Já estava na hora de postarmos outra versão deste concerto, com certeza uma das maiores obras já compostas pelo ser humano. E postar uma versão recente, já que as anteriores foram gravações históricas, como a do David Oystrakh, postada ainda nos primórdios do blog.
A amazon.com deu 4 estrelas e meia para este cd, e o editorialista escreveu o seguinte:
The inside covers of this CD’s booklet show violinist and conductor engaged in a whimsical pose of arm wrestling. It’s a curious visual misnomer for the actual character of the Brahms Violin Concerto, which is notably not cast as a bravura showdown between soloist and orchestra. Rather, as this live performance recorded in Chicago Symphony Hall in 1997 so amply demonstrates, the score’s beauty and fascination emanate in large part from its spaciously symphonic conception. Maxim Vengerov imbues his account with all the variety of expressive color, intellectual weight, and deeply personal statement necessary to make Brahms’s poetry vivid–he even supplies his own cadenza in lieu of the usual one by Joachim–yet never detours from the larger vision at stake. The first movement’s coda in fact creates the sensation of a beguiling reverie from which both violinist and ensemble are reluctant to awaken. Gently tapered phrasing from Vengerov, together with Daniel Barenboim’s attention to the gorgeously crafted woodwind scoring, creates a statement of lofty serenity in the Adagio. And in the finale, where performances too often tend to sound watered-down after the weight of what has preceded, bold, snappy accents ensure an exhilarating momentum. A more intimate example of the synergy between Vengerov and Barenboim can be heard in Brahms’s D Minor Violin Sonata. In contrast to Anne-Sophie Mutter’s huge, luxurious sound, Vengerov brings a more introspective but no less passionate demeanor to bear. Despair and peace alternate with moving contrast in this superb work, which has been interpreted as a character portrait of its dedicatee, conductor Hans von Bülow. –Thomas May
O texto abaixo tiro do meu livro de cabeceira sobre Brahms, de Malcolm McDonald:
“A célebre declaração de Josef Hellmesberger de que o Concerto para violino de Brahms, op. 77 não era um concerto ‘para, mas contra o violino’ (e a réplica de Bronislaw Hubermande que é ‘para violino contra orquestra’ – e o violino sempre vence!)” provavelmente devem ser encaradas como respostas às características decididamente ‘sinfônicas’ da obra. E ela assim se afiguraria ainda mais se Brahms tivesse cumprido sua intenção original: uma estrutura em quatro movimentos cujos esboçados movimento lento e scherzo (…) foram totalmente substituídos, fora do tempo, pelo adágio que conhecemos. De fato o Concerto é, em muitos aspectos o sucessor natural da Sinfonia nº 2- na mesma tonalidade em ré menor – e as similaridades são especialmente fortes no primeiro movimento, cuja semelhança com o da SInfonia foi comentada por Clara Schuman na primeira vez que Joachim e Brahms o tocaram todo para ela. Esta aí, de novo, um espaçoso e aparentemente descansado esquema em 3/4, calorosamente romântico em sua coloração orquestral, em seus temas construídos sobre uma formação em tríade e, embora em si mesmos não especialmente prolongados, evoluindo de um para o outro em imensos parágrafos e raramente muito afastados do caráter de uma valsa calma, porém apaixonada. (…)
(…) O tratamento virtuosístico do violino é inaudito em Brahms e sagazmente matizado de muitos elementos. Estão entre estes seus estudos dos grandes concertos clássicos, muito obviamente os de Beethoven mas também aqueles de um mestre menor, Viotti, cujo Concerto nº22 era um dos preferidos de Joachim e Brahms. Também se invoca a escrita para violino de Bach, cuja chacona em ré menor ele transcrevera para piano no ano anterior. E além disso é infuenciado por suas observações, ao longos dos anos, da ardente execução e da honesta personalidade musical de Joachim, o solista para quem o concerto desde o começo foi projetado.”
Como salientou o editorialista da amazon, a cadenza interpretada por Vengerov não é a de Joachim, e sim dele mesmo, Maxim Vengerov. O cabra é macho mesmo. Mexeu num dos cânones da interpretação violinística dos séculos XIX e XX.
Ah, o cd traz também a Sonata nº 3, para piano e violino, numa inspirada interprtação da mesma dupla Vengerov / Baremboim, sendo este último o responsável pelo piano.
Johannes Brahms – Violin Concerto in D major, Op. 77, Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108
1. I. Violin Concerto in D major, Op. 77 – Allegro non troppo
2. II. Adagio
3. III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
4. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 – I. Allegro
5. II. Adagio
6. III. Un poco presto e con sentimento
7. IV. Presto agitato
Maxim Vengerov – Violin
Chicago Symphony Orchestra
Daniel Baremboim – Piano e Conductor
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FDP Bach