Debussy (1862-1918): Études – Paul Jacobs

Debussy

Douze Études pour le piano

En blanc et noir

Paul Jacobs

 

Eu busquei muito este CD, pela música e principalmente pelo intérprete. Paul Jacobs nasceu em 22 de junho de 1930 em Nova Iorque e foi um prodígio. Antes de dez anos já dava concertos. Estudou na Juilliard School. Ao se formar em 1951, foi para a Europa, permanecendo a maior parte do tempo em Paris. Tornou-se figura proeminente no cenário da música contemporânea, atuando em diversos grupos, como o Domaine Musical de Pierre Boulez.

Paul Jacobs

Em 1960 retornou para Nova Iorque e continuou muito ativo, participando de seminários e apresentando-se como solista. Estreou música de compositores como Stockhausen, Berio, Henze, Messiaen e Carter. Em 1961 foi nomeado pianista da Filarmônica de Nova Iorque, indicado por Leonard Bernstein, e ocupou esta posição até o fim de sua vida. Paul tinha interesse por música antiga e era também cravista. Foi dono de uma boa coleção com diversos instrumentos, tais como cravos e espinetas, inclusive um Érard, piano da época de Chopin.

Sua relação com o selo Nonesuch começou quando foi convidado a gravar a obra para piano de Schoenberg, em 1974, devido ao centenário de nascimento deste compositor. Em um intervalo das gravações, Paul tocou um dificílimo estudo de Debussy com tamanha facilidade que todos no estúdio ficaram maravilhados. Assim, estes estudos foram gravados em 1975 e posteriormente outros álbuns com música de Debussy, que muito breve poderão ser encontrados no seu distribuidor PQP Bach mais próximo.

Lamentavelmente, Paul Jacobs foi uma das primeiras vítimas da terrível síndrome que no início dos anos oitenta do século passado acometeu o mundo. Paul Jacobs morreu em 25 de setembro de 1983.

A gravação de ‘En blanc et noir’ que completa este álbum foi feita em 5 de junho de 1982, em um festival de música em Ojai, na Califórnia. Gilbert Kalish descreveu como, apesar do desgaste físico que a doença causava, como a música inspirava Paul e o animava. O som desta gravação não tem a mesma qualidade da gravação em estúdio dos ‘Études’, mas o calor e a empolgação do momento equilibram a balança.

Os ‘Études’ e ‘Em blanc et noir’ encontram-se entre as últimas obras compostas por Debussy, por volta de 1915, quando já se encontrava doente e tinha consciência de seu próximo fim. Mesmo assim produziu estas peças maravilhosas e seu grande envolvimento com a música também se dava na preparação da edição das obras de Chopin. A grande admiração pela obra deste compositor certamente o animou na produção dos seus ‘Études’, que em número de doze se dividem em dois livros. Esta divisão se deve a duas abordagens um pouco diferentes. O primeiro livro leva em conta problemas técnicos tradicionais e o segundo aborda problemas associados a figurações musicais. Os próprios títulos revelam essas diferenças. Por exemplo, o primeiro estudo do livro I chama-se ‘Pour les “cinc doigts” – d’après Monsieur Czerny’, enquanto que o primeiro estudo do livro II é intitulado ‘Pour les degrés chromatiques’. ‘En blanc et noir’ faz clara referência às teclas do piano, mas também tem reflexos dos sentimentos despertados devido à guerra que assolava a Europa.

Eu não consigo ler o título da segunda obra do disco sem me lembrar de ‘Ebony and Ivory’, de Paul MacCartney e Stevie Wonder.

Claude Debussy (1862 – 1918)

Douze Études pour le piano

  1. Étude 1 pour les cinq doigts d’après Monsieur Czerny
  2. Étude 2 pour les tierces
  3. Étude 3 pour les quartes
  4. Étude 4 pour les sixtes
  5. Étude 5 pour les
  6. Étude 6 pour les huit doigts
  7. Étude 7 pour les degrés chromatiques
  8. Étude 8 pour les agréments
  9. Étude 9 pour les notes répétées
  10. Étude 10 pour les sonorités opposées
  11. Étude 11 pour les arpèges composés
  12. Étude 12 pour les accords

En blanc et noir

  1. Avec emportement
  2. Lent, sombre
  3. Scherzando

Paul Jacobs, piano

(Gilbert Kalish, piano II em ‘En blanc et noir)

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FLAC | 199 MB

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MP3 | 320 KBPS | 152 MB

 

Espero que você goste deste disco tanto quanto eu e que esta postagem possa contribuir para reafirmar memória deste extraordinário músico que foi Paul Jacobs.

René Denon

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