#SCHMNN210 – Robert Schumann (1810-1856): Integral das Sinfonias, retocadas por Gustav Mahler – Chailly

Nossas contribuições às celebrações do ducentésimo décimo aniversário de Schumann, que foram instigadas entre os pequepianos pelo colega Pleyel, tomarão emprestado pela próxima quinzena este espaço que, nos últimos meses, vínhamos dedicando à música do duzentosecinquentão Beethoven, que por aqui voltará na quinzena seguinte.

Tentarei trazer algumas obras da vasta e admitidamente desigual produção schumanniana ainda inéditas neste blog, bem como algumas gravações de obras já muitas vezes publicadas que, bem, eu amo e gostaria de compartilhar com vocês.

De alguma forma, esta gravação que ora lhes apresento se encaixa nos dois critérios. Se já há um número razoável de gravações das sinfonias de Schumann aqui no PQP Bach, de modo que não seria louco de dizê-las inéditas, elas nunca aqui estiveram nesta roupagem, num arranjo de ninguém menos que Gustav Mahler.

“Arranjo”, talvez, seja um termo que lhes faça esperar diferenças mais marcantes do que as que de fato encontrarão. Mahler, hoje certamente lembrado como um compositor do primeiríssimo escalão, ganhava sua vida como regente – certamente o mais célebre e influente de sua época – e adotava com frequência o expediente de retocar as obras de outros compositores, para obter efeitos que considerava mais apropriados às grandes salas de concerto e aos avantajados conjuntos orquestrais que conduzia. E, se fez isso com obras e compositores sacrossantos como Ludwig e sua Nona, por que não faria com as sinfonias de Schumann, achincalhadas desde suas primeiras audições pelo que se considerava a orquestração incompetente de um homem que sempre pensava em termos pianísticos?

Os retoques de Mahler, no entanto, não incluem alterações importantes em harmonia e em linhas melódicas, que seguem puro Schumann. As mudanças mais notáveis são na orquestração, que dá aos instrumentos de sopros a considerável proeminência que conquistaram na música orquestral na segunda metade do século XIX, em algumas alterações de ritmo, especialmente nos metais, e nas detalhadas indicações dinâmicas. A impressão geral é de um Schumann com menos cordas e mais sopros, mais enérgico e límpido, que lhes poderá soar estranho, mas certamente muito convincente – ainda que a grandiloquência dos clímaxes e dos tímpanos tonitruantes volta e meia delatem quem está por trás da coisa toda.

Para encarar a empreitada de gravar a mahlerização destas sinfonias, esta gravação lhes traz talvez os melhores intérpretes concebíveis: uma veneranda orquestra alemã de imensa tradição, que responde como talvez nenhuma outra orquestra no mundo de hoje a seu regente, um mestre que tem em Mahler e Schumann duas de suas especialidades. Por isso, tenho certeza de que Riccardo Chailly e a orquestra do Gewandhaus de Leipzig não hão de os decepcionar.

Robert Alexander SCHUMANN
(1810-1856)

Arranjo de Gustav MAHLER (1860-1911)

Sinfonia no. 1 em Si bemol maior, Op. 38, “Primavera”

1 -Andante un poco maestoso – Allegro molto vivace
2 – Larghetto
3 – Scherzo: molto vivace – Trio I: Molto più vivace – Tempo I – Trio II: (Molto vivace) – Tempo I – Coda
4 – Allegro animato e grazioso

Sinfonia no. 2 em Dó maior, Op. 61

5 – Sostenuto assai – Un poco più vivace – Allegro ma non troppo
6 – Scherzo – Trio I – Trio II – Coda: Allegro vivace
7 – Adagio espressivo
8 – Allegro molto vivace

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Sinfonia no. 3 em Mi bemol maior, Op. 97, “Renana”

1 – Lebhaft
2 – Scherzo: Sehr Mäßig
3 – Nicht schnell
4 – Feierlich
5 – Lebhaft – Schneller

Sinfonia no. 4 em Ré menor, Op. 120

6 – Ziemlich langsam – Lebhaft
7 – Romanze: Ziemlich langsam
8 – Scherzo & Trio: Lebhaft
9 – Langsam – Lebhaft – Schneller – Presto

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Gewandhausorchester
Riccardo Chailly, regência

Nessa foto, que eu adoro, está não só o retrato do semblante, mas de toda zelosa arte de Chailly.

Vassily

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