“The young Egyptian soprano Fatma Said, praised for the luminosity and rich colours of her voice, makes her recording debut for Warner Classics with El Nour. Her enticing and absorbing recital programme crosses cultures, combining art songs by French, Spanish and Egyptian composers with Egyptian folk songs and popular songs from the Middle East. As she explains, “‘El Nour’ in Arabic means ‘the light’, and this album sheds light on how music that has been interpreted many times can be perceived in a different light. The idea is to connect three cultures – Arabic, French and Spanish – and to show how much, despite cultural, geographical and historical differences, they have in common when it comes to music”.
Assim nos é apresentado no site da Amazon esse belíssimo CD de estréia da jovem soprano egípcia Fatma Said junto a gravadora Warner. O repertório explora Ravel, Berlioz, até mesmo o poeta espanhol Federico Garcia Lorca, além de compositores egípcios e canções do folclore egípcio, sempre com muita sensibilidade e competência. Não busco com frequência discos com recitais com destaque para voz humana, mas tive de me render ao talento natural de Fatma Said. Ela interpreta com naturalidade um repertório difícil e bem diverso, em uma mistura étnico-cultural. Canta em francês, em espanhol e em sua língua natal, o árabe.
Infelizmente não obtive maiores informações sobre o CD, nem no site da própria gravadora. Não tem um livreto. Em seu site oficial (www.fatmasaid.com) ficamos sabendo que sua agenda tem sido bem extensa, com recitais em diversos teatros pela Europa e Estados Unidos, e uma aclamada apresentação em uma recente encenação da ‘Flauta Mágica’, de Mozart, em Milão.
Espero que apreciem. Logo trarei o novo CD da moça, outro primor.
01. Ravel Shéhérazade, M. 17_ I. Asie
02. Ravel Shéhérazade, M. 17_ II. La flûte enchantée
03. Ravel Shéhérazade, M. 17_ III. L’indifférent
04. Falla Tus ojillos negros
05. Serrano La canción del olvido No. 2, Canción de Marinela
06. Obradors 2 Cantares populares No. 2, Del cabello más sutil
07. Berlioz Zaïde, H. 107, Op. 19
08. GaubertLe repos en Égypte
09. Lorca 13 Canciones españolas antiguas No. 1, Anda jaleo
10. Lorca 13 Canciones españolas antiguas No. 6, Sevillanas del siglo XVIII
11. Lorca 13 Canciones españolas antiguas No. 8, Nana de Sevilla
12. Abd al-Rahīm Ana Bent El Sultan
13. Bizet Adieux de l’hôtesse arabe, WD 72
14. Aatini Al Naya Wa Ghanni
15. El Helwa Di
16. Sahar El Layali (Kan Enna Tahoun)
17. Yamama Beida
Malcolm Martineau – Piano (1-3, 7-8, 12-13)
Rafael Aguirre – Guitar (4-6, 9-11)
Burcu Karadağ – Ney (2, 13-17)
Um bom disco, nada excepcional, mas bom e sincero. Tranquilizem-se — o CD é menos tosco do que sua capa. A Capella Antiqua de Munique toca e canta canções e temas instrumentais do período renascentista (séculos XV e XVI). A alegria de viver pode ser ouvida nas danças. As canções de amor soam íntimas e harmoniosas. As versões são convincentes, principalmente pela simplicidade. Os instrumentos originais usados e as vozes provavelmente correspondem ao som da música renascentista. Recomendado para iniciantes na música antiga. Ah, nçao consigo imaginar uma canção mais linda do que Wann ich gedenk der Stund, a faixa 19 deste CD. Que maravilha!
Canções de Ampr e Danças da Renascença (Capella Antiqua München)
aus: Erstes Tanzbuch, P. Attaignant (1530)
1 Pavane 17 1:16
2 Galliarde 4 1:29
3 Bransle 2 0:56
Jacob Regnart (1540/45-1599)
4 All meine Gedanken 2:45
aus: Erstes Tanzbuch, P. Attaignant
5 Pavane 13 1:07
6 Galliarde 14 0:54
Anonym (16.Jh.)
7 Lieblich hat sich gesellet 3:00
Hans Voit (?) / Anonym (um 1540)
8 Für alll ich krön 3:43
aus: Carmina Germanica
9 Propter bonos geschwenkos 1:02
Hans Leo Hassler (1564-1612)
10 Mein Gmüt ist mir verwirret 4:07
aus: Danserye, Tilman Susato (1551)
11 Pavane Mille regretz 1:57
Heinrich Isaac (vor 1450-1517)
12 O liebes Herz 1:18
Guillaume Dufay (1397?-1474)
13 Vostre bruit 1:34
Joh. Stockem (c. 1445-1487 o. 1501)
14 Brunete 1:21
Antonio Scandelli (1517-1580)
15 Schein uns, du liebe Sonne 3:38
Johannes Stockem
16 Unbekannte Chanson 1:36
Antoine Brumel (um 1460-n. 1515)
17 Vray dieu d’amours 1:36
Johannes Stockem
18 Adieu madame 1:39
Jacob Regnart
19 Wann ich gedenk der Stund 5:20
Clemens non Papa (1510-1556/58)
20 Ich sag ade 1:42
Fim de ano, festas e retrospectivas… Eu também preparei uma retrospectiva, levando em conta as minhas postagens no blog. Antes de começar a preparar a postagem, quando a ideia ainda caraminholava em meus confusos miolos, fui checar a ‘concorrência’. O Spotify preparou uma retrospectiva onde aprendi, com um certo desmaio, confesso, que o artista mais ouvido em 2020 (no Spotify, por certo…) foi Bad Bunny (never heard of him). A música mais ouvida foi Blinding Lights (even with shades on, vou passar essa uma).
O ano começou com novidades, Parasita levando a estatueta dourada e tal, até que em 11 de março – bum – a pandemia foi oficializada. Para mim ela começou no dia 16 de março, quando as escolas se fecharam ‘por 15 dias’ e não mais reabriram.
Palavras novas ou pouco usadas ganharam grande uso nestes dias que se seguiram – home office, Meet, remoto, Apps, PIX. Na retrospectiva das notícias, que você verá no seu blog preferido para essas coisas, será mencionado – queimadas atrozes no Pantanal e outros lugares, devastação da Amazônia, a vitória do Biden, eleições municipais, segunda onda, a próxima chegada de vacinas. Não vou adentrar pela coluna de obituários, muito longa e demais dolorosa. Vamos nos ater à seara da música.
Nesta retrospectiva trataremos das postagens, essas efêmeras coisas, delicadíssimas, que me são tão caras. Eu as vejo como mensagens colocadas em garrafas que são lançadas nas correntezas da internet. Elas ficam no topo da primeira página do blog por algumas horas e depois iniciam um movimento de afundamento que eu chamo de ‘sinking into the oblivion’. É isto, vamos em frente que atrás vem gente, a fila anda…
Assim, antes de virar esta página e nos lançarmos no próximo ano, renovados (ou não) e buscando as novidades que ele nos prepara, resolvi dar uma boa olhada na lista do que está ficando e afundando no vasto esquecimento. Algumas pobrinhas alminhas-postagens, nem foram vistas e já esquecidas estão…
Por razões práticas, considerei as minhas postagens que foram ao ar entre 1 de dezembro de 2019 e 30 de novembro de 2020. Foram 151 postagens, quase três por semana. Levei um susto quando fiz as contas. Entre 29 de outubro e 24 de novembro foram ao ar 28 de minhas postagens. Eu me senti, neste período, como aquele estagiário que finalmente pode tomar conta da corporação. Só ficou faltando o telefone tocar mais vezes…
Ouvir música e pensar sobre isso tem sido parte importante de minhas atividades. Por conta do aniversário do Ludovico, mais de 30 destas postagens levaram música dele. Mas nem só do renano foi o ano. Teve Schumann e vários outros interessantes projetos ocorreram nas páginas do blog, em paralelo ao BTHVN#250. Basta lembrar da postagem do Ciclo de Cantatas de Bach, na direção de Ton Koopman, postado pelo FDP Bach, as Sinfonias de Haydn, com regência de Adam Fischer, postadas por Ammiratore. A dupla também foi responsável pela postagem de óperas, com várias possibilidades de escolha de gravações.
Cada disco que escolhi para minhas postagens me deu muito prazer ouvir, alguns muitas vezes. O pessoal aqui em casa já até assobiava junto alguns deles. Mas, com o distanciamento dado pelo tempo e a visão do conjunto, consegui escolher alguns que deram ainda mais alegria e assim acabei preparando uma ‘playlist’, uma espécie de arquivo promocional, como aqueles discos que acompanham algumas revistas sobre música. A lista destas postagens é o ‘core’ desta retrospectiva e o produto um arquivo de perto de 3h20 com as melhores do René. Blasfêmia, dirão uns, mas sinceramente, espero que você goste e que esta playlist instigue sua curiosidade para explorar mais essas atômicas partículas culturais antes que elas entrem em definitiva órbita de esquecimento no internético espaço.
Antes disso, farei uma lista de algumas postagens do blog que muito me impressionaram.
Sinfonias de Haydn – Adam Fischer
Cantatas de Bach – Ton Koopman
Sinfonias de Beethoven – Andris Nelsons
Sinfonias de Shostakovich – Bernard Haitink (reedição)
Sonatas de Schubert – Willelm Kempff
Sonatas para Piano de Beethoven – Jean-Efflam Bavouzet
Concertos para Piano de Beethoven – Jean-Efflam Bavouzet
A Arte da Fuga – Bach – Rachel Podger
As Baladas de Chopin – Stephen Hough
Peças para Piano de Schumann – Guiomar Novaes
Messias de Handel – Hervé Niquet
A Sagração da Primavera de Stravinsky – Andsnes & Hamelin
As Últimas Sonatas para Piano de Beethoven – Solomon
E a lista continuaria, sem mencionar a infindável lista de novidades que o BTHVN#250 nos promoveu. Mas, vamos à lista das minhas postagens mais queridas! Elas estão arranjadas em uma ordem diferente daquela em que foram publicadas…
O disco da Béatrice Rana com peças de Ravel e Stravinsky foi incluído de último momento. Um amigo enviou uma mensagem com a lista (as listas de fim de ano…) do Palmarès des Diapason d’or de l’année 2020 e o disco da Béatrice ganhou o prêmio na categoria ‘Piano’. Pois é, até eu havia esquecido este maravilhoso disco…
Adoro esse trabalho do Pavarotti (1935-2007) e do Henry Mancini (1924-1994) que ora posto para o deleite dos amigos do Blog. Tinha estes registros em fita K7, a italianada da famiglia era fechada com o Pavarotti, lembro bem quando ganhei este K7 do meu pai “sem segundas intenções”…. ouvimos até gastar no bom e velho toca-fitas da nossa saudosa Brasília 74 nos passeios de fim de semana….. Há canções doces (Parlami D’amore, Mariu), canções adoráveis (Palco della Scala, com referências a música da “Pantera cor de rosa” demais…) e canções agridoces (Addio, Songi Di Gloria e Rondine Al Nido), aliás quem conhece aquele hino de Minas Gerais imortalizada nas vozes de Tonico e Tinoco: “Oh, Minas Gerais / Oh, Minas Gerais / Quem te conhece não esquece jamais…” não será mera coincidência o arranjo “Vieni sul mar”… qual melodia veio primeiro ? Este trabalho da dupla Henry e Pava é no mínimo gostoso demais de ouvir, a orquestração do grande Henry Mancini era diferente mesmo, o cara era um gênio. Apesar dos “Três Tenores” acabarem ficando com o estigma de “figurinhas carimbadas” na década de 90 este registro do Pava de 84 nos oferece músicas que por si só já dão muito prazer. Os arranjos de Mancini são realmente o que ajuda a fazer a diferença.
Relaxem e ouçam o calor, a alegria e o drama que os mestres dão a cada música, Pava estava com sua adorável voz no auge no início dos anos 80 e o Henry foi o ítalo-americano mais influente das trilhas sonoras do cinema. Vale a pena ouvir !!!! Mamma mia, apreciem sem moderação.
1984 – Mamma
1 – Mamma (Bixio, Cherubini)
2 – Non ti scordar di me (De Curtis, Furnò)
3 – Lolita (Buzzi-Peccia)
4 – Musica proibita (Gastaldon)
5 – Firenze sogna (Cesarini)
6 – Vivere (Bixio)
7 – Parlarmi d’amore, Mariù (Bixio, Neri, Sievier)
8 – In un palco della Scala
9 – Addio, sogna di gloria (Innocenzi, Rivi)
10 – Voglio vivere così (D’Anzi, Manlio)
11 – Chitarra Romana (Di Lazzaro, Bruno)
12 – Rondine al nido (De Crescenzo, Sico)
13 – La Ghirlandeina (Trad)
14 – La mia canzone al vento (Bixio, Cherubini)
15 – Vieni sul mar (Califano)
16 – La campana di San Giusto (Arona)
Arranjos – Henry Mancini
Maestro do Coro – Henry Mancini
Regente – Henry Mancini
Solos de Flauta – Andrea Griminelli
Tenor – Pavarotti
Henry Mancini Orchestra and Chorus
Gravado no Grand Casino, Noga Hilton, CH Geneva, 1984