.:interlúdio:. Keith Jarrett — 80 anos HOJE: The Köln Concert

.:interlúdio:. Keith Jarrett — 80 anos HOJE: The Köln Concert

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Com inteira justiça, o pianista, cravista e organista Keith Jarrett é conhecidíssimo e famosíssimo. Este The Köln Concert é um de seus grandes momentos — talvez o maior deles. Jarrett começou sua carreira no jazz com Art Blakey e Miles Davis. Depois foi contratado como grande estrela da ECM, criou dois quartetos, um americano e outro escandinavo, gravou montes de concertos solo, criou um trio com Gary Peacock e Jack DeJohnette, fez esplêndidas duplas com meio mundo, virou pianista e cravista erudito, gravou O Cravo Bem Temperado, os 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich e também Mozart, Barber, Handel, Pärt, etc., sempre com notáveis resultados artísticos. Creio ter intuído a futura carreira erudita do moço quando ouvi um solo dilacerante de Nude Ants (1979) e vaticinei que ele queria mesmo era tocar Bach. Bem, sei lá se ele já estava tocando clássicos em 79. Bom, mas o que interessa é que The Köln Concert é um trabalho fundamental, principalmente o solo inicial de 26 minutos que contém uma súmula do que é capaz Mr. Jarrett.

Detalhando, The Köln Concert é uma gravação de um concerto ao vivo com improvisações para solo de piano executadas por Keith Jarrett na Ópera de Colônia no dia 24 de janeiro de 1975. O álbum em vinil duplo foi lançado em 1975 pela ECM e tornou-se o álbum solo mais vendido da história do jazz e o álbum de piano mais vendido, com mais de 3,5 milhões cópias comercializadas. Não pouca coisa e é justo que assim tenha sido.

O show foi organizado por Vera Brandes, de 17 anos, então a mais jovem promotora de shows da Alemanha. A pedido de Jarrett, Brandes selecionou um piano de cauda Bösendorfer 290 Imperial. No entanto, houve uma confusão por parte da equipe da Ópera e, em vez disso, eles pegaram outro Bösendorfer nos bastidores — um muito menor — e, presumindo que este fosse o solicitado, colocaram-no no palco. O erro foi descoberto tarde demais para que o Bösendorfer correto fosse colocado no local do show a tempo do concerto da noite. O piano que eles trouxeram era destinado apenas para ensaios e estava em más condições e exigia várias horas de afinação e ajuste para torná-lo tocável. O instrumento era pequeno e pouco agudo nos registros superiores e fraco nos registros graves. Os pedais também não funcionavam bem. Consequentemente, Jarrett frequentemente usou ostinatos e figuras rítmicas da mão esquerda durante sua apresentação para dar o efeito de notas de baixo mais fortes e concentrou sua execução na parte central do teclado. O produtor da ECM Records, Manfred Eicher, disse mais tarde: “Provavelmente Jarrett tocou do jeito que tocou porque não era um bom piano. Como ele não conseguia se apaixonar por seu som, ele encontrou outra maneira de tirar o máximo proveito isto.”

Jarrett chegou à Ópera no final da tarde, cansado após uma longa viagem exaustiva desde Zurique, na Suíça, onde havia se apresentado alguns dias antes. Ele não dormia bem havia várias noites, sentia dores nas costas e precisava de um aparelho ortodôntico. Depois de experimentar o piano e saber que o instrumento substituto não estava disponível, Jarrett quase se recusou a tocar e Brandes teve que convencê-lo a tocar, pois o show estava programado para começar em apenas algumas horas. Além disso, Brandes tinha reservado uma mesa em um restaurante italiano local para Jarrett jantar, mas uma confusão da equipe causou um atraso na refeição que estava sendo servida e ele só conseguiu beber alguns goles de água antes de ir para o concerto. Parecia que tudo ia dar errado e, no final das contas, Jarrett decidiu tocar principalmente porque o equipamento de gravação já estava configurado.

O concerto começou às 23h30. O horário tardio era o único que a administração colocara à disposição da jovem Brandes para um concerto de jazz — o primeiro na Ópera de Köln. O show lotou, com mais de 1.400 pessoas pagaram 4 marcos por cada ingresso. E vocês sabem o que é aquilo que ele faz com a mão esquerda logo no começo da música? Aqueles 4 toques meio solenes? Pois é, ele inicia imitando as badaladas do sino que abre a cortina da Oper Haus em Köln, que são inspiradas no toque dos sinos da Catedral de Colônia. Digo a vocês que, apesar dos obstáculos, a atuação de Jarrett foi… Bem, ouçam: É OBRIGATÓRIO.

Jarrett trouxe calma e lirismo à improvisação livre. Nada neste programa foi preparado antes que ele se sentasse para tocar. Todos os gestos e harmonias intrincadas, as linhas melódicas, os gritos e suspiros do homem, tudo é espontâneo. Embora tenha sido um concerto contínuo, a peça foi dividida em quatro seções porque teve que ser dividida para formar os quatro lados um LP duplo.

Pois bem, a partir do momento em que Jarrett dá seus acordes iniciais e começa a meditar sobre as harmonias, construindo figuras melódicas, combinações de glissandos e temas em ostinato, a música mudou. Para alguns ouvintes, mudou para sempre naquele momento. O som íntimo de Jarrett envolveu os ouvintes em sua busca por beleza e significado.

A genialidade de Keith Jarrett é demonstrada não apenas por seu claro domínio da tradição do jazz, mas também em como ele se desvia dela. A gravação de The Köln Concert demonstra a indefinição de fronteiras de gênero usando temas hipnóticos e improvisações sem fim, criando uma experiência quase religiosa para o ouvinte. Apesar de receber críticas desfavoráveis de alguns fãs de jazz mais conservadores, este álbum é certamente um testemunho do notável senso de improvisação, composição e espontaneidade de Jarrett.

Ainda me lembro do meu primeiro encontro com The Köln Concert. Eu tinha uns 20 anos e estava vasculhando as caixas de jazz e eruditos da extinta King`s Discos aqui em Porto Alegre. O Júlio, lendário atendente da loja, colocou um disco para tocar. Quando as notas de abertura começaram a serem ouvidas, pude sentir imediatamente a mudança no ambiente da loja. Os clientes ergueram os olhos e gradualmente concentraram sua atenção na música que saía dos alto-falantes. Então, algo inesperado aconteceu. Um cliente foi até o Júlio para perguntar o que era aquilo. E adquiriu o vinil duplo. Logo um segundo cliente fez o mesmo. O terceiro fui eu. Imaginem meu desespero se acabasse!

Eu ouvia muito jazz, mas o verdadeiro mistério era o motivo pelo qual os outros clientes, que estavam olhando discos de rock e pop, estavam comprando Jarrett. Uma coisa ficou logo muito clara: aquilo não soava como qualquer outra coisa no mundo da música dos meados dos anos 70. Mesmo quando comparado aos álbuns de jazz, o novo som de Jarrett era diferente. Nos anos 70, o jazz estava fazendo coisas pouco acústicas. Chick Corea e Herbie Hancock, por exemplo, estavam com os dois pés no piano elétrico e as bandas fusion pululavam.

The Köln Concert era o oposto. Jarrett não apenas tocava um piano de cauda (cada vez mais conhecido como piano acústico, naquela conjuntura, para diferenciá-lo dos teclados elétricos), mas também com um grau de sensibilidade e nuance que você não encontraria em outro lugar na música comercial. Ele até arrisca certo sentimentalismo, uma franqueza emocional que muitos artistas de jazz teriam se envergonhado de imitar — especialmente em meados dos anos 70, quando a ironia estava em ascensão como atitude cultural.

No entanto, nos meses seguintes, assisti com espanto ao The Köln Concert entrar na cultura mainstream, alcançando um público que eu poderia ter considerado imune ao apelo de um piano.

E Jarrett fez isso violando quase todas as regras da música comercial. As faixas do The Köln Concert eram longas improvisações de fluxo livre gravadas ao vivo em um recital na Alemanha. Elas careciam de estrutura. Pior ainda, eles eram longas demais para serem tocadas nas rádios. A abertura tinha 26 minutos de duração, e as próximas duas faixas tinham 15 e 18 minutos de duração. Apenas o bis de 7 minutos seguiu algo semelhante a uma forma de música divulgável, mas mesmo isso parecia um mundo à parte dos singles de sucesso do dia. Como tornou-se um tremendo sucesso?

Você pode pensar que os amantes do jazz aceitariam facilmente a música. Mas mesmo eles ficaram céticos. The Köln Concert evitava as síncopes e os sotaques familiares que permeavam os outros álbuns de jazz. Muita gente dizia que o disco não soava muito a jazz.

No entanto, de alguma forma Jarrett contornou tudo isso e conseguiu se tornar um sucesso através do método mais antigo de todos, o boca a boca, o contato pessoal com amigos que possuíam o disco. As vendas enormes nem sempre são recebidas com entusiasmo na comunidade do jazz e uma reação foi inevitável. A franqueza emocional da música e seu melodismo descarado deixaram o álbum especialmente exposto à crítica daqueles que sentiam que a forma de arte do jazz exigia algo mais abrasivo. Quando a horrorosa New Age floresceu alguns anos depois, houve inúmeros imitadores de menor talento imitando (e diluindo) a visão estética das improvisações de Köln e talvez até o próprio Jarrett se perguntasse “o que fiz?”.

Eu entendo as críticas dos jazzistas conservadores, mas não concordo com elas. Jarrett fez algo novo (e honesto) naquela noite. Ele criou um trabalho visionário que ainda chama a atenção dos ouvintes de primeira viagem hoje — da mesma forma do que naquele dia em meados dos anos 70, quando o ouvi pela primeira vez em uma loja de discos. A música se manteve, era na verdade muito melhor do que muitos dos projetos carregados de pose e que pareciam muito mais progressivos na época.

Claro, a maioria do público que descobriu Keith Jarrett com The Köln Concert nunca abraçou o resto de sua obra. Eu teria ficado encantado em ver Facing You ou o Concerto de Bremen ou os álbuns dos quartetos de Jarrett do período — e os de outros artistas de jazz merecedores — também encontrarem o grande público. Dessa perspectiva, a promessa de Köln nunca foi cumprida. Mas não podemos culpar Jarrett por isto. E ele certamente também não pode ser culpado por seus imitadores banais, ou repreendido por suas vendas. De sua parte, ele não almejava um disco de sucesso e, ao contrário de muitos de seus contemporâneos na cena do jazz, nunca fez a menor tentativa de impor uma tendência ou mesmo abraçar as fórmulas aceitas de discos comerciais. Além disso, nunca tentou recriar o ambiente especial daquela apresentação. Ele viu aquele dia como um evento único. Simplesmente confiou em sua música, em seu talento, e corajosamente se lançou. E, afinal, não é disso que trata o jazz?

Keith Jarret – The Köln Concert

1. Köln, January 24, 1975, Part I 26:01
2. Köln, January 24, 1975, Part IIA 14:54
3. Köln, January 24, 1975, Part IIB 18:14
4. Köln, January 24, 1975, Part IIC 6:56

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Keith Jarrett durante The Köln Concert

PQP

.: interludio .: Keith Jarrett – Yesterdays – Gary Peacock, Jack DeJohnette

CREATOR: gd-jpeg v1.0 (using IJG JPEG v62), quality = 70

Interessante o nome desse CD, “Yesterdays”, assim mesmo, no plural. Acho que coloquialmente alguém fala de repente em ‘ontens’, no sentido de que nossa vida passada na verdade foram outras vidas, outras realidades, outras alternativas, outros rumos oferecidos, que optamos em não seguir.

E é neste sentido que resolvi escrever este texto em homenagem aos 80 anos de um de meus maiores ídolos, o imenso Keith Jarrett, que de certa forma me ajudou a escolher meus caminhos, me orientou a fazer minhas escolhas. Somos o que escolhemos ser, tivemos alternativas se abrindo à nossa frente, e se estou neste quarto de um pequeno apartamento em uma cidade do interior do país, muito se deve a este gigante dos teclados, que me inspirou na juventude a ser o ‘fora do padrão’, por assim dizer,  e explico. Em nossos vinte e poucos anos de vida não sabemos de nada, procuramos nosso rumo. Alguns se inspiram em seus pais (muitos de meus amigos filhos de médicos e advogados se tornaram médicos e advogados), outros procuram trilhar outros caminhos, procurar outras possibilidades, em todos os sentidos, inclusive quando se trata de nossas sensibilidades e gostos musicais. Ouço fulano pois todos os meus amigos ouvem, não ouço rock pois não sei o que estão cantando, enfim, foi ignorando estes comentários que fui aos poucos tomando um  rumo, que me levou a este imenso mundo do Jazz e da música clássica. Um dia me caiu em mãos o “Nude Ants”, e o resto é história. Ouvi, reouvi, analisei, suspirei, gritei, assim como este pianista que geme, chora, suspira, grita em seus solos. Poucos músicos se envolvem e se entregam tanto quando estão tocando. E então entendi que aquele ali era o meu destino.

Citando uma velha canção do Caetano, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. E foi ouvindo Keith Jarrett e seus fiéis escudeiros, Peacock e DeJohnette, ou mesmo Jarrett em seus discos solos, que entendi o significado desta frase tão forte e intensa.

Mestre Keith Jarrett está completando 80 anos. E que venham mais 80 … sua contribuição para o bem da humanidade está aí, registrado em suas gravações, em seus discos, CDs, plataformas de streaming, e a minha velha edição do “Nude Ants” está guardada ali entre os meus LPs, há mais de quarenta anos. E ali vai ficar, pois sempre volto a ele. É um porto seguro para os momentos de maior angústia e tensão.

01-Strollin’
02-You Took Advantage Of Me
03-Yesterdays
04-Shaw’nuff
05-You’ve Changed
06-Scrapple from the Apple
07-A Sleepin’ Bee
08-Smoke Gets in Your Eyes
09-Stella by Starlight

Keith Jarrett – Piano
Gary Peacock – Double Bass
Jack DeJohnette – Drums

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Shostakovich: 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87 – Keith Jarrett

41Bb7A8f5DLPOSTADO POR PQP BACH EM 17/1/2012, REVALIDADO POR VASSILY EM 2015 e 2025

Concordo com o patrão PQP: esta é a melhor gravação disponível da obra-prima pianística do século XX. Apesar de Tatiana Nikolayeva ter sido a inspiradora, consultora e intérprete da première da obra de Shostakovich, a verve e a clareza de Jarrett soam-me como o padrão-ouro.

Questão de opinião, claro, até porque o páreo é duro e nele não precisamos de vencedores.

Vassily

POSTAGEM ORIGINAL DE PQP BACH EM 17/1/2012

Pois, meus filhos, vou lhes dizer uma coisa. Penso que Keith Jarrett realizou a melhor gravação dos 24 Prelúdios e Fugas de Shostakovich. O blog oferece ou ofereceu versões de Konstantin Scherbakov, Tatiana Nikolayeva e Vladimir Ashkenazy. A única que se segura ao lado da de Jarrett é a de Nikolayeva, esqueça as outras. Como nos outros posts dedicados a esta obra já colocamos longas análises a respeito, utiizo desta vez uma pequena e bela apresentação encontrada aqui.

Esta coleção é certamente a obra mais importante da produção pianística de Shostakovich. As peças foram compostas logo depois de sua visita a Leipzig por ocasião das solenidades do segundo centenário da morte de J. S. Bach, e, como tais, representam sua homenagem ao autor do Cravo bem-temperado. O que originalmente fora pensado como uma simples série de exercícios polifônicos acabou por tornar-se uma obra em grande escala, plenamente desenvolvida, na qual os gêneros pianísticos mais díspares são admiravelmente integrados em um painel coerente. A diversidade de estilos e técnicas aproxima-se às vezes do pastiche, mas a coleção é notável como ponto de consolidação das anteriores vertentes composicionais do autor, e a música, por certo, é Shostakovich em sua melhor forma, com aquela peculiar mistura de verve e pathos da qual deriva sua perene fascinação.

Shostakovich: 24 Prelúdios e Fugas, Op. 87
Keith Jarrett, piano

Disco 1

1. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 1 In C Major
2. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 2 In A Minor
3. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 3 In G Major
4. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 4 In E Minor
5. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 5 In D Major
6. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 6 In B Minor
7. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 7 In A Major
8. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 8 In F Sharp Minor
9. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 9 In E Major
10. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 10 In C Sharp Minor
11. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 11 In B Major
12. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No. 12 In G Sharp Minor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Disco 2

1. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.13 In F Sharp Major
2. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.14 In E Flat Minor
3. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.15 In D Flat Major
4. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.16 In B Flat Minor
5. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.17 In A Flat Major
6. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.18 In F Minor
7. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.19 In E Flat Major
8. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.20 In C Minor
9. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.21 In B Flat Major
10. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.22 In G Minor
11. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.23 In F Major
12. Preludes And Fugues Op. 87: Prelude And Fugue No.24 In D Minor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

[Links revalidados por Vassily em homenagem aos 80 anos do MESTRE Keith]

Não podemos dizer que Jarrett tenha uma postura convencional quando toca

.: interlúdio :. Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette: Standards, Vol. 1 e 2

.: interlúdio :. Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette: Standards, Vol. 1 e 2

Então vocês pensavam que iam ficar livres de fazer downloads? Nada disso! Recebemos o golpe do MegaUpload, perdemos muitos links de uma só vez e seguimos. Já sei que receberemos muitos pedidos de revalidações de links, essas coisas. Bem, digo com todo o respeito, fodam-se. Se você não comprou aquele HD externo e guardou tudo, só lamento. Por sorte, as minhas postagens permanecem pelo fato de eu usar sempre o detestado, bom e velho Rapidshare. Pura sorte, pois não creio que a Suíça seja menos subserviente aos EUA do que a Nova Zelândia. Ah, já leram isso?

Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette. Não preciso apresentar ninguém. O CD começa com uma faixa chamada Meaning of the Blues… Olha, numa boa, I Felt in Love Too Easily.

Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack DeJohnette: Standards, Vol. 1 e 2

CD 1

1. Meaning of the Blues
2. All the Things You Are
3. It Never Entered My Mind
4. The Masquerade Is Over
5. God Bless the Child

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CD 2

1. So Tender
2. Moon and Sand
3. In Love in Vain
4. Never Let Me Go
5. If I Should Lose You
6. I Fall in Love Too Easily

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Keith Jarrett, piano
Gary Peacock, baixo
Jack DeJohnette, bateria

Jarrett regendo com as sobrancelhas.

Jarrett regendo com as sobrancelhas.PQP

.: interlúdio :. Keith Jarrett Quartet: Belonging

.: interlúdio :. Keith Jarrett Quartet: Belonging

Do começo ao fim, somos brindados com uma mistura de humores neste primeiro trabalho de Keith Jarrett e seu quarteto escandinavo. Astuto e consistente, Belonging traz cada músico em ótima forma. Todos têm seu momento de destaque. O trabalho de Jarrett é, claro, soberbo do começo ao fim, mas é a energia subjacente à sua execução que realmente parece impulsionar as coisas. O álbum é ziguezagueante, indo habilmente do abandono de balançar a cabeça para a escuridão pesada. As baladas constituem as passagens mais longas de Belonging. Na maior parte, sax e piano são unificados, como se estivessem caminhando em ambos os lados da mesma rua, embora às vezes pareçam olhar em direções opostas, como se estivessem envolvidos em um longo debate, inseguros se a reconciliação pode ser alcançada no meio de tanta conversa.

.: interlúdio :. Keith Jarrett Quartet: Belonging

A1 Spiral Dance 4:08
A2 Blossom 12:18
A3 ‘Long As You Know You’re Living Yours 6:11
B1 Belonging 2:12
B2 The Windup 8:26
B3 Solstice 13:15

Bass – Palle Danielsson
Drums – Jon Christensen
Piano, Composed By – Keith Jarrett
Soprano Saxophone, Tenor Saxophone – Jan Garbarek

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O Quarteto Nórdico ou Escandinavo

PQP

G. F. Handel (1685-1759): Suites for Keyboard (Keith Jarrett)

G. F. Handel (1685-1759): Suites for Keyboard (Keith Jarrett)
Version 1.0.0

Mais uma excelente gravação de Keith Jarrett no terreno da música erudita. Diferentemente do que fez com Bach, aqui Keith utiliza o piano em vez do cravo. Sem problemas. A gravação de Jarrett destas sete suites de Handel é deliciosa. Sempre a serviço do compositor, ele é consistentemente lírico, nunca é apressado ou agitado, sempre tem algo quente e rico a dizer. Cada suíte tem personalidade própria e Jarrett trata de impregná-las com profundidade e humanidade diversas. Estão notáveis o prelúdio da Suite 1, No. 1 (HWV 426), a pureza da allemande que a segue assim como a melancolia da courante. E o que dizer do adágio de abertura da Suite 1, No. 2 (HWV 427) e da peculiar beleza que Jarrett dá ao prelúdio-fuga da Suite 1, No. 8 (HWV 433)?

Baixa logo, meu.

G. F. Handel (1685-1759): Suites for Keyboard (Keith Jarrett)

1. Suite in G minor, HWV 452 – 1. Allemande 2:47
2. Suite in G minor, HWV 452 – 2. Courante 3:00
3. Suite in G minor, HWV 452 – 3. Sarabande 2:15
4. Suite in G minor, HWV 452 – 4. Gigue 1:21

5. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 1. Allemande 2:06
6. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 2. Courante 2:31
7. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 3. Sarabande 1:51
8. Suite No.15 in D minor for Harpsichord, HWV 447 – 4. Gigue 1:05

9. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 1. Allemande 2:00
10. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 2. Courante 2:05
11. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 3. Sarabande 2:38
12. Harpsichord Suite Set II No.7 in B flat major, HWV 440 – 4. Gigue 1:22

13. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 1. Prélude – Fuga 5:03
14. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 2. Allemande 2:54
15. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 3. Courante 2:39
16. Harpsichord Suite Set I No.8 in F minor, HWV 433 – 4. Gigue 2:09

17. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 1. Adagio 2:45
18. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 2. Allegro 2:48
19. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 3. Adagio 1:46
20. Harpsichord Suite Set I No.2 in F major, HWV 427 – 4. Allegro 2:00

21. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 1. Fuga 3:37
22. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 2. Allemande 2:07
23. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 3. Courante 2:53
24. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 4. Sarabande 3:23
25. Harpsichord Suite Set I No.4 in E minor, HWV 429 – 5. Gigue 1:52

26. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 1. Prelude 2:31
27. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 2. Allemande 3:29
28. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 3. Courante 3:13
29. Harpsichord Suite Set I No.1 in A major, HWV 426 – 4. Gigue 3:15

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

PQP

.:interlúdio:. Keith Jarrett: La Scala

.:interlúdio:. Keith Jarrett: La Scala

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Apresento este belíssimo CD de Keith Jarrett. Trata-se de um concerto solo gravado teatro La Scala em 1995 que difere um pouco de outros que Jarrett gravou antes e depois. Há uma Parte I de 45 minutos de uma improvisação lenta e triste, belíssima. FDP me disse que é apaixonado por este trabalho. A Parte II é mais moderninha e também excelente. A surpresa fica para uma interpretação de Over the Rainbow ao final. Ficou bonito.

Keith Jarrett – La Scala

1. La Scala – Part I
2. La Scala – Part II
3. Over the Rainbow (Arlen, Harburg)

Keith Jarrett, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bora pra lá, gente!
Bora pra lá, gente!

PQP

.: interlúdio :. Keith Jarrett: No End (2013)

.: interlúdio :. Keith Jarrett: No End (2013)

Certamente, este No End concorre ao prêmio de CD de Jazz Mais Chato de Todos os Tempos ou, pelo menos, ao de Disco Mais Chato de Jarrett. Nele, em gravação de estúdio realizada em 1986, Keith Jarrett toca tudo — guitarra, baixo, percussão, tablas, o diabo — , até piano em alguns poucos momentos. O resultado é algo sem graça e indirecional: não sabe bem de onde ele saiu nem onde quer chegar com suas improvisações quase sem temas, só de climinhas pseudo-exóticos. Há momentos legais em meio à maior diluição, mas a coisa simplesmente não para em pé. Ouçam e me digam o que acharam.

Keith Jarrett — No End (2013)

Disc: 1
1. I
2. II
3. III
4. IV
5. V
6. VI
7. VII
8. VIII
9. IX
10. X

Disc: 2
1. XI
2. XII
3. XIII
4. XIV
5. XV
6. XVI
7. XVII
8. XVIII
9. XIX
10. XX

Keith Jarrett: electric guitars, fender bass, drums, tablas, percussion, voice, recorder, piano.

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Desculpe, Jarrett, mas este CD é muito ruim.
Desculpe, Jarrett, mas este CD é muito ruim.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)
Version 1.0.0

Um CD agradabilíssimo e diferente. Sempre relacionamos Brahms à densidade e ao rigor formal, porém aqui não há nada disso. É uma música de sarau, não tão simplesinha assim e boa de se ouvir nas noites em que estamos trabalhando em casa ou conversando com poucos amigos. Saibam que as faixas 1, 26 e algumas outras pararão a conversa ou interromperão nosso trabalho para que digamos ou pensemos: que coisa linda isso!

As cantoras Julie Kaufmann e Marilyn Schmiege possuem perfeito senso de estilo e adaptam-se a cada canção dando a ela personalidade própria. Um maravilhoso CD da Orfeu que merece ser comprado por sua música e pelo excelente encarte com todas as letras. A relação de duetos e lieder é interminável e isto não é uma reclamação, imagine!

Johannes Brahms (1833-1897): Lieder & Duette (Kaufmann, Schmiege, Sulzen)

1. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
2. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
3. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
4. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
5. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
6. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
7. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
8. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
9. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
10. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
11. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
12. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
13. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
14. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
15. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
16. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
17. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
18. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
19. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
20. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
21. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
22. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
23. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
24. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
25. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
26. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 5 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
27. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
28. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
29. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
30. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
31. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Piano, Op. 81, 106 e 20 (Hough)

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Piano, Op. 81, 106 e 20 (Hough)
Version 1.0.0

Imaginem um mundo ainda pior do que o nosso, um mundo onde Haydn (1732), Mozart (1756) e Beethoven (1770) tivessem sucumbido à alta mortalidade infantil de suas épocas. Bem, neste caso, Hummel seria muito famoso. OK, você, que é inteligente, dirá que se o trio fundamental acima não tivesse produzido nada, o Hummel que ouvimos seria outro, pois ele foi formado por Haydn e Mozart e foi contemporâneo de Beethoven. Concordo e peço que não levem tão a sério minha ficção. O que desejo dizer é que Hummel é um sub-Beethoven que não merece o pouco caso que nossa época dá a ele. Tudo porque ele é MUITO BOM. Estas sonatas para piano gravadas por Stephen Hough para a sensacional Hyperion deveriam fazer parte do repertório usual de pianistas que tocam obras do período clássico. Peço a vocês que confiram. Se as sonatas de Hummel não superam as de Mozart e Beethoven, deixam longe as de Haydn e as de quase todos os compositores do período. Ah, não acreditam? Então ouçam. BAITA CD.

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Piano, Op. 81, 106 e 20 (Hough)

Piano Sonata in F sharp minor, Op 81
1. Allegro
2. Largo Con Molt’espressione
3. Vivace

Piano Sonata in D major, Op 106
4. Allegro Moderato, Ma Risoluto
5. Un Scherzo All’antico: Allegro, Ma Non Troppo
6. Larghetto A Capriccio
7. Allegro Vivace

Piano Sonata in F minor, Op 20
8. Allegro Moderato
9. Adagio Maestoso
10. Presto

Stephen Hough

Stephen Hough é um tremendo pianista que, dentre outros, especializou-se em Hummel

, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

PQP

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 4 (Haitink, Chicago)

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 4 (Haitink, Chicago)

Qualquer gravação da Sinfônica de Chicago traz os melhores metais. Não adianta, é cultural. E aqui não é diferente. As trombonadas, agora comandadas por um maestro genial, são impecáveis. Sempre. O restante talvez seja pior do que o ciclo de Haitink-Shostakovich que recém publicamos. A Sinfonia Nº 4 é uma sinfonia decididamente mahleriana. Shostakovich estudara Mahler por vários anos e aqui estão ecos monumentais destes estudos. Sim, monumentais. Uma orquestra imensa, uma música com grandes contrastes e um tratamento de câmara em muitos episódios rarefeitos: Mahler. O maior mérito desta sinfonia é seu poderoso primeiro movimento, que é transformação constante de dois temas principais em que o compositor austríaco é trazido para as marchas de outubro, porém, minha preferência vai para o também mahleriano scherzo central. Ali, Shostakovich realiza uma curiosa mistura entre o tema introdutório da quinta sinfonia de Beethoven e o desenvolve como se fosse a sinfonia “Ressurreição”, Nº 2, de Mahler. Uma alegria para quem gosta de apontar estes diálogos. O final é um “sanduíche”. O bizarro tema ritmado central é envolvido por dois scherzi algo agressivos e ainda por uma música de réquiem. As explicações são muitas e aqui o referencial político parece ser mesmo o mais correto para quem, como Shostakovich, considerava que a URSS viera das mortes da revolução de outubro e estava se dirigindo para as mortes da próxima guerra.

D. Shostakovich (1906-1975): Sinfonia Nº 4 (Haitink, Chicago) (1:10:26)
1 Allegretto Poco Moderato – Presto 29:39
2 Moderato Con Moto 9:41
3 Largo – Allegro 31:06

Chicago Symphony Orchestra
Bernard Haitink

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Haitink, desse eu sinto e sentirei saudades! Que maestro!

PQP

Ignaz Moscheles (1794-1870) e Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Violoncelo e Piano (Bárta, Milne)

Ignaz Moscheles (1794-1870) e Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Violoncelo e Piano (Bárta, Milne)

A Sonata de Moscheles é muito boa, mas a verdadeira surpresa deste CD são os Estudos Melódicos e Contrapontísticos do mesmo Moscheles sobre Prelúdios de Bach nas faixas 5, 6 e 7. Já a Sonata de Hummel é rotineira, ainda mais se considerarmos sua luminosa obra, especialmente as Sonatas de nosso próximo e excelente post (PQP o postará na terça pela manhã). Para variar, a Hyperion nos brinda com um disco com repertório raro e que vale a pena conhecer. Serve bem a uma tarde preguiçosa de domingo.

Ignaz Moscheles (1794-1870) e Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Sonatas para Violoncelo e Piano (Bárta, Milne)

Cello Sonata in E major, Op 121 [Moscheles]
1. Movement 1: Allegro espressivo e appassionato
2. Movement 2: Scherzo ‘ballabile’. Allegretto quasi allegro
3. Movement 3: Ballade ‘in böhmische Weise’. Andantino
4. Movement 4: Allegro vivace, ma non troppo

Melodisch-contrapunktische Studien, Op 137 [Bach & Moscheles]
5. No 4: Andante con moto espressivo ‘Well-tempered Klavier II Prelude No 7 in E flat major’
6. No 8: Allegro maestoso ‘Well-tempered Klavier II Prelude No 6 in D minor’
7. No 9: Andante espressivo ‘Well-tempered Klavier I Prelude No 4 in C sharp minor’

Cello Sonata in A major, Op 104 [Hummel]
8. Movement 1: Allegro amabile e grazioso
9. Movement 2: Romanze. Un poco adagio e con espressione
10. Movement 3: Rondo. Allegro vivace un poco

Jiří Bárta, violoncelo
Hamish Milne, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Bartá
Jiří Bárta: esse sujeito dá um banho neste CD

PQP

Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)

Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)

Como é que os franceses podem viver sem reis e rainhas? O repertório que ouvimos em filmes que querem mostrar a nobreza e grandiosidade dos monarcas está todo aqui. Eu tenho algum respeito por Adolf Scherbaum, mas este CD… Tem umas músicas famosíssimas que são usadas quando o filme tem reis e rainhas ou quando deseja fazer alguma caricatura da nobreza. Sabe aqueles toques de trompete bem famosos? São todos franceses e estão neste disco. Adolf Scherbaum têm gravações estupendas de música para trompete e órgão, por exemplo. Mas este aqui é dureza. Mouret é o compositor que 10 entre 10 reis absolutistas escolheriam. Um saco. Ah, a faixa 32 de Monsieur Delalande é plágio escarrado de uma suíte orquestral de papai Bach. Fuja deste CD, a não ser que você queira usar numa festa à fantasia onde todos aparecerão metamorfoseados como nobres.

Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)

Fanfares: Première Suitte
Composed By – Jean-Joseph Mouret
(7:34)
1 1. [Sans Indication de mouvement] 1:51
2 2. Gracieusement, sans lenteur 3:17
3 3. Allegro 1:41
4 4. Gay 0:45

Simphonies: Seconde Suitte
Composed By – Jean-Joseph Mouret
(13:36)
5 1. Air Ou Prélude 1:51
6 2. Allegro 1:55
7 3. Gracieusement 2:27
8 4. A) Première Gavotte – B) Deuxième Gavotte 2:34
9 5. A) Fanfare – B) Air 2:02
10 6. A) Premier Menuet – B) Second Menuet 1:51
11 7. Allegro 0:56

Simphonies Pours Les Soupers Du Roy Quatrième Suitte
Composed By – Delalande*
(26:16)
12 1. Simphonie Du Te Deum 1:54
13 2. 2e Air Du “Concert De Trompettes Pour Les Festes Sur Le Canal De Versailles” 0:54
14 3. 1er Air Pour Concert De Trompettes 3e Air Pour Les Mêmes 1:25
15 4. 1er Menuet Pour Les Trompettes 0:38
16 5. 2e Menuet 1:01
17 6. Fanfare; Air En Écho 1:12
18 7. Air Grave De “L’amour Fléchy Par La Constance” 2:39
19 8. Sarabande 2:12
20 9. Légèrement 0:41
21 10. “Chantons Ce Héros”. Gayement 1:51
22 11. Sarabande De “Cardeino” 1:43
23 12. Air. Gay “Ballet De Mélicerte” À Fontainebleau Marrage De M. De Lorraine 0:41
24 13. Musette Du “Ballet De L’lnconnue” 0:43
25 14. Air. Gay 0:56
26 15. Rondeau Du “Ballet Des Cléments” 1:32
27 16. Rondeau Du “Ballet De Cardenio” 0:58
28 17. Doucement Et Pesamment 0:43
29 18 “La Pagode”. Doucement Et Pesament 1:46
30 19. 7e Air Du “Ballet De La Paix” 1:33
31 20. Chaconne En Écho Avec Les Trompettes 2:14

Sixième Suitte – Premier Caprice
Composed By – Michel Richard Delalande
(15:11)
32 1. Fièrement Et Détaché – Gracieusement – Un Peu Plus Gay – Viste 4:55
33 2. Gracieusement, Sans Lenteur – Vif 2:53
34 3. Trio. Doucement (attacca) 5:37
35 4. Fièrement – Vivement 1:46
36 Marche à Quatre Timbales
Composed By – André I Danican Philidor
2:42

Airs de Trompettes, Timbales Et Hautbois (LWV 72)
Composed By – Jean-Baptiste Lully
(5:57)
37 1. Prélude 3:11
38 2. Menuet 0:59
39 3. Gigue 0:54
40 4.Gavotte 0:53
41 Prélude du Te Deum (H. 146)
Composed By – Marc Antoine Charpentier
1:34

Bassoon – André Sennedat
Conductor – Paul Kuentz
Harpsichord – Huguette Gremy, Olivier Alain
Horns – Georges Barbouteu*, Jacky Magnardi
Oboe – Emile Mayousse, Maurice Bourgue
Orchestra – Orchestre De Chambre Paul Kuentz
Soprano Vocals – Edith Selig
Timpani [Kettle Drums] – Jacques Remy
Trumpet – Adolf Scherbaum

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE 

Adolf Scherbaum (1909-2000)

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas e mais alguma coisa (Haitink)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas e mais alguma coisa (Haitink)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

No século XX, só posso comparar este conjunto de sinfonias de Mahler, à série de romances de Thomas Mann ou à literatura de Kafka, Borges ou Joyce ou ainda às pinturas de Picasso ou Kandinsky — ou ainda a algo maior, coisa que não sei se existe.

A surpreendente Sinfonia Nº 1; a decepcionante Nº 2; a curiosa Nº 3; a Nº 4, a que muda tudo, que é a primeira das grandiosas e talvez a mais sarcástica de todas — aquele Moderato beethoveniano bem ali no meio… –; a clássica e famosa Nº 5; a bipolar — pois dramática e circence — Nº 6; a importante, heroica e não tão boa Nº 7; a muito apaixonante e longa Nº 8 — com direito a dois scherzi e uma passacaglia –; a zombeteira (alvo: Stálin) Nº 9; a antistalinista e linda Nº 10; a Nº 11, que é a melhor das músicas programáticas que conheço; o escorregão da Nº 12 — filha piorada da Nº 7 –; a dilacerante e linda Babi Yar, Nº13; os grandes poemas de morte da quase camarística Nº 14; a autêntica suma de sua arte sinfônica que é a Nº 15 — com seu sarcasmo, canções de morte e citações.

E, nossa, que orquestras maravilhosas as formadas por Haitink! Aqui, o maestro demonstra toda a sua musicalidade ao nos acompanhar, com perfeito senso de estilo e compreensão, aos picos e vales emocionais por onde Shostakovich nos leva. Muitas vezes tive taquicardia ouvindo estes discos. O fuzilamento da Sinfonia Nº 11 é um fuzilamento, a canção de luto é exatamente isto, uma canção de luto. A Sinfonia Nº 14 é formada por verdadeiras canções de morte. Já os sarcasmos estão por toda a parte — na 4, 5, 6, 8, 9, 15º, todos bem desenhados. É uma música muito humana e dolorida, às vezes de incontrolável alegria, outras vezes de uma tristeza de cortar os pulsos. O compositor parece contar histórias e, mesmo que não compreendamos seus conteúdos sem palavras, deixa-nos com sua implacável lógica emocional.  Como diria, meu amigo, o Dr. Herbert Caro, Haitink é um maestro compreensivo — isto é, que compreende tudo e bem. Ele nos leva pela mão nesta coleção absolutamente notável! Como escreveu a Concerto, Haitink é poesia, elegância e refinamento.

Lembro de quando o vi reger no Concertgebouw de Amsterdam. Uma vez estava atrás da orquestra, de frente para o maestro. Ele era uma figura magnética. Quando ele mandou a orquestra levantar para receber os aplausos, a gente lá atrás quase levantava junto.

(Fico muito curioso de ouvir a integral de Maxim Shostakovich. Alguém tem?).

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas e mais (Haitink)

CD1
Symphony No.1 In F Minor, Op.10
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
1-1 I Allegretto – Allegro Non Troppo 8:14
1-2 II Allegro 8:14
1-3 III Lento 8:46
1-4 IV Allegro Molto – Lento – Allegro Molto 9:15

Symphony No.3 In E Flat Major, Op.20 ‘The First Of May’
Choir – London Philharmonic Choir*
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
1-5 I Allegretto – Allegro 10:25
1-6 II Andante 5:35
1-7 III Allegro – Largo 10:34
1-8 IV Moderato: ‘V Pervoye Pervoye Maya’ 6:15

CD2
Symphony No.2 In B Major, Op.14 ‘To October – A Symphonic Dedication’
Choir – London Philharmonic Choir*
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
2-1 I Largo – Allegro Molto 12:44
2-2 II My Shli, My Prosili Raboty I Khleba 8:10

Symphony No.10 In E Minor, Op.93
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
2-3 I Moderato 24:16
2-4 II Allegro 4:03
2-5 III Allegretto 12:23
2-6 IV Andante – Allegro 13:57

CD3
Symphony No.4 In C Minor, Op.43
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
3-1 I Allegretto Poco Moderato — 16:20
3-2 Presto 12:32
3-3 II Moderato Con Moto 9:06
3-4 III Largo — 7:03
3-5 Allegro 22:35

CD4
Symphony No.5 In D Minor, Op.47
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
4-1 I Moderato 18:04
4-2 II Allegretto 5:21
4-3 III Largo 15:40
4-4 IV Allegro Non Troppo 10:35

Symphony No.9 In E Flat Major, Op.70
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
4-5 I Allegro 4:57
4-6 II Moderato 7:44
4-7 III Presto 2:38
4-8 IV Largo 3:56
4-9 V Allegretto — Allegro 6:37

CD5
Symphony No.6 In B Minor, Op.54
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
5-1 I Largo 17:47
5-2 II Allegro 6:20
5-3 III Presto 7:06

Symphony No.12 In D Minor, Op.112 ‘The Year 1917’
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
5-4 I Revolutionary Petrograd 13:31
5-5 II Razliv 14:04
5-6 III Aurora 4:15
5-7 IV The Dawn Of Humanity 11:05

CD6
Symphony No.7 In C Major, Op.60 Leningrad
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
6-1 I Allegretto 28:57
6-2 II Moderato (Poco Allegretto) 11:35
6-3 III Adagio 20:22
6-4 IV Allegro Non Troppo 18:28

CD7
Symphony No.8 In C Minor, Op.65
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
7-1 I Adagio 25:55
7-2 II Allegretto 6:14
7-3 III Allegro Non Troppo 5:57
7-4 IV Largo 8:49
7-5 V Allegretto 14:47

CD8
Symphony No.11 In G Minor, Op.103 ‘The Year 1905’
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
8-1 I Adagio: The Palace Square 15:53
8-2 II Allegro: 9 January 19:54
8-3 III Adagio: In Memoriam 11:23
8-4 IV Allegro Non Troppo: Tocsin 14:16

CD9
Symphony No.13 In B Flat Minor, Op.113 ‘Babi Yar’
Bass Vocals [Bass] – Marius Rintzler
Choir – Gentlemen From The Choir Of The Concertgebouw Orchestra*
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
9-1 I Adagio: Babi Yar 17:11
9-2 II Allegretto: Humour 8:18
9-3 III Adagio: In The Store 13:06
9-4 IV Largo: Fears 12:22
9-5 V Allegretto: A Career 13:23

CD10
Symphony No.14, Op.135
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
10-1 I De Profundis
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
4:45
10-2 II Malagueña
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
2:37
10-3 III Loreley
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
8:35
10-4 IV Le Suicidé
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
6:45
10-5 V Les Attentives I
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
2:58
10-6 VI Les Attentives II
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
1:52
10-7 VII À La Santé
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
8:46
10-8 VIII Réponse Des Cosaques Zaparogues…
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
2:03
10-9 IX O Delvig, Delvig
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
4:44
10-10 X Der Tod Des Dichters
Soprano Vocals [Soprano] – Julia Varady*
5:26
10-11 XI Schluß-Stück
Baritone Vocals [Bariton] – Dietrich Fischer-Dieskau
1:14

6 Poems Of Marina Tsvetaeva, Op.143a
Composed By – Dmitri Shostakovich
Contralto Vocals [Contralto] – Ortrun Wenkel
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
10-12 I My Poems 3:23
10-13 II Such Tenderness 3:52
10-14 III Hamlet’s Dialogue With His Conscience 3:23
10-15 IV The Poet And The Tsar 1:40
10-16 V No, The Drum Beat 3:28
10-17 VI To Anna Akhmatova 6:10

CD11
Symphony No.15 In A Major, Op.141
Composed By – Dmitri Shostakovich
Orchestra – London Philharmonic Orchestra*
Producer – Richard Beswick (2)
11-1 I Allegretto 8:05
11-2 II Adagio — Largo — Adagio — Largo 16:28
11-3 III Allegretto 4:12
11-4 IV Adagio —Allegretto — Adagio — Allegretto 16:57

From Jewish Folk Poetry, Op.79
Composed By – Dmitri Shostakovich
Contralto Vocals [Contralto] – Ortrun Wenkel
Orchestra – Concertgebouw Orchestra*
Producer – Andrew Cornall
Soprano Vocals [Soprano] – Elisabeth Söderström
Tenor Vocals [Tenor] – Ryszard Karczykowski
11-5 I Lament For A Dead Infant 2:40
11-6 II Fussy Mummy And Auntie 2:50
11-7 III Lullaby 3:48
11-8 IV Before A Long Separation 2:25
11-9 V A Warning 1:18
11-10 VI The Deserted Father 2:05
11-11 VII A Song Of Poverty 1:24
11-12 VIII Winter 3:21
11-13 IX The Good Life 1:49
11-14 X A Girl’s Song 3:15
11-15 XI Happiness 2:39

[Recording details]
(No. 10): Kingsway Hall, London 1977
(No. 15): Kingsway Hall, London 1978
(Nos. 4 & 7): Kingsway Hall, London 1979
(Nos. 1 & 9): Kingsway Hall, London 1980
(Nos. 2 & 3): Kingsway Hall, London 1981
(No. 14): Concertgebouw, Amsterdam 1980
(No. 5): Concertgebouw, Amsterdam 1981
(Nos. 8 & 12): Concertgebouw, Amsterdam 1982
(Nos. 6, 11, From Jewish Folk Poetry & Six Poems): Concertgebouw, Amsterdam 1983
(No. 13): Concertgebouw, Amsterdam 1984

BAIXE CDs de 1 a 3 AQUI — DOWNLOAD CDs 1 to 3 HERE
BAIXE CDs de 4 e 5 AQUI — DOWNLOAD CDs 4 and 5 HERE
BAIXE CDs de 6 a 8 AQUI — DOWNLOAD CDs 6 to 8 HERE
BAIXE CDs de 9 a 11 AQUI — DOWNLOAD CDs 9 to 11 HERE

Bernard Haitink (1929-2021), um dos maiores maestros da era das gravações

PQP

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – Concertos para Violino – James Ehnes

Já estabelecido como um dos maiores violinistas do século  XX, James Ehnes tem passado bastante tempo nos estúdios. O rapaz é uma máquina de gravar discos. Já perdi as contas de quantos seus já foram postados por aqui.

Em sua segunda incursão pelo universo bachiano Ehnes nos apresenta um Bach atualizado, discreto, mas ao mesmo tempo, muito, mas muito coerente e tremendamente bem tocado. Acompanhado discretamente por uma orquestra intitulada ‘Canada´s National Arts Centre Orchestra’, ele desfila todo o seu talento e virtuosismo em um repertório já muito gravado e interpretado. Não diria que ele é um entusiasta das gravações historicamente interpretadas, mas o nível de excelência de sua execução nos brinda com um tremendo respeito pela obra do gênio alemão, sempre contando com cumplicidade da ótima orquestra canadense e seus solistas de primeira.

Já ouvi dezenas, quiçá centenas de vezes estes concertos, com os mais diversos intérpretes, de todas as épocas. Dos atuais, talvez Rachel Podger seja a minha favorita neste repertório, mas isso aqui não é uma competição, apenas uma audição de obras primas. James Ehnes, ao encarar o desafio de gravar estes concertos, deixou sua marca muito bem estabelecida.

Nosso líder supremo, PQPBach, com certeza vai gostar muito deste CD, ao qual ainda não teve acesso. Esta embevecido atualmente com o pacotaço que a DG lançou do Andriss Nelsons tocando Shostakovitch. Mas isso é segredo, não contem para ninguém.

Violin Concerto in E major, BWV 1042
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro assai

James Ehnes, violon / violin

Concerto for Flute, Violin, and Harpsichord in A minor, BWV 1044
I. Allegro
II. Adagio ma non tanto e dolce
III. Tempo di Alla breve

James Ehnes, violon / violinFlute
Luc Beauséjour, clavecin / harpsichord

Concerto for Oboe and Violin in C minor, BWV 1060R
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro

James Ehnes, violon / violin
Charles Hamann, hautbois / oboe

Violin Concerto in D minor, BWV 1052R
I. Allegro 7:25
II. Adagio 5:33
III. Allegro 7:10

James Ehnes, violon / violin

CD 2

Violin Concerto in A minor, BWV 1041
I. [aucune indication de tempo /
no tempo marking]
II. Andante
III. Allegro assai

James Ehnes, violon

Concerto for Two Violins in D minor, BWV 1043
I. Vivace
II. Largo ma non tanto
III. Allegro

James Ehnes, violon / violin
Yosuke Kawasaki, violon / violin

Violin Concerto in G minor, BWV 1056R
I. [aucune indication de tempo / no tempo marking]
II. Largo
III. Presto

James Ehnes, violon

Concerto for Three Violins in D major, BWV 1064R
I. Allegro
II. Adagio
III. Allegro
James Ehnes
Jessica Linnebach, violon
Yosuke Kawasaki, violon

Canada´s National Arts Centre Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

 

 

Mozart (1756 – 1791) – Beethoven (1770 – 1827) – Brahms (1833 – 1897): Música de Câmara com clarinete – Gervase de Peyer & membros do Melos Ensemble ֎

Mozart (1756 – 1791) – Beethoven (1770 – 1827) – Brahms (1833 – 1897): Música de Câmara com clarinete – Gervase de Peyer & membros do Melos Ensemble ֎

Aqui estão, diretos do Túnel do Tempo, outros dois discos que contêm as peças que formaram um CD comemorativo da passagem de duzentos anos da morte de Mozart. Esse disco foi mencionado em postagem anterior, com os trios de Ravel e Mozart. As outras duas peças, além do Trio de Mozart, são um Quinteto com Piano e Sopros, que serviu de modelo para uma obra semelhante composta pelo jovem Ludovico, e o Trio “Kegelstatt”, do qual faz parte um clarinete. O Quinteto com Piano e Sopros faz dobradinha exatamente com a obra de Beethoven e o Trio “Kegelstatt” faz dobradinha com o maravilhoso, espetacular, Quinteto para Clarinete e Cordas.

Esta gravação do lindo Quinteto para Clarinete foi também agrupada em um CD com a gravação do Quinteto com a mesma formação, composto por Brahms, no período no qual ele andou de amores com o som do clarinete. Assim, temos dois LPs restaurados digitalmente mais um bônus – o Quinteto com Clarinete de Johannes Brahms.

G de Peyer

Sobre Gervase de Peyer, sabemos que chamou a atenção ao interpretar o solo do Concerto para clarinete de Mozart numa transmissão da BBC quando tinha ainda apenas 16 anos. Foi o principal clarinetista da London Symphony Orchestra de 1955 até 1972, quando foi forçado a declinar do posto por estar atuando também em Nova Iorque. Mas, por volta de 1970, juntamente com outros membros da LSO fundou o Melos Ensemble. Esses músicos queriam tocar música de câmara, com diversas combinações de instrumentos. Alguns dos outros membros fundadores também aparecem aqui nas gravações, como Cecil Aranowitz (viola), Richard Adeney (flauta), Emanuel Hurwitz (violino), Osian Ellis (harpa) e Lamar Crowson (piano). Podiam tocar músicas como o Septeto de Beethoven, os Octetos de Schubert e Mendelssohn. Essas peças reunidas aqui nos dão uma ideia de como eles tinham amor pela música e prazer em tocar em pequenos grupos.

CD1

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Trio em mi bemol maior para clarinete, viola e piano, K.498
  1. Andante
  2. Menuetto And Trio
  3. Allegretto
Quinteto em lá maior para clarinete e cordas, K.581
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Menuetto – Trios I & II
  4. Allegretto Con Variazioni

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Quinteto em si menor para clarinete e cordas, Op. 115
  1. Allegro
  2. Adagio – Piu lento
  3. Andantino – Presto non assai, ma con sentimento
  4. Con moto

Melos Ensemble Of London

Gervase de Peyer, clarinete
Cecil Aronowitz, viola
Lamar Crowson, piano (trio)
Terence Weil, violoncelo (quintetos)
Emanuel Hurwitz & Ivor McMahon, violinos (quintetos)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 197 MB

CD2

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Quinteto em mi bemol maior, K.452
  1. Largo – Allegro moderato
  2. Larghetto
  3. Rondo (Allegretto)

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Quinteto em mi bemol maior, Op.16
  1. Allegro, ma non troppo
  2. Andante cantabile
  3. Rondo (Allegro, ma non troppo)

Melos Ensemble Of London

Gervase de Peyer, clarinete
William Waterhouse, fagote
Neil Sanders, trompa
Peter Graeme, opoé
Lamar Crowson, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 96 MB

The clarinettist Gervase de Peyer first made his mark with a BBC broadcast of the Mozart concerto at the age of 16, while still a schoolboy. He went on to become the outstanding player of his generation, developing a warm, flexible sound that made extensive use of vibrato, particularly in the lower register, and inspired many new compositions.

Aproveite!

René Denon

Melos Ensemble na formação de quinteto para clarinete e cordas…

Ravel (1875 – 1937) & Mozart (1756 – 1791): Trios com piano – Louis Kentner (piano) – Yehudi Menuhin (violino) – Gaspar Cassadó (violoncelo) ֎

Ravel (1875 – 1937) & Mozart (1756 – 1791): Trios com piano – Louis Kentner (piano) – Yehudi Menuhin (violino) – Gaspar Cassadó (violoncelo) ֎

Direto do Túnel do Tempo

Em 1991 comprei um CD comemorativo pelos 200 anos desde a morte de Mozart, que reunia algumas das suas obras de câmara. Os CDs eram ainda recentes e as gravadoras buscavam qualquer ocasião para buscar gravações de seus arquivos para lançar no mercado. Deu um pouco de trabalho, mas consegui reconstruir virtualmente os LPs originais dos quais as três peças do CD foram retiradas. Aqui está o primeiro deles – uma combinação não muito usual do único trio com piano de Ravel com um dos trios com piano compostos por Mozart.

A gravação é do início dos anos sessenta, mas o ouvido rapidamente se ajusta e podemos desfrutar de um lindo programa de música de câmara interpretada por excelentes músicos que também mantinham uma grande amizade.

O pianista Louis Kentner (1905 – 1987) era húngaro de nascimento e sua formação musical foi na Hungria. Foi aluno de Leo Weiner e de Zoltán Kodály. Acompanhado por orquestra regida por Otto Klemperer interpretou o Segundo Concerto de Bartók pela primeira vez na Hungria. Posteriormente mudou-se para a Inglaterra. Sua primeira mulher, Ilona Kabós era pianista e eles apresentaram em 1942 a première da versão revisada da Sonata para dois pianos e percussão de Bartók. O casamento terminou em 1945 e ele casou-se então com Griselda Gould, irmã de Diana Menuhin, esposa de Yehudi Menuhin. Eles se aproximaram, tornaram-se amigos e passaram a se apresentar juntos e também em trio, com o violoncelista Gaspar Cassadó, como na gravação da postagem. Kentner era especialista em música de Liszt e dos húngaros, mas passou também a se dedicar à música de compositores ingleses de sua época. Foi o pianista na première do Concerto para Piano de Michael Tippett, por exemplo.

Yehudi Menuhin (1916 – 1999) dispensa apresentações, foi um dos maiores violinistas de seu tempo e também uma figura respeitada no universo musical. Deu grande contribuição para a divulgação de música clássica e foi o apresentador de uma interessante série sobre música produzida e apresentada pela BBC, que também resultou em um alentado livro. Com mente bastante aberta, Menuhin fez parcerias com músicos de diferentes áreas, como Wilhelm Kempff, Stephane Grappelli e Pandit Ravi Shankar.

Gaspar Cassadó (1897 – 1966) nasceu em Barcelona, em uma família musical e teve muito cedo seus talentos reconhecidos. Aos nove anos apresentou um concerto e foi notado por Pablo Casals, que se ofereceu para ensiná-lo. Cassadó tornou-se um dos mais famosos alunos de Casals, com quem manteve amizade por toda a vida. Cassadó também estudou piano com Enrique Granados e composição com Manuel de Falla, tendo assim uma formação musical completa.

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Trio em lá menor
  1. Modéré
  2. Pantoum (Assez Vif)
  3. Passacaille (Très Large)
  4. Final (Animé)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Trio In E Major, K. 542
  1. Allegro
  2. Andante Grazioso
  3. Allegro

Louis Kentner, piano

Yehudi Menuhin, violino

Gaspar Cassadó, violoncelo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 95 MB

Never a pianist of virtuoso display, Kentner used his talents strictly for musical ends. Although identified particularly with the music of Chopin and Liszt, he always completely absorbed himself in a work when studying it, often delivering an interpretation that could sound introverted, particularly in his later years.

Yehudi Menuhin was a rich enigma: a gentle spirit tied to an implacable will: a perfectionist who loved amateurs and young beginners; an ascetic who relished down-to-earth pleasures.

Cassadó began his professional career as a cellist, and his playing was known for its evocative, lyrical quality and impeccable technique. His unique interpretations, coupled with his technical virtuosity, made him a sought-after performer across Europe.

Aproveite!

René Denon

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5, Op. 100 / Sonhos (Concertgebouw, Ashkenazy)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5, Op. 100 / Sonhos (Concertgebouw, Ashkenazy)

51qixG5+ILL._SL500_SY300_IM-PER-DÍ-VEL !!!

Apesar de a orquestra ser a do Concertgebouw de Amsterdam, aqui temos um Prokofiev com sotaque russo. As Sinfonias de Nº 5 e 7 são as minhas preferidas dentre as que o ucraniano escreveu e Ashkenazy realiza um de seus melhores trabalhos com ela. É linda esta sinfonia. Simplesmente, ela não tem momentos fracos, é toda perfeita. Ouçam e confiram! Nada a ver, mas sempre fico puto ao pensar na morte de Prokofiev. Ele morreu aos 61 anos, em 5 de março de 1953, no mesmo dia que Stalin. Por três dias, a oficialidade e a multidão que se despedia do Rei dos Expurgos impossibilitou a retirada do corpo de Prokofiev para o serviço funerário. No funeral, não havia flores nem músicos, todos requisitados pelo funeral do líder soviético.

Sergei Prokofiev (1891-1953): Sinfonia Nº 5, Op. 100 / Sonhos (Concertgebouw, Ashkenazy)

Symphony No. 5, Op. 100
1 I. Andante 12:52
2 II. Allegro Marcato 8:22
3 III. Adagio 11:52
4 IV. Allegro Giocoso 9:09

Dreams • Rêves • Träume, Op. 6
5 Dreams • Rêves • Träume 8:46

Concertgebouw Orchestra
Vladimir Ashkenazy

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Sim, eu fui grande e desajeitado.
Sim, eu fui grande e desajeitado.

PQP

.: interlúdio :. First Meeting (Milcho Leviev & Charlie Haden, 1986)

Sons estranhos, gente esquisita. O prazer em alternar momentos de melodias relativamente comuns com sonoridades que dificilmente se ouviu antes… É essa a música que, juntos, fazem o contrabaixista estadunidense e o pianista búlgaro neste álbum. O nome First meeting dava a entender que os dois pretendiam se encontrar mais vezes, mas o filho de Charlie Haden explica aqui que essa primeira gravação – não o primeiro encontro dos dois, apenas o primeiro com microfones – acabou sendo também a última dos dois juntos:

Milcho Leviev was born in Bulgaria in 1937. Same year as my father. He was appointed as the conductor of the Bulgarian National Radio Big Band in 1962. He moved to Los Angeles in 1970. He worked with Don Ellis, Billy Cobham, Lainie Kazan, and Art Pepper.

Charlie had lots of respect for his piano playing. I remember my dad walking around saying “Milcho” a lot. I think Milcho conducted Liberation Music Orchestra when Carla wasn’t available, for a time.

Milcho and Charlie played L.A. gigs together in the early to mid-1980s. They played at the Comeback Inn. They played at a festival celebrating the Olympic Games in 1984. I have a memory of Milcho conducting the Liberation Music Orchestra at McCabe’s Guitar Shop around this time.

After First Meeting, the musical relationship stopped. He and my father never recorded together again. Milcho had a long, distinguished career in the studio, touring, and teaching. He never quite broke through commercially. Milcho died in 2019.

First Meeting
1. When will the Blues leave? (O. Coleman)
2. Nardis (M. Davis)
3. Beaup (M. Leviev/C. Haden)
4. J.S. (J.S. Bach / M. Leviev)
5. Monk’s moment (E. Harris)
6. Chairman Mao (C. Haden)
7. What’ll I do ? (I. Berlin)
8. Silence (C. Haden)

Milcho Leviev – piano
Charlie Haden – bass

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – mp3 320kbps

Charlie Haden com um tal de Ornette Coleman

Pleyel

Beethoven (1770 – 1827): Sonatas para violino e piano ‘Primavera’ e ‘Kreutzer’ – Maxim Vengerov (Violino) ֎

Beethoven (1770 – 1827): Sonatas para violino e piano ‘Primavera’ e ‘Kreutzer’ – Maxim Vengerov (Violino) ֎

Kreutzer ou Primavera?
  • De qual sonata você gosta mais, da Kreutzer ou da Primavera?

Era assim que se começava uma interminável discussão.

  • Eu gosto mais da Kreutzer por ser mais intensa, mais viril!
  • Ah, mas a Primavera é muito mais melódica, mas cativante…

E assim seguíamos debatendo e falando dos intérpretes e tal. Eu ouvi primeiro a Kreutzer, em um disco com o lendário Heifetz, de capa monocolor. Eu era essencialmente adolescente e aquilo causou uma impressão enorme em mim, especialmente o último e arrebatador movimento. Depois ouvi a Primavera com a dupla Menuhin e Kempff. Acho que eles vão melhor na Primavera. E assim seguia alternando, ora essa, ora aquela sonata.

Esse disco é uma reunião de gravações feitas entre 1991 e 1992, com diferentes pianistas e lançadas originalmente diferentes discos, com sonatas de outros compositores. Assim, é muito conveniente tê-las aqui num só pacote.

O violinista Maxim Vengerov era bem jovem, mas já um excelente intérprete. Acho que ele consegue combinar as características necessária para as demandas das duas sonatas do genioso e genial Ludovico. Isso é ótimo pois certamente vai continuar acirrando o debate: diga-me lá, de qual das sonatas você gostou mais?

 

 

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Violin Sonata No. 5 In F Major, Op. 24 ‘Spring’
  1. I Allegro
  2. II Adagio Molto Espressivo
  3. III Scherzo – Allegro Molto
  4. IV Rondo – Allegro, Ma Non Troppo
Violin Sonata No. 9 In A Major, Op. 47 ‘Kreutzer’
  1. I Adagio Sostenuto – Presto
  2. II Andante Con Variazioni
  3. III Finale – Presto

Maxim Vengerov, violino

Itamar Golan, piano (1-4)

Alexander Markovich (5-7)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 140 MB

M Vengerov

Opinião do Chat PQP sobre as interpretações do jovem e impetuoso Maxim Vengerov das sonatas do Ludovico: Reviews of Maxim Vengerov’s performances of Beethoven’s violin sonatas, particularly the “Kreutzer” Sonata, consistently highlight his virtuosity, musicality, and the “mesmerizing purity of sound” he achieves, with critics praising his ability to navigate both the technical and lyrical aspects of the music. 

Aproveite!

René Denon

 

Heinrich Schütz (1585-1672): Symphoniæ Sacræ III (Junghänel)

Heinrich Schütz (1585-1672): Symphoniæ Sacræ III (Junghänel)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma pena eu não ter meus alfarrábios aqui no escritório. Escrever sobre Schütz sem eles, confiando na Wiki e na rede? Nunca! Prefiro confiar na memória. Schütz escreveu três volumes de Symphoniæ Sacræ, o primeiro nos anos 20 do século XVII, o segundo anos 40 e o terceiro, que é de 1649, tenho certeza. Schütz nasceu cem anos antes de Bach e é o fundador da música alemã tanto no sentido de austeridade como no de sua abertura para o sol e a alegria meridionais. Refiro-me aos italianos, claro. Era um homem de seu tempo. A música era considerada ainda uma ciência e estava curiosamente fora das humanidades, sendo estudada como a matemática, a química, etc. Schütz, por revolucionário que fosse — e era! — utilizava modelos matemáticos em suas obras, mas era um erudito humanista que usava de liberalidades que criaram coisas tão maravilhosas como o Saul, Saul, was verfolgst du mich, SWV 415, música pela qual sou fascinado. Em comum com Bach, o luterano Schütz possuia a aspiração ecumênica dos crentes sinceros e procurava fugir do que era imposto pela religião alemã.

Aqui, pouco sol italiano brilha, o que se vê é a luz das catedrais do barroco. Mas não são catedrais vazias, são catedrais lotadas de povo e de apelos.

Álbum duplo de qualidade incomum, gravado só para variar pela Harmonia Mundi, vem com capa de libreto que são também arte.

Heinrich Schütz (1585-1672): Symphoniæ Sacræ III (Junghänel)

1. Der Herr ist mein Hirt SWV 398
2. Ich hebe meine Augen auf SWV 399
3. Wo der Herr nicht das Haus bauet SWV 400
4. Mein Sohn, warum hast du uns das getan SWV 401
5. O, Herr, hilf SWV 402
6. Siehe, es erschien der Engel des Herren SWV 403
7. Feget den alten Sauerteig aus SWV 404
8. O süßer Jesu Christ SWV 405
9. O Jesu süß, wer dein gedenkt SWV 406
10. Lasset uns doch den Herren, unsern Gott, loben SWV 407

11. Es ging ein Sämann aus SWV 408
12. Seid barmherzig SWV 409
13. Siehe, dieser wird gesetzt zu einem Fall SWV 410
14. Vater unser SWV 411
15. Siehe, wei fein und lieblich SWV 412
16. Hütet Euch SWV 413
17. Meister, wir wissen, dass du wahrhaftig bist SWV 414
18. Saul, Saul, was verfolgst du mich SWV 415
19. Herr, wie lang willst du mein so gar vergessen SWV 416
20. Komm heliger Geist, Herre Gott SWV 417
21. Nun danket alle Gott SWV 418

Johanna Koslowsky
Monika Mauch
Wilfried Jochens
Hans-Jorg Mammel
Stephan Schreckenberger
Wolf Matthias Friedrich

Cantus Cölln
Concerto Palatino
Konrad Junghänel

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Schütz, Heinrich Schûtz retratado apenas por Rembrandt

PQP

Esquecer é repetir: 110 anos do Genocídio Armênio [Sergey e Lusine Khachatryan – My Armenia]

Ainda que esta gravação, lançada no centenário do Genocídio Armênio, chegue-lhes com dez anos de atraso, não se pode dela reclamar: a hoje diminuta Armênia é terra de rica música, o repertório faz abrangente justiça ao último século e tanto de sua longa tradição, e os irmãos Khachatryan tocam com brio, brilho e evidente amor a música do pago. Tampouco se a pode chamar inoportuna, pois, quando esta postagem for ao ar, os armênios – tanto em sua terra ancestral quando em sua imensa diáspora – estarão a honrar as vítimas do monstruoso aparato de extermínio brandido pelos turcos contra seus ancestrais.

Não há família armênia que não tenha sido marcada a sangue e trauma por tão imenso crime. Os Khachatryan não foram exceção: o bisavô dos músicos, Daniel, era uma criança quando viu seus pais e irmãos serem despedaçados. Tampouco foram os compositores das obras do álbum. Do mais célebre entre eles, Khachaturian (cujo sobrenome armênio é exatamente Khachatryan, apenas transliterado de forma diferente através do russo), ouve-se a criação mais famosa, a Dança de Sabres, no arranjo ebuliente de Jascha Heifetz, e também uma grata surpresa, o Poema-Canção, repleto das angulosidades de que a música da Armênia é tão pródiga quando os semblantes estatuescos de sua gente. Já o maior entre eles, Soghomon Soghomonyan, estava entre as centenas de intelectuais armênios presos em Constantinopla em 24 de abril de 1915 e deportados, através da primeira entre inúmeras “marchas da morte” pelo inclemente deserto sírio, no que se considera o marco zero do Genocídio e levou à escolha da data para comemorar suas vítimas. Soghomonyan, mais conhecido por seu nome eclesiástico, Komitas, já teve sua história contada neste blog pelo colega Wellbach, que nunca aparece por aqui sem nos deixar algo de memorável. Sua obra como compositor e legado como pioneiro da etnomusicologia merecerão nossa revisita. Até ela, espero que a beleza acachapante de Krunk e das Sete Danças Folclóricas – dignas de Bartók, ninguém menos! – marque os leitores-ouvintes com seu toque de gênio. Acima de tudo, desejo que dediquem hoje um instante de meditação e solidariedade aos armênios e seus ancestrais, e – se não for lhes pedir muito – evocar-lhes também a denúncia e indignação colérica contra todos os genocídios, tanto os do passado quanto aqueles em curso.


KOMITAS Vardapet (1869-1935)

1 – Krunk (“A Garça”), para violino e piano (arranjo de Sergei Aslamazyan)
2 – Tsirani Tsar (“O Damasqueiro”), para violino e piano (arranjo de Avet Gabrielyan)

Sete Danças Folclóricas, para piano
3 – Manushaki
4 – Yerangi
5 – Unabi
6 – Marali
7 – Shushiki
8 – Het u Aradj
9 – Shoror

10 – Garun-a (“É Primavera”), para piano (arranjo de Robert Andreasyan)

Eduard BAGHDASARYAN (1922 -1987)

11 – Rapsódia, para violino e piano
12 – Noturno, para violino e piano

Edvard Mik’aeli MIRZOYAN (1921-2012)

13 – Introdução e Moto Perpétuo, para violino e piano

Aram KHACHATURIAN (1903-1978)

14 – Poema-canção, para violino e piano

Duas Danças do balé Gayaneh, para violino e piano
15 – Usundara (arranjo de Mikhail Fichtenholz)
16 – Suserov par (“Dança de sabres”) (arranjo de Jascha Heifetz)

Arno Harutyuni BABADJANIAN (1921-1983)

Seis Quadros, para piano solo
17 – Improvisação
18 – Dança folclórica
19 – Toccatina
20 – Intermezzo
21 – Coral
22 – Dança de Sassoun

Sergey Khachatryan, violino
Lusine Khachatryan, piano

Gravado no Stadtcasino da Basileia, Suíça, de 4 a 7 de agosto de 2014

OUÇA NO TIDAL – LISTEN ON TIDAL:

OUÇA NO SPOTIFY – LISTEN ON SPOTIFY:


 

Esta jovem, Arshaluys Mardiganyan, tinha 14 anos quando testemunhou o massacre de sua família, foi forçada a atravessar o deserto da Síria e repetidamente torturada e violentada. Foi vendida num mercado de escravizados, fugiu de um harém e conseguiu, com apoio de refugiados armênios, chegar a Nova York. Sob o nome Aurora, publicou em 1918 suas memórias, intituladas “Armênia Devastada”, que chegaram ao cinemas, com grande repercussão e tendo a própria autora como protagonista, no ano seguinte. A incrível história de Aurora e seu filme trouxeram imensa visibilidade ao Genocídio Armênio e ajudaram a arrecadar o equivalente a 2 bilhões de dólares de hoje para o apoio às suas vítimas.

Depoimento de Aurora Mardiganyan sobre o Genocídio Armênio. Somente em idade avançada ela revelou que a violência mostrada no filme – incluindo a crucifixão de meninas – foi muito abrandada. “Os turcos não faziam suas cruzes assim. Os turcos faziam pequenas cruzes pontiagudas. Tiravam as roupas das meninas. Faziam com que elas se abaixassem e, depois de estuprá-las, as faziam sentar na madeira pontiaguda, que lhes atravessava as vaginas. Era assim que eles matavam, os turcos. Os americanos fizeram isso de uma forma mais civilizada. Eles não podem mostrar coisas tão terríveis”


Situação do reconhecimento do Genocídio Armênio mundo afora. Em verde, os países que o reconhecem oficialmente, a maioria com votações em seus parlamentos e aprovação de seus chefes de Estado (o Uruguai, em 1965, foi o primeiro a fazê-lo). Em laranja, os três países que negam explicitamente o Genocídio: a Turquia, estado sucessor do Império Otomano, onde há monumentos que insinuam que foram os armênios que cometeram genocídio sobre os turcos; o Azerbaijão, aliado incondicional da Turquia; e o Paquistão, que sequer reconhece a Armênia como nação soberana.
Situação do reconhecimento do Genocídio Armênio mundo afora. Em verde, os países que o reconhecem oficialmente, a maioria com chancelas de seus parlamentos e chefes de Estado (nosso querido hermanito Uruguai, de influente comunidade armênia, foi o primeiro a fazê-lo, em 1965). Em laranja, os três países que negam explicitamente o Genocídio: a Turquia, estado sucessor do Império Otomano, onde há monumentos que insinuam que foram os armênios que cometeram genocídio contra os turcos; o Azerbaijão, aliado incondicional da Turquia e, como ela, arqui-inimiga da Armênia; e o Paquistão, que sequer reconhece a Armênia como nação soberana.

A Iniciativa Humanitária Aurora, ONG sem fins lucrativos, recebeu o nome da heroína-emblema das vítimas do Genocídio Armênio e, suportada em grande parte pela diáspora armênia, apoia o enfrentamento de desafios humanitários mundo afora, incluindo genocídios em curso. Estimulo fortemente aqueles que de alguma forma se sensibilizaram pela causa que conheçam mais sobre a iniciativa e, se lhes for possível, lhe façam uma contribuição:

O Instituto Nacional Armênio dedica-se ao estudo, à pesquisa e a reasserção da ocorrência do Genocídio Armênio contra todas as forças que o pretendem negar. Seu sítio dispõe de abundantes fontes de estudo, em vários idiomas, disponíveis àqueles que desejarem aprofundar-se sobre o tema.

O Escritório de Prevenção de Genocídio e da Responsabilidade de Proteger é o organismo das Nações Unidas dedicado à causa autoevidente. Sabemos muito bem a quem interessa desmoralizar organismos internacionais enquanto viola todas as convenções, sejam as diplomáticas, sejam as de mínima decência. Somente o estudo crítico sobre a causa nos protege do triste fim de sermos omissos ou, pior ainda, de servirmos de massa de manipulação. Não sejam.
Placa na entrada do Museu Estatal Auschwitz-Birkenau, em Oświęcim, Polônia. A citação original de George Santayana (1863-1952) difere das duas versões mostradas na imagem: “Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo”. Para tatuar nas retinas. E já.

Vassily

Vivaldi (1678 – 1741): Concertos para Instrumentos de Sopros – Solistas – City of London Sinfonia & Nicholas Kraemer ֎

Vivaldi (1678 – 1741): Concertos para Instrumentos de Sopros – Solistas – City of London Sinfonia & Nicholas Kraemer ֎

Mais Vivaldi para o público PQP Bachiano!

A música do padre veneziano leva alegria e uma pitada de bom humor onde quer que vá e como o PQP Bach Corp. se espalhou por todos os confins do mundo, que então leve por aí essas belezuras.

Esse ótimo disquinho reúne uma coleção de sete (conta de mentiroso) concertos duplos para instrumentos de sopros. A mentirinha vai por conta de que um dos concertos é uma sinfonia, ou será mesmo um concerto? Aposto que você nem liga para isso. Além disso, um dos concertos é para dois pares de instrumentos de sopros, oboés e clarinetes.

NK

Isso nos traz o assunto de quais tipos de instrumentos são usados na gravação. Fossem os intérpretes radicais adeptos do historicamente informado teríamos possivelmente a palavra chalumeaux por aqui. Mas, os intérpretes aqui são músicos da City of London Sinfonia, orquestra fundada pelo grande Richard Hickox e usa instrumentos modernos. Nada que possa lhe trazer preocupações, desde que você goste de música barroca. Na direção o regente Nicholas Kraemer, que também toca instrumentos de teclas no contínuo e sabe das coisas, atua também com grupos HIP. Kraemer é o quarto cravista na pioneira gravação dos concertos para cravo de Bach feita pelo Trevor Pinnock para o selo Archiv Produktion. Ele já deu as caras aqui pelos nossos costados regendo sinfonias de Haydn num disquinho que foi devidamente apreciado pelos frequentadores assíduos ou casuais do blog.

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto in F major for two horns, RV 539
  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro
Concerto in C major for two flutes, RV 533
  1. Allegro Molto
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto (Sinfonia) in D major, RV 122
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Presto
Concerto in C major for two trumpets, RV 537
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto in C major for two oboes and two clarinets, RV 560
  1. Larghetto – Allegro
  2. Largo
  3. Allegro Molto
Concerto in F major for two horns, RV 538
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro Non Molto
Concerto in G major for oboe and bassoon, RV 545
  1. Andante Molto
  2. Largo
  3. Allegro Molto
Stephen Stirling & Tim Caister, horn
Crispian Steele-Perkins & Michael Meekes, trumpet
Duke Dobing & Deborah Davis, flute
Christopher Hooker & Helen MacQueen, oboe
Ruth McDowall & David Rix, clarinet
Joanna Graham, basson

City of London Sinfonia

Andrew Watkinson, leader

Nicholas Kraemer, diretor & Harpsichord

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 138 MB

Nicholas aproveitando um momento de suavidade no naipe de sopros da PQP Bach Sinfonietta

Seção ‘The Book is on the Table’: Yes, a wonderful music, as always with Vivaldi. Vivaldi is ENDLESS,different, magnificent, every time new and special, however always recognisable.
In the Wind collection i was greatly impressed with Concerti for two Horns, light, fresh and harmonious. Great Music and brilliant performance.

Aproveite!

René Denon

Quizz PQP Bach: Em qual dos concertos no disco da postagem foi usado o instrumento de sopros da figura a seguir?

Se você gostou dessa postagem, pode querer visitar essa outra aqui:

Vivaldi (1678 – 1741): Concerti con molti istromenti – The King’s Consort & Robert King ֎

Horowitz in Moscow: Scarlatti, Mozart, Rachmaninov, Scriabin, Schubert, Liszt, Schumann, Chopin, Moszkowski

Horowitz in Moscow: Scarlatti, Mozart, Rachmaninov, Scriabin, Schubert, Liszt, Schumann, Chopin, Moszkowski

Foi com grande surpresa que me dei conta de que esse disco não constava no acervo de mais de 8 mil posts da casa. Horowitz in Moscow documenta nada menos que o retorno do colossal pianista Vladimir Horowitz à União Soviética, sua terra natal, depois de 61 anos. 61 anos! Uma vida…

O recital aconteceu no dia 20 de abril de 1986, na Grande Sala do Conservatório Tchaikovsky, em Moscou, mesmo palco onde Horowitz havia se apresentado pela última vez na URSS, em 1925. O mestre, agora, tinha 82 anos e queria ver sua pátria-mãe Rússia mais uma vez antes de morrer.

O encarte do disco, lançado com o selo amarelo da Deutsche Grammophon, reproduz um texto de Charles Kuralt para a CBS News que capta um pouco da atmosfera em torno do recital:

“Um simples pôster apareceu numa manhã de primavera na parede amarelo-pálido do Conservatório de Música de Moscou. Ele dizia que um recital de piano seria dado por “Vladimir Horowitz (USA). Apenas um pôster, mas que disparou uma descarga elétrica de surpresa e alegria pela capital soviética. Aqueles que viram o pôster, ou que ouviram dizer sobre ele, sabiam que era um concerto para ser lembrado eternamente. E foi. 

Ah, você tinha que ter estado lá! Mas como? Menos de 400 ingressos foram colocados à venda para o público, e uma longa fila de russos amantes da música passaram a noite toda em pé para conseguí-los assim que a bilheteria abrisse. O resto dos 1800 lugares da bela Grande Sala do Conservatório estavam reservados para funcionários do governo e membros de corpos diplomáticos.

Chovia quando chegou a hora do concerto. 20 de abril de 1984, 4 da tarde, hora de Moscou. Centenas de pessoas se aglomeraram sob guarda-chuvas na rua do lado de fora do auditório. Eles sabiam que não iam conseguir escutar uma única nota; queriam apenas poder dizer que estavam presentes nesse dia. (…)”

 

“Na tarde da sexta-feira que antecedeu o concerto, Horowitz veio até a sala para ensaiar, em frente a uma platéia lotada de estudantes e professores de música. Ele checou meticulosamente a luz e o posicionamento do piano no palco, e brincou um pouco com os fotógrafos. Então, sensível à expectativa dos estudantes, começou a tocar seriamente. Um silêncio profundo se instalou na sala. O ensaio então virou um concerto, prelúdio para o recital formal. Muitos estudantes fecharam os olhos para se concentrar no que estavam ouvindo. Um membro da entourage de Horowitz, radiante, disse que aquele ensaio foi uma das melhores performances do pianista que ele ouviu na vida, um presságio maravilhoso para o concerto de domingo, que seria televisionado para a Europa e os Estados Unidos. Os alunos aplaudiram Horowitz por longos minutos e o seguiram até o pátio do Conservatório, cercando seu carro em uma explosão de amor e admiração. Apesar dos esforços de um cordão policial, a limusine levou quase meia hora para andar os cerca de 15 metros até a rua. Mesmo após o carro ter escapado da multidão, os estudantes permaneceram ali em pequenos grupos, discutindo maravilhados o que haviam escutado.

Na tarde do concerto oficial, dois dias mais tarde, muitos daqueles estudantes voltaram querendo mais. Sem ingressos, eles burlaram a segurança disposta ao redor do prédio e conseguiram escapulir até as galerias superiores, no início do concerto. O barulho que você consegue escutar no início da primeira sonata de Scarlatti é o som da polícia soviética tentando, em vão, retirar os estudantes do terraço. Eles, no entanto, permaneceram firmes, a polícia recuou e o concerto prosseguiu — com um grande número de estudantes ‘bicões’ presentes.

Horowitz e a esposa Wanda dando uma conferidinha num manuscrito de um certo Piotr Ilitch Tchaikovsky

O repertório é uma daquelas maravilhosas viagens horowitzianas, prestando reverência a mestres que habitaram as máximas alturas da literatura pianística, com uma inevitável queda para aquele pedaço do planeta que o viu nascer: Scarlatti, Mozart, Rachmaninov, Scriabin, Liszt (incluindo um d’après Schubert), Chopin, Schumann e Moszkowski.

Senhoras e senhores, sem mais delongas, o histórico retorno de Vladimir Horowitz a Moscou, em 1986. Веселитесь!

BAIXE AQUI / DOWNLOAD HERE

Horowitz in Moscow

Domenico Scarlatti (1685-1757)

1 – Sonata in E major, K. 380 (L. 23)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Piano Sonata in C major, K. (330) (300 h)
2 – I. Allegro moderato
3 – II. Andante cantabile
4 – III. Allegreto

Sergei Rachmaninov (1873-1943)

5 – Prelude in G major, op. 32 nº 5
6 – Prelude in G sharp minor, op. 32 nº 12

Alexander Scriabin (1872-1915)

7 – Etude in C sharp minor, op. 2 nº 1
8 – Etude in D sharp minor, op. 8 nº 12

Franz Liszt (1811-1886)
d’après Franz Schubert (1797-1828)

9 – Soirées de Vienne – Valse-Caprice nº 6

Franz Liszt (1811-1886)

10 – Sonetto 104 del Petrarca

Frédéric Chopin (1810-1849)

11 – Mazurca in C sharp minor, op. 30 nº 4
12 – Mazurka in F minor, op. 7 nº 3

Robert Schumann (1810-1856)

13 – Träumerei (from Kinderszenen)

Moritz Moszkowski (1854-1925)

14 – Étincelles, op. 36 nº 6

Sergei Rachmaninov (1873-1943)

15 – Polka de W.R.

Vladimir Horowitz, piano
Gravado ao vivo na Grande Sala do Conservatório de Música de Moscou em 20 de abril de 1986.

PS: Você pode assistir ao concerto, com um filme mostrando os preparativos e o clima, aqui:

PPS: Você também pode ouvir uma digitalização de uma fita cassete mexicana do concerto aqui, uma daquelas coisas insólitas que só o Internet Archive faz por você.

Ganhando flores de ninguém menos que uma sobrinha-neta de Tchaikovsky

Karlheinz

Jorge Antunes (1942): ¡No se mata la Justicia!

Jorge Antunes (1942): ¡No se mata la Justicia!

Dom Óscar Arnulfo Romero Galdámez (1917-1980) tornou-se arcebispo de San Salvador, capital de El Salvador, em 1977. Nomeado por Roma por seu perfil conservador, Monsenhor Romero, como ficou conhecido, passou a conviver mais de perto com os fiéis e a observar pela ótica deles os abusos do exército salvadorenho, que temia um golpe de estado por parte de guerrilhas esquerdistas.

Com as incômodas denúncias – em suas homilias, à imprensa e a quem quer que fosse – de violação aos direitos humanos, incluindo assassinatos de clérigos, começou a receber ameaças de morte. Em 24 de março de 1980, “finalmente” (pro conforto dos militares), Monsenhor Romero tomou um tiro mortal no coração, de um milico anônimo, durante uma missa numa capela perto da Catedral de San Salvador, e virou mártir de imediato.

A notícia da morte de Monsenhor Romero atraiu milhares de pessoas a seu velório, para insatisfação do exército salvadorenho. Os militares dispersaram a multidão ao custo de 42 outras mortes. Dali, deflagrou-se oficialmente a Guerra Civil de El Salvador, que durou até 1992. Até hoje, o crime não foi solucionado, graças às oligarquias que ainda comandam o país, mas a peregrinação ao túmulo de Monsenhor Romero desde então tem sido a maior da América Central.

***

Jorge Antunes – carioca radicado em Brasília, ativista de esquerda, autor do hino do PSol e de um Hino Nacional Alternativo, professor da UNB e um dos mais representativos (e polêmicos) expoentes da vanguarda brasileira – ganhou um prêmio da Sociedade de Música Contemporânea Israelense e viajou para a Terra Santa em 1980, onde passou quatro meses (em Jerusalém e num kibutz), desenvolvendo os rascunhos do tributo que estava concebendo ao arcebispo assassinado.

A referência à cor violeta advém da teoria cromofonética de Jorge Antunes, que relaciona uma cor do espectro solar a cada uma das notas diatônicas. De acordo com essa teoria o violeta equivale à nota mi, que predomina também em Ritual Violeta.

A Elegia violeta para Monsenhor Romero é uma das peças mais impactantes da música clássica nacional. Esta gravação péssima, que me parece ser a única, e o coral não tão bem ensaiado não reduzem a força da obra, desde a simulação do peso do tiro mortal em Monsenhor Romero, no acorde inicial do piano, e os gritos de desespero simulado nas cordas, até a última frase que o coral canta (a do título do CD).

“Não se mata a Justiça!” foi a resposta que o arcebispo deu a um repórter da TV Globo que o entrevistou em San Salvador, o qual perguntou-lhe se não tinha medo de morrer devido às denúncias contundentes que fazia.

***

Falo en passant somente da obra mais importante – e, de longe, a mais atrativa – desse CD de Jorge Antunes; para saber sobre as demais, dêem uma olhada no encarte. Muito engenhosa, para se mencionar, é a Cromorfonética, que você pode confundir com uma obra eletroacústica, mas, com uma segunda ouvida, perceberá que é para coro misto.

Estou aqui em Brasília, tentando achar o Café do Rato Preto através do endereço que meu gerente me deu, já que nunca estive na capital federal:

Quadra SHIS Trecho 50 Lote 200

Acontece que o Google Earth acusou “galáxia não localizada” e não sei o que fazer no momento. Acho que daqui mesmo do aeroporto JK vou-me embora pra… Pra não sei onde… Talvez Santa Catarina, talvez Recife, talvez Rio, talvez Buenos Aires…

***

Jorge Antunes (1942): ¡No se mata la Justicia!

1. Elegia violeta para Monsenhor Romero (1980), para dois solistas infantis, coro infantil, piano obligato e orquestra de câmara

Coro Infantil do Kibutz Hatzerim e do Conservatório de Música de Beer-Sheva
Solistas: Hagit Shapira e Ruth Halifa
Piano obligato: Mariuga Lisbôa Antunes
The Israel Sinfonietta
Regente: Jorge Antunes

2. Cromorfonética (1969), para coro a capella

Coro Pro-Arte Ensemble Graz
Regente: Karl Emst Hofmann

3. Proudhonia (1972), para coro misto e fita magnética

Coro: Les Douze Solistes des Choeurs de l’ORTF
Regente: Marcel Couraud
Gravação: 16/04/1973, no Festival de La Rochelle 1973 – Rencontres Internationales d’Art Contemporain Salle Oratoire, La Rochelle, France

Rimbaudiannisia MCMXCV (1994), para jovens cantores solistas, coro infanto-juvenil, orquestra de câmara, luzes e máscaras.
4. Rimbaudiannisia MCMXCV – I. Expiation pour Cumiqoh
5. Rimbaudiannisia MCMXCV – II. Voyelles
6. Rimbaudiannisia MCMXCV – III. Ditirambus

Choeur La Maîtrise de Radio France  Orchestre Philharmonique de Radio France  Regente: Arturo Tamayo

7. Ritual violeta (1999), para saxofone tenor e sons eletrônicos

Sax: Daniel Kientzy

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Monsenhor Romero

CVL