DESAFIO PQP! –> Beethoven (1770-1827): Concerto para Piano No. 5 – ‘Emperor’ & Fantasia Coral #BTHVN250 ֍

BTHVN

Emperor

Fantasia Coral

The Voice PQP Bach

 

O quanto o conhecimento antecipado do intérprete afeta nossa apreciação de um disco?

Eu sempre considero esta questão, que pode funcionar em dois sentidos. O mais óbvio é o caso no qual idolatramos um artista a ponto de ficarmos insensíveis às suas falhas ou mesmo às suas tentativas menos frutíferas.

Só para ilustrar esta possibilidade, consideremos o caso da gravação do Concerto Tríplice de Beethoven feita pela EMI com a estelar ‘tróica’ Richter-Oistrakh-Rostropovich acompanhados pela Berliner Philharmoniker, regida por Karajan. A história está no livro ‘Maestros, Obras-Primas & Loucura’, do Norman Lebrecht. No dia da gravação, depois dos abraços no início, tudo deu errado. Oistrakh e Richter acharam os andamentos de Karajan muito solenes e mais outras reclamações. Rostropovitch entregou os pontos e passou para o lado do regente. Todo mundo reclamando de todos… A equipe de produção disse que Karajan tinha outros compromissos e queria encerrar as gravações. Quando Richter e Oistrakh solicitaram mais uma tomada de som, o produtor Peter Andry disse que já tinha material suficiente. O tempo restante na agenda de Karajan era para a foto da capa. Richter, que não tinha papas na língua, disse que a gravação ficou horrível e outras coisas que não repetirei aqui. Apesar de tudo, o disco segue aparecendo em reedições… Eu ouço uma gravação mais antiga (ainda) desta obra, aquela que reúne Lev Oborin, David Oistrakh, Sviatoslav Knushevitzky acompanhados pela Philharmonia Orchestra, regida por Malcolm Sargent e ainda farei uma comparação para tirar minhas próprias conclusões. Seria o disco assim, um fiasco, ou seria implicância do Lebrecht?

Alguém errou…

O outro sentido da questão ocorre quando há pré-julgamento e temos a situação: não ouvi e não gostei! Eu certamente tenho destas coisas e, recentemente, acabei dando a mão à palmatória. Não tenho grande estima pelo maestro americano Lorin Maazel. Além do disco no qual ele acompanha o Gidon Kraemer tocando o Concerto para Violino de Tchaikovsky, com a famosa capa em que o solista parece estar dizendo – Não fui eu! – pouco ouvi do maestro. Pois é, tenho seguido a vida sem ouvir discos outros com o Maazel. Então, dia destes ouvi a Oitava Sinfonia do grande Anton Bruckner em uma gravação EMI-Berliner Philharmoniker-Lorin Maazel. Não é que foi uma grata surpresa?

Assim, decidi fazer esta postagem de um repertório super conhecido, mas sem os nomes dos artistas… Uma proposta de audição às cegas, um blind listening test!

Justiça?

Claro, a questão dos créditos aos artistas envolvidos, tanto para receber os louros e loas, como para levar as tomatadas e apimentadas críticas, se apresenta imediatamente. Após vários tratos a bola, achei que a melhor solução será a de apresentar assim a postagem, sem os nomes, mas a mesma será reeditada, quarenta dias desde sua publicação – uma quarentena! – para que os nomes dos ilustres artistas sejam então claramente nomeados e que seja dado a cada um, segundo o seu talento, o seu devido quinhão.

Espero que você, leitor assíduo e atento de nosso ilustre blog, participe da brincadeira, ouvindo atentamente e anotando as suas impressões. Posteriormente, quando as identidades dos mascarados artistas forem reveladas, que você leia as suas impressões e descubra se elas poderiam ter sido influenciadas pelo prévio conhecimento.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Concerto para piano e orquestra No. 5 em mi bemol maior, Op. 73 – ‘Emperor’

  1. Allegro
  2. Adagio um poco mosso & III. Rondo

Fantasia para piano, solistas, coro e orquestra, Op. 80 – ‘Fantasia Coral’

  1. Fantasia Coral

Solução do Desafio:

Boris Berezovsky, piano

Swedish Chmber Orchestra Örebro

DR Vocal Ensemble and Choir

Thomas Dausgaard

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 229 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 192 MB

Sente-se, ouça a música e, se aprovar, vire a cadeira!!!

Seja você o jurado… E aí, vai ou não virar a cadeira do The Voice PQP?

Aproveite e depois me conte…

René Denon

19 comments / Add your comment below

  1. After the surprise for the smarter tempo than usual, I liked a lot the first movement, because it keeps a musical coherence along it. Also the adagio is a little “master” than usual, but this tempo setting make it to loose the excessively romantic tune adopted by many performers, and gets a more “pre-romantic” atmosphere, though keeping some “sentimental” involvement. It’s the third movement I feel less appeal, as the solist looses sometimes the concentration, in some details. However it’s a very interesting performance. Who are they?

    1. Hi there!
      It is a pleasure to see you’ve listened so attentively the recording, as I can see from your observations. I will state the name of the interpreters in about a month from now, so other people will have a chance to try to discover who they are.
      I hope everything is fine with you and wish you a great weekend!
      Thanks for visiting the blog!
      René

      1. I’m fine thanks! actually the virus is apparently on holidays, here in Italy, though I am afraid that in september/october it could be again active. I know the horrible situation in Brasil. Stay safe!!

  2. Adorei a ideia! Recomendo que façam isso muito mais vezes; sinto mesmo falta de uma audição “às cegas” (com o perdão da catacrese), sem preconceitos. Impossível fazer isso com minhas próprias gravações, todas obsessivamente catalogadas nos mínimos detalhes.

    Também adorei a interpretação, tanto do(a?) pianista quanto da orquestra. Dinâmica muito bem trabalhada; “ataques” orquestrais muito fortes, intensos; andamento mais rápido que o normal, mas sem aquela coisa Nelson Freire de “preciso mostrar que toco isso mais rápido que todo mundo”.

    Fiz uma força para não ler os comentários acima para não ver a resposta. Pode mandá-la por mensagem privada ou e-mail, por favor? O.O

    1. Olá!
      É bom saber que você gostou e que achou a postagem estimulante! Pelos seus comentários vejo que ouviu atentamente os arquivos. Sua descrição é bastante apropriada.
      Conforme disse na postagem, as identidades dos intérpretes serão reveladas no dia 6 de agosto, quando reeditarei a postagem acrescentando então os nomes e a capa do álbum.
      Bem, a menos que algum leitor consiga descobrir antecipadamente esta informação!
      Levarei em conta sua sugestão de outras postagens do tipo.
      Abração!
      RD

    1. Olá!
      Estamos quase na metade do prazo que coloquei para revelar os intérpretes…
      Então, vou adiantar algumas coisas…
      O disco faz parte de uma coleção onde todos os concertos para piano são apresentados com esta mesma formação!
      A nacionalidade do pianista não é a mesma que a do regente…
      Mas eles vêm do frio…
      Abraços!
      RD

          1. Olá, He will be Bach!
            O Blog esteve fora do ar por uns dias, mas está de volta!
            O novo endereço é pqpbach.ars.blog.br
            Espero que nos encontre novamente!
            Abraços do René!

          2. Fico feliz em ver que está de volta, aliás, Welcome Bach!
            Só por isso, vou arquitetar mais um Desafio PQP!
            Abraços!
            Espero que esta resposta chegue até você…
            Abraços do
            RD

  3. Gostei mais da sobremesa (Fantasia Coral) do que do prato principal.

    Tive o palpite de que se tratava de um pianista russo, a partir de algumas características estilísticas…

    E não digo mais, pra não influenciar demais as apostas dos colegas.

    1. De acordo, Pleyel – e as maneiras muito peculiares de tocar os arpejos da abertura do concerto e a introdução quase improvisatória da fantasia coral me deram a certeza de quem era o moscov…, er, o moço. Aguardemos o gabarito!

  4. Eu gostaria muito de ter o CD do Te Deum de Bruckner com a Filarmônica de Viena sob a condução do Karajan. Foi meu primeiro contato com a música de Bruckner e por isso é importante para mim. Alguém pode me ajudar a conseguir o download? Obrigado!

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