50 anos sem Heitor Villa-Lobos (1887-1959): Uirapuru & Sergei Prokofiev (1891-1953): Cinderela

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Fazia um tempo que eu tinha prometido fazer essa postagem e, mesmo não sendo um álbum com obras exclusivas de Villa-Lobos,  acho que não poderia ter havido hora melhor, senão nesse dia tão especial e com tantas homenagens. Uma excelente gravação com a sempre magistral e histórica interpretação do grande Stokowski. Vamos as obras!

Uirapuru – Poema Sinfônico

Há um interessante paralelo entre o poema sinfônico Uirapuru de Heitor Villa-Lobos e O Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky. Ambos são uma representação pictórica musicada de um pássaro encantado que é transformado num ser humano, e ambos foram compostos durante os primeiros períodos de suas carreiras de compositores, apontando-lhes o caminho que suas composições seguiriam nos anos seguintes.
Uirapuru, foi composto em 1917. Foi um dos primeiros sucessos das obras sinfônicas nas quais Villa-Lobos utilizou material folclórico que ele havia reunido durante suas viagens feitas pelo interior brasileiro.
A instrumentação de Uirapuru é extensa e inabitual. Ao lado da instrumental convencional orquestração, inclui o violinofone (um violino com uma trompa adaptada) e desta forma produzindo sons latino-americanos como o coco, tamborim, surdo e o reco-reco.
Na partitura do Uirapuru Villa-Lobos modela uma determinada história sobre a qual o poema sinfônico é baseado. É um conto original, que o compositor organizou com muitas e diferentes lendas brasileiras.

Modinha das Bachianas Brasileiras Nº 1

Em sua série de nove Bachianas Brasileiras que é composta para várias combinações de instrumentos e vozes, Villa-Lobos temperou numa amálgama magnífica, o espírito e a técnica de seu ídolo, Bach, com os melódicos contornos da música folclórica brasileira. A primeira dessas imensamente atrativas pequenas suítes datam de 1930. Foi composta para uma orquestra de violoncelos e em três movimentos. Embolada (Introdução); Modinha (Prelúdio) e Conversa (Fuga). Embolada subentende-se “expansão”; Modinha, é uma forma de canção brasileira e é aqui tratada à maneira de uma ária de Bach. Conversa, como sua denominação faz subentender, é uma forma de conversação. A lírica Modinha é frequentemente apresentada fora do contexto e como um movimento autônomo, tal qual é ouvida nesta gravação.

Cinderela (A Gata Borralheira) – Suite de Balé

A Gata Borralheira é o seguinte do último bailado de Sergei Prokofiev. Começa em 1941, foi interrompido quando da invasão da Rússica pela Alemanha e não completado até 1944. Inicialmente foi apresentado como a primeira nova obra pós-guerra no Teatro Bolshoi em Moscou, em fins de 1945. O libreto é de Nicolai Volkov, coreografia de Rostislav Zakharov, quadros de Peter Williams e Galina Ulanova, dançando o papel-título. Esta versão difere alguma coisa de outras das familiares audiências americanas, como terão sido apresentadas em “tournées” e na televisão, pelo Royal Ballet. A última alardeada coreografia foi de Frederick Ashton e quadros de Jean-Denis Malclés. A primeira apresentação na Europa Ocidental deu-se no Covent Garden de Londres, em dezembro de 1948, com Maria Shearer substituindo a Gata Borralheira por indisposição de Margot Fonteyn, que posteriormente se tornou a principal intérprete desta parte da obra. Com excessão da retirada dos trechos menores, ambas as versões seguem o familiar conto de fadas de Perrault.
Para a Gata Borralheira, Prokofiev escreveu alguma de sua mais insinuante música, uma combinação de seus melhores esforços como compositor de música de contos de fadas e música para bailado. Tempos depois, completando a Gata Borralheira, extraiu duas suites de concerto da partitura original que foram publicadas como suas Opus 107 e 108. Nenhuma dessas suites seguiu a sequência do balé; cada uma delas foi arranjada como um balanço musical e variado, antes que por exatidão cronológica. No presente arranjo dos seis movimentos da suite, Leopold Stokowski intentou combinar elementos de ambos Opus, agrupando-os na ordem do bailado e, de cada tempo, concluindo a variedade musical. Em assim fazendo, ele retirou dois movimentos de cada suite e somou dois movimentos – Gata Borralheira e o Príncipe, e Apoteose – Finale, do corpo da partitura do bailado.

Fonte: Encarte do cd

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Villa-Lobos: Uirapuru & Sergei Prokofiev: Cinderela

01 Uirapuru (14:07)

02 Modinha (Prelúdio) de Bachianas Brasileiras Nº 1 (7:56)

Gata Borralheira (Cinderela)
03 Fada da Primavera e Fada do Verão (4:00)
04 Gata Borralheira vai ao Baile (1:00)
05 Gata Borralheira no Castelo (7:00)
06 Gata Borralheira e o Príncipe (4:09)
07 Valsa da Meia-Noite da Gata Borralheira (4:00)
08 Apoteose – Finale (3:31)

Stadium Symphony Orchestra Of New York
Leopold Stokowski

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Marcelo Stravinsky

3 comments / Add your comment below

  1. O dia de hoje está sendo, com o perdão da palavra, fuderoso.

    Amanhã pela manhã era bom fazermos uma reunião com os acionistas do blog pra decidir onde investir os lucros advindos da atípica quantidade de cliques nos links dos álbuns do Villa.

    Sugiro Tesouro Nacional ou Fundos de Previdência.

  2. Muito obrigado em postar o Uirapuru. Muito obrigado mesmo! Estava a tempos atras dessa gravação, com o Leopold Stokowski na batuta. Heitor Villa-Lobos deveria ser considerado um herói nacional! Grato!

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