.:interlúdio:. Claude Bolling & Jean Pierre Rampal – Suites para Flauta e Piano Jazz Trio

Esta foi uma das primeiras postagens que fiz, lá em 2008 ainda, no início do PQPBach, outros tempos, ainda era Professor de Ensino Fundamental em uma cidade de interior, tinha de viajar todo dia para ir dar aula. Cansativo, com certeza. Muita coisa mudou desde então, já sai da sala de aula há bastante tempo. 

Resolvi voltar a estes CDs depois de tanto tempo por diversos motivos, um deles está devidamente descrito aí no texto original: a torrente de lembranças e emoções que me trazem estas peças tão brilhantemente executadas por este grupo excepcional de músicos. Ah, que saudades desta época de minha vida, comprei estes discos lá entre meus dezessete ou dezoito anos. Quarenta e poucos anos se passaram, mas as emoções são as mesmas. A sensibilidade e delicadeza das peças tocam fundo no coração, impossível não nos emocionarmos com como a magnífica “Baroque and Blue” ou com a ultra romântica “Sentimentale“, ou com a incrível “Veloce“, que fecha o primeiro disco.  

Ao contrário da primeira postagem, desta vez estou trazendo os dois discos que a dupla gravou, ainda lá em meados dos anos 70. Rampal já nos deixou há bastante tempo e sempre foi meu ídolo, sempre o admirei, minha mãe sempre falava dele e em Jascha Heifetz como exemplos a serem seguidos se eu quisesse ser músico. 

Claude Bolling ainda gravou outros discos dentro do mesmo espírito, como com o violoncelista Yo-Yo Ma ou com o violonista Alexandre Lagoya, mas o impacto não foi o mesmo, pelo menos não para mim. Se estiverem interessados, posso trazê-los aqui em outra ocasião. Mas vamos ao que viemos. Espero que apreciem, são dois discos fundamentais na minha formação musical e que com certeza ajudaram a formar meu caráter e gosto musical. 

p.s. Tenho de reconhecer que ainda me emociono muito com estes dois discos. Como diz nosso querido mentor PQPBach, acho que entrou um cisco no meu olho, pois estou começando a lacrimejar. 

Há algumas semanas atrás um leitor/ouvinte nosso pediu Claude Bolling. E imediatamente acendeu uma luzinha na cabeça de FDP Bach quando se lembrou das Suítes para Flauta e Piano Jazz Trio gravados por este grande pianista de jazz francês com ninguém mais ninguém menos que Jean-Pierre Rampal. Procurou incansavelmente em seu acervo, até que finalmente às localizou. E ao ouvi-las, novamente uma torrente de lembranças lhe veio à cabeça, dos tempos em que, entre os 17 e 20 anos, ouvia estes LPs incansavelmente, viajando através da imaginação pelas impressionantes composições de Bolling, com o sopro divino que emanava dos pulmões de Rampal. Até então não tinha ouvido nada parecido, uma fusão de estilos, um cross-over, um pianista de jazz, que já tinha tocado com todos os grandes mestres, como Oscar Peterson, ou até mesmo Duke Ellington, e um gênio da flauta, que até então nunca tinha se envolvido com jazz. O resultado, bem, o resultado é o que vocês irão ouvir. Considero estes dois cds duas pérolas da incrível capacidade técnica e artística destes dois músicos. Destaco três grandes momentos neste cd: a abertura, denominada “Baroque and Blue”, a magnífica “Sentimentale” e uma legítima aula de fuga bachiana, “Fugace”.

Claude Bolling Trio & Jean Pierre Rampal  Suite nº 1 for Flute & Jazz piano

01 – Baroque And Blue
02 – Sentimentale
03 – Javanaise
04 – Fugace
05 – Irlandaise
06 – Versatile
07 – Veloce

Claude Bolling Trio & Jean Pierre Rampal  Suite nº 1 for Flute & Jazz piano

01. Espiegele
02. Amoureuse
03. Entr’amis
04. Vagabonde
05. Pastorale
06. Affectueuse
07. Intime
08. Jazzy

Jean-Pierre Rampal – Flute
Claude Bolling Trio:

Claude Bolling – Piano
Max Hediguer – Bass
Marcel Sabiani – Drums

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FDP

7 comments / Add your comment below

  1. Santíssimo FDP BAch!
    Que disco estupendo!
    Confesso que arrisco minhas notas na flauta e tenho predileção por esse instrumento, em especial em sua forma transversal.
    E esse disco, a beleza de seus temas, o entrosamento perfeito entre o piano de Bolling e a flauta de Rampal, pelos céus!
    Há um segundo cd, não?
    Espero ansioso pela segunda rodada.
    Um abraço!

  2. Conheci esse LP (o n. 1) quando ainda era estudante de mestrado em Campinas, idos de 1996, época em que havia abundância de CDs e travei conhecimento com a música de concerto. Ouvi-o muitas vezes até que décadas depois me deparei com ele na forma digital (streaming). Guardei o LP e ainda o tenho até hoje (embora não tenha mais reprodutor de vinil).

  3. Após ouvir o n. 1 e n. 2 no Spotify, o algoritmo me sugeriu o “Picnic Suite” com o Rampal, Lagoya e Bolling (essas sugestões do algoritmo são fantásticas para se descobrir novos horizontes). Que disco!!! A trilha 5 (Canon) é de arrepiar. O violão do Lagoya, no disco, fez uma tremenda diferença!

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