checada. E, sim, lá estava um músico bem mais impactante. Pelos idos da década de 50, Ramovš começa a desenvolver uma linguagem mais pessoal, tendo sido o Festival de Outono de Varsóvia, no qual esteve presente em 1960, catalisador de um novo estilo não apenas para ele, mas para boa parte da Europa Oriental.
MUITO BOM !













