Ainda mais Cordas: o Banjo (Perpetual Motion – Béla Fleck)

51ZgNDY+BULPassada em revista a parte da família das cordas que é tocada com arcos, enveredamos por um outro ramo da família com quem os arcos não falam muito, pois as salas de concerto costumam torcer-lhes os narizes: aquele das cordas dedilhadas.

Antes que me joguem os tomates, ou me perguntem por que exus eu não apus a palavrinha .:interlúdio:. ao título de uma gravação, vejam só, de banjo, de BANJO, de B A N J O! incongruentemente atirada no meio das sacrossantas interpretações dos Pollinis e Bernsteins que os blogueiros não-vassílycos publicam por aqui, bem, antes que venham os apupos, os “foras!” e que me defenestrem, eu antecipadamente me defendo: Béla Fleck é um TREMENDO músico e merece ser ouvido.

Ok, o repertório do CD é um balaio de gatos cheio de figurinhas fáceis do repertório das coleções “The Best of”, só que ele é feito sob medida para Fleck exibir com sobras seu talento. Asseguro-lhes que dificilmente ouvirão um banjo ser tocado com tanta maestria, ainda mais acompanhado por músicos do naipe de, entre outros, Joshua Bell, John Williams e Edgar Meyer. No final, para relaxar, Fleck colocou uma ótima versão bluegrass do “Moto Perpétuo” de Paganini, mas ela está claramente identificada como tal e os puristas entre vós outros poderão deletá-la antes que ela fira algum ouvido.

E, se vocês acharam interessante o Fleck ter o nome de Béla, saibam que o nome completo do cavalheiro é Béla Anton Leoš Fleck. Sim: uma homenagem ao grande Béla, àquele Anton e a este Leoš.

PERPETUAL MOTION – BÉLA FLECK

Domenico SCARLATTI (1685-1757)
01 – Sonata em Dó maior, K. 159

Johann Sebastian BACH (1685-1750)
02 – Invenção a duas vozes no. 13 em Lá menor, BWV 784

Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918)
03 – Children’s Corner, L. 113 – “Doctor Gradus ad Parnassum”

Fryderyk Franciszek CHOPIN (1810-1849)
04 – Mazurkas, Op. 59 – no. 3 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
05 – Partita no. 3 em Mi maior, BWV 1006 – Prélude

Fryderyk Franciszek CHOPIN
06 – Études, Op. 10 – no. 4 em Dó sustenido menor
07 – Mazurkas, Op. 6 – no. 1 em Fá sustenido menor

Johann Sebastian BACH
08 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Sol maior, BWV 796

Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
09 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 3: Mélodie

Johannes BRAHMS (1833-1897)
10 – Cinco estudos para piano, Anh. 1a/1 – no. 3 em Sol menor, após Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian BACH
11 – Suíte no. 1 em Sol maior, BWV 1007 – Prelude
12 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Si menor, BWV 801

Niccolò PAGANINI (1782-1840)
13 – Moto Perpetuo, Op. 11

Domenico SCARLATTI
14 – Sonata em Ré menor, K. 213

Johann Sebastian BACH
15 – Invenção a duas vozes no. 6 em Mi maior, BWV 777

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
16 – Sonata no. 14 em Dó sustenido menor, Op. 27 no. 2, “Luar” – Adagio sostenuto

Johann Sebastian BACH
17 – Invenção a duas vozes no. 11 em Sol menor, BWV 782

Ludwig van BEETHOVEN
18 – Sete Variações sobre “God Save the King”, WoO 78

Johann Sebastian BACH
19 – Invenção a três vozes (Sinfonia) em Mi menor, BWV 793

Niccolò PAGANINI
arranjo de James Bryan Sutton
12 – Moto Perpetuo, Op. 11 (versão bluegrass)

Béla Fleck, banjo
Joshua Bell, violino
Gary Hoffmann, violoncelo
Evelyn Glennie, marimba
Edgar Meyer, contrabaixo
Chris Thile, bandolim
James Bryan Sutton, violão folk
John Williams, violão

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Vassily Genrikhovich

 

5 comments / Add your comment below

  1. Tem um outro disco dele, um gravado ao vivo com uma banda, Bela Fleck and the Flecktones Live at the Quick, que é muito massa, recomendo fortemente.

    1. Béla Fleck é um grande mestre do banjo. tenho alguns cds dele que são absolutamente fantásticos. Essa banda que toca com ele tem Victor Wooten no baixo elétrico, um dos maiores baixistas da atualidade. Recentemente lançou outro CD com Chick Corea, que posso trazer qualquer hora destas.

  2. Vindo de longinquas plagas, fui internado num orfanato da capital paulista, instituição que primava pela disciplina(primava até demais). Ali tinhamos a Banda, a Orquestra e o Côro. Célebres na época, nos apresentavamos em inumeros locais e até na TV. Eu fazia parte do côro e era o principal da segunda voz, mas como a Orquestra se apresentava muito mais que o côro, infiltrei-me e consegui uma vaga na orquestra para tocar BANJO(ou Balalaika). Estudei o instrumento e quando estava apto para apresentarme outros destinos vieram e me desviaram da rota. Por isso, é uma grata lembrança esta postagem sobre o Banjo. Obrigado, Vassily, você sempre nos surpreendendo! Obrigado.
    manuel

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