Franz Xaver Mozart (1791 – 1844), Leopold Mozart (1719 – 1789), Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) – The Mozart Family Album

Claro que um álbum com este nome – The Mozart Family Album – deveria ser uma caixa de 200 CDs e não apenas um de 48 minutos, mas este é um CD simpático. Não é grande música, são antes as pequenas e divertidas obras da família. Wolfgang comparece com um fragmento de uma de suas partituras mais desconhecidas, a múisca para o balé Les Petits Riens, composta em junho de 1778, em Paris. A obra tem 20 movimentos, mas os que foram garantidamente escritos por W.A. Mozart são os cinco aqui presentes. Mais divertida é a sinfonia de Leopold, cujos gritos da orquestra me pregaram um susto ontem, depois da meia-noite. Um disco despretensioso e bom.

Franz Xaver Mozart – Piano Concerto n°2 in Eb major Op.25
1. Allegro Con Brio
2. Andante Espressivo
3. Rondo

Wolfgang Amadeus Mozart – Music from ”Le petit riens” KV299b
4. Allegro
5. Largo
6. Andantino
7. Larghetto
8. Gavotte

Leopold Mozart – Sinfonia in D ”Die Bauernhochzeit” – O Casamento dos Mendigos
9. Marcia Villanesca
10. Menuet
11. Andante
12. Menuet
13. Finale

Grant Johannesen (Piano)
Jacalyn Bettridge, bagpipes
The Chicago Sinfonietta
dir. Paul Freeman

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Instabilidade

Pois é. O condomínio inteiro mudou de servidor e a coisa não fácil. Quem trabalha com informática sabe que estas coisas são uma merda complicadas, mesmo quando planejadas. E a culpa foi de uma nova versão do WordPress, ao que parece… Bem, esperamos que logo tudo fique direitinho.

Ah, perdemos alguns comentários. O que fazer?

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Concerto Triplo e Fantasia Coral

Quase todas as pessoas do mundo erudito conhecem a gravação-referência do Concerto Triplo com Karajan e seu trio de gênios soviéticos. Só Lebrecht não gosta – como disse o Kaissor em comentário perdido. Garanto-lhes que também adoro, mas creio que esta versão é comparável e talvez superior àquela. Um cara como Barenboim não iria gravar “este Beethoven” se não soubesse que tinha nas mãos uma joia. E tinha. Seu trabalho junto com Ma e Perlman é extraordinário e aqui ainda temos como extra a estranha e bela Fantasia Coral. Barenboim está demais ultimamente.

A gravação é ao vivo, mas a qualidade de som é extraordinária, ao menos no original.

Beethoven – Concerto Triplo e Fantasia Coral

1. Triple Concerto for Violin, Cello and Piano in C Op. 56: I. Allegro 17:02
2. Triple Concerto for Violin, Cello and Piano in C Op. 56: II. Largo 5:36
3. Triple Concerto for Violin, Cello and Piano in C Op. 56: III. Rondo all polacca 12:50
4. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Adagio 3:56
5. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Finale – Allegro 5:00
6. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Allegro molto 1:35
7. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Adagio, ma non troppo 2:54
8. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Marica, assai vivace – Allegro 2:10
9. Fantasy for Piano, Chorus and Orchestra Op. 80 ‘Choral Fantasia’: Allegretto, ma non troppo (quasi Andante con moto) – Presto 4:06

Itzhak Perlman
Yo-Yo Ma
Daniel Barenboim
Berliner Philharmoniker
Daniel Barenboim

Carola Hohn
Katherina Kammerloher
Andrea Bonig
Endrik Wottrich
Par Lindskog
René Pape
Chöre Der Deutschen Oper Berlin
Berliner Philharmoniker
Daniel Barenboim

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.: interlúdio :. John Surman e Nordic Quartet

Sou apaixonado pelo som do saxofonista e clarinetista inglês John Surman, que é a cara do escritor John Fowles, que nasceu em Essex, enquanto Surman é de Devon. Ele não me decepciona neste CD verdadeiramente nórdico (basta ler o nome de seus companheiros de grupo). As quatro primeiras faixas do CD são esplêndidas e o resto não lhes fica muito atrás. É notável o diálogo entre Surman e Rypdal em Offshore Piper, é belíssima e triste a balada Unwritten Letter e a levada de Gone to the Dogs provocou ohs! de aprovação enquanto ouvia o disco em minha casa. Fui pesquisar se meu entusiasmo pelo CD era algo muito original ou não, indo direto à Down Beat. O pessoal de lá tascou-lhe 4 (Very good) em 5 estrelas. Tudo bem, o CD é bom mesmo!

Atenção para os solos de clarone (bass clarinet) de Surman. Seu som é sempre puríssimo mas é neste instrumento que rende mais.

Nordic Quartet (1994)

1. Traces
2. Unwritten Letter
3. Offshore Piper
4. Gone To The Dogs
5. Double Tripper
6. Ved Sorevatn
7. Watching Shadows
8. The Illusion
9. Wild Bird

John Surman – soprano saxophone, baritone saxophone, clarinet, bass clarinet
Terje Rypdal – guitar
Karin Krog – vocals
Vigleik Storaas – piano

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Décima-terceira (CDs 10 e 11 de 11)

Sinfonia Nº 13 (Babi Yar), Op. 113 (1962)

Após o equívoco da Sinfonia Nº 12 — lembrem que até Beethoven escreveu uma medonha Vitória de Wellington, curiosamente estreada na mesma noite da sublime 7ª Sinfonia, mas este é outro assunto… –, Shostakovich voltaria às boas relações com a música sinfonia da forma mais gloriosa possível: pela Sinfonia Nº 13, Babi Yar. Iniciava-se aqui a produção de uma seqüência de obras-primas que só terminaria com sua morte, em 1975. Esta sinfonia tem seus pés firmemente apoiados na história da União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. É uma sinfonia cantada, quase uma cantata em seu formato, que conta com a nada desprezível colaboração do grande poeta russo Evgeny Evtuchenko (conforme alguns, como a Ed. Brasiliense, porém pode-se encontrar a grafia Ievtuchenko, Yevtuchenko ou Yevtushenko, enfim!)

O que é, afinal, Babi Yar? Babi Yar é o nome de uma pequena localidade situada perto de Kiev, na atual Ucrânia, cuja tradução poderia ser Barranco das Vovós. Ali, em 29 e 30 de setembro de 1941, teve lugar o assassinato de 34 mil judeus pelos nazistas. Eles foram mortos com tiros na cabeça e a participação comprovada de colaboradores ucranianos no massacre permanece até hoje tema de doloroso debate público naquele país. Nos dois anos seguintes, o número de mortos em Babi Yar subiu para 200 mil, em sua maioria judeus. Perto do fim da guerra, os nazistas ordenaram que os corpos fossem desenterrados e queimados, mas não conseguiram destruir todos os indícios.

Ievtuchenko criticou a maneira que o governo soviético tratara o local. O monumento em homenagem aos mortos referia-se às vítimas como ucranianas e russas, o que também eram, apesar de saber-se que o fato determinante de suas mortes era o de serem judeus. O motivo? Ora, Babi Yar deveria parecer mais uma prova do heroísmo e sofrimento do povo soviético e não de uma fatia dele… O jovem poeta Ievtuhenko considerou isso uma hipocrisia e escreveu o poema em homenagem aos judeus mortos. O que parece ser uma crítica de importância relativa para nós, era digna de censura, na União Soviética. O poema fui publicado na revista Literatournaia Gazetta e causou problemas a seu autor e depois, também a Shostakovich, ao qual foram solicitadas alterações que nunca foram feitas na sinfonia. No Ocidente, Babi Yar foi considerado prova da violência anti-semita na União Soviética, mas o próprio Ievtuchenko declara candidamente em sua Autobiografia Precoce (Ed. Brasiliense, 1987) que a tentativa de censura ao poema não teve nada a ver com este gênero de discussão e que, das trinta mil cartas que recebeu falando em Babi Yar, menos de trinta provinham de anti-semitas… É tudo muito estranho.

O massacre de Babi Yar é tão lembrado que não serviu apenas a Ievtuchenko e a Shostakovich, tornando-se também tema de filmes e documentários recentes, assim como do romance Babi Yar de Anatoly Kuznetsov. Não é assunto morto, ainda.

O tratamento que Shostakovich dá ao poema é perfeito. Como se fosse uma cantata em cinco movimentos, os versos de Ievtuchenko são levados por um baixo solista, acompanhado de coral masculino e orquestra. Principalmente em Babi Yar e em Na Loja, é música de impressionante gravidade e luto; a belíssima linha melódica ora assemelha-se a um serviço religioso, ora ao grande modelo de Shostakovich, Mussorgski; mesmo assim, fiel a seu estilo, Shostakovich encontra espaço para seu sarcasmo.

Babi YarCalma crueldade: soldados alemães examinam as roupas dos judeus mortos em Babi Yar. (Adotando o tom sarcástico tão caro a Shostakovich, diria que, hoje, as roupas poderiam ser palestinas e os soldados… Deixa pra lá!)

A seguir, aproveitarei a excelente descrição que Clovis Marques fez para o concerto que incuía a Sinfonia Nº 13, Babi Yar, realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 27/07/2006. Volto no final do post:

Chostakovich, ‘for ever’Clovis Marques – Opinião & Noticia
30/07/2006

O contato em condições ideais com uma obra-prima do século XX é raro na vida musical de um mortal carioca. Na última quinta-feira, a Sinfonia nº 13 de Chostakovich passou pelo Teatro Municipal com uma carga tão densa de significado e beleza que quase não surpreendeu que a interpretação e o acabamento, a cargo da Petrobras Sinfônica, estivessem também em esferas muito altas.

“Babi Yar” é como ficou conhecida esta sinfonia-cantata para coro masculino, baixo e orquestra composta e estreada em 1962 em Moscou. O título vem do poema de Ievgueni Evtuchenko que causara rebuliço ao ser publicado no ano anterior na “Literaturnaia Gazeta”, tocando na chaga do anti-semitismo a propósito do massacre cometido pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, no local conhecido como “ravina das mulheres”, perto de Kiev.

A partir desse texto de dura indignação, e apesar dos problemas que uma tal inspiração de “protesto” ainda geraria na União Soviética pós-stalinista, Chostakovich construiu um painel de extraordinária força em torno de duas ou três mazelas trágicas do seu tempo: o medo e a opressão, o conformismo e o carreirismo, o massacre quotidiano num Estado policial e a possibilidade de superação pelo humor e a intransigência.

Em linguagem quase descritiva, contrastando a severidade da orquestra com a impostação épica das vozes, “Babi Yar” tem um poder de evocação propriamente cinematográfico: raramente se ouviu música tão plástica e de poder de invenção tão sustentado, com um grau de concentração expressiva que sublima a revolta, o negrume e a angústia como poucas vezes na música pós-romântica.

O realismo e a concisão imagética dos poemas são admiravelmente esposados pelo estilo alternadamente sombrio e irruptivo da música de Chostakovich, que apesar da forma atípica, para uma sinfonia, dota a obra de continuidade estrutural e organicidade musical mesmerizantes – para não falar da invenção melódica tão sua, que associamos indelevelmente à Rússia soviética. Não obstante o grande efetivo orquestral e a tensão dos clímaxes, as texturas são parcimoniosas e o coro, declamando ou murmurando, canta quase sempre em uníssono ou em oitavas – mais um elemento dessa pungência feita de desolação e sobreexcitação nervosa.

O primeiro movimento alterna estrofes que exploram o horror e a culpa de Babi Yar com relatos de dois outros episódios, sobre Anne Frank e um menino massacrado em Bielostok. No segundo movimento, os tambores em ritmo marcado, a maior animação da música e o tom enfático das vozes falam da resistência que o “Humor” jamais deixará de oferecer à tirania. “Na loja”, o Adagio que se segue, descreve pictoricamente as filas de humilhadas donas-de-casa em uma linha sinuosa nas cordas graves, entrelaçada a outra que, no registro médio, evoca a maneira como elas se insinuam cautelosas até o balcão. “Elas nos honram e nos julgam”, diz o poema, enquanto blocos e castanholas fazem as vezes de panelas e garrafas se entrechocando. A reserva da estupefação moral explode na última estrofe: “Nada está fora do alcance da força delas”.

A subjugada linha sinuosa torna-se reta, com permanente vibração surda na percussão, ao prosseguir sem interrupção no episódio seguinte, em ameaçador ‘sostenuto’ das cordas graves sob solo da tuba: é o “Medo”, componente constante da vida soviética. Frente ao negrume até aqui prevalecente, a sinfonia conclui em uma satírica meditação sobre o que é seguir “Carreira”. Em orquestração e harmonização reminiscentes da música do tcheco Martinu (1890-1959), no emprego de flautas e oboés oscilantes em ritmo de valsa lenta, ficamos sabendo que a verdadeira carreira não é a dos que se submetem, mas a de Galileu, Shakespeare ou Pasteur, Newton ou Tolstoi: “Seguirei minha carreira de tal forma que não a esteja seguindo”, conclui o baixo, com o eco do sino que abrira pesadamente a sinfonia, agora aliviado pela sonoridade onírica da celesta.

A Orquestra Petrobras Sinfônica esteve esplêndida, tocando como gente grande em cada naipe e coletivamente, sob a batuta do jovem maestro chileno Rodolfo Fisher. O barítono americano David Pittman-Jennings, embora não tenha aquele baixo profundo que impressiona nas interpretações russas, ostentou o metal nobre, a projeção plena e a capacidade de nuançar que permitiram total imersão nessa escorchante fantasia pânica. O Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, dirigido por Julio Moretzsohn, esteve mais coeso e homogêneo que nunca, em sua formação exclusivamente masculina. Faltou apenas a reprodução/tradução dos poemas.

Shostakovich Kondrashin Yevtuschenko<— Shostakovich (esquerda), com o poeta Evgeni Ievtuchenko (direita) e o regente Kiril Kondrashin na estréia da controversa 13ª Sinfonia.

A seguir, eu, P.Q.P. Bach, copiei para vocês trechos traduzidos por Lauro Machado Coelho dos poemas utilizados na 13ª Sinfonia. Notem como o poema Babi Yar não é só aquilo que diz Clóvis Marques, mas uma clara alusão ao anti-semitismo soviético. Depois, mais comentários sobre a grande estréia da peça na URSS.

Babi Yar

Tenho medo.
Tenho hoje tantos anos
quanto o próprio povo judeu.

Parece que agora sou um judeu.
Perambulo no Egito antigo.
E eis-me na cruz, morrendo.
E ainda trago em mim a marca dos pregos.
Parece que Dreyfus sou eu.
Os filisteus são os que me denunciam e são o meu juiz.
Estou atrás das grades.
Estou cercado,
perseguido, cuspido, caluniado.
E as mocinhas, com suas rendas de Bruxelas,
rindo, me enfiam a sombrinha na cara.

(…)

Eu, chutado por uma bota, sem forças,
em vão peço piedade aos pogromistas.

(…)

Que a Internacional ressoe
quando enterrarem para sempre
o último anti-semita da terra.
Não há sangue judeu no meu sangue,
mas sou odiado com todas as forças
por todos os anti-semitas, como se judeu fosse.
E é por isso que sou um verdadeiro russo.

Humor

Czares, reis, imperadores
soberanos do mundo inteiro,
comandaram as paradas
mas ao humor não puderam controlar.

Ó euzinho aqui!
De repente me desembaraço de meu casaco,
faço um gesto com a mão e “Tchau!”.

Na loja

Dar-lhes o troco errado é uma vergonha,
enganá-las no troco é um pecado.

(…)

E, enquanto enfio no bolso as minhas massas,
olho, solene e pensativo,
cansadas de carregar seus sacos de compras,
as suas nobres mãos.
Elas nos honram e nos julgam,
nada está fora do alcance de suas forças.

Medos

Lembro do tempo em que ele era todo-poderoso,
na corte da mentira triunfante.
O medo se esgueirava por toda parte, como uma sombra,
infriltava-se em cada andar.
Agora é estranho lembrarmo-nos disso,
o medo secreto que alguém nos delate,
o medo secreto de que venham bater à nossa porta.
E depois, o medo de falar com um estrangeiro…
com um estrangeiro? até mesmo com sua mulher!
E o medo inexplicável de, depois de uma marcha,
ficar sozinho com o silêncio.

Não tínhamos medo de construir em meio à tormenta,
nem de marchar para o combate sob o bombardeio,
mas tínhamos às vezes um medo mortal,
de falar, nem que fosse com nós mesmos.

Uma Carreira

Os padres diziam que Galileu era mau e doido.
Que Galileu era doido.
Mas, como o tempo o demonstrou,
o doido era o mais sábio.
Um cientista da época de Galileu,
não era menos sábio que Galileu.
Ele sabia que a Terra girava,
mas tinha uma família
e, ao subir com sua mulher na carruagem,
achava que tinha feito sua carreira,
quando, na realidade, a tinha destruído.

Para compreender nosso planeta,
Galileu correu riscos.
É isso — eu penso — que é uma carreira.
Por isso, viva sua carreira,
quando é uma carreira como
a de Shakespeare e Pasteur,
Newton e Tolstói.
Liev?
Liev!
Por que eles foram caluniados?
Talento é talento,
digam o que disserem.
Os que insultaram estão esquecidos,
mas nós lembramos dos que foram insultados.

Com estes textos, foi difícil estrear a sinfonia. Em 1962, todos tiram o corpo fora, até o velho amigo Mravinski alega excesso de trabalho. Shostakovich volta-se para um moço talentoso — Kirill Kondrashin –, que aceita reger. O regente escala Viktor Nietchpailo para cantar na noite de estréia, deixando o jovem Vitali Gromadski “na reserva”. Sábia providência, pois Nietchpailo não suporta as pressões, acrescidas de um bate boca entre Ievtushenko e Nikita Kruschev, numa reunião entre artistas que devia dissuadi-lo a manter o texto de Babi Yar na sinfonia, e, amedrontado, cai fora. Gromadski é chamado. Muitos outros músicos “adoecem” e o coro desiste de cantar. Kondrashin e Ievtushenko dão discursos indignados e o coral retorna. Popov, o Ministro da Cultura, telefona a Kondrashin perguntando se a sinfonia pode ser apresentada sem o primeiro e quarto movimentos. Kondrashin responde que não, porque mutilaria a forma da sinfonia e todos sabem que o primeiro movimento fala sobre os anti-semitas soviéticos e de Babi Yar… “Ministro, se cortarmos, haverá reações indesejáveis…”. Ouve Popov afirmar e perguntar: “A responsabilidade é sua. Faça como achar melhor. A propósito, há algo que possa impedi-lo de reger esta noite?”. “Não, todos estamos em excelente forma…”, responde Kondrashin. Enquanto isso, as pessoas brigam pelos ingressos de um concerto que fez a Grande Sala do Conservatório vir abaixo, com os aplausos ocorrendo entre cada movimento. O CD 11 é a som desta estréia.

CD 10

SYMPHONY No.13 in B flat minor, Op.113
For Bass Solo, Bass Choir and Orchestra in B Flat Minor, Op.113, “Babi Yar”
1. Babi Yar (Adagio)
2. Yumor – Humour (Allegretto)
3. V Magazine – In the Store (Adagio)
4. Strachi – Fears (Largo)
5. Kariera – A Career (Allegretto)

Recorded: August 23, 1967
Arthur Eisen, Bass
Choirs of the Russian Republic
Alexander Yourlov, Conductor
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 56:06

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E aqui, o registro ao vivo da primeira apresentação. Esta gravação é superior à postada acima. O baixo é o excelente e corajoso Vitali Gromadski.

CD 11

Shostakovich: The Complete Symphonies – No.13
Artist: Moscow Philharmonic Orchestra cond. Kirill Kondrashin
Length: 0:56:35
Notes: Recorded live in the Large Hall of the Moscow Conservatory on December 18, 1962 with State Academic Choir, Yurlov Russian Choir, Vitaly Gromadsky (bass).

Tracks:
01 I Babi Yar (Adagio) [15:03]
02 II Humor (Allegretto) [7:52]
03 III In the Store (Adagio) [11:06]
04 IV Fears (Largo) [10:30]
05 V A Career (Allegretto) [12:04]

BAIXE AQUI (Ao Vivo – Estréia da obra) – DOWNLOAD HERE (Live – Premiere)

The Sóstenes Files – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para Piano (CDs de 6 a 10)

Então, vamos acabar com esse negócio de Sonatas de Beethoven. Aqui estão todas elas com Claudio Arrau (1903-1991). Não gostei do chileno nas últimas sonatas — CDs 9 e 10 desta coleção –, muitíssimo inferiores às que já postei com Maurizio Pollini. Mas não podemos pedir a Arrau que faça aquilo, né? Também ele me pareceu frouxo na Waldstein (CD 7), mas no restante ele se sai muito bem. É uma i

O excelente desNorte, em 6 de fevereiro deste ano, publicou a compreensiva notícia biográfica que transcrevemos aqui:

Nos finais de Agosto de 1973, Augusto Pinochet (1915-2006) tomou posse com chefe das Forças Armadas Chilenas tendo, nessa altura, jurado fidelidade ao presidente Salvador Allende (1908-1973). Duas semanas e meia depois, no dia 11 de Setembro de 1973, Pinochet liderou um golpe militar que depôs o governo e deu início a uma ditadura que iria durar 17 anos. Allende morreu nesse mesmo dia, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas. Algo não tão pouco habitual como isso, os Estados Unidos desempenharam um papel importante, primeiro na campanha eleitoral que, ao contrário do que pretendiam, acabaria por colocar Allende no poder, e depois no apoio aos autores do golpe militar.

Inconformado com o rumo que o seu país natal levava, o pianista Claudio Arrau viria a assumir cidadania americana em 1978. Curiosa, esta escolha, pela contribuição dos EUA na situação criada no Chile… Arrau, contudo, nunca deixaria de ser idolatrado pelos seus conterrâneos; desde a sua primeira e triunfal turné, efectuada em 1921, passando pelos recitais dos finais da década de 1930 e terminando com uma turné em 1984. Nessa altura Claudio Arrau tinha já 81 anos, e há 17 que não tocava no Chile.

A Sociedade Robert Schumann, fundada em 1979, conta com 3 membros honorários, sendo um deles Claudio Arrau. Os outros 2 são Dietrich Fischer-Dieskau (1925-) e o maestro alemão Wolfgang Sawallisch (1923-). Em homenagem a Arrau, a sociedade estabeleceu a Medalha Arrau, destinada a premiar os pianistas que mais se distinguiram na preservação da tradição pianística do chileno; até hoje os premiados foram András Schiff (1953-), Martha Argerich (1941-) e Murray Perahia (1947), aquele dos “outros”…

Disc: 6
Piano Sonata No. 16 in G
1. 1. Allegro vivace
2. 2. Adagio grazioso
3. 3. Rondo (Allegretto)

Piano Sonata No. 17, “Tempest” in D minor
4. 1. Largo – Allegro
5. 2. Adagio
6. 3. Allegretto

Piano Sonata No. 18 in E flat
7. 1. Allegro
8. 2. Scherzo (Allegretto vivace)
9. 3. Menuetto (Moderato e grazioso)
10. 4. Presto con fuoco

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Disc: 7
Piano Sonata No. 21, “Waldstein” in C
1. 1. Allegro con brio
2. Introduzione (Adagio molto) – Rondo (Allegretto moderato – Prestissimo)

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Disc: 8
Piano Sonata No. 23, “Appassionata” in F minor
1. 1. Allegro assai
2. 2. Andante con moto
3. 3. Allegro ma non troppo

Piano Sonata No. 24 in F sharp
4. 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo
5. 2. Allegro vivace

Piano Sonata No. 26, “Les adieux” in E flat
6. 1. Das Lebewohl (Adagio – Allegro)
7. 2. Abwesendheit (Andante espressivo)
8. 3. Das Wiedersehn (Vivacissimamente)

Piano Sonata No. 27 in E minor
9. 1. Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
10. 2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Piano Sonata No. 20 in G
11. 1. Allegro ma non troppo
12. 2. Tempo di Menuetto

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Disc: 9
Piano Sonata No. 28 in A
1. 1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung (Allegretto ma non troppo)
2. 2. Lebhaft, marschmäßig (Vivace alla marcia)
3. 3. Langsam und sehnsuchtsvoll (Adagio ma non troppo, con affetto)
4. 4. Geschwind, doch nicht zu sehr und mit Entschlossen- heit (Allegro)

Piano Sonata No. 29, “Hammerklavier” in B flat
5. 1. Allegro
6. 2. Scherzo (Assai vivace – Presto – Prestissimo – Tempo I)
7. 3. Adagio sostenuto
8. 4. Largo – Allegro risoluto

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Disc: 10
Piano Sonata No. 30 in E
1. 1. Vivace ma non troppo-Adagio espressivo-Tempo I 2. Prestissimo
2. 3. Gesangvoll, mit innigster Empfindung (Andante molto cantabile ed espressivo)

Piano Sonata No. 31 in A flat
3. 1. Moderato cantabile molto espressivo
4. 2. Allegro molto
5. 3. Adagio ma non troppo
6. 4. Fuga (Allegro ma non troppo)

Piano Sonata No. 32 in C minor
7. 1. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
8. 2. Arietta (Adagio molto semplice e cantabile)

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Claudio Arrau, piano.

Luigi Nono (1924-1990) – Como una ola de fuerza y luz, for Soprano, Piano, Orchestra and Magnetic Tape (1971-72) / …sofferte onde serene… For Piano and Magnetic Tape (1976) / Contrapunto dialettico alla mente, for Magnetic Tape (1968)

O veneziano Nono foi comunista como Pollini, Berio e Abbado e é com eles — menos Berio — que gravou este disco para a DG. Era mais do que comuna, foi casado com Nuria Schönberg, filha de Arnold Schönberg, o grande revolucionário da música da primeira metade do século XX. Nuria e Nono permaneceram juntos e casados até a morte do compositor. Seu interesse pela política era tanto que passou a combinar com frequência textos políticos com música revolucionária.

Como una ola fuerza y luz (1972) é uma homenagem a Luciano Cruz, líder revolucionário chileno, assassinado em 1971, dois anos antes de Henry Kissinger planejar e realizar o golpe do fascista Augusto Pinochet. O nome Luciano é ouvido claramente durante a obra. Já …Sofferte onde serene… (1976) é belíssima e dedicada ao luto do ex-aluno Maurizio Pollini, o qual perdera dois parentes na época. Contrappunto dialettico alla mente (1968) é a mais política das três obras, incluindo palavras de Malcolm X e de panfletos contra a guerra do Vietname. Tudo em italiano.

É um disco absolutamente notável, às vezes de incrível violência orquestral, mas não é para qualquer um ou para quem esteja chegando agora sem nenhuma noção daquilo que foi o Século XX. A estupenda atuação de Pollini e Abbado nesta gravação a eleva a níveis anormais musicalidade, virtuosismo e significação.

Luigi Nono – Como una ola de fuerza y luz, for Soprano, Piano, Orchestra and Magnetic Tape (1971-72) / …sofferte onde serene… For Piano and Magnetic Tape (1976) / Contrapunto dialettico alla mente, for Magnetic Tape (1968)

Como Una Ola De Fuerza Y Luz for soprano, piano, orchestra and tape
1. Beginning
2. I. Interno Dolce
3. II. Duro Deciso
4. Piano Entry
5. III. Dolcissimo Sereno
6. Orch Entry
7. Orch And Pno Entry
Slavka Taskova – soprano.
Maurizio Pollini – piano.
Bavarian Radio Symphony Orchestra.
Conductor – Claudio Abbado.

8. …Sofferte Onde Serene… for piano and magnetic tape
Maurizio Pollini – piano

9. Contrappunto Dialettico Alla Mente for magnetic tape
I. Diletto delitto moderno
II. Mascherata di vecchietti
III. Intermedio di venditore di soffio
IV. Lo zio Sam racconta una novella
Liliana Poli – soprano.
Cadigia Bove, Marisa Mazzoni, Elena Vicini, Umberto Troni – voices.
RAI Chamber Choir, Rome.
Director – Nino Antonellini.

Production and artistic supervision: Rainer Brock (1-8).
Artistic supervision: Luigi Nono (9).
Ballance engineers: Klaus Hiemann (1-7), Marino Zuccheri (9).
Sound engineer: Marino Zuccheri (8).
Sound direction: Luigi Nono (8)

CD: Deutsche Grammophon, Germany, 1988 (423 248-2).
1-7 originally released on LP by DG in 1974 (2530 436).
8 originally released on LP by DG in 1979 (DGG 2531 004).
9 originally released on LP by DG in 1970 (2561 044).

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Johann Christian Bach (1735-1782), Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1795), Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784) – Sinfonias

Nhé, não é um grande CD, longe disso, mas, pô, é da família! Vale pela sinfonia de mano mais velho W.F., que era mesmo muito bom e nos garante algum prazer neste CD. Como sabemos, o mano J.C. tem o mérito de ter inventado o estilo de Mozart, é o perfeito Mozart-sem-talento e sua música chega a ser agradável se não prestarmos muita atenção a ela. O J.C.F. não merecia a atenção que papai lhe deu. Era tão sem inspiração quanto eu. A Accademia Bizantina é apenas OK e leva as obras até seus finais sem grandes surpresas. Se você baixar este CD, a família agradece. Sem entusiasmo. Ah, já que o iPod já foi quase todo postado, vou copiar para ele o Réquiem de Verdi para depois postar, OK? Mas ainda falta um Villa-Lobos, um Nono e uma coisinha de jazz.

J.C.Bach – Londoner Sinfonietta N°1 in A-dur
1. Allegro
2. Rondò Grazioso

J.C.Bach – Londoner Sinfonietta N°2 in D-dur
3. Andante
4. Minueto

J.C.Bach – Londoner Sinfonietta N°3 in C-dur
5. Allegro
6. Rondò Grazioso

J.C.F.Bach – Symphonie in d-moll
7. Allegro
8. Andante Amoroso
9. Allegro Assai

W.F.Bach – Symphonie in F-dur
10. Vivace
11. Adagio
12. Allegro
13. Andante
14. Allegro
15. Minueto 1
16. Minueto 2

Accademia Bizantina
Carlo Chiarappa


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La salud de hierro de la música antigua y barroca

Bernard Coutaz, fundador de Harmonia Mundi, cumple 50 años al frente de un sello centrado en la producción de novedades. No edita recopilaciones ni salda sus fondos.

Hace medio siglo, cuando el microsurco aún estaba en pañales, Bernard Coutaz (Saint Auban sur Ouveze, 1922), que entonces ejercía el periodismo, decidió dar un vuelco a su vida. Abandonó su puesto en la redacción del diario La Croix -“no soportaba la autoridad de los redactores jefes”- y fundó en París una empresa, a la que puso el nombre de Harmonia Mundi, con la intención de abrirse un hueco en el mercado del disco. Para soltar amarras, reclutó a mil melómanos dispuestos a comprar unas pocas acciones -tres como máximo, a cien francos antiguos por acción- de la nueva sociedad, que abrió su catálogo con un disco, a priori nada comercial, Cantos de la liturgia eslava. Así nació, en 1958, Harmonia Mundi, que es hoy el primer productor francés en el sector del disco clásico y uno de los más importantes sellos independientes del mundo.

“A pesar de las predicciones catastrofistas, yo creo sinceramente en el futuro del disco clásico”

Acostumbrado a hacer realidad sus sueños, Coutaz, a sus 85 años, acude cada mañana, muy temprano, a la casa de labor del siglo XVII, cerca de Arlès, donde están instaladas las oficinas y el gran almacén de la compañía, entre arrozales bañados por el sol y los colores únicos de la Camarga. Allí, rodeado de paz y silencio, lleva las riendas de la empresa junto a su mujer, Eva Coutaz, responsable artística de un sello que mantiene como motor espiritual la música antigua y barroca, sin desdeñar el repertorio romántico y contemporáneo. Este año celebran su 50º aniversario y lo hacen plantando cara a la crisis de la industria produciendo alrededor de 60 novedades anuales en Francia y en sus cinco filiales en Alemania, Benelux, España, Reino Unido y Estados Unidos.

Frente a los agoreros que dan al disco por enterrado, Coutaz responde con una salud económica y artística de hierro, aunque lamenta la progresiva desaparición de las tiendas, tendencia a la que planta cara a través de sus propias tiendas propias -ya tienen 44 en Francia y tres en España (Girona, Madrid y Santander)-. “Las multinacionales llevan años llorando por la crisis de la industria y muchos vaticinan el inminente final del CD pero, a pesar de las predicciones catastrofistas, yo creo en el futuro del disco clásico”, dice Coutaz con una convicción basada en su propia experiencia. “Las ventas han bajado por la desaparición de las tiendas y por la avaricia de las multinacionales que sólo buscan beneficios rápidos, pero nosotros, que reinvertimos todas las ganancias en la producción de nuevas grabaciones, hemos crecido en ventas este año”.

Para combatir la crisis de la industria, Coutaz recomienda paciencia. “Hay mucha gente que parece empeñada en enterrar el disco sin que esté muerto. Quienes en 1995 aseguraban que las descargas digitales acabarían en diez años con el disco compacto, se equivocaron por completo, puesto que en estos momentos las descargas no representan más que el 5% de las ventas. Claro que hay futuro para el disco, porque no hay crisis en la música”.

Su idea es que hay muchas músicas por descubrir y grabar, muchos intérpretes con carisma dispuestos a ofrecer nuevas lecturas de los clásicos. Y como muestra de lo que dice cita un ejemplo: “Cuando uno de nuestros artistas, el pianista Alexandre Tharaud, nos propuso grabar piezas de Couperin en un piano Steinway, le apoyamos plenamente y el resultado, que al principio podía sorprender en un sello que precisamente ha labrado su prestigio en la interpretación con instrumentos de época, fue un éxito de ventas. Hay que tener amplitud de miras. Y paciencia a la hora de obtener un razonable margen de beneficios”.

Su sello discográfico no edita recopilatorios, tampoco saldan su fondo de catálogo, ni buscan la rentabilidad inmediata. Además es el sello clásico que más grabaciones nuevas lanza al mercado actualmente. “En la música clásica cada nueva grabación tiene por delante una larga vida comercial si posee un nivel de excelencia técnica y artística. No fabricamos discos para venderlos en una semana, sino para que duren. Nuestro primer disco, publicado hace medio siglo, sigue en catálogo y lleva vendidas más de 200.000 copias. Lo mismo pasa con las grabaciones de uno de los artistas que más me ha impresionado, el desaparecido contratenor Alfred Deller. Y cuando tenemos un éxito inmediato, como el Don Giovanni mozartiano dirigido por René Jacobs, que vendió 50.000 copias en pocas semanas, lo celebramos, pero sin perder de vista que el secreto de nuestra supervivencia es reinyectar las ganancias en nuevos proyectos sin bajar la calidad artística y editorial de nuestras producciones. La riqueza de un sello es producir más discos, no licenciar las grabaciones de su fondo de catálogo para que se vendan a un euro en las grandes superficies comerciales. Nosotros no la hacemos, ni tampoco lanzamos recopilatorios que lo único que hacen es saturar el mercado”.

Para un hombre con la experiencia y la paciencia de Coutaz, la previsible desaparición del disco compacto a causa de los nuevos hábitos en el consumo de música auspiciados por las nuevas tecnologías no se cierne como una amenaza. “Editar discos es un oficio tan bello y artesanal como editar un buen libro. Cuidar la calidad del papel, escoger las ilustraciones, diseñar la portada…, el objeto que contiene la música grabada debe ser cuanto más bello mejor. Abaratar costes, mermar la calidad para buscar más ganancias, supone traicionar la confianza del público que espera lo mejor de nosotros. Por eso no temo la desaparición del cedé. Vivimos bajo demasiadas presiones, pero el disfrute de la música exige buscar tiempo para sentarse y, tranquilamente, gozar una buena interpretación, y mientras tengamos oídos, ojos y manos, tendremos ganas de mirar y tocar el disco, de tenerlo en casa”.

Pese a los años transcurridos le sigue gustando su oficio. Por eso lamenta la desaparición de puntos de ventas, “cada vez hay menos tiendas de música en las grandes ciudades, y el público tiene menos oportunidades de ver los discos, poderlos escuchar o hablar con el vendedor. Cuando vimos que en Francia desaparecerían los comercios discográficos, abrimos nuestra propia cadena de tiendas, que cada vez tienen más éxito y representan ya el 26% de nuestra cifra de negocios. También funcionan bien los puntos de venta en librerías -muchos melómanos son también ávidos lectores-, los propios auditorios y festivales. Hay muchas personas que se han emocionado en un concierto y al salir quieren comprar alguna grabación de los artistas que ha escuchado”.

Artistas consagrados que permanecen fieles al sello desde que comenzaron su carrera, como René Jacobs y Philippe Herreweghe, conviven en su catálogo con nuevos valores, como los pianistas Alexandre Tharaud, Paul Lewis y el español Javier Perianes, el violonchelista Jean-Guihen Queyras, la violinista Isabelle Faust, el Cuarteto Jerusalem o el barcelonés Cuarteto Casals. La fidelidad es un valor muy preciado en Harmonia Mundi, que ha visto crecer a artistas pero también ha sufrido la marcha de músicos tras haber impulsado sus carreras, como es el caso del director William Christie o el contratenor Andreas Scholl, aunque este último ha vuelto a casa tras una mala experiencia… “Mentiría si le dijera que no lamenté su marcha. Miles de melómanos descubrieron las óperas de Lully con las históricas producciones que hicimos con Christie, pero el tiempo me ha demostrado que, cuando una multinacional no satisface los deseos de un artista, quiere volver con nosotros. Andreas Scholl se fue por dinero pero ya ve, ahora ha vuelto porque aquí puede grabar el repertorio que le interesa. Muchos artistas de primera fila, como el barítono Matthias Goerne, el Cuarteto de Tokio o el pianofortista Andreas Staier, han venido a nuestra casa tras comprobar el poco interés que despertaban sus proyectos en otros sellos que les prometieron el oro y el moro”. –

Retirado daqui.

.:interlúdio:. Charlie Mingus – East Coasting

O mês de agosto de 1957 deu ao mundo os melhores frutos de todos os tempos. Dentre estes, há East Coasting, um disco mais tranqüilo e comportado de Charlie Mingus, identificado — e com razão — como um gênio visceral e de vanguarda. Aqui, Mingus nos contraria, mas cria um disco de extraordinária qualidade com um sexteto que, bem, que sexteto!

Clarence Shaw (trumpet)
Jimmy Knepper (trombone)
Curtis Porter (alto sax, tenor sax)
Bill Evans (piano)
Charles Mingus (bass)
Dannie Richmond (drums)

Ao lado dos habituais Knepper e Richmond, temos Clarence Shaw, Curtis Porter e um pianista que não necessito apresentar. O melhor deste CD é o maravilhoso standard Memories Of You, a turbulenta West Coast Ghost e a comovente Celia. Para mim, um admirador do Mingus revolucionário, foi uma grata surpresa conhecer algumas de suas composições mais tranqüilas, mas, como sempre, de altíssimo nível. Nada de agressividade rítmica, mensagens políticas ou antiracistas neste belo East Coasting. Enjoy!

Charlie Mingus – East Coasting
1. Memories Of You
2. East Coasting
3. West Coast Ghost
4. Celia
5. Conversation
6. Fifty-First Street Blues
7. East Coasting (Alternate Take 3)
8. Memories Of You (Alternate Take 3)

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Arvo Pärt (1935-) – Tabula Rasa, Colagem sobre Bach e Sinfonia Nº3

Arto Pärt é um estoniano — talvez seja o único vivente nascido na Estônia que eu tenha ouvido falar — que compõe uma obra muito ligada ao passado. Não gosto muito de suas composições, algumas hipnoticamente repetitivas, outras sem movimento algum, feitas só de harmonias. Questão de gosto. Pärt, assim como Reich, devem muito de sua fama a Manfred Eicher, dono da gravadora ECM, que começou a divulgá-los nos anos 70 e 80. Pärt naturalizou-se austríaco e hoje vive em Berlim.

Temos aqui a obra mais famosa de Pärt, Tabula Rasa, que já foi pedida e repedida por nossos visitantes-ouvintes. É bonita e interessante. Desta forma, neste sonolento sábado de manhã, reabrimos nosso SAC, o qual já está fechado para que vocês não se acostumem…

Arvo PART: Tabula Rasa / Symphony No. 3

Tabula Rasa
1. Ludus 00:09:50
2. Silentium 00:14:42

Collage uber Bach
3. Toccata 00:02:47
4. Sarabande 00:03:08
5. Ricercare 00:01:44

Symphony No. 3
6. First Movement 00:06:29
7. Second Movement 00:06:10
8. Third Movement 00:07:43

Lesley Hatfield, violin
Rebecca Hirsch, violin
Ulster Orchestra
Takuo Yuasa, Conductor

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J.S. Bach (1685-1750) – Oratório da Páscoa e Magnificat

Como no próximo domingo teremos a Páscoa, vamos a uma postagem alusiva ao coelhinho. Neste CD, acompanhando o Oratório, temos o Magnificat. Creio que já postamos ambas as obras, mas resolvi postar esta versão no Oratório basicamente por causa da esplêndida transparência da orquestra de Koopman na Sinfonia inicial e, principalmente, na ária “Sanfte soll mein Todeskummer”, uma das minhas mais radicais preferências no repertório bachiano.

O Magnificat de árias curtas e certeiras não preciso comentar, certo? E quem pensa que eu farei o trocadilho com magnífico se fudeu porque eu não vou fazer!

J.S. Bach – Oratório da Páscoa e Magnificat

1. Easter Oratorio BWV 249: Sinfonia
2. Easter Oratorio BWV 249: Adagio
3. Easter Oratorio BWV 249: Chorus: ‘Kommt, eilet und laufet’
4. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘O kalter Manner Sinn!’
5. Easter Oratorio BWV 249: Aria: ‘Seele, deine Spezereien’
6. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘Hier ist die Gruft’
7. Easter Oratorio BWV 249: Aria: ‘Sanfte soll mein Todeskummer’
8. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘Indessen seufzen wir’
9. Easter Oratorio BWV 249: Aria: ‘Saget, saget mir geschwinde’
10. Easter Oratorio BWV 249: Recitativo: ‘Wir sind erfreut’
11. Easter Oratorio BWV 249: Chorus: ‘Preis und Dank’
12. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Magnificat anima mea Dominum’
13. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Et exsultavit spiritus meus in Deo’
14. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Quia respexit humilitatem’
15. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Omnes generationes’
16. Magnificat BWV 243: Aria: Quia fecit mihi magna qui potens est’
17. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Et misericordia’
18. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Fecit potentiam in brachio suo’
19. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Deposuit potentes de sede’
20. Magnificat BWV 243: Aria: ‘Esurientes implevit bonis’
21. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Suscepit Israel puerum suum’
22. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Sicut locutus est ad patres nostros’
23. Magnificat BWV 243: Chorus: ‘Gloria Patri, gloria Filio’

Lisa Larsson
Elisabeth von Magnus
Klaus Mertens
Gerd Türk
Bogna Bartosz

Amsterdam Baroque Orchestra and Choir
Ton Koopman

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The Sóstenes Files – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para Piano (CDs de 1 a 5)

Três recados para o Sóstenes: (1) muito obrigado!; (2) está cada vez mais complicado pegar as coisas no Megaupload, tive até que voltar ao Windows Explorer para que o Mega não contaminasse meu Firefox; (3) o CD 7 das sonatas de Beethoven está incompleto, tem somente duas faixas quando deveria ter sete.

Bem, aqui, nestes cinco CDs, temos a metade das sonatas para piano de Ludwig van. Depois posto o resto. Não sou um grande conhecedor das sonatas iniciais, mas gostei bastante das versões de Claudio Arrau. Fiquei apenas decepcionado com alguns maneirismos utilizados na Sonata Nº 13. Porém a qualidade de todo o restante — algumas horas! — fez com que eu passasse os últimos três dias ouvindo esses CDs sem parar e sem o menor incômodo.

Uma coisa admirável é a evolução que Beethoven, nascido 14 anos após Mozart, apresenta em relação a este. Pensava que as sonatas iniciais eram gentis e despreocupadas como a maior parte da obra pianística de Mozart. Estava enganado, são mundos inteiramente à parte.

Beethoven – Sonatas para piano

Disc: 1
Sonata 01 in F Op.2,1
1. 1. Allegro
2. 2. Adagio
3. 3. Menuetto (Allegretto)
4. 4. Prestissimo

Sonata 02 in F Op.2,2
5. 1. Allegro vivace
6. 2. Largo appassionato
7. 3. Scherzo (Allegretto)
8. 4. Rondo (Grazioso)

Sonata 05 in C Op.10
9. 1. Allegro molto e con brio
10. 2. Adagio molto
11. 3. Finale (Prestissimo)

Sonata 19 in G Op.49.1
12. 1. Andante
13. 2. Rondo (Allegro)

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Disc: 2
Sonata 03 in C Op.2,3
1. 1. Allegro con brio
2. 2. Adagio
3. 3. Scherzo (Allegro)
4. 4. Allegro assai

Sonata 04 in Eb Op.7
5. 1. Allegro molto e con brio
6. 2. Largo, con gran espressione
7. 3. Allegro
8. 4. Rondo (Poco allegretto e grazioso)

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Disc: 3
Sonata 06 in F Op.10
1. 1. Allegro
2. 2. Allegretto
3. 3. Presto

Sonata 07 in D Op.10
4. 1. Presto
5. 2. Largo e mesto
6. 3. Menuetto (Allegro)
7. 4. Rondo (Allegro)

Sonata 08 in C Op.13 “Pathetique”
8. 1. Grave – Allegro di molto e con brio
9. 2. Adagio cantabile
10. 3. Rondo (Allegro)

Sonata 09 in E Op.14,1
11. 1. Allegro
12. 2. Allegretto
13. 3. Rondo (Allegro comodo)

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Disc: 4
Sonata 10 in G Op.14,2
1. 1. Allegro
2. 2. Andante
3. 3. Scherzo (Allegro assai)

Sonata 11 in Bb Op.22
4. 1. Allegro con brio
5. 2. Adagio con molto espressione
6. 3. Menuetto
7. 4. Rondo (Allegretto)

Sonata 12 in Ab Op.26
8. 1. Andante con variazioni
9. 2. Scherzo (Allegro molto)
10. 3. Marcia funebre sulla morte d’un Eroe
11. 4. Allegro

Sonata 25 in G Op.79
12. 1. Presto alla tedesca
13. 2. Andante
14. 3. Vivace

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Disc: 5
Sonata 13 in Eb Op.27,1
1. 1. Andante – Allegro – Tempo I
2. 2. Allegro molto e vivace
3. 3. Adagio con espressione
4. 4. Allegro vivace – Tempo I – Presto

Sonata 14 in C# Op.27,2 – ‘Moonlight’
5. 1. Adagio sostenuto
6. 2. Allegretto
7. 3. Presto

Sonata 15 in D Op.28 ‘Pastorale’
8. 1. Allegro
9. 2. Andante
10. 3. Scherzo (Allegro assai)
11. 4. Rondo (Allegro ma non troppo)

Sonata 22 in F Op.54
12. 1. In Tempo d’un Menuetto
13. 2. Allegretto

Claudio Arrau,
piano.

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Décima-primeira (CD 9 de 11)

A Sinfonia Nº 11, Op. 103 – O Ano de 1905 (1957) talvez seja a maior obra programática já composta. Há grandes exemplos de músicas descritivas tais como As Quatro Estações de Vivaldi, a Sinfonia Pastoral de Beethoven , a Abertura 1812 de Tchaikovski, Quadros de uma Exposição de Mussorgski e tantas outras, mas nenhuma delas liga-se tão completa e perfeitamente ao fato descrito do que a décima-primeira sinfonia de Shostakovich.

Alguns compositores que assumiram o papel de criadores de “coisas belas”, vêem sua tarefa como a produção de obras tão agradáveis quanto o possível. Camille Saint-Saëns dizia que o artista “que não se sente feliz com a elegância, com um perfeito equilíbrio de cores ou com uma bela sucessão de harmonias não entende a arte”. Outra atitude é tomada por Shostakovich, que encara vida e arte como se fosse uma coisa só, que vê a criação artística como um ato muito mais amplo e que inclui a possibilidade do artista expressar – ou procurar expressar – a verdade tal como ele a vê. Esta abordagem foi adotada por muitos escritores, pintores e músicos russos do século XIX e, para Shostakovich, a postura realista de seu ídolo Mussorgsky foi decisiva. A décima primeira sinfonia de Shostakovich tem feições inteiramente mussorgkianas e foi estreada em 1957, ano do quadragésimo aniversário da Revolução de Outubro. Contudo, ela se refere a eventos ocorridos antes, no dia 9 de janeiro de 1905, um domingo — o Domingo Sangrento –, quando tropas czaristas massacraram um grupo de trabalhadores que viera fazer um protesto pacífico e desarmado em frente ao Palácio de Inverno do Czar, em São Petersburgo. O protesto, feito após a missa e com a presença de muitas crianças, tinha a intenção de entregar uma petição — sim um papel — ao czar, exatamente esta aqui, solicitando coisas como redução do horário de trabalho para oito horas diárias, assistência médica, melhor tratamento, liberdade de religião, etc. A resposta foi dada pela artilharia, que matou mais de cem trabalhadores e feriu outros trezentos.

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O primeiro movimento descreve a caminhada dos trabalhadores até o Palácio de Inverno e a atmosfera soturna da praça em frente, coberta de neve. O tema dos trabalhadores aparecerá nos movimentos seguintes, porém, aqui, a música sugere uma calma opressiva.

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O segundo movimento mostra a multidão abordar o Palácio para entregar a petição ao czar, mas este encontra-se ausente e as tropas começam a atirar. Shostakovich tira o que pode da orquestra num dos mais barulhentos movimentos sinfônicos que conheço, apesar de que Haitink supera em muito Kondrashin neste movimento.

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O terceiro movimento, de caráter fúnebre, é baseado na belíssima marcha de origem polonesa Vocês caíram como mártires (Vy zhertvoyu pali) que foi cantada por Lênin e seus companheiros no exílio, quando souberam do acontecido em 9 de janeiro.

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O final – utilizando um bordão da época – é a promessa da vitória final do socialismo e um aviso de que aquilo não ficaria sem punição.

CD 9

SYMPHONY No.11 in G Minor, Op.103
1. The Palace Square (Adagio)
2. January 9th (Allegro)
3. In Memoriam (Adagio)
4. Tocsin (Allegro non troppo)

Recorded: September 7, 1973
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor
Total time 56:54

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Antonio Vivaldi (1678 — 1741) – Concertos para Flauta

Bons discos de concertos de Vivaldi há aos montes. Este é mais um. Com a grife da Harmonia Mundi – o que nunca é desprezível -, este CD traz sete concertos para uma e duas flautas. Creio que são os melhores que o Padre Rosso compôs para o instrumento, pois mais parece uma antologia de obras conhecidas e admiradas. Um CD consistente e bom, que não pode faltar na “discoteca básica”.

Vivaldi – Concertos para Flauta

1-3. Concerto In D Major, RV 427: Concerto In D Major, RV 427 (Re Majeur – D-Dur)
4-6. Concerto In G major, RV 438: Concerto In G major, RV 438 (Sol Majeur – G-Dur)
7-9. Concerto In A Minor, RV 440: Concerto In A Minor, RV 440 (La Mineur – A-Moll)
10-12. Concerto In C Major, RV 533: Concerto In C Major, RV 533 (Do Majeur/C-Dur) – para duas flautas
13-15. Concerto In D Major, RV 428: Concerto In D Major, RV 428, ‘il gardellino’ – para duas flautas
16-18. Concerto In G Major, RV 436: Concerto In G Major, RV 436 (Sol Majeur – G-Dur)
19-21. Concerto In D Major, RV 429: Concerto In D Major, RV 429 (Re Majeur – D-Dur)

Janet See (Flute)
Stephen Schultz (Flute)
Philharmonia Baroque Orchestra (Orchestra)
Nicholas McGegan (Conductor)

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Johann Rosenmuller (1619 – 1684) – Sonatas de Câmara e Sinfonias

Não sei se eu ouvi este CD de forma desatenta… Será? O fato é que a única coisa que eu posso dizer dele é que Savall é ótimo, mas Rosenmuller é rotineiro, comum. O alemão Rosenmüller viveu quase toda sua vida em Veneza. Ele foi trombonista na Basílica de São Marcos. Ao final da vida, voltou à Alemanha, onde suas obras instrumentais “italianas” passaram a ser referência para outros compositores, talvez maiores… Vou ouvir novamente hoje à noite.

Rosenmuller – Sonatas de Câmara e Sinfonias

1 Sinfonia Seconda in D major (Venezia 1667)
2 Sonata No. 7 in D minor (Nürnberg 1682)
3 Sinfonia No. 4 in G minor (Venezia 1667)
4 Suite No. 1 in C major (Leipzig 1654)
5 Sonata No. 11 in A major (Nürnberg 1682)
6 Sinfonia No. 1 in F major (Venezia 1667)
7 Sonata No. 9 in D major (Nürnberg 1682)

Jordi Savall
Hesperion XX

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Décima (CD 5 de 11)

Este monumento da arte contemporânea mistura música absoluta, intensidade trágica, humor, ódio mortal, tranqüilidade bucólica e paródia. Tem, ademais, história bastante particular.

Em março de 1953, quando da morte de Stalin, Shostakovich estava proibido de estrear novas obras e a execução das já publicadas estava sob censura, necessitando autorizações especiais para serem apresentadas. Tais autorizações eram, normalmente, negadas. Foi o perí­odo em que Shostakovich dedicou-se à música de cãmara e a maior prova disto é a distância de oito anos que separa a nona sinfonia desta décima. Esta sinfonia, provavelmente escrita durante o perí­odo de censura, além de seus méritos musicais indiscutíveis, é considerada uma vingança particular contra Stalin. Primeiramente, ela parece inteiramente desligada de quaisquer dogmas estabelecidos pelo realismo socialista. Para afastar-se ainda mais, seu segundo movimento contém exatamente as ousadias sinfônicas que deixaram Shostakovich mal com o regime stalinista. Não são poucos os comentaristas consideram ser este movimento uma descrição musical de Stálin: breve, é absolutamente violento e brutal, enfurecido mesmo, e sua oposição ao restante da obra faz-nos pensar em segundas intenções do compositor. Para completar o estranhamento, o movimento seguinte é pastoral e tranqüilo, contendo o maior enigma musical do mestre: a orquestra pára, dando espaço para a trompa executar o famoso tema baseado nas notas DSCH (ré, mi bemol, dó e si, em notação alemã) que é assinatura musical de Dmitri SCHostakovich, em grafia alemã. Para identificá-la, ouça o tema solo executado pela trompa. Ele será repetido quatro vezes. Ouvindo a sinfonia, chega-nos impressão de que, tendo sobrevivido à Stálin, Shosta canta diz insistentemente: Stalin está morto, DSCH, não. O mais notável da décima é o tratamento magistral em torno de temas que se transfiguram constantemente.

Um ano depois, em 1954, a Décima já tinha status de obra-prima no Ocidente. Stokowiski, Ormandy e Mitropoulos a gravaram, o último em registro fenomenal para a CBS. É um documento de uma época. Combina uma visão épica dos acontecimentos do inverno stalinista com os mais aterradores insights, tão característicos do último Shostakovich.

É música de primeira linha. Lembro de ter solicitado sua execução para a Rádio da UFRGS em 1974. Fui atendido e a Décima tornou-se parte do repertório habitual da emissora…

CD 5

SYMPHONY No.10 in E Minor, Op.93

1. Moderato
2. Allegro
3. Allegretto
4. Andante. Allegro

Recorded: September 24, 1973
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Integral das Sinfonias – A Nona (CD 8 de 11)

Obs.: No original, a Nona vem acompanhada pela Décima-Quinta, a última. Eu é que resolvi separá-las, pois se algum de vocês está acompanhando minhas curtas introduções, ao final saberão que não faz o menor sentido ouvi-las juntas.Depois da Sétima e da Oitava, terminada a Segunda Guerra Mundial, era esperada uma nova, heróica e grandiosa sinfonia. Stálin era uma pessoa curiosa, pois amava a música e incomodava os compositores soviéticos com mensagens e pedidos que, mesmo quando gentis, eram atemorizantes. Todos sabiam o que a Nona deveria ser. Ela deveria saudar a vitória na guerra na pessoa de Stálin. Porém, se o mandatário alguém curioso e cheio de pedidos, Shostakovich era sarcástico e compôs uma Nona que nada tinha a ver com glorificações. A Nona de Shosta corresponde ao que é a Oitava de Beethoven, uma “pequena e despretensiosa sinfonia”. Só que se lá Beethoven foi gentil e haydniano, aqui nosso amigo fez todo o tipo de brincadeiras, principalmente marciais. É um deboche ao que se esperava que fosse. Na época, Shostakovich era uma personalidade mundial e podia escrever o que bem entendesse. Já para estrear suas obras era outra história.

Antes de morrer, Shosta disse que escrevera muitas sinfonias e arrependia-se de algumas. Espero sinceramente que uma delas não seja esta Nona alegre, jocosa, bonitinha e cheia de intenções irônicas. Acho que ele se referia à Segunda, Terceira e Décima-Segunda Sinfonias, verdadeiros fracassos musicais… (opinião minha, claro).

A Nona tem dois movimentos lentos que poderiam ser considerados “sérios” e onde os sopros têm ganham enorme destaque. OK, mas mesmo assim eles afastam-se de tal forma da grandiosidade de suas sinfonias anteriores e principalmente daquilo que lhe era requerido que… E, como se não bastasse, os movimentos que abrem e fecham a sinfonia são efetivamente sarcásticos, verdadeiras distorções sobre a “música heróica” tão ao gosto do regime. Mas é música de primeira linha, sem dúvida. Bem, não é para menos que ele apenas tenha estreado a agressiva e espetacular Décima após a morte de Stálin. Talvez o homem não tivesse suportado outra reversão de expectivas.

CD 8

SYMPHONY No.9 in E Flat Major, Op.70
1. Allegro
2. Moderato. Adagio
3. Presto
4. Largo
5. Allegretto. Allegro

Recorded: March 20, 1965
Moscow Philharmonic Orchestra
Kirill Kondrashin, Conductor

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Jean Sibelius (1865-1957) – Integral das Sinfonias (CD 5 de 5)

E este é o final de mais uma integral que publicamos no blog. A caixinha da EMI termina com uma gravação mais antiga (de 1981, quando Rattle tinha 26 anos) da Sinfonia Nro. 5. É um CD bônus cuja existência me parece justificada, pois há boa diferença entre este e o outro registro, realizado apenas seis anos depois.

Disc: 5

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Andante Mosso, Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largemente

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Jean Sibelius (1865-1957) – Integral das Sinfonias (CD 4 de 5)

Depois do comentário escrito por Adolf Hitler na postagem anterior de Sibelius, apresso-me a postar o quarto volume. Antes, li felicíssimo a repercussão da atuação de Rattle em Berlim. Ele prometeu que ia mudar o repertório da orquestra e o está fazendo. Nos 44 concertos deste ano, há poucos Beethoven e Mozart, mas muitas obras modernas e músicas – antigas e novas – pouco ouvidas. Um show de equilíbrio. Ele retirou da Orquestra de Berlim a obrigação de palmilhar sempre a mesma via crucis de compositores.

Mas há críticos pedindo sua cabeça e alguns músicos da orquestra também. De forma equivocada e ignorante, falam que sua interpretação é um lixo… Provavelmente, Sir Simon não durará muito; mas talvez fique mais do que de Boulez antes de ser defenestrado de Nova Iorque pelos conservadores. Qualquer dia desses a Filarmônica de Berlim voltará a focar os alemães clássico-românticos. Porém, antes, teremos alguma diversão.

Bem, mas este é o melhor CD da coleção de Sibelius e um dos grandes discos que possuo. Sim, claro, a música ajuda. São as duas melhores sinfonias do muuuuito misterioso – como escreveu-me um amigo – Sibelius. Há algo na Sinfonia Nro. 5 que deixa meu duro coração sem lágrimas à flor da pele, quase se desmanchando de emoção. São três movimentos com temas bastante rarefeitos, mas belos, belos, belos e orquestrados estupendamente. A CBSO e Rattle não interpretam, mas parecem autenticamente criar a Sinfonia. O final da Quinta sempre me deixou obcecado e já sonhei várias vezes que – músico de uma orquestra qualquer – o errava lamentavelmente.

A execução da Sétima fica a alguns centímetros de Mravinski, que parece ter resolvido melhor o fato de ser uma música de cinco movimentos sem interrupções e, se Rattle ganha em colorido sonoro e no controle da orquestra, perde na qualidade do trombonista e nas passagens de um movimento a outro.

Um disco obrigatóriio, mesmo para quem não admira Sibelius.

Disc: 4

Sinfonia Nro. 5, Op. 82
1. I. Tempo Molto Moderato – Allegro Moderato – Presto
2. II. Adante Mosso. Quasi Allegretto
3. III. Allegro Molto – Un Pochettino Largemente

4. Kualema – Scene With Cranes, Op. 44

Sinfonia Nro.7, Op. 105
5. I. Adagio –
6. II. Un Pochettino Meno Adagio – Vivacissimo – Adagio –
7. III. Allegro Molto Moderato –
8. IV. Vivace – Presto – Adagio

9. Night Ride and Sunrise, Op. 55

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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George Philipp Telemann (1681-1767) – Suítes para Orquestra

Durante uma época de nosso blog, fomos pressionados – sem dar nenhuma importância à pressão, como sempre – a postar Telemann. Eu gosto de Telemann, mas seus discos são todos meio parecidos, não? Um concertinho para flauta aqui, uma suitezinha ali e, para terminar, aquelas famigeradas peças para flauta solo.

Nada a ver com este extraordinário CD da Berlin Akademie für Alte Musik que chega com obras realmente raras e divertidas. A tal Suite Alster, por exemplo, é maravilhosa, cheia de humor e algo sarcástica. Este CD merece estar ao lado dos melhores de Telemann, como aqueles gravados pela Musica Antiqua Köln. Ouvi várias vezes e garanto-lhes que é biscoito fino. O grupo berlinense é uma coisa de louco.

Telemann – Suítes para Orquestra

1. Ouverture – D Major – Jubeloratorium fur die Hamburger Admiralitat
2. Suite ‘Alster’: 1. Overture. Adagio maestoso – Allegro – Adagio
3. Suite ‘Alster’: 2. Die Kanonierende Pallas. Allegro
4. Suite ‘Alster’: 3. Das Alster-Echo. Allegretto
5. Suite ‘Alster’: 4. Die Hamburgischen Glockenspiele
6. Suite ‘Alster’: 5. Der Schwanen Gesang
7. Suite ‘Alster’: 6. Der Alster-Schafer Dorfmusik
8. Suite ‘Alster’: 7. Konzertierende Frosche und Krahen
9. Suite ‘Alster’: 8. Der ruhende Pan
10. Suite ‘Alster’: 9. Der jauchzende Pan
11. Suite ‘Alster’: 10. Der frohlokende Peleus
12. Suite ‘Alster’: 11. Der Schafer und Nymphen eilfertiger Abzug
13. Suite ‘La Musette’: 1. Overture. Maestoso – Allegro – Maestoso
14. Suite ‘La Musette’: 2. Napolitaine – (Trio)
15. Suite ‘La Musette’: 3. Polonaise
16. Suite ‘La Musette’: 4. Murky
17. Suite ‘La Musette’: 5. Menuet – (Trio)
18. Suite ‘La Musette’: 6. Musette
19. Suite ‘La Musette’: 7. Harlequinade
20. Suite ‘La Chasse’: 1. Ouverture. Lento – Allegro – Lento
21. Suite ‘La Chasse’: 2. Passepied I
22. Suite ‘La Chasse’: Passepied II
23. Suite ‘La Chasse’: 3. Sarabande
24. Suite ‘La Chasse’: Rigaudon
25. Suite ‘La Chasse’: 5. Le Plaisir
26. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: 1. Ouverture. Lentement – Vile – Lentement
27. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: 2. Le Podagre. Loure
28. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: 3. Remede experimente: la poste et la danse. Menuet en rondeau
29. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: 4. L’hypocondre. Sarabande – Gigue – Sarabande – Bourree – Sarabande
30. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: Remede: souffrance heroique. Marche
31. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: Le petit-maitre. Rondeau
32. Ouverture jointe d’une suite tragi-comique: Remede: petite-maison. Furies

Berlin Akademie für Alte Musik

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Jean Sibelius (1865-1957) – Integral das Sinfonias (CD 3 de 5)

Tenho poucas gravações destas duas sinfonias de Sibelius. Uma versão é a Karajan e outra é a de Leaper para a Naxos. Rattle parece ser bastante mais compreensivo para com as brumas e o estranho mundo de Sibelius. Orienta-se melhor dentro dele. Como o finlandês faz muitas vezes uma música sem movimento, é fundamental aquela atenção debussiana para o som produzido. E aqui Rattle e sua ex orquestra, a CBSO, dão um show. Gosto especialmente dos últimos movimentos das sinfonias presentes neste CD, assim como do desconhecido poema sinfônico The Oceanides. Altamente recomendável para depressões leves e desaconselhável para quem está à beira do abismo.

Disc: 3

Sinfonia Nro. 4, Op. 63
1. I. Tempo Molto Moderato, Quasi Adagio
2. II. Allegro Molto Vivace
3. III.II Tempo Largo
4. IV. Allegro

Sinfonia Nro.6, Op. 104
5. I. Allegro Molto Moderato
6. II. Allegretto Moderato
7. III. Poco Vivace
8. IV. Allegro Molto

9. The Oceanides (Aallottaret), Op.73

City of Birmingham Symphony Orchestra
Simon Rattle

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) – 33 Variações para Piano, Op.120, sobre uma Valsa de Anton Diabelli

Preciso comentar? Não, né? Aqui, Pollini está no ápice de seus poderes e, na minha opinião, supera todos os registros que ouvi até hoje (desconheço o trabalho de Marco Alcântara em seu SACD). Mas que sorte póstuma teve este Diabelli! Goldberg também. São as duas maiores obras de variações jamais escritas e ambas homenageiam seres que, se não fossem elas, existiriam apenas em cartórios eclesiásticos sob a forma de papéis amarelados. É o mesmo destino que aguardaria por nós – eu, FDP e CDF Bach -, se não nos fosse dada esta Second Life. Aproveitem que estou bonzinho: não é sempre que posto discos realmente bons em seqüência…

Beethoven – Variações Diabelli

1. Tema (Vivace) 0:52
2. Variation I (Alla marcia maestoso) 1:40
3. Variation II (Poco allegro) 0:51
4. Variation III (L’istesso tempo) 1:12
5. Variation IV (Un poco più vivace) 0:58
6. Variation V (Allegro vivace) 0:50
7. Variation VI (Allegro ma non troppo e serioso) 1:32
8. Variation VII (Un poco più allegro) 1:15
9. Variation VIII (Poco Vivace) 1:23
10. Variation IX (Allegro pesante e risoluto) 1:58
11. Variation X (Presto) 0:37
12. Variation XI (Allegretto) 1:02
13. Variation XII (Un poco più moto) 0:50
14. Variation XIII (Vivace) 0:55
15. Variation XIV (Grave e maestoso) 3:26
16. Variation XV (Presto scherzando) 0:35
17. Variation XVI (Allegro) 0:56
18. Variation XVII 0:58
19. Variation XVIII (Poco Moderato) 1:23
20. Variation XIX (Presto) 0:49
21. Variation XX (Andante) 2:05
22. Variation XXI (Allegro con brio – Meno allegro – Tempo I) 1:09
23. Variation Xxii (Allegro Molto): Alla “Notte E Giorno Faticar” Di Mozart 0:50
24. Variation Xxiii (Allegro Assai) 0:53
25. Variation Xxiv: Fughetta (Andante) 2:49
26. Variation XXV (Allegro) 0:47
27. Variation Xxvi 0:57
28. Variation Xxvii (Vivace) 0:54
29. Variation Xxviii (Allegro) 0:59
30. Variation Xxix (Adagio Ma Non Troppo) 1:07
31. Variation XXX (Andante, sempre cantabile) 1:46
32. Variation Xxxi (Largo, Molto Espressivo) 4:48
33. Variation Xxxii: Fuga (Allegro – Poco Adagio) 2:54
34. Variation Xxxiii (Tempo Di Minuetto Moderato, Ma Non Tirarsi Dietro) 3:57

MAURIZIO POLLINI, piano.

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Citação encontrada na rede

Para um ateu, a vida não possui significância especial e todos nós, seres humanos, somos o produto de dois elementos básicos: chance e evolução. A vida, seja ela material ou espiritual, acaba com a morte. Não há esquemas grandiosos que conferem à nossa existência significância particular, sejam eles de ordem divina ou de qualquer outra natureza. Como ateu, preciso encontrar alguma unidade, alguma estrutura no mundo que me cerca, algum esquema encadeado de coisas, fatos, eventos. Não posso buscar tal estrutura, infelizmente, na religião. A arte de Bach me fornece esse mundo, permeado por harmonias e simetrias matemáticas. Cada nota tem seu lugar, cada peça musical possui encadeamento lógico. A razão conduz à beleza; a beleza não é o objetivo final da expressão artística, esse objetivo sendo sua construção a partir da razão. A expressão artística passa a ser um espelho da harmonia celestial. Para mim, isso é um conforto frente à inexistência de Deus.

Francisco Cribari Neto

(Retirada daqui.)