Benjamin Britten (1913-1976): War Requiem

Uma obra-prima, sem sombra de dúvidas, o War Requiem, Op. 66, é uma peça não-litúrgica do réquiem composta por Benjamin Britten em 1962 para soprano, tenor e barítono solistas, coro, órgão, e duas orquestras (uma orquestra completa e uma orquestra de câmara) sobre poemas de Wilfred Owen. Britten, ao aceitar o convite para escrever um Réquiem decidiu unir ao tradicional texto latino da Missa de Mortos uma série de nove textos de Wilfred Owen, poeta que tinha morrido no decorrer da I Guerra. É uma obra de enorme poder poético, que emprega grandes efetivos, e na qual o compositor não foi imune ao que a história da música tinha realizado antes de si, neste âmbito. Foi o próprio Britten a reconhecer a influência que sobre ele exerceram obras como o Requiem de Verdi, por exemplo.

O War Requiem de Britten foi composto para a reinauguração da Catedral de Coventry após as obras de recuperação da mesma, a 30 de Maio de 1962. Esta catedral do século XIV tinha sido parcialmente destruída durante o bombardeamento alemão feito durante a II Grande Guerra Mundial, na noite de 14 de Novembro de 1940. A consagração da igreja reconstruída tornou-se um símbolo do pós-guerra e serviu de mote para um verdadeiro festival onde, para além do Réquiem, foi estreada a ópera de Michael Tippett, O Rei Príamo, precisamente na noite anterior à estreia do War Requiem.

Como pacifista que era, Britten sentiu-se bastante empolgado com a encomenda, encontrando na comissão organizadora uma enorme abertura para as suas ideias musicais. Britten partiu assim da tradicional missa de mortos latina e acrescentou-lhe nove poemas sobre. Estes poemas, cantados entre os vários números da missa, são da autoria do poeta inglês Wilfred Owen, ele próprio vitima de uma guerra – Wilfred Owen estava de serviço na França durante a Primeira Guerra Mundial quando foi morto durante uma batalha, apenas a uma semana do armistício. Sendo na altura relativamente pouco conhecido, Wilfred Owen foi conquistando um lugar de destaque na literatura inglesa de guerra.

Para a noite da estreia do Requiem da Guerra estavam previstas as interpretações da soprano russa Galina Vishnevsakya, do tenor inglês Peter Pears e do barítono alemão Dietrich Fischer-Dieskau, três cantores simbolizando três nacionalidades em tempos separadas pelas questões da guerra, mas que nesta obra se vêem unidas em oração pela paz e pelas vitimas de todos estes flagelos. Acontece que o governo russo de então proibiu Galina Vishnevsakya de se deslocar a Coventry e a soprano russa teve assim que ser substituída pela soprano inglesa Heather Harper que aprendeu todo o Requiem em apenas dez dias. Aos cantores juntaram-se ainda a City of Birmingham Orchestra e o Ensemble Melos de Londres, com Meredith Davies a dirigir a grande orquestra o coro e a soprano e Benjamin Britten a dirigir a orquestra de câmara o tenor e o barítono. Depois das últimas notas do Requiem houve um silêncio profundo, revelador da importância e do simbolismo da obra, que culminou com uma verdadeira apoteose por parte do público presente na Catedral de Coventry. O Requiem da Guerra foi das poucas obras estreadas na segunda metade do século XX a ter um tal impacto e a atingir tão rapidamente uma tal popularidade.

Quando escreveu à sua irmã a contar aquela noite de 30 de Maio de 1962, Britten disse da sua música: “Espero que faça as pessoas pensarem um pouco”.

A gravação que apresentamos tem o time de cantores da estreia e é seguida de diversos comentários aos músicos feitos pelo próprio Britten durante os ensaios.

3 VEZES IMPERDÍVEL!!! (E Comovente, e Emocionante, e Profundo)

(O texto acima tem partes minhas, partes copiadas e nem sei mais o que é meu e o que é de outros…)

Benjamin Britten: War Requiem

CD1
01. Requiem aeternam (chorus)
02. What passing-bells for these who die as cattle (tenor)
03. Dies irae (chorus)
04. Bugles sang (baritone)
05. Liber scriptus proferetur (soprano)
06. Out there (tenor and baritone)
07. Recordare Jesu pie (chorus)
08. Be slowly lifted up (baritone)
09. Dies irae (chorus)
10. Lacrimosa dies illa (soprano and chorus)
11. Move him into the sun (tenor)
12. Domine Jesu Christe (boys)
13. So Abram rose (tenor and baritone)
14. Sanctus, sanctus, sanctus (soprano and chorus)
15. After the blast of lightning (baritone)

BAIXE AQUI O CD 1 – DOWNLOAD CD1 HERE

CD2
01. One ever hangs (tenor and chorus)
02. Libera me, Domine (chorus)
03. It seemed that out of battle I escaped (tenor)
04. Let us sleep now … In paradisum (baritone, tenor, boys, soprano and chorus)
05. Requiem aeternam (Rehearsal)
06. Dies irae (Rehearsal of the opening section)
08. Dies irae (Rehearsal of end of movement)
09. Offertorium (Rehearsal)
10. Sanctus (Rehearsal)
11. Sanctus (Discussion in the control room between Britten and Galina Vishnevskaya)
12. Agnus Dei (Discussion in the control room between Britten, Peter Pears and John Culshaw)
13. Libera me (Discussion in the control room between Britten and John Culshaw)
14. Libera me (Rehearsal)
15. Libera me (Rehearsal of closing page)

BAIXE AQUI O CD 2 – DOWNLOAD CD2 HERE

Galina Vishnevskaya
Peter Pears
Dietrich Fischer-Dieskau

The Bach Choir

London Symphony Orchestra
Hisghgate School Choir
Simon Preston, organ
Benjamin Britten, regência

PQP

Modest Mussorgsky (1839-1881): Pictures at an exhibition; Night on Bald Mountain; Sennacherib; Salammbô; Oedipus; Joshua

Baita orquestra, baita coral, baita regente, música expressionista, bem escandalosa e bela. Uma gravação 100% satisfatória. E viva o Inter!

Modest Mussorgsky: Pictures at an exhibition; Night on Bald Mountain; Sennacherib; Salammbô; Oedipus; Joshua

01 Night on Bald Mountain

02 The Destruction of Sannacherib

03 Salammbo – Chorus of Priestesses

04 Oedipus in Athens – Chorus of People in the Temple

05 Joshua

06 Pictures at an Exhibition -I- Promenade
07 Pictures at an Exhibition -II- Gnomus
08 Pictures at an Exhibition -III- Promenade
09 Pictures at an Exhibition -IV- The Old Castle
10 Pictures at an Exhibition -V- Promenade
11 Pictures at an Exhibition -VI- Tuileries
12 Pictures at an Exhibition -VII- Bydlo
13 Pictures at an Exhibition -VIII- Promenade
14 Pictures at an Exhibition -IX- Ballet of the Unhatche Chicks
15 Pictures at an Exhibition -X- Samuel Goldenberg Und Schmuyle
16 Pictures at an Exhibition -XI- The Limoges Market
17 Pictures at an Exhibition -XII- Catacombae; Sepulchrum Romanum
18 Pictures at an Exhibition -XIII- Cum Mortis In Lingua Mortua
19 Pictures at an Exhibition -XIV- The Hut on Chicken’s Legs
20 Pictures at an Exhibition -XV- The Great Gate of Kiev

Prager Philharmonischer Chor
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado

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PQP

Sergei Prokofiev (1891-1953): Pedro y el lobo, Sinfonia Clássica, Marcha em si bemol maior e Abertura sobre temas hebreus

A versão original era em inglês, narrada por Sting, mas na versão en español deste CD multinacional, ganhamos José Carreras como narrador. Sem reclamações. Gosto muito desta música infantil de Prokofiev e ainda mais de sua Sinfonia Clássica, onde o grande ucraniano nos prova que, se tivesse nascido 150 anos antes, poderia ser Haydn. É curioso. CD ideal para pais que veem seus filhos serem apresentados à música através de indizíveis horrores e que gostariam de algo bem feito que lhes desse uma visão diferente do tum-tchi-tum-tchi de todas as festas e rádios. Como PQP Bach não quer ver os filhos de seus leitores-ouvintes tornarem-se bestas quadradas, ele vem prestar este serviço altamente social.

Sergei Prokofiev: Pedro y el lobo, Sinfonia Clássica, Marcha em si bemol maior e Abertura sobre temas hebreus

1. Marcha En Si Bemol Mayor, Op.99 – The Chm Orch Of Europe/Claudio Abbado

2. Pedro Y El Lobo, Op.67: (Presentacion De Los Personajes Del Cuento Y Sus Motivos Musicales) – Jose Carreras
3. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘Era Muy De Manana Cuando Pedro Salio De Su Casa…’: Andantino – Jose Carreras
4. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘En La Rama De Un Arbol Enorme Estaba Un Precioso Pajarito’: Allegro… – Jose Carreras
5. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘En Ese Preciso Instante Aparecio El Pato Paseando…’: L’istesso Tempo – Jose Carreras
6. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘En Aquel Instante Algo Atrajo La Atencion De Pedro…’: Moderato… – Jose Carreras
7. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘El Abuelo, Fumando Su Pipa, Salio De La Casa…’: Poco Piu Andante… – Jose Carreras
8. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘Tan Pronto Como Pedro Se Hubo Marchado…’: Andante Molto – Nervoso… – Jose Carreras
9. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘Pedro, Que Lo Habia Visto Todo, Pensaba…’: Andantino, Come Prina – Vivo.. – Jose Carreras
10. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘Mientras Tanto, Pedro Agarro La Cuerda Firmemente…’: Allegro – Poco… – Jose Carreras
11. Pedro Y El Lobo, Op.67: ‘Y En Aquel Momento, Los Cazadores Salieron Del Bosque…’: Allegro… – Jose Carreras

12. Obertura Sobre Temas Hebreos, Op.34b: Un Poco Allegro – Stefan Vladar

13. Sinf Clasica, Op.25: 1. Allegro – The Chm Orch Of Europe/Claudio Abbado
14. Sinf Clasica, Op.25: 2. Larghetto – The Chm Orch Of Europe/Claudio Abbado
15. Sinf Clasica, Op.25: 3. Gavotta. Non Troppo Allegro – The Chm Orch Of Europe/Claudio Abbado
16. Sinf Clasica, Op.25: 4. Finale. Molto Vivace – The Chm Orch Of Europe/Claudio Abbado

The Chamber Orchestra of Europe
Claudio Abbado

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PQP

.: interlúdio – Esbjörn Svensson Trio – Tuesday Wonderland :.

A verdade é que nada – ou quase – de jazz contemporâneo chega aos nossos ouvidos via grande mídia. Por aqui e ali, nos canais independentes, é possível conhecer algo novo; ainda assim, a impressão que se pode ter é que o jazz é um gênero moribundo, que só viverá em discos antigos quando todos os decanos músicos estiverem mortos.

Exceção: Esbjörn Svensson Trio, que conheci em uma resenha em já-não-lembro-qual jornal. A notícia chamava a atenção para o fato de que os suecos do e.s.t. – como é frequentemente abreviado – estavam sendo convidados para tocar em festivais de rock; com sua música, conseguiam aproximar-se de novos e diferentes públicos. De fato, a música do pianista Svensson é repleta de dinâmicas, ou talvez melhor dizendo, uma energia que soa “moderna”; mesmo em faixas mais cool, é possível imaginar os músicos suando bicas e dando sangue em cada apresentação. Não apenas isso, também na abordagem aos instrumentos e gravação – como pedal de distorção no baixo ou pedaços de papel nas cordas do piano. O ouvinte irá encontrar algumas doses de experimentalismo – doses essas muito bem utilizadas, a favor do jazz, ao contrário de enfraquecê-lo. Se não, ouçam a faixa “Brewery of Beggars” e me digam o contrário.

As últimas três perguntas desta entrevista para o All About Jazz mostram bem o que vocês tem diante de si.

AAJ: So I guess you have to balance that, the improvising aspect is strong but you have to have the good tunes.
ES: Yeah, I work very hard on composing music, and I know exactly what you’re saying. Not just music to improvise on, but music that is music in its own right. If it fits, great, you improvise over it. I mean, I don’t have a strategy or anything, I just compose from the heart. I’ve been inspired the last couple of years very much by classical music, and trying to learn as much as I can by the great composers, I mean, Bach, Beethoven, Chopin, Bartok. But then put that in a context for the trio so we can put our stamp on it, improvise a lot but in the general framework of the song itself.

AAJ: Well, it goes back to the division between genres. It used to be said that if it didn’t “swing” it wasn’t jazz. I think that’s not so strong now, because of different rhythms brought in through fusion and also free jazz, which doesn’t swing in an orthodox sense. Now, it seems that the yardstick is just improvisation. If you improvise, it’s jazz, but if not, then…
ES: Yes, but then that’s misguided too, and we can’t forget that lots of pop musicians, they are improvising a lot, and also classical! I mean, Johann Sebastian Bach was supposed to be a fantastic improviser, and much of that church music is based on these long improvisations before you get to the melody. And I mean, all those composers… composing is improvising and improvising is composing. But you’re right, the idea that if you’re improvising, you’re playing jazz… it’s just words.

AAJ: Well, there are Ellington pieces with no improvisation, and even avant garde music, some Anthony Braxton pieces are through-composed.
ES: Yes! We just have to live with these labels… I mean, what we’re doing, if you have to call it something… I guess it’s jazz, but it’s not what jazz was.

Esbjörn Svensson morreu em 2008, aos 44 anos, num acidente estúpido enquanto praticava mergulho.

Esbjörn Svensson Trio – Tuesday Wonderland (VBR)
Esbjörn Svensson: piano
Dan Berglund: bass
Magnus Ostrom: cymbals

download – 97MB
01 Fading Maid Preludium 4’10
02 Tuesday Wonderland 6’30
03 The Goldhearted Miner 4’51
04 Brewery of Beggars 8’22
05 Beggar’s Blanket 2’53
06 Dolores in a Shoestand 8’52
07 Where We Used to Live 4’25
08 Eighthundred Streets by Feet 6’47
09 Goldwrap 3’59
10 Sipping on the Solid Ground 4’32
11 Fading Maid Postludium 5’08

Boa audição!
Blue Dog

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 7 – Wilhelm Kempff

De volta de uma viagem, e encerrando mais uma coleção, trago o sétimo e último CD das Sonatas para Piano de Schubert que Wilhelm Kempff gravou.

Franz Schubert – Sonata in A moll – D537, Sonata in C dur – D279 (Fragments) Sonata in E Dur – D. 157

01 – Sonata in A moll – D537 – Allegro ma non troppo
02 – Allegretto quasi un andantino
03 – Allegro vivace
04 – Sonata in C dur – D279 (Fragments) – Allegro moderato
05 – Andante
06 – Menueto. Allegro vivace
07 – Sonata in E Dur – D. 157 – Allegro ma non troppo
08 – Andante
09 – Menueto. Allegro vivace

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FDP Bach

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 6 – Wilhelm Kempff

Mais uma postagem rápida, pois estou viajando daqui a pouco. Eis o cd 6 da integral das Sonatas para piano de Schubert na interpretação de Wilhelm Kempff.Se der tudo certo, amanhã termino esta coleção.

Acho que meu primeiro contato com a música de Franz Schubert foi nos tempos do saudoso Clássicos para a Juventude, que a Globo passava nos domingos de manhã, ainda nos anos 70. Um tenor brasileiro, se não me engano Paulo Porto (podem me corrigir se eu estiver errado) cantava lieders do “Winterreise”, inclusive sua versão brasileira, que começava mais ou menos assim: “Esta canção, que eu canto ao luar, eu fiz pensando em você” (sintam-se a vontade de corrigir se eu estiver errado, mas creio que a letra começava assim).

01 – Sonata in E-flat major, D568 – I. Allegro moderato
02 – II. Andante molto
03 – III. Menuetto (Allegretto)
05 – Sonata in A-flat major, D557 – I. Allegro moderato
06 – II. Andante
07 – III. Allegro
08 – Sonata in E minor, D566 – I. Moderato
09 – II. Allegretto

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP Bach

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 5

Nas correrias em que anda minha vida, tenho tido muito pouco tempo para me dedicar mais ao blog, e sequer consigo ouvir direito meus cds.  Já andei cogitando, inclusive conversei com o mano PQP Bach, de me afastar em definitivo do blog, pois odeio quando não consigo fazer as coisas às quais me proponho. Postar esta integral de Schubert está sendo muito difícil e complicado, devido ao trabalho que dá. Ripar o cd, converter em mp3, enviar para o rapidshare, preparar o texto, postá-lo, enfim, este processo toma muito tempo, e tempo é algo do qual não disponho muito atualmente. Acreditei que, quando troquei de emprego há pouco menos de dois meses, as coisas iriam melhorar, mas, ao contrário, ficaram mais complicadas. Tudo bem que agora não tenho mais provas para corrigir, nem aulas para preparar, mas quando chega o final de semana estou tão cansado que a última coisa que quero fazer é postar alguma coisa.

Enfim, vamos ao quinto cd da série. Wilhelm Kempff, com certeza um dos maiores músicos do século XX, para variar está inspiradíssimo interpretando estas sonatas.

Franz Schubert – Sonatas D.664, D. 625 e D.575 – Wilhelm Kempff

01 – Sonata in A major, D664 – I. Allegro moderato
02 – II. Andante
03 – III. Allegro
04 – Sonata in F minor, D625 – I. Allegro
05 – II. Scherzo (Allegretto)
06 – III. Allegro
07 – Sonata in B major, D575 – I. Allegro ma non troppo
08 – II. Andante
09 – III. Scherzo (Allegretto)
10 – IV. Allegro giusto

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP Bach

G. F. Handel (1685-1759): L’Allegro, il Penseroso ed il Moderato

Espécie de oratório profano sobre poema de John Milton, L’Allegro, il Penseroso ed il Moderato é uma obra que costuma incompreensivelmente permanecer fora do repertório habitual barroco. Se você gosta de Handel como eu, tem que conhecer esta música pastoral que já foi muito criticada por sua tranquilidade e alegria… Sim, sim, eu li coisas assim! O registro de Gardiner é o melhor que já escutei. Quando o jardineiro decide acertar, ele o faz com raro brilho. A gravação é de 1980, ano em que sua trupe andava impossível mesmo.

Handel: L’Allegro, il Penseroso ed il Moderato

1. Part I – L’Allegro: Hence Loathed Melancholy
2. Part I – Il Penseroso: Hence Vain Deluding Joys
3. Part I – L’Allegro: Come, Thou Goddess
4. Part I – Il Penseroso: Come, Rather, Goddess
5. Part I – L’Allegro: Haste Thee, Nymph
6. Part I – L’Allegro: Haste Thee, Nymph
7. Part I – L’Allegro: Come, And Trip It
8. Part I – Il Penseroso: Come, Pensive Nun
9. Part I – Il Penseroso: Come, But Keep Thy Wonted State
10. Part I – L’Allegro: Hence, Loathed Melancholy/L’Allegro: And If I Give The Honour Due
11. Part I – Il PenserosoL First, And Chief, On Golden Wing
12. Part I – L’Allegro: If I Give Thee Honour Due
13. Part I – Il Penseroso: Oft On A Plat Of Rising Ground
14. Part I – Il Penseroso: Far From All Resort Of Mirth
15. Part I – L’Allegro: If I Give Thee Honour Due
16. Part I – L’Allegro: Straight Mine Eye
17. Part I – L’Allegro: Or Let The Merry Bells/And Young And Old Come

1. Part II – Il Penseroso: Hence, Vain Deluding Joys
2. Part II – Il Penseroso: Ths Night Oft See Me
3. Part II – L’Allegro: Populous Cities
4. Part II – L’Allegro: There Let Hymen Oft Appear
5. Part II – Il Penseroso: Me, When The Sun Begins To Fling
6. Part II – L’Allegro: I’ll To The Well-Trod Stage Anon
7. Part II – L’Allegro: And Ever Against Eating Cares
8. Part II – L’Allegro: Orpheus Self May Heave His Head
9. Part II – L’Allegro: These Delights If Thou Canst Give/These Delights If Thou Canst Give
10. Part II – Il Penseroso: But Let My Due Feet Never Fail
11. Part II – Il Penseroso: There Let The Pealing Organ Blow/And Let Their Sweetness
12. Part II – Il Moderato: Hence, Boast Not/All This Company Serene
13. Part II – Il Moderato: Come, With Gentle Hand Restrain
14. Part II – Il Moderato: No Moe Short Life
15. Part II – Il Moderato: As Steals The Morn Upon The Night
16. Part II – Il Moderato: Thy Pleasures, Moderation, Give

Jennifer Smith (Soprano)
Maldwyn Davies (Tenor)
Marie McLaughlin (Soprano)
Martyn Hill (Tenor)
Michael Ginn (Treble/boy soprano)
Patrizia Kwella (Soprano)
Stephen Varcoe (Baritone)

Monteverdi Choir
English Baroque Soloists
dir. John Eliot Gardiner

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PQP

.: interlúdio: The Many Sides of Toshiko Akiyoshi :.

Confesso: durante muito tempo evitei o jazz. Sentia grande atração pelo estilo – principalmente o veloz virtuosismo do bop – mas temia colocar a primeira pata dentro dessa Caixa de Pandora. Porque talvez mais do que qualquer outro gênero musical (o erudito é um universo à parte), seja impossível ouvi-lo de longe: em sua dualidade, se o jazz não incomoda, apaixona – e exige. Pesquisa, audições pacientes, tempo de maturação. Um labirinto que dura o tempo de uma vida e onde não se procura a saída; apenas os corredores mais ricos e ornamentados. (Um amigo disse certa vez que não existem ouvintes de jazz, apenas colecionadores.)

Hoje já me sinto melhor adaptado, mas voltei àquela sensação ao me deparar com Toshiko Akyoshi num post do excelente Jazzever (a quem desde já agradeço). Toshi de quem? Pianista? Japonesa? Disco de 1957, pela Verve??? Já com os fones nos ouvidos, procuro informações – enquanto uma mistura de Gil Evans e Bud Powell tira litros de swing de seu piano no standard “The Man I Love”:


Akiyoshi nasceu no ano de 1929 em Dairen, na China, mas mudou-se para o Japão em 1946. Ela tocou com Sadao Watanabe e depois de ser encorajada por Oscar Peterson, estudou na Berklee durante 1956-59. Casou-se por um tempo com o sax-altista Charlie Mariano, co-liderando o Toshiko Mariano Quartet no início dos anos sessenta.

Depois de trabalhar com Charles Mingus em 1962, Toshiko ficou no Japão por três anos. De volta a New York em 1965, criou séries musicais em rádio e formou um quarteto com o segundo marido, Lew Tabackin, em 1970. Depois de mudar-se para Los Angeles em 1972, Toshiko Akiyoshi montou uma big band impressionante com excelentes solistas, como Bobby Shew, Gary Foster e Tabackin. Eles gravaram vários álbuns notáveis antes de Akiyoshi decidir em 1981, de retornar a New York. Desde então Akiyoshi e Tabackin têm estado bastante ativos, embora a sua big band tenha recebido menos publicidade do que tinha em L.A. Seu nome está presente entre os melhores arranjadores de jazz nas últimas décadas. clube de jazz

 

Muito prazer, Toshiko. Neste The Many Sides… não notei nada que caracterizasse um toque feminino ao bop de altíssima qualidade, formato trio, que se ouve; como isso não tem qualquer importância, fica apenas a sutil e adorável sensação de mãos delicadas improvisando temas com bastante vigor. E uma espécie de transgressão – uma oriental como bandleader de algo tão enciclopedicamente jazz, um ritmo americano que prescindiu das mulheres desde o fim da Era do Swing e suas vocalistas.

E agora, com uma discografia que inclui mais de 80 itens, para onde vou? Mais uma vez o labirinto do jazz me mostra um corredor gigantesco. Ainda bem que sigo pelo faro e pelo instinto. E claro, pelo prazer. Impossível perder-se.

Toshiko Akiyoshi – The Many Sides of Toshiko [320]
Toshiko Akiyoshi: piano
Jake Hanna: drums
Gene Cherico: bass

download – 89MB
01 The Man I Love (G. Gershwin, I. Gershwin) 5’27
02 Minor Moods (Brown) 4’16
03 After You’ve Gone (Layton, Creamer) 3’35
04 We’ll Be Together Again (Fischer, Laine) 4’29
05 Studio J 3’15
06 Tosh’s Fantasy 9’04
07 Bags’ Groove (Jackson) 6’48
08 Imagination (Van Heusen, Burke) 3’35

Boa audição!
Blue Dog

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 4

Minha vontade era de mandar tudo pro espaço, mas meu compromisso em postar esta integral falou mais alto. Estou tendo alguns problemas com o programa editor do blog, que, sem motivo nenhum, tem apagado textos e links de minhas postagens. Por algum motivo, este programa não gosta de mim, pois os problemas só acontecem comigo. Mas trago mais um volume da série do Wilhelm Kempff tocando Schubert. Os números do rapidshare me deixaram felizes, gosto quando a postagem é bem acolhida.

Franz Schubert – Sonata in A minor, D845, Sonata in C major [Fragment], D840 Sonata in A minor, D784

01 – Sonata in A minor, D845 – I. Moderato
02 – II. Andante poco mosso
03 – III. Scherzo (Allegro vivace)-Trio (Un poco piu lento)
04 – IV. Rondo (Allegro vivace)
05 – Sonata in C major [Fragment], D840 – I. Moderato
06 – II. Andante
07 – Sonata in A minor, D784 – I. Allegro giusto
08 – II. Andante
09 – III. Allegro vivace

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP

.: interlúdio: Polar Bear – Held in the Tips of Fingers :.

Quando ia escrevendo sobre um som de tempos complexos e classificação desafiadora, que talvez mostrasse um futuro (sonoro) para o jazz, eis que descubro esta resenha:

It is, perhaps, the sound of the future—one of them anyway—and boy, does it work. Basically uncategorisable, Polar Bear reflects the mega-eclectic, post-modern listening tastes of Rochford (who wrote all the tunes) and his colleagues, moving with equal enthusiasm through Björk and Beethoven, Pig Destroyer, Coltrane and his tenor legacy, Monk, Stockhausen and the ghost of Rip Rig & Panic. With some of Kurt Weill’s crudely syncopated, rough edged, fairground-meets-cabaret pit band arranging aesthetic thrown in for good measure.

It is jazz all right, 100% and no mistake, but with bongfuls of left-field electronica and mutant, rocked-up and pfunkified groove spicing the free-improv centred mix. There’s not a lot of concern with harmonic development—hey, the band is led by a drummer, and apart from Jonny Phillips’s guest guitar on “Beartown” there are no chord instruments—but for aberrant and off-centre rhythmic and melodic development you’ve hit the muthalode.

Most excitingly perhaps, Polar Bear has reclaimed the in-the-moment, radical, “out” attitude that jazz pretty much invented, back in the day, and then has progressively lost, at least in some strands, as it has become an increasingly repertory-bound, cautious, and conservative music. Held On The Tips Of Fingers by contrast explodes with passion and exuberance, a hunger for risk and adventure, and full-on and revelling-in-it spontaneity. allaboutjazz

Não, não é o standard-bop do café da manhã; é criativo, improvisativo, e muito interessante. Não é outro estilo onde somou-se jazz; é jazz – tanto que concorreu ao BBC Jazz Award em 2006 – , mas contemporâneo e exploratório. A faixa-título é um primor de beleza e levada cativante. Ousem.

Polar Bear – Held in the Tips of the Fingers (vbr v0)
Sebastian Rochford: drums
Mark Lockheart, Pete Wareham, Ingrid Laubrock: tenor saxophone
Tom Herbert: double bass
Leafcutter John: electronics
Jonny Phillips: guitar
Joe Bentley: trombone
Emma Smith: violin
Hannah Marshall: cello

download – 74MB
01 Was Dreaming You Called You Disappeared I Slept
02 Beartown
03 Fluffy (I Want You)
04 To Touch the Red Brick
05 Held on the Tips of Fingers
06 Argumentative
07 The King Of Aberdeen
08 Your Eyes the Sea
09 Life that Ends Too Soon

Boa audição!
Blue Dog

Alexander Glazunov (1865-1936): Quarteto e Quinteto

Talvez minha simpatia por Glazunov venha do fato de ele ter sido professor de Shostakovich. Glazunov foi o principal compositor russo da geração pós-Tchaikovsky. Seu reinado foi curto. Ele é uma espécie de Brahms ainda mais formal e com talento bastante inferior, mas soube suportar a rebeldia de seus alunos, o que é um grande mérito pessoal. O CD que posto hoje é bem típico: tranquilo, de grande elegância, porém sem aquela fagulha que só aparecem nos grandes mestres ou, talvez por sorte, eventuamente nos médios.

Quintet for Two Violins, Viola and Two Cellos in A Major, Opus 39
1- Allegro
2- Scherzo. Allegro moderato
3- Andante sostenuto
4- Finale. Allegro moderato

Quartet No. 7 for Two Violins, Viola and Cello in C Major, Opus 107
5- Adagio. Allegro giocosa (Remembrance of the Past)
6- Andante affetuoso (The Breath of Spring)
7- Allegro scherzando (In the Mysterious Forest)
8- Moderato (Russian Festivity)

The Shostakovich Quartet

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PQP

Revalidado – Niccolò Paganini (1782-1840): 24 Caprichos, Op. 1 – Ilya Kaler

Eu realmente não gosto de Paganini. Eu realmente adoro estes caprichos. Como explicar? Convivo há anos com este paradoxo. Detesto os concertos, detesto as outras obras, amo — mas amo mesmo! — seu Op. 1. A gravação que Ilya Kaler fez para a Naxos é uma obra de arte a altura da música deste para mim estranho compositor. O som do violino é belíssimo, os andamentos parecem ser sempre os mais corretos. Na minha opinião muito pouco reverente aos ícones, dá para jogar fora os lendários registros de Accardo e tantos outros. São história.

Por favor, não pensem que sou apenas mais um dos admiradores do 24º Capricho, o qual inspirou Brahms, Rachmaninov e Lutoslawski a escreverem variações sobre ele. Não, gosto e ouço regularmente todos, apesar de reconhecer a genialidade do 24º.

IMPERDÍVEL!!!

Paganini: 24 Caprices, Op. 1

1. No. 1 in E major 00:01:56
2. No. 2 in B minor 00:02:47
3. No. 3 in E minor 00:03:46
4. No. 4 in C minor 00:07:27
5. No. 5 in A minor 00:02:34
6. No. 6 in G minor 00:06:26
7. No. 7 in A minor 00:03:43
8. No. 8 in E flat major 00:02:36
9. No. 9 in E major 00:02:53
10. No. 10 in G minor 00:02:09
11. No. 11 in C major 00:04:17
12. No. 12 in A flat major 00:03:01
13. No. 13 in B flat major 00:02:24
14. No. 14 in E flat major 00:01:15
15. No. 15 in E minor 00:02:50
16. No. 16 in G minor 00:01:38
17. No. 17 in E flat major 00:03:41
18. No. 18 in C major 00:02:44
19. No. 19 in E flat major 00:03:02
20. No. 20 in D major 00:03:37
21. No. 21 in A major 00:03:22
22. No. 22 in F major 00:02:39
23. No. 23 in E flat major 00:03:39
24. No. 24 in A minor 00:04:53

Ilya Kaler, violino

Total Playing Time: 01:19:19

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PQP

[restaurado por Vassily em 6/6/2020]

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 3 – Wilhelm Kempff

Aproveitando mais este feriadão de abril, trago mais um volume da série das Sonatas de Schubert interpretadas por Wilhelm Kempff. Fico feliz em verificar a aceitação desta coleção através dos números de download. São sete cds, e espero concluir a série até o final do mês, se o tempo permitir.

Franz Schubert (1797-1831) – Sonata in G major, D894, Sonata in D major, D850

01 – Sonata in G major, D894 – I. Molto moderato e cantabile
02 – II. Andante
03 – III. Menuetto (Allegro moderato)
04 – IV. Allegretto
05 – Sonata in D major, D850 – I. Allegro vivace
06 – II. Con moto
07 – III. Scherzo (Allegro vivace)
08 – IV. Rondo (Allegro moderato)

Wilhelm Kempff – PIano

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Franz Josef Haydn (1732-1809): Quartetos de Cordas, Op. 64

A Naxos é surpreendente. Às vezes aparece com gravações verdadeiramente espetaculares. É o caso destes amigos de FDP Bach, o pessoal do Kodaly Quartet. Sou apaixonado pelo Op. 64 de Haydn, o homem que inventou o gênero e cuja obra, neste e em outros formatos, é um achado de variedade, beleza, alegria e inteligência musical. Não lembro bem, porém chutaria que são 67 os quartetos de Haydn. Sessenta e sete! E mais 104 Sinfonias! Tchê, não deixem de ouvir a interpretação do Kodaly para o Op. 64, Nº 5, “The Lark”. O famoso quarteto foi recriado com irresistível charme.

IMPERDÍVEL!!!!

String Quartet No. 48 in C major, Op. 64, No. 1, Hob.III:65
1. I. Allegro moderato 00:07:08
2. II. Menuetto: Allegretto ma non troppo 00:04:38
3. III. Allegretto scherzando 00:04:15
4. IV. Finale: Presto 00:03:41

String Quartet No. 49 in B minor, Op. 64, No. 2, Hob.III:68
5. I. Allegro spiritoso 00:05:04
6. II. Adagio ma non troppo 00:06:39
7. III. Menuetto: Allegretto 00:03:15
8. IV. Finale: Presto 00:04:12

String Quartet No. 50 in B flat major, Op. 64, No. 3, Hob.III:67
9. I. Vivace assai 00:05:54
10. II. Adagio 00:07:48
11. III. Menuetto: Allegretto 00:05:28
12. IV. Finale: Allegro con spirito 00:05:26

Total Playing Time: 01:03:28

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String Quartet No. 51 in G major, Op. 64, No. 4, Hob.III:66
1. I. Allegro con brio 00:04:53
2. II. Menuetto: Allegretto 00:03:39
3. III. Adagio – Cantabile e sostenuto 00:06:10
4. IV. Finale: Presto 00:04:36

String Quartet No. 53 in D major, Op. 64, No. 5, Hob.III:63, “The Lark”
5. I. Allegro moderato 00:06:34
6. II. Adagio – Cantabile 00:06:44
7. III. Menuetto: Allegretto 00:03:26
8. IV. Finale: Vivace 00:02:17

String Quartet No. 52 in E flat major, Op. 64, No. 6, Hob.III:64
9. I. Allegro 00:05:39
10. II. Andante 00:05:03
11. III. Menuetto: Allegretto 00:03:30
12. IV. Finale: Presto 00:03:17

Total Playing Time: 00:55:48

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Kodaly Quartet

PQP

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – CD 2 – Wilhelm Kempff

Demorei para postar esta integral por estar com uma dúvida: afinal, no meio de tantos intérpretes tão bons para Schubert, qual era o que mais se destacava? Nossa querida Clara Schumann, lá do seu distante Portugal, já me dizia que sua preferência era seu querido brendelzinho, mas nutria uma paixão secreta pelo grande Wilhelm Kempff, por este motivo, então relutei tanto em postar. Decidi então colocar os Impromptuns com o Brendel e as sonatas com o Kempff.

Pois então, VIllalobiano, eis sua tão amada Sonata D. 959. Kempff fazendo história, no auge de sua carreira, além da D. 958,  Rendam-se ao talento deste gigante dos teclados, para muitos, o maior pianista do século XX.

Franz Schubert – Sonata in C minor, D958, Sonata in A major, D959

01 – Sonata in C minor, D958 – I. Allegro
02 – II. Adagio
03 – III. Menuetto (Allegro)
04 – IV. Allegro
05 – Sonata in A major, D959 – I. Allegro
06 – II. Andantino
07 – III. Scherzo (Allegro vivace)
08 – IV. Rondo (Allegretto)

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP Bach

Samuel Barber (1910-1981): Adágio para Cordas & Aaron Copland (1900-1990): El Salón México, Quatro Episódios de Rodeo e Appalachian Spring

Não achei este CD na Amazon, mas ele existe sim, tanto que quiser comprovar sua existência poderá fazê-lo.

Trata-se de gravações bastante antigas e dignas de obras de Copland e Barber. O Adágio de Barber é aquela música utilizada em Platoon que já encheu o meu saco apesar de bonitinha, e as obras do Copland não lembram filmes de guerra, mas uma atmosfera de interior da California da primeira metade do século misturada à Emerson, Lake & Palmer. O CD não me fez ter orgasmos duplos e não suporto a longuíssima Appalachian, a qual me fez dormir mais uma vez.

Mas, se retirarmos a Appalachian, é boa música.

Importante: CVL já publicou todas ou quase todas estas obras em registros superiores em qualidade a estes que ora vos posto.

Samuel Barber
1. Adagio for Strings
Philadelphia Orchestra
Eugene Ormandy

Aaron Copland
2. El Salón México
3-6. Four Episodes from “Rodeo”
7. Appalachian Spring
Minnesota Orchestra
Neville Marriner

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PQP

Franz Schubert (1797-1831) – Klaviersonaten – Vol. 1 – Willhelm Kempff

Há muito prometida, eis a integral das Sonatas de Schubert com o grande Willhelm Kempff. Para muitos, a principal gravação das obras de Schubert, item obrigatório em qualquer cdteca. O texto abaixo foi retirado do New York Times, quando do lançamento da coleção, em 1981:

Between 1965 and 1970, Wilhelm Kempff recorded 18 Schubert sonatas, a survey now re-released on seven Deutsche Grammophon CD’s (423 496-2). Kempff’s insouciant tempos and simplicity of line employ a strategy of concealment. They reveal Schubert’s mysterious world by hiding it from us, or almost hiding it.

For while Kempff’s playing is all innocent demeanor and happy briskness, he knows just when to drop his guard. Through deflected image, glimpse and implication, the pain, nostalgia and wonder beneath this surface are allowed to come through, made even more powerful by indirection. Where pianists like Sviatoslav Richter, Serkin and Arrau attempt to meet Schubert’s dark side head-on — with heavy declamation and groaning seriousness — Kempff has wisely kept a straight face and a light touch.

I can think of no other pianist who could have gotten away with Kempff’s quickness and plainness here. How, for example, do the treble passages in the first movement of the G-major Sonata (D. 894) sound so ingenuous and yet convey such weight? How can Kempff move the beginning of the great A-major Sonata (D. 959) so briskly and still retain a ritual dignity? Why does the finale of the D-major Sonata (D. 850) resemble a child’s dream, and how does the opening of the famous B-flat Sonata (D. 960) survive Kempff’s leisurely simplicity? Isn’t this profoundly serious music, worthy of the deepest interpretive gestures?

Innocence, I suspect, is not the clue to Kempff’s success. He did not achieve these small miracles just by riding around on the winds of inspiration. Or if indeed innocence is the answer, it is innocence hard won. The precision with which Kempff signals new harmonic directions or shifts in light and dark is too uncanny and too regular to have arrived all by itself. Slight hesitations, smoothings of legato, the barest accentual nudge — all bear the mark of a contemplative mind that rejects complication as a lower order of intelligence. One notices after a few hours of listening the reflection of decades, made to behave as if nothing had been reflected on at all.

Kempff also understood recording — not perhaps its gadgetry, but its sense of scale. The great explosions of the late A-major’s slow movement are not pianism turned orchestral but pianism that implies orchestral effect within the boundaries of a specific instrument. Indeed, the modesty of the living room — with its opportunities to whisper as well as gesticulate — pervade these seven wonderful disks. They also remove this music from the concert hall where it has never been entirely comfortable.”

Eis o comentário do editorialista da amazon.com :

Wilhelm Kempff was a master of poetic lyricism, with a wondrous keyboard touch and a breathtaking command of subtle dynamics and tonal colorations–all invaluable attributes of any Schubert interpreter. He also had the knack of holding together large structures that can often seem aimless, thus avoiding another trap many pianists fall into, that of lavishing so much attention on passing detail that Schubert’s “heavenly lengths” can seem wayward wanderings. The one criticism often heard is that Kempff emphasizes poetry at the expense of drama. This magnificent set leaves that claim unsubstantiated.

Few pianists have been so successful, for example, in what may be Schubert’s wildest single movement, the nightmarish Andantino of the A major Sonata, D. 959. Here, Kempff captures the tortured mood of the piece to perfection without breaking its Classical frame. Tempos are generally expansive, but Kempff’s tonal luster and unerring sense of natural phrasing never make you want him to step on the accelerator. A special treat is the inclusion of rarely heard early works. Some of these were left unfinished; others reflect a composer still mastering his craft. But most are of more than passing interest, and some have an enchanting, aching beauty. Kempff’s Schubert set has been a recording classic since its release on LP; its availability in a space-saving CD box at a budget price is cause for celebration. –Dan Davis

Klaviersonaten D. 960 in B Flat Major, D. 960, Five Pieces [Sonata in E major], D459

01 – Sonata in B-flat major, D960 – I. Molto moderato
02 – II. Andante sostenuto07 – III. Adagio
03 – III. Scherzo (Allegro vivace)
04 – IV. Allegro ma non troppo
05 – Five Pieces [Sonata in E major], D459 – I. Allegro moderato
06 – II. Allegro
07 – III. Adagio
08 – IV. Scherzo (Allegro)
09 – V. Allegro patetico

Wilhelm Kempff – Piano

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FDP Bach

Robert Schumann (1810-1856)- Piano Concerto in A Minor, op. 54, Johannes Brahms (1833-1896) – Piano Concerto nº 1, in D Minor, op. 15

Esta é a melhor gravação que já tive oportunidade de ouvir do Concerto para piano de Schumann. Pollini, Abbado e a Filarmônica de Berlim estão perfeitos, nada a acrescentar, nada a reclamar. Aliás, o mano PQP está aguardando ansioso esta gravação, já que é com seu ídolo Pollini. E o Concerto de Brahms também está impecável.

Não estou colocando o link da amazon por questões técnicas. Existe algum problema mal resolvido entre o WordPress e o meu computador que tem me deixado muito aborrecido ultimamente. Cada vez que coloco o link e mando salvar a postagem, o dito cujo do link desaparece. Para quem se interessar, este CD faz parte da “Pollini Collection”, coleção de 13 CDs que a Deutsche Grammophon lançou em homenagem aos 60 anos do ilustre italiano.

Espero que apreciem.

Robert Schumann – Piano Concerto in A Minor, op. 54, Johannes Brahms – Piano Concerto nº 1, in D Minor, op. 15

01 – Schumann – Concerto for Piano and Orchestra in A minor, Op.54 – Allegro affet
02 – Intermezzo. Andantino grazioso
03 – Allegro vivace

04 – Brahms – Concerto for Piano and Orchestra No.1 in D minor, Op.15 – Maestoso
05 – Adagio
06 – Rondo. Allegro non troppo

Maurizio Pollini – Piano
Berliner Philharmoniker
Claudio Abbado – Conductor

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FDP Bach

.: interlúdio: Yamandu Costa, Lida :.


Em sua mais recente passagem pelo país, o maestro alemão Kurt Masur apelidou Yamandu Costa de “o Paganini do violão”. O gaúcho de Passo Fundo achou a comparação exagerada e se apressou em dizer que não tinha pacto com o demônio – segundo a lenda, o violinista Niccolà Paganini tinha. Além de ser um magnífico elogio, a alcunha inventada por Masur serviu para ressaltar o vínculo de Yamandu com o universo erudito. No mesmo ano em que estreou sua peça Bachbaridade (uma suíte para violões) no palco do Municipal do Rio de Janeiro, o músico gravou um disco com o sanfoneiro Dominguinhos, talvez o maior expoente vivo do forró. Agora solta mais um álbum – o oitavo da carreira – em que a música regional dá as cartas. (daqui)

 

O disco em questão, Lida, foi lançado em 2007, de forma independente, e está esgotado – como todos os outros de Yamandu. Assim como no Duofel postado há um tempo atrás, este cão se envereda pela seara dos violonistas – que evocam Radamés Gnatalli, Baden Powell e um certo regionalismo que é difícil de encontrar em dose igual à do talento instrumental (ok, não vou falar de Hermeto hoje). O resultado é essa sempre procurada sensação antagônica – de relaxamento cerebral ao mesmo tempo em que ele põe-se louco a decifrar a complexidade do que se ouve. E para mim, pouco brilho pode ser maior que este, em que uma trama tão desafiadora dá forma a algo tão belo quanto simples. A isso rotulam “genial”, e eu concordo meneando a cabeça, em respeitoso silêncio.

Yamandu Costa – Lida (320)
Yamandu Costa: violão de 7 cordas
Guto Wirtti: baixo acústico
Nicolas Krassik: violino

download – 83MB
01 Baionga
02 Missionerita
03 Dayanna
04 Lida
05 Ana Terra
06 Bem Baguala
07 Brincante
08 Adentro
09 Encerdando
10 Ventos dos Mortos

Boa audição!
Blue Dog

.: interlúdio :. Carla Bley / Social Studies

Hoje apresentaremos o tango reacionário e a valsa sinistra. Formação em Sociologia orientada por Carla Bley através de um CD de belíssima capa.

O famoso Reactionary Tango que abre Social Studies é uma obra prima (atenção para o show de Steve Swallow). O restante do CD não fica muito atrás. A irreverência de Bley fica desta vez no nome das músicas, pois o disco é absolutamente sério. A única citação está no Tango e a única paródia é a Valsa. V. A. Bezerra escreveu neste site:

As características da música de Satie estão todas presentes na música de Carla Bley: os títulos irônicos, o gosto pelas sonoridades grotescas, as citações feitas com fins paródicos, a repetição ad nauseam de padrões rítmicos, e o uso abertamente kitsch de clichês da música mais comercial – às vezes claramente irônico, porém às vezes perpetrado com uma candura tal que nos deixa em dúvida se, desta vez, ela está mesmo falando aquilo a sério. Também assim como em Satie, tudo isso vem amarrado por um manejo perversamente competente da técnica composicional e orquestral, que aqui e ali nos lembra que, por baixo de toda aquela aparente anarquia e paródia, existe na realidade uma mente musical solidamente embasada a mexer as cordinhas. Não sendo uma virtuose de seu instrumento, Carla Bley desenvolveu um estilo instrumental bastante peculiar, reservando as passagens mais difíceis a solistas tecnicamente mais bem preparados.

Carla Bley – Social Studies

1 Reactionary Tango (12:52)
2 Copyright Royalties (6:41)
3 Utviklingssang (6:30)
4 Valse Sinistre (4:54)
6 Floater (5:55)
7 Walking Batteriewoman (4:24)

Bass – Steve Swallow
Drums – D. Sharpe
Engineer – Tom Mark
Euphonium – Joe Daley
Organ, Piano, Composed By – Carla Bley
Saxophone [Soprano, Alto] – Carlos Ward
Saxophone [Tenor], Clarinet – Tony Dagradi
Trombone – Gary Valente
Trumpet – Michael Mantler
Tuba – Earl McIntyre

Recorded September through December 1980.
Mixed January 1981 at Grog Kill Studios, Willow, New York.

Originally released 1981

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PQP