“Chopin é o maior de todos, pois apenas com o piano ele descobriu tudo.”
Claude Debussy
Domingo calorento e preguiçoso aqui e continuo adiando a preparação das provas para amanhã. Integração por partes, como diria Jack…
A vitrola acabou de tocar Bruckner#9 e ainda estou sob os efeitos do imenso adágio. Então, para variar, um disco diferente – Estudos de Chopin. Eu gosto de Chopin e se você tem ideias pré-concebidas do romântico compositor – a imagem de um pianista revirando os olhos sobre uma doce melodia, prepare-se para uma ‘revolucionária’ mudança. Nada de bibelôs neste disco, que tem seus momentos mais lânguidos, faz parte.
O pianista Yunchan Lim é espetacular, tem técnica de sobra para mais uns dois ou três virtuosos. Foi o mais jovem músico a ganhar a medalha de ouro no Concurso Van Cliburn e o disco com os endiabrados Estudos Transcendentais, de Liszt, gravado ao vivo durante o concurso, é prova disso. Mas, calma, um disco só de Liszt é demais para mim, tive que esperar esse novo disco para apreciar as habilidades do Yunchan Lim. Se bem que há uma gravação do Concerto Imperador, também ao vivo, que é flamejante.
Em junho de 2022, Yunchan Lim se tornou a pessoa mais jovem a ganhar ouro no Concurso Internacional de Piano Van Cliburn; suas performances ao longo do tempo mostraram uma “habilidade mágica” e uma “qualidade natural e instintiva” (La Scena) que surpreendeu os ouvintes ao redor do mundo. Como o presidente do júri Marin Alsop expressou: “Yunchan é aquele artista raro que reúne musicalidade profunda e técnica prodigiosa organicamente.” A profundidade de sua arte e conexão com os ouvintes também lhe garantiram o Prêmio do Público e Melhor Performance de uma Nova Obra. A performance surpreendente de Lim dos Estudos Transcendentais completos de Liszt da rodada semifinal do Concurso Van Cliburn está disponível em seu álbum de estreia Steinway & Sons.
Hoje já estou na segunda audição deste disco, intercalando-o com outras favoritas gravações – Abbey Simon, Boris Berzovski, por exemplo. Até essa postagem chegar até você, já terei ouvido uma boa meia dúzia de vezes.
Some extremely daring speeds guarantee excitement, pushing the technical limits in what are, of course, despite their generic title (Études , or Studies), so much more than technical exercises, yet he also finds great poetry…some of Yunchan Lim’s interpretations may be too subjective for everyone’s taste, yet this is a remarkable feat that demands to be heard. BBC Music Magazine
His Chopin is as flexible and feather-light as it is fluent and fiery, as compelling in its sense of structure as in its relishing of detail. The whole experience radiates joyful, youthful exuberance. Gramophone
These are thrilling performances of Chopin’s studies, the technique dazzlingly immaculate and the musical impulses propelling it often startlingly original. The Guardian
No Brasil, este disco saiu pela MoviePlay e era uma joia no meio das coisas mais ou menos da gravadora. Ambas as Sinfonias Concertantes de Mozart são extraordinárias, com especial destaque para o K. 364, claro. Mas a outra não lhe fica muito a dever. Com excelente regência de Álvaro Cassuto, com bons solistas da Europa Oriental (acredito eu) e uma orquestra bastante boa, este disco baratinho dá um banho em muita gente metidona. Na capa ao lado não aparece nem a orquestra, nem o nome do maestro. É um foda-se total. Apenas ouça. Reclamações — duvido — nos comentários.
W. A. Mozart (1756-1791): Sinfonia Concertante, K. 297 & Sinfonia Concertante, K. 364 (Nova Filarmonia Portuguesa, Cassuto)
Mozart: Sinfonia Concertante in E-flat Major, K. 297b
I. Adagio 13:33
II. Adagio 8:40
III. Andantino con variazioni 8:54
Lisa Kosenko (Oboé)
Chris Inguanti (Clarinete)
Ellen Tomasiewics (Trompa)
Martin Mangrum (Fagote)
Nova Filarmonia Portuguesa
Álvaro Cassuto
Mozart: Sinfonia Concertante for Violin, Viola & Orchestra in E flat major, K. 364
I. Allegro maestoso 13:48
II. Andante 11:39
III. Presto 6:34
Os Jogadores, Op. 63, é uma ópera inacabada, composta por Dmitri Shostakovich em 1941-42 baseada na comédia de Nikolai Gogol Os Jogadores (1842). O primeiro ato sobrevivente dura cerca de 47 minutos. É o que temos aqui. Shostakovich tentou fazer a peça de Gogol palavra por palavra. Ele percebeu, ao chegar ao final do primeiro ato, que a ópera se tornaria muito longa e difícil de montar, e também que seu texto zombeteiro e a amarga ironia da música não seriam executados sob o regime repressivo da época. Ele abandonou o projeto. Ele reutilizou material da ópera no scherzo de sua composição final, a Sonata para Viola. A estreia mundial foi uma apresentação em forma de concerto no salão do Conservatório de Leningrado em 18 de setembro de 1978, cantada por membros do Teatro de Câmara de Moscou com a Orquestra Filarmônica de Leningrado conduzida por Gennady Rozhdestvensky. Aliás, o mesmo time que gravou este CD em 1978. Que coincidência!
O Nariz, Op. 15, é a primeira ópera de Dmitri Shostakovich, uma obra satírica concluída em 1928 baseada na história de Nikolai Gogol de 1836 com o mesmo nome. A ópera foi escrita entre 1927 e 1928. O libreto é de Shostakovich, Yevgeny Zamyatin, Georgy Ionin e Alexander Preis. Shostakovich afirmou que era uma sátira sobre os tempos de Alexandre I. O enredo diz respeito a um oficial de São Petersburgo cujo nariz deixa seu rosto e desenvolve uma vida própria. A obra original de Gogol foi expandida por meio de empréstimos de algumas de suas outras obras, incluindo O Capote, Diário de um Louco e Almas Mortas, bem como de Os Irmãos Karamazov (1881) de Dostoiévski. Shostakovich usa uma montagem de estilos diferentes, incluindo música folclórica, canção popular e atonalidade . O caos aparente é estruturado por dispositivos musicais formais, como cânones e quartetos, um dispositivo tirado de Wozzeck, de Alban Berg. De acordo com o compositor britânico Gerard McBurney, “O Nariz é uma das maiores obras-primas do jovem Shostakovich, um tour de force eletrizante de acrobacias vocais, cores instrumentais selvagens e absurdo teatral, tudo permeado por uma mistura escaldante de riso e raiva… O resultado, nas mãos implacavelmente irreverentes de Shostakovich, é como uma versão operística de Charlie Chaplin ou Monty Python. Com seu tema magnificamente absurdo e música virtuosa, O Nariz é uma obra extremamente divertida”. Em “O Nariz” os soldados de embebedam, tossem e ao fagote é dada a tarefa de peidar por eles. Ouvi hoje esta ópera e notei que os cantores fazem todo o tipo de sons estranhos, mas não arrotam. É complicado arrotar quando se quer. Se alguém me disser “Arrota aí, meu!” não vai sair nada. Quando criança, eu sempre invejava os amigos que podiam soltar um arroto a qualquer momento. Nunca consegui. Para largar um, eu tinha que beber uma Coca-Cola e esperar que ele, o arroto, se decidisse. Só sim eu largava um bem sonoro.
D. Shostakovich (1906-1975): The Nose (O Nariz) / The Gamblers (Os Jogadores) (Leningrad Philharmonic Orch, Orch Of The Moscow Chamber Opera, Rozhdestvensky)
The Gamblers, Opera, For 6 Male Voices & Orchestra (unfinished)
Edited By – Gennadi Rozhdestvensky
Orchestra – Orchestra Of The Moscow Chamber Opera*
1.1 Instruemtal Introduction
1.2 Do Come In, Do Come In
1.3 I’m Listening Friend, Go On.
1.4 What A Sight
1.5 Have You Come Far?
1.6 Where Is Your Master From?
1.7 Wily Fellows, These.
1.8 Perhaps Kazan Is Better.
1.9 Listen, Did They Give You Much?
1.10 I’m Sorry, The Room’s Not Nice…
1.11 But, Gentlemen, Come Come, Don’t Let’s Argue
1.12 Well Well, This Sturgeon Is Good.
1.13 Jack Of Clubs, Diamonds…
1.14 And So We Shake On The Deal.
1.15 Do Tell Us…
1.16 Do You Remember, Shvokhnev?
1.17 In A Town
1.18 We Have Our Methods.
1.19 There Was Another One Which Went Quite Well.
1.20 Wily Fellows, These.
The Nose, Opera, Op. 15
Orchestra – Leningrad Philharmonic Orchestra
1.21 Act 1. Introduction
1.22 Act 1. Scene 1. Today, Praskovya Osipovna, I Will Not Take Coffee…
1.23 Act 1. Scene 2. Pick That Up. You’ve Lost Something…
1.24 Act 1. Interlude
1.25 Act 1. Scene 3. Brr… Brr… I’ve Had A Spot On My Nose Since Yesterday…
1.26 Act 1. Scene 3. Gallop
1.27 Act 1. Scene 3. Ah… How On Earth Shall I Address Him…
2.1 Act 2. Introduction. Is The Police Inspector At Home?…
2.2 Act 2. Scene 5. You Can Take My Word For It…
2.3 Act 2. Scene 5. Largo. I Have No Idea How This Misfortune Occured…
2.4 Act 2. Scene 5. No, I Can’t Place Such An Ad In The Newspaper…
2.5 Act 2. Interlude
2.6 Act 2. Scene 6. I Am Indissolubly Linked To My Love…
2.7 Act 2. Scene 6. God, Good God! Why This Calamity?…
2.8 Act 3. Scene 7. With The Authority Vested In Me I Order…
2.9 Act 3. Scene 8. Is This Where College Assessor Kovalyov Lives?…
2.10 Act 3. Scene 8. It’s Really My Nose! There’s The Spot…
2.11 Act 3. Scene 8. Hey, Ivan! Ivan!…
2.12 Act 3. Scene 8. Hey, What A Face…
2.13 Act 3. Scene 8. Ah? Write To Her / I’m Writing…
2.14 Act 3. Intermezzo. There Goes Major Kovalyov’s Nose For A Walk…
2.15 Epilogue. Scene 9. That’s It! That’s It!…
2.16 Epilogue. Scene 10. Good Day Platon Kuzmich…
Accompanied By [Accompanists] – Mary Zhislina* (faixas: 1-21 to 2-16), Tamara Vitold* (faixas: 1-21 to 2-16), Tatyana Askochinskaya* (faixas: 1-21 to 2-16)
Balalaika [Balalaika-Bass] – Valery Sudak* (faixas: 1-1 to 1-20)
Baritone Vocals [Platon Kuzmich Kovalyov (College Assessor)] – Eduard Akimov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Baritone Vocals [Stepan Ivanovich Uteshitelny] – Yaroslav Radivonik* (faixas: 1-1 to 1-20)
Bass Vocals [Alexei (Servant At Inn)] – Vladimir Rybasenko* (faixas: 1-1 to 1-20)
Bass Vocals [Clerk In Small Ads Office], Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Someone] – Valery Solovyanov (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [Doctor] – Ashot Sakirsov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [Gavryushka (His Servant)] – Valery Belykh* (faixas: 1-1 to 1-20)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Acquaintances Of Kovalyov] – Ashot Sakirsov* (faixas: 1-21 to 2-16), Vladimir Rybasenko* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Cabman / Father] – Vladimir Rybasenko* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Coachman At The Posting Inn], Speech [Speaking Role – Traveller] – Anatoly Boiko* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Dignified Lady Her Sons] – Anatoly Boiko* (faixas: 1-21 to 2-16), Valery Belykh* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Gentlemen] – Valery Solovyanov (faixas: 1-21 to 2-16), Igor Paramonov* (faixas: 1-21 to 2-16), Yaroslav Radivonik* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Kiosk Salesman] – Ashot Sarkisov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Policemen] – Valery Solovyanov (faixas: 1-21 to 2-16), Ashot Sarkisov* (faixas: 1-21 to 2-16), Valery Belykh* (faixas: 1-21 to 2-16), Vladimir Rybasenko* (faixas: 1-21 to 2-16), Igor Paramonov* (faixas: 1-21 to 2-16), Yaroslav Radivonik* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Servants Giving In Small Ads] – Anatoly Boiko* (faixas: 1-21 to 2-16), Ashot Sarkisov* (faixas: 1-21 to 2-16), Valery Belykh* (faixas: 1-21 to 2-16), Gennady Mamin* (faixas: 1-21 to 2-16), Igor Paramonov* (faixas: 1-21 to 2-16), Yaroslav Radivonik* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Students] – Ashot Sarkisov* (faixas: 1-21 to 2-16), Igor Paramonov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [Ivan Yakovlevich (Barber)] – Valery Belykh* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [Now Bass – In Further Incidental Roles, Servants Giving In Small Ads] – Alexander Braim* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass Vocals [Pyotr Petrovich Shvokhnev] – Ashot Sarkisov* (faixas: 1-1 to 1-20)
Bass-Baritone Vocals [Countess’ Footman], Speech [Speaking Role – Khosriv Mirza], Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Heyduke (Servant) / Newcomers] – Igor Paramonov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass-Baritone Vocals [In Further Incidental Roles, Ivan Ivanovich / Policeman], Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Dandies] – Yaroslav Radivonik* (faixas: 1-21 to 2-16)
Bass-Baritone Vocals [In Further Incidental Roles, Son], Bass Vocals [In Further Incidental Roles, Speculator] – Gennady Mamin* (faixas: 1-21 to 2-16)
Choir [Acquaintances Of The Barber, People At Prayer In The Cathedral, Travellers, Ladies And Gentlemen In Waiting, Policemen, Eunuchs, Passers-By] – Choir* (faixas: 1-21 to 2-16)
Chorus – Chorus Of The Moscow Chamber Theatre* (faixas: 1-21 to 2-16)
Chorus Master – Vladimir Agronsky* (faixas: 1-21 to 2-16)
Composed By – Dmitri Shostakovich
Concept By [Reissue Concept] – Niels Høirup*
Conductor – Gennady Rozhdestvensky*
Contralto Vocals [In Further Incidental Roles, Aristocratic Old Lady] – Liliana Gavrilyuk* (faixas: 1-21 to 2-16)
Design, Layout – BKMS, Hamburg
Engineer [Recording] – Igor Veprintsev (faixas: 1-1 to 1-20), Severin Pazhukhin* (faixas: 1-21 to 2-16)
Libretto By – Dmitri Shostakovich (faixas: 1-21 to 2-16), Alexander Preiss* (faixas: 1-21 to 2-16), Georgy Yonin* (faixas: 1-21 to 2-16), Yevgeny Zamyatin* (faixas: 1-21 to 2-16)
Liner Notes – Sigrid Neef
Liner Notes [Trad.] – Chr. Hinzelin*
Liner Notes [Transl.] – J & M Berridge
Mezzo-soprano Vocals [Alexandra Grigoryevna Podtochina (Staff Officer’s Widow)] – Людмила Сапегина (faixas: 1-21 to 2-16)
Mezzo-soprano Vocals [In Further Incidental Roles, Dignified Lady] – Alla Kiseleva* (faixas: 1-21 to 2-16)
Orchestra – Leningrad Philharmonic Orchestra (faixas: 1-1 to 1-20), Orchestra Of The Moscow Chamber Theatre* (faixas: 1-21 to 2-16)
Photography By [Cover Foto] – H. Matthies*
Remastered By – Michael Glaser
Restoration, Engineer [Sound Engineer] – Eberhard Richter
Solo Vocal – Soloists Of The Moscow Chamber Theatre* (faixas: 1-21 to 2-16)
Solo Vocal, Soprano Vocals – Nina Yakovleva* (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [Alexandra Grigoryevna Podtochina Her Daughter], Soprano Vocals [In Further Incidental Roles, Female Voice] – Lyudmila Ukolova* (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [Female Bread-Roll-Seller] – Lyudmilla Sokolenko* (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [In Further Incidental Roles, Daughter] – Yelena Pekerskaya* (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [In Further Incidental Roles, Female Hanger-On] – Nina Anisimova* (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [In Further Incidental Roles, Hangers-On] – Maria Bugrova (faixas: 1-21 to 2-16), Alla Kiseleva* (faixas: 1-21 to 2-16), Yelena Druzhenkova* (faixas: 1-21 to 2-16), Elena Pekerskaya* (faixas: 1-21 to 2-16), Irina Barteneva* (faixas: 1-21 to 2-16), Lyudmila Sapegina* (faixas: 1-21 to 2-16), Lyudmila Sokolenko* (faixas: 1-21 to 2-16), Lyudmila Ukolova* (faixas: 1-21 to 2-16), Nina Anisimova* (faixas: 1-21 to 2-16), Nina Sasulova* (faixas: 1-21 to 2-16), Nina Yakovleva* (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [In Further Incidental Roles, Mother] – Maria Bugrova (faixas: 1-21 to 2-16)
Soprano Vocals [Praskovya Osipovna (Ivan Yakovlevich His Wife)], Speech [Speaking Role – Lady-in-waiting] – Nina Sasulova* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [Ikharyov (A Gambler)] – Vladimir Tarkhov* (faixas: 1-1 to 1-20)
Tenor Vocals [In Further Incidental Roles, Acquaintances Of Kovalyov] – Alexander Pekelis* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [In Further Incidental Roles, Gentlemen] – Alexander Lomonosov* (faixas: 1-21 to 2-16), Alexander Pekelis* (faixas: 1-21 to 2-16), Boris Druzhinin* (faixas: 1-21 to 2-16), Boris Tarkhov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [In Further Incidental Roles, Policemen] – Alexander Braim* (faixas: 1-21 to 2-16), Alexander Pekelis* (faixas: 1-21 to 2-16), Boris Druzhinin* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [In Further Incidental Roles, Students] – Alexander Lomonosov* (faixas: 1-21 to 2-16), Boris Druzhinin* (faixas: 1-21 to 2-16), Boris Tarkhov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [Krugel (Colonel)] – Nikolai Kurpe* (faixas: 1-1 to 1-20)
Tenor Vocals [The Nose] – Aleksander Lomonosov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [Valet Ivan (Kolyavov’s Waiter)], Tenor Vocals [[In Further Incidental Roles, Eunuch / Newcomers / Dandies] – Boris Druzhinin* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [Very High Tenor – District Constable)] – Boris Tarkhov* (faixas: 1-21 to 2-16)
Tenor Vocals [Yaryzhkin], Tenor Vocals [In Further Incidental Roles, Pyotr Fyodorovich / Old Man / A Colonel / Doorman Of The Police Inspector] – Alexander Braim* (faixas: 1-21 to 2-16)
Written-By [Libretto After The Eponymous Story By] – Nikolai Gogol* (faixas: 1-21 to 2-16)
Falo sério! Esta é a melhor versão que conheço do Réquiem de Mozart. Ouçam! Excelentes solistas, coro e orquestra. Brilhante regência de Christoph Spering. Em março de 1791, Mozart regeu em Viena um de seus últimos concertos públicos; tocando o Concerto para piano n.º 27 (KV 595). Poucos dias antes, batera a sua porta um desconhecido, que se recusou a identificar-se e deixou Mozart encarregado da composição de um Réquiem em Ré menor. Deu-lhe um adiantamento e avisou que retornaria em um mês. Mas pouco tempo depois, o compositor é chamado de Praga para escrever a ópera A Clemência de Tito, para festejar a coroação de Leopoldo II. Quando subia com sua esposa Constanze na carruagem que os levaria a esta cidade, o desconhecido ter-se-ia apresentado outra vez, perguntando por sua encomenda. Posteriormente supôs-se que aquele sombrio personagem era um enviado do conde Walsegg-Stuppach, cuja esposa havia falecido. O viúvo desejava que Mozart compusesse a Missa de Réquiem para os ritos fúnebres no enterro de sua esposa, mas faria crer — como parece que já fizera antes — aos presentes que fora ele quem compusera a obra. Diz-se que Mozart, obsedado pelas ideias de morte desde o falecimento de seu pai, Leopold, debilitado pela fadiga e pela doença que lhe atingia, muito sensível ao sobrenatural devido às suas vinculações com a franco-maçonaria e impressionado pelo aspecto misterioso do homem que encomendou a missa, terminou por acreditar que este era um mensageiro do Destino e que o réquiem que iria compor seria para seu próprio funeral. É a lenda, né?
Mozart, ao morrer, conseguiu terminar apenas três secções com o coro e composição completa: Introito, Kyrie e Dies Irae. Do resto da sequência deixou os trechos instrumentais, o coro, vozes solistas e o cifrado do contrabaixo e órgão incompletos, deixando anotações para seu discípulo Franz Xaver Süssmayer. Também havia indicações para o Domine Jesu e Agnus Dei. Não havia deixado nada escrito para o Sanctus nem para o Communio. Seu discípulo Süssmayer completou as partes, escreveu música onde faltava, compondo, por exemplo, completamente o Sanctus. Para o Communio, simplesmente utilizou dos temas do Introito e do Kyrie, à maneira de uma reexposição, para dar sentido integral à obra.
A obra teve a sua estreia em Viena, 2 de Janeiro de 1793, num concerto em benefício da viúva de Mozart, Konstanze Weber.
W.A. Mozart (1756-1791): Requiem K.626
Requiem (Completed By Franz Xaver Süssmayr)
1) I – Introitus – Requiem
2) II – Kyrie – Kyrie
3) III – Sequentia – Dies Irae
4) III – Sequentia – Tuba Mirum
5) III – Sequentia – Rex Tremendae
6) III – Sequentia – Recordare
7) III – Sequentia – Confutatis
8) III – Sequentia – Lacrimosa
9) IV – Offertorium – Domine Jesu
10) IV – Offertorium – Hostias
11) V – Sanctus – Sanctus
12) VI – Benedictus – Benedictus
13) VII – Agnus Dei – Agnus Dei
14) VIII – Communio – Lux Aeterna
Requiem Autograph Fragments
15) III – Sequentia – Dies Irae
16) III – Sequentia – Tuba Mirum
17) III – Sequentia – Rex Tremendae
18) III – Sequentia – Recordare
19) III – Sequentia – Confutatis
20) III – Sequentia – Lacrimosa
21) IV – Offertorium – Domine Jesu
22) IV – Offertorium – Hostias
23) VIII – Communio – Amen
Chorus Musicus Köln
Das Neue Orchester
Christoph Spering
Nos bate-papos dos frequentadores assíduos das lojas de discos, naqueles dias, um tema que sempre ressurgia era o da música canalha. A terminologia é absolutamente inadequada, mas se referia àquelas peças de enorme apelo popular – aquelas obras que todos reconhecem e podem cantarolar um pouquinho. Valsas de Strauss, o Bolero de Ravel, Quadros de uma Exposição. Obras de Tchaikovsky aparecem bastante nesta lista. Pudera, o cara era um excelente melodista. Eu gosto muito dessas coisas, Sheherazade de Rimsky-Korsakov uma das minhas favoritas e a música desta postagem se enquadra perfeitamente nesta categoria e faz parte do repertório das grandes orquestras assim como das nem tão grandes assim.
A Wiener Philharmoniker, talvez devido à cultura vienense, toca este tipo de música maravilhosamente. Há gravações mais recentes desse repertório com a orquestra, regida por James Levine, mas escolhi essas gravações, sob a batuta do HvK. Essa combinação, WP & HvK gravou uma série de discos para a DECCA, na década de 60, que são muito bons. No caso das Suítes de Balé, a produção estava a cargo de John Culshaw, garantia de ótimo som para aqueles dias, como pode-se atestar ouvindo esses arquivos. O Quebra-Nozes é de 1961 e as outras duas suítes de 1965.
Depois de ouvir os arquivos, Tchai ficou assim…Selo PQP Bach de Qualidade
Comentários de críticos amadores: The Vienna Philharmonic sounds beautiful, and Karajan’s tempos flow and seem more natural than in his later recordings.
Karajan con i wiener, una registrazione leggendaria. […], tutto perfetto.
Ces mélodies nous entraînent dans le monde merveilleux des ballets et plongent notre esprit dans un imaginaire incroyablement captivant. Incontournable!!!
Musica di altissimo livello con una registrazione impeccabile. Bello anche per i neofiti della classica. Molto semplice da ascoltare. Ottimo!
Aproveite!
René Denon
Montagem do Quebra Nozes do PQP Bach Grand Ballet que teve participação especial do Falcão…
Os melhores Concertos de Mozart, aqueles que ele fazia questão de estrear como solista, aqui interpretados por Alfred Brendel e a Academy Of St. Martin-in-the-Fields regida por Neville Marriner. Vocês querem mais alguma coisa? Talvez um Veuve Clicquot servido em taças de cristal? Ou um show de ursos pandas patinadores? A gravação é de 1990, mas está em excelente estado. Se você quiser reclamar do bit rate — nem olhei de quanto é — fale para o nosso SAC a fim de ser olimpicamente ignorado.
W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano e Orq. do Nº 15 ao 27 (Brendel, Marriner)
Concerto No.15 In B Flat, KV 450
7-4 1. Allegro 11:00
7-5 2. (Andante) 6:16
7-6 3. Allegro 7:54
Concerto No.16 In D, KV 451
7-7 1. Allegro Assai 10:09
7-8 2. Andante 6:23
7-9 3. Allegro Di Molto 6:09
Ontem voltei desanimado das compras. O preço do pacote de meio quilo de café da marca que costumo comprar rompeu a barreira dos 30 e parece querer igualar-se ao preço do azeite. Pelo jeito, logo vai romper a barreira do som e outras barreiras. Vamos experimentar outras marcas, espero evitar pelo menos aquelas que tem gosto do café da repartição.
Ton tentando avistar o pessoal do PQP Bach na sala de entrevistas do Amstel Amsterdam Hotel
Lembrei-me do pobre pai da Lieschen que briga com a filha, grande amante e consumidora de café. Assim, para retomar o ânimo fui buscar a Cantata do Café, composta pelo padroeiro do blog para o famoso Concerto do Café Zimmermann, lá de Leipzig. Escolhi esta gravação com a Orquestra Barroca de Amsterdã regida por Ton Koopman e com vozes excelentes como a de Klaus Mertens e Anne Grimm, que fazem pai e filha na Cantata do Café.
Comentário do site da Presto Cassics: Lest it be thought that all Bach’s cantatas are strait-laced manifestations of religious piety (however melodically varied), Ton Koopman and the Amsterdam Baroque Orchestra here give spirited performances of two of his most famous (and indeed most secular) secular cantatas. The Coffee cantata celebrates the addictive delights of the then relatively new, fashionable drink, while the Peasant, using plenty of rustic Upper Saxon dialect, is a hearty celebration of all things rural.
Para que não se pense que todas as cantatas de Bach são manifestações puritanas de piedade religiosa (por mais variadas que sejam as melodias), Ton Koopman e a Amsterdam Baroque Orchestra aqui dão performances espirituosas de duas de suas mais famosas (e de fato mais seculares) cantatas seculares. A cantata Coffee celebra as delícias viciantes da bebida então relativamente nova e da moda, enquanto a Peasant, usando bastante dialeto rústico do Alto Saxão, é uma celebração calorosa de todas as coisas rurais.
As duas obras deste CD, o Concerto em ré menor, Nº 20, K. 466 e o Concerto em dó maior, Nº 21, K. 467 foram escritas com um intervalo de um mês entre si, em fevereiro e março de 1785. Mozart escreveu esses concertos e executou a parte do piano para apresentações durante a Quaresma. Essas duas obras são obras-primas na literatura do concerto para piano. Elas são notavelmente diferentes em tom emocional. O concerto Nº 20 foi escrito em fevereiro de 1785. É um dos dois únicos concertos para piano de Mozart em tom menor. (A outra obra em tom menor é o K. 491.) Ele continua sendo o mais frequentemente executado dos concertos de Mozart. É uma obra trágica que com uma introdução dramática para a orquestra na qual cordas e depois sopros se juntam ao tema. Esta obra exemplifica o tipo de escrita de concerto que apresenta um “duelo” entre solista e orquestra. Os concertos de Mozart não são todos deste tipo. O solo entra na obra com um tema tranquilo que é rapidamente trabalhado e desenvolvido em passagens de grande paixão e virtuosismo. O movimento final, allegro assai, prossegue com uma veia trágica e raivosa até a cadência final. Então, ele muda de caráter e termina em uma conclusão rápida e alegre em tom maior. Este concerto é provavelmente o concerto de Mozart mais próximo em espírito de Beethoven. Beethoven, de fato, escreveu as cadências do primeiro e do terceiro movimentos que são executados aqui. O concerto K. 467, tornou-se famoso quando seu segundo movimento, em uma performance de Géza Anda, foi usado no filme Elvira Madigan algumas décadas atrás. Mozart completou esta obra em março de 1785. Enquanto o ré menor é uma obra de tragédia e paixão, o dó maior é uma obra de majestade. A interação entre solista e orquestra é excelente. O pianista Jeno Jando faz uma excelente leitura dessas obras, que é clara e bem pensada.
W.A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nº 20 & 21 (Jandó, Concentus Hungaricus, Ligeti)
Piano Concerto No. 20 in D Minor, K. 466
1 I. Allegro 14:09
2 II. Romance 09:02
3 III. Rondo: Allegro assai 07:45
Piano Concerto No. 21 in C Major, K. 467
4 I. Allegro maestoso 13:30
5 II. Andante 06:44
6 III. Allegro vivace assai 06:11
Total Playing Time: 57:21
Conductor(s): Ligeti, András
Orchestra(s): Concentus Hungaricus
Piano: Jandó, Jenő
Fim de domingo aqui, muito calor e praia lotada. Eu sigo com algumas atribulações, mesmo assim prossegui um pouco mais com a leitura do ótimo Noites das mil e uma noites, de Naguib Mahfouz.
Aladim tornou-se discípulo do sheik Abdala, casou-se com Zubaida, a linda filha do sheik, que toca alaúde e tem voz maviosa. Tanta fortuna certamente traria inveja aos corações dos outros pretendentes e Aladim acaba acusado de roubo de joias e de meter-se com os karijitas. Estou ansioso para saber como ele se safará dessas enrascadas.
Enquanto isso, decidi ouvir Rimsky-Korsakov, Sheherazade (ou Scherazade, na grafia do livro). Saí em busca de uma gravação porreta! É claro, há essa aqui, muito boa, mas eu queria novidades (ou mesmo velhidades, desde que ótimas). Andei às voltas com Reiner (ótimo), Markevitch e o bamba do Kondrashin, mas acabei mesmo aqui, Kirov Orchestra e Valery Gergiev. A capa é espetacular, como tudo o mais, Sheherazade sedutora como nunca, segundo os músicos russos, que exibem e esbaldam talento. Até os contrapesos são atrativos. São eles, o poema sinfônico Nas estepes da Ásia Central, de Borodin, e uma orquestração de Islamey, a peça mais quebra-dedos do repertório de piano até a chegada do Gaspard de la nuit, do Ravel. Enfim, um disco das Arábias!
Nikolay Rimsky Korsakov (1844 – 1908)
Scheherazade, Op. 35
The Sea and Sinbad’s Ship
The Story of the Calender Prince
The Young Prince and the Young Princess
Festival at Bagdad – The Sea – The Shipwreck
Alexander Borodin (1833 – 1887)
In the Steppes of Central Asia
In the Steppes of Central Asia
Mily Balakirev (1837 – 1910)
Islamey – Oriental Fantasy (Orch. Lyapunov)
Islamey
Sergei Levitin (violin)
Mariinsky (Kirov) Orchestra
Valéry Gergiev
Recorded: 2001-11
Recording Venue: Mariinsky Theatre, St. Petersburg
Trecho da crítica na Gramophone: The virtuosity of the St Petersburg soloists is also a ready match for even that of the Chicago Symphony Orchestra in its heyday, whether woodwind, brass or strings, with an edge-of-seat tension conveyed, particularly when Gergiev opts for challengingly fast speeds in the climactic passages of the second and fourth movements.
Da BBC Music Magazine: [Gergiev] bring[s] out Rimsky’s crystalline solo textures, such as the passages for solo cello, horn and woodwinds in the first movement. And if tempos are slow in the first three movements, Gergiev makes up for lost time in the fiery, bristling fourth, which becomes a tour-de-force for an orchestra clearly at the height of its powers
Veja o artigo Valery Gergiev and the Nightmare of Music Under Putin no link , caso seja de seu interesse.
Aproveite!
René Denon
Prestativos como sempre, o pessoal do Departamento de Artes do PQP Bach Publishing House logo providenciou uma ilustração ao perceber o nome Aladin no texto
Um excelente CD realizado por especialistas no gênero. O violinista Levon Ambartsumian e o pianista Anatoly Sheludyakov se unem aqui para apresentar obras de dois dos maiores compositores da Europa oriental. A fase neoclássica de Igor Stravinsky, que se estendeu aproximadamente de 1920 a 1954, é marcada por um retorno deliberado às formas e estilos da música clássica e barroca, embora reinterpretados sob uma perspectiva modernista. Durante esse período, Stravinsky buscou inspiração em compositores como Bach, Mozart e Haydn, com uma abordagem que combinava estruturas tradicionais com sua linguagem harmônica e rítmica. Tanto a Suite italienne quanto o Divertimento são arranjos de partituras de balé, cada obra por sua vez uma transformação alquímica dos estilos barroco e romântico dentro do idioma distinto de Stravinsky. O enigmático, mas expressivo Duo Concertant foi a única obra original de Stravinsky nessa forma. A Rapsódia Nº 1, é a primeira de duas obras virtuosas para violino e piano, escritas por Béla Bartók em 1928 e posteriormente arranjadas em 1929 para violino e orquestra, bem como para violoncelo e piano. É dedicada ao violinista virtuoso húngaro Joseph Szigeti. A mesmíssima história ocorreu com a Rapsódia Nº 2, que é dedicada ao violinista Zoltán Székely.
Stravinsky: Suite italienne, Duo concertant, & Divertimento / Bartók: Rhapsodies Nos. 1 & 2 (Ambartsumian, Sheludyakov)
Stravinsky: Suite italienne
I. Introduzione. Allegro moderato 2:21
II. Serenata. Larghetto 2:57
III. Tarantella. Vivace 2:12
IV. Gavotte con 2 variazioni 4:10
V. Minuetto 1:39
VI. Finale 2:11
Stravinsky: Duo concertant
I. Cantilene 4:00
II. Eglogue I 2:18
III. Eglogue II 3:29
IV. Gigue 3:53
V. Dithyrambe 2:56
Stravinsky: Divertimento
I. Ouverture 6:12
II. Danses suisses. Tempo giusto 4:12
III. Scherzo 2:52
IV. Pas de deux 6:37
Bartók: Rhapsody for Violin & Piano No. 1, BB 94a, Sz. 86
I. Lassú. Moderato 4:37
II. Friss. Allegretto moderato 5:32
Bartók: Rhapsody for Violin & Orchestra No. 2, BB 96b, Sz. 90
I. Lassú. Moderato 4:20
II. Friss. Allegro moderato 6:55
Esse CD, fora de série, tava há mais de um ano pedindo pra ser postado, mas não eu queria sair do repertório nacional e das Américas. Chegou a um ponto que não aguentei mais ficar com ele guardado comigo. Aproveitem porque são interpretações de alto nível de “ambas as três” peças.
***
Alban Berg (1885-1935): Concerto para violino “À Memória de um Anjo”, Concerto de câmara e Três peças orquestrais (Boulez)
1. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/I. Thema scherzoso con Variazioni – Motto
2. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Thema scherzoso
listen
3. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Variation I
4. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Variation II (langsames Walzertempo)
5. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Variation III (kräftig bewegt)
6. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Variation IV (sehr rasch)
7. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Variation V (Tempo primo)
8. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/II. Adagio (Instrumental)
9. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/III. Rondo ritmico con Introduzione (Cadenza) – Introduzione
10. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Rondo ritmico
11. Chamber Concerto for Violin, Piano & 13 Wind Instruments/Coda
12. Three Pieces for Orchestra, Op. 6/I. Präludium
13. Three Pieces for Orchestra, Op. 6/II. Reigen
14. Three Pieces for Orchestra, Op. 6/III. Marsch
15. Concerto for Violin and Orchestra (To the Memory of an Angel)/I. Andante, Allegretto
16. Concerto for Violin and Orchestra (To the Memory of an Angel)/II. Allegro, Adagio
Chamber Concerto, for piano, violin, and 13 wind instruments
with Saschko Gawriloff, Daniel Barenboim
Violin Concerto
with Pinchas Zukerman
All pieces
Performed by London Symphony Orchestra
Conducted by Pierre Boulez
A violinista Anne-Sophie Mutter faz parte da nata do mainstream, mas às vezes ataca de moderna. Que bom! Poderia ficar só naqueles Concertos para Violino de sempre e seria admirada como a gênia que efetivamente é, mas o entusiasmo de Mutter para com aquilo que não é tão óbvio demonstra seu tamanho como artista. Sua interpretação de Berg é esplêndida. Alban Berg é o membro que fazia música na Segunda Escola de Viena — os outros faziam algo entre a música e a teoria, mas acho melhor parar antes que CDF delete este post. O Concerto de Berg foi escrito como homenagem à memória de Manon Gropius, filha de Alma Mahler, morta aos 18 anos com poliomielite. Muito apegado à jovem, Berg decidiu que o concerto para violino seria o seu réquiem, sem imaginar que também escrevia o próprio. Denso, difícil e cheio de tristeza, é música de primeiríssima linha. Ecos da música tonal pairam como fantasmas, sobretudo no movimento final, onde Berg cita uma melodia coral de Bach. Rihm, por outro lado, dispensa inteiramente as melodias tradicionais e os modelos musicais do passado. Sua linguagem, a um tempo lírica e fragmentária é notavelmente interpretada por Mutter, sempre de alma, mente e ombros abertos.
Alban Berg (1885 – 1935)
Violin Concerto “To the Memory of an Angel”
1) 1. Andante – Allegro [11:31]
2) 2. Allegro – Adagio [16:12]
Wolfgang Rihm (1952 – )
“Gesungene Zeit” 1991/92 – Music for violin and orchestra
3) 1. Beginning: quasi senza [14:27]
4) 2. Takt 179: meno mosso [9:56]
Anne-Sophie Mutter
Chicago Symphony Orchestra
James Levine
Pronto. Pra encerrar meu giro pelo México e pelos Estados Unidos, hoje vai um CD de obras sinfônicas chicanas e, amanhã, outro de Frank Zappa.
O presente álbum, também baixado do blog Música Mexicana de Concerto, foi gravado ao vivo no concerto de centenário da excelente Sinfônica de Minería e não possuo mais dados sobre ele. Sei que é sensacional e muito representativo: tem até marcha à la Strauss, valsa e uma chacona de Buxtehude (orquestrada por Chávez), fora os já postados Huapango, de Moncayo (a Sinfonietta dele, que abre este CD, vale ser ouvida), e Danzón n° 2 de Márquez.
***
Obras sinfônicas mexicanas (Sinfónica de Minería): Concierto Conmemorativo SMMS (2007)
01 Sinfonietta – J.P. Moncayo
02 Chacona en mi menor – D. Buxtehude arr. Carlos Chávez
03 Danzón No. 2 – A. Márquez
04 A la orilla de un palmar – M. M. Ponce
05 Vals sobre las olas – J. Rosas
06 Marcha Zacatecas – G. Codina
07 Huapango – J.P. Moncayo
08 Dios nunca muere – M. Alcalá
09 Sones de Mariachi – B. Galindo
10 Las mañanitas – D.P.
O que torna um artista um artista diferenciado e único? Além de sua técnica, claro, creio que seja sua capacidade de se reinventar, não ter medo de mudar, característica típica dos grandes mestres, e poucos ousaram e se reinventaram como Pat Metheny, que com certeza está inserido no rol dos grandes guitarristas dos século XX e XXI. Produziu muito e não teve medo de se arriscar. Em determinado momento fomos surpreendidos pela ausência nos discos de seus velhos amigos Lyle Mays e Steve Rodby. Mergulhou então de cabeça em novos projetos, com registros ao vivo com outros músicos espetaculares, ou discos solo acompanhado apenas por um violão.
Já há muito tempo pretendia postar essa obra prima do seu grupo, o Pat Metheny Group, “Travels”, gravado ao vivo ali nos inícios dos anos 80, e que mostra a força e qualidade deste músico excepcional. Sua técnica é impressionante, independente se usa a clássica Guitarra Ibanez semiacústica ou a Casio sintetizada, dois instrumentos aos quais ele sempre se manteve fiel.
Não temo em dizer que Pat Metheny criou um novo gênero do jazz, sempre apoiado pela gravadora ECM, que desde o início o ajudou a moldar uma personalidade musical própria, Suas composições sempre nos dão uma sensação de imensidão, de longas estradas, longos espaços. Seus solos sempre mostram um virtuosismo contido, mas presente. As notas não são aleatórias, estão sempre onde deveriam estar. Para resumir, é um músico completo.
Dentre seus parceiros neste disco maravilhoso estão o pianista e tecladista Lyle Mays, o baixista Steve Rodby, dois músicos com os quais gravou vários discos clássicos, que culminaram em uma obra prima intitulada “The Road to You”, que é, em minha modesta e inútil opinião, um dos melhores discos ao vivo já gravados. Além dessa dupla, temos o baterista Dan Gotlieb e o nosso imenso Naná Vasconcelos.
Espero que apreciem.
Pat Metheny Group – Travels
1 Are You Going With Me?
2 The Fields, The Sky
3 Goodbye
4 Phase Dance
5 Straight On Red
6 Farmer’s Trust
7 Extradition
8 Goin’ Ahead / As Falls Wichita, So Falls Wichita Falls
9 Travels
10 Song For Bilbao
11 San Lorenzo
Pat Metheny – Guitar, Guitar Synths
Lyle Mays – Piano, Keyboards
Steve Rodby – Bass
Dan Gotlieb – Drums
Nana Vasconcelos – Percussion, Voice
Os pidões. Ah, os pidões. Pedem para que mudemos os serviços de hospedagem; pedem para postarmos obras das quais não gostamos, que não estamos ouvindo, cujas gravações não possuímos ou cujos discos originais estão longe de nossas mãos; pedem para contribuir com nosso blog como integrantes da equipe (aguardem o próximo edital público, após 2020); pedem que só postemos Bach, Mozart e Beethoven; pedem a morte de Yngwie Malmsteen; pedem que só a porra…
Enfim, mas quando a gente – num arroubo de cortesia – pede, por favor, que escrevam o nome das faixas ou postem o arquivo e nos mandem o link ou disponibilizem uma foto da irmã de biquíni, a maioria (há exceções, claro, às quais somos gratos) desconversa e corre.
Esse falso réquiem (falso porque o réquiem propriamente dito não tem Gloria nem Credo: Barnabé realmente quis compor uma missa ordinária, não sei por qual motivo) aqui é um exemplo. Fiquei esperando um tempão a promessa de algum corno manso, até que ontem encontrei o CD numa livraria e o comprei só pra postar aqui.
Em contrapartida, não vou comentar sobre a obra: vou jogar dominó, tomar cerveja e, quando chegar em casa, ver as novas fotos das irmãs de alguns visitantes do blog (não daqueles meus diletos, claro).
Arrigo Barnabé (1951): Missa in memoriam Itamar Assumpção
1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Agnus Dei
Já que o papo deste blog está desviando pro futebol, bora reservar esse cantinho aqui pro assunto e aproveitar pra dar espaço para a mais comentada obra de vanguarda do séc. XX no Brasil: a SFC.
CVL
***
Se Cage ainda dá o que falar com 4’33”, então pingo fogo com a pedra angular da música de vanguarda brasileira: a Santos Football Music, de Gilberto Mendes. Sempre que apresento essa obra a alguns conhecidos, eles riem, torcem o nariz, ficam contrariados, acham uma besteira e por aí vai.
No entanto, não se trata de um compositor sem cabedal, já que suas obras para coral e para piano são muito bem escritas. Não vou comentar muito porque estou guardando anotações para um futuro artigo sobre a obra de Mendes. Estejam à vontade aqui nos comentários.
Consegui o presente CD há muito tempo com um dos caras do blog Música Brasileira de Concerto (a quem devo os créditos pelas obras de Edino Krieger postadas meses atrás e pelos Estudos de Guarnieri, que irão ao ar em breve), que inclui a também “inusitada” Beba Coca Cola, mas quem quiser baixar só a SFM ela vai em outra versão, à parte.
***
Surf, Bola na rede, Um pente de Istambul e a música de Gilberto Mendes (1992)
01 – Motet em ré menor (Beba coca-cola) – 1966
Karmmerchor der Humbolt-Universität zu Berlin
Johannes Garbe, regente
02 – O pente de Istanbul – 1990
Duo Diálogos:
Carlos Tarcha, marimba
Joaquim Abreu, vibrafone
03 – Episódio, sobre poema de Carlos Drummond de Andrade – 1949
Nancy Bello, soprano
Rubens Ricciardi, piano
04 – Lamento, sobre texto do chinês Tchu Iuan – 1956
Nancy Bello, soprano
Rubens Ricciardi, piano
05 – Lagoa, sobre poema de Carlos Drummond de Andrade – 1957
Nancy Bello, soprano
Rubens Ricciardi, piano
06 – Dizei, senhora, sobre poema de Cid Marcus Braga Vasques- 1966
Nancy Bello, soprano
Rubens Ricciardi, piano
07 – A mulher e o dragão, sobre texto de São João (fragmento do Apocalipse) – 1967
Nancy Bello, soprano
Rubens Ricciardi, piano
08 – O meu amigo Koellreutter – 1984
Nancy Bello, soprano
Rubens Ricciardi, piano
Carlos Tarcha, marimba
09 – Ulysses em Copacabana surfando com James Joyce e Dorothy Lamour – 1988
Renato Alves Corrêa, flauta
Otinilo Pacheco, clarinete
Sérgio Cascapera, trompete
Eduardo Pecci, saxofone alto
Maria Vischnia, violino
Cláudio Cruz, violino
Marcelo Jaffé, viola
Ruy Deutsch, contra-baixo
Edelton Gloeden, violão
José Eduardo Martins, piano
Aylton Escobar, regente
10 – Il neige… de nouveau! – 1985
José Eduardo Martins, piano
11 – Viva Villa – 1987
José Eduardo Martins, piano
12 – Um estudo: Eisler e Webern caminham nos mares do sul – 1989
José Eduardo Martins, piano
13 – Santos Football Music – 1969
Orquestra Sinfônica de Westdeutscher Rundfunk Köln
Piero Bastianelli, regente
Geraldo José de Almeida, narração esportiva
14 – Santos Football Music
Festival Música Nova, 39a. edição.
Orquestra Sinfônica de Santos, regida por Luís Gustavo Petri
O Hino da Independência é um dos símbolos oficiais da República Federativa do Brasil. Sua letra foi composta por Evaristo da Veiga e a música é de Dom Pedro I.
Segundo diz a tradição, a música foi composta pelo Imperador às quatro horas da tarde do mesmo dia do Grito do Ipiranga, 7 de setembro de 1822, quando já estava de volta a São Paulo vindo de Santos. Este hino de início foi adotado como Hino Nacional, mas quando D. Pedro começou a perder popularidade, processo que culminou em sua abdicação, o hino, fortemente associado à sua figura, igualmente passou a ser também desprestigiado, sendo substituído pela melodia do atual Hino Nacional, que já existia desde o mesmo ano de 1822.
Fonte: Wikipédia
Hino Nacional
Na aguda tonalidade de si bemol maior, a versão original celebra o Sete de Abril de 1831, quando D. Pedro I abdicou em favor de seu filho, D. Pedro II, monarca nascido no Brasil. Muito embora a música para o poema de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, intitulado Os Bronzes da Tirania, tenha sido reconhecida como Hino Nacional, não houve lei no Império que a oficializasse. Com a República, em 1890, ela foi formalmente adotada. Em 1922, quase um século após sua composição, com novos versos escritos por Joaquim Osório Duque Estrada e o acréscimo do refrão “Ó Pátria amada, idolatrada, salve! salve!”, o Ouviram do Ipiranga passou a ser o poema oficial do Hino Nacional. Somente em 1942, estabeleceu-se a orquestração de Antônio de Assis Republicano, na propícia tonalidade de fá maior (tanto sob o ponto de vista vocal como sinfônico). A partitura utilizada aqui é da Criadores do Brasil, a editora da Osesp, sob minha revisão musicológica.
Rubens Ricciardi, compositor e professor titular da USP.
A Osesp e a revista Nova Escola disponibilizam os hinos brasileiros gravados pela Osesp sob regência do maestro John Neschling. O download é gratuito e também é possível baixar o encarte para montar o CD.
.oOo.
Osesp: Hinos Brasileiros
01. Hino Nacional Brasileiro – versão instrumental
Música: Francisco Manuel da Silva
02. Hino Nacional Brasileiro – versão com coro
Música: Francisco Manuel da Silva
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
03. Hino da Independência
Música: D. Pedro I
Letra: Evaristo da Veiga
04. Hino da Bandeira Nacional
Música: Francisco Braga
Letra: Olavo Bilac
05. Hino da Proclamação da República
Música: Leopoldo Miguez
Letra: Medeiros de Albuquerque
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Coro da Osesp
John Neschling
Durante aproximadamente 10 anos fiz uma ponte rodoviária entre Florianópolis, onde estudava e morava com meus pais e irmãos, e a cidade onde vivia minha futura esposa, companheira, namorada. Eu estudava e trabalhava em Floripa e ela trabalhava na cidade cujo nome não vem ao caso, então eu embarcava ou na sexta feira de noite ou no sábado de manhã e voltava para a capital catarinense no domingo de noite. São estas situações que fortalecem um relacionamento, e mostram o quão importante é a confiança entre o casal: estamos juntos há trinta e um anos. Enfim, para matar o tédio da viagem, que durava em média entre duas horas e duas horas e meia, eu ouvia música. Comprei um cd player portátil da Sony, que me acompanhou até há poucos anos atrás, e ia ouvindo meus cds.
O disco que provavelmente eu mais ouvi nestas viagens foi essa pintura, essa obra prima do Pat Metheny Group, “The Road to You” que, conforme comentei em postagem anterior, considero um dos melhores discos ao vivo já gravados. E um dos mais bonitos. Impossível não se render à beleza das harmonias, à incrível complexidade dos solos de Metheny e de seus músicos, e à voz maravilhosa de Pedro Aznar, com vocalizações incríveis, que me arrepiam até hoje quando às ouço. E hoje, pensando neste título tão singular, vejo que inconscientemente eu absorvia aquele disco como a trilha sonora daquela viagem semanal, o objetivo de todo aquele ‘sofrimento’ de ida e volta era o reencontro com a mulher amada, a certeza de que ela estava me esperando. Como comentei essa rotina durou dez anos, até eu me mudar em definitivo para a cidade dela, onde vivo até hoje, e onde pretendo terminar meus dias, sempre ao seu lado.
Passados quase vinte anos daquela rotina, e às vésperas de completar 60 anos, ouvindo novamente esse álbum duplo depois de alguns anos, ainda encontro nele as mesmas sensações e as mesmas emoções. E continuo com a mesma opinião: com certeza é um dos melhores e mais belos discos ao vivo já lançados. Cada faixa é uma explosão de sentimentos, cada solo é uma busca da nota perfeita, nada sobra ou falta. Poucos são os músicos que atingem este nível de qualidade e talento.
Ao ouvi-lo hoje, talvez a única diferença seja o fato de que não preciso chegar ao final da viagem e daquela maratona sonora para encontrar a mulher amada: ela está a apenas uma parede de distância, se me virar a vejo. E sorrio.
Pat Metheny Group: The Road to You
01 – Have You Heard
02 – First Circle
03 – The Road To You
04 – Half Life Of Absolution
05 – Last Train Home
06 – Better Days Ahead
07 – Naked Moon
08 – Beat 70
09 – Letter From Home
10 – Third Wind
11 – Solo From More Travels
Pat Metheny – Guitars
Lyle Mays – Piano & Keyboards
Steve Rodby – Bass
Paul Wertico – Drums
Armando Marçal – Percussion
Pedro Aznar – Percussin, Acoustic Guitar, Percussion, Sax, Voice
‘Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam’.
Confúcio
Nas mudanças é impossível não viver alguns momentos de nostalgia, de lembranças, mesmo algumas não muito boas. Fotos empalidecidas, cartas (houve um tempo em que escrevíamos cartas), chaves não sei mais de onde… Eu mudei muitas vezes (de residência, só para deixar claro…) e estou me preparando para mais uma mudança e espero que esta seja a penúltima.
Entre as muitas coisas que estou desentocando, para embalar ou passar adiante, algumas ainda estavam em caixas desde a mudança anterior, há muitos discos, alguns de música de Bach para teclado, interpretada ao piano.
Foi assim que cheguei a este da postagem, uma verdadeira maravilha. Ouvi-lo novamente, depois de tanto tempo, é muito bom. Duas suítes, uma inglesa e uma francesa (a quinta, ótima), uma toccata e o capricho do fratello diletíssimo, com a trompa da posta e tudo. Estas últimas peças da juventude do João Sebastião Ribeiro.
O sorriso de WK sempre foi bem cativante…
Wilhelm Kempff era o pianista ‘oficial’ da DG e suas gravações de Beethoven, Schubert e Schumann valem a pena serem investigadas. Mozart também estava no repertório, mas assim como no caso de Bach, nada de obras completas, apenas algumas peças escolhidas. Mas essas que ele gravou vão lhe dar muito prazer…
Impossível ouvir apenas uma vez, aquele disco que deixa um gostinho de quero mais, viciante!
Johann Sebastian Bach (1685–1750)
Englische Suite No.3 g-moll BWV808
Prelude
Allemande
Courante
Sarabande
Les agrements de la meme Sarabanda
Gavotte I
Gavotte II
Gavotte I (da capo)
Gigue
Capriccio >>Sopra la lontananza del suo fratello dilettissimo<< B-dur BWV992
Adagio
Andante
Adagissimo
Andante con moto
Aria – Aria di postiglione
Fuga – Fuga all’imitazione della cornetta di postiglione
Wilhelm tomando um solzinho no bosque da Sede Campestre do PQP Bach, nas imediações de Potsdam
De uma crítica fácil de localizar pela net: There is also the not inconsiderable addition of the two suites, the English Suite No 3 and the French Suite No 5. Here Kempff shows crisp articulation, not over bright, never metronomic, and always gently expressive. In the Courante of the English Suite he is precise, athletic and quietly determined. In the second Sarabande he is moving without artifice and maintains proper depth of tone and clarity between hands. Listen also to the perfectly graded little stabbing left hand in the succeeding first Gavotte – unforced wit.
‘A música moderna foi despertada pelo L’après-midi d’um faune.’
P. Boulez
Este disco foi oficialmente lançado ontem (do dia no qual vos escrevo) e é o que podemos chamar ‘uma novidade’! Eu sempre adorei ir às lojas em busca de novidades, mas agora a ‘caça’ se dá de maneira virtual. Apesar de alguns afirmarem, como na canção de B.B. King, ‘the thrill is gone!’, eu não concordo…
Assim que vi esse lançamento da ótima Hyperion coloquei a música para tocar e muito prazer tenho tido com ela. Sendo assim, decidi apontá-lo para os leitores do blog. O disco é sensacional pois os músicos são ótimos e a produção, a cargo do genial Andrew Keene, é primorosa. Para coroar tudo o repertório com obras para grupos de câmara de Claude Achille Debussy. Duas peças do disco, o prelúdio e o quarteto, são do início da carreira do compositor, mas são verdadeiros marcos na história da música, especialmente o prelúdio, cuja composição original foi para orquestra.
As sonatas foram compostas nos últimos dias do compositor e são as que ele pode realizar de um plano que previa ainda outras composições.
Claude Debussy (1862 – 1918)
Prélude à l’après-midi d’un faune L87 (Arr. David Walter (b1958))
Prélude
Violin Sonata in G minor L148
Allegro vivo
Intermède: Fantasque et léger
Finale: Très animé
Sonata for flute, viola and harp L145
Pastorale: Lento, dolce rubato
Interlude: Tempo di minuetto
Finale: Allegro moderato ma risoluto
Cello Sonata in D minor L144
Prologue: Lent, sostenuto e molto risoluto
Sérénade: Modérément animé
Finale: Animé, léger et nerveux
String Quartet in G minor L91
Animé et très décidé
Assez vif et bien rythmé
Andantino, doucement expressif
Très modéré
The Nash Ensemble
Artistic Director: Amelia Freedman MBE
Prélude: Philippa Davies (flute), Gareth Hulse (oboe), Richard Hosford (clarinet), John McDougall (bassoon), Richard Watkins (horn), Benjamin Nabarro (violin), Jonathan Stone (violin), Lawrence Power (viola), Adrian Brendel (cello), Graham Mitchell (double bass), Lucy Wakeford (harp), Richard Benjafield (percussion)
From two players to twelve: few ensembles could respond with equal authority to the very varied demands made by this wonderful collection of Debussy’s chamber music. But then, few ensembles can stand comparison with the Nash, whose members continue to set the standards across a dauntingly wide repertoire. A realization of the Prélude à l’après-midi … for chamber ensemble adds to this album’s more familiar attractions of the string quartet and three sonatas.
__o0O0o__
Este não é o primeiro disco com esse tipo de repertório gravado pelo The Nash Ensemble. Em 1989 foi gravado um disco (lançado em 1991), pela então independente e atuante gravadora Virgin Classics, que tinha em comum com o disco lançado agora o mesmo produtor, Andrew Keene. O núcleo comum no repertório dos dos dois discos é formado pelas três sonatas. O que as acompanhava no disco antigo é uma peça para flauta solo, Syrinx, de apenas alguns minutos, e Les Chansons de Bilitis, que são poemas recitados com acompanhamento de um conjunto de câmara. Como eu gosto muito do disco antigo, especialmente das sonatas, decidi incluí-lo aqui para a sua própria apreciação.
Claude Debussy (1862 – 1918)
Sonata For Violin And Piano
I Allegro Vivo
II Intermède. Fantastique Et Léger
III Finale. Trés Animé
Sonata For Flute, Viola And Harp
I Pastorale. Lento, Dolce Rubato
II Interlude. Tempo Di Minuetto
III Finale. Allegro Moderato Ma Risoluto
Syrinx For Solo Flute
Syrinx
Sonata For Cello And Piano
I Prologue. Lent
II Sérénade. Moderato Animé
III Finale. Animé (Léger Et Nerveux)
Les Chansons De Bilitis
I Chant Pastoral
II Les Comparaisons
III Les Contes
IV Chanson
V La Partie D’Osselets
VI Bilitis
VII Le Tombeau Sans Nom
VIII Les Courtisanes Égyptiennes
IX L’Eau Pure Du Bassin
X La Danseuse Aux Crotales
XI Le Souvenir De Mnasidika
XII La Pluie Au Matin
Ensemble – The Nash Ensemble
Directed By [Artistic Director] – Amelia Freedman
Flute – Lenore Smith (tracks: 11 to 22), Philippa Davies (tracks: 4 to 7, 11 to 22)
Harp – Bryn Lewis (tracks: 11 to 22), Marisa Robles (tracks: 4 to 6, 11 to 22)
Lyrics By – Pierre Louÿs (tracks: 11 to 22)
Narrator – Delphine Seyrig (tracks: 11 to 22)
Piano – Ian Brown (4) (tracks: 1 to 3, 8 to 10)
Viola – Roger Chase (tracks: 4 to 6)
Violin – Marcia Crayford (tracks: 1 to 4)
Cello – Christopher Van Kampen (tracks: 8 to 10)
Celesta – Ian Brown (4) (tracks: 11 to 22)
Conductor – Lionel Friend (tracks: 11 to 22)
Recording: St Martin’s Church, East Woodhay, Berkshire, June 1989
Veja nos detalhes a diferença na formação do conjunto nos diferentes discos.
Foto do Nash Ensemble (do X da turna…)
Crítica de um cliente da Amazon sobre o disco da Virgin: Moltíssima cuidada interpretació, ensemble i individual.
Refinament exquisit en cada frase instrumental, i conjuntats la veu recitativa, sugeridora, misteriosa, sensual, màgica i convidadora de Delphine Seyrig, en perfecta harmonia en sentit conceptual-instrumental. Exquisita sensibilitat implicació de Marisa Robles amb el arp (harpa). […]
Tota una delícia, per partes i en conjunt.
Obres musicals imperecederas i plenes de encantament, embruixament, bellesa superlativa i exquisita intel-ligencia i sensibilitat, artística i personal.
Molt agraïda i agraït. Mònica Irene i Lluís Ferran. [Presumo que eles gostaram do disco]
A propósito do nome do conjunto, Nash refere-se a um bairro em Londres com uma arquitetura bem especial criada pelo arquiteto John Nash (1752 – 1835).
Aproveite!
René Denon
OS: Não deixe de visitar as seguintes postagens, caso tenha gostado dessa aqui…
Este é um daqueles discos da MoviePlay que são bastante bons. Ele não chega a ser um monumento, mas grudei nele. O repertório é excelente. Os quartetos são lindos, assim como o trio de Schumann. Em 1785, Mozart recebeu uma encomenda para três quartetos do editor Franz Anton Hoffmeister. Hoff achou que este quarteto, o K. 478, era muito difícil e que o público não o compraria, então ele liberou Mozart da obrigação de completar o conjunto. Nove meses depois, Mozart compôs um segundo quarteto para piano, o K. 493. O medo de Hoffmeister de que a obra fosse muito difícil para amadores foi confirmado por um artigo no Journal des Luxus und der Moden publicado em Weimar em junho de 1788. O artigo elogiou muito Mozart e sua obra, mas expressou consternação com as tentativas de amadores de executá-la. O Op. 16 de Beethoven parece ser um Quinteto. Então talvez a MoviePlay esteja louca, pra variar. Os dois primeiros trios para piano de Schumann foram escritos em sucessão próxima, apesar do grande intervalo entre os números de opus de suas obras. O segundo trio para piano, Op. 80, é mais efervescente e alegre do que o primeiro trio – o próprio compositor disse que ele causa uma “impressão mais amigável e imediata” do que seu antecessor. Excelente CD.
Mozart / Beethoven / Schumann: Piano Quartet KV 478 / Piano Quartet Op. 16 / Piano Trio Op. 80 (Bamberg)
Piano Quartet In G-Minor KV 478 – Wolfgang Amadeus Mozart
1 Allegro 10:31
2 Andante 7:10
3 Rondo: Allegro 7:08
Piano Quartet In E Flat Major Op. 16 – Ludwig van Beethoven
4 Grave: Allegro ma non troppo 9:50
5 Andante cantabile 5:58
6 Rondo: Allegro ma non troppo 5:37
Piano Trio In F Major Op. 80 – Robert Schumann
7 Sehr lebhaft 8:26
8 Mit innigem Andanten 8:31
9 In mässiger Bewegung 4:37
10 Nicht zu rasch 5:36
Bamberger Klavierquartett & Trio
Bamberg Piano Quartet & Trio
Existe na música de Camille Saint-Saëns alguma coisa que me cativa, que me encanta. Sejam nos seus concertos para Piano, para Violino ou para Violoncelo, ou até mesmo no ‘Carnaval dos Animais’, existe um elemento que pode passar desapercebido em um primeiro momento, mas no decorrer das audições ele vem se destacando. Eu poderia classificá-lo como etéreo, inalcançável, não é palpável, ele está presente e nos causa esta sensação de paz e de bem estar. Não sei se estou me fazendo entender, ou é apenas um pequeno voo de minha imaginação. Encontro este mesmo elemento em outros compositores franceses, como Fauré, Poulenc, ou Debussy.
Mesmo sendo considerado um compositor do romantismo francês Saint-Saëns meio que fugiu das amarras destas classificações. Abriu caminho para os mestres citados acima. Deu uma assinatura, ou melhor, uma personalidade para a música francesa. Ou pelo menos é assim que o sinto. Reconheço que venho fazendo uma imersão em sua obra, ouvindo novamente seus concertos, e sua Sinfonia nº3.
Dado este aviso, os senhores então não irão estranhar que minhas próximas postagens serão dedicadas a este compositor tão singular.
A segunda parte deste belíssimo CD da jovem violoncelista francesa Camille Thomas é dedicado a Jacques Offenbach, um compositor que pouco apareceu por aqui, nestes dezoito anos de blog. E a obra que abre esta segunda parte é uma versão muito delicada e sensível da “Barcarolle”, da ópera “Les Contes d’Hoffmann”, onde Thomas é acompanhada pelos músicos do “Essemble Double Sens”. ” Introduction, Prière et Bolero for Cello And Orchestra, op, 22, nos mostra o lado solista de Offenbach, que foi um grande violoncelista.
O livreto do CD traz um belo texto de Camille Thomas, sugiro sua leitura. Explica ali os motivos da escolha deste repertório para sua estréia no selo Deutsche Grammophon.
Espero que apreciem esse belo CD. É de uma grande beleza, ideal para se ouvir em momentos de calma e tranquilidade.
CAMILLE SAINT-SAËNS 1835–1921 CONCERTO FOR CELLO AND ORCHESTRA NO. 1 IN A MINOR OP. 33
A Allegro non troppo – Allegro molto – Tempo I –
B Allegretto con moto – Tempo I – Un peu moins vite – Più allegro (Tempo I) –
C Molto allegro
D “MON CŒUR S’OUVRE À TA VOIX” 5:51 from Samson et Dalila
Transcription for Cello and Orchestra Cantabile
SUITE FOR CELLO AND ORCHESTRA OP. 16B
E 1. Prélude. Moderato assai
F 2. Sérénade. Andantino
G 3. Gavotte. Allegro non troppo
H 4. Romance. Molto adagio
I 5. Tarantelle. Presto non troppo
JACQUES OFFENBACH 1819–1880 J BARCAROLLE from Les Contes d’Hoffmann (Act III)
Arrangement for Violin, Cello, Piano and String Ensemble: Aleksandar Sedlar
INTRODUCTION, PRIÈRE ET BOLÉRO FOR CELLO AND ORCHESTRA OP. 22
Revision: Jean-Christophe Keck
K Introduction. Andante maestoso – Prière
L Boléro. Allegro vivo
M LES LARMES DE JACQUELINE OP. 76/2 from Harmonies des bois
BONUS “JE SUIS BRÉSILIEN” from La Vie parisienne (Act I)
Arrangement for Tenor, Cello and Orchestra: Alessandro Bares
CAMILLE THOMAS cello
NEMANJA RADULOVIĆ violin [10]
ROLANDO VILLAZÓN tenor [Bonus Track]
ORCHESTRE NATIONAL DE LILLE Région Hauts-de-France
ALEXANDRE BLOCH conductor [1‑9, 11‑13, Bonus Track]
ENSEMBLE DOUBLE SENS [10]
Sim, nova manifestação da HIPOBACHEMIA! Fazer o quê? Meu pai e alguns de meus irmãos “oficiais” estão neste disco. WF era o filho preferido, CPE era o mais talentoso. WF herdou as Cantatas. Conseguiu perder 100 delas. Grandessísimo filha-da-puta. Filha da puta metafórico, pois eu sou o filha da puta não metafórico. Além disso, dizem que tinha sérios problemas com a bebida. Como viveu então 74 anos? Dia desses, levei uma mijada de um violista por ter dito que havia pouco repertório para seu instrumento. Ele me descreveu parte da vasta obra escrita para o instrumento, donde concluí que o repertório é ainda menor do que eu imaginava. Bem, e o que dizer do oboé? Heinz Holliger ficava transcrevendo concertos para poder tocar alguma coisinha mais interessante e agora Piguet faz o mesmo com sonatas para flauta de meu pai y otras cositas más. O CD é bem bom, viram? E as as obras já apareceram neste blog nas versões originais, mas vocês sabem: são músicas nascidas no seio de minha família e tal fato sempre me corta o coração.
J.S. Bach (1685-1750) / W.F. Bach (1710-1784) / C.P.E. Bach (1714–1788): Música de Câmara para Oboé e Cravo (Piguet, Tilney)
Johann Sebastian Bach
Sonate for Oboe and Harpsichord in G minor, BWV 1030b
1. Andante
2. Siciliano
3. Presto
4. Fugue for Harpsichord in B minor, BWV 951
(on a Theme by Albinoni)
Sonate for Oboe and Harpsichord in G minor, BWV 1020
5. Allegro
6. Adagio
7. Allegro
Wilhelm Friedemann Bach
8. Polonaise for Harpsichord in E flat major, Falck 12/5
Carl Philipp Emanuel Bach
Sonate for Oboe and Continuo in G minor, Wq.135
9. Adagio
10. Allegro
11. Vivace
Um maravilhoso CD com a superorquestra barroca de Freiburg e excelentes solistas. Talvez este seja o melhor CD de CPE que postamos até hoje. Há controvérsias, mas defendo que, apesar de WF, CPE foi o mais talentoso filho de Bach. E o menos talentoso foi PQP, obviamente. Para se divertir ouvindo música leve e animada, este disco é um bom exemplo de um programa de concertos muito bom. São três sinfonias muito “sturm un drang” que demonstram o virtuosismo da orquestra, um concerto para cravo em quatro movimentos com Andreas Staier arrasando e um belíssimo e surpreendente concerto para oboé que na minha opinião é a obra mais original do disco. Carl Philipp Emanuel é o segundo mais velho dos filhos de Bach e esta CD fornece uma fascinante visão geral de sua obra instrumental. A Obra de CPE é enorme, viram? A Freiburger Barockorchester foi fundada em 1987 na cidade alemã conhecida como a “Capital da Floresta Negra” por um grupo de estudantes que compartilhavam o interesse em tocar música barroca em instrumentos autênticos. A orquestra se apresentou sem maestro durante os três primeiros anos de sua existência, preferindo selecionar um músico de dentro de suas fileiras para liderar a orquestra caso a caso. No entanto, em 1990, Thomas Hengelbrock foi nomeado diretor musical conjunto junto com Gottfried von der Goltz, uma situação que durou até 1997, quando Hengelbrock deixou o cargo. Seu lugar foi ocupado por Petra Müllejans, que liderou a Freiburger Barockorchester em conjunto com von der Goltz. Müllejans foi sucedido por Kristian Bezuidenhout em 2017. O conjunto se apresenta regularmente com maestros convidados e também frequentemente sem maestro.
C. P. E. Bach (1714-1788): Hamburger Sinfonien WQ 182, 3 & 4 & 5 / Concerti WQ 165 & 43,4 (Freiburger Barockorchester, Staier, Westermann, Hengelbrock)
Concerto C-moll Für Cembalo Und Orchester; Wq 43,4 (H 474)
Harpsichord – Andreas Staier
4 Allegro Assai 3:17
5 Poco Adagio 1:55
6 Tempo Di Minuetto 2:16
7 Allegro Assai 4:26
Sinfonie A-dur; Wq 182,4 (H 660)
8 Allegro Ma Non Troppo 4:31
9 Largo Et Innocentemente 3:49
10 Allegro Assai 4:19
Concerto Es-Dur Für Oboe, Streicher Und Bc; Wq 165 (H 468)
Oboe – Hans-Peter Westermann
11 Allegro 6:30
12 Adagio Ma Non Troppo 9:13
13 Allegro Ma Non Troppo 7:13
Bassoon – Donna Agrell
Cello – Guido Larisch, Ute Petersilge
Composed By – C. P. E. Bach*
Concert Flute [Traversflöte] – Karl Kaiser, Susanne Kaiser
Double Bass – Richard Myron
Harpsichord – Torsten Johann
Horn – Pavel Bakovsky, Thomas Müller (4)
Orchestra – Freiburger Barockorchester
Viola – Christian Goosses, Ulrike Kaufmann
Violin – Katharina Schreiber*, Brigitte Täubl, Christa Kittel, Gottfried Von Der Goltz, Petra Müllejans, Sabine Lier, Wolfgang Greser
Violin, Concertmaster, Liner Notes, Conductor – Thomas Hengelbrock
Considerando-se que é um disco com obras de Albinoni, este CD é louco de bom. O disco é extremamente bem executado, é animado e bonitinho. Albinoni foi um compositor bem limitado que ficou famoso por causa de um italiano esperto, Remo Giazotto. Talvez você conheça um certo Adágio de Albinoni. Ele é amplamente conhecido por seu uso frequente em trilhas sonoras de filmes. Frequentemente aparece em gatinhos de clássicos barrocos curtos, porém… Na verdade, esta famosa obra não é de Albinoni. É uma criação de meados do século XX do musicólogo italiano Remo Giazotto, que alegou ter encontrado um fragmento de uma composição de Albinoni nos arquivos de uma biblioteca alemã bombardeada, a Staatsbibliothek (Biblioteca Estadual) em Dresden. Essa biblioteca continha um tesouro de composições de Albinoni que foram destruídas quando a cidade foi bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial, então a alegação de Giazotto era até plausível. De acordo com Giazotto, o fragmento continha apenas o baixo contínuo e algumas frases da própria melodia, num total de apenas seis compassos. A partir desse material escasso, Giazotto desenvolveu uma composição completa, criando algo mais ou menos no estilo de uma chacona, mas com toda a cara do romantismo. Se aquela mistureca faz parte do barroco, eu sou o George Clooney. O novo Adágio era, na verdade, quase inteiramente — e talvez até mesmo inteiramente — uma composição de Giazotto, escrita em 1949. Ele foi publicado pela editora italiana Ricordi em 1958, quase trezentos anos após o nascimento de Albinoni, e com os direitos sendo de (adivinhe?) de Giazotto. Este Adágio é provavelmente uma ficção, já que ninguém além de Giazotto viu esse suposto fragmento de Albinoni. Giazotto morreu em 1998, levando seu segredo para o túmulo, e a história do Adagio em Sol Menor provavelmente permanecerá um mistério. No final das contas, é difícil desembaraçar a história sem acesso ao manuscrito original, que nunca foi tornado público (possivelmente porque ele não existia). Hoje em dia, a maioria dos estudiosos considera a obra como de Giazotto, embora o debate ainda continue. Para o público em geral, no entanto, a obra ainda é conhecida como apenas uma coisa — é o Adágio de Albinoni e fim.
Tomaso Albinoni (1671-1751): Oboe Concerti Op. 9, Nos. 2, 3, 5, 8, 9 & 11 (Anthony Camden, The London Virtuosi, John Georgiadis)
Oboe Concerto in C major, Op. 9, No. 5
I. Allegro 3:29
II. Adagio (non troppo) 1:59
III. Allegro 3:19
Oboe Concerto in F major, Op. 9, No. 3
I. Allegro 4:45
II. Adagio (non troppo) 2:12
III. Allegro 3:45
Oboe Concerto in D minor, Op. 9, No. 2
I. Allegro e non presto 04:33
II. Adagio 5:23
III. Allegro 3:07
Oboe Concerto in B flat major, Op. 9, No. 11
I. Allegro 4:13
II. Adagio 3:26
III. Allegro 3:13
Oboe Concerto in G minor, Op. 9, No. 8
I. Allegro 3:57
II. Adagio 2:15
III. Allegro 4:04
Oboe Concerto in C major, Op. 9, No. 9
I. Allegro 4:00
II. Adagio (non troppo)
3:02 III. Allegro 3:24
Total Playing Time: 01:04:06
Anthony Camden, oboe
Performed by:London Virtuosi
Conducted by:John Georgiadis