Música de Câmara com Trompa (Diversos Compositores) – The Fibonacci Sequence ֍

Música de Câmara com Trompa (Diversos Compositores) – The Fibonacci Sequence ֍

R Strauss • Glazunov

Mozart • Koechlin

Nielsen • Poulenc

Stephen Stirling, trompa

The Fibonacci Sequence

 

1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, …  Você seria capaz de adivinhar qual seria o próximo número? E o outro?

Essa que parece uma charada de Facebook ou pergunta típica de matemático amador é o início da famosa Sequência de Fibonacci.

Fibonacci, o filho de Bonacci, foi um matemático italiano que viveu entre 1170 e 1250, era chamado Leonardo e exatamente por ser filho de Bonacci foi educado no Norte da África, na cidade hoje conhecida como Bugia, na Argélia, onde seu pai era representante comercial da então República de Pisa.

Leonardo desde muito jovem aprendeu a matemática praticada no mundo árabe, especialmente o sistema numérico hindu-arábico e divulgou esses conhecimentos pela Europa Medieval.

Quando meu pai, que havia sido nomeado por seu país como notário público na alfândega de Bugia, atuando em nome dos mercadores de Pisa, me convocou quando eu ainda era uma criança, e pensando na utilidade e conveniência futura, desejou que eu ficasse lá e recebesse instrução na escola de contabilidade. Lá, quando fui apresentado à arte dos nove símbolos hindu através de ensinamentos notáveis, o conhecimento da arte logo me agradou acima de tudo […]

Ele escreveu vários livros, entre eles o Liber abaci, que contém uma coleção de problemas, entre eles o dos coelhos, que se refere à sequência famosa:

Um certo homem colocou um par de coelhos em um lugar cercado por um muro por todos os lados. Quantos pares de coelhos podem ser produzidos a partir desse par num ano se for suposto que todos os meses cada par gera um novo par que a partir do segundo mês se torna produtivo?

Apesar da inicial resistência, típica dos retrógados, as boas novas matemáticas divulgadas por Fibonacci se estabeleceram como a prática. A enorme vantagem do sistema numérico hindu-arábico sobre o sistema numérico greco-romano, então usado, é o fato de ser um sistema posicional. Tente multiplicar, usando algarismos romanos, 17.347 por 23.781…

Mas por que estou falando disso tudo? Bem, porque eu gosto dessas coisas e o nome do conjunto musical que gravou esse belíssimo disco é justamente The Fibonacci Sequence. Há algum tempo postei uma série de cinco discos gravados por eles, três deles destacando um certo instrumento musical, um disco com música de Messiaen e um com o Octeto de Schubert. Esse deve ser um disco deles que eu perdi na pilha que se amontoa aqui, na mesa de trabalho do PQP Bach Co.

As peças são maravilhosas, começando com o famoso poema sinfônico As Aventuras de Till Eulenspiegel, numa redução para cinco instrumentos feita por Franz Hasenöhrl, passando pelo conhecido Quinteto com Trompa, de Mozart e seguido por outros compositores bem diversos. Cada peça tem uma diferente distribuição de instrumentos tornando a audição bastante interessante. Mais um disco para a coleção do conjunto como nome de objeto matemático…

Composto por músicos de renome internacional, o conjunto musical Sequência Fibonancci distingue-se pela variedade e imaginação da sua programação. Aqui, eles exploram o repertório de trompa com o membro fundador e renomado trompista Stephen Stirling como músico de câmara.

Ricahrd Strauss  (1864 – 1949)

Till Eulenspiegel einmal anders!

(arranjo de Franz Hasenöhrl, para violino, contrabaixo, clarinete, fagote e trompa)

  1. Till Eulenspiegels lustige Streiche

Alexander Glazunov (1865 – 1936)

Idyll, para trompa e quarteto de cordas

  1. Idílio

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Quinteto para trompa e cordas em mi bemol maior, K407

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro

Charles Koechlin (1867 – 1950)

Quatre Petites Pièces

  1. Andante
  2. Très modere
  3. Allegretto
  4. Scherzando

Carl Nielsen (1865 – 1931)

Serenata in Vano, para violoncelo, contrabaixo, clarineta, fagote e trompa

  1. Serenata

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sonata para trompa, trompete e trombone

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Rondeau

Stephen Stirling, trompa

The Fibonacci Sequence:

Jack Liebeck – violin (leader)

Mia Cooper – violin/viola

Yuko Inoue – viola

Benjamin Hughes – cello

Adrian Bradbury – cello

Duncan McTier – double bass

Julian Farrell – clarinet

Richard Skinner – bassoon

Paul Archibald – trumpet

Emily White – trombone

Kathron Sturrock – piano

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FLAC | 254 MB

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MP3 | 320 KBPS | 138 MB

“…dazzlingly good chamber ensemble…exuberantly expressive, intimate style…gorgeously idiomatic playing’ – The Times

‘…no praise can be too high for the Fibonacci Sequence’s polished and dashingly committed performances…’ – Gramophone

Aproveite!

René Denon

Khachaturian / Prokofiev / Glazunov: Russian Violin Concertos (Fischer, Russian National Orchestra, Kreizberg)

Khachaturian / Prokofiev / Glazunov: Russian Violin Concertos (Fischer, Russian National Orchestra, Kreizberg)

Este foi o álbum de estreia de Julia Fischer. Sua colaboração com Yakov Kreizberg já vinha de algum tempo. Ela o considerava o mais simpático dos maestros, e ele a ajudou a concretizar a gravação. Ele compartilhava com ela a admiração pelo concerto de Khachaturian e apoiou o plano de gravar esta peça imerecidamente negligenciada. Ela achava difícil até vendê-la para os promotores de concertos, que sem dúvida teriam preferido a milésima versão do concerto de Tchaikovsky. Mas ambos os artistas acreditaram em todos os trinta e sete minutos da obra, que é mesmo magnífica. Kreizberg, imaginem, morreu em 2011 com apenas 51 anos. No Concerto de Khat, há um “apelo de sabor armênio”, às vezes soando folclórico, até mesmo oriental. Há poesia também, como no tratamento do segundo tema, e de todo o comovente Andante sostenuto, com mais cor armênia. David Oistrakh estreou este concerto. O Primeiro Concerto para Violino de Prokofiev é a obra mais familiar deste programa, tanto em concerto como em disco. Nas notas do livreto de Fischer, ela menciona sua ironia, sarcasmo, e seu lirismo, no qual ela diz que pretendeu focar. Ela faz justiça a todos os os estados de espírito, pois saborear esses contrastes é essencial, né? E ela tem razão — este é um concerto principalmente lírico, e sua estrutura incomum de dois movimentos externos lentos emoldurando um scherzo central influenciou alguns outros concertos de cordas. A abordagem de Fischer é bastante íntima e convincente. O Glazunov é aceitável, com um allegro final bem dançável e assobiável.

Khachaturian / Prokofiev / Glazunov: Russian Violin Concertos (Fischer, Russian National Orchestra, Kreizberg)

Khachaturian* Violin Concerto In D Minor (1940)
1 – 1. Allegro Con Fermezza Cadenza – Aram Khatchaturian 14:54
2 – 2. Andante Sostenuto 12:28
3 – 3. Allegro Vivace 9:16

Prokofiev* Violin Concerto No. 1 In D Op. 19 (1916-1917)
4 – 1. Andantino – Andante Assai 10:09
5 – 2. Scherzo (Vivacissimo) 3:37
6 – 3. Moderato – Allegro Moderato – Più Tranquillo 8:14

Glazunov* Violin Concerto In A Minor Op. 82 (1905)
7 – 1. Moderato – 4:19
8 – 2. Andante – Cadenza – Alexander Glazunov 10:29
9 – 3. Allegro 5:40

Julia Fischer, violin
Russian National Orchestra
Yakov Kreizberg

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FLAC | 375MB

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MP3 | 320 KBPS | 185 MB

Julia Fischer

PQP

Villa-Lobos, Pierre Max Dubois, Ibert, Glazunov: Concertos para Saxofone

Nossa homenagem ao saudoso Ranulfus continuará, também, através da republicação de suas preciosas contribuições ao nosso blog – como esta, que veio à luz em 20/7/2010.

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio que envolvam o gênio brasileiro, pelos motivos expostos AQUI

 

No meu “curso autodidata intensivo em música do século XX”, nos anos 70, este disco surgiu como uma revelação que logo se tornou um caso de amor profundo, que perdura até hoje.

Eu nem desconfiava (e desconfio que muitos ainda hoje também nem desconfiam) que o sax podia soar assim, sereno e solene – muito, muito próximo de como soa um violoncelo! Não desgosto de seus outros usos – às vezes sensual, malandro, guinchado, escrachado… Mas é como se fossem dois instrumentos diferentes. Sou capaz de apreciar os dois, como sei apreciar tanto o cravo quanto o piano. Mas a verdade é que um deles – este – combina mais naturalmente comigo.

Meu vinil estava riscado demais no lado B, e o mano Strava conseguiu esta versão a partir de CD. Curioso que no CD as peças vêm em ordem diferente que no vinil – mas eu não me conformei. Restaurei a ordem em que conheci o disco, aberto com imensa classe pelo recitativo-cadência inicial do concerto de Pierre-Max Dubois – um aluno de Milhaud de que pouco se fala no Brasil, mas a julgar por esta amostra merecia mais atenção.

Segue-se a Fantasia de Villa-Lobos, a única das peças que não é para sax alto e sim soprano – com um engenhoso acompanhamento de cordas e três trompas. Não temos nesta gravação a malandragem chorona e/ou jazzística que a Orquestra de Câmara Brasileira regida por Bernardo Bessler atingiu ao acompanhar Paulo Moura. Soa talvez como um poema brasileiro lido por um ator estrangeiro, que não conhece todas as manhas da alma local – mas ainda assim é um grande ator, e consegue fazer uma grande interpretação em termos de algo que talvez possa ser chamado arte universal.

Em todas as quatro peças existe alguma medida de influência do jazz, cada uma a seu modo, mas nenhuma é – digamos – mera tentativa de imitá-lo. São todas de autores suficientemente fortes para se abrir às inspirações do que está soando pelo mundo em sua época sem perder nada de seu sabor característico – tanto o pessoal quanto de sua própria tradição cultural e composicional.

Nisso, um detalhe que me chama atenção é que tanto o Concertino de Ibert quanto o Concerto de Glazunov foram compostos em 1936 – só que o francês estava com 46 anos, e o russo com 71, o último ano da sua vida. Não é de estranhar que o seu concerto – fluente, lírico, com os movimentos todos interligados – seja o de linguagem mais… não digo ‘tradicional’, mas quem sabe ‘comedida’.

Aliás, desde a primeira audição do Concerto de Glazunov me chamou atenção o tema que abre seu movimento ou seção final: começa com um salto de oitava para cima, outro de volta à nota original, mais um para a oitava de baixo, e ainda outro para a original – e isso em ritmo swingado. A oitava raramente é usada com valor melódico na música européia, foi precisamente o jazz quem chamou atenção para essa possibilidade. Que o velho mestre russo tenha resolvido explorá-la em uma de suas últimas obras, e isso ao modo de um fugato – essa forma tão centro-européia de fazer música – sempre me pareceu algo tocante. Talvez mais um dado para fazer deste um disco de “arte universal”.

Pierre-Max Dubois (1930-1995):
Concerto para sax alto e cordas (1959)
01 Lento espressivo – Allegro 6:56
02 Sarabande: lento nostalgico 5:51
03 Rondò: allegretto 4:29

Heitor Villa-Lobos (1887-1959):
Fantasia para sax soprano, 3 trompas e cordas (1946)
04 Animé 4:10
05 Lent 2:39
06 Très animé 2:57

Jacques Ibert (1890-1960):
Concertino da camera para sax alto e 11 instrumentos (1936)
07 Allegro con moto 4:33
08 Larghetto – Animato molto 8:13

Alexander Glazunov (1865-1936):
09 Concerto em mi bemol para sax alto e cordas, op.109 (1936)

Eugène Rousseau (EUA, 1932), saxofone alto e soprano
Orquestra de Câmara Paul Kuentz – regência Paul Kuentz (França, 1930)
Gravação original Deutsche Grammophon, 1972

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Ranulfus

[restaurado por Vassily em 20/2/2023. Que saudades, Mestre!]

Sibelius / Prokofiev / Glazunov: Concertos para Violino (Heifetz)

Sibelius / Prokofiev / Glazunov: Concertos para Violino (Heifetz)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Jascha Heifetz, alguma dúvida? Aqui ele toca o espetacular e ultra-solado Concerto de Sibelius, o bom Concerto de Prokofiev com seus esplêndidos segundo e terceiro movimentos e outro bem ruinzinho de Glazunov, autor cujo maior mérito foi o ter sido professor de Shostakovich, que não o suportava nem como compositor e muito menos como autor. BAITA DISCO!

Jean Sibelius (1865-1957)

Violin concerto in D minor, op. 47
Chicago Symphony Orchestra
Walter Hendl

Sergei Prokofiev (1891-1953)
Violin concerto No. 2 in G minor, op. 63
Boston Symphony Orchestra
Charles Munch

Alexander Glazunov (1865-1936)
Violin concerto in A minor, op. 82
RCA Victor Symphony Orchestra
Walter Hendl

Jascha Heifetz, violin

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Heifetz: esse tocava

PQP

Kabalevsky (1904-1987): Cello Concerto No. 2 Op. 77 / Khachaturian (1903-1978): Cello Concerto / Glazunov (1865-1936): Chant du Menestrel Op. 71

Kabalevsky (1904-1987): Cello Concerto No. 2 Op. 77 / Khachaturian (1903-1978): Cello Concerto / Glazunov (1865-1936): Chant du Menestrel Op. 71

kkAí você tem uma raridade. Os concertos de para Violoncelo e Orquestra de Kabalevsky e Khatchaturian são bastante divulgados na Europa oriental, mas aqui raramente — ou nunca — fazem parte do repertório das orquestras. Uma pena, pois trata-se de boa e divertida música. Eu curto muito estas obras — refiro-me às de Kabalevsky e Khachaturian — que daqui alguns dias reaparecerão aqui no PQP com outros intérpretes. O Glazunov apenas serve para completar o disco.

Kabalevsky: Cello Concerto No. 2 Op. 77 /
Khachaturian: Cello Concerto /
Glazunov: Chant du Menestrel Op. 71

Dmitry Kabalesky (1904-1978)
Cello Concerto No.2 Op.77
1. Cello Concerto No. 2, Op. 77: I. Molto sostenuto – Allegro molto e energico
2. Cello Concerto No. 2, Op. 77: II. Presto marcato
3. Cello Concerto No. 2, Op. 77: III. Andante con molto

Alexander Glazunov (1865-1936)
4. Chant du Ménestrel for Cello and Orchestra Op.71

Aram Khachaturian (1903-1987)
Cello Concerto
5. Cello Concerto: I. Allegro moderato
6. Cello Concerto: II. Andante sostenuto
7. Cello Concerto: III. Allegro (a battuta)

Raphael Wallfisch
London Philharmonic Orchestra
Bryden Thompson

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Kabalevsky ensina ao celista Samuel Mayes o que ele deve fazer para ser feliz (foto de 1961)
Kabalevsky ensina ao celista Samuel Mayes o que ele deve fazer para ser feliz (foto de 1961)

PQP

Aleksandr Glazunov (1865-1936): Chant Du Ménestrel / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126 – Mstislav Rostropovich – Boston Symphony Orchestra – Seiji Ozawa ֍

Aleksandr Glazunov (1865-1936): Chant Du Ménestrel / Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126 – Mstislav Rostropovich – Boston Symphony Orchestra – Seiji Ozawa ֍

Glazunov: Chant Du Ménestrel

Shostakovich

Concerto para Violoncelo No. 2

Mstislav Rostropovich

Boston Symphony Orchestra

Seiji Ozawa

Se você vivesse no Norte do Paraná, nos fins da década de 70, quero dizer 1970, teria que ser ágil para comprar qualquer LP de música clássica que surgisse, caso este fosse seu interesse. LPs eram escassos e caros. Devo acrescentar que informações culturais não eram abundantes. Assim, o gosto musical do interessado era um pouco moldado pelas oportunidades – mais tentativa e erro, o método de aprendizado. Mas era imensamente divertido.

Eu já aprendera que o selo amarelo trazia conteúdo mais palatável e visitas constantes aos escassos pontos de venda acabavam rendendo novidades. O tempo dos sebos ainda estava por vir.

Em minha coleção havia desde coisas como Gypsy!, do Werner Müller and his Orchestra, com o phase4stereo spectacular, até o outro lado do espectro, com concertos para piano de Mozart interpretados por Pollini e Gilels, acompanhados pela mais mozartiana orquestra que eu conhecia, a Wiener Philharmonic, regida por Herr Böhm.

Nesta época, pouco mais, talvez, este disco (o da postagem, é claro… hahãmm)  cruzou meu caminho e desde logo propunha algo novo. O violoncelista eu conhecia de outro disco, com o Concerto de  Dvořák, acompanhado pela Berliner Philharmoniker regida pelo Herr Karajan. Mas aqui a luz era outra. O solista ostentando uma camisa de cowboy e o jovem regente com uma espécie de camisa indiana branca, com ares de hippie, demandava mais ousadia do propenso comprador. E o compositor da peça mais longa? Um ilustre, modernoso e desconhecido compositor russo. Sim, os LPs tinham as contracapas que eram lidas e relidas antes de qualquer movimento mais forte em direção da carteira…

A compra foi uma das mais ousadas e rendeu boas semanas de muitas audições, mesmo que carregadas de incertezas e levantamentos de sobrancelhas. É claro que tudo começa em grande estilo, o Canto do Menestrel do Glazunov, muito acessível. E bonito mesmo, para quem aprecia as românticas almas russas…

Mas o concerto de Shostakovich é bem mais inquietante e foi minha primeira experiência com música que precisamos conquistar antes de gostar. Começamos com uma espécie de lamento, e depois todas aquelas sonoridades percussivas rondando o canto do violoncelo. Bem, é preciso ouvir para entender.

Aprendi depois que o concerto havia sido composto pouco mais do que uma década antes daqueles dias e que o solista da gravação era a pessoa a quem o concerto fora dedicado e que também o havia estreado.

Descobri que o Concerto havia sido composto na última fase do compositor, que o havia completado enquanto se encontrava em um hospital, pois que já lhe falhava o coração.

A música é mais reflexiva do que extrovertida, coisa que vai bem com o violoncelo, e a orquestra, apesar de imensa, é usada com maestria e cuidado pelo compositor, evitando que o solista seja tragado por ela e possa se apresentar realmente como o protagonista.

Os dois últimos movimentos são ambos nomeados Allegretto e estão unidos nos arquivos em uma única faixa, pois a passagem de um para o outro se dá continuamente – attacca!

Alexander Glazunov (1865 – 1936)

Chant Du Ménestrel, para violoncelo e orquestra

  1. Chant Du Menestrel

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)

Concerto para Violoncelo No. 2, Op. 126

  1. Largo
  2. Allegretto – attacca; III. Allegretto

Mstislav Rostropovich, violoncelo

Boston Symphony Orchestra

Seiji Ozawa

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FLAC | 414 MB

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MP3 | 320 KBPS | 87 MB

Espero que a audição deste notável disco faça com que você reflita sobre as belezas das músicas que precisamos conquistar e que ao final lhe seja tão compensador como tem sido para mim, todas as vezes que a ele retorno.

Aproveite!

René Denon

A alegria dos dois grandes músicos ao saberem que o disco seria postado aqui no PQP Bach…

The Art of the Theremin – Clara Rockmore

The Art of the Theremin – Clara Rockmore

61nayAy+HeLMeu interesse em instrumentos musicais já me levou a tocar alguns deles em graus de sucesso que variam do sofrível ao ridículo. Minha experiência com todos, em especial os metais e as cordas, levou-me a admirar sobremaneira a dedicação dos instrumentistas para ajustarem suas bocas e dedos àqueles teimosos aparatos, extraindo deles não só sons agradáveis e condizentes com a intenção de um compositor, mas, o que é ainda mais impressionante, sem sucumbirem no processo.

Se acho uma façanha ser um virtuose de um instrumento que se toca tocando, que se pode dizer de um instrumento que se toca sem que se o toque?

Para mim, amigos, magia negra. Para o resto do mundo, é o assombroso teremim.

ooOoo

Inventado pelo físico russo Léon Theremin (Lev Termen, para os íntimos), este pioneiro entre os instrumentos eletrônicos é controlado pela posição das mãos do intérprete em relação a duas antenas: uma que regula a frequência, outra para o volume. O peculiar timbre resultante, já descrito como o de um “violoncelo perdido em neblina espessa, chorando por não saber como voltar para casa”, soa de melancólico a decididamente fantasmagórico. Não é à toa, portanto, que o teremim seja figurinha fácil de trilhas sonoras de filmes que abordam o incomum, o bizarro, e o inacreditável.

Parece difícil, e é mesmo. Por isso, talvez, passada a curiosidade inicial, o incrível instrumento de Theremin tenha ficado meio esquecido, e certamente limado de todos os círculos de música “séria”, até a entrada em cena de uma certa Clara Rockmore.

Nascida Klara Reisenberg em Vilnius (Lituânia), foi uma criança-prodígio no violino e chegou a estudar com Leopold Auer (sim, o professor de Heifetz; sim, o sujeito que esnobou o Concerto de Tchaikovsky) no Conservatório de São Petersburgo. Problemas de saúde fizeram-na abandonar o violino e a Música como um todo até encontrar, já nos Estados Unidos, o inventor Theremin. Trabalharam juntos no aperfeiçoamento do instrumento como meio de expressão artística. Foram tão próximos que Léon, que não era bobo, nem nada, lhe propôs casamento. Klara deu-lhe o fora, casou-se com um certo Rockmore, passou a chamar-se Clara e, emprestando ao teremim sua extraordinária musicalidade, transformou-se em sua primeira virtuose.

O vídeo acima, apesar do som precário, dá a vocês uma melhor ideia do que lhes tento dizer (além, claro,de ser deliciosamente funéreo!). O timbre, como já falamos, talvez seja um gosto adquirido, mas é assombrosa a expressividade que Rockmore obtém sem nada tocar além do éter. Se vocês perceberem, ao contrário da maior parte dos instrumentos, dos quais os silêncios são obtidos tão só pela suspensão da emissão do som, as pausas no teremim também têm que ser produzidas, através da ação a mão do volume (no caso de Rockmore, a esquerda).

Espero que, vencendo a natural estranheza, vocês possam apreciar a complicada arte desta virtuose incomum.

THE ART OF THE THEREMIN – CLARA ROCKMORE

Sergey Vasilyevich RACHMANINOV (1873-1943)

01 – Canções, Op. 34 – no. 14: Vocalise
02 – Romances, Op. 4 – no. 4: “Ne poj, krasavitsa” [NOTA DO AUTOR: conhecida como “Canção de Grusia”, não se refere a qualquer pessoa, mas sim à região caucasiana da Geórgia, que tem este nome em russo]

Charles-Camille SAINT-SAËNS (1835-1921)

03 – O Carnaval dos Animais – no. 13: O Cisne

Manuel de FALLA y Matheu (1876-1946)

04 – El Amor Brujo – Pantomima

Yosif Yuliyevich AKHRON (1886-1943)

05 – Melodia hebreia, Op. 33

Henryk WIENIAWSKI (1835-1880)

06 – Concerto para violino no. 2 em Ré menor, Op. 22 – Romance

Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971)

07 – O Pássaro de Fogo: Berceuse

Joseph-Maurice RAVEL (1875-1937)

08 – Pièce en forme de Habanera

Pyotr Ilyitch TCHAIKOVSKY (1840-1893)

09 – Dix-Huit Morceaux, Op. 72 – No. 2: Berceuse
10 – Six Morceaux, Op. 51 – No. 6: Valse sentimentale
11 – Sérénade Mélancolique, para violino e piano, Op. 26

Aleksandr Konstantinovich GLAZUNOV (1865-1936)

12 – Chant du ménestrel, Op.71

Clara Rockmore, teremim e arranjos
Nadia Reisenberg, piano

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Boris theremin

Vassily Genrikhovich

Sibelius (1865-1957): Concerto para Violino, Op. 47 / Prokofiev (1891-1953): Concerto para Violino Nº 2, Op. 63 / Glazunov (1856-1936): Concerto para Violino, Op. 82

Sibelius (1865-1957): Concerto para Violino, Op. 47 / Prokofiev (1891-1953): Concerto para Violino Nº 2, Op. 63 / Glazunov (1856-1936): Concerto para Violino, Op. 82

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este disco é de tal qualidade que foi postado três vezes aqui no PQP… Todos os links expiraram. Reproduzo o texto de cada uma das postagens:

Carlinus em 

FDP Bach em 12 de junho de 2015: Preparem-se pois lá vem chumbo grosso. Mas não precisam se preocupar, a munição é apenas música de excepcional qualidade interpretada por um dos maiores, quiçá o maior violinista do século XX. Jascha Heifetz estabeleceu um novo padrão de referência quando começou a destacar-se como solista. Nada foi como antes depois dele. A frase ficou esquisita, mas acho que os senhores entenderam. E também creio que esse gigante dispensa apresentações. Qualquer coisa, podem fuçar o Google, a Wikipedia, etc. E chega de papo…

PQP Bach em 30 de junho de 2013: Jascha Heifetz, alguma dúvida? Aqui ele toca o espetacular e ultra-solado Concerto de Sibelius, o bom Concerto de Prokofiev com seus esplêndidos segundo e terceiro movimentos e outro bem  ruinzinho de Glazunov, autor cujo maior mérito foi o ter sido professor de Shostakovich, que não o suportava nem como compositor e muito menos como autor. BAITA DISCO!

Jean Sibelius (1865-1957)
Violin concerto in D minor, op. 47
Chicago Symphony Orchestra
Walter Hendi

Sergei Prokofiev (1891-1953)
Violin concerto No. 2 in G minor, op. 63
Boston Symphony Orchestra
Charles Munch

Alexander Glazunov (1865-1936)
Violin concerto in A minor, op. 82
RCA Victor Symphony Orchestra
Walter Hendl

Jascha Heifetz, violin

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Heifetz, o melhor de todos
Heifetz, o melhor de todos

Carlinus – FDP – PQP

Glazunov / Prokofiev / Shchedrin: Concertos para Violino e Orquestra

Glazunov / Prokofiev / Shchedrin: Concertos para Violino e Orquestra

O Concerto de Glazunov é virtuosístico e muito chato. A coisa melhora muito quando chegamos a Prokofiev e permanece em alto nível com Shchedrin. Mas vamos com calma. Neste CD, temos três obras altamente contrastantes da Rússia e da União Soviética do século XX. Anne-Sophie Mutter é a solista no Concerto para Violino altamente lírico e chato de Glazunov, estreado em 1905, e no nervoso Concerto para Violino Nº 1 de Prokofiev, que é da época da Revolução. Eles são complementados pela majestosa Stihira de Rodion Shchedrin, inspirada pela música litúrgica ortodoxa e composta em 1987 para Mstislav Rostropovich e a Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, D.C.

Glazunov / Prokofiev / Shcherdin: Concertos para Violino e Orquestra

Alexander Glazunov (1865 – 1936)
Violin Concerto in a minor, Op. 82
1) Moderato – Andante – Allegro [20:00]

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)
Violin Concerto No. 1 in D major, Op. 19
2) I – Andantino – Andante assai [9:12]
3) II – Scherzo – Vivacissimo [3:46]
4) III – Moderato [8:23]

Rodion Shchedrin (born 1932)
Stihira
5)Hymn for the Millenary of the Christianisation [22:14]

Anne-Sophie Mutter, violin
National Symphony Orchestra
Mstislav Rostropovich

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Mstislav_Rostropovich e sua esposa, a cantora Galina Vishnevskaya, com as as filhas em casa e a TV desligada
Mstislav Rostropovich e sua esposa, a cantora Galina Vishnevskaya, com as filhas em casa e a TV desligada. Nem sombra de Mutter em nossa foto.

PQP

Antonin Dvorák – Violin Concerto In A Minor, Op.53, Max Bruch: Violin Concerto No.1 In G Minor, Op.26, Alexander Konstantinovich Glazunov (1835-1936) – Violin Concerto In A Minor, Op.82 – Martzy, Morini, RIAS Symphony Orchestra Berlin

cover

LINK ATUALIZADO !!!

Ferenc Fricsay viveu pouco mas intensamente. Tinha o toque de Midas, tudo o que gravou é valioso demais, é ouro puro. E este CD que ora vos trago não poderia deixar de ser uma gema, devidamente lapidada pelo talento e virtuosismo não apenas do maestro, mas também de suas duas incríveis solistas, Johanna Martzy e Erika Morini. Da primeira eu já ouvira falar, algumas citações e alguns cds na internet. Erika Morini me era uma perfeita desconhecida até então.
Começando por Johanna Martzy, o que ela faz com o Concerto de Dvorák é algo de outro mundo. Mesmo tendo sido gravada em Mono, esta foi a melhor versão que ouvi nos últimos tempos. Era húngara, nascida em 1924, mas morreu jovem, meros 54 anos de idade,  (o que diabos tem na água que se toma na Hungria para terem tantos talentos por lá?). A paixão com que ela toca este concerto é de arrepiar.
Erica Morini era austríaca, nascida em 1904, filha de músico, e cedo se revelou uma grande musicista. O velho caso de talento precoce.
Mas vamos ao que viemos. Um CDzaço, daqueles que merecem ter um lugar de destaque na prateleira.

01 – Violin Concerto in A minor, op. 53- 1. Allegro ma non troppo – Quasi moderato
02 – Violin Concerto in A minor, op. 53- 2. Adagio, ma non troppo
03 – Violin Concerto in A minor, op. 53- 3. Finale (Allegro giocoso, ma non troppo)

Johanna Martzy – Violin
RIAS Symphony Orchestra Berlin
Ferenc Fricsay – Conductor

04 – Violin Concerto no. 1 in G minor, op. 26- 1. Vorspiel (Allegro moderato)
05 – Violin Concerto no. 1 in G minor, op. 26- 2. Adagio
06 – Violin Concerto no. 1 in G minor, op. 26- 3. Finale (Allegro energico)
07 – Violin Concerto in A minor, op. 82- 1. Moderato
08 – Violin Concerto in A minor, op. 82- 2. Andante sostenuto
09 – Violin Concerto in A minor, op. 82- Tempo I
10 – Violin Concerto in A minor, op. 82- Cadenza
11 – Violin Concerto in A minor, op. 82- 3. Allegro

Erika Morini – Violin
Radio-Symphonie-Orchester Berlin
Ferenc Fricsay – Conductor

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Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violino Nº 1 / Alexander Glazunov (1865-1936): Concerto para Violino, Op.82

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violino Nº 1 / Alexander Glazunov (1865-1936): Concerto para Violino, Op.82

A escocesa Nicola Benedetti (sim, escocesa) faz parte daquele time de instrumentistas que aposta na beleza. Mas nem precisaria. Ela é muito boa violinista. Antes, ela tinha gravado o difícil Concerto de Szymanowski e agora demonstra novamente que não tem medo de desafios. Sua gravação do ultra-exigente Concerto para Violino Nº 1 de Shosta, aqui junto do Concerto para Violino de Glazunov, maravilhosamente outonal, é boa. Ela tem técnica soberba, mas faltou-lhe maturidade para encarar Shostakovich. Este Concerto alterna momentos de profunda melancolia com episódios rápidos que trazem a marca única da ironia do compositor. Ainda ficamos com clássica gravação dos deuses David Oistrakh, com regência de Dmitri Mitropoulos e a Filarmônica de Nova Iorque, ou com a dupla Mullova-Previn. Mas quem não conhece o Concerto de Shosta deve ouvir esta gravação. Benedetti não tem culpa por Oistrakh e Mullova. A menina de 29 anos é ótima!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concerto para Violino Nº 1 / Alexander Glazunov (1865-1936): Concerto para Violino, Op.82

Shostakovich Violin Concerto No.1 In A Minor, Op.99 (Formerly Op.77)
01. 1. Nocturne (Moderato)
02. 2. Scherzo (Allegro)
03. 3. Passacaglia (Andante)
04. 3a Cadenza
05. 4. Burlesque (Allegro con brio – Presto)

Glazunov Violin Concerto In A Minor, Op.82
06. 1. Moderato
07. 2. Andante
08. 3. Allegro

Nicola Benedetti, violino
Bournemouth Symphony Orchestra
Kirill Karabits

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Nicola Benedetti
Nicola Benedetti

PQP

Aleksandr Konstantinovitch Glazunov (1865-1936) – Violin Concerto in A minor, Op.82, Johan Julius Christian Sibelius (1865-1957) – Violin Concerto in D minor, Op.47, Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – Esther Yoo, Ashkenazy, PO

folder-3Eis mais um lançamento da Deutsche Grammophon, onde o veterano maestro e pianista Vladimir Ashkenazy nos apresenta Esther Yoo, mais uma fenomenal instrumentista, que apenas recentemente começou a aparecer na imprensa especializada. Detalhes sobre a biografia da moça podem ser encontrados no site dela. Os compositores não foram escolhidos por acaso, neste ano de 2016 comemoram-se os 150 anos de nascimento, tanto de Glazunov quanto de Sibeliius.

Música de primeira qualidade, intérpretes idem. Difícil alguma coisa não dar certo por aqui. Espero que apreciem.

01- Violin Concerto in A minor, Op.82
02- Violin Concerto in D minor, Op.47 – 1. Allegro moderato
03- Violin Concerto in D minor, Op.47 – 2. Adagio di molto
04- Violin Concerto in D minor, Op.47 – 3. Allegro, ma non tanto
05- Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – 1. Country Scenery
06- Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – 2. Evening in Spring
07- Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – 3. In the Summer
08- Grand Adagio

Esther Yoo – Violin
Philharmonia Orchestra
Vladimir Ashkenazy – Conductor

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Aram Khachaturian (1903-1978): Spartacus; Gayaneh / Alexander Glazunov (1865-1936): The Seasons

Aram Khachaturian (1903-1978): Spartacus; Gayaneh / Alexander Glazunov (1865-1936): The Seasons

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Nada posso fazer, este é mais um CD imperdível. Trata-se do próprio Khachaturian regendo a Filarmônica de Viena em duas de suas obras mais importantes, os balés SpartacusGayaneh. Não é uma música tímida, muito pelo contrário, a coisa é boa e barulhenta pacas. Este armênio é pouco divulgado, mas gosto muito do que conheço dele. A música vai do sereno ao agitado, da tradição ocidental ao exótico e é tão extraordinária que me dá uma estranha vontade de ver balé. Vejam só.

O único problema deste disco é suportar o Glazunov. Que bosta.

Aram Khachaturian (1903-1978): Spartacus; Gayaneh / Alexander Glazunov (1865-1936): The Seasons

1 Khachaturian: Spartacus – Adagio Of Spartacus And Phrygia 9:10
2 Khachaturian: Spartacus – Variation Of Aegina & Bacchanalia 3:19
3 Khachaturian: Spartacus – Scene & Dance With Crotalums 3:39
4 Khachaturian: Spartacus – Scene Of The Gaditanae Maidens & Victory Of Spartacus 6:55

5 Khachaturian: Gayaneh – Sabre Dance 2:32
6 Khachaturian: Gayaneh – Ayesha’s Dance 5:11
7 Khachaturian: Gayaneh – Lezghinka 2:43
8 Khachaturian: Gayaneh – Gayaneh’s Adagio 4:17
9 Khachaturian: Gayaneh – Gopak 2:57

10 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 1. Winter 9:53
11 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 2. Spring 5:28
12 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 3. Summer 11:12
13 Glazunov: The Seasons, Op.67 – 4. Autumn 9:29

Faixas 1 a 9:
Wiener Philharmoniker
Aram Khachaturian

Faixas 10 a 13:
L’Orchestre de la Suisse Romande
Ernest Ansermet

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Khachaturian ficando bonitinho para o concerto.
Khachaturian ficando bonitinho para o concerto.

PQP

Heifetz Concertos – Sibelius, Prokofiev, Glazunov

Jascha Heifetz foi um dos maiores violinistas do século XX. Outro dia li – não lembro onde – sobre a tradição dos judeus de legarem bons executores de intrumentos de cordas – Itzhak Perlman, Pinchas Zukerman, David Oistrakh, Yehudi Menuhin, o próprio Heifetz entre outros. Fato este realmente curioso, dadivoso. Este é um CD que impõe respeito. Apenas um adendo: o CD traz uma das melhores interpretações do Concerto para violino de Sibelius que eu já ouvi. Não deixe de se deleitar. Boa apreciação!

Jean Sibelius (1865-1957) -Violin concerto in D minor, op. 47
01. 1. Allegro Moderato
02. 2. Adagio Di Molto
03. 3. Allegro Ma Non Tanto

Chicago Symphony Orchestra
Walter Hendi, regente

Sergei Prokofiev (1891-1953) – Violin concerto No. 2 in G minor, op. 63
04. 1. Allegro Moderato
05. 2. Andante Assai
06. 3. Allegro Ben Marcato

Boston Symphony Orchestra
Charles Munch, regente

Alexander Glazunov (1865-1936) – Violin concerto in A minor, op. 82
07. 1. Moderato
08. 2. Andante Sostenuto
09. 3. Tempo 1
10. 4. Allegro

RCA Victor Symphony Orchestra
Walter Hendi, regente

Jascha Heifetz, violino

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Carlinus

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Symphony No. 7 in F Major, Op. 77 "Pastoral" e Symphony No. 8 in E-Flat Major, Op. 83 (CD 4 de 4 – final)

Finalizemos de uma vez por todas esta integral das sinfonias de Glazunov. O compositor russo escreveu nove sinfonias ao todo, mas postamos somente 8. E por quê? A sua Nona Sinfonia ficou inacabada. Ele a teria escrito em 1910, mas não concluiu o trabalho. Ou seja, aqui estão dispostas apenas as sinfonias completas, terminadas pelo compositor. Iniciei essa integral por mera curiosidade. Quiça por aquela paixão pela soturnidade do mundo russo. A alma russa é um tema que sempre me chamou atenção. O termo “Mãe Rússia” é repleto de nuances identitárias. Os russos conseguiram ao longo do tempo criar um perfil único, que sempre me impele a um tipo de reflexão positiva. O sol que nasce naquele vasto mundo possui emanações luminosas diferenciadas; a natureza e os rios que correm pelos vales gelados ou desérticos possuem outras fragrâncias. As pradarias da Ásia Central são motivo para pensamentos sempre arrebatadores. Quando leio qualquer autor russo, seja ele Dostoievsky, Tólstoi, Akhmatova, Gogol ou Gorki, fico imaginando o que teria levado o povo russo a se munir de tão extraordinárias características: amor pela sua terra, um tipo de angústia e força que não se encontra em qualquer outro lugar. O povo russo conseguiu construir um dos mais poderosos Estados desde Roma em pleno século XX – a União Soviética. E tudo isso com o braço, com a força, com o suor. Deve ser esse lado apaixonado e comprometido com o trágico, que se entrega para ver nascer uma outra possibilidade, que me atrai (Leiam o livro As Revoluções Russas e o Socialismo Soviético, de Daniel Aarão Reis, Editora Unesp, apenas uma indicação. Li há alguns dias e gostei). Voltemos a Glazunov: Pesa a favor de Glazunov o fato de ter sido o professor de nada mais nada menos do que Dmitri Shostakovich. Glazunov foi o diretor do Conservatório de São Petersburgo de 1905 a 1928. Nesse período, o compositor foi mantido à frente das funções pela sua competência. Mesmo com a Revolução de 1917, que re-arranjou a sociedade russa, quando o povo se apropriou do poder, Glazunov manteve-se no cargo. Ele conseguiu jungir de forma significativa o nacionalismo e o cosmopolitismo da música russa. O fato é que o compositor era inclinado mais a um tipo de academicismo do que propriamente à intuição. Este ponto talvez o tenha feito perder espaço diante de outros compositores como Prokofiev ou Shostakovich. Outro aspecto curioso em relação ao compositor era o seu alcoolismo exarcebado. Shostakovich conta em suas memórias que em muitas ocasiões, Glazunov não conseguia dar uma aula sóbrio. São por essas e outras, que esta integral das sinfonias de Glazunov, torna-se uma boa oportunidade para ouvir a sua música.  Embora não muito apreciado por aqui (Brasil) e até considerado “chato”, estimo bastante o seu trabalho. Fato curioso: pude verificar que o número de donwloads dos outros post foi relativamente alto. Talvez aqueles que baixaram estivessem querendo conhecer o compositor por mera curiosidade.  Quando falamos de Glazunov e Shostakovich, não é necessário informar, claro,  que o aluno sobrepujou o mestre, mas o mestre merece ser ouvido – nem que seja por um interesse curioso. Mais uma vez: gosto de Glazunov. Ele é uma espécie de Brahms da Rússia. Sua música possui profundas emoções contidas e controladas, sofisticadas e sutis. Portanto, boa apreciação a essas duas sinfonias finais.

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Symphony No. 7 in F Major, Op. 77 “Pastoral” e Symphony No. 8 in E-Flat Major, Op. 83

Symphony No. 7 in F Major, Op. 77 “Pastoral”
01. I.
Allegro moderato
02. II. Andante
03. III. Scherzo
04. IV. Finale, Allegro maestoso

Symphony No. 8 in E-Flat Major, Op. 83
05. I. Allegro moderato
06. II. Mesto
07. III. Allegro
08. IV. Finale, Moderato sostenuto

Moscow Radio Symphony Orchestra
Vladimir Fedoseyev, regente

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Carlinus

Mravinsky Edition – Glazunov, Korsakov, Glinka, Steinberg, Salmanov, Kachaturian, Liadov e Mussorgsky (CDs 3 e 4)

Vamos a mais dois CDs com esta série de 10 discos com Evgeny Mravinsky. Não sei se alguém lembra do último post que fiz com essa série. Todavia, vamos lá! Deixo transparecer todas as vezes que falo sobre Mravinsky, que ele foi o maior regente do século XX. Particularmente, a minha predileção pelo russo surge em decorrência de “um quê” de força e pujança que as peças regidas por ele possuem. É diferente ouvir Mravinsky. É sempre um evento grandioso, de elevação, robusteza e vigor. Nestes dois CDs ora postados, as peças são todas de compositores russos, o que constitui um evento particular. É imperativo ouvir. Boa apreciação!

DISCO 3

Alexander Glazunov (1865-1936) – Sinfonia No. 4 in E-Flat Major, Op. 48
01. Andante – Allegro moderato
02. Scherzo, Allegro vivace
03. Andante – Allegro

Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Tale of the Invisible City of Kitezh
04. Prelude – Hymn to Nature
05. Bridal Procession
06. Tartar invasion and Battle of Kerzenets
07. Death of Frevronya and Apotheosis

Mikhail Ivanovich Glinka (1804-1857) – Overture Ruslan and Ludmilla
08. Overture Ruslan and Ludmilla

Osseyevich Maximilian Steinberg (1883-1946) – Dance of the Buffoons
09. Dance of the Buffoons

Dance of Gillina
10. Dance of Gillina

DISCO 4

Vadim Nikolayevich Salmanov (1912-1978) – Sinfonia No. 2 em Sol Maior
01. The Song of the Forest
02. Call of Nature
03. At the Sunset
04. The Forest Is Singing

Aram Khachaturian (1903-1978) – Sinfonia No. 3 em Dó maior (Sinfonia poema)
05. Sinfonia No. 3 em Dó maior (Sinfonia poema)

Anatoly Konstantinovich Liadov (1855-1914) – Baba Yaga Op. 56
06. Baba Yaga Op. 56

Modest Mussorgsky (1839-1881) – Khovantchina – Dawn on Moskwa River
07. Khovantchina – Dawn on Moskwa River

Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

BAIXAR AQUI CD3
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Carlinus

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 55 e Symphony No. 6 in C Minor, Op. 53 – (CD 3 de 4)

Como iniciei a postagem das sinfonias de Glazunov, acho importante que demos continuidade a elas. Trabalho incompleto revela irresponsabilidade. Aparecem agora as de número 5 e 6. A primeira foi composta em 1895 e é támbém conhecida como “A Heróica”. Estreou em 1896, sendo regida pelo próprio compositor. Fez uma grande sucesso. A platéia pediu para que a orquestra tocasse o scherzo mais uma vez ao fim da apresentação, o que denota um sucesso significativo. Já a Sinfonia número 6 é do ano de 1896. Das duas, eu tenho uma admiração bem acentuada pela segunda – a número 6. É um trabalho de grande vigor e beleza, com momentos típicos da música russa. Faz-nos lembrar a musica de Rachmaninov. Não deixe ouvir mais este CD. Boa apreciação!

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 55 e Symphony No. 6 in C Minor, Op. 53

Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 55
01. I. Moderato maestoso
02. II. Scherzo: Moderato
03. III. Andante
04. IV. Allegro maestoso

Symphony No. 6 in C Minor, Op. 53
05. I. Adagio – Allegro
06. II. Thema con Variazioni
07. III. Intermezzo
08. IV. Finale, Andante maestoso – Moderato

Moscow Radio Symphony Orchestra
Vladimir Fedoseyev, regente

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Carlinus

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Sinfonia No. 3 in D Major, Op. 33 e Sinfonia No. 4 in E-Flat Major, Op. 48 (CD 2 de 4) – REPOSTADO

Vamos a mais duas sinfonias de Glazunov. Verifiquei que as duas primeiras que foram postadas, tiveram um número significativo de downloads. Ao meu modo de ver, a melhor de todas as sinfonias desse russo é a de número 2. Aparecem aqui as de número 3 e 4. A número 3 foi composta em 1890. Glazunov a escreveu em homenagem a Tchaikovsky. Já a número 4 é do ano de 1893. Há uma inflexão interessante com relação à sinfonia número 4. Nas três sinfonias anteriores, Glazunov havia lidado com temas eminentemente nacionalistas. Na de número 4, o compositor partiu de impressões pessoais, livres, subjetivas. A estréia dela foi realizada por nada mais nada menos do que por Rinsky-Korsakov. Já disse isso antes, mas tenho uma admiração toda especial pela música russa. Nietzsche disse certa vez aforismaticamente: “Os homens maus não têm canções. Como é que os russos têm canções?” Paremos por aqui! Uma boa apreciação!

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Sinfonia No. 3 in D Major, Op. 33 e Sinfonia No. 4 in E-Flat Major, Op. 48

Sinfonia No. 3 in D Major, Op. 33
01. Allegro
02. Scherzo, Vivace
03. Andante
04. Finale: Allegro moderato

Sinfonia No. 4 in E-Flat Major, Op. 48
05. Andante – Allegro moderato
06. Scherzo, Allegro vivace
07. Andante – Allegro

Moscow Radio Symphony Orchestra
Vladimir Fedoseyev, regente

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Carlinus

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Sinfonia no. 1 em E maior, Op. 5 e Sinfonia no.2 em F sustenido maior – "para a memória de Liszt" (CD 1 de 4)

Glazunov é um daqueles compositores que provocam sensações glaciais em mim. Explico. Ouvi pouca coisa desse russo que foi professor de Shostakovich, um dos meus compositores favoritos. Por sua vez, Glazunov teve como preceptor o grande Rinsky-Korsakov, que lhe deu um sólida formação. As peças de Glazunov são “vagas” – não em sentido negativo. Cheiram àquelas regiões inóspitas da Ásia Central. Tem o mesmo colorido das tundras da Sibéria ou da Floresta de Taiga. Possui as ressonâncias dos silêncios boreais. Dos mistérios que habitam os raios anêmicos de sol que douram com timidez a sua terra. Gosto de Glazunov. Ele é uma espécie de Elgar russo. Um Vaughan Williams embriagado, mais pesado. Nesta postagem (que não tinha intenção de fazer), encontram-se duas sinfonias do compositor – as de número 1 e 2. Destaco aqui a de número 1, que possui características identificadamente schumannianas. Imagine só! Quando Glazunov a compôs, gozava apenas 16 anos de idade. A peça fez uma sucesso retumbante. Aturdiu os ouvintes que, assustados, mal acreditaram quando viram um jovem com uniforme escolar subir ao palco e pegar o arco do violino para tocar. A sinfonia foi composta em 1881. Não foi para menos, o jovem músico despertou a atenção de Tchaikovsky e Balakirev. Já a sinfonia número 2 (“Em memória de Liszt”), por quem tenho uma relação de afeto, eu já a ouvi muitas vezes em outras ocasiões. Eu costumava escutá-la num programa chamado “Clássicos de Todos os Tempos”, que passa aqui em Brasília todas as noites, na emissora Brasília Super Rádio FM. Páro por aqui. Ouçamos o moço. Permitamos que ele se explique com a sua música “vaga”, mas precisa. Uma boa apreciação!

Alexander Konstantinovich Glazunov (1865-1936) – Sinfonia no. 1 em E maior, Op. 5 e Sinfonia no.2 em F sustenido maior – “para a memória de Liszt”

Sinfonia no. 1 em E maior, Op. 5 – “Sinfonia Eslava”
01. Allegro
02. Scherzo:Allegro
03. Adagio
04. Finale

Sinfonia no.2 em F sustenido maior – “Em memória de Liszt”
05. Andante maestoso – Allegro
06. Andante
07. Allegro vivace
08. Introduction e Finale

Moscow Radio Symphony Orchestra
Vladimir Fedoseyev, regente

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Carlinus

Alexander Glazunov (1865-1936): Quarteto e Quinteto

Talvez minha simpatia por Glazunov venha do fato de ele ter sido professor de Shostakovich. Glazunov foi o principal compositor russo da geração pós-Tchaikovsky. Seu reinado foi curto. Ele é uma espécie de Brahms ainda mais formal e com talento bastante inferior, mas soube suportar a rebeldia de seus alunos, o que é um grande mérito pessoal. O CD que posto hoje é bem típico: tranquilo, de grande elegância, porém sem aquela fagulha que só aparecem nos grandes mestres ou, talvez por sorte, eventuamente nos médios.

Quintet for Two Violins, Viola and Two Cellos in A Major, Opus 39
1- Allegro
2- Scherzo. Allegro moderato
3- Andante sostenuto
4- Finale. Allegro moderato

Quartet No. 7 for Two Violins, Viola and Cello in C Major, Opus 107
5- Adagio. Allegro giocosa (Remembrance of the Past)
6- Andante affetuoso (The Breath of Spring)
7- Allegro scherzando (In the Mysterious Forest)
8- Moderato (Russian Festivity)

The Shostakovich Quartet

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PQP