Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 10 de 12 (Sinf 13 “Babi Yar”, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 10 de 12 (Sinf 13 “Babi Yar”, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Aqui, uma história fantástica sobre o nascedouro desta obra-prima.

Após o equívoco da Sinfonia Nº 12 – lembrem que até Beethoven escreveu uma medonha Vitória de Wellington, curiosamente estreada na mesma noite da sublime 7ª Sinfonia, mas este é outro assunto… -, Shostakovich inauguraria sua última fase como compositor com a Sinfonia Nº 13, Babi Yar. Iniciava-se aqui a produção de uma notável sequência de obras-primas que só terminaria com sua morte, em 1975. Esta sinfonia tem seus pés firmemente apoiados na história da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. É uma sinfonia cantada, quase uma cantata em seu formato, que conta com texto do grande poeta russo Evgeny Evtuchenko (conforme alguns, como a Ed. Brasiliense, porém pode-se encontrar a grafia Ievtuchenko, Yevtuchenko ou Yevtushenko, enfim!).

O que é, afinal, Babi Yar? Babi Yar é o nome de uma pequena localidade situada perto de Kiev, na atual Ucrânia, cuja tradução poderia ser Barranco das Vovós. Ali, em 1941, teve lugar o assassinato de 34 mil judeus pelos nazistas. Eles foram mortos com tiros na cabeça e a participação comprovada de colaboradores ucranianos no massacre permanece até hoje tema de doloroso debate público naquele país. Nos dois anos seguintes, o número de mortos em Babi Yar subiu para 200 mil, em sua maioria judeus. Perto do fim da guerra, os nazistas ordenaram que os corpos fossem desenterrados e queimados, mas não conseguiram destruir todos os indícios. Ievtuchenko criticou a maneira como o governo soviético tratara o local. Ensinava-se que as vítimas tinham sido ucranianas e russas, o que também eram, apesar de se saber que o fato determinante de suas mortes era o de serem judeus. O motivo? Ora, Babi Yar deveria parecer mais uma prova do heroísmo e sofrimento do povo soviético e não de uma fatia dele. E ainda havia a certeza do colaboracionismo russo no massacre. Com razão, o jovem poeta Ievtushenko considerou isso uma hipocrisia e escreveu o poema em homenagem aos judeus mortos. O poema — o qual tem extraordinários méritos literários — foi publicado na revista Literatournaia Gazetta e causou problemas a seu autor e depois, também a Shostakovich, ao qual foram pedidas alterações que nunca foram feitas na sinfonia.

O massacre de Babi Yar é tão lembrado que não serviu apenas a Ievtuchenko e a Shostakovich, tornando-se também tema de filmes e documentários recentes, assim como do romance Babi Yar de Anatoly Kuznetsov. Não é assunto morto, ainda.

O tratamento que Shostakovich dá ao poema é fortemente catalisador. Como se fosse uma cantata em cinco movimentos, os versos de Ievtuchenko são levados por um baixo solista, acompanhado de coral masculino (formado apenas por baixos) e orquestra. É música de impressionante gravidade e luto. A belíssima linha melódica ora assemelha-se a um serviço religioso, ora a um dos grandes modelos de Shostakovich, Mussorgski. Mesmo assim, fiel a seu estilo, Shostakovich encontra espaço para seu habitual sarcasmo.

Tranquila crueldade: soldados alemães examinam as roupas dos mortos em Babi Yar.

Babi Yar é como ficou conhecida a sinfonia para coro masculino, baixo e orquestra.  A partir do texto de dura indignação de Ievgueni Evtuchenko e apesar dos problemas que ele geraria na União Soviética pós-stalinista, Shostakovich construiu um painel de extraordinária força em torno de mazelas típicas de seu tempo: o medo e a opressão, o conformismo e o carreirismo, o massacre cotidiano num Estado policial e a possibilidade de superação através do humor e da intransigência.

Em linguagem quase descritiva, combinando a severidade da orquestra com a impostação épica das vozes, Babi Yar tem um poder de evocação cinematográfico: raramente se ouviu música tão plástica. O realismo e a imagens dos poemas são admiravelmente apoiados pelo estilo alternadamente sombrio e agressivo da música de Shostakovich. Não obstante o grande efetivo orquestral e a tensão dos clímax, as texturas são rarefeitas e o coro, declamando ou murmurando, canta quase sempre em uníssono ou em oitavas — mais um elemento dessa estrutura preparada para expressar a desolação e o nervosismo.

O primeiro movimento alterna estrofes que exploram o horror e a culpa de Babi Yar com relatos de dois outros episódios — o de Anne Frank e o de um menino massacrado em Bielostok. No segundo movimento, ritmado de forma tipicamente shostakovichiana, o tom enfático das vozes falam da resistência que o “Humor” jamais deixará de oferecer à tirania. “Na loja”, o Adagio que se segue, descreve quase fisicamente as filas das humilhadas donas-de-casa numa linha sinuosa à espera de um pouco de comida. Quando chegam ao balcão, o poema diz: “Elas nos honram e nos julgam”, enquanto percussão e castanholas simulam panelas e garrafas se entrechocando. É em clima que estupefação que o movimento se encerra: “Nada está fora de seu alcance”.

A linha sinuosa torna-se reta ao prosseguir sem interrupção para o episódio seguinte, um ameaçador ‘sostenuto’ das cordas graves sob solo da tuba: é o “Medo”, componente constante da vida soviética. Contrapondo-se às sombras que até aqui dominam a sinfonia, Shostakovich a conclui com uma satírica reflexão sobre o que é seguir uma “Carreira”. Em ritmo de valsa lenta, ficamos sabendo que a verdadeira carreira não é a dos que se submetem, mas a de Galileu, Shakespeare ou Pasteur, Newton ou Tolstói: “Seguirei minha carreira de tal forma que não a esteja seguindo”, conclui o baixo, com o eco do sino que abrira pesadamente a sinfonia, agora aliviado pela celesta.

Shostakovich (esquerda), com o poeta Evgeni Ievtuchenko (direita)e o regente Kiril Kondrashin na estréia da 13ª Sinfonia.

A história da primeira execução de Babi Yar foi terrível. Houve protestos e ameaças por parte das autoridades soviéticas. Se até 1962, Shostakovich dava preferência a estrear suas obras sinfônicas com Evgeny Mravinsky (1903-1988), Babi Yar causou um surdo rompimento na parceria entre ambos. O lendário regente da Sinfônica de Leningrado amedrontou-se (teve razões para tanto) e desistiu da obra pouco antes de começarem os ensaios. Porém, como na União Soviética e a Rússia os talentos brotam por todo lado, Mravinsky foi substituído por Kiril Kondrashin (1914-1981) que teve uma performance inacreditável e cujo registro em disco é das coisas mais espetaculares que se possa ouvir.

P.S.- Por uma dessas coisas inexplicáveis, encontrei o disco soviético com o registro da estreia num sebo de Porto Alegre em 1975. Comprei, claro.

Obs.: A descrição da música foi adaptada de um texto que Clovis Marques escreveu para um concerto no Municipal do Rio de Janeiro.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 10 de 12 (Sinf 13 “Babi Yar”, Ashkenazy)

Symphony No.13, Op.113″Babi Yar”
10-1 Adagio – “Babi Yar”
10-2 Allegretto – “Humour”
10-3 Adagio – “In The Store”
10-4 Largo – “Fears”
10-5 Allegretto – “A Career”

NHK Symphony Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Yevtushenko e Shostakovich no dia da estreia da Sinfonia Babi Yar

PQP

DESAFIO PQP! –> Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 40 & 41

DESAFIO PQP! –> Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 40 & 41

Mozart

Sinfonias Nos. 40 & 41

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Herbert Blomstedt

Desafio Resolvido!

 

Ele não ficaria de fora desta festa…Óperas e Concertos para Piano foram as formas musicais nas quais Mozart fez as suas contribuições mais inovadoras e significativas. Mas, escreveu também inúmeras sinfonias. A primeira delas foi em 1764 durante uma estada em Londres. Papai Leopold caiu doente e Wolferl tinha que ficar longe do piano. Pois o garoto de oito anos compôs a sua primeira sinfonia.

O termo sinfonia abrangia vários tipos de composições e a forma estava sendo ainda estabelecida. O modelo italiano com três movimentos – rápido-lento-rápido, enquanto que a forma que se tornou mais usada, com quatro movimentos, já tinha seus representantes. O modelo de três movimentos vinha do uso de ‘abrir’ um espetáculo, como uma ópera, com um concerto em três movimentos, uma ‘Abertura’. A prática acabou ganhando vida própria.

Famoso intérprete de Mozart

O grande compositor de sinfonias dos dias de Mozart era Haydn, mas é bom observar que em 1791, ano em que Mozart morreu, Haydn estava de partida para Londres, a convite do grande empresário Johann Peter Salomon, e as suas lindas Sinfonias Londrinas ainda estavam por ser compostas.

Entre as sinfonias de Mozart, vale destacar a de No. 25, em sol menor, assim como a Sinfonia No. 40 desta postagem. São as únicas sinfonias compostas por Mozart em tonalidade menor. Isso certamente dá a estas peças algo que as torna muito especiais. Eram chamadas ‘menor’ e ‘maior’ em sol menor, para distinguir uma da outra.

Aposta certa do selo amarelo

A Sinfonia No. 29 é também muito especial, em quatro movimentos e vale conferir. As Sinfonias Nos. 31 e 32 são do tipo ‘Italianas’, em três movimentos. A de No 31 tem o apelido ‘Paris’ e foi escrita para agradar o público desta cidade, onde Mozart buscava uma posição. A Sinfonia No. 32 foi composta na sequência…

As seis últimas sinfonias de Mozart têm maiores proporções e são nos típicos quatro movimentos. Foram compostas entre os anos de 1782 até 1788. Em 1782 Mozart compôs a Sinfonia No. 35, sob encomenda da família Haffner, de Salzburgo, que também recebera a Serenata ‘Haffner’. Em 1783 foi composta em apenas quatro dias a Sinfonia (linda) No. 36, para um concerto na cidade de Linz. Daí o apelido ‘Sinfonia Linz’. Em 1786 foi a vez da cidade de Praga ganhar a sua sinfonia, que conhecemos como a Sinfonia No. 38.

Opção mais leve…

Mozart sempre muito pragmático, produzia suas obras com objetivos específicos, seja para um concerto ou sob encomenda. Em 1788 ele compôs suas três últimas grandes sinfonias, as de Nos. 39, 40 e 41, todas obras primas. Mas não está claro o propósito destas composições e não há evidências que foram executadas durante a vida do compositor, a menos da Sinfonia No. 40. A evidência desta possibilidade é a existência de duas versões para esta sinfonia, uma com clarinetes e outra sem clarinetes na orquestração.

 

HIP

As sinfonias de Mozart, assim como as obras deste período eram apresentadas até os anos 1960 e 1970 com roupagem mais romantizada, pelas grandes orquestras. No entanto, gravações famosas até hoje feitas com orquestras mais reduzidas, de câmera, também eram comuns. Ou seja, ao lado das gravações das Filarmônicas de Berlim, Viena, de Londres, regidas por Karajan, Jochum, Böhm, podia-se ouvir as gravações de Marriner com a Academy Saint Martin-in-the-Fields, de Jeffrey Tate ou Daniel Barenboim com a Orquestra de Câmera Inglesa. Então vieram as orquestras com instrumentos de época. Hogwood, Gardiner, Norrington. Eu gosto especialmente das gravações de Trevor Pinnock.

HIP II

Há para todos os gostos e bolsos, com as gravações de orçamento mais reduzido. As gravações na Naxos com a Capella Istropolitana regida por Barry Wordsworth são memoráveis.

Pois assim, chegamos ao Segundo Desafio do PQP-Bach: o álbum desta postagem reúne as duas últimas sinfonias compostas por Mozart numa gravação que eu achei ótima. Mas qual orquestra? Qual regente? Fica a questão.

Lembrando, a motivação deste tipo de postagem é fazer-nos refletir sobre o quanto influencia nossa apreciação musical o conhecimento dos nomes dos intérpretes. No caso de cantores, é mais fácil identificar o nome do artista. No caso de música instrumental, em particular os pianistas, também se pode tentar identificar um certo ‘sotaque’ ou algo que denuncie o artista. Mas no caso da orquestra e regente? Seria possível antecipar algo? Veremos!!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sinfonia No. 40 em sol menor, K. 550

  1. Molto allegro
  2. Andante
  3. Allegretto – Trio
  4. Allegro assai

Sinfonia No. 41 em dó maior, K. 551 – ‘Jupiter’

  1. Allegro vivace
  2. Andante cantabile
  3. Menuetto: Allegretto – Trio
  4. Molto alegro

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Herbert Blomstedt

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FLAC | 337 MB

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MP3 | 320 KBPS | 165 MB

Gosto muito desta gravação e da capa…

Em breve a postagem será reeditada com os devidos créditos atribuídos aos músicos. Fica, por enquanto, a oportunidade para nossos devotados seguidores darem alguns tratos à bola… Aquele que acertar o desafio terá seu nome inscrito no Hall of Fame do PQP-Bach e receberá uma linha direta de centenas de free downloads dos nossos generosos arquivos.

Aproveite!

René Denon

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Quartetos para cordas Opp. 74 (“Harpa”) & 95 (“Serioso”) – Tokyo String Quartet

De todos apelidos de obras de Beethoven, quase todos apócrifos, talvez um dos mais justificáveis seja o deste quarteto do Op. 74, em que o amplo e inovativo uso do pizzicato no primeiro movimento, seja em arpejos distribuídos entre todos os instrumentos, seja na engenhosa alternância entre pizzicati e notas sustentadas do arco, pode mesmo evocar uma harpa. Esse Allegro, introduzido por um Adagio com o qual não tem qualquer relação temática, é uma obra-prima em seu atraente desenvolvimento e construção do clímax, uma virtuosística cadência do primeiro violino, acompanhada pelos arpejos de cordas beliscadas. Atraente, também, é o contraste entre o sentido, sereno Adagio, que parece não terminar, e sim calar-se, com o Scherzo temperamental e impetuoso que se segue a ele. Para encerrar, o que parece ser um ortodoxo Allegretto com variações vai tomando rumos inesperados, numa demonstração do tremendo virtuosismo de Beethoven na transfiguração de temas, até que uma súbita explosão de temperamento, como se os instrumentos se rebelassem contra a necessidade de variar uma vez mais o tema, faz-nos esperar uma coda acelerada e nervosinha só para que, enfim, o quarteto conclua de maneira sem-cerimoniosa e lacônica.

Se entre o Op. 74 e seus predecessores – os quartetos “Razumovsky”, compostos dois anos antes – há um considerável salto estilístico, há uma diferença do Op. 74 para o quarteto seguinte, dito “Serioso”, que conclui esta gravação. Nesta obra, à qual voltaremos mais adiante nesta série, há uma concisão que prenuncia aquela de sonatas como a Op. 109, e com a qual Beethoven não mais experimentaria: ao voltar a escrever para quarteto de cordas, uma década mais tarde, ele destruirá todos os precedentes do gênero, tanto em extensão, quanto em número de movimentos e em transcendência artística.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Quarteto em Mi bemol maior para dois violinos, viola e violoncelo, Op. 74, “Harpa”
Composto em 1809
Publicado em 1810
Dedicado ao príncipe Joseph Franz von Lobkowitz

1 – Poco adagio – Allegro
2 – Adagio ma non troppo
3 – Presto
4 – Allegretto con variazioni

Quarteto em Fá menor para dois violinos, viola e violoncelo, Op. 95, “Serioso”
Composto entre 1810-11
Publicado em 1816
Dedicado a Nikolaus Zmeskall von Domanovecz

5 – Allegro con brio
6 – Allegretto ma non troppo
7 – Allegro assai vivace ma serioso
8 – Larghetto espressivo – Allegretto agitato – Allegro

Tokyo String Quartet:
Peter Oundjian e Kikuei Ikeda, violinos
Kazuhide Isomura, viola
Sadao Harada, violoncelo

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Festa do pijama em Tokyo

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 9 de 12 (Sinf 11 “O Ano de 1905”, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 9 de 12 (Sinf 11 “O Ano de 1905”, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Sinfonia Nº 11 de Shostakovich é música programática da melhor qualidade. No primeiro movimento é mostrada a caminhada dos trabalhadores até o Palácio de Inverno do czar. É uma música tranquila, mas com ameaçadoras percussões e toques de clarins. O segundo é o massacre propriamente dito. O terceiro é o luto. Este movimento é baseado numa canção que Lênin e companheiros cantaram em Zurique ao saber da mortandade. O quarto movimento é o aviso claro de quem seria o vencedor. Mas cabem explicações, não?

No domingo de 9 de janeiro de 1905, após a missa, na cidade de São Petersburgo, manifestantes marcharam pacificamente até o Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao czar, mas foram recebidos com tiros e baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores. Os grupos envolvidos nesse conflito foram a população em geral, partidos políticos e os movimentos revolucionários, que tiveram enorme crescimento após esse domingo sangrento. O fato é considerado o estopim da Revolução Russa de 1905.

Então, naquele domingo, trabalhadores em greve e suas famílias se reuniram em seis pontos da cidade. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de mais de três mil pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do czar. A multidão não sabia que o czar não estava no palácio. Os soldados do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas abrirem fogo, recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando em uma onda de oposição e amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.

O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 930 mortos e 333 feridos. Fontes anti-czaristas afirmaram que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas. Estimativas moderadas estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O czar Nicolau II descreveu o dia como “doloroso e triste”. Após o incidente, a desordem civil e os saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada e ele rapidamente deixou a Rússia. Ao voltar para a Rússia em abril, Gapon foi assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário após ter revelado ao seu amigo Pinhas Rutenberg que estava trabalhando para a Okhrana, a polícia secreta.

Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um paradoxal impulso para as atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leo Tolstoy também escreveu sobre os assassinatos.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 9 de 12 (Sinf 11 “O Ano de 1905”, Ashkenazy)

Symphony No. 11 In G Minor, Op. 103 “A Ano de 1905”

1 I Palace Square: Adagio 14:34
2 II 9 January: Allegro 17:44
3 III In Memoriam: Adagio 9:41
4 IV Tocsin: Allegro Non Troppo 13:24

St Petersburg Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Shosta comentando o jornal com sua filha

PQP

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 3/50 – Dietrich Fischer-Dieskau (1925-2012)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Dietrich Fischer-Dieskau – The Essentials

Dietrich Fischer-Dieskau (28 de maio de 1925 – 18 de maio de 2012) foi um barítono lírico alemão e maestro da música clássica, um dos mais famosos artistas de Lieder do período pós-guerra (Lied é uma palavra da língua alemã, que significa “canção”. É um termo tipicamente usado para classificar arranjos musicais para piano e cantor solo, com letras geralmente em alemão, utilizado para expressar em sons os sentimentos descritos nas letras), mais conhecido como cantor de Lieder, de Franz Schubert, particularmente os 24 poemas de “Winterreise”, cujas gravações com o acompanhante Gerald Moore e Jörg Demus ainda são aclamadas pela crítica meio século após seu lançamento.

Gravando uma série de repertórios (abrangendo séculos), como afirmou o musicólogo Alan Blyth: “Nenhum cantor de nossa época, ou provavelmente qualquer outro, conseguiu o alcance e a versatilidade do repertório alcançado por Dietrich Fischer-Dieskau. Ópera, Lieder e oratório em alemão, italiano ou inglês parecia ter sido feito para ele, e ele trouxe a cada um uma precisão e individualidade que revelavam suas percepções sobre o idioma em questão “. Além disso, ele gravou em francês, russo, hebraico, latim e húngaro. Ele foi descrito como “um dos artistas vocais supremos do século 20” e “o cantor mais influente do século 20”.

Fischer-Dieskau foi classificado como o segundo maior cantor do século (depois de Jussi Björling) pelo Classic CD (Reino Unido), ‘Top Singers of the Century” Critics Poll (junho de 1999). Os franceses o apelidaram de “O milagre Fischer-Dieskau” e Dame Elisabeth Schwarzkopf chamou-o de “um deus nascido que tem tudo”. No seu auge, ele era muito admirado por suas idéias interpretativas e controle excepcional de sua suave e bela voz. Apesar do pequeno tamanho de sua voz lírica / de barítono de câmara, Fischer-Dieskau também apresentou e gravou muitos papéis operísticos. Ele dominou a plataforma de ópera e concerto por mais de trinta anos. 

Fischer-Dieskau: Essentials
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
01. An die Musik, D. 547 (Op. 88/4)
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
02. Don Giovanni, K. 527 : “Fin ch’han dal vino”
Christoph Willibald Gluck (Alemanha, 1714 – Áustria, 1787)
03. Orfeo ed Euridice, Wq. 30 : No. 43 Aria: “Ach, ich habe sie verloren” (Arr. Alfred Doerffel)
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
04. Dichterliebe, Op. 48 : No. 1 Im wunderschönen Monat Mai
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
05. Der Musensohn, Op. 92, No. 1, D. 764
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
06. Die Zauberflöte, K. 620 : “Der Vogelfänger bin ich ja”
Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901)
07. La Traviata : “Di Provenza il mar, il suol”
Gustav Mahler (República Tcheca, 1860 – Viena, 1911)
08. Rückert-Lieder, Op. 44 : Ich atmet’ einen linden Duft
Wolfgang Amadeus Mozart (Austria, 1756-1791)
09. Le nozze di Figaro, K. 492 : “Vedro mentr’io sospiro”
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
10. Im Frühling, D. 882
11. Winterreise, D. 911 : No. 5 Der Lindenbaum
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
12. Dichterliebe, Op. 48 : No. 3 Die Rose, die Lilie, die Taube, die Sonne
Georges Bizet (França, 1838 – 1875)
13. Carmen, WD 31 : “Votre toast, je peux vous le rendre” – “Toréador, en garde”
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
14. Schwanengesang, D. 957 : Ständchen “Leise flehen meine Lieder”
Richard Strauss (Alemmanha, 1864 – 1949)
15. Ständchen, Op. 17, No. 2
Giuseppe Verdi (Itália, 1813 – 1901)
16. Don Carlo : “Dio, che nell’alma infodere”
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883)
17. Tannhäuser, WWV 70 : Wie Todesahnung… O du mein holder Abendstern (Wolfram)
Franz Schubert (Austria, 1797-1828)
18. Winterreise, D. 911 : No. 4 Erstarrung
Robert Schumann (Alemanha, 1810-1856)
19. Liederkreis, Op. 39 : Mondnacht
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883)
20. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96 : “Was duftet doch der Flieder”
Ludwig van Beethoven (Alemanha, 1770-Áustria, 1827)
21. Fidelio, Op. 72 : “Ha! Welch ein Augenblick!”
Hugo Wolf (Eslovênia, 1860 – Áustria, 1903)
22. Italienisches Liederbuch : Ein Ständchen euch zu bringen
Claude Debussy (França 1862 – 1918)
23. Mandoline
Gustav Mahler (República Tcheca, 1860 – Viena, 1911)
24. Lieder eines fahrenden Gesellen : No. 3 Ich hab’ ein glühend Messer
Carl Orff (Alemanha, 1895 – 1982)
25. Carmina Burana / No. 2 In Taberna : “Estuans interius”

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Palhinha – 18. Winterreise, D. 911 : No. 4 Erstarrung

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Boa audição!

 

 

 

 

Avicenna

PS. Nosso colega René Denon adicionou um comentário de valor-

Olá, Avicenna!
A coleção vai de vento em popa! DFD é figurinha carimbada! Nesta coleção há muitas beleza que podem levar a futuras explorações ao resto da obra, bastando alguns cliques!
As canções de Schubert fazem uma parte substancial do repertório do Dietrich, como An Die Musik e Der Musenhohn. Para explorar mais esta vertente aqui tem uma coleção de lindas canções de Schubert:
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/03/03/schubert-lieder-dietrich-fischer-dieskau-gerald-moore/

Ele também brilhou nos palcos das óperas como o Don Giovanni ou Papageno, com duas canções desta coleção – o tour de force Fin ch’han dal vino e a canção do apanhador de pássaros Der Vogelfänger bin ich ja. Estas duas óperas completas com as demais árias estão postadas aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/05/05/wolfgang-amadeus-mozart-1756-1791-die-zauberflote-bohm-fischer-dieskau-wunderlich-berliner-philharmoniker/
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/04/02/mozart-1756-1791-don-giovanni-dg-ferenc-fricsay/
Voltando ao mundo do Lieder, a canção alemã, o belíssimo Im wunderschönen Monat Mai é a canção que inicia o ciclo Dichterliebe e está aqui:
https://pqpbach.ars.blog.br/2020/06/14/schmnn210-robert-schumann-1810-1856-lieder-fischer-dieskau/
Acredito que outras pessoas vão identificar outras postagens com peças…
Grande introdução a arte deste que foi um dos mais importantes cantores de que temos notícia.
Abração do René

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto para piano e orquestra no. 5 em Mi bemol maior, Op. 73, “Imperador” – Horowitz/Reiner – Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) – Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23 – Horowitz/Toscanini

Depois de honrarmos as úlceras que “Fidelio” deu a Beethoven, concedendo-lhe dez dias de nosso ano do jubileu, e darmos de presente a vós outros alguns dias de ausência para que o colega FDP Bach lhes apresentasse a soberba integral das sonatas de Lud Van com Bavouzet, prosseguiremos a travessia de sua obra com um dos seus maiores blockbusters, o mais conhecido de seus concertos para piano, que dispensaria apresentações se não houvesse tanto para se escrever sobre ele.

Primeiramente, claro, sua alcunha, apócrifa como quase todos os apelidos dados às obras de Beethoven. O “Imperador” foi assim chamado por Johann Baptist Cramer, seu editor londrino. Muitos pensam que, assim como aquela sinfonia que seria “titolata Buonaparte”, o “Imperador” seria Napoleão, o que é uma tremenda bobagem, já que, em pleno 1809, o corso não era nem querido na Áustria, que derrotara naquele mesmo, tampouco em Londres, mesmo derrotado em Trafalgar anos antes. Cramer tão só apôs um título para descrever, e não sem felicidade, a pompa e imponência da obra, e com isso impressionar sua clientela. Funcionou tão bem que, bem, funciona até hoje.

Este foi o único dos cinco concertos para piano que Beethoven nunca tocou em público. Há quem pense que ele não o fez por conta da surdez, e ela certamente já estava muito avançada quando o concerto foi terminado. Ludwig, no entanto, continuou a apresentar-se como pianista até 1815, quando tocou para a nobreza reunida em Viena para o Congresso epônimo que refatiou a Europa pós-napoleônica. O “Imperador”, aliás, teve duas estreias. A primeira foi privada, na casa do príncipe Lobkowitz, e o solista foi o próprio dedicatário da obra, o arquiduque Rudolph. A estreia pública, com solo do também compositor Friedrich Schneider, aconteceu em Leipzig, onde o concerto foi publicado. A cidade saxã estava longe demais de Viena para que Beethoven, cada vez menos interessado em pegar estradas, se dispusesse a estrear a obra. Quando houve a oportunidade de fazê-la ouvir em Viena, Beethoven não tinha o melhor interesse em tocá-la em público, de modo que a estreia naquela cidade foi dada em 1812 por seu aluno Carl Czerny – o ano da famosa carta à “Amada Imortal”, de imensos problemas financeiros e do início de suas contendas pela tutela de seu sobrinho.


Mais uma barbeiragem factual, num oferecimento daquela baboseira
chamada  “Minha Amada Imortal”

Enfim, a obra. De tão executada, gravada e repetida, pode-se até esquecer sua imensa originalidade. O plano geral é mesmo do concerto para violino, embora seja radicalmente diferente deste: um longo e elaborado movimento inicial, um expressivo movimento lento, e um finale impetuoso que resolve os movimentos anteriores. No imenso primeiro movimento, há tantas cadências para o piano solo – incluindo as três que abrem os trabalhos, com a entrada quase imediata do solista, entremeadas por majestosos acordes da orquestra em progressão harmônica – que Beethoven abriu mão, pela primeira vez em seus concertos, de designar um espaço para o executante improvisar livremente. Com um primeiro movimento tão extenso e imponente, é admirável que o cerne da obra, seu verdadeiro coração, esteja no contido, maravilhoso Adagio na remota tonalidade de Si maior, já anunciada por episódios do movimento inicial. Seu caráter hínico é realçado pelo silêncio dos instrumentos marciais (metais e tímpanos) e pelo acompanhamento das cordas em surdina, pelas madeiras, e de delicadas figurações do piano. O resultado é um dos pontos mais altos de toda obra de Beethoven, daqueles que um ludwigomaníaco como eu poderia escutar ad aeternum, e que a gente lamentaria que acabasse, se o genial compositor também não tivesse dado um jeito nisso: em vez de encerrar o Adagio impossivelmente belo, que parece suspender a passagem do tempo, ele prepara a transição ininterrupta para o movimento seguinte com sugestões do tema, e um simples semitom – um longo Si natural do fagote que dá lugar a um Si bemol – abre as comportas para o impetuoso finale que parece resolver tudo que a meia hora anterior deixou em aberto.

Por último, o solista. Não é segredo que Vladimir Horowitz, idolatrado por tantos grandes pianistas e certamente objeto de inveja de qualquer um que já tentou tocar piano, seja frequentemente criticado por suas idiossincrasias, em particular sua inclinação por subverter indicações da partitura para fazer ouvir seus fantásticos truques ao teclado. Esta gravação vem, então, como uma tentativa de desagravo. Ela mostra que Horowitz conseguia, sim, respeitar as intenções do compositor sem deixar de demonstrar seu fabuloso domínio do instrumento. Vá lá que seu parceiro nesta gravação ao vivo, o temido Fritz Reiner, certamente arrancar-lhe-ia a coluna vertebral pelas órbitas se ele tentasse botar as manguinhas de fora, mas é notável como o brilho de Horowitz não soçobra a cuidadosa realização do acompanhamento orquestral pelo húngaro. Se não é o “Imperador” para ouvir pela eternidade, é certamente um dos que mais gosto de revisitar.

A gravação encerra com uma outra notável parceria, aquela entre Horowitz e outro notório déspota do pódio, e ademais seu sogro, Arturo Toscanini. Também realizada ao vivo, no Carnegie Hall, com todas as limitações esperadas de uma gravação de 1943, ela mostra o recém-quarentão Volodya no auge de suas forças, numa interpretação elétrica de um de seus cavalos de batalha, o primeiro concerto de Tchaikovsky. O concerto em questão era destinada à arrecadação de bônus de guerra, numa época em que os soviéticos retomavam Stalingrado e o teatro de operações do Pacífico ficava cada vez mais encarniçado. Todos esperavam o inacreditável de Horowitz, e ele pelo jeito o entregou ao público, com direito a algumas de suas características traições à partitura para exibir sua incomparável técnica de oitavas. O resultado foi uma leitura única, inconfundível dessa obra popularíssima da qual, confesso, eu já gostei mais, mas que provavelmente agradará seus muitos fãs.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Concerto em Mi bemol maior para piano e orquestra, Op. 73, “Imperador”
Composto em 1809
Publicado em 1811
Dedicado ao arquiduque Rudolph da Áustria

1 –  Allegro
2 – Adagio un poco mosso – attacca:
3 – Allegro ma non troppo

Vladimir Horowitz, piano
RCA Victor Symphony Orchestra
Fritz Reiner, regência

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)

Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23

4 – Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
5 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
6 – Allegro con fuoco – Molto meno mosso – Allegro vivo

Vladimir Horowitz, piano
NBC Symphony Orchestra
Arturo Toscanini, regência

Gravado ao vivo no Carnegie Hall, New York City, em 25 de abril de 1943.

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Foto aleatória do dia

 

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 8 de 12 (Sinf de Câmara Op. 110a, Sinf 10, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 8 de 12 (Sinf de Câmara Op. 110a, Sinf 10, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sobre a Sinfonia de Câmara: Na minha opinião, o melhor quarteto de cordas de Shostakovich. Não surpreende que tenha recebido versões orquestrais. Trata-se de uma obra bastante longa para os padrões shostakovichianos de quarteto; tem cinco movimentos, com a duração total ficando entre os 20 minutos (na versão para quarteto de cordas) e 26 (na versão orquestral). O quarteto abre com um comovente Largo de intenso lirismo, o qual é seguido por um agitado Allegro molto, de inspiração folclórica e que fica muito mais seco na versão para quarteto. O terceiro movimento (Allegretto) é uma surpreendente valsinha sinistra a qual é respondida por outra valsa, muito mais lenta e com um acompanhamento curiosamente desmaiado. O quarteto é finalizado por dois belos temas ; o primeiro sendo pontuado por agressivamente por um motivo curto de três notas e o segundo formado por mais uma fuga a quatro vozes utilizando temas dos movimentos anteriores.

Sobre a Sinfonia Nº 10: Este monumento da arte contemporânea mistura música absoluta, intensidade trágica, humor, ódio mortal, tranquilidade bucólica e paródia. Tem, ademais, uma história bastante particular. Em março de 1953, quando da morte de Stalin, Shostakovich estava proibido de estrear novas obras e a execução das já publicadas estava sob censura, necessitando autorizações especiais para serem apresentadas. Tais autorizações eram, normalmente, negadas. Foi o período em que Shostakovich dedicou-se à música de câmara e a maior prova disto é a distância de oito anos que separa a nona sinfonia desta décima. Esta sinfonia, provavelmente escrita durante o período de censura, além de seus méritos musicais indiscutíveis, é considerada uma vingança contra Stálin. Primeiramente, ela parece inteiramente desligada de quaisquer dogmas estabelecidos pelo realismo socialista da época. Para afastar-se ainda mais, seu segundo movimento – um estranho no ninho, em completo contraste com o restante da obra – contém exatamente as ousadias sinfônicas que deixaram Shostakovich mal com o regime stalinista. Não são poucos os comentaristas consideram ser este movimento uma descrição musical de Stálin: breve, é absolutamente violento e brutal, enfurecido mesmo, e sua oposição ao restante da obra faz-nos pensar em alguma segunda intenção do compositor. Para completar o estranhamento, o movimento seguinte é pastoral e tranquilo, contendo o maior enigma musical do mestre: a orquestra para, dando espaço para a trompa executar o famoso tema baseado nas notas DSCH (ré, mi bemol, dó e si, em notação alemã) que é assinatura musical de Dmitri SCHostakovich, em grafia alemã. Para identificá-la, ouça o tema executado a capela pela trompa. Ele é repetido quatro vezes. Ouvindo a sinfonia, chega-nos sempre a certeza de que Shostakovich está dizendo insistentemente: Stalin está morto, Shostakovich, não. O mais notável da décima é o tratamento magistral em torno de temas que se transfiguram constantemente. E PQP Bach adverte: não ouça o segundo movimento previamente irritado. Você e sua companhia poderão se machucar.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 8 de 12 (Sinf de Câmara Op. 110a, Sinf 10, Ashkenazy)

Chamber Symphony, Op.110a
8-1 Largo
8-2 Allegro Molto
8-3 Allegretto
8-4 Largo
8-5 Largo

Symphony No.10 In E Minor, Op.93
8-6 Moderato
8-7 Allegro
8-8 Allegretto
8-9 Andante – Allegro

Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Shostakovich e Irina em um passeio aprazível da mais pura felicidade

PQP

 

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

The Journey ∞ Leon Fleisher, piano ∞

Bach · Mozart

Beethoven · Chopin

Stravinsky

Leon Fleisher

(1928 – 2020)

 

Imagine ser um pianista famoso, com concertos marcados nas grandes salas ao redor do mundo, ter seus discos no topo das paradas de sucesso sempre acompanhados das melhores críticas – uma vida de sucesso – e perder tudo, de repente. Isto ocorreu com Leon Fleisher, um dos mais renomados pianistas que, no meio da década de 1960 teve que redirecionar toda a sua carreira profissional por machucar a sua mão direita a ponto de não poder mais usá-la. Ele passou a sofrer de distonia focal.

Ele morreu neste primeiro domingo de agosto, aos 92 anos.

Apesar de ter a carreira de concertista interrompida, Leon Fleisher continuou a fazer e viver a música, tocando o repertório para a mão esquerda, regendo e dando aulas, até que em 1995, após 30 anos de inatividade, recuperou satisfatoriamente os movimentos da mão e voltou a tocar piano com duas mãos. Isto foi possível graças a uma combinação de uma técnica de massagem profunda e injeções de Botox.

Esta história sempre me encantou. Tenho e ouço seus discos do período áureo, mas de uma certa forma, aprecio ainda mais aqueles que ele gravou posteriormente. Em 2003 ele gravou um disco com o expressivo nome Two Hands, que tem uma gravação muito especial da última grande sonata de Schubert. Em 2006 ele gravou o disco desta postagem – The Journey.

Este título tanto se aplica ao repertório, que vai de Bach até Stravinsky, passando por Mozart, Beethoven e Chopin, quanto à sua própria vida.

Além da música, o álbum contém um disco com uma entrevista dada a Bob Edwards, na qual Leon Fleisher fala de sua jornada.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Capricho em si bemol maior, BWV 992

  1. Arioso: Adagio
  2. Fughetta
  3. Adagissimo
  4. Andante
  5. Aria (do postilhão): Allegro poco
  6. Fuga

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata em mi bemol maior, K 282

  1. Adagio
  2. Menuetto I – II
  3. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fantasia e Fuga Cromática em ré menor, BWV 903

  1. Fantasia
  2. Fuga

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

Berceuse em ré bemol maior, Op. 57

  1. Berceuse

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Serenata em lá maior

  1. Hymne
  2. Romanza
  3. Rondoletto
  4. Cadenza finala

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Bagatela em lá menor, WoO. 59 “Für Elise”

  1. Bagatela

Leon Fleisher, piano

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Que a persistência e a atitude resiliente de Leon Fleisher nos inspire a enfrentar as nossas limitações e dificuldades e que possamos também percorrer uma boa jornada.

Aproveite!

René Denon

BTHVN 250 Ludwig van Beethoven – Piano Sonatas Cds 7, 8 e 9 de 9 – Jean-Efflaim Bavouzet

Encerramos com esta postagem mais um ciclo, mais uma integral das Sonatas para Piano de Beethoven, na ótima performance do pianista Jean-Efflaim Bavouzet, um dos principais pianistas da atualidade.

Postar integrais é trabalhoso, ainda mais se estiver envolvida neste monumental trabalho de todos os membros da equipe do PQPBach de trazer a Obra de Beethoven durante este ano de 2020, aliás, triste ano que não vai deixar saudades quando se encerrar. Estamos oferecendo para os senhores uma série de gravações que consideramos importantes, e claro que estamos deixando muitas de fora, afinal, tem muita coisa. As escolhas não são aleatórias, ao contrário. São escolhidas a dedo, dentro do acervo de seus membros, é claro. Então, se os senhores acharem que falta um ou outro intérprete que lhes agrada, lamentamos. Como comentamos acima, são muitas as opções.

Com relação a este ótimo pianista, até onde sabemos, ainda não existe uma integral sua das obras para piano e orquestra do mesmo Beethoven. Claro que isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, aguardamos ansiosos.

Piano Sonatas, Volume 3
CD ONE

Sonata, Op. 54 in F major
1 In tempo d’un menuetto
2 Allegretto – Più allegro

Sonata, Op. 57 ‘Appassionata’ in F minor
3 Allegro assai – Più allegro 9:31
4 Andante con moto – 5:58
5 Allegro ma non troppo – Presto 8:18

Sonata, Op. 78 in F sharp major
6 Adagio cantabile – Allegro ma non troppo
7 Allegro vivace

Sonata (Sonatina), Op. 79 in G major
8 Presto alla tedesca
9 Andante
10 Vivace

Sonata, Op. 81a ‘Das Lebewohl, Abwesenheit und das Wiedersehen’ in E flat major
11 Das Lebewohl (Les Adieux). Adagio – Allegro
12 Abwesenheit (L’Absence). Andante espressivo
13 Das Wiedersehen (Le Retour). Vivacissimamente – Poco andante – Tempo I

Sonata, Op. 90 in E minor
1 Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
2 Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Sonata, Op. 101 in A major
3 Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung (Allegretto, ma non troppo)
4 Lebhaft. Marschmäßig (Vivace alla marcia) – [ ] – Marcia da capo al fine senza repetizione
5 Langsam und sehnsuchtvoll (Adagio, ma non troppo, con affetto) – Zeitmaß des ersten Stückes (Tempo del primo pezzo) – Presto –
6 Geschwinde, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit (Allegro) – [ ] – Tempo I

Sonata, Op. 106 ‘Hammerklavier’ in B flat major Große Sonate für das Hammer-Klavier
7 Allegro
8 Scherzo. Assai vivace – Presto – Prestissimo – Tempo I – Presto – Tempo I
9 Adagio sostenuto
10 Largo – Un poco più vivace – Tempo I – Allegro – Tempo I – Prestissimo – Allegro risoluto. Fuga a tre voci, con alcune licenze – Poco adagio – Tempo I

CD THREE

Sonata, Op. 109 in E major
1 Vivace, ma non troppo – Adagio espressivo – Tempo I – Adagio espressivo – Tempo I –
2 Prestissimo
3 Gesangvoll, mit innigster Empfindung (Andante molto cantabile ed espressivo) – Variazione I. Molto espressivo – Variazione II. Leggiermente – Variazione III. Allegro vivace – Variazione IV. Etwas langsamer als das Thema –
Variazione V. Allegro, ma non troppo – Variazione VI. Tempo primo del tema

Sonata, Op. 110 in A flat major
4 Moderato cantabile molto espressivo
5 Allegro molto – Coda
6 Adagio ma non troppo – Recitativo (più adagio) – Andante – Adagio – Meno adagio – Adagio – Adagio ma non troppo – Klagender Gesang –
Fuga. Allegro ma non troppo – L’istesso tempo di Arioso [Klagender Gesang] – Ermattet, klagend – L’istesso tempo della Fuga poi a poi di nuovo vivente – Meno allegro – Tempo I

Sonata, Op. 111 in C minor
7 Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
8 Arietta. Adagio molto semplice e cantabile – L’istesso tempo – L’istesso tempo

Jean-Efflaim Bavouzet – Piano

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Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 7 de 12 (Sinf 8, Funeral & Triumphal Prelude, Novorossiisk Chimes, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 7 de 12 (Sinf 8, Funeral & Triumphal Prelude, Novorossiisk Chimes, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Música (de Anna Akhmátova)

Dedicado a Dmitri Shostakovich

Algo de miraculoso arde nela,
e fronteiras ela molda aos nossos olhos.
É a única que continua a me falar,
depois que todos os outros ficaram com medo de se aproximar.
Depois que o último amigo tiver desviado o olhar,
ela ainda estará comigo no meu túmulo,
como se fosse o canto do primeiro trovão,
ou como se todas as flores tivessem começado a falar.

A Sinfonia Nº 8, Op. 65, de Dmitri Shostakovich, foi escrita no verão de 1943 e apresentada pela primeira vez em 4 de novembro daquele ano pela Orquestra Sinfônica da URSS sob Yevgeny Mravinsky , a quem o trabalho é dedicado. Foi nomeada “Sinfonia de Stalingrado”, mas este nome não pegou. Inexplicavelmente, a sinfonia não aparece nos programas de concerto com muita frequência, pois é uma das melhores partituras de Shosta. Embora alguns tenham argumentado que o trabalho se enquadra na tradição de outras sinfonias de “tragédia-triunfo”, como a 5ª de Beethoven, a 1ª de Brahms , a 8ª Bruckner e a 2ª de Mahler, há consideráveis diferenças. O nível de otimismo presente no final é quase ausente, sendo substituído pelo sarcasmo ou bom humor. O amigo de Shostakovich, Isaak Glikman, chamou essa sinfonia de “sua obra mais trágica”… O trabalho, como muitas de suas sinfonias, quebra algumas das convenções padrão de forma e estrutura sinfônicas. Shostakovich faz referência clara a temas, ritmos e harmonias de suas sinfonias anteriores, principalmente a Sinfonia Nº 5 e a Sinfonia Nº 7. Gosto muito da beleza austera do quarto movimento, uma verdadeira obra-prima em 12 variações – uma passacaglia – e também dos dois primeiros, com destaque para o divertido diálogo entre o piccolo, o clarinete e o fagote do scherzo. E o terceiro movimento é sensacional, muito russo e “mexido”. O finale é o primeiro que Shostakovich faz de forma sussurrante. Uma joia!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 7 de 12 (Sinf 8, Funeral & Triumphal Prelude, Novorossiisk Chimes, Ashkenazy)

7-1 Funeral & Triumphal Prelude, Op.130 (In Memory Of The Heroes Of The Battle Of Stalingrad)

Symphony No.8 In C Minor, Op.65
7-2 Adagio
7-3 Allegretto
7-4 Allegro Non Troppo
7-5 Largo
7-6 Allegretto

7-7 Novorossiisk Chimes

Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Shostakovich foi um grande admirador do futebol de Paulo Roberto Falcão

PQP

Koechlin (1867-1950) · Emmanuel (1862-1938): Música para flauta, clarinete & piano – Markus Brönnimann · Jean-Philippe Vivier · Michael Kleiser

Koechlin (1867-1950) · Emmanuel (1862-1938): Música para flauta, clarinete & piano – Markus Brönnimann · Jean-Philippe Vivier · Michael Kleiser

 

Charles Koechlin

Maurice Emmanuel

Música de Câmera

Brönnimann · Vivier

Kleiser

 

Eu poderia estar postando um álbum de Tchaikovsky ou de Berlioz! Uma postagem com muitas sinfonias e concertos! Mas hoje não! Desta vez vamos com uma dupla de músicos franceses com algumas obras de câmera.

É possível que você nunca tenha ouvido falar destes dois compositores. Se ouviu, é possível que não tenha ouvido qualquer obra de algum deles nos últimos, digamos, 12, 13 meses. Acertei? Eu nunca havia ouvido qualquer coisa de Maurice Emmanuel e, apesar de já ter ouvido falar de Koechlin, certamente não ouvira nada dele, recentemente.

Animei-me com a cara do disco e, voilà, acertei em cheio!

O que andei fazendo que não havia ouvido estes caras antes? Bom, calma, também não é assim, nada de apagar os arquivos de Schubert e Mozart, mas há espaço para eles. Peço-vos, portanto, uma chance para este tipo de repertório, especialmente se gostas de música de câmera com flauta ou clarinete.

Os dois compositores estudaram nas excelentes escolas francesas de música, tiveram como professores nomes bem mais conhecidos. Foram amigos chegados de compositores e músicos bem famosos e também deram aulas para figuras que vieram a ficar bem conhecidas. São mestres completos do ofício musical, capazes de criar lindas melodias e belas harmonias. No entanto, tiveram atitudes bem distintas em relação à sua própria obra. Enquanto Maurice Emmanuel era muito crítico de suas peças e destruiu por volta da metade delas, Koechlin produziu peças de todos os gêneros musicais.

Os intérpretes são excelentes. O flautista Markus Brönnimann é suíço e estudou com o famoso Michel Debost em Ohio e com Renate Greiss-Armin, em Karlsruhe. Nos dias da gravação deste disco era o flautista principal da Orchestre Philharmonique de Luxembourg. Hoje atua em grupos camerísticos como o Ensemble Pyramide, o Trio Maare e a Kammerata Luxembourg.

Jean-Philippe Vivier nasceu em Nantes e estudou em Lyon. Durante os estudos, visitou o Tanglewood Music Center onde conviveu com grandes nomes da música, como Seiji Ozawa, Bernard Haitink e Leon Fleisher. Assim como o seu colega flautista, atuava como principal clarinetista da Orchestre Philharmonique de Luxembourg e creio que continua atuando.

O pianista Markus Kleiser é de Zurique, onde atua como acompanhante (estudou com Irwin Gage) e músico de câmera. Markus também tem grande interesse por jazz e música popular.

Maurice Emmanuel (1862 – 1938)

Sonata para clarinete, flauta e piano, op. 11 (1907)

  1. Allegro com spirito
  2. Adagio
  3. Molto alegro e leggierissimo

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Sonata para flauta, op. 52 (1911 – 13)

  1. Adagio molto tranquilo
  2. Mouvement de Sicilienne: allegretto três modéré mais sans traîner
  3. Final: Animé et gai

Sonata para clarineta No. 1, op. 85 (1923)

  1. Allegro, bien décidé et rythmé
  2. Andante quasi adagio
  3. Final: Allegro moderato sans lanteur, bien allant mais sans précipiter le rythme

Sonata para clarineta No. 2, op. 86 (1923)

  1. Allegro ben moderato
  2. Andante con moto
  3. Allegro sans traîner

Sonatine modale para flauta e clarinete, op. 155a (1935-1936)

  1. Andante moderato (dans le caractere d’une chanson populaire)
  2. Allegro moderato (lumineux et gai)
  3. Andantino (sans traîner)
  4. Assez large, expansif
  5. Allegro (non troppo)

Três peças para clarinete e piano (do op. 178) (1942)

  1. 1: Allegretto com moto (mais pas réellement alegro)
  2. 2: Andante com moto
  3. 3: Tempo de Sicilienne

Pastorale para flauta, clarinete e piano, op. 75bis (1917-21)

  1. Allegretto (três modéré)

Markus Brönnismann, flauta

Jean-Philippe Vivier, clarinete

Michael Kleiser, piano

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Charles…

Espero que este disco sirva como um despertar de seu interesse pela obra de compositores como eles, e espero oferecer mais obras deles em futuro não muito distante.

Vale!

René Denon

BTHVN250 Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Sonatas Cds 4, 5 e 6 de 9 – Jean-Efflaim Bavouzet

Dando continuidade à série do pianista francês Jean-Efflaim  Bavouzet dedicada às Sonatas de Beethoven, trago hoje o segundo volume da coleção, com mais três CDs para os senhores degustarem.
Dentre tantas outras, uma das características que me fazem admirar ainda mais esse músico é a tranquilidade e a serenidade que ele transmite quando está tocando. Mesmo nas peças mais complexas e difíceis, intensas, ele transmite muita confiança na execução. Suas escolhas dos tempos me parecem apropriadas, mesmo que em um primeiro momento possam parecer diferentes.
Enfim, é para ouvir, apreciar, se deliciar, e aproveitar.

Piano Sonatas, Volume 2

CD ONE

Sonata, Op. 22 in B flat major
1 Allegro con brio
2 Adagio con molta espressione
3 Minuetto – Minore – Minuetto D.C. senza replica
4 Rondo. Allegretto

Sonata, Op. 26 ‘Grande Sonate’ in A flat major
5 Andante con Variazioni
6 Scherzo. La prima parte senza repetizione. Allegro molto – Trio – Scherzo D.C. senza repetizione
7 Marcia funebre sulla morte d’un Eroe
8 Allegro

Sonata quasi una fantasia, Op. 27 No. 1 in E flat major
9 Andante – Allegro – Tempo I
10 Allegro molto e vivace
11 Adagio con espressione
12 Allegro vivace – Tempo I – Presto

Sonata quasi una fantasia, Op. 27 No. 2 ‘Moonlight’ in C sharp minor
13 Adagio sostenuto. Si deve suonare tutto questo pezzo delicatissimamente e senza sordino
14 Allegretto. La prima parte solamente una volta – Trio – Allegretto D.C.
15 Presto agitato – Adagio – Tempo I

CD TWO
Sonata, Op. 31 No. 1 in G major
1 Allegro vivace
2 Adagio grazioso
3 Rondo. Allegretto – Adagio – Tempo I – Adagio – Presto

Sonata, Op. 31 No. 2 ‘Tempest’ in D minor
4 Largo – Allegro – Adagio – Largo – Allegro – Largo – Allegro – Largo – Allegro – Adagio – Largo – Allegro
5 Adagio
6 Allegretto

Sonata, Op. 31 No. 3 in E flat major
7 Allegro
8 Scherzo. Allegretto vivace
9 Menuetto. Moderato e grazioso – Trio – Coda
10 Presto con fuoco

CD THREE

Sonata, Op. 28 ‘Pastoral’ in D major
1 Allegro – Adagio – Tempo I
2 Andante
3 Scherzo. Allegro vivace – Trio. La seconda parte una volta – Scherzo D.C.
4 Rondo. Allegro ma non troppo – Più Allegro quasi Presto

Sonata, Op. 49 No. 1 ‘Sonate facile’ in G minor
5 Andante
6 Rondo. Allegro

Sonata, Op. 49 No. 2 ‘Sonate facile’ in G major
7 Allegro, ma non troppo
8 Tempo di Menuetto

Sonata, Op. 53 ‘Waldstein’ in C major
9 Allegro con brio
10 Introduzione. Adagio molto –
11 Rondo. Allegretto moderato – Prestissimo
12 Andante, WoO 57 ‘Andante favori’ in F major
Andante grazioso con moto

Jean-Efflaim Bavouzet – Piano

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Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 6 de 12 (Sinf 7, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 6 de 12 (Sinf 7, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

De história riquíssima, a Sinfonia Nº 7 – dedicada à resistência da cidade de Leningrado cercada pelos nazistas – deve parte de sua celebridade a uma transmissão de rádio feita desde Leningrado para a cidade devastada e sitiada. Aliás, ouçam o pequeno discurso da primeira faixa deste CD. É a gravação original da locução de apresentação da estreia da 7ª no rádio, feita em 9 de agosto de 1942. A sinfonia auxiliou as autoridades soviéticas a elevar o moral em Leningrado durante o cerco nazista e no país. Várias outras performances foram programadas com intenções patrióticas na União Soviética e na Europa. É música de primeira linha, mas é muito mais eficiente como musica programática de conteúdo histórico. O primeiro movimento, que descreve a marcha nazista, é esplêndido. Também é importante salientar o equívoco do grande público que vê resistência e patriotismo numa obra sobre a devastação e a morte. Mas, como diria Lênin, o que fazer?

Mais? Mais! Imaginem uma cidade cercada por alemães há 18 meses, uma orquestra improvisada vestida com suéteres e jaquetas de couro, todos magérrimos pela fome, a rádio transmitindo o concerto, várias cidades soviéticas estreando a obra ao mesmo tempo, Arturo Toscanini — anti-fascista de cabo a rabo — pedindo a partitura nos Estados Unidos (ela foi levada de avião até Teerã, de carro ao Cairo, de avião à Londres, de onde um outro avião da RAF levou a música ao maestro), Shostakovich na capa da Time. Ou seja, a 7ª é importante. Nos EUA, em poucos meses, foi interpretada por Kussevítski, Stokovski, Rodzinski, Mitropoulos, Ormandy, Monteaux, etc. Um espanto.

Numa das maiores homenagens recebidas por uma obra musical, Anna Akhmátova escreveu o seguinte poema ao ser posta à salvo das bombas alemãs pelas autoridades soviéticas:

Todos vocês teriam gostado de me admirar quando,
no ventre do peixe voador,
escapei da perseguição do mal e,
sobre as florestas cheias de inimigos,
voei como se possuída pelo demônio,
como aquela outra que,
no meio da noite,
voou para Brocken.
E atrás de mim,
brilhando com seu segredo,
vinha a que chama a si mesma de Sétima,
correndo para um festim sem precedentes.
Assumindo a forma de um caderno cheio de notas,
ela estava voltando para o éter onde nascera.

Pois é. Mas falemos a sério: não é a maior sinfonia de Shosta, só que é a famosésima.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 6 de 12 (Sinf 7, Ashkenazy)

6-1 Shostakovich Broadcasts From Besieged Leningrad In 1941

Symphony No.7, Op.60 – “Leningrad”
6-2 Allegretto
6-3 Moderato (Poco Allegretto)
6-4 Adagio
6-5 Allegro Non Troppo

St Petersburg Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Shostakovich: bombeiro durante a guerra

PQP

Impromptu – Peças para Piano – Shai Wosner

Impromptu – Peças para Piano – Shai Wosner

IMPROMPTU 

Schubert & CIA

SHAI WOSNER

 

 

O álbum desta postagem parte de uma ideia simples – excelente – e é muito bem feito. Achei a capa ótima, com os nomes dos compositores e o do intérprete grafitados sobre uma foto informal, alegre, jovial. Traduz o espírito do disco.

Imagine reunir um grupo de compositores que também foram grandes intérpretes de suas obras e improvisadores em torno de um piano – numa espécie de jam session. Eles se alternam ao teclado, apresentando suas habilidades e seus poderes de improvisação. O tema do disco – Impromptu – é uma forma musical que, apesar de completamente escrita pelo compositor, é o que temos de mais próximo de suas improvisações. Assim como as peças intituladas Fantasias.

Uma maneira divertida de ouvir o disco é fazê-lo sem decorar a lista das peças e ir adivinhando qual é o compositor da vez ou qual deles ‘sentou-se’ ao piano naquele momento.

Agora é a minha vez…

Schubert é assim um pouco o anfitrião, o dono do piano, pois ao longo do recital ouvimos quatro dos seus impromptus. Temos também algumas surpreendentes presenças, mesmo que mais momentâneas, com Liszt, Dvořák, Gershwin e – pasmem – Charles Ives. Adorei ouvir o ensolarado Impromptu em lá bemol maior de Chopin surgindo logo após uma peça de Gershwin. Chopin senta-se três vezes ao piano e o grande Ludovico, apesar de só sentar-se uma vez, fica por lá quase dez minutos. Sua estranha Fantasia é um exemplo escrito de suas muitas e famosas improvisações, que a classifica para a lista do disco.

O pianista israelense Shai Wosner é excelente. Estudou com Andre Hajdu, professor que valorizava a improvisação e a considerava uma forma de busca do entendimento musical.

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em fá menor, D. 935, 1

Charles Ives (1874 – 1954)

  1. Improvisação para piano, No. 3

Antonín Dvořák (1841 – 1904)

  1. Impromptu em ré menor, B 129

George Gershwin (1898 – 1937)

  1. Impromptu in two Keys

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em lá bemol maior, Op. 29

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em lá bemol maior, D. 935, 2

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em fá sustenido maior, Op. 36

Franz Liszt (1811 – 1886)

  1. Impromptu S 191 (1872)

Franz Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em si bemol maior, D. 935, 3

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

  1. Fantasia em sol menor, Op. 77

Frederik Chopin (1810 – 1849)

  1. Impromptu em sol bemol maior, Op. 51

Charles Ives (1874 – 1954)

  1. Improvisação para piano, No. 1

Frans Schubert (1797 – 1828)

  1. Impromptu em fá menor, D. 935, 4

Shai Wosner, piano

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Don’t be Shai…

Para uma palhinha, clique aqui!

Aproveite!
René Denon

BTHVN250 Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Sonatas Cds 1, 2 e 3 de 9 – Jean-Efflaim Bavouzet

Venho acompanhando a carreira do pianista Jean-Efflaim Bavouzet há algum tempo, desde que iniciou o projeto de gravar a obra de Claude Debussy, sempre contratado pelo selo inglês Chandos. Fiel à gravadora, também já gravou Ravel, Schumann, Bártok, Haydn, Charles Ives, Mozart, entre outros, sempre com sucesso de crítica e de público. Com certeza, é um dos principais pianistas da atualidade.

Esse seu projeto beethoveniano iniciou-se em 2012 e foi concluido em 2016. Vou trazê-lo em três etapas, cada uma delas com três cds.

Vamos então ao que viemos. Creio que as obras não precisem ser apresentadas, afinal nosso colega Vassily Genrikovich vem fazendo um trabalho fantástico no Projeto Beethoven 250 anos.

PIANO SONATAS, VOLUME 1

CD ONE
Sonata, Op. 2 No. 1 in F minor
1 Allegro
2 Adagio
3 Menuetto. Allegretto – Trio – Menuetto D.C.
4 Prestissimo

Sonata, Op. 2 No. 2 in A major
5 Allegro vivace
6 Largo appassionato
7 Scherzo. Allegretto – Minore – Scherzo D.C.
8 Rondo. Grazioso

4 Sonata, Op. 2 No. 3 in C major
9 Allegro con brio
10 Adagio
11 Scherzo. Allegro – Trio – Scherzo D.C. e poi la Coda – Coda
12 Allegro assai

CD TWO
Sonata, Op. 7 ‘Grande Sonate’ in E flat major
1 Allegro molto e con brio
2 Largo, con gran espressione
3 Allegro – Minore – Allegro D.C.
4 Rondo. Poco allegretto e grazioso
5 Sonata, Op. 13 ‘Grande Sonate pathétique’ in C minor

5 Grave – Allegro di molto e con brio – Tempo I – Allegro molto e con brio –
Grave – Allegro molto e con brio
6 Adagio cantabile
7 Rondo. Allegro

Sonata, Op. 14 No. 1 in E major
8 Allegro
9 Allegretto – Maggiore – Allegretto D.C. e poi la Coda – Coda
10 Rondo. Allegro comodo
Sonata, Op. 14 No. 2 in G major
11 Allegro
12 Andante (La prima parte senza replica)
13 Scherzo. Allegro assai

CD THREE

Sonata, Op. 10 No. 1 in C minor
1 Allegro molto e con brio
2 Adagio molto
3 Finale. Prestissimo

Sonata, Op. 10 No. 2 in F major
4 Allegro
5 Allegretto
6 Presto

Sonata, Op. 10 No. 3 in D major
7 Presto
8 Largo e mesto
9 Menuetto. Allegro – Trio – Menuetto D.C., ma senza replica
10 Rondo. Allegro
11 Presto, WoO 52 in C minor
Original third movement discarded from Sonata, Op. 10 No. 1
Presto – Trio – Presto D.C.
12 Prestissimo in C minor Original Finale, with longer development, of Sonata, Op. 10 No. 1
Reconstructed by William Drabkin

Jean-Efflaim Bavouzet – Piano

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Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 5 de 12 (Sinf 5, 5 Fragmentos, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 5 de 12 (Sinf 5, 5 Fragmentos, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Esta é a obra mais popular de Dmitri Shostakovich. Recebeu incontáveis gravações e não é para menos. O público costuma torcer o nariz para obras mais modernas e aqui o compositor retorna no tempo para compor uma grande sinfonia ao estilo do século XIX. Sim, é em ré menor e possui quatro movimentos, tendo bem no meio, um scherzo composto por um Haydn mais parrudo. Mesmo para os aficcionados, é uma obra apetitosa, por transformar a linguagem do compositor em algo mais sonhador do que o habitual. Foi a primeira sinfonia de Shostakovich que ouvi. Meu pai, um romântico, apresentou-me a sinfonia dizendo que era muito melhor que as de Prokofiev, exceção feita à Nº 1, Clássica, que ele amava. Alguns consideram esta obra uma grande paródia; eu a vejo como uma homenagem ao glorioso passado sinfônico do século anterior. A abertura e a coda do último movimento (Allegro non troppo) costuma aparecer, com boa frequência, em programas de rádio que se querem sérios e influentes… Apesar de não ser típica, é absoluta e totalmente a sintaxe, o discurso e o sotaque do compositor. É a música ideal para o primeiro contato com Shostakovich.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 5 de 12 (Sinf 5, Ashkenazy)

Symphony No.5 In D Minor, Op.47
5-1 Moderato
5-2 Allegretto
5-3 Largo
5-4 Allegro Non Troppo

Five Fragments, Op.42
5-5 Moderato
5-6 Andante
5-7 Largo
5-8 Moderato
5-9 Allegretto

Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Shostakovich e um porquinho, vocês estão vendo

PQP

Francis Poulenc (1899-1963): Peças para Piano – Gen Tomuro

Francis Poulenc (1899-1963): Peças para Piano – Gen Tomuro

Poulenc

Novelettes

· Improvisations ·

Napoli

Gen Tomuro

 

Francis Poulenc foi um ótimo pianista e compôs música para piano ao longo de toda a sua vida, principalmente peças curtas. Ele preferia a música para piano que compôs para acompanhar suas canções e era bastante crítico de sua produção. Mas gostava bastante das suas ‘improvisações’, que foram compostas entre 1932 e 1959 e fazem parte substancial deste recital, que se completa com três Novelettes e um conjunto de três peças, intitulado Napoli. Temos assim um disco refrescante de boa música para piano, com espírito gálico!

Gen Tomuro é um pianista típico do nosso tempo. Nascido em Tokyo, mostrou desde a mais tenra idade atração para o piano. Passou por São Francisco, Boston, Paris e Londres. Estudou no New England Conservatory of Music. Em 2006 encontrou o pianista e regente Philippe Entremont. Mudou-se para Paris para estudar com este formidável músico. Posteriormente continuou sua formação e recebeu o título de Master of Arts da Royal Academy of Music, de Londres. Este é seu disco de estreia, que foi uma homenagem aos 120 anos do nascimento de Francis Poulenc.

Francis Poulenc (1899 – 1963)

2 Novelettes, FP 47

  1. Novelette em dó maior. Modéré sens lenteur
  2. Novelette em si bemol menor. Trés rapide et rythmé

Novelette No. 3, FP 173

  1. Novelette em mi menor

15 Improvisations

  1. 1 em si menor, FP 63, 1
  2. 2 em lá bemol maior, FP 63, 2
  3. 3 em si menor, FP 63, 3
  4. 4 em lá memol maior, FP 63, 4
  5. 5 em lá menor, FP 63, 5
  6. 6 em si bemol maior, FP 63, 6
  7. 7 em dó maior, FP 63, 7
  8. 8 em lá menor, FP 63,8
  9. 9 em ré maior, FP 63, 9
  10. 10 em fá maior, FP 63, 10 ‘Éloge des gammes’
  11. 11 em sol menor, FP 113, 1
  12. 12 em mi bemol maior, FP 113, 2 ‘Hommage à Schubert’
  13. 13 em lá menor, FP 170, 1
  14. 14 em ré bemol maior, FP 170, 2
  15. 15 em dó menor, FP 176 ‘Hommage à Édith Piaf’

Napoli, FP 40

  1. Barcarolle
  2. Nocturne
  3. Caprice Italien

Gen Tomuro, piano

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O que o confinamento faz com as criaturas…

Veja o que P. Entremont disso do pianista da postagem: ‘In all my years, Gen is truly the best I’ve seen and had the pleasure of listening to on the piano. Pure magic’.

Neste dias, nada como uma boa companhia…

Aproveite!

René Denon

PS: O arquivo flac é de alta resolução, por isso a diferença entre os tamanhos das duas possibilidades.

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Aberturas “Leonore” nos. 1, 2 & 3 – Abertura “Fidelio” – Zinman

Para arrematar a minissérie “Leonore/Fidelio” dentro dessa travessia a que nos propusemos da integral beethoveniana, abordaremos brevemente as aberturas que Ludwig compôs para o que deveria ter sido sua única ópera, mas que lhe deu o trabalho de várias e, nas suas próprias palavras, “uma coroa de mártir”.

A abertura das óperas, no ínicio do século XIX, buscava estabelecer, enquanto a plateia se aquietava, a devida atmosfera sonora para o que viria após o desfraldar das cortinas. Embora algumas aberturas não citem explicitamente temas da ópera – das quais aquela que Mozart deu para “Le Nozze di Figaro” é um dos mais maravilhosos exemplos, evocativa que é da comédia bufa que a ela se segue -, era bastante comum que os compositores citassem melodias para introduzir personagens ou evocar episódios significativos do enredo. Com tantas edições, podas e reformulações, é natural que Beethoven tenha mudado de ideia quanto à música que abriria “Leonore/Fidelio”. Assim, ele escreveu pelo menos cinco aberturas para sua complicada ópera – quis dar-lhe tantas aberturas quanto ela lhe deu úlceras, decerto -, das quais quatro sobreviveram: aquelas intituladas “Leonore” e numeradas de 1 a 3, e a abertura “Fidelio”.

Por muito tempo, pensou-se que a abertura Op. 138, publicada postumamente, fosse a primeira intenção do compositor para dar a partida em “Leonore”, e por isso ela ganhou o título de “Leonore no. 1”. Descobriu-se, no entanto, que embora tenha sido esboçada em 1804, um ano antes da fracassada estreia da ópera, ela só foi completada em 1808, dentro de planos enfim malogrados de apresentá-la em Praga. Assim como as três aberturas homônimas, ela cita o tema de Florestan na masmorra, antes da conclusão. Notória pelos crescendos quase rossinianos, ela parece entre todas a menos evocativa do restante da ópera – sinalizando, talvez, o desalento de Beethoven para com sua malfadada criatura.

A abertura seguinte, intitulada “Leonore no. 2”, foi aquela usada na fracassada estreia de 1805, ante uma plateia repleta de invasores franceses que entendiam tchongas de alemão. Logo no início, ouve-se um soturno tema em escala descendente, a representar a descida de Florestan à sua horrenda masmorra. Há uma evocação do casal de protagonistas, a citação à ária de Florestan, e um toque de trompete que prenuncia aquele outro, tão crucial para a trama, no último ato dela.

“Leonore no. 3”, a mais desenvolvida delas, foi escrita para o relançamento da muito mutilada “Leonore” em 1806. Elaborada, altamente dramática e muito complexa, é uma obra-prima que se sustenta sozinha, como se abertura de concerto fosse, ao feitio da “Coriolan”, composta no ano seguinte. Seu largo escopo e portentosa realização, no entanto, acabam por eclipsar o singelo início do primeiro ato, que, com os arrulhos e resmungos do triângulo amoroso entre Leonore, Marzelline e Jaquino, acaba soando anticlimático. Com o intuito de dar alguma finalidade dramática a essa grande música, Gustav Mahler iniciou, como já mencionamos anteriormente, a tradição de executar a “Leonore no. 3” como prelúdio para a cena final de “Fidelio”, a fim de permitir ao público algum repouso da trama enquanto a peonada faz as mudanças necessárias no cenário.

Por fim, a abertura da versão definitiva da ópera, chamada tão só “Fidelio” e ouvida junto com a obra toda em 1814, não tem qualquer relação temática com ela. Com os franceses expulsos e os vienenses novamente enchendo as galerias do teatro, celebrava-se a derrocada de Napoleão e, com ela, os novos ventos de libertação. A concisão da forma e a impetuosidade são bem característicos de um Beethoven mais velho, talvez já sem muita paciência para debruçar-se mais sobre sua conturbada criatura operística. Serve bem como introdução para a derradeira versão da obra, que é mais uma celebração do triunfo de Leonore que o melodrama original, e, talvez por isso mesmo, seja a abertura que menos apelo tenha numa audição em separado.

Já lhes apresentei essas quatro obras, que aqui vão em ordem cronológica, na muito recomendável versão dos filarmônicos de Viena sob Claudio Abbado. Ainda assim, achei interessante trazê-las de novo, depois de tantas gravações de “Leonore/Fidelio”, para que vocês as apreciem à luz das reminiscências da ópera e as julguem quanto a seus méritos para com ela. Tenho certeza de que a orquestra da Tonhalle de Zürich e o excelente David Zinman saberão granjear a atenção dos leitores-ouvintes para esse desfile sonoro das quatro irmãs tão próximas quanto diferentes, e assim podermos cerrar as cortinas sobre aquela que, entre todas crias de Beethoven, foi a que mais lhe trouxe amarguras.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

1 – Abertura “Leonore no. 2”, Op. 72a
2 – Abertura “Leonore no. 3”, Op. 72b
3 – Abertura “Leonore no. 1”, Op. 138
4 – Abertura “Fidelio”, Op. 72

Tonhalle Orchester Zürich
David Zinman, regência

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#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 4 de 12 (Sinf 4, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 4 de 12 (Sinf 4, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Escrita em 1936, esta é uma sinfonia decididamente mahleriana. Shostakovich estudara Mahler por vários anos e aqui estão ecos monumentais destes estudos. Sim, monumentais. Uma orquestra imensa, uma música com grandes contrastes e um tratamento de câmara em muitos episódios rarefeitos: Mahler. O maior mérito desta sinfonia é seu poderoso primeiro movimento, que é transformação constante de dois temas principais em que o compositor austríaco é trazido para as marchas de outubro, porém, minhas preferências vão para o também mahleriano scherzo central e para o esplêndido último movimento. Ali, Shostakovich realiza uma curiosa mistura entre o tema introdutório da quinta sinfonia de Beethoven e o desenvolve como se fosse a sinfonia “Ressurreição”, Nº 2, de Mahler. Uma alegria para quem gosta de apontar estes diálogos. E o quarto movimento, que começa como o Frère Jacques do 3º movimento da Sinfonia Nº 1 de Mahler? O final é um “sanduíche”. O bizarro tema ritmado central é envolvido por dois scherzi algo agressivos e ainda por uma música de réquiem. As explicações são muitas e aqui o referencial político parece ser mesmo o mais correto para quem, como Shostakovich, considerava que a URSS viera das mortes da revolução de outubro e estava se dirigindo para as mortes da próxima guerra.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 4 de 12 (Sinf 4, Ashkenazy)

4-1 Allegretto Poco Moderato
4-2 Presto
4-3 Moderato Con Moto
4-4 Largo
4-5 Allegro

Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Como todo ser humano inteligente, Shostakovich amava o futebol. Era torcedor do Zenit, de Leningrado, atual São Petersburgo

PQP

Classical Music For Dummies – The essentials – vol. 2/50 – Vladimir Horowitz (1903-1989)

“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos  leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.

A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.

Vladimir Horowitz – The Essentials

Vladimir Samoylovych Horowitz, Kiev, 1 de outubro de 1903Nova Iorque, 5 de novembro de 1989) foi um pianista russo-americano. É considerado como um dos mais brilhantes pianistas de todos os tempos, devido à sua excepcional técnica aliada às suas performances contagiantes. (1) Destacou-se pelo seu toucher sem igual, pelo controle dinâmico excepcional e pela sua mecânica única. As suas interpretações mais conhecidas e tidas como inigualáveis se referem às obras que variam do barroco Domenico Scarlatti, passando pelos românticos Chopin, Schumann, Liszt e chegando ao moderno Prokofiev. É considerado por muitos o indiscutível mestre em Scriabin e Rachmaninoff.

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Leonore, Op. 72a – Blomstedt


Para encerrar nosso miniciclo “Fidelio/Leonore”, que honra o mais complicado de todos conceptos paridos por nosso herói em jubileu, trago uma sólida “Leonore”. Não por acaso, a Staatskapelle Dresden faz sua terceira aparição no miniciclo, tamanha é sua afinidade com a obra, bem como sua tradição ímpar na execução de óperas em alemão.  O regente também é muito especial: Herbert Blomstedt, o decano dos maestros em atividade. As centenas de gravações brilhantes que ele produziu ao longo de sete décadas de carreira sempre são escolhas certeiras quando a gente quer conhecer uma obra ou construir uma discografia, e não quer nem correr o risco de arriscar as marcas-diabo, nem desembolsar nossas suas merrecas em discos “hypados” de astros ególatras inflacionados por marqueteiros. Por algum motivo, talvez tão só a própria discrição do austero Blomstedt, sua grande arte não é superfaturada, e foi graças a isso que pude conhecer o valor de “Leonore”, que considerava uma mera curiosidade, um zigoto de “Fidelio”.

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Leonore, oder Der Triumph der ehelichen Liebe (Leonora, ou o Triunfo do Amor Conjugal), ópera em três atos, Op. 72
Libreto de Joseph Sonnleithner, baseado em “Léonore, ou L’amour conjugal” de Jean-Nicolas Bouilly

1 – Abertura (Leonore no. 2)

PRIMEIRO ATO

2 – “Fidelio kommt nicht zurück!”
3 – No. 1, Aria: “O wär’ ich schon mit dir vereint”
4 – “Wenn ich diese Tür nicht”
5 – No. 2, Duet: “Jetzt, Schätzchen”
6 – “Höre, Jaquino”
7 – No. 3, Trio: “Ein Mann ist bald genommen”
8 – “Ist Fidelio noch nicht nach Hause gekommen?”
9 – No. 4, Canon (Quartet): “Mir ist so wunderbar”
10 – “Höre, Fidelio”
11 – No. 5, Aria: “Hat man nicht auch Gold beneiben”
12 – “Ihr könnt das leicht sagen”
13 – No. 6, Trio: “Gut, Söhnchen, gut”

SEGUNDO ATO

14 – No. 7: March
15 – “Drei Schildwachten auf den Wall”
16 – No. 8, Aria mit Chor: “Ha! Welch ein Augenblick!”
17 – “Rocco!”
18 – No. 9, Duet: “Jetzt, Alter, jetzt hat es Eile!”
19 – “Nun ist es endlich entschieden”
20 – No. 10, Duet: “Um in der Ehe froh zu leben”
21 – “Sie doch, wie du so schnell”
22 – No. 11, Recitative & Aria: “Ach, brich noch nicht”
23 – No. 12, Finale: “O welche Lust!”
24 – No. 12, Finale: “Entfernt euch jetzt!”
25 – No. 12, Finale: “Wir müssen gleich zu Werk schreiten”
26 – No. 12, Finale: “Auf euch nur will ich bauen”

TERCEIRO ATO

27 – No. 13, Recitative & Aria: “Gott! Welch Dunkel hier!”
28 – No. 14, Melodrama & Duet: “Wie kalt ist es”
29 – “Er erwacht!”
30 – No. 15, Trio: “Euch werde Lohn in besser’n Welten”
31 – “Alles ist bereit”
32 – No. 16, Quartet: “Er sterbe!”
33 – “Die Waffe hab’ ich mir”
34 – No. 17, Recitative & Duet: “Ich kann mich noch nicht fassen”
35 – “O Leonore, sprich!”
36 – No. 18, Finale: “Zur Rache”
37 – No. 18, Finale: “O Gott! O welch ein Augenblick!”
38 – No. 18, Finale: “Wie lange habt Ihr sie getragen?”
39 – No. 18, Finale: “Preist mit hoher Freude Glut”
40 – No. 18, Finale: “Wer ein solches Weib errungen”

 

Edda Moser, soprano (Leonore)
Helen Donath, soprano (Marzelline)
Richard Cassilly, tenor (Florestan)
Eberhard Büchner, tenor (Jaquino)
Karl Ridderbusch, barítono (Rocco)
Theo Adam, baixo (Pizarro)
Hermann Christian Polster, baixo (Don Fernando)
Reiner Goldberg, tenor (prisioneiro I)
Siegfried Lorenz, barítono (prisioneiro II)
Rundfunkchor Leipzig
Staatskapelle Dresden
Herbert Blomstedt,
regência

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#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 3 de 12 (Sinfs 12 e 3, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 3 de 12 (Sinfs 12 e 3, Ashkenazy)

Na minha opinião, a Sinfonia Nº 12 é das piores peças orquestrais de Shostakovich. Consegue ser ao mesmo tempo heroica e musicalmente vazia. E o incrível é que está inserida entre outras duas sinfonias que são obras-primas e também muito políticas.

Dmitri Shostakovich compôs a Sinfonia Nº 12, Op. 112, com o subtítulo O ano de 1917, em 1961, dedicando-o à memória de Vladimir Lênin, como fez com a Sinfonia Nº 2. A 12ª foi estreada pela Orquestra Filarmônica de Leningrado sob a regência de Yevgeny Mravinsky. Esta foi a última sinfonia de Shostakovich que Mravinsky estreou. Os dois romperam quando Mravinsky, amedrontado com o maravilhoso texto de Ievtuchenko e por pressões, recusou-se a estrear a 13ª.

A Sinfonia Nº 3. Op. 20, também conhecida como Ao Primeiro de Maio foi tocada pela primeira vez pela Orquestra Filarmônica de São Petersburgo e pelo Coro Académico Capella, sob a regência de Aleksandr Gauk, em 21 de janeiro de 1930. Tal como a Sinfonia Nº 2, é uma sinfonia coral em quatro movimentos contínuos. Como a 2ª, a 3ª é pequena, durando de 25 a 30 minutos. O final apresenta um texto de Kirsanov relacionado ao Dia do Trabalhador e à Revolução. A interpretação é problemática: numa carta a Boleslav Yavorsky, Shostakovich disse que a obra “expressa o espírito da reconstrução pacífica”. Por outro lado, a maior parte do trabalho que precede o final é elaborado num tom sombrio e incluía originalmente uma parte para metralhadora.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 3 de 12 (Sinfs 12 e 3, Ashkenazy)

Symphony No.12 In D Minor, Op.112 “The Year 1917”
3-1 Revolutionary Petrograd (Moderato – Allegro – Più Mosso – Allegro)
3-2 Razliv (Allegro. L’istesso Tempo – Adagio)
3-3 Aurora (L’istesso Tempo – Allegro)
3-4 Dawn Of Humanity (L’istesso Tempo – Allegretto – Allegro – Moderato)

Symphony No.3, Op.20 – “1st Of May”
3-5 Allegretto – Allegro
3-6 Andante
3-7 Allegro – Largo
3-8 Moderato: V Pervoye Pervoye Maya

The Bach Choir
Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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Shostakovich jamais conseguiu acertar os ponteiros com os políticos

PQP

BTHVN250 – A Obra Completa de Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Leonore, Op. 72a – Martinpelto – Begley – Gardiner

Qualquer lançamento de John Eliot Gardiner é um tremendo evento e, normalmente, ninguém perde por esperar.

Foi assim quando ele lançou sua “Leonore” em 1997, com a qual pude finalmente conhecer a versão original de “Fidelio” em todo seu esplendor de obra de próprio mérito, e não, como muitas vezes a consideram, uma crisálida imperfeita duma obra maior. Foi-me uma tremenda descoberta, em especial pelo tom impetuoso, revolucionário da trama e da música que a acompanha, muito mais afeito ao espírito do tempo e dos ventos então recentes da Revolução Francesa. “Fidelio”, em comparação, pareceu-me não só uma obra de maturidade, mas também um reparo – uma retratação. Havia uma espontaneidade e energia na “Leonore” de Gardiner que, até, me trouxe a ideia de que “Fidelio”, sim, fora um erro, e que a extensa poda e completa reformulação de libreto e música foram uma perda considerável, e não uma real melhoria.

Com o tempo, e com meus grisalhos, “Fidelio” foi crescendo em meu conceito. Reconheço que é uma obra melhor urdida, com narrativa fluida e música adequadamente poderosa e concentrada. Cada vez que revisito essa “Leonore” de Gardiner eu me admiro com a clareza e limpidez da execução da orquestra, reafirmo a certeza de que o Monteverdi Choir é o melhor coro do planeta, e aprecio o elã que Gardiner traz para o pódio, sem deixar cair a peteca da trama, ademais extensa e cheia de momentos supérfluos. Por outro lado, estranho cada vez mais o estranho híbrido que ele criou, juntando ao que é grosso modo a versão integral de 1805 alguns pedaços da remontagem abreviada de 1806 e, até mesmo, trechos de “Fidelio”, de nove anos depois. Nunca entendi o que levou um músico desse naipe, normalmente tão estrito em sua observância aos princípios da interpretação historicamente informada, a tal arbitrária colagem. Tampouco entendi a participação do narrador, o veterano ator alemão Christoph Bantzer, a comentar com textos de sua própria lavra a narrativa, entre leituras de outras obras, como a tradução alemã de William Wordsworth que abre as cortinas. Se permitirem a Gardiner a licença poética, sugiro então que programem somente a música de “Leonore” – numerada abaixo de 1 a 18, mais a abertura – e passem ao largo dos diálogos: apesar da estranheza, valerá a pena.

 

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Leonore, oder Der Triumph der ehelichen Liebe (Leonora, ou o Triunfo do Amor Conjugal), ópera em três atos, Op. 72
Libreto de Joseph Sonnleithner, baseado em “Léonore, ou L’amour conjugal” de Jean-Nicolas Bouilly
Textos da narração: Christoph Banzer

1 – Abertura (“Leonore II”)

PRIMEIRO ATO

2 – ‘…Twas in Truth’
3 – No.1, ária: ‘O war ich schon mit dir vereint’
4 – ‘Beharrlich bleibt auf dem Liebespfad’
5 – No.2, dueto: ‘Jetzt, schatzchen, jetzt sind wir allein’
6 – ‘Der Kerkermeister, Rocco, der Vater’
7 – No.3, trio: ‘Ein Mann ist bald genommen’
8 – ‘Fidelio kam – und niemand weiss woher’
9 – No.4, quarteto: ‘Mir ist so wunderbar’
10 – ‘Gefuhl ist gut, doch Geld ist besser’
11 – No.5, ária: ‘Hat man nicht auch Gold beineben’
12 – ‘Unantastbar klar birgt Leonores Brust’
13 – No.6, trio: ‘Gut, Sohnchen, gut’

SEGUNDO ATO

14 – No. 7: Introdução em Ré maior
15 – ‘Der Gouverneur ist da’
16 – No.8, ária com coro: ‘Ha! Welch ein Augenblick!’
17 – ‘Postiert eine Trompete auf dem Augenblick!’
18 – No.9, dueto: ‘Jetzt, Alter, hat es eile!’
19 – ‘Und Leonore Begegnet Marzelline’
20 – No.10, dueto: ‘Um in der Ehe froh zu Leben’
21 – ‘Die Ernsten und Arie’
22 – No.11, recitativo e ária: ‘Ach, brich noch nicht, du mattes Herz!…’

23 – No.12, finale: ‘O welche Lust, in freier Luft’
24 – No.12, recitativo: ‘Entfernt euch jetzt! Nun, konnt Ihr eilen?’
25 – No.12, dueto: ‘Wir mussen gleich zu Werke schreiten’
26- No.12, ária: ‘Auf euch nur will ich bauen

TERCEIRO ATO

27 – ‘Florestans not im Dunkel Tauber einsamkeit’
28 – No.13, recitativo e ária: ‘Gott! Welch Dunkel kier!…’
29 – No.14, melodrama e dueto: ‘Wie kalt ist es in diesem unterirdischen Gewolbe!’
30 – Dueto:  ‘Nur hurtig Fort, nur frisch Gegraben’
31 – ‘Dort, in der Tiefe’
32 – No. 15, trio: ‘Euch werde Lohn in bessern Welten’
33 – ‘Und Rocco eilt’
34 – No. 16, quarteto: ‘Er sterbe! Doch er soll erst wissen’
35 – ‘Oh Leonore! Alles was dein Mut gewagt – Verloren!’
36 – No.17, recitativo e dueto: ‘Ich kann mich noch nicht fassen’
37 – No.18, finale: ‘Zur Rache! Zur Rache!’
38 – No.18, finale: ‘O Gott! O welch ein Augenblick!’
39 – No.18, finale: ‘So mussen endlich aufgeklarte!’
40 – No.18, finale: ‘Doch hore erst, du Bosewicht’
41 – No.18, finale: ‘Dann Herrscht allgemeine Freiheit und Gleichheit der Geister’
42 – No.18, finale: ‘Nein, nein, nein! Er ist noch zu gering bestraft!’
43 – No.18, finale: ‘Ein hoherer Geist, vom Himmel gesandt’
44 – No.18, finale – recitativo: ‘Der Konig wird dein Richter sein!’
45 – No.18, finale: ‘Wer ein holdes Weib errungen’
46 – Leonore, apêndice: No.7a – Marcha (versão alternativa) em Si bemol maior


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Hillevi Martinpelto, soprano (Leonore)
Christiane Oelze, soprano (Marzelline)
Kim Begley, tenor (Florestan)
Michael Schade, tenor (Jaquino)
Rob Burt, tenor (prisioneiro I)
Colin Campbell, barítono (prisioneiro II)
Franz Hawlata, barítono (Rocco)
Matthew Best, baixo (Pizarro)
Alastair Miles, baixo (Don Fernando)
The Monteverdi Choir
Orchestre Révolutionnaire et Romantique
John Eliot Gardiner, 
regência


É raríssima a oportunidade de ouvir a versão retrabalhada de Leonore, estreada em 1806: a única versão disponível em disco, com a regência de Marc Soustrot, eu só escutei na rádio, e nunca tinha assistido a uma montagem dela antes de encontrar esta aqui, levada à cena no próprio Theater an der Wien em que ela estreou, e com o Concentus Musicus Wien sob a regência de Stefan Gottfried (o fundador do CMV, conde d’Harnoncourt-Unverzagt, aparece numa breve entrevista no início do vídeo)

#BTHVN250, por René Denon

Vassily

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 2 de 12 (Sinf 2, Outubro, A Canção da Floresta, Abertura Festiva, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 2 de 12 (Sinf 2, Outubro, A Canção da Floresta, Abertura Festiva, Ashkenazy)

Shostakovich jamais deu seu melhor para as músicas heroicas e de circunstância que o regine solicitava. Atualmente, a peça mais interpretada deste disco é a boa Abertura Festiva que dá início a este CD. As outras são interessantes, apesar de serem muito menores do que aquilo que o compositor escrevia com tesão, por assim dizer. A Sinfonia Nª 2 é apenas passável. Melhor é A Canção da Floresta, que tem bons momentos. Mas, como o foco aqui são as sinfonias, vamos lá.

A Sinfonia Nº. 2, Op. 14, é também conhecida como Para Outubro, e foi escrita para comemorar o décimo aniversário da Revolução de Outubro. Sua primeira performance ocorreu com a Orquestra Filarmônica de Leningrado e o Coral Capella da Academia, sob Nikolai Malko, no dia 5 de novembro de 1927. Shostakovich revisitou posteriormente os eventos da Revolução de Outubro na igualmente desinteressante Sinfonia Nº 12, chamada de O Ano de 1917.

Importante salientar que Shostakovich, em seus anos jovens, provavelmente era um sincero comunista que foi pouco a pouco se decepcionando, se irritando e usando de sarcasmo para com as exigências e a violência de Stálin e de quem veio depois. Porém, depois do sarcasmo e de certa forma peitar o regime, Shosta foi obrigado a dobrar-se e deprimiu-se muito. Sofreu demais, principalmente sob Stálin e após o episódio com Stravinski, que o perdoou. Sofreu demais, de certa forma cansou e é uma pessoa quase ininterpretável hoje. Apesar dos chutes dos biógrafos, ninguém sabe bem qual era o pensamento político de Shostakovich. Já o músico foi brilhante, muito produtivo, alegre, sarcástico e doloridíssimo, muitas vezes tudo ao mesmo tempo.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 2 de 12 (Ashkenazy)

2-1 Festive Overture, Op.96

2-2 October – Symphonic Poem, Op.131

2-3 Symphony No.2 In B Major, Op.14 – “To October”

Song Of The Forests – Oratorio, Op.81
2-4 When The War Was Over
2-5 The Call Rings Through The Land
2-6 Memory Of The Past
2-7 The Pioneers Plant The Forest
2-8 The Young Communists Forge Onwards
2-9 Walk Into The Future
2-10 Glory

Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

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A animação de Shostakovich e Britten nesta foto é contagiante.

PQP

Guia de Gravações Comparadas PQP – Schubert: Symphony Nº 9 in C major D.944 ‘The Great’

Certa vez ouvi de um grande amigo, músico dos mais competentes e talentosos que conheço, que considerava a última sinfonia de Schubert a mais perfeita obra do gênero já escrita. Claro que, sendo um julgamento subjetivo, podemos sempre confrontá-lo, mas no frigir dos ovos, temos que concordar que estamos diante de um grandioso monumento de forma, verve rítmica, abundância melódica e imaginação temática. Majestosa, é justamente a forma arquitetônica expandida que desafia sua interpretação: uma leitura completa, com todos os ritornellos, ultrapassa a uma hora de execução. Muitos maestros costumam ponderar quais partes repetem e quais seguem em frente – muitas vezes necessitando entrar em acordo com os músicos da orquestra – , para tentar equilibrar sua imponente estrutura. Há resultados positivos em todos os casos, e a Sinfonia, dita ‘A Grande’, se mantém incólume no repertório básico de qualquer corpo orquestral.

O subtítulo não foi, entretanto, dado apenas por suas dimensões incomuns, mas sim para a diferenciar da 6a. Sinfonia, também em Dó maior, esta conhecida como ‘A Pequena’. Controvérsias sobre sua estréia suscitam inclusive dúvidas sobre a qual delas se referem documentos que datam do início de 1829, e só temos certeza de sua verdadeira primeira apresentação pública em 1839, regida por Mendelssohn, dez anos depois da morte de Schubert. Escrita entre 1825 e 26, até a década de 1930 era chamada de Sinfonia no.7, mas teve sua numeração revogada em função de imprecisões de catálogo, principalmente por conta do esboço para uma Sinfonia em Mi Maior (D729) ter sido completado por Felix Weingartner em 1934 e por Brian Newbould em 1980, e musicólogos tiveram que reivindicar o 7 na ordem da composição. Por isso, depois que Weingartner fez a primeira execução completa da Sinfonia em Mi Maior, esta passou a ser a 7a., e a ‘Grande’ foi promovida a 9a., apesar de não ter sido uma decisão unânime. Mais recentemente, no final da década de 90, essa ordem também foi re-revogada, colocando essa Sinfonia em Mi em outra base catalográfica, e na confusão dos críticos e musicólogos algumas gravações da ‘Grande’ aparecem como 8a. (e a ‘Inacabada’ como 7a… olha o imbróglio). No fim das contas, o público não entendeu nada e as gravadoras, por conta própria, resolveram acabar com a confusão, e a ‘Grande’ ficou como 9a. e ponto final.

Eis alguma leituras essenciais dessa obra:

1.Wilhelm Furtwängler, Berliner Philharmoniker, DG 1952

Essa versão já clássica remonta a uma escola de regência há muito esquecida, na qual o maestro é quase uma espécie de co-autor. A interpretação não tem pudores e não faz nenhuma questão de parecer a mais autêntica ou mais próxima das marcas da partitura. Ele muda os andamentos a seu bel-prazer e cria uma dinâmica própria, fazendo dela uma leitura bastante avançada. A questão é: para o regente se dar ao luxo de tais liberdades, precisa ter um senso estético extraordinário, o que, felizmente, é o caso. Apesar do som mono, é uma gravação incrivelmente bem feita, e merece ser apreciada sem restrições. Vem de brinde a 88 de Haydn, um mimo.

FLAC 248Mb
MP3 320Kbps 153Mb

2. Wolfgang Sawallisch, Staatskapelle Dresden, PHILIPS 1967

Conheci essa gravação através da Enciclopédia Salvat dos Grandes Temas da Música, lá pela década de 90, e confesso que não esperava muito. Ledo engano: fiquei impressionado com o equilíbrio de timbres e de forma na condução de Sawallisch. É uma das leituras mais convincentes e fluídas que já ouvi. Sawallisch corta as repetições nas medidas certas, e dá certa ênfase nas madeiras, que se destacam sobremaneira nos contornos melódicos,  como poucas gravações fazem, dando sobrevida a acordes fundamentais que não aparecem em outras leituras. É também digno de nota que os andamentos são marcados por uma coerência espontânea e segura, fazendo desta uma das minhas interpretações preferidas, e que, curiosamente, teve várias edições esparsas e nunca foi considerada pela indústria fonográfica uma gravação de destaque. Pena. Não foi lançada em CD avulso, apenas em coletâneas, e essa que ora apresento é justamente uma, meio obscura da série PHILIPS DUO. Mas reitero: uma das versões mais determinadas e convincentes que conheço. E ainda vem no pacote a 5a., 6a. e 8a. Sinfonias. Fica a dica.

FLAC 693Mb
MP3 320Kbps 320Mb

3.Herbert von Karajan, Berliner Philharmoniker, EMI 1977

Devo dizer que sempre tenho receios com Karajan, daquelas leituras assépticas e previsíveis, mas, surpreendentemente, Karajan, ao contrário das expectativas, trata essa obra com singularidade incomum. Não que seja isenta de críticas, mas tem uma grande virtude: é uma leitura altamente diferenciada, que privilegia mais a dramaticidade romântica que o bucolismo clássico. Karajan faz dela uma sinfonia quase wagneriana, enfatizando os trombones como nenhuma outra gravação. Ao final da sua escuta, fico pensando: nossa, Schubert gostava de trombones, eu nunca tinha reparado! Com certeza é a interpretação que melhor destaca o espírito épico da sinfonia. Bom ou ruim, não sei, mas que empolga, empolga. Ademais, tenho a teoria que o melhor Karajan foi para a EMI, e que a DG era só a esposa de fachada.

FLAC 347Mb
MP3 320Kbps 166Mb

4. Carlo Maria Giulini, Chicago Symphony Orchestra, DG 1977

Essa versão de Giulini me estranhou à primeira vista, por conta do contorno legato com que ele conduz o tema principal do Allegro no primeiro movimento. E outro aspecto que me chamou a atenção é a passagem do Andante para o Allegro inicial. Uma pulsação muito diferente, surpreendente, diria, quase invertendo o tempo. Nunca tinha ouvido dessa forma, pareceu até outro tema! Foi uma nova experiência e uma escuta que, confesso, precisei me acostumar, mas acabou por tornar-se prazeirosa, muito propícia para renovar os ares desta obra tão querida. Giulini é um maestro de sensibilidade fora do comum, e consegue sustentar essas licenças sem ter que pedir desculpas nem parecer excêntrico. Em termos de balanceamento de timbres, é a versão mais equilibrada que conheço, fica patente o espírito romântico, à espreita na forma clássica. Também surpreende o fato de que essa gravação foi lançada em LP e não tem correspondente original em CD, que só foi relançada muito tempo depois, em coleções modernas. Os selos não sabem os tesouros que escondem.

FLAC 251Mb
MP3 320Kbps 129Mb

5. Georg Solti, Wiener Philharmoniker, DECCA 1981

Solti é um maestro que admiro profundamente, versátil e contundente, mas é notório que quando falamos de românticos, pós-românticos e modernos ele está totalmente à vontade em seu elemento, mas nos clássicos… bem, não sei se ele consegue o mesmo grau de profundidade. A interpretação é boa, Solti enfatiza a verve rítmica, mas parece que estamos ouvindo Richard Strauss. Percebam o uso de metais, que, diferentemente da abordagem romântica de Karajan, não enfatiza um ou outro, mas seu conjunto. Torna certos momentos dignos de sinfonistas pós-românticos. O problema é equilibrar intenções tão distintas. Só Solti mesmo. No frigir dos ovos diria que ficou bom, mas por vezes me pergunto se funciona para todos os gostos. Também vale a escuta.

FLAC 232Mb
MP3 320Kbps 117Mb

6. Neville Marriner, Academy of St.Martin-in-the Fields, PHILIPS 1984

Essa é a gravação mais ‘correta’, no sentido de procurar um denominador comum genérico, de apresentar um clássico ‘puro’. Não que seja uma interpretação histórica, mas é notório que Marriner prima pela obediência férrea à partitura, e, juntamente com a versão de Abbado, são as únicas que fazem TODOS os ritornellos sem exceção. Os tempos e a dinâmica são clássicos, um purismo que Marriner manteve na gravação do ciclo completo (que inclui a 7a. e a 10a. pela versão de Newbould), da qual esta gravação avulsa faz parte. Apesar dos instrumentos utilizados não serem propriamente ‘de época’, a execução é a que atinge a atmosfera mais clássica e autêntica, se é que podemos falar nesses termos. No final, fica um pouco a sensação de fast-food, mas isso é um problema meu com Marriner. Essa é a recomendada para puristas de estilo.

FLAC 285Mb
MP3 320Kbps 145Mb

7. Claudio Abbado, The Chamber Orchestra of Europe, DG 1987

Essa versão de Abbado é sem dúvida uma das mais aclamadas pela crítica, e merecida, uma vez que foi a primeira gravação que usou o manuscrito original, autógrafo de Schubert, como referência, e não a versão revista pelos editores posteriormente (que são todas as outras gravações aqui colocadas). Apesar disso, a leitura de Abbado não me parece – verifiquem por favor – tão purista quanto a de Marriner, apesar de também primar por todos os ritornellos. Acaba ficando mais livre e espontânea, uma obediência flexível, antes romântica que clássica, à partitura. Abbado tem muita afinidade com Schubert, e sua leitura puxa um pouco para a inerente tendência ao romantismo, e fica uma linha tênue, enrustida, sutil, mas patente. Essa sutileza torna essa uma das leituras mais interessantes que conheço. É curiosa a impressão que estamos ouvindo um Schubert visto por Mendelssohn, e por vezes ambos se misturam. E acrescenta-se ainda o divertido exercício de notar as diferenças da partitura original com a versão do editor. Dica: reparem no Segundo Movimento, o Andante con moto.

A escolha do Chucruten para essa sinfonia recai, portanto, entre essa e a de Sawallisch.

Boa audição a todos.

FLAC 295Mb
MP3 320Kbps 158Mb

CHUCRUTEN