John Adams (1947): Harmonielehre / Short Ride in a Fast Machine (Tilson Thomas)

John Adams (1947): Harmonielehre / Short Ride in a Fast Machine (Tilson Thomas)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Michael Tilson Thomas e a Sinfônica de São Francisco tocando John Adams. Não tinha como dar errado. Trazemos hoje um disco inteligente e vivo, muito vivo, procês. Tilson Thomas e Adams têm longa colaboração e foi com a SFS a estreia de Harmonielehre em 1985 (com regência de Edo de Waart). Não significa tanto, mas este CD, que também tem Short Ride in a Fast Machine, ganhou vários prêmios, inclusive um Grammy. Essas duas obras de Adams são pedras fundamentais da música norte-americana, duas obras-primas modernas. Short Ride é um portal de entrada. Harmonielehre é uma majestosa sinfonia. Divirtam-se.

John Adams (1947): Harmonielehre; Short Ride in a Fast Machine

1 Harmonielehre: Part I 17:23
2 Harmonielehre: Part II: The Anfortas Wound 12:54
3 Harmonielehre: Part III: Meister Eckhardt and Quackie 11:48

4 Short Ride in a Fast Machine 5:04

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John Adams: esse é gênio.
John Adams: esse é gênio.

PQP

Missa dos Defuntos, para Coro Misto a Quatro Vozes e Órgão: Pe. José Maurício Nunes Garcia (Acervo PQPBach)

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Este LP foi um presente do Monge Ranulfus. Não tem preço!!!

Este vinil é o de número 46, último da coleção “Grandes Compositores da Música Universal”, publicado pela Editora Abril em 1970. Peço licença ao mestre Strava para antecipar esta postagem de sua coleção!

Os vinís publicados nesta coleção são mais finos que um vinil comercial e produzidos com um composto mais barato. É surpreendente como ainda conseguimos digitalizar com algum sucesso essas faixas com 43 anos de idade!

— De quem é esta música tão bonita?
— É sua, padre-mestre.
No fim da vida, José Mauricio, a memória fraca, não mais se lembrava das músicas que compusera. Quantas seriam? Trezentas, quatrocentas, quinhentas, quem sabe. E o velho não reconhecia mais as melodias, que, salvo algumas exceções, só haviam sido executadas uma ou duas vêzes. Durante 43 anos escrevera música, quase sempre por encomenda, a mando de soberanos ou a pedido de algum bispo ou cortesão. Na verdade, nunca passara de um criado: esta era a verdadeira posição do músico na época. Nunca pedira, em troca, grandes favores. Contentava-se com o salário medíocre, para “não incomodar Sua Majestade”. Nem mesmo fôra recompensado pela fama, senão num rápido e fugaz momento.

Pobre, simples, humilde, José Maurício nunca lamentara que o tratassem como artista secundário. Permanecia na obscuridade, aplaudindo e aprendendo com aquêles que obtinham mais sucesso. Jamais reclamou por ser na Côrte um serviçal relegado a segundo plano. Seguia servindo, obsequioso e modesto, sem nada ambicionar ou exigir. Jamais se incomodou com os nobres, que viam nêle um provinciano, um colono. Desgastava-se trabalhando, compondo música sacra ou profana, conforme os pedidos, e ensinando gratuitamente na sua escolinha: “A mocidade a instruir-se nessa arte da música”.

Sem nunca poder deixar o Rio de Janeiro para mergulhar nos grandes centros musicais da Europa, ainda assim foi o mais importante compositor clássico do período colonial, não só no Brasil, mas talvez em tôda a América Latina. E nunca pensou nisso, nunca se preocupou com isso. Compunha e cantava porque gostava de compor e cantar. Nada mais.

Se com êle se cometiam injustiças ou se exigiam esforços quase acima de sua precária saúde, não tinha voz para protestar ou lamentar-se. Uma vez escreveu uma modinha, por titulo: Beijo as Mãos Que me Condenam. Esse poderia ter sido perfeitamente o seu submisso lema.

Todavia, como escreveu a ilustre musicóloga e regente brasileira Cleofe Person de Matos: “Rejubilemo-nos, porém, com as suas alegrias, que delas sabemos nós, com quem elas se repartem. E, se no compositor elas se misturam às angústias da criação, para nós, que do ato criador só conhecemos as primeiras, essas alegrias são puras. E são a riqueza que o padre José Maurício Nunes Garcia deixou para a cultura do seu povo”. “Para nosso país, a mais humilde figura do período musical que circundou a nossa Independência é também a sua mais significativa personalidade.”
(extraído do excelente encarte que acompanha esta postagem)

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção
01. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 01. Introito
02. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 02. Kyrie
03. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 03. Gradual
04. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 04. Ofertório
05. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 05. Ofertório
06. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 06. Ofertório
07. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 07. Ofertório
08. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 08. Sanctus
09. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 09. Hosana in Excelsis
10. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 10. Benedictus
11. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 11. Hosana in Excelsis
12. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 12. Agnus Dei
13. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 13. Communio
14. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 14. Cum Sanctis Tuis
15. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 15. Requiem aeternam
16. Missa dos defuntos, para coro misto a 4 vozes e órgão (1809) – 16. Cum Sanctis Tuis
Associação de Canto Coral. Maestrina Cléofe Person de Mattos
17. Moteto: Improperium do Ofício de 6ª Feira Santa (1789) – Popule Meus
18. Antífona para a cerimônia do Lava Pés da 5ª Feira Santa (1799?) – Domine Tu Mihi Lavas Pedes
19. Moteto para a Semana Santa – In Monte Oliveti

Missa dos Defuntos, para Coro Misto a Quatro Vozes e Órgão – 1970
Grupo Coral do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro. Maestro Walter Lourenção
Associação de Canto Coral. Maestrina Cleofe Person de Mattos

LP digitalizado por Avicenna
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Visite o mais completo site sobre a vida e obra do Padre José Maurício. (http://www.josemauricio.com.br/)
Em português & English. CLIQUE AQUI.
CL

Boa audição.

Avicenna

José Alves, sec. XVIII & Manoel Dias de Oliveira (1735-1813) & José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805) & Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) (Acervo PQPBach)

lkwv8Música Sacra do Brasil Colonial
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis

Ricardo Kanji, regente
1998

Há cinco séculos atrás começava para os Portugueses e Espanhóis a colonização e exploração do Novo Mundo recém descoberto. Para a extração das suas riquezas naturais, utilizaram duas estratégias vitoriosas: a conquista e submissão dos nativos, pacífica ou através das armas, e a importação de mão de obra escrava da África.
Em ambos os casos, os vencidos foram obrigados a aceitar os valores culturais dos vencedores, entre eles a religião católica.

A música foi um recurso utilizado pelos missionários para aproximar-se dos nativos. Não raro encontram-se, nas centenárias igrejas do Peru ou do México, partituras de polifonias escritas na língua dos que se pretendia converter. Estes, uma vez convertidos, após um aprendizado tomavam parte nos coros e nas orquestras presentes nas cerimônias religiosas. O mesmo destino era reservado aos escravos que demonstravam algum talento para o canto.

A serviço da Igreja, também atuaram no continente grandes compositores europeus, como Tomás de Torrejon y Velasco no Peru (Século XVII), Ignácio de Jerusalem no México (Séc. XVIII), Domeinco Zipoli e Roque Ceruti na Argentina (Século XVIII) e André da Silva Gomes no Brasil (Sécs. XVIII-XIX). Mas a medida que a educação musical foi-se difundindo, destacaram-se compositores entre os nativos, às vezes indígenas ou mulatos.

No Brasil, o maior destes compositores foi o Padre José Mauricio Nunes Garcia, mulato e neto de escravas. Sua obra ainda é desconhecida mesmo do público brasileiro amante da música clássica, o que não faz justiça ao grande compositor que foi.

-oOo-

Five centuries ago Portugual and Spain began to colonize and explore the New World, recently discovered. To extract its natural resources, they employed two successful strategies: to conquer and submit the natives, either pacifically or through firearms, and to import slave working hands from Africa.
In both cases, subjected people had by obligation to accept the conqueror’s cultural values, among them Catholic Religion.

Music was a resource used by the missionaries to get closer to the natives. It is not rare to find, in centenary churches from Peru or Mexico, polyphony scores written in the natives’ own languages. Once converted, after some learning they took part in choirs and orchestras playing in religious ceremonies. The same destiny was reserved for slaves with some talent for singing.

Some fine european composers worked for the Church in Latin America, like Tomás de Torrejon y Velasco in Peru (17th century), Ignácio de Jerusalem in Mexico (18th century), Domenico Zipoli and Roque Ceruti in Argentina (18th century), and André da Silva Gomes in Brazil (18th and 19th centuries). But as musical education made progress, some native composers appeared, regardless their race. Indians and mulatos (half-breed) were not rarely seen making scores and conducting music.

In Brazil, the finest of all native composers was Father José Mauricio Nunes Garcia, a mulato and grandson of slaves. His works are quite unknown even for brazilian music lovers, what does not make justice to the great composer he was.

Textos extraídos do excelente site dedicado ao Padre José Maurício: http://www.josemauricio.com.br/JM_P_Dis.htm

Palhinha: Ouça: 31. Tota pulchra es Maria, com escuta guiada

Anônimo (início do séc. XVIII)
01. Matais de incêndios (Cantiga ou Vilancico para o Natal)
Anônimo Mineiro séc XVIII
02. Ex tractatu Sancti Augustini
José Alves (Portugal, sec. XVIII)
03. Donec Ponam (du Dixit Dominus)
Manoel Dias de Oliveira (São José del Rey [Tiradentes], 1735-1813)
04. Bajulans
Anônimo Mineiro séc XVIII
05. Asperges me / Domine, hyssopo
06. Miserere mei, Deus
07. Gloria, Patri
08. Sicut erat
09. Hosanna filio David
10. Collegerunt pontifices
11. Sanctus
12. Pueri Hebræorum

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Vila do Príncipe, 1746- Rio de Janeiro, 1805)
13. Ego enim accepti a Domino
14. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 1. Exaudi nos, Domine
15. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 2. Gloria, Patri
16. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 3. Sicut erat
17. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 4. Immutemur habitu
18. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 5. Misereris omnium, Domine
19. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 6. Miserere mei, Deus
20. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 7. Quoniam in te confidit
21. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 8. Gloria, Patri
22. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 9. Sicut erat
23. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 10. Kyrie / Christe / Kyrie
24. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 11. Domine, ne memineris
25. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 12. Exaltabo te, Domine
26. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 13. Sanctus
27. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 14. Benedictus
28. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 15. Hosanna
29. Bênção das Cinzas e Missa para a Quarta-Feira de Cinzas: 16. Agnus Dei

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
30. Abertura em Ré
31. Tota pulchra es Maria
32. Dies Sanctificatus
33. Abertura da Ópera Zemira (1803) – Ouverture que expressa Relâmpagos e Trovoadas

Brasil Barroco – Música Sacra do Brasil Colonial – K617 – 1998
Orquestra e Coro Vox Brasiliensis
Ricardo Kanji, regente
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Boa audição.

Avicenna

.:interlúdio:. Astor Piazzolla – “El Infierno tan Temido”

.:interlúdio:. Astor Piazzolla – “El Infierno tan Temido”

Confesso que bebi. Não, não aludo a um simpático livro do cartunista Jaguar, que por sua vez alude a Neruda. Jurei, sim, por São Gregório Magno e Santa Hildegarda von Bingen que bastava de Piazzolla; que afastaria de mim esse cálice de perdição. Ora, mas por que tanto alarde em torno de Piazzolla? São apenas truques sonoros envolvendo sequências harmônicas, dominantes secundárias, cromatismos e ostinatos, artifícios rítmicos e percussivos, melodias lancinantes… Certa vez até me disseram que ele nem seria lá grande coisa (!) – assevero que quando ouvi isso não estava bêbado ainda, mas depois tive de ficar. Mas bebi e vou vivendo, e como dizia o samba famoso, tem gente que não bebe e está morrendo. Um dois, três tragos de tanguedias – lembrando Platão: ‘duas e três vezes ainda, a beleza.’ Acho que esse texto está um escrito de bebum. ‘E dai?’, diz ainda o fantasma do velho Platão. Ok, zoopsia talvez, somente porque estou a divisar um casal de centopeias dançando tango vão dizer que é Delirium Tremens, mas diante desse transe apoteótico trago em meu socorro o Sr. Fernando Antônio Nogueira Pessoa, mestre absoluto da poesia e também exímio bebedor:

D.T. – Delirium Tremens – Poema alcoólico (ou pós-alcoólico)

Na realidade outro dia,
Batendo o meu sapato na parede
Matei uma centopeia
Que lá não estava de forma alguma.
Como é que pode?
É muito simples, como vê
Só o início do D.T.
Quando o jacaré cor-de-rosa
E o tigre sem cabeça
Começam a crescer
E exigir serem alimentados.
Como não tenho sapatos
Para os matar
Penso que devo começar a pensar:
Será que eu deveria parar de beber?

Quando as centopeias vierem,
Sem problema
Posso vê-las bem,
Até duplicadas!
Mando-as para casa
Com meu sapato
E, quando todas forem para o inferno,
Irei também.
Então, como um todo
estarei verdadeiramente feliz,
Porque com um sapato Real e verdadeiro
Matarei a verdadeira centopeia:
Minha perdida alma…

Fernando Pessoa – 1935

4kwy7sOra, já confessei minha piazzollatria e minha condição de Farrapo Humano à Billy Wilder por culpa do bandoneon de Mister Pantaleón e do seu violinista, aquele impiedoso reciário de corações chamado Fernando Suares Paz – que Deus o conserve! Estou ébrio, como o celebérrimo pau d’água de Vicente Celestino. Todavia, como dizia Graham Greene, “sempre existe um lugarzinho para os bêbados no coração das pessoas”. E como se não bastasse encontro também alento nas quadras (Rubaiyat) daquele gentilíssimo astrônomo, matemático e doce poeta persa de um milênio, o Omar. É, Omar Khayyam!

“Olha com indulgência aqueles que se embriagam: os teu defeitos não são menores. Se queres paz e serenidade, lembra-te da dor de tantos outros, e te julgarás feliz.”

“Busca a felicidade agora, nada sabes do amanhã. Apanha um grande copo repleto de vinho, senta-te ao luar e pensa: Talvez amanhã a lua me procure em vão.”

“Bebe o teu vinho. Vais dormir muito tempo debaixo da terra. Sem amigo ou amores. Confio-te um grande segredo: não reflorescem as tulipas murchas.”

“Vinho, bálsamo para o meu coração doente. Vinho da cor das rosas, vinho perfumando, para calar a minha dor. Vinho e o teu alaúde de cordas de seda, minha amada.”

“Do meu túmulo se erguerá um tal perfume de vinho que embriagará os passantes; e será tal a serenidade que dele não conseguirão se apartar os amantes.”

“Alguns amigos me dizem: Não bebas mais, Khayyam! Respondo: Quando bebo ouço o que me dizem as rosas, as tulipas, os jasmins: ouço até o que não diz a minha amada.”

“O vinho te dá o calor que te falta, suaviza o julgo do passado e te alivia das brumas do futuro. Inunda-te de luz e te liberta desta prisão.”

“Cansado de indagar aos sábios, indaguei à taça: Para onde irei depois da morte? Ela de respondeu murmurando: Bebe em minha boca. Bebe longamente: Não voltarás.”

2r6nz4mDiante disso, que pensar? Quem poderia condenar-me o vício? Que círculo dantesco me poderia requisitar? Talvez não um inferno dantesco, mas um piazzolesco! Este belo disco chama-se “El infierno tan temido”. Ah, se o inferno for isso, que me aguarde com escancarados portais; e que sobre eles se escrevam o dístico famoso na Comédia da “águia dos latifúndios florentinos” – no dizer de Augustinho dos Anjos; serei tão indiferente quanto o seria Khayyam. Astor escreveu inúmeras trilhas sonoras e esta foi para uma película de 1980, “El infierno tan temido” dirigida por Raúl de la Torre, diretor de filmes que misturam tango com erotismo – nada mais eloquente. Por sua vez, o título advém de um poema que figura em um conto do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti:

No me mueve, mi Dios, para quererte 
el cielo que me tienes prometido, 
ni me mueve el infierno tan temido
para dejar por eso de ofenderte. 
Tú me mueves, Señor, muéveme el verte 
clavado en una cruz y escarnecido, 
muéveme ver tu cuerpo tan herido, 
muévenme tus afrentas y tu muerte. 
Muéveme, en fin, tu amor, y en tal manera, 
que aunque no hubiera cielo, yo te amara, 
y aunque no hubiera infierno, te temiera. 
No me tienes que dar porque te quiera, 
pues aunque lo que espero no esperara,
lo mismo que te quiero te quisiera.

Não falarei da música do disco, não é preciso. Basta somente sentar-se ao luar como Khayyam e ouvir mais este espetáculo do mestre argentino; com vinho, whisky, cerveja ou cachaça, pois que a ordem dos fatores não altera o produto. Vale enfim embriagar-se nesta beleza e bronzear-se nesse inferno sonoro – e que este fogo seja eterno, in saecula saeculorum, amém!

Dedico esta postagem ao amigo de aventuras musicológicas e enológicas, o musicólogo uruguaio-bahiano Pablo Sotuyo Blanco.

Astor Piazzolla – El infierno tan temido
1 El infierno tan temido, part 1
2 El infierno tan temido, part 2
3 El infierno tan temido, part 3
4 El infierno tan temido, part 4
5 Isa Rizzo, part 1
6 Isa Rizzo, part 2
7 Tema di Grazia, part 1
8 Tema di Grazia, part 2
9 Tema di Grazia, part 3
10 Tema di Grazia, part 4
11 Tema di Grazia, part 5
12 Desesperado
13 Gracia alegre
14 Tangueria, part 1
15 Introduzione
16 Tangueria, part 2
17 Tangueria, part 3
18 Gracia Amor
19 Tema di Grazia, part 6
20 Effetti
21 Fotografia (solo bandoneon)
22 Final (solo bandoneon)

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O Sr. Fernando Antônio Nogueira Pessoa, "em flagrante delitro"
O Sr. Fernando Antônio Nogueira Pessoa, “em flagrante delitro”

Wellbach

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Fröst, Debargue, Jansen, Thedeen)

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (Fröst, Debargue, Jansen, Thedeen)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Meus amigos, este disco foi muito famoso durante alguns dias. Acontece que na capa esteve escrito MESSIEAN  e não MESSIAEN. Houve uma gritaria geral, os franceses reclamaram de desrespeito à cultura e à língua francesas… E, enfim, a Sony recolheu o todos os exemplares do CD e relançou-o corretamente. Sabem?, não sou um apaixonado por Janine Jansen, mas acho que devo rever meus conceitos. Ela e um extraordinário grupo de músicos nos trazem aquela que talvez seja a melhor versão desta obra de fundamental do século XX. Tudo canta aqui, principalmente os pássaros, onipresentes na obra do compositor francês.

Quarteto para o Fim dos Tempos foi estreado diante de todos os prisioneiros no pátio gelado do campo de concentração de Stalag VIII A de Görlitz, na fronteira sudoeste da Polônia. Era o dia 15 de janeiro de 1941 e nevava. Há pouco mais de um ano, aproximadamente, a França entrara na Segunda Guerra Mundial. Messiaen fora chamado para servir o exército e, poucos meses depois, em maio de 1940, durante uma ofensiva alemã, foi capturado e levado para o campo de concentração.

O Quarteto foi estreado por Messiaen ao piano, mais Henri Akoka (clarinete), Jean le Boulaire (violino) e Étienne Pasquier (violoncelo). Nenhum dos três era músico profissional. Acontece que o oficial nazista responsável pelo campo de Stalag gostava de música e, quando soube da presença de Messiaen, permitiu que o compositor trabalhasse a fim de realizar um recital com música inédita. Seu nome era Karl-Albert Brüll, um apreciador da música do compositor. Ele proporcionou a Messiaen “condições ‘excepcionais” de trabalho. Deu-lhe lápis, borrachas e papel de música. Também foi-lhe permitido isolar-se num quarto vazio com um guarda de plantão à porta. Tudo a fim de evitar que ele fosse incomodado.

Messiaen escreveu, para os únicos outros instrumentistas que lá estavam presos (um violoncelista, um violinista e um clarinetista), um breve trio que foi posteriormente inserido na obra como quarto movimento. Depois, com a chegada de um piano, Messiaen compôs o resto da obra, assumindo o instrumento.

O católico Messiaen propôs que sua obra fosse uma meditação sobre o Apocalipse de João (10, 1-7). A partitura é encabeçada com o seguinte excerto: “Vi um anjo poderoso descer do céu envolvido numa nuvem; por cima da sua cabeça estava um arco-íris; o seu rosto era como o Sol e as suas pernas como colunas de fogo. Pôs o pé direito sobre o mar e o pé esquerdo sobre a terra e, mantendo-se erguido sobre o mar e a terra levantou a mão direita ao céu e jurou por Aquele que vive pelos séculos dos séculos, dizendo: não haverá mais tempo; mas nos dias em que se ouvir o sétimo anjo, quando ele soar a trombeta, será consumado o mistério de Deus”.

A estruturação do Quarteto em oito movimentos é explicada por Messiaen da seguinte forma: “Sete é o número perfeito, a criação em seis dias santificada pelo sábado divino; o sete deste repouso prolonga-se na eternidade e se converte no oito da luz inextinguível e da paz inalterável”.

Essa música emergiu de horror e teve sua estreia no frio, com guardas e prisioneiros como público. Então, você pode esperar tristeza e brutalidade? Nem tanto. O intensamente religioso Messiaen busca tocae o sublime e o êxtase. E este CD deve ter a melhor versão disso.

Olivier Messiaen (1908-1992): Quatuor pour la fin du Temps
1 I. Liturgie de cristal 02:43
2 II. Vocalise, pour l’Ange qui annonce la fin du Temps 05:01
3 III. Abîme des oiseaux 08:10
4 IV. Intermède 01:42
5 V. Louange à l’éternité de Jésus 08:48
6 VI. Danse de la fureur, pour les sept trompettes 06:04
7 VII. Fouillis d’arcs-en-ciel, pour l’Ange qui annonce la fin du Temps 07:28
8 VIII. Louange à l’immortalité de Jésus 07:23

Personnel:
Martin Fröst, clarinet
Lucas Debargue, piano
Janine Jansen, violin
Torlief Thedeen, cello

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Jansen
Jansen, Fröst, Thedeen e Debargue

PQP

Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras: El Cant de la Sibil-la II – Galicia & Castilla

3329lqvEl Canto de la Sibila II: Galicia & Castilla

Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras

A primeira Sibila, a Sibila da Eritréia, foi considerada ser filha de Apolo.

A Sibila de Cumas, tida na antiguidade como a mais importante das dez sibilas conhecidas, herdou suas profecias. Ela ofereceu os nove livros de profecias para Tarquínio, o rei de Roma, que concordou em pagar um preço muito alto só depois que ela destruisse seis deles. Ao longo dos séculos seguintes, as palavras foram corrompidas e perdidas, mas os judeus e os cristãos conseguiram salvar alguns fragmentos, e que, segundo eles, foram utilizados em seus cultos. Eles foram assim traduzidos para o latim e incorporado à liturgia espanhola no século XII.

Podemos ouvir os apelos místicos da Sibila da Galícia, acompanhados ao som da harpa, e apoiado por coros de grande profundidade com o saltério – antigo instrumento musical – palpitando, e a Sibila de Castela, introduzida por trombetas com zumbidos misteriosos e envolvida por flautas. (adaptado do encarte)

El Canto de la Sibila II: Galicia & Castilla
Alfonso X, El Sabio (1221-1284)
01. Sibila Galaica (XIIème siècle): Madre de Deus
02. Sibila Galaica (XIIème siècle): U verrá na carne
03. Sibila Galaica (XIIème siècle): E u el a todos
04. Sibila Galaica (XIIème siècle): E en aquel dia
05. Sibila Galaica (XIIème siècle): U verás dos santos
06. Sibila Galaica (XIIème siècle): U au juyzio
07. Sibila Galaica (XIIème siècle): U leixarám todos
08. Sibila Galaica (XIIème siècle): U queimará fogo
09. Sibila Galaica (XIIème siècle): U verás os angeos
10. Sibila Galaica (XIIème siècle): U dirán as tronpas
11. Sibila Galaica (XIIème siècle): U será o ayre
12. Sibila Galaica (XIIème siècle): U verrá do çeo
13. Sibila Galaica (XIIème siècle): U terrán escrito
14. Sibila Galaica (XIIème siècle): E quando s’iguaren
15. Sibila Galaica (XIIème siècle): Eu o sol craro
16. Sibila Galaica (XIIème siècle): E du o mar grande
17. Sibila Galaica (XIIème siècle): E u setrelas
18. Sibila Galaica (XIIème siècle): E du o inferno
19. Sibila Galaica (XIIème siècle): E u todo-los Reys
20. Sibila Galaica (XIIème siècle): E u mostrar ele
21. Sibila Galaica (XIIème siècle): Que polos teus rogos
Monastère de Silos, Cantoral de Cuenca, XVI siècle
22. Sibila Castellana (XVIème siècle): Tocata
23. Sibila Castellana (XVIème siècle): Iudicii signum
24. Sibila Castellana (XVIème siècle): Quantos aqui estades
25. Sibila Castellana (XVIème siècle): Si oyésedes lo que dixo Sibila
26. Sibila Castellana (XVIème siècle): El rey de los cielos verná
27. Sibila Castellana (XVIème siècle): A Dios verán presente
28. Sibila Castellana (XVIème siècle): Las animas venirán
29. Sibila Castellana (XVIème siècle): Dexarán los ricos
30. Sibila Castellana (XVIème siècle): Dios los infirnos, quebrantará
Alonso de Cordoba, XVI siècle (refrain)
31. Sibila Castellana (XVIème siècle): Los pecadores seran dañados
32. Sibila Castellana (XVIème siècle): Dios mostrará los pecados
33. Sibila Castellana (XVIème siècle): Perderá le sol su resplandor
34. Sibila Castellana (XVIème siècle): Los montes pues baxarán
Triana, XVI siècle (refrain)
35. Sibila Castellana (XVIème siècle): Montes ni campos no seran
36. Sibila Castellana (XVIème siècle): Fuentes y ri’os fuego arderán
37. Sibila Castellana (XVIème siècle): La tierra se abrirá
38. Sibila Castellana (XVIème siècle): Una reina se levantará
Cristobal de Morales, XVI siècle (refrain)
39. Sibila Castellana (XVIème siècle): Pues vos los criastes
40. Sibila Castellana (XVIème siècle): Esta nuestra Señora
41. Sibila Castellana (XVIème siècle): Pues será el juzgament

El Canto de la Sibila II: Galicia & Castilla – 1996
La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras
Dirección: Jordi Savall

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Montserrat Figueras (1942-2011)
Montserrat Figueras (1942-2011)

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Boa audição.

Avicenna

Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras: El Cant de la Sibil-la III – Mallorca & Valencia

2nkov0iEl Cant de la Sibil-la III
Mallorca & Valencia (1400-1560)

Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras

El Canto de la Sibila (el Cant de la Sibil·la en mallorquín) es un drama litúrgico de melodía gregoriana que tuvo mucha difusión durante la Edad Media en el sur de Europa y que se interpreta de forma tradicional en la Misa de Gallo en las iglesias de Mallorca (entre las que destacan las interpretadas en el Monasterio de Lluc y en la Catedral de Palma) y en Alguer, pueblo de Cerdeña.

Precisamente, Mallorca y Alguer son los dos únicos lugares en los que el canto constituye una tradición que se prolonga desde la Baja Edad Media hasta nuestros días, habiendo quedando finalmente inmune de la prohibición acaecida en el Concilio de Trento, 1545 – 1563, y a cualesquier otra vicisitud. Precisamente por ello, el día 16 de noviembre de 2010 fue declarado por la UNESCO Patrimonio Inmaterial de la Humanidad.1 Previamente hubo sido declarado Bien de Interés Cultural (BIC) por el Consejo Insular de Mallorca el 13 de diciembre de 2004.2

La Sibila es una profetisa del fin del mundo de la mitología clásica que se introdujo y adaptó al cristianismo gracias a la analogía que puede establecerse entre dicha profecía y el concepto bíblico del juicio final.

El testimonio más antiguo de la Sibila cristianizada y cantada en monasterios (aún no popularizada) lo aporta un manuscrito en latín del Monasterio de San Marcial de Limoges (Francia), en pleno Imperio Carolingio. En España el documento más antiguo que se conserva es un manuscrito visigodo de la Mezquita-catedral de Córdoba del año 960, perteneciente a la liturgia mozárabe. Del siglo XI data también el manuscrito de Ripoll redactado en latín, en el ámbito de la cultura litúrgica hispánica, siendo en poblaciones de la actual Cataluña, en donde en buena medida arraigaría.

El Canto de la Sibila constituyó pues una tradición cultural cristiana que tenía como tema central el juicio final que se emitiría sobre buenos y malos, es decir, sobre los fieles al Rey y Juez Universal, cuya llegada era anunciada desde la fiesta de su nacimiento en la condición humana. Inicialmente no fue propio de la Nochebuena actual.
(http://es.wikipedia.org/wiki/Canto_de_la_Sibila)

Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras

El Cantoral de La Concepció, fols. 84v-86v : “Al jorn del judici parra qui haurà fet servici”
Monasterio de monjas de La Concepció Palma de Mallorca
01. Sibil·la Mallorquina – Un Rey Vendra Perpetual
02. Sibil·la Mallorquina – Ans Del Judici Tot Anant
03. Sibil·la Mallorquina – Apres Se Badara Molt Fort
04. Sibil·la Mallorquina – Del Cel Gran Foc Devallara
05. Sibil·la Mallorquina – Llos Puygs E.ls Plans
06. Sibil·la Mallorquina – Hanc Hom Non Feu Res
07. Sibil·la Mallorquina – Ladonchs No Haura Hom Talent
08. Sibil·la Mallorquina – Del Morir Sera Tot Lur Talens
09. Sibil·la Mallorquina – Cascun Cos S’alma Cobrara
10. Sibil·la Mallorquina – Los Infants Qui Nats No Seran
11. Sibil·la Mallorquina – E Dira Cascu Axi
12. Sibil·la Mallorquina – Deus Dexendra Del Celsa Ius
13. Sibil·la Mallorquina – So Es Aquest Que Nos Panges
14. Sibil·la Mallorquina – Deus Dira Aycels Dulcement

Hores de la Setmana Sancta, 1533 : . “Al jorn del judici, se pagarà notre servici” (Anonyme. Refrains de Alonso et Bartolomé Carceres) – Catedral de Valencia
15. Sibil·la Valenciana – Fanfares
16. Sibil·la Valenciana – Gloria Tibi Domine
17. Sibil·la Valenciana – Al Jorn Del Judici
18. Sibil·la Valenciana – D’una Verge Naixera
19. Sibil·la Valenciana – Mostrar-s’han Quinze Senyals
20. Sibil·la Valenciana – D’alt Dels Cels Devallara
21. Sibil·la Valenciana – Portara Cascu Escrit
22. Sibil·la Valenciana – Als Bons Dara Goig Etern
23. Sibil·la Valenciana – Mare De Deu Pregau Per Nos
24. Sibil·la Valenciana – Vosaltres Tots Que Escoltau
25. Sibil·la Valenciana – Fanfares

El Cant de la Sibil-la III – Mallorca & Valencia (1400-1560) – 1999
Jordi Savall & La Capella Reial de Catalunya & Montserrat Figueras

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Boa audição.

Avicenna

Haydn / Takemitsu / Bartók / Pärt: Landscapes

Haydn / Takemitsu / Bartók / Pärt: Landscapes

Gosto desses CDs mistureca. Haydn, Bartók, Pärt e Takemitsu acabam conseguindo uma boa convivência na pequena área do disquinho. Sem Haydn, não se sabe o que seria do gênero do quarteto de cordas. Elo de ligação entre Johann Sebastian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart sua obra é feliz, mas sem a qualidade de um Mozart ou as profundidades filosóficas de um Beethoven. Mas Joseph Haydn foi um grandíssimo gênio. Aqui, está na companhia de compositores nascidos séculos depois. Como combinam bem os revolucionários! Os três irmãos Mark, Erik e Ken Schumann, que cresceram na Renânia e tocavam juntos desde crianças. Em 2012, a violista estoniana Liisa Randalu juntou-se a eles para formar o excelente Schumann Quartett. Olho neles, os caras são bons.

Haydn / Takemitsu / Bartók / Pärt: Landscapes

JOSEPH HAYDN STRING QUARTETT IN B-FLAT MAJOR OP. 76 “SUNRISE”
1 ALLEGRO CON SPIRITO
2 ADAGIO
3 MENUETTO
4 FINALE

5 TORU TAKEMITSU “LANDSCAPE” FOR STRING QUARTET

BÉLA BARTÓK STRING QUARTET NO. 2
6 MODERATO
7 ALLEGRO MOLTO CAPRICCIOSO
8 LENTO

9 ARVO PÄRT “FRATRES”

Schumann Quartett

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Takemitsu: impressionado com a qualidade e a quantidade de música que temos aqui no PQP.
Takemitsu: impressionado com a qualidade e a quantidade de música que temos aqui no PQP.

PQP

Novenas – Pe. José Maurício Nunes Garcia – Coral Porto Alegre e Orquestra – (Acervo PQPBach)

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Pe. José Maurício Nunes Garcia

Coral Porto Alegre e Orquestra

Esta postagem foi possível graças ao ouvinte Fernando Santos que nos enviou os áudios e o encarte do CD “Novenas”, disponibilizando para todos nós um tesouro que não mais se encontra em lojas, sebos ou internet. Não tem preço!

A atividade musical no Brasil durante quase todo o período colonial funcionava basicamente no âmbito das funções religiosas, como comprova a imensa quantidade de peças sacras que foram conservadas. As diversas festas santorais, que sempre exigiam música composta pelos compositores locais, eram patrocinadas, principalmente, pelas Irmandades e Ordens Terceiras. As Irmandades eram congregações de leigos que se reuniam em torno de determinada devoção, sendo formadas, principalmente, por representantes de uma espécie de classe média urbana, profissionais liberais e comerciantes. Aquelas mais ricas construíam sua própria igreja e se serviam dos músicos, mulatos livres na sua maioria, para abrilhantar o serviço litúrgico e as festas em torno do padroeiro. As cerimônias preparatórias à festa do santo de devoção de uma Irmandade eram denominadas de acordo com a sua duração em dias, sendo a Novena a mais comum, ou seja, uma cerimônia ao longo de nove dias.

As Novenas do Padre José Maurício Nunes Garcia, maior compositor brasileiro do período colonial, foram compostas entre 1814 e 1822 e se caracterizam pelo estilo despojado, com limitados recursos instrumentais, no caminho contrário a uma tendência na qual o desenvolvimento das partes vocais e a incorporação de um efetivo maior de instrumentos davam à música mais dramaticidade e colorido. Nas novenas, para acompanhar o quarteto solista e o coro a 4 vozes, o compositor utiliza uma orquestra com o naipe de cordas sem as violas, uma clarineta e uma trompa.

O uso que o compositor faz dos instrumentos e das vozes é bastante idiomático. A parte do baixo geralmente não exerce função melódica ou motívica sendo usado apenas no papel contínuo. Os violinos apresentam-se normalmente em movimento paralelo e as tropas cumprem papel de reforço harmônico ou de ligação temática. Especial mérito tem a parte da clarineta, com uma destacada função concertante, muitas vezes dialogando com os solistas vocais.

O tratamento quase exclusivamente silábico do texto é outra importante característica. Tal procedimento visava tornar o texto litúrgico mais inteligível e era também conseqüência natural do estilo clássico ao qual estava filiado o compositor. O coro geralmente apresenta-se em blocos harmônicos costurados pela atuação mais movida dos violinos e da clarineta, que quase sempre tem o privilégio de expor e desenvolver o material temático. A tessitura não alcança extremos das vozes ou dos instrumentos. Essas características e o fato de possuírem a mesma, até certo ponto inusitada, instrumentação dão ao conjunto das três novenas uma grande unidade.

A mais antiga delas, escrita em 1814, é a Novena do Apóstolo São Pedro e, segundo a musicóloga Cleofe Person de Mattos, foi possivelmente composta “para expressar alegria com o retorno do Papa Pio VII à cátedra de São Pedro, em Roma“. A obra foi oferecida à Ordem Terceira do Carmo com uma ressalva do compositor, em nota autografa na partitura, que a mesma não deveria ser recusada à sua Irmandade, a de São Pedro dos Clérigos, quando solicitada. Uma curiosidade dessa novena é, no Tantum Ergo, uma célula melódica e rítmica que podemos identificar como aquela utilizada por Francisco Manuel da Silva (1795-1865) aluno do Padre José Maurício, na composição do Hino Nacional Brasileiro. A primeira audição contemporânea foi realizada em 1197 durante a Retrospectiva da Música Brasileira realizada no Salão Leopoldo Miguez, com os conjuntos da Escola de Música da UFRJ sob direção do Maestro Ernani Aguiar.

A Novena Nossa Senhora do Carmo também foi fruto de encomenda da mesma Ordem Terceira para a festa da padroeira no ano de 1818 e foi composta junto com a Missa de Nossa Senhora do Carmo que difere completamente da Novena por ser, nas palavras de Cleofe Person de Mattos, “obra vigorosa e de grande agilidade“. Tal fato nos faz supor uma intencionalidade do compositor procurando dar ao conjunto de novenas uma unidade estilística e instrumental, pois o mais lógico seria utilizar na novena a mesma instrumentação da Missa, que prevê um par de clarinetas e outro de tropas, já que foram escritas para a mesma festividade.

A Novena do Santíssimo Sacramento foi ums das obras compostas em 1822, ano marcado como de extrema penúria na vida do Padre José Maurício, com os salários como Mestre da Capela Real atrasados e sem remuneração que recebia pelas aulas de seu curso de música, concedida pro D. João VI em 1809 e retirada em fins de 1821. A novena foi composta por ocasião da entrada do compositor na Irmandade do Sacramento em 17 de março do mesmo ano.

Para a presente gravação foram utilizados os manuscritos autógrafos das novenas pertencente ao acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As “Ladainhas” das novenas do Carmo e do Santíssimo Sacramento, não foram aqui registradas por serem essencialmente litúrgicas, destinadas ao canto da audiência na igreja, e por não despertarem interesse artístico, já que são trechos de dez a vinte compassos repetidos com diferentes textos.

O trabalho do Maestro Ernani Aguiar, fiel “mauriciano” traz à luz pela primeira vez, após quase dois séculos, obras de um dos mais brilhantes artista do período colonial brasileiro que tem sobrevivido graças à abnegação de alguns poucos que, desde sua morte, têm trabalhado no sentido do reconhecimento de um conjunto de peças que é uma das mais importantes contribuições ao patrimônio cultural brasileiro. (André Cardoso, Professor da UFRJ e Regente, extraído do encarte)

Novenas – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
Novena do Santíssimo Sacramento:
01. I. O Salutaris Hostia (solistas, coro e orquestra)
02. II. Hino: Veni Sancte Spiritus (solistas e orquestra)
03. II. Hino: Veni Pater pauperum (gregoriano – coro masculino)
04. II. Hino: Consolator Optime (soprano, coro e orquestra)
05. II. Hino: In labore requies (gregoriano – coro masculino)
06. II. Hino: O Lux Beatissima (solistas, coro e orquestra)
07. II. Hino: Sine tuo numine (gregoriano – coro masculino)
08. II. Hino: Lava Quod est Sordidum (solistas, coro e orquestra)
09. II. Hino: Flecte quod est rigidum (gregoriano – coro masculino)
10. II. Hino: Da Tuis Fidelibus (coro e orquestra)
11. II. Hino: Da virtutis meritum (gregoriano – coro masculino)
12. III. 1ª Jaculatória: Bendito e louvado seja (solistas e orquestra)
13. IV. O Sacrum Comvivium: Antífona (solistas, coro e orquestra)
14. V. Sub Tuum Praesidium: Antífona (solistas, coro e orquestra)
15. VI. Tantum Ergo (soprano, coro e orquestra)
16. VI. Tantum Ergo: Genitori genitoque (gregoriano – coro masculino)
17. VII. 2ª Jaculatória: Bendito e louvado seja (soprano, coro e orquestra)
18. VIII. 3ª Jaculatória: Bendito seja Jesus (soprano, coro e orquestra)

Novena do Apóstolo São Pedro:
19. I. Invitatorio: Regem Apostolorum Dominum (coro e orquestra)
20. II. Hino: Veni Sancte Spiritus (solistas e orquestra)
21. II. Hino: Veni Pater pauperum (gregoriano – coro masculino)
22. II. Hino: Consolator Optime (coro e orquestra)
23. II. Hino: In labore requies (gregoriano – coro masculino)
24. II. Hino: O Lux Beatissima (coro e orquestra)
25. II. Hino: Sine tuo numine (gregoriano – coro masculino)
26. II. Hino: Lava quod est sordidum (coro e orquestra)
27. II. Hino: Flecte quod est rigidum (gregoriano – coro masculino)
28. II. Hino: Da tuis fidelibus (coro e orquestra)
29. II. Hino: Da virtutis meritum (gregoriano – coro masculino)
30. III. 1º Jaculatória: Apostolo Pedro (soprano, coro e orquestra)
31. IV. Responsório (Hino): Beate Pastor Petre (coro e orquestra)
32. IV. Responsório (Hino): Egregie Doctor Paule (gregoriano – coro masculino)
33. IV. Responsório (Hino): Sensit Trinitat Sempterna Gloria (gregoriano – coro masculino)
34. V. Verso (Evangelho): Tu es Petrus (tenor e orquestra)
35. VI. Et Tibi Dabo (coro e orquestra)
36. VII. Quod Qumquae Ligaveris (soprano, contralto e orquestra)
37. VIII. Et Tibi Dabo (coro e orquestra)
38. IX. Gloria Patri (baixo e orquestra)
39. X. Et Tibi Dabo (coro e orquestra)
40. XI. Tantum Ergo (coro e orquestra)
41. XI. Tantum Ergo: Genitori genitoque (gregoriano – canto masculino)
41. XII. 2ª Jaculatória: Apóstolo Pedro (coro e orquestra)
43. XIII. 3ª Jaculatória: Apóstolo Pedro (coro e orquestra)

Novena de Nossa Senhora do Carmo:
44. I. Invitatório: Dominum qui Suum Carmelitarum Matrem (coro e orquestra)
45. II. Hino: Veni Sancte Spiritus (coro e orquestra)
46. II. Hino: Veni Pater pauperum (gregoriano – coro masculino)
47. II. Hino: Consolator Optime (soprano, coro e orquestra)
48. II. Hino: In labore requies (greporiano – coro masculino)
49. II. Hino: O Lux Beatissima (coro e orquestra)
50. II. Hino: Sine tuo numine (gregoriano – coro masculino)
51. II. Hino: Lava quod est sordidum (contralto, coro e orquestra)
52. II. Hino: Flecte quod est rigidum (gregoriano – coro masculino)
53. II. Hino: Da tuis fidelibus (coro e orquestra)
54. II. Hino: Da virtutis meritum (gregoriano – coro masculino)
55. III. 1ª Jaculatória: Senhora do Carmo (soprano, coro e orquestra)
56. IV. Flos Carmeli: Antífona (soprano, contralto, coro e orquestra)
57. V. Tantum Ergo (soprano, coro e orquestra)
58. V. Tantum Ergo: Genitore genitoque (gregoriano – coro masculino)
59. VI. 2ª Jaculatória: Senhora do Carmo (soprano, coro e orquestra)
60. VII. 3ª Jaculatória: No transe horrendo da morte (soprano, coro e orquestra)

Novenas – Pe. José Maurício Nunes Garcia – 1999
Coral Porto Alegre e Orquestra
Maestro Ernani Aguiar
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Boa audição.

Avicenna

André da Silva Gomes (1752 – 1844): Missa a Oito Vozes & Instrumentos (c. 1785) – Acervo PQP

1434bjaAndré da Silva Gomes
Missa a Oito Vozes

Orquestra Cordas de São Paulo
Coro Vozes de São Paulo

A GRAVAÇÃO

Quando em fins do século XVI, Domingos Luis, o “Carvoeiro”, transladou, para as proximidades do riacho Guarepe, a capelinha de Nossa Senhora da Luz, que outrora se erguia no Piranga, não poderia imaginar o futuro papel que a construção, pequena e modesta, representaria dentro da vida paulistana.

Ninguém poderia sonhar qualquer outro destino para a ermida em que se transformou o pequenino templo e os dois cômodos vizinhos, após a morte do “Carvoeiro”.

Quando Frei Antonio de Santana Galvão, em 1774, sob o Govêrno de D. Luis Antonio de Souza Botelho e Mourão, Morgado de Mateus, iniciou no mesmo local a edificação do Recolhimento da Luz e da Igreja de Nossa Senhora da Luz, imaginou fazê-lo tão somente numa ostensiva demonstração de fé. Esse ato de fé assumiria um simbolismo muito significativo no projeto da torre, somente concluída depois da morte de Frei Galvão, ocorrida em 1822.

Mas, para o Govêrno do Estado de São Paulo, na administração do Dr. Roberto Costa de Abreu Sodré, o velho Recolhimento da Luz assume, antes de mais nada, um profundo sentido de fé na gente paulista e na nossa Cultura, cujas raízes nos sobem do período Colonial.

Através do Museu de Arte Sacra de São Paulo [recentemente visitado pelo CVL e Avicenna], preserva-se um dos mais preciosos veios de nossa Arte Religiosa e colonial, ela própria uma rica manifestação de brasilidade.

A idéia de localizar no Recolhimento da Luz o conjunto de obras de arte religiosa de início mandadas recolher por D. Duarte Leopoldo e Silva e guardadas no edifício da Cúria Metropolitana – onde não tinha condições de exibição ao público – partiu de entendimento havido entre o Coodernador da Reforma Administrativa de São Paulo, Luis Arrobas Martins, Secretário da Fazenda, e D. Agnelo Rossi, Cardeal-Arcebispo de São Paulo, entendimento esse logo prestigiado pelas autoridades competentes do Estado e da Igreja, entre os quais seria de justiça mencionar o Dr. Orlando G. Zancaner, Secretário de Cultura, Esportes e Turismo, que determinou ao Conselho Estadual de Cultura desse todo o seu apoio à reforma da ala antiga do Recolhimento para que nela se instalasse o Museu de Arte Sacra de São Paulo. O Conselho Estadual de Cultura não só conduziu a reforma e a instalação com o também mandou fazer o presente disco, comemorativo da inauguração, com a Missa do Padre André da Silva Gomes, que a compôs em São Paulo em 1781. É a primeira gravação que se fez dessa Missa, da maior importância para a História de nossa cultura, executada publicamente, também pela primeira vez, na própria cerimônia inaugural do Museu, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Luz, no dia 28 de maio de 1970.

O AUTOR

André da Silva Gomes, quarto mestre de capela da Sé de São Paulo, nasceu em Lisboa em dezembro de 1752, como consta do assento de batismo realizado na Freguesia de Santa Engrácia daquela cidade, sendo filho legítimo de Francisco da Silva Gomes e Inácia Rosa.

A documentação portuguesa não nos forneceu nenhuma trilha acerca do local ou país onde André tivesse desenvolvido seus estudos iniciais. Chega ao Brasil bastante jovem, com 20 anos de idade, e as condições de sua formação cultural e musical permanecem inteiramente ignoradas. O certo é que seu progresso técnico, após a chegada a São Paulo com o terceiro bispo, Dom Manuel da Ressurreição, em princípios de 1774, é flagrante ao compararmos as suas primeiras composições com a presente obra, de aproximadamente 1785-90. O período áureo da produção musical em São Paulo colônia coincide com as atividades de André da Silva Gomes na Sé. Seu brilhantismo e nível artístico absorvem, sem concorrência – o que apresenta um quadro sui generis – os serviços musicais mais importante da Capital como os da Sé, Câmara, Irmandades do Santíssimo Sacramento e do Carmo. Sua obra, porém, realiza-se sobre pobre contexto técnico-musical historicamente acumulado, ausente categorias numerosas de músicos profissionais, cantores e instrumentistas. Cantores adultos são formados e utilizados no culto somente com André e são geralmente sacerdotes e seminaristas. Antes dele, seu antecessor no cargo, Antonio Manso da Mota, proveniente da Bahia, já dedicara seus momentos à edificação de um substrato até então modesto lecionando meninos, “aprendizes da Solfa”, intuindo que em São Paulo, ausente do meio o elemento músico, jamais se superariam as limitações que obstaculizavam a expansão e o desenvolvimento da arte musical. Antonio Manso provinha de Portugal e em São Paulo desenvolve o ensino mantendo agregados e adotando inúmeras crianças que inicia na arte musical, sendo por eles assessorado, secundado e substituído. Sua vida e trabalho em São Paulo prolongam-se de 1774 a 1823, datando deste ultimo ano sua composição mais recente por nós descoberta dentre mais de centenas do acervo da antiga Sé. Incompatibilizara-se sua estilística com um meio impregnado das inovações do bel-canto e da facilidade rossiniana. Mas é certo que obras suas continuam a ser executadas e recopiadas sem solução de continuidade até adentrado o século XX.

André da Silva Gomes faleceu ao 18 de junho de 1844, com 92 anos, após vinte e um anos de vida reclusa.

A OBRA

A descoberta, a restauração e edição desta obra é um trabalho que complementará a nossa tese de doutorado “A Música na Matriz e Sé de São Paulo Colonial”, onde é abordada a história musical naquele templo até a época da independência política do Brasil, processo que culminou com o desempenho, no mestrado de capela, de André da Silva Gomes.

O protótipo usado para a restauração desta Missa, composta de Kyrie e Gloria, de aproximadamente 1785, é um manuscrito original autógrafo da qual não foi encontrada nenhuma cópia, contemporânea ou posterior. Os solos nela contidos parecem ter sidos executados, à época, com mais freqüência do que o restante da obra, dada a figuração externa das partes.

Ressaltemos nela o cultivo do estilo contrapontístico (Kyrie II, fuga a 8 vozes; Cum Sancto Spiritu: fugato), o rigor da escritura alternada de dois coros (Gloria e Domine Deus) e o tratamento instrumental concebido não apenas como mero reforço tímbrico e de mantenimento das partes vocais; a riqueza harmônica, inclusive na exploração de retardos e antecipações atrevidos (Et in terra). O contínuo caminha de forma barroca – cifrado abundante – mesmo que em momentos esteja o baixo de Alberti para conferir à escritura uma natureza galante acompanhando o cantabile. A presença dos trompetes é valorizada discreta e eficientemente na textura, conferindo à peça um barroco brilhantismo. A riqueza melódica e até exuberante (Laudamus, Qui tollis, Quoniam) e, a par da contrapontística, confere à obra grande variedade, secundada pela variação tonal das unidades. A alternância de caráter (Christe entre os dois Kyrie, Gratias, largo, seguido pelo Domine Deus, caminhante, vivo, entusiástico, por sua vez seguido pelo lânguido e “troppo afectuozo” Qui tollis), integra-se também na exploração tímbrica das vozes onde os baixos têm destacado desempenho. Aquela alternância esta presente da mesma forma em certas seções em que a dinâmica e articulação são manuseadas com muita imaginação e efeito.

Não podemos fundamentar documentalmente nenhum eventual intercambio de André com compositores e obras brasileiras da época; sua estilística mesmo, não parece haver sofrido deles influência. Se tentarmos sua integração em grupos e/ou tendências estilísticas, trata-se de realizar análises exaustivas, a que vimos procedendo, sem o que arrisca-se de superficialidade. Entrementes, ao público definição e consagração.(Régis Duprat, 1970, extraído do corpo do LP original)

Palhinha: ouça Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis – Troppo Affettuoso enquanto aprecia a Madonna, retratada pelos grandes mestres da pintura.

Missa a Oito Vozes & Instrumentos (c. 1785)
André da Silva Gomes (Lisboa, 1752 – São Paulo, SP, 1844)
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 1. Kyrie I – Moderato
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 2. Christe – Andante
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 3. Kyrie II – Fuga A 8
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 4. Gloria I – Allegro
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 5. Et In Terra – Un Poco Largo
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 6. Gloria II – Allegro
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 7. Laudamus – Amoroso
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 8. Gratias – Largo
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 9. Domine Deus – Allegro
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 10. Qui Tollis – Troppo Affettuoso
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 11. Quoniam – Larghetto
Missa a Oito Vozes & Instrumentos – 12. Cum Sancto Spiritu – Fugato

Orquestra Cordas de São Paulo & Coro Vozes de São Paulo – 1970
Regente: Júlio Medaglia
Preparação dos coros: Alexandre Pascoal
Esther Fuerte Wajman e Edmar Ferretti – sopranos
Marilena Tavares de Oliveira – contralto
Elias Moreira da Silva – tenor
Tarcísio do Nacimento – baixo

Gravações originais realizadas em sistema analógico no ano de 1970, reeditadas digitalmente em 2000.

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Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridade.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Mário de Andrade

Boa audição.

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Avicenna

Spanish & Portuguese Orchestral Music – Algarve Orchestra

x1y93pAlgarve Orchestra

Spanish & Portuguese Orchestral Music

Known as “The Spanish Mozart” after his premature death at the age of 19, Juan Crisóstomo Arriaga appears to us today as a talent of great promise. The precocious Symphony for large orchestra in D, a forerunner of Bizet’s youthful Symphony in C, inhabits a world somewhere between Mozart and the early Romanticism of Beethoven or Schubert, or even of Rossini, which had already pervaded Europe but had not yet reached the Iberian Peninsula. Completing the disc are works by a group of composers who illustrate a rare continuity in Portuguese music, from the prolific Carlos Seixas, highly esteemed by Scarlatti, to the two most important Portuguese operatic composers, João de Sousa Carvalho and Marcos Portugal.

Recorded at the University of the Algarve, Faro, Portugal from 16th to 22nd September, 2002, except “Overture: Los esclavos felices” recorded at Igreja do Carmo, Tavira, Portugal on 21st May, 2002.

Spanish & Portuguese Orchestral Music
Juan Crisostomo Arriaga (Bilbao, 1806 – Paris, 1826)
01. Overture, “Los esclavos felices”
02. Symphony in D – I Adagio – Allegro vivace
03. Symphony in D – II Andante
04. Symphony in D – III Minuetto
05. Symphony in D – IV Allegro con moto
José António Carlos de Seixas, (Coimbra, 1704 – Lisboa, 1742)
06. Sinfonia in B flat – I. Allegro
07. Sinfonia in B flat – II. Adagio
08. Sinfonia in B flat – III. Minuet: Allegro
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 1745 – Alentejo, 1799)
09. Overture “L’amore industrioso” – I. Allegro con spirito
10. Overture “L’amore industrioso” – II. Andantino con moto
11. Overture “L’amore industrioso” – III. Allegro spiritoso
António Leal Moreira (Abrantes, 1758 – Lisboa, 1819)
12. Sinfonia (1803)
Marcos Antonio Portugal da Fonseca (Portugal, 1762-Rio, 1830)
13. Overture, “Il Duca di Foix”

Spanish & Portuguese Orchestral Music – 2002
Algarve Orchestra
Maestro Álvaro Cassuto

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MP3 320 kbps – 133,0 MB – 57,8 min
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Boa audição.

2elures

 

 

 

 

 

 

 

 

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Avicenna

.: Interlúdio :. Dinah Washington – Ballads

hswfivDinah Washington morreu em 1963 aos 39 anos. Viveu o suficiente para se casar 8 vezes, divorciar 7 vezes, ter um montão de amantes (até Quincy Jones, segundo as más línguas), e deixar um legado musical formidável, inclusive o título de “Queen of the Blues”.

No Brasil foi lançado este álbum com as suas melhores e inesquecíveis baladas que posto agora, culpa do Blue Dog.

Ouça e sonhe! Unforgettable …

01. Unforgettable
02. Harbor Lights
03. Mad About The Boy
04. I Won’t Cry Anymore
05. If I Loved You
06. I’m Lost Without You Tonight
07. Love Walked In
08. It Could Happened To You
09. Cold, Cold Heart
10. Our Love Is Here To Stay
11. Cry Me A River
12. When I Fall In Love
13. The Song Is Ended, But The Melody Lingers On
14. There Goes My Heart
15. Heart
16. Smoke Gets In Your Eyes
17. With A Song In My Heart
18. Love Is A Many Splendored Thing
19. Don’t Explain
20. Love Letters
21. Am I Blue
22. If I Should Lose You
23. September In The Rain

Dinah Washington – Ballads – 2002

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Avicenna

Béla Bartók (1881-1945): Mikrokosmos 6; Fifteen Hungarian Peasant Songs; Suite, Op. 14; Out Of Doors; Three Burlesques

Béla Bartók (1881-1945): Mikrokosmos 6; Fifteen Hungarian Peasant Songs; Suite, Op. 14; Out Of Doors; Three Burlesques

Provavelmente, a música para piano solo do húngaro Bartók jamais estará entre as dez peças favoritas de música erudita de algum apreciador do gênero. Mas todos os artistas que conheci têm um grande respeito pelas pequenas obras de pianísticas de Bartók e logo falam no enorme impacto que tiveram na música do século XX. Porém, para o ouvinte médio, talvez estas peças soem menores. Em defesa do compositor — que considero um dos três maiores do século XX –, digo que seus trabalhos de piano solo representam uma excursão interessantíssima para o ouvinte mais curioso. Embora Bartók com frequência percorra o terreno cigano ou nacionalista, com seu pulso “bárbaro”, há momentos de ingenuidade e inocência, reflexão simples e silenciosa, bem como beleza rara.

Suite, Sz62 (Op. 14, BB70) (10:04)
1 Allegretto 2:13
2 Scherzo 1:57
3 Allegro Molto 2:11
4 Sostenuto 3:44

Out Of Doors, Sz81 (BB89) (15:23)
5 With Drums And Pipes 2:01
6 Barcarolla 2:01
7 Musettes 3:12
8 The Night’s Music 5:26
9 The Chase 2:12

Fifteen Hungarian Peasant Songs, Sz71 (BB79) (14:46)
10 Rubato 1:02
11 Andante 2:02
12 Poco Rubato 0:46
13 Andante 0:46
14 Scherzo: Allegro 0:57
15 Ballad (Theme With Variations): Andante 3:18
16 Allegro 0:45
17 Allegretto 0:42
18 Allegretto 0:16
19 L’istesso Tempo 0:31
20 Assai Moderato 0:46
21 Allegretto 0:29
22 Poco Piu Vivo – Allegretto 0:33
23 Allegro 0:30
24 Allegro 1:34

Three Burlesques, Sz47 (Op. 8c, BB55) (8:13)
25 Quarrel: Presto 2:20
26 A Bit Drunk: Allegretto 2:53
27 Molto Vivo, Capriccioso 3:00

Mikrokosmos, Sz107 (BB105), Book 6 (29:05)
28 Free Variations: Allegro Molto 1:53
29 Subject And Recollection: Allegro 1:11
30 From The Diary Of A Fly: Allegro 1:32
31 Divided Arpeggios: Andante 2:36
32 Minor Seconds, Major Sevenths: Molto Adagio, Mesto 4:56
33 Chromatic Invention IIIa: Allegro 1:11
34 Chromatic Invention IIIb: Allegro 1:08
35 Chromatic Invention IIIc: Allegro 1:10
36 Ostinato: Vivacssimo 2:18
37 March: Allegro 1:50
38 Six Dances In Bulgarian Rhythm: Eighth Note = 350 2:15
39 Six Dances In Bulgarian Rhythm: Half Note Tied To Dotted Quarter Note = 60 1:08
40 Six Dances In Bulgarian Rhythm: Dotted Quarter Note Tied To Quarter Note = 80 1:16
41 Six Dances In Bulgarian Rhythm: Dotted Quarter Note Tied To Quarter Note Tied To Dotted Quarter Note = 50 1:33
42 Six Dances In Bulgarian Rhythm: Whole Note Tied To Eighth Note = 40 1:10
43 Six Dances In Bulgarian Rhythm: Dotted Quarter Note Tied To Dotted Quarter Note Tied To Quarter Note = 56 1:56

Cédric Tiberghien, piano

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Bartók expõe seu físico para os pequepianos.
Bartók expõe seu físico para os pequepianos.

PQP

Obras de Capella – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ) – Acervo PQPBach

250juopPe. José Maurício Nunes Garcia
Obras de Capella

Coral Porto Alegre
Carlos Morejano organista

“… não tardando a aurora do dia em que as obras primas do Mestre sejam publicadas para que não só os brazileiros mas a humanidade possam receber o legado do patrimônio que elle deixou”.
(Alberto Nepomuceno, 1897)

“O Visconde de Taunay relata um diálogo com Bento das Mercês, arquivista da Capela Imperial e colecionador de manuscritos de José Maurício, ocorrido em 21 de dezembro de 1872, após a realização da Missa do Espírito Santo, quando ouviu pela primeira vez uma obra de José Maurício:
– Porque quer o Sr. saber-lhe o nome [do compositor]? retrucou-lhe o músico carrancudo e rebarbativo.
– Por ter gostado immenso da sua música.
– Pois não sabe que é do grande José Maurício Nunes Garcia?
Negativamente abanou a cabeça o curioso inquisitor.
– Eis ahi, fulminou-lhe o velho cantor depreciativamente. E é deputado! E é deputado!
– Está a missa impressa? onde poderei compral-a? sofregamente indagou o maltratado parlamentar.
– Impressa! retrucou-lhe o músico amarga, acerbamente: Fique sabendo que até hoje, ouviu? _ até hoje! não existe uma só música do nosso José Maurício impressa! Nem uma única! É assim que o Brasil cuida das suas glórias! E trabalhe a gente e se mate por este paiz! Escrever obras primas para serem apreciadas só pelos cupins e as traças!”
(Visconde de Taunay, 1872).

Naquele momento nada havia disponível. Felizmente a situação mudou um pouco e foi exatamente pela cruzada empreendida pelo Visconde de Taunay, no final do século XIX, que a obra de José Maurício foi sendo redescoberta, tendo sido ele peça chave não só na elaboração de inventários do repertório do compositor, mas também no episódio da compra pelo governo federal, no final do século XIX, do espólio de Gabriela Alves de Souza, sobrinha de Bento das Mercês, e que continha um enorme número de manuscritos mauricianos. O acervo adquirido foi depositado na Biblioteca do então Instituto Nacional de Música, hoje Escola de Música da UFRJ. Foi o Visconde de Taunay ainda um incentivador de execuções de obras de José Maurício, tal como na inauguração da Igreja da Candelária no Rio de Janeiro, em 1898, e outras mais.

(extraído de “As Edições de Obras Sacras de José Maurício Nunes Garcia”, por Carlos Alberto Figueiredo, regente e fundador do Coro de Câmara Pro-Arte, pesquisador da música colonial brasileira, em especial a obra de José Maurício Nunes Garcia.)

Palhinha: ouça 01. Credo em Dó Maior CPM 122 – 1. Credo in unum Deum, com imagens recolhidas do site dedicado à vida e obra do padre José Maurício. Clique aqui.

Obras de Capella – Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Credo em Dó Maior CPM 122 – 1. Credo in unum Deum
02. Credo em Dó Maior CPM 122 – 2. Sanctus – Benedictus
03. Credo em Dó Maior CPM 122 – 3. Agnus Dei
04. Psalmus CXXVI CPM 180a – 1. In convertendo Dominus
05. Psalmus CXXVI CPM 180a – 2. Gloria Patri
06. Psalmus CXXXIX CPM 180b – 1. Domine, probasti me
07. Psalmus CXXXIX CPM 180b – 2. Gloria Patri
08. Ave Regina Caelorum CPM 6 – 1. Ave Regina caelorum
09. Ave Regina Caelorum CPM 6 – 2. Gaude Virgo gloriosa
10. Gradual e Ofertório de São Miguel Arcanjo CPM 138/160 – 1. Benedicite Dominum
11. Gradual e Ofertório de São Miguel Arcanjo CPM 138/160 – 2. Stetit Angelus
12. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 1. Simon Petre
13. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 2. Et clavis regni caelorum
14. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 3. Quodcumque ligaveris
15. Responsório “Simon Petre” CPM 171 – 4. Et clavis regni caelorum
16. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 1. Regem Virginum (Invitatório)
17. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 2. Veni Sancte Spiritus (Antífona)
18. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 3. Barbara Virgem (Jaculatória)
19. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 4. Ave Virgo gloriosa (Hymnus Sanctae Barbarae)
20. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 5. Ave Virgo pulchra tota (Hino)
21. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 6. Ave criminis ignara (Hino)
22. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 7. Ave Barbara serena (Hino)
23. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 8. Ave Barbara beata (Hino)
24. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 9. Ave fulgens margarita (Hino)
25. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 10. Bárbara virgem (1ª Jaculatória)
26. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 11. Bárbara virgem (2ª Jaculatória)
27. Novena de Santa Bárbara CPM 65 – 12. Bárbara virgem (3ª Jaculatória)
28. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 1. Te Deum Laudamus
29. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 2. Te Ergo Quae Sumus
30. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 3. Æterna Fac
31. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 4. Dignare Domine
32. Te Deum das Matinas de São Pedro CPM 92 (1809): 5. In Te Domine Speravi

Obras de Capella – 2004
Coral Porto Alegre com direção de Gisa Volkmann, Carlos Morejano organista
Maestro Ernani Aguiar
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Boa audição.

Avicenna

.: Interlúdio :. Della Reese – The Classic Della – 1962

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1962

Essa última postagem do Marcelo Stravinsky sobre Albert Ketèlbey quase me mata do coração. Ele cita a Della Reese interpretando Take My Heart. Essa música faz parte de um LP de 1962 com a Della Reese cantando Don’t You Know, uma de minhas primeiras paixões musicais. Em 1958 eu a ouvia cantar Don’t You Know no programa do Miguel Vaccaro Neto, na Rádio Panamericana de S. Paulo, num radinho portátil Spica. Esse programa sempre apresentava as músicas mais vendidas nos USA, segundo a revista “Cashbox Magazine”. Era o máximo! A Della emplacou um primeiro lugar em 1958 com essa música!

Não conseguindo resisitir à força do passado, apresento o LP “The Classic Della”, somente com versões pop de grandes clássicos, magistralmente interpretados por Della Reese. Que vozerão! É isso! Foi-se o tempo em que os grandes sucessos para a moçada eram versões de clássicos. Não, não tinha bate-estaca … éramos românticos. A maior “sacanagem” permitida era dançar de rosto colado!!! Que delícia …

Não percam Don’t You Know e o Take My Heart do meu amigo Marcelo  Stravinsky … na verdade, mas na verdade mesmo, não percam nenhuma faixa!

01. The Story of a Starry Night (Based on Tchaikovsky’s “Symphony No.6 Pathetique”)
02. These Are the Things I Love (Based on Tchaikovsky’s “Violin Concerto in D Major”)
03. If You Are But a Dream (Based on Anton Rubinstein’s “Romance in E flat, Op. 44, No. 1, aka “Rubinstein’s Romance”)
04. My Reverie (Based on Debussy’s “Rêverie”)
05. Take My Heart (Based on Ketèlbey’s “In a Persian Market”)
06. Stranger in Paradise (Based on Borodin’s “Polovetsian Dances from Prince Igor”)
07. Gone (Based on Drigo’s “Serenade I Milione d’Arlecchino(?)”)
08. Serenade (Based on Schubert’s “Serenade”)
09. Moon Love (Based on Tchaikovsky’s “5th Symphony, 2nd Movement”)
10. Softly My Love – (Based on Chopin’s “Etude in E major, op.10, no.3, Tristesse”)
11. Till The End of Time – (Based on Chopin’s “Polonaise No. 6 in A Flat Major”)
12. Don’t you know (Based on Puccini’s “Musetta’s Waltz Song from La Boheme”)

The Classic Della – 1962
Della Reese, seu vozerão e acompanhada por uma baita orquestra

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Apesar de raramente respondidos, os comentários dos leitores e ouvintes são apreciadíssimos. São nosso combustível.
Comente a postagem!

Avicenna

Béla Bartók (1881-1945): Mikrokosmos 5; Eight Improvisations On Hungarian Peasant Songs

Béla Bartók (1881-1945): Mikrokosmos 5; Eight Improvisations On Hungarian Peasant Songs

Iniciamos hoje uma série de três discos dedicados à obra para piano de Béla Bartók, por Cédric Tiberghien. As gravações são da Hyperion, o que é garantia de alta qualidade. Esta é a primeira grande abordagem da obra para piano de Bartók desde Kocsis na década de 90. Tiberghien chega com interpretações altamente pessoais, informadas e artísticas para esse incrível repertório. Sou familiarizado com a música para piano do húngaro e suas gravações. Vale a pena ouvir, este CD tem indiscutíveis méritos artísticos. Tiberghien se aproxima de Bartók como compositor de piano, trata-se de um apaixonado, não parece desejar apenas explorar coisas pouco gravadas. É um recital para ser ouvido e apreciado, depois analisado, se me entendem.

Romanian Folk Dances Sz56
1 No 1, Stick Dance: Allegro Moderato 1:14
2 No 2, Sash Dance: Allegro 0:30
3 No 3, In One Spot: Andante 1:04
4 No 4, Horn Dance: Moderato 0:53
5 No 5, Romanian Polka: Allegro 0:32
6 No 6, Fast Dance: Allegro 1:01

Fourteen Bagatelles Sz38
7 Molto Sostenuto 1:29
8 Allegro Giocoso 0:55
9 Andante 0:54
10 Grave 1:31
11 Vivo 1:14
12 Lento 1:46
13 Allegretto Molto Capriccioso 2:26
14 Andante Sostenuto 2:30
15 Allegretto Grazioso 2:05
16 Allegro 2:33
17 Allegretto Molto Rubato 2:18
18 Rubato 5:00
19 Elle Est Morte (Lento Funebre) 2:19
20 Valse: Ma mie quie danse (Presto) 2:09

21 Allegro Barbaro Sz49 3:13

Eight Improvisations On Hungarian Peasant Songs Sz74
22 Molto Moderato 1:26
23 Molto Capriccioso 1:12
24 Lento, Rubato 2:51
25 Allegretto Scherzando 0:54
26 Allegro Molto 1:05
27 Allegro Moderato, Molto Capriccioso 1:51
28 Sostenuto, Rubato 2:34
29 Allegro 2:17

Mikrokosmos Sz107
30 Book 5 No 122, Chords Together And In Opposition: Molto Vivace 1:01
31 Book 5 No 123, Staccato And Legato II: Allegro 1:03
32 Book 5 No 123, Staccato: Allegretto Mosso 1:11
33 Book 5 No 125, Boating: Allegretto 1:38
34 Book 5 No 126, Change Of Time: Allegro Pesante 0:40
35 Book 5 No 127, New Hungarian Folk Song: Ben Ritmato 1:09
36 Book 5 No 128, Stamping Dance: Moderato 1:26
37 Book 5 No 129, Alternating Thirds: Allegro Molto 0:58
38 Book 5 No 130, Village Joke: Moderato 0:55
39 Book 5 No 131, Fourths: Allegro Non Troppo 1:03
40 Book 5 No 132, Major Seconds Broken And Together: Adagio 1:45
41 Book 5 No 133, Syncopation III: Allegro 0:59
42 Book 5, No 134, Three Studies In Double Notes: Allegro 0:54
43 Book 5, No 135, Perpetuum Mobile: Allegro Molto 0:56
44 Book 5, No 136, Whole-tone Scale: Andante 1:37
45 Book 5, No 137, Unison: Moderato 1:59
46 Book 5, No 138, Bagpipe Music: Allegretto 1:22
47 Book 5 No 139, Jack-in-the-box: Con Moto Scherzando 1:15

Cédric Tiberghien, piano

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Será que alguém vai iria comprá-lo?
Será que alguém vai comprá-lo?

PQP

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Methodo de Pianoforte (Acervo PQPBach)

1252ouqPe. José Maurício Nunes Garcia
Methodo de Pianoforte

Ruth Serrão, pianista
1982

 

O Methodo de Pianoforte, datado de 1821, escrito expressamente para o aprendizado de seus filhos Apollinário José e José Maurício, reflete a pedagogia usada pelo mestre no trabalho de formação de profissionais de música. Compreende um conjunto de peças, agradáveis de se estudar, tocar e ouvir, divididas em duas séries de 12 lições (1ª Parte e 2ª Parte) e 6 Fantezias. Depois das primeiras lições rudimentares, as peças vão evoluindo em dificuldade técnica e interpretativa. Além de melodias originais, de fácil assimilação, criadas para o Methodo, José Maurício não hesitou em fazer citações de melodias conhecidas de outros compositores: assim encontramos Haydn na 7ª Lição da 2ª Parte e Rossini na 5ª Lição da 2ª Parte. Citou também a sí próprio nas Lições 9, 11 e 12 da 1ª Parte, usando melodias de seu belíssimo Requiem, aproveitando também a música de caráter popular da época, o que nos faz lembrar o notável Gyermekeknek (Para Crianças) de Bartók. Foi acrescida a Peça para Piano, de José Maurício, salva do esquecimento total graças ao primeiro “mauriciano”: o Visconde de Taunay.

Ruth Serrão, pianista e mestra, cuja dedicação à música brasileira é digna dos maiores louvores, consolida aqui o trabalho iniciado em 1980, com o resgate da obra para teclado de José Maurício.”
(Ernani Aguiar, da Academia Brasileira de Música)

1. Primeira Parte: 1ª Lição em dó maior – 2ª Lição em dó maior
2. Primeira Parte: 3ª Lição em dó maior – 4ª Lição em dó maior
3. Primeira Parte: 5ª Lição em dó maior – 6ª Lição em dó maior
4. Primeira Parte: 7ª Lição em ré maior
5. Primeira Parte: 8ª Lição em dó maior
6. Primeira Parte: 9ª Lição em dó maior
7. Primeira Parte: 10ª Lição em dó maior
8. Primeira Parte: 11ª Lição em ré maior
9. Primeira Parte: 12ª Lição em ré menor
10. Segunda Parte: 1ª Lição em dó maior
11. Segunda Parte: 2ª Lição em ré maior
12. Segunda Parte: 3ª Lição em mí maior
13. Segunda Parte: 4ª Lição em fá maior
14. Segunda Parte: 5ª Lição em sol maior
15. Segunda Parte: 6ª Lição em lá maior
16. Segunda Parte: 7ª Lição em si maior
17. Segunda Parte: 8ª Lição em ré bemol maior
18. Segunda Parte: 9ª Lição em mí bemol maior
19. Segunda Parte: 10ª Lição em sol bemol maior
20. Segunda Parte: 11ª Lição em lá bemol maior
21. Segunda Parte: 12ª Lição em si bemol maior
22. 1ª Fantezia em dó maior
23. 2ª Fantezia em fá maior
24. 3ª Fantezia em sol maior
25. 4ª Fantezia em dó maior
26. 5ª Fantezia em ré maior
27. 6ª Fantezia em dó maior
28. Peça para piano

Ruth Serrão, pianista, 1982.
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Boas aulas !

Avicenna

.: interlúdio :. The Famous 1938 Carnegie Hall Jazz Concert – Benny Goodman

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“No dia 16 de janeiro de 1938, Benny Goodman e sua orquestra foram consagrados no histórico concerto realizado e gravado no Carnegie Hall de Nova York.” (relato do repórter do PQPBach enviado ao Carnegie Hall, Sr. Wellington Mendes).

Foi também a primeira apresentação de uma banda de Jazz no Carnegie Hall. Este LP, produzido em 1950, foi um dos primeiro LPs nos Estados Unidos a vender mais de 1 milhão de cópias.
Alguns dos músicos presentes nesta gravação:
Harry James, trumpets
Gene Krupa, drums
Count Basie, piano

The Famous 1938 Carnegie Hall Jazz Concert

01. Don’t Be That Way
02. One O’Clock Jump
03. Sensation Rag
04. I’m Coming Virginia
05. When my Baby Smiles at Me
06. Shine
07. Blue Reverie
08. Life Goes to a Party
09. Honeysuckle Rose
10. Body and Soul
11. Avalon
12. The Man I Love
13. I Got Rhytm
14. Blue Sky
15. Sing Sing Sing (With a Swing)

The Famous 1938 Carnegie Hall Jazz Concert – Benny Goodman – 1950

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Boa audição.

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Avicenna

Dvorák, Janacek, Martinu: Love Songs, com Magdalena Kozená

Dvorák, Janacek, Martinu: Love Songs, com Magdalena Kozená

Às vezes a capa de um CD é muito superior ao conteúdo. É o caso deste recital da checa Kozená. Olha, me deu sono… O porre inicial de Dvorák é ab-so-ta-men-te le-tal. Pior que vodka de R$ 10,00. Que sujeitinho cacete! Ai, que tédio…

Ouvi este CD com meu filho. Eram 9 da manhã de domingo. Ele tem bom gosto, não aguentou e foi fazer café — que porra de compositor é esse, pai? — ; quando voltou, mudei de disco para não espantá-lo. Depois peguei de volta para ter certeza de que era péssimo. É, sem dúvida. Por favor, fujam!

Antonín Dvorák (1841 – 1904)
Písne milostné (Love Songs), Op.83
1) 1. O, nasi lásce nekvete (Oh, our love does not bloom) [1:50]
2) 2. V tak mnohém srdci mrtvo jest (Death dwells in so many a heart) [2:18]
3) 3. Kol domu se tedn potácím ( Now I stumble past the house) [1:27]
4) 4. Já vím, ze v sladke nadeji (I know that in sweet hope) [2:04]
5) 5. Nad krajem vévodí lehky spánek (Gentle slumber reigns over the countryside) [1:39]
6) 6. Zde v lese u potoka (Here in the forest by a brook) [1:58]
7) 7. V té sladké moci ocí tvych (In the sweet power of your eyes) [1:42]
8. 8. p duse drahá, jedinká (Oh, dear matchless soul) [1:38]

Bohuslav Martinu (1890 – 1959)
Novy Spalícek (New Spalicek / Miniatures)
9) 1. Bohatá milá (The Rich Sweetheart) [1:11]
10) 2. Opusteny mily (The Forsaken Lover) [1:07]
11) 3. Touha (Longing) [0:56]
12) 4. Zwedavé dievca (The Inquisitive Girl) [0:54]
13) 5. Veselé dievca (The Cheerful Girl) [0:27]
14) 6. Smutny mily (The Unhappy Lover) [2:26]
15) 7. Prosba (The Request) [1:26]
16) 8. Vysoká veza (The tall tower) [0:57]
Ctyri písne na texty moravské lidové poezie (Songs for a Friend of My Country)
17) 1. Konícky na ouhore (Ponies on the Fallow Land) [0:52]
18) 2. Ztaceny pantoflícek (The Lost Little Slipper) [0:43]
19) 3. Písen nábozná (A Religious Song) [1:52]
20) 4. Pozvání (An Invitaion) [0:57]

Antonín Dvorák (1841 – 1904)
Ctvero písní op.2 (Four Songs) na slova Gust. Pflegra-Moravského op. 2
21) 1. Vy vroucí písne ( You heartfelt songs) [2:20]
22) 2. O byl to krásny zlaty sen (Oh, that was a beautiful, golden dream) [2:07]
23) 3. Mé srdce casto (In pain, my heart often broods) [3:05]
24) 4. Na horách ticho (Silence on the mountains) [1:15]

Bohuslav Martinu (1890 – 1959)
25) Ukolébavka (Lullaby) [4:34]
Pisnicky na jednu stránku (Songs on one page)
26) 1. Rosicka (Dew) [0:58]
27) 2. Otevrení sloveckem (Unlocking with a single word) [0:32]
28) 3. Cesta k milé (Journey to the Beloved) [1:23]
29) 4. Chodnícek (The Footpath) [0:31]
30) 5. U mamenky (At Motherns) [1:12]
31) 6. Sen panny Marie (The Virgin Maryns Dream) [1:33]
32) 7. Rozmaryn (Rosemary) [1:03]
Nové slovenské písne (New Slovak Songs)
33) 2. Povedz ze mi, povedz (So tell me) [2:33]
34) 8. Mala som já rukávce (I had a blouse) [1:15]

Leos Janácek (1854 – 1928)
Moravská lidová poesie v písních (Moravian Folk Poetry in Songs)
35) 17. Komu kytka (Who Is the Posy For?) [1:29]
36) 5. Obrázek milého (A Loverns Picture) [0:53]
37) 19. Pérecko (Little Posy) [1:24]
38) 16. Stálost (Constancy) [1:05]
39) Láska (Love) [1:16]
40) 38. Loucení (Parting) [1:25]
41) 18. Konícky milého) [0:57]

Antonín Dvorák (1841 – 1904)
42) Dobrú noc, má mila (Good night, my darling) V náradním tónu (In Folk Tone) [3:38]

Magdalena Kozená
Graham Johnson

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Dessa vez não rolou, Magdalena
É raro, mas dessa vez não rolou, Magdalena

PQP

Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Ofício dos Defuntos de 1816 (Officium 1816) – Acervo PQPBach

2d1qkwkPe. José Maurício Nunes Garcia
Ofício dos Defuntos de 1816
Camerata Novo Horizonte de São Paulo – 1998
Maestro: Graham Griffiths

Originalmente postado em março de 2011. 

Esta postagem é dedicada aos valorosos Brasileiros, verdadeiros ratos de museus e igrejas, que dedicaram parte substancial de suas vidas ao trabalho de pesquisa e difusão da Música Colonial e Imperial Brasileira e que têm deixado raízes indeléveis na nossa cultura musical, apesar do profundo desamparo e descaso por parte dos governos.

Tenho procurado CDs esgotados e a resposta que sempre ouço é: “- O convênio que fizemos com a Petrobras (ou Correios, ou outro) somente permitiu imprimir 1.000 CDs e não conseguimos verba para imprimir mais.” CDs esgotados há mais de 10 anos!

Tenho enviado emails a maravilhosos intérpretes brasileiros, graduados na Europa ou Estados Unidos, com diversas apresentações Brasil afora, e a maioria das respostas é sempre a mesma: “- Falta-nos apoio.”

Esta postagem é dedicada a todos esses valorosos Brasileiros.

Mas esta postagem também é dedicada à ‘zelite brasileira’ que permite uma Maria Bethania abocanhar R$ 1.300.000,00, via Lei Rouanet, para publicar poesias num blog. Nosso dinheiro!

Mas esta postagem também é dedicada à ‘zelite brasileira’ que obrigou este site a deletar de suas páginas um dos maiores acervos existentes no mundo sobre o Maestro Villa-Lobos, com comentários e análises que estudantes jamais encontrarão similares.

A essa ‘zelite brasileira’ dedicamos este Ofício dos Defuntos de 1816 e recomendamos que decorem o Responsório 5-01 abaixo, pois dele hão de precisar no último dia:

Hei mihi! Domine, quia peccavi nimis in vita mea. Quid faciam ubi fugiam, nisi ad te Deus meus? Miserere mei dum veneris in novissimo die.

Ai de mim! Senhor, pequei muito em minha vida. Para onde irei senão para vós? Senhor, tende piedade de mim quando vieres no último dia.

Officium 1816
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
01. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-01. Credo
02. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-02. Et in carne
03. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-03. Quem visurus
04. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 1-04. Et in carne
05. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-01. Qui Lazarum
06. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-02. Tu eis Domine
07. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-03. Qui venturus
08. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 2-04. Tu eis domine
09. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 3-01 Domine, Domine
10. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 3-02. Commissa mea
11. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 3-03. Quia peccavi
12. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-01. Memento mei
13. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-02. Nec aspiciat
14. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-03. De profundis
15. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 4-04. Nec aspiciat
16. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 5-01. Hei mihi
17. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 5-02. Anima mea
18. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-01. Ne recorderis
19. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-02. Dum veneris
20. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-03. Dirige
21. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 6-04. Dum veneris
22. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 7-01. Peccantem
23. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 7-02. Deus in nomine tuo
24. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 7-03. Quia in inferno
25. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-01. Domine secundum
26. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-02. Ut tu Deus
27. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-03. Amplius
28. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 8-04. Ut tu Deus
29. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-01. Libera me
30. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-02. Tremens
31. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-03. Requiem
32. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-04. Libera me
33. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-05. Kyrie
34. Ofício dos Defuntos de 1816 – Responsório 9-06. Requiest in pace

Camerata Novo Horizonte de São Paulo – 1998
Maestro: Graham Griffiths
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MP3 320 kbps -120 MB

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powered by iTunes 10.2 | 56 min

 

Visitem o mais completo site sobre a vida e obra do Padre José Maurício, obra de um desses valorosos Brasileiros mencionados! CLIQUE AQUI

.Boa audição.

macaco pensante

 

 

 

 

 

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Avicenna

.: interlúdio :. Daniel Barenboim, Rodolfo Mederos e Hector Console dão show de Piazzolla

mi-buenos-aires-querido-tangos-among-friendsTangos

Daniel Barenboim, ao piano
Rodolfo Mederos, ao bandoneón
Hector Console, no baixo

 

Uma coleção de tangos, dos mais refinados e nostálgicos, interpretados por 3 monstros sagrados: Daniel Barenboim, ao piano, diretor da  Chicago Symphony Orchestra de 1991 a 2006, nascido na Argentina onde viveu até seus 9 anos de idade; Rodolfo Mederos, ao bandoneón, que por muitos anos tocou com Piazzolla, e Hector Console, no baixo, considerado um dos melhores intérpretes de Piazzolla, com quem tocou por muitos anos, também.

A inspiração clássica de Barenboim brilha na sua performance ao piano, e o sabor do tango é ditado pelo bandonéon de Rodolfo Mederos, evocando a doce melancolia de lembranças passadas, principalmente em Adiós Nonino. A coleção também inclui uma das mais refinadas interpretações de El Dia Que Me Quieras.

Viaje pelos tangos imortais da “Guardia Vieja” como Gardel e Troilo (Pichuco), através do genial Ginastera e se delicie com o revolucionário Astor Piazzolla.

Tudo temperado com o molho de Piazzolla.

1. Mi Buenos Aires Querido (Gardel, Le Pera)
2. Verano Porteño (Astor Piazzolla)
3. La Moza Donosa (Alberto Ginastera)
4. Don Agustin Bardi (Horacio Salgan)
5. Tzigane Tango (Astor Piazzolla)
6. Invierno Porteño (Astor Piazzolla)
7. Aquellos Tangos Camperos (Ubaldo De Lio, Horacio Salgan)
8. Adiós Nonino (Astor Piazzolla)
9. El Dia Que Me Quieras (Gardel, Le Pera)
10. Primavera Porteña (Astor Piazzolla)
11. A Fuego Lento (Horacio Salgan)
12. Otoño Porteño (Astor Piazzolla)
13. Contrabajeando (Astor Piazzolla, Anibal Troilo)
14. Bailecito (José Resta)

Mi Buenos Aires Querido – Tangos Among Friends – 1996
Daniel Barenboim (piano)
Rodolfo Mederos (bandoneón)
Héctor Console (Bass)

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MP3 320 kbps – 108,3 MB – 51,6 min
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Boa audição!

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Avicenna

Gilberto Gil (1942) como erudito contemporâneo: balé "Z – 300 ANOS DE ZUMBI" (1995)

Gilberto Gil (1942) como erudito contemporâneo: balé "Z – 300 ANOS DE ZUMBI" (1995)

Publicado originalmente em 13.05.2010

A coreógrafa e dançarina senegalesa Germaine Acogny
A coreógrafa Germaine Acogny

Um cliente estadunidense da Amazon chamou este CD de “frivolous” por “não conter nem ao menos uma pop song, como seria de esperar de Gilberto Gil”. Foi aí que pensei em afastar expectativas equivocadas com a um tanto pedante mas não inadequada expressão “erudito contemporâneo”.

Numa coisa o comentador acertou: nenhuma destas 10 peças é canção. Trata-se da música projetada por Gil para um espetáculo do Balé da Cidade de São Paulo em 1995, com coreografia da beninense Germaine Acogny, que trabalhou longo tempo com Maurice Béjart antes de estabelecer sua própria escola no Senegal. A maior parte é instrumental – mesmo se parte dos instrumentos são vozes – e pode ser legitimamente chamada de “minimalista”, mesmo se realizada por procedimentos outros que os de um Glass ou de um Reich. E sobretudo soa de modo compatível com grande parte do que se costuma considerar “erudito contemporâneo”.

Por que ‘projetada’ e não ‘composta’? Porque – como é comum na música culta da Índia, da África, no jazz, e também na Europa até o barroco ou em vertentes do século XX como a estocástica, a aleatória ou em John Cage – o resultado que ouvimos é uma realização única, irrepetível, de um projeto definido até certo ponto, mas não escrito nota por nota. Dentro de parâmetros bem definidos para cada peça, os músicos produziram na hora da gravação o tecido sonoro que vocês vão ouvir.

Quê parâmetros, neste caso? Estou longe de saber, mas quero ‘entregar’ a vocês uma dimensão importante não mencionada em nenhum release, mas que foi percebida de imediato por uma amiga conhecedora da tradição iorubá, a cantora de MPB Paula da Paz: o sentido de cada movimento é dado pela presença estruturante de ritmos e outros sinais sonoros de diferentes divindades iorubás. (Não se faça a confusão de pensar que Zumbi fosse iorubá: era bântu. Entendo é que se recorre aqui à tradição africana mais presente no imaginário da população brasileira atual para homenagear um integrante de outra tradição cuja linguagem simbólica é hoje bem menos conhecida).

Num esboço não exaustivo nem definitivo: a Chamada inicial é pouco característica no sentido acima; talvez se possa falar de uma presença-de-fundo de todo o panteão, ou – sem contradição – do caráter de Oxalá, senhor do plano ideal. Já Meteorum, primeira peça propriamente dita, se abre com os signos daquele que gera e empodera a realidade física, feita de divisões e polarizações, e que tão impropriamente tem sido associado ao diabo judaico-cristão: Exu. Aberto o caminho por ele, temos como que a entrada no mundo manifesto do panteão antes evocado de modo etéreo.

Se há presença diabólica na peça, não é através de nenhum orixá, e sim do ambiente dos navios negreiros, evocado em Flagelo – construção polifônica complexa que certos frívolos facilmente entenderiam como gritaria caótica. Seguem-se a Dança das Mulheres, estruturada num inequívoco toque de Iansã, “senhoras dos raios e das tempestades” – a luta e a força em sua versão feminina – e o Lamento das Mulheres, que parece evocar a “mãe que a todos adota”, Iemanjá, e “seu batalhão de mil afogados” (João Bosco). Lamento brotado inicialmente do fundo do peito, como o blues, chama a atenção como Marlui Miranda faz se juntarem a ele as vozes de cabeça características do lamento indígena.

Na Dança dos Homens parece predominar Oxóssi, o caçador, em plena ação, num espírito próximo ao de seu irmão Ogun, senhor do metal – flecha e lança, portanto – seguindo-se uma Dança da Água e da Paz com características de Oxum, a que distribui com seu balanço a vida doada pelo Sol (esse o ouro maior!) através das águas correntes capilarizadas pelo mundo e pelos corpos.

Na Oração não é de estranhar que não se ouça voz de orixá e sim voz humana, dirigindo-se a Olórun – literalmente “senhor do céu”… e aí chegamos ao Réquiem: não é preciso dizer, o herói é morto: vem recebê-lo Nanã, a velha, senhora da lama e de tudo o que é ancestral, para que seja acolhido carinhosamente no seio de onde um dia partiu.

Zumbi, o último movimento, pode não ser o melhor resolvido musicalmente, mas continua simbolicamente rico: soa como celebração, mas seu toque é de Ogun, o guerreiro, com evocações de capoeira: não há ainda uma vitória a celebrar desarmadamente…

Mas talvez chegue além: não há verdade em tentar separar vida, trabalho, luta e celebração. Pois talvez seja essa a mensagem maior que a velha África não cessa de tentar proclamar através dos seus filhos mais diretos ao restante da sua descendência, ou seja: à humanidade inteira.

(Sei que este post caberia melhor em 20 de novembro, mas quem sabe 13 de maio também não seja de todo impróprio!)

Gilberto Gil – Z: 300 ANOS DE ZUMBI
Obra composta para o Balé da Cidade de São Paulo em 1995
01 Chamada
02 Meteorum
03 Flagelo
04 Dança das Mulheres
05 Lamento das Mulheres
06 Dança dos Homens
07 Dança da Água e da Paz
08 Oração
09 Réquiem
10 Zumbi

Gilberto Gil (voz, violão); Marlui Miranda (voz); Lucas Santana (flauta); Lelo Nazário (teclados); Rodolfo Stroeter (baixo acústico e elétrico); Carlinhos Brown (percussão, voz); Gustavo di Dalva (percussão). Gravado no Estudio nas Nuvens, Rio de Janeiro, em 09/1995.


. . . . . BAIXE AQUI – download here


LINK ALTERNATIVO

PS: Leitores já devem ter percebido que uma das paixões do monge Ranulfus é explorar os ecos menos óbvios da África em música – e então sugere também seus posts de Toumani Diabaté, Chevalier de Saint-George, da Sonata de Beethoven originalmente dedicada a George Bridgetower, das cinco versões dos Afro-Sambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, além, é claro, dos de Nina Simone e das 2 versões da ópera Porgy and Bess. Os que não estiverem no ar no momento serão recolocados em breve!

Ranulfus

.: interlúdio :. Michel Portal, Richard Héry, Xavier Tribolet, Quatuor Ébène: Eternal Stories

.: interlúdio :. Michel Portal, Richard Héry, Xavier Tribolet, Quatuor Ébène: Eternal Stories

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Como na capa ao lado, aqui, o jovem e maravilhoso Quarteto Ébène, que já nos brindou este ano com este extraordinário Schubert, encara com seus dezesseis pés e mãos o jazz contemporâneo ao lado de veteranas sumidades como o clarinetista, saxofonista e bandoneonista Michel Portal, o baterista Richard Héry e o pianista, Xavier Tribolet. O resultado é magnífico. Em sua primeira parceria, ocorrida em 2013, Portal e o Ébène tocaram Piazzolla juntos em Paris. O Le Monde falou de “uma lição significativa, um encontro soberbo, uma conversa real”. Recém lançado, Eternal Stories é um dos melhores álbuns que Portal já gravou. Ele poderia muito bem ter pensado em seu amado Charlie Parker, que em 1949 gravou com quarteto de cordas, mas Eternal Stories não é uma tentativa de remake, compreendendo peças totalmente novas e dois arranjos inéditos de trabalhos tardios de Piazzolla, além de contribuições surpreendentes de membros do Ébène.

Michel Portal, Richard Héry, Xavier Tribolet, Quatuor Ebène: Eternal Stories

1 City Birds 7:53
2 L’Abandonite 7:38
3 Judy Garland 4:21
4 Elucubration 4:19
5 Eternal Story 6:21
6 Asleep 4:48
7 Loving 5:23
8 Anxiety 5:22
9 Plus L’Temps 3:12
10 Solitudes 5:15
11 Le Corbillon 5:26
12 It Was Nice Living Here 8:47

Cello – Raphaël Merlin (Ébène)
Clarinet, Sax, Bandoneón – Michel Portal
Drums – Richard Héry
Keyboards – Xavier Tribolet
Viola – Adrien Boisseau  (Ébène)
Violin – Gabriel Le Magadure, Pierre Colombet  (Ébène)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Quatuor Ebène, Michel Portal, Richard Héry, Xavier Tribolet
Quatuor Ebène, Michel Portal, Richard Héry, Xavier Tribolet

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão (Harnoncourt)

Johannes Brahms (1833-1897): Um Réquiem Alemão (Harnoncourt)

frontLink restaurado, com direito a versão em .flac e booklet do CD. IM-PER-DÍ-VEL !!!

Os nossos ídolos estão morrendo. O último da lista é Nikolaus Harnoncourt, o grande maestro austríaco, que foi um dos maiores especialistas em repertório barroco.

Quando se fala em interpretações historicamente informadas, foi ele o precursor. Sem ele, músicos do calibre de John Eliot Gardiner, Christopher Hogwood, entre tantos outros, talvez tivessem enveredado por outros caminhos da regência.

Faço uma modesta, porém sincera, homenagem a esta grande figura. Esta gravação do Réquiem Alemão de Brahms foi realizada em 2007, com sua querida Filarmônica de Viena e seu tradicional “Arnold Schoenberg Chor”, com o qual realizou diversos trabalhos. Acho que neste momento de luto, nada mais adequado que a obra prima de Brahms para homenagear este que foi um dos grandes nomes da regência dos Séculos XX e XXI.

P.S. A vida tem destas ironias… Nesta data, 27 de novembro, há exato um ano atrás, meu irmão mais velho veio a falecer, devido a complicações decorrentes de um transplante de rim. Era uma pessoa muito culta e instruída, falava três ou quatro idiomas, foi oficial da Marinha, viveu nos Estados Unidos durante o período do ‘flower power’ hippie, no final dos anos 60, conheceu vários lugares do mundo, incluindo África, Índia, Austrália… Comecei o texto desta postagem dizendo que nossos ídolos estão todos morrendo, em alusão ao falecimento de Nikolaus Harnoncourt, e posso dizer que meu primeiro ídolo e herói, este meu irmão, também está nesta lista de referências, com certeza. São estas pessoas que nos inspiram, que nos ajudam a fazermos nossas escolhas.

Então dedico esta postagem a este meu irmão, Mauricio. Nem imaginas como fazes falta, mano… Sei que quando chegar a minha hora, vamos nos reencontrar, e continuar nossas discussões e conversas sobre cinema, música e literatura, temas que ele adorava mais que tudo.

Johannes Brahms (1833-1897) – Ein Deutches Requiem – Harnoncourt, Wiener Philharmoniker, Arnold Schoenberg Chor

01 – I. Selig sind, die da Leid tragen (Ziemlich langsam und mit Ausdruck)
02 – II. Denn alles Fleisch, es ist wie Gras (Langsam, marschmäßig)
03 – III. Herr, lehre doch mich (Andante moderato)
04 – IV. Wie lieblich sind deine Wohnungen (Mäßig bewegt)
05 – V. Ihr habt nun Traurigkeit (Langsam)
06 – VI. Denn wir haben hier keine bleibende Statt (Andante)
07 – VII. Selig sind die Toten (Feierlich)

Genia Kühmeier – Soprano
Thomas Hampson – Baritone
Arnold Schoenberg Chor
Wiener Philharmoniker
Nikolaus Harnoncourt – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (flac)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (MP3)

20140723nikolaus-harnoncourt
Nikolaus Harnoncurt (1929-2016)

FDP

24º Festival de Música de Juiz de Fora: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) + Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) (Acervo PQPBach)

9jg4te24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora
2013

Com instrumentos de época. On period instruments.

 

Requiem KV 626, com instrumentos da época de Mozart, com forças sonoras mais adequadas à linguagem da música do século XVIII.

A Orquestra Barroca trouxe ao Brasil a primeira versão brasileira com instrumentos de época do Requiem de W.A.Mozart. Para esta ocasião, o grupo se juntou ao coro carioca Calíope, dirigido por Julio Moretzsohn, somando ao projeto ainda mais confluências festivas: Calíope não somente comemora seus 20 anos, mas o faz no mesmo evento onde estreou, em 1993.

O espírito agregador – comprovadamente a marca do Pró Música – está presente nesta versão da grande obra prima de Mozart. Quantas versões do Requiem existem disponíveis no mercado fonográfico? Bem, o número já é ridiculamente grande para que pudéssemos dizer que uma gravação a mais faria a mesma diferença que uma gota no oceano. Mas aqui neste CD temos a prova do contrário: a talvez mais bela obra musical de todos os tempos sempre espera ser revisitada com os ingredientes necessários – e nem sempre empregados – à altura do grande feito artístico de Mozart em seus últimos dias. Fonte inesgotável de beleza e deslumbramento, o Requiem exige uma entrega completa dos músicos; uma execução padronizada ofende e diminui tudo na obra, desde sua gênese ao seu conteúdo e efeito. Portanto, nada mais adequado para a aventura da Orquestra Barroca neste 24º Festival: ao lado dos solistas e do coro, podemos mostrar – e registrar – o grau de amadurecimento, comprometimento e energia artística a que chegamos.

Ao se tratar de uma obra prima quase além dos parâmetros da vida real, qualquer leitura dela sempre se revelará incompleta, com sua versão perfeita existindo somente no mundo das ideias. Porém, aqui neste CD, temos não somente mais uma versão mas sim “a nossa”versão, aquela que espelha todo o espírito do Festival – a paixão pela música e a perseverança na crença de que ela pode, sim, unir e transformar as pessoas. Portanto, mais uma vez a Orquestra Barroca desbrava a discografia brasileira (já são tantos os registros inéditos no país de grandes obras da literatura universal) trazendo aqui o “nosso” Requiem, que une com coragem e alegria as nossas idiossincrasias ao gênio benevolente do grande Mozart – com a certeza que contribuímos mais uma vez para um notável avanço da produção musical “made in Brazil”, deixando, como sempre, a marca indelével da trajetória do Centro Cultural Pro Música/UFJF.

Aqui utilizamos os instrumentos da época de Mozart, com forças sonoras mais adequadas à linguagem da música do século XVIII – bem diversas do modelo oratório “sinfônico” do período romântico, infelizmente ainda muito utilizado nos dias de hoje, com orquestra e coro com pelo menos o dobro de músicos. O efetivo de músicos de acordo com os padrões históricos – mais reduzido- e a sonoridade dos instrumentos antigos permitem uma execução muito mais eloquente do texto musical de Mozart; vale lembrar que ainda estamos num estilo musical que prioriza sobretudo a visão retórica da música: a música “fala”, e a composição segue as mesmas convenções do discurso e as regras da oratória.

vsm41wDessa forma, todas as ideias musicais saltam do papel para um verdadeiro palco de gestos e expressões no qual instrumentos e vozes não apenas “pintam” as ideias do compositor, mas são de fato os próprios protagonistas da “ação musical”: exclamações, reticências, ênfases, devaneios, surpresas, impressões vívidas e pictóricas… tudo se torna concreto em uma execução retórica do texto mozartiano!

Não poderíamos deixar de incluir nesta gravação o Ave Verum KV 618, também uma das derradeiras composições de Mozart, que mostra bem o grau de depuramento técnico do mestre, onde a perfeição e o sublime se exprimem através da mais espantosa simplicidade imaginável. Um verdadeiro bálsamo após o mais impactante ato fúnebre da História da Música.

ff5v7sPara concluir o CD, visitamos duas pequenas obras do nosso grande P. José Maurício – seguramente o maior representante do estilo mozartiano em terras brasileiras. São obras despretensiosas, pertencentes à primeira fase do compositor (anterior à chegada da família real ao Brasil), mas que revelam ainda assim o talento e o frescor que mais tarde se desenvolveria consideravelmente. Estas obras sofreram seguidas instrumentações (como explica no seu texto Sergio Dias), e considerando sobretudo as partes de sopros com uma escrita possivelmente inadequada e pouco idiomática nos instrumentos antigos, preferimos registrá-las somente com orquestra de cordas, seguindo uma intuição de fundo prático que prioriza somente o essencial, mostrando assim o âmago da obra de arte na sua forma mais pura e segura.

O Centro Cultural Pró-Música/UFJF realizou, entre os dias 14 e 28 de julho, o 24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga. O evento, que acontece em Juiz de Fora (MG), ofereceu 37 cursos de instrumentos antigos e modernos e 30 concertos gratuitos com grupos e músicos de referência no Brasil e no exterior. Os cerca de 700 inscritos frequentaram cursos de traverso, viola da gamba, violino, violoncelo, cravo, além de canto e dança barroca e oficinas de prática de orquestra brasileira histórica e transcrição e edição de documentos antigos. Entre as opções também estão as oficinas para crianças, como a de prática de orquestras. A formação de professores tem espaço com o curso de didática da musicalização.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
01. Requiem KV 626 – 1. Requiem
02. Requiem KV 626 – 2. Kyrie
03. Requiem KV 626 – 3. Dies Irae
04. Requiem KV 626 – 4. Tuba Mirum
05. Requiem KV 626 – 5. Rex Tremendae
06. Requiem KV 626 – 6. Recordare
07. Requiem KV 626 – 7. Confutatis
08. Requiem KV 626 – 8. Lacrymosa
09. Requiem KV 626 – 9. Domine Jesu
10. Requiem KV 626 – 10. Hostias
11. Requiem KV 626 – 11. Sanctus
12. Requiem KV 626 – 12. Benedictus
13. Requiem KV 626 – 13. Agnus Dei
14. Requiem KV 626 – 14. Lux Aeterna
15. Ave Verum KV 618
Pe. José Maurício Nunes Garcia (1767-1830, Rio de Janeiro, RJ)
16. Dies Sanctificatus
17. Gradual de São Sebastião

24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juíz de Fora – 2013
Orquestra Barroca – Maestro Luis Otávio Santos
Conjunto Calíope – Maestro Julio Moretzsohn
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Boa audição.

tentações

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Avicenna