.:Interlúdio:. Led Zeppelin – Led Zeppelin I

O que diabos Led Zeppelin tem a ver com o pqpbach? Esse foi o desafio que o mano pqp lançou quando conversamos por telefone semana passada. Até onde se sabe, a principal influência de Jimmy Page e cia foi o blues… ou seja, não teria nada a ver… lembro-me que uma das primeiras contribuições de bluedog foi um belíssimo cd do Pat Metheny tocando com o John Scofield, e um dos comentários considerava o cd por demais rock´n´roll. Como falamos de dois músicos que se movem facilmente entre o jazz clássico e o fusion, até podemos considerar que em alguns momentos ela possa ser “rock´n´roll”.  Mas para esta postagem, estou me preparando para ser mais bombardeado que o território de Gaza.  Mas vamos aos fatos.

Há exatos 40 anos, no dia 12 de janeiro de 1969, a gravadora ATLANTIC lançou um dos melhores discos de rock de todos os tempos, chamado simplesmente “Led Zeppelin”, e também lançava a banda, que viria a se tornar uma das melhores bandas de rock de todos os tempos. Led Zeppelin. Os quatro rapazes ofereciam uma linguagem nova, fortemente influenciados pelo blues. Entre seus membros se destacava o guitarrista Jimmy Page, que já havia tocado no Yardbirds, celeiro de grandes guitarristas, como Eric Clapton e Jeff Beck.

O disco trazia canções próprias, como a supreendente “Babe I´m gonna leave you”, que começava com um delicado violão dedilhado, com elementos da folk music inglesa e a impressionante “Dazed and Confused”, que assustava pela introdução do baixo, e que se tornaria o carro chefe para Page mostrar suas infinitas e criativas possibilidades,  tocando a guitarra com um arco de violino em seus longos solos ao vivo. Clássicos do blues, como “You Shook Me” e “I Can´t Quit You Babe” mostravam toda a versatilidade do jovem vocalista, Robert Plant, e um baterista enfurecido que se tornou uma lenda, John Bonham, morto precocemente.

Led Zeppelin foi a banda de rock que mais me influenciou, e este disco foi um divisor de águas em minha vida discográfica, se pudermos usar este termo, desde o primeiro momento em que ouvi o riff inicial de “Good Times, Bad Times”. Bem, até hoje este clássico álbum é considerado o melhor primeiro álbum de uma banda em todos os tempos.

Aos comentaristas enfurecidos que pretendem jogar pedras, sugiro simplesmente ignorar a postagem, e procurarem outros blogs. Não digo que será a última vez em que fugirei totalmente dos objetivos do blog, postar apenas música “clássica” e jazz. Como eu e o mano pqp tantas vezes já salientamos, o blog é nosso e fazemos que quisermos com ele.

Led Zeppelin – Led Zeppelin I

1. Good Times Bad Times
2. Babe I’m Gonna Leave You
3. You Shook Me
4. Dazed And Confused
5. Your Time Is Gonna Come
6. Black Mountain Side
7. Communication Breakdown
8. I Can’t Quit You Baby
9. How Many More Times

Robert Plant – Vocals

Jimmy Page – Guitars

John Paul Jones – Bass

John Bonham – Drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FDP Bach

31 comments / Add your comment below

  1. Esse disco é bom demais ! eu, nos meus áureos tempos de roqueiro, quase furei esse disco de tanto que escutei ele. E o Led sem dúvida alguma foi uma das melhores bandas de rock de todos os tempos, se não a melhor (estou falando de rock, de rock puro mesmo)!
    Parabéns !

  2. Sensacional!!! Puxa, estou surpreso em ver a abertura musical aqui. Led realmente é fantástico. Parabéns PQPBach. Ah, desculpe minha audácia mas o que vcs acham de postarem o magnífico disco Yngwie J. Malmsteen´s – Rising Force? É um clássico, ainda mais o cara tendo a influência de Bach, Paganini,Beethoven e outros mais. Pensem no caso. Um abraço.

  3. FDP

    Fantástica idéia, para mim sempre foi o melhor disco de estréia sem dúvida, de uma banda de rock ‘n roll, gênero que me introduziu ao mundo da música e exatamente com Led Zeppelin. Depois descobri o mundo do erudito e fascinado cai de paixões também pela fantástica música dos mestres, mas continuo ouvindo meus discos do velho rock dos 60, 70 e 80 e aliás são as concessões uma das melhores virtudes do homem, se houvesse mais dela não teríamos coisas como intolerância entre Israel e Palestina.
    abraços

  4. hahaha
    Já esperava um post desses.
    Eu como guitarrista caseiro não poderia deixar de comentar.
    Admiro Led, mas não suporto Plant(que venham as pedras).
    Agora só falta o Piper at the Gates of Dawn, acho que é da mesma época inclusive.
    abraços

  5. Lembro que quando postamos nosso primeiro disco de jazz, vários disseram que o blog ia acabar, que tornara-se vulgar, etc. A recepção ao Led I até que foi tranquila…

  6. Exigente, o Plant é um dos maiores vocalistas da história. E não se preocupe, não tenho planos recentes de postar outros discos da época, se for para fazer isso, prefiro criar outro blog, e com minha atual rotina isso se tornaria totalmente inviável.

    1. haha, não concordo…
      estão pensando em fazer nova tour, Plant amarelou. Estão pensando em chamar o Steven Tyler, pode falar o que quisere, mas para mim é um alívio.
      Só comentei do Piper pois assim como o Led 1 é um marco do Hard Rock, o Piper é um marco dos discos conceituais e/ou progressivos.

      abraço

  7. Para quem quiser baixar o bom e velho hard rock dos anos 60 e 70 sugiro dar uma olhada no excelente blog Lágrima Psicodélica, em http://www.lagrimapsicodelica.blogspot.com/ . O acervo deles é impressionante.
    Com relação ao Deep Purple, recomendo a excelente comunidade orkutiana Deepest Purple, em http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=14872037, moderada pelo meu amigo e profundo conhecedor do assunto, Marcelo Santana, e o seu blog co-irmão, http://purpendicular.blogspot.com . É feito por gente que vive e respira Deep Purple 24 horas por dia.

  8. Sensacional postagem, das melhores. Espero que sejam postagens “esporadicamente contínuas”.
    Mas por favor, Malmsteen o gordo sueco, nãaaaaaaooooo!!!!

  9. Salve Salve! Belo disco, 40 anos de Led Zeppelin I!
    Falando em grandes nomes, senti falta de uns sons de Hermeto Pascoal aqui no blog… Se disserem que vão postar, eu ajudo com algumas coisinhas que tenho aqui!

    Abraços

  10. Eu sabia que um dia PQP mostraria o seu lado clandestino, o seu lado marginal. A grande questão foi que no dia da revelação, a surpresa se concretizou com paroxismos. Impossível alguém dizer que gosta de rock n’ roll sem reverenciar este álbum ou ter palavras afirmativas sobre o quarteto inglês. Led Zepellin é destacadamente uma das melhores bandas de rock da História. Os músicos da banda eram perfeitos. Plant, Page, Bonham e Jones constituíam-se numa orquestra elétrica. Suas apresentações eram concertos. Não esperava pelo álbum do Led – apesar de intuir dos sentimentos nervosos do PQP (risos)! Viva a versatilidade deste blogger, que mesmo quando lida com a diferença estilística, sabe nos presentear com boa música! Um abraço!

    Brasília – DF

  11. 20 comentários! Música popular merece o nome que tem. Duvido muito que, por exemplo, a Sinfonia no. 1 de Barber (obra bem bacana que imagino estar na lista do FDP, pelo que ele andou escrevendo) consiga tanto ibope.

    Enfim. Chute meu: o movimento que levou a música clássica, ao longo do século 20, a ser reservada a lugares exclusivos foi algo totalmente natural, inconsciente, inevitável. E não por intolerância ou preconceito. E sim por mero instinto de sobrevivência.

  12. Gostei muito da inserção do Led Zep neste site. Seria legal falar um pouco do Deep Purple, que não é tão fundamental quanto o Zepplin, mas tem uma sonoridade que se aproxima muito da música clássica, porque usa orgão em grande parte de suas composições.

  13. 20 comentários? Não é tanto assim, os posts do John Cage tem sempre mais comentários… Sujeito polémico, heim? Pelo menos na última postagem não partiram pra ignorância, o “quebra-pau” foi … amilgavel.

  14. Villalobiano,

    O que você chamaria de “instinto de sobrevivência”?
    Na minha opinião, a música “clássica” se reservou a lugares exclusivos mais por intolerância e preconceito do que qualquer outra coisa xD
    Sinceramente, não acredito que essa reclusão tenha garantido a “sobrevivência” e nem compense o fato de ter afastado muitas pessoas, pois o portentoso (e besta, pq não dizer) pedestal em que puseram a música clássica foi na verdade uma grande armadilha rs
    Digo isso com base nas observações que faço na relação que as pessoas que me cercam tem com a música clássica.

  15. Villalobiano,

    Comentário muito bem sacado. Se bem que na minha cidade, um teatro lindíssimo, em estilo barroco, tem sido mais ocupado por músicos populares e jazzmen.

    Além disso, as pedras vem muito mais de lá do que de cá.

  16. É, Falsário… eu concordo mais com o Villalobiano. A música erudita é colocada sim em um pedestal, mas ninguem se sente desencorajado a ouví-la apenas porque ela está lá, simplesmente quando a ouve acha um saco sem tamanho, e corre para ouvir pagode, que, teoricamente, seria mais “divertido”. Uma música que as pessoas não ouvem pode possuir três destinos: o esquecimento completo (caso de músicas folclóricas que simplesmente desapareceram do mapa, e as vezes são encontradas por acaso na toca de um sapo por algum antropológo), o desprezo respeitoso (música moderna e vanguardista, mas o “respeitoso” no sentido de que não se tem coragem para esquecê-la completamente. É música estranha mas merece ser armazenada na história, nem que seja como mancha) e a admiração distante (o “pedestal” da música erudita de períodos anteriores ao moderno). Então a música erudita está onde está por que todas as novas gerações, por séculos, lá a colocam, porém o respeito distante de muitos, e a admiração sincera de poucos faz por mantê-la hitóricamente viva.
    (Há, e eu também não entendi o lance de “instinto de sobrevivência”)

  17. caro Eu,

    Não vejo as coias como sendo muito simples… a música (seja clássica,popular, o que for,no fundo é tudo música) é presente no meu dia a dia e não tenho embutida em mim nenhuma pretensa noção de “bom gosto” , e muita gente que me cerca não concebe o fato de, por exemplo, eu escutar ópera comendo salsicha com farofa na sala de casa rs
    Nunca prestei esse tipo de deferência a nenhum estilo musical e muita gente (que gosta e que não de música clássica) estranha demais isso. Digo isso por casos q eu realmente presenciei, muita gente nem pára pra escutar pq “não é coisa pra se escutar assim”, como se precisasse estar vestindo roupas de época bebendo chá numa tarde de outono pra escutar Tchaikovski, como se aquilo fosse algo muito distante do seu cotidiano. Quando não conheçemos algo, estamos sujeito a imagem que a maioria público que aprecia faz disso, e digo isso porque passei muito tempo torçendo o nariz pra ópera, questão de ignorância mesmo, achando que ópera era uma porção de pessoas gritando um texto ruim (claro que tem vezes que isso, de fato, acontece rs)
    é a velha questão do estereótipo, não que a generalização deixe de uma coisa estúpida (pq de fato é), mas um padrão existe e as pessoas que não são habituadas a um determinado meio são influenciadas por essa imagem pré-concebida, tanto pra gostar quanto pra detestar rs
    Também conheço muita gente que começou a gostar de música clássica pq é chique, é muito inteligente ouvir Beethoven..e quando você pergunta se a pessoa gosta de Tom Jobim, ela responde que já gostou, quando seus olhos (ou ouvidos) ainda não tinham sido abertos*. Essa história me lembra muito “O espelho”, do Machado de Assis O.õ

    *na minha opinião fechou seu horizonte ao invés de abrir os olhos rs

  18. Mais um pouco de metáfora. “Instinto de sobrevivência” é o seguinte: a música clássica, tão impopular a coitada, tem que ficar quietinha no canto dela. Se ela tentar se misturar, viver sob o mesmo sol de todo mundo, vai levar da música popular uma sova daquelas…

    Explico: imaginem tratarmos a música clássica como todo o resto – i.e., em bases mercadológicas. O PQP, por exemplo, só publicaria Led Zeppelin. Afinal, um mero post já deu ibope, não? (Aliás, na ótica do mercado, Led Zeppelin é impopular. Melhor seria Madonna ou Amy Winehouse…).

    Por isso mesmo a música clássica é obrigada a sobreviver em um mundo artificial de mecenato e subsídio estatal, em troca de prestígio social e cultural. Sim! Em todos os lugares – até na Inglaterra, até na Alemanha, até nos EUA – é assim. Não se iludam. Exceções como a Naxos só confirmam a regra.

    A Sala São Paulo, a salinha da Livraria Cultura, a Cultura FM etc, são as catacumbas que restaram para nos escondermos. Senão, babau.

    A internet, por viabilizar tecnica e economicamente os nichos (lembram-se da “longa cauda”?), melhorou as coisas. Daí a Amazon.com e este PQP. Mesmo assim, ainda precisamos de cantinhos só nossos… a saúde é frágil…

    Somos todos sobreviventes, meus caros! 🙂

  19. Ah, agora sim, entendo perfeitamente 🙂

    Mas, uma coisa ralmente me intriga…o “desinteresse” das pessoas em música clássica, ao que me parece, não é muito antigo. Não tenho idade suficiente pra ter testemunhado os acontecimentos, mas faço aula com um tenor porto alegrense (sensacional
    , por sinal) de 80 anos, um dia discutíamos isso. A nem tanto tempo atrás, era comum haver montagens de óperas em diversas cidades, e concertos bons e freqüentes não só na capital, com solistas internacionais e tudo (o Menuhim e o Rubinstein tocaram no Teatro São Pedro rs) . Um dia eu dei de presente ao mesmo um libretto do Fausto, tal libretto havia pertencido ao barítono que fez a apresentação no teatro são pedro, em 1992. Alguém lembra de um programa que passava aos domingos de noite na rede globo?? Também não faz muito tempo =/

    Mas, uma coisa me anima e concordo plenamente: acredito que o interesse das pessoas a cerca de música clássica anda crescendo. Sinceramente, só pude dar vazão a minha curiosidade a depois da internet hehehe.
    Falando em termos de mercado, era uma coisa absolutamente restrita (ou isso, ou se compra aquelas coleções de 6,10 reais onde as obras são decepadas com a sensibilidade de uma capivara)

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