Rued Langgaard (1893-1952): Insektarium / Nas luzes fracas do outono / Sombras / Le Beguinage – Obras para piano vol. 3 (Tange)

Aqui Langgaard equilibra-se com um pé atrás e outro à frente do seu tempo. Na obra Insektarium, de 1917, temos um dos primeiros usos de técnicas expandidas de piano: sim, aquelas em que o pianista encosta nas cordas do instrumento e outras coisas do tipo.
E em outras peças com títulos poéticos como “Nas luzes fracas do outono” e “Como um ladrão à noite”, Langgaard atualiza o piano romântico de Schumann e de Liszt como ele já havia feito nas obras postadas há dois anos aqui. Atualiza, ou seja, traz sua própria voz, pois ele raramente soa como um imitador dos clássicos do século anterior. E, ao mesmo tempo – com exceção dos momentos de piano expandido – há um certo modo-de-ser romântico que é uma das marcas de Langgaard.

Impressionante, então, que Langgaard seja tão pouco tocado. Um segredo que só os dinamarqueses conhecem.

Rued Langgaard:
1. Som En Tyv On Natten (As a Thief in the Night), BVN 211a (1930)
2-10. Insektarium, BVN 134 (1917)
I. Forficula auricularia: Tempo ad libitum
II. Acridium migratorium: Mosso! Mosso!
III. Melontha vulgaris: Rubato
IV. Tipula oleracea
V. Libelulla depressa: Presto
VI. Anobium pertinax: Tempo ad libitum
VII. Musca domestica: Agitato – Slowly – [Tempo I]
VIII. Julus terristis: Prestissimo
IX. Culex pipiens
11. Skyggeliv (Shadow Life), BVN 307 (1914-1945)
12. I Det Blafrende Efteraarslygteskaer (In The Flickering Autumn Lamplight), BVN 206 (1933)
13-17. Le Béguinage, BVN 369 (1949)
18-20. Chiesa madre, BVN 367 (1949)
21. Sponsa Christi tædium vitæ, BVN 297 (1944)

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Langgaard quando (muito) jovem

Pleyel

7 comments / Add your comment below

  1. Meu Deus, que postagem! Sou fã incondicional de Langgaard, já cheguei a comentar isso por aqui, e só tenho a agradecer a vocês!

  2. Correndo o risco de soar completamente ignorante (e admito que sou) ou de chatear nosso querido Marcelo Freire, limito-me a dizer: que disco peculiar.

    1. Huehahahaha
      Boa, Henrique!
      Olha, eu iniciei-me no Rued Langgaard pelas sinfonias (que eu acho um crime não estarem aqui no PQPBACH…), quem sabe você também não vai gostar?

      1. Marcelo, e a minha vergonha, enquanto fã do Romantismo, por não conhecer a obra de Langgaard? Dei início às audições das sinfonias (estou ouvindo a nº 3 enquanto respondo seu comentário).

          1. É diferente do que estou acostumado. Sempre que conheço um compositor novo, preciso de um tempo para me adaptar e entendê-lo. Mas estou gostando do uso de contrastes e texturas que ele faz nessa sinfonia.

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