“Música Clássica para Leigos” (“Classical Music For Dummies”) é uma série de lançamentos projetados pela Deutsche Grammophon para oferecer aos leigos recém-chegados uma introdução perfeita ao mundo da música clássica.
A série é composta por 50 CDs de música clássica dedicados a diferentes compositores, maestros, pianistas, violinistas e cantores, a maioria contratados ou ex-contratados pela gravadora.
Baroque – The Essencials
Música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural homônima na Europa, que vai desde o surgimento da ópera por Claudio Monteverdi no século XVII, até a morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.
Trata-se de uma das épocas musicais de maior extensão, fecunda, revolucionária e importante da música ocidental, e provavelmente também a mais influente. As características mais importantes são o uso do baixo contínuo, do desejo e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de dois modos: o modo jônico (modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”). Essa era seguiu a era da música renascentista e foi seguida, por sua vez, pela era clássica. A música barroca constitui uma parte importante do cânone “clássico”, e agora é amplamente estudada, executada e ouvida.
Do Período Barroco na música surgiu o desenvolvimento tonal, como os tons dissonantes por dentro das escalas diatônicas como fundação para as modulações dentro de uma mesma peça musical; enquanto em períodos anteriores, usava-se um único modo para uma composição inteira causando um fluir incidentalmente consonante e homogêneo da polifonia.
Durante a música barroca, os compositores e intérpretes usaram ornamentação musical mais elaboradas e ao máximo, nunca usada tanto antes ou mais tarde noutros períodos, para elaborar suas ideias; fizeram mudanças indispensáveis na notação musical, e desenvolveram técnicas novas instrumentais, assim como novos instrumentos. A música, no Barroco, expandiu em tamanho, variedade e complexidade de performance instrumental da época, além de também estabelecer inúmeras formas musicais novas. Inúmeros termos e conceitos deste Período ainda são usados até hoje.
Os principais compositores da era barroca incluem Johann Sebastian Bach, Antonio Vivaldi, George Frideric Handel, Monteverdi, Scarlatti, Alessandro Scarlatti, Purcell, Georg Philipp Telemann, Jean-Baptiste Lully, Jean-Philippe Rameau, Jean-Baptiste Lully, Tomaso Albinoni, François Couperin, Giuseppe Tartini, Heinrich Schutz, Giovanni Battista Pergolesi, Buxtehude e Johann Pachelbel.
Baroque – Essentials
Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 01. Solomon, HWV 67-Arrival Of The Queen Of Sheba Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 02. Concerto For Violin And Strings In E Major, Op.8, No.1, RV 269 “La Primavera”-1. Allegro Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 03. Brandenburg Concerto No.3 In G Major, BWV 1048-1. (Allegro) Johann Pachelbel (Alemanha, 1653-1706) 04. Canon in D, P.37 Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 05. Suite No.2 in B minor, BWV 1067-7. Badinerie Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 06. Serse / Act 1 HWV40-“Ombra mai fu” Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 07. Vespro della Beata Vergine, SV 206-1. Domine ad adiuvandum a 6 Louis-Claude Daquin (França, 1694-1772) 08. Premier livre de pieces de clavecin / Troisième Suite-16. Le coucou Henry Purcell (Inglaterra, 1659-1695) 09. Come, Ye Sons Of Art Away, Z. 323-3. Sound The Trumpet, Sound Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 10. Gloria In D Major, RV 589-1. Gloria in excelsis Deo Tomaso Albinoni (Itália, 1671 – 1750) 11. Adagio For Strings And Organ In G minor Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 12. Messiah, HWV 56 / Pt. 2-“Hallelujah” Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 13. Suite No.3 in D, BWV 1068-2. Air Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 14. Concerto For Violin And Strings In F Minor, Op.8, No.4, RV 297 “L’inverno”-1. Allegro non molto Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 15. Music For The Royal Fireworks: Suite HWV 351-4. La Réjouissance Georg Philipp Telemann (Alemanha, 1681-1767) 16. Tafelmusik-Banquet Music In 3 Parts / Production 1-1. Ouverture-Suite In E Minor-6. Air. Un peu vivement Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 17. Herz und Mund und Tat und Leben, Cantata BWV 147-Arr. Guillermo Figueroa-10. Jesu, Joy Of Man’s Desiring Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 18. 6 Concerts transcrits en sextuor / 6e concert-1. La poule (Live) Giovanni Battista Pergolesi (Iesi, 1710-Pozzuoli, 1736) 19. Stabat Mater, P. 77-1. Stabat Mater Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 20. Hippolyte et Aricie-Overture Domenico Scarlatti (Nápolis, 1685 – Espanha, 1757) 21. Sonata In E, K.380 Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 22. Zadok The Priest, HWV 258 Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) 23. Christmas Oratorio, BWV 248 / Part Two-For The Second Day Of Christmas-No.10 Sinfonia Arcangelo Corelli (Italia, 1653-1713) 24. Concerto grosso In G Minor, Op.6, No.8, MC 6.8 “Fatto per la Notte di Natale”-3. Adagio-Allegro-Adagio Gregorio Allegri (Itália, 1582-1652) 25. Miserere
Palhinha –06. Serse / Act 1 HWV40-“Ombra mai fu”, com Andreas Scholl.
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Um baita CD deste originalíssimo compositor irmão de PQP Bach por parte de pai. Ouçam as faixas 5 e 6 me digam se aquilo não é um passo para o futuro. E, curiosidade, ainda temos aqui uma jovem Rachel Podger. Com apenas 19 anos, ela fazia parte deste excelente grupo chamado Florilegium como uma de suas fundadoras.
O que me fascina na ainda bastante misteriosa música de câmara de CPE Bach é sua maneira única de combinar uma marca muito digna de seriedade e uma concentração e originalidade muitas vezes perturbadora pelas surpresas nos momentos dramáticos, tudo isso sem perder o foco na simetria e na organização formal. Ele foi um mestre na arte das modulações estranhas. As tonalidades se modificam de uma forma realmente diferente do habitual. E eu adoro isso!
Carl Philipp Emanuel Bach foi o segundo filho de Johann Sebastian Bach e Maria Barbara Bach. Seu talento se manifestou já na infância, recebendo completa e esmerada educação musical de seu pai, mas inicialmente tencionava dedicar-se profissionalmente ao Direito, estudando na Universidade de Leipzig e na Universidade de Frankfurt. Para nossa sorte, seus planos deram errado. Ao terminar o curso em 1738 foi empregado pelo rei Frederico II da Prússia como cravista, para quem trabalharia pelos trinta anos seguintes… Em 1768 sucedeu seu padrinho, Georg Philipp Telemann, na posição de kantor do Johanneum de Hamburgo, uma escola latina, bem como tornou-se diretor de música municipal, responsável pela música das cinco principais igrejas da cidade e pela ornamentação de cerimônias cívicas, onde permaneceria ativo até sua morte em 1788. Foi um grande dinamizador do ambiente musical de Hamburgo, além de ligar-se a importantes figuras da literatura e da filosofia, participando de clubes e sociedades de debates. Deixou obra volumosa, com mais de 750 composições entre peças para teclado solo, concertos, sinfonias, música sacra, música de câmara e lieder.
Obs.: há um problema na faixa 14 (Telemann), mas não tenho como corrigir. Se alguém puder mandar uma versão com o CD completo em mp3 de 320, por favor.
Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)
Quartet In D Major Wq 94 (1788)
Composed By – C.P.E. Bach*
1 Allegretto 5:19
2 Sehr Langsam Und Ausgehalten 4:33
3 Allegro Di Molto 4:48
4 Larghetto From Sonata In G Minor Wq 88 (1759)
Composed By – C.P.E. Bach*
6:10
Sonata In C Minor ‘Sanguineus And Melancholicus’ Wq 161 Nr.4 (1749)
Composed By – C.P.E. Bach*
5 Allegretto-Presto 5:02
6 Adagio 4:00
7 Allegro 6:22
Sonata In A Minor Wq 132 (1747)
Composed By – C.P.E. Bach*
8 Poco Adagio 4:09
9 Allegro 3:16
10 Allegro 2:52
Trio Sonata In C Major Wq 147 (1731)
Composed By – C.P.E. Bach*
11 Allegro 3:53
12 Adagio 5:04
13 Allegro 3:00
14 Allegro
Composed By – Telemann*
15 Allegro From Sonata In G Minor Opus 34
Composed By – Boismortier*
16 Allegro From Concerto In G Minor RV 107
Composed By – Vivaldi*
17 La Joye From Ouverture In D Major
Composed By – J.B Bach*
Florilegium:
Cello – Daniel Yeadon
Flute – Ashley Solomon
Harpsichord – Neal Peres Da Costa
Violin – Lucy Russell, Rachel Podger
Alexander toca violoncelo, Einar toca piano. Alexander é russo e estudou no Conservatório Tchaikovsky de Moscou. De uma geração anterior, Einar é norueguês e possivelmente um dos músicos mais notórios da Noruega. Gravou toda a obra para piano de Grieg e é jurado em muitos concursos de piano.
Estes dois músicos se encontraram pela primeira vez em 2002 em um concerto dedicado à Grieg na Academia Russa de Música. Com apenas uma oportunidade para ensaiar, pois encontraram-se apenas na véspera do concerto, fizeram uma apresentação que convenceu as pessoas que já tocavam juntos há muito tempo. Desde então passaram a colaborar, tocando e gravando juntos em várias ocasiões.
Neste disco, gravado em 2018, apresentam-se alternadamente como solistas de concertos para piano, de Bach, e para violoncelo, de Vivaldi. Eles são acompanhados por uma orquestra de 18 membros, todos professores.
Se você é do tipo purista, que prefere instrumentos originais, aconselho que leve seu ‘mouse’ para outras postagens. Mas se resta uma alma que gosta de boa música em você, não se faça de rogado e clique sem dó! É um grande disco.
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Concerto para Piano No. 1 em ré menor, BWV 1052
Allegro
Adagio
Allegro
Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
Concerto para Violoncelo em lá menor, RV 422
Allegro
Largo cantabile
Allegro
Johann Sebastian Bach
Concerto para Piano No. 4 em lá maior, BWV 1055
Allegro
Larghetto
Allegro ma non tanto
Antonio Vivaldi
Concerto para Violoncelo em sol maior, RV 413
Allegro
Largo
Allegro
Johann Sebastian Bach
Concerto para Piano No. 5 em fá menor, BWV 1056
[Allegro]
Largo
Presto
Einar Steen-Nøkleberg, piano
Alexander Zagorinsky, violoncelo
The Chamber Orchestra of the Vologda Philharmonic Society
A única crítica deste álbum que consegui localizar termina assim: ‘Eu gostei imensamente deste CD, que merece muito sucesso. Ele deveria ser ouvido pelos amantes de música barroca que insistem em “instrumentos de época”. Eu garanto que se Bach e Vivaldi pudessem ouvir suas músicas tocadas tão esplendidamente, eles ficariam encantados’.
Rosso, a coleção de árias de ópera barroca italiana da soprano Patricia Petibon, pode muito bem ser um dos recitais vocais barrocos mais divertidos que um ouvinte provavelmente encontrará, porque Petibon está obviamente tendo o momento de sua vida. As árias, algumas raridades familiares e genuínas, de óperas e oratórios de Handel, Vivaldi, Alessandro Scarlatti, Stradella, Porpora e Sartorio, expressam uma ampla gama de emoções, incluindo tristeza, delícia e maravilha, insinuações sedutoras e raiva explosiva.
Petibon, uma atriz cantora espetacular, se joga neles com um abandono tão inconsciente e com uma percepção interpretativa que o ouvinte, mesmo sem olhar para os textos, fica sem dúvida sobre os estados emocionais específicos, às vezes em evolução, dos personagens. Os puristas podem se ofender com as extremidades de suas interpretações, que usam suspiros, gritos, gritos e sussurros para transmitir a extremidade dos estados emocionais dos personagens, mas sua honestidade e franqueza expressivas são indiscutíveis.
A voz luminosa e lustrosa de Petibon e sua técnica impecável e um virtuosismo ágil devem dissipar as suspeitas de que ela recorra a extremos dramáticos para cobrir qualquer déficit vocal. Cada faixa é uma maravilha de profundidade interpretativa e vocalismo da mais alta ordem, mas o lamento de Alcina “Ah! Miocor!” é especialmente deslumbrante; para aumentar a intensidade do desespero de Alcina, Petibon transpõe algumas passagens por uma oitava para a estratosfera e outras por uma oitava em uma faixa solidamente baritonal, produzindo efeitos impressionantes. No “Quando voglio“, de Cleópatra, do Sartorio de Giulio Cesare em Egito, Petibon cria um feitiço de sensualidade irresistível e divertida. O “Caldo sangue” de Scarlatti, de Ismaele, expõe a límpida pureza de sua voz; o fraseado sem costura e aveludado; e a sensibilidade de seus instintos dramáticos em exibição total.
Andrea Marcon lidera a Orquestra Barroca de Veneza em realizações excepcionalmente atenciosas e inventivas das partituras. O som limpo, presente e bem equilibrado da Deutsche Grammophon fornece um ambiente ideal para a clareza primitiva das performances. O recital da Petibon estabelece um alto padrão para a apresentação barroca e deve agradar aos fãs de música da época e de cantos notáveis.( ex-encarte)
Rosso – Italian Baroque Arias Antonio Sartorio (Itália, 1630 – 1680) 01. Giulio Cesare in Egitto – Quando voglio Antonio Alessandro Boncompagno Stradella, (Itália, 1643 – 1682) 02. Giovanni Battista – Queste lagrime e sospiri Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 03. Alcina / Act 1 – Tornami a vagheggiar 04. Rinaldo, HWV 7a / Act 2 – “Lascia ch’io pianga” 05. AriodanteHWV 33 / Act 1 – “Volate, amori” 06. Giulio Cesare / Act 3 – “Piangerò la sorte mia” Alessandro Scarlatti (Itália, 1660 – 1725) 07. La Griselda / Act 3 / Scene 3 – Se il mio dolor t’offende Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 08. Alcina / Act 2 – Ah, mio cor 09. Ariodante, HWV 33 / Act 1 – Neghittosi, or voi che fate Nicola Antonio Giacinto Porpora (Nápoles, 1686 – Nápoles, 1768) 10. Lucio Papirio / Act 1 – Morte amara Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 1678-Viena, 1741) 11. L’Olimpiade, RV 725/ Act 2 Scene 5 – Siam navi all’onde Antonio Sartorio (Itália, 1630 – 1680) 12. L’Orfeo – Orfeo, tu dormi Benedetto Marcello (Veneza, 1686 – Bréscia, 1739) 13. Arianna – Come mai puoi vedermi piangere Alessandro Scarlatti (Itália, 1660 – 1725) 14. Il Sedecia, Rè di Gerusalemme – Caldo sangue
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E aqui termina esta coleção de Hyperion, gravada pelo Purcell Quartet e Purcell Band, dedicada aos trabalhos de diversos compositores que escreveram variações sobre o famoso tema português. Postamos os seis CDs nos últimos seis dias. No disco deste post estão as seis Folias e apenas elas. Uma joia! Na verdade, mas de 150 compositores fizeram variações sobre este tema e aqui estão somente alguns dos principais. Acho que as melhores variações são as de Marais, Scarlatti e CPE Bach, mas todo mundo pode discordar.
O tema conhecida como ‘La Folia’ fascinou muitos compositores desde o século XVII. De origem portuguesa, a palavra significa ‘louco’ ou ‘cabeça vazia’ e até a década de 1670 indicava uma dança rápida e barulhenta, na qual os participantes pareciam estar ‘fora de si’. No final do século, uma forma nova, mais lenta, se desenvolveu. Também foi ajustada a estrutura harmônica para formar a simetria perfeita que inspirou Corelli a usá-la na 12ª de suas Sonatas para Violino, Op 5. Aquela famosa obra inspirou Vivaldi, CPE Bach, Alessandro Scarlatti e outros compositores a escreverem variações sobre ‘La Folia’ — incluindo até Rachmaninov, embora o título ‘Variações sobre um tema de Corelli’ pareça indicar que ele pensasse que a música era do compositor. Bem, o que esperar de Rachmaninov, né?
Este CD reúne obras inspiradas em ‘La Folia’ de seis compositores, começando com a Sonata original de Corelli e finalizando com o arranjo orquestral de Geminiani. As obras de CPE Bach e Scarlatti são para teclado solo. As seis peças foram retiradas da série de CDs da Hyperion que postei nos seis dias anteriores. É só conferir.
Corelli / Marais / Scarlatti / Vivaldi / CPE Bach / Geminiani: Variações sobre La Folia
1 Violin Sonata in D minor ‘La Folia’ Op 5 No 12 [9’58] Arcangelo Corelli (1653-1713)
Elizabeth Wallfisch (violin), Richard Boothby (cello), Robert Woolley (harpsichord)
2 Les Folies d’Espagne [16’23] Marin Marais (1656-1728)
The Purcell Quartet, William Hunt (viola da gamba)
3 Primo e Secondo Libro di Toccate Alessandro Scarlatti (1660-1725)
Toccata No 7: La Folia [13’08]
Robert Woolley (harpsichord)
4 Trio Sonata in D minor ‘Variations on La Folia’ RV63 [9’29] Antonio Vivaldi (1678-1741)
The Purcell Quartet
5 12 Variationen über die Folie d’Espagne H263 Wq118/9 [7’58] Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788)
Robert Woolley (harpsichord)
6 Concerto grosso ‘La Folia’ [10’53] Francesco Geminiani (1687-1762)
The Purcell Quartet, The Purcell Band
Curioso, este é um disco diferente de Vivaldi, totalmente fora do habitual. Em vez do compositor solar e expansivo, temos um Vivaldi mais concentrado e íntimo. Mas bom, muito bom. As Trio Sonatas (Op. 1) de Antonio Vivaldi são suas obras iniciais, o deslumbrante cartão de visitas do padre vermelho. Por outro lado, são uma homenagem à tradição, em particularmente ao pai de todos: Arcangelo Corelli. Mas existe um porém: Vivaldi faz de fato uma homenagem reverente e sincera ao seu grande antecessor, mas ele faz à sua maneira, isto é, afirmando a novidade de sua arte. O CD é muito bom e a Sonata Op. 1 Nº 12 são as variações compostas pelo mestre sobre La Folia. Nestas, o Quarteto Purcell toca com equilíbrio e segurança. Eles apreciam as sonoridades inerentes à escrita e não têm medo de manda bala, empregando ornamentos de bom gosto. Há muito contraste dinâmico entre as 20 seções curtas e fiquei impressionado com a excelência da interpretação.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Variações sobre La Folia e Outras Sonatas
Trio Sonata In G Minor, RV74
1 Andante 4:04
2 Allegro 2:58
3 Andante 3:18
4 Allegro Assai 1:43
Sandrine Piau, soprano Ann Hallenberg, mezzosoprano Paul Agnew, tenor Guillemette Laurens, mezzosoprano
Modo Antiquo Ensemble Federico Maria Sardelli
2005
Um CD de gravações de estreia mundial de músicas que não são ouvidas desde os dias de Vivaldi. O volume 28 da coleção Foà é a coleção pessoal de árias de ópera de Vivaldi e inclui variantes nas árias realizadas nas óperas.
As performances sob a direção elegante de Federico Maria Sardelli, que também contribui com um deslumbrante obbligato na gravação da ária final, são esplêndidas. Sandrine Piau e Ann Hallenberg carregam o maior peso de responsabilidade em árias, muitas das quais exigem pirotecnia vocal e um nível constantemente alto de realização técnica. Vivaldi incluiu apenas quatro árias para tenor em seu ‘kit de viagem’ e todas elas estão incluídas aqui. Paul Agnew enfrenta seus muitos desafios admiravelmente e as duas gravações de La verità in cimento estão entre as melhores peças desta seleção.
Dos quatro excelentes cantores, é Paul Agnew que lida com as coisas mais consistentemente ingratas e … ele negocia tudo com enorme desenvoltura. … A verdadeira maravilha é Sandrine Piau, que não só tem a música mais memorável… mas também mostra uma maneira deliciosamente fresca e uma veia rica de ornamentação eficaz. (extraído da internet)
Arie d’Opera – Modo Antiquo Ensemble 01. La Candace RV 704 – Certo timor ch’ho in petto 02. La Silvia RV 734 – E barbaro quel cor 03. La verita in cimento RV 739 – Mi Fe Reo L’Amor D’Un Figlio 04. RV 749.21 – Zeffiretti che sussurrate 05. La Candace RV 704 – Anima del cor mio 06. La Candace RV 704 – Usignoli che piangete 07. La verita in cimento RV 739 – Quando serve alla ragione 08. La Silvia RV 734 – Quell’augellin 09. La Silvia RV 734 – Mio cor s’io ti credessi 10. Tito Manlio RV 738-A – Dar la morte a te mia vita 11. Tieteberga RV 737 – L’innocenza sfortunata 12. Medea e Giasone RV 749.13 – Se fido rivedrÚ 13. La Silvia RV 734 – Sei tiranna se un ben fedel 14. Tito Manlio RV 738-A – D’improvviso riede il riso 15. La Candace RV 704 – Chi s’oppone a miei voleri 16. La Candace RV 704 – Lo Son Fra L’Onde
Arie d’Opera – Modo Antiquo Ensemble – 2005 Modo Antiquo Ensemble, Federico Maria Sardelli Sandrine Piau, Ann Hallenberg Paul Agnew, Guillemette Laurens
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Não chega a ser um disco de levantar poeira, mas que entra no barracão no Andante do Concerto RV 396, por exemplo. Pois vocês conhecem Vivaldi — o padre vem na banguela e de repente engata a marcha e só vai e a gente acaba feliz. É o que acontece aqui. A Orchestra Of The Age Of Enlightenment, dirigida e solada por Catherine Mackintosh, formam um extraordinário conjunto, sempre competente e feliz, dentro espírito do veneziano.
A viola d’amore é um instrumento musical de cordas friccionadas. Tem 6 ou 7 cordas simpáticas, o que a faz ter de 12 a 14 cordas no total, e foi usado sobretudo no período barroco. É tocada sob o queixo do mesmo modo que o violino. O instrumento foi especialmente popular no final do século XVII, embora um especialista em viola de amor fosse raro, já que era costume um músico profissional tocar uma série de instrumentos, particularmente da família do instrumento principal desse músico. Mais tarde, o instrumento caiu em desuso, com o volume e pujança da família do violino a serem preferidos face à delicadeza e suavidade da família da viola. Todavia, houve interesse renovado pela viola d’amore no século XX: os violistas Henri Casadesus e Paul Hindemith tocaram ambos viola de amor no início do século XX, e o compositor de bandas sonoras Bernard Herrmann fez uso dela em várias obras. De notar que, tal como outros instrumentos da família do violino, a moderna viola d’amore foi alterada em estrutura face à versão do Barroco, sobretudo para suportar a tensão adicional das cordas metálicas. Leoš Janáček planeou usar a viola d’amore no seu quarteto de cordas n.º 2, “Cartas Íntimas”. O uso do instrumento era simbólico, pela natureza da sua relação com Kamila Stösslová, relação essa que inspirou a obra. Porém, a versão com a viola d’amore veio a ser impraticável nos ensaios e Janáček adaptou a obra para uma viola convencional. O bailado Romeu e Julieta de Sergei Prokofiev tem uma viola de amor.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Viola d`Amore
Concerto In D Major, RV 392 (11:12)
1 Allegro 4:28
2 Largo 3:25
3 Allegro 3:19
Concerto In D Minor, RV 395 (14:02)
4 Allegro 4:20
5 Andante 1:55
6 Allegro 3:47
7 Largo 4:00
Concerto In D Minor, RV 393 (9:39)
8 Allegro 3:35
9 Largo 2:26
10 Allegro 3:38
Concerto In A Minor, RV 397 (10:35)
11 Allegro 3:59
12 Largo 3:11
13 Allegro 3:25
Concerto In D Minor, RV 394 (9:53)
14 Allegro 4:23
15 Largo 1:56
16 Allegro 3:34
Concerto In A Major, RV 396 (10:47)
17 Allegro 3:21
18 Andante 4:03
19 Allegro 3:23
Orchestra – Orchestra Of The Age Of Enlightenment
Viola d’Amore, Soloist, Directed By – Catherine Mackintosh
As atraentes Sonatas para Violino Op. 2 de Vivaldi eram extremamente populares em sua época. Foram muito publicadas e rearranjadas para outras combinações de instrumentos. As seis primeiras são apresentados aqui em sua forma original pela excelente Elizabeth Wallfisch, elegantemente apoiada por Richard Tunnicliffe e Malcolm Proud. O disco é bom em razão dos excelentes instrumentistas. Não fiquei muito entusiasmado pelo repertório.
Antonio Vivaldi (1678-1741): 6 Sonatas para Violino, Op. 2, Nos. 1-6
1. Sonata for violin & continuo in G minor, Op. 2/1, RV 27: Preludio: Andante
2. Sonata for violin & continuo in G minor, Op. 2/1, RV 27: Giga: Allegro
3. Sonata for violin & continuo in G minor, Op. 2/1, RV 27: Sarabanda: Largo
4. Sonata for violin & continuo in G minor, Op. 2/1, RV 27: Corrente: Presto
5. Sonata for violin & continuo in A major, Op. 2/2, RV 31: Preludio a capriccio – Presto
6. Sonata for violin & continuo in A major, Op. 2/2, RV 31: Corrente: Allegro
7. Sonata for violin & continuo in A major, Op. 2/2, RV 31: Adagio
8. Sonata for violin & continuo in A major, Op. 2/2, RV 31: Giga: Allegro
9. Sonata for violin & continuo in A major, Op. 2/2, RV 31: Pastorale ad libitum
10. Sonata for violin & continuo in D minor, Op. 2/3, RV 14: Preludio: Andante
11. Sonata for violin & continuo in D minor, Op. 2/3, RV 14: Corrente: Allegro
12. Sonata for violin & continuo in D minor, Op. 2/3, RV 14: Adagio
13. Sonata for violin & continuo in D minor, Op. 2/3, RV 14: Giga: Allegro
14. Sonata for violin & continuo in F major, Op. 2/4, RV 20: Andante
15. Sonata for violin & continuo in F major, Op. 2/4, RV 20: Allemanda: Allegro
16. Sonata for violin & continuo in F major, Op. 2/4, RV 20: Sarabanda: Andante
17. Sonata for violin & continuo in F major, Op. 2/4, RV 20: Corrente: Presto
18. Sonata for violin & continuo in B minor, Op. 2/5, RV 36: Preludio: Andante
19. Sonata for violin & continuo in B minor, Op. 2/5, RV 36: Corrente: Allegro
20. Sonata for violin & continuo in B minor, Op. 2/5, RV 36: Giga: Presto
21. Sonata for violin & continuo in C major, Op. 2/6, RV 1: Preludio: Andante
22. Sonata for violin & continuo in C major, Op. 2/6, RV 1: Allemanda: Presto
23. Sonata for violin & continuo in C major, Op. 2/6, RV 1: Giga: Allegro
Elizabeth Wallfisch (violin)
Richard Tunnicliffe (cello)
Malcolm Proud (harpsichord)
Continuamos nossa minissérie sobre a família das cordas abordando aqueles primos afastados, meio esquecidos, de quem quase nunca se ouve falar e dos quais, apesar de nos parecerem esquisitos, sempre tem quem goste.
A viola d’amore já tinha quase saído de voga quando Vivaldi escreveu estes concertos que hoje são o cerne de seu repertório. Suas seis a sete cordas tocadas com o arco, e outras tantas ressonando por simpatia sob elas, garantem-lhe um timbre rico e algo, digamos, anasalado, que foi gradualmente preterido em favor daquele mais brilhante do violino.
A violinista Rachel Barton Pine, uma apaixonada pela viola d’amore, esperou muito tempo para finalmente por suas mãos num desses instrumentos, como conta nessa entrevista (em inglês). Depois de muito estudo, e de breves experimentos com o repertório, que incluíram alguns bis de viola d’amore em recitais dedicados ao violino, ela resolveu estrear com a gravação que ora lhes apresento, lançada no mês passado. A discografia desses concertos de Vivaldi, que já contava com ótimas versões de Fabio Biondi e Catherine Mackintosh, enriqueceu sobremaneira com este CD, particularmente pelo adorável, elegante uso que Pine faz do rubato.
VIVALDI – THE COMPLETE VIOLA D’AMORE CONCERTOS RACHEL BARTON PINE – ARS ANTIQUA
Antonio Lucio VIVALDI (1678-1741)
Concerto em Ré maior para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 392
01 – Allegro
02 – Largo
03 – Allegro
Concerto em Ré menor para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 393
04 – Allegro
05 – Largo
06 – Allegro
Concerto em Fá maior para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 97
07 – Largo – Allegro
08 – Largo
09 – Allegro
Concerto em Ré menor para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 394
10 – Allegro
11 – Largo
12 – Allegro
Concerto em Ré menor para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 395 13 – Allegro
14 – Andante
15 – Allegro
Concerto em Lá maior para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 396
16 – Allegro
17 – Andante
18 – Allegro
Concerto em Lá menor para viola d’amore, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 397
19 – Vivace
20 – Largo
21 – Allegro
Concerto em Ré menor para viola d’amore, alaúde, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 540* 22 – Allegro
23 – Largo
24 – Allegro
Rachel Barton Pine, viola d’amore
*Hopkinson Smith, alaúde
Ars Antiqua
Um excelente disco do tempo em que Alison Balsom ainda não era a grande estrela que é hoje – com total merecimento. Até meados do século XVII, o trompete era essencialmente um instrumento cerimonial, tocado por soldados e atendentes da corte. Era normalmente utilizado em bandas de trompetes e bateria, nas quais fanfarras e músicas populares eram tocadas. No entanto, compositores alemães como Michael Praetorius e Heinrich Schütz começaram a experimentar o uso de trompetes em concertos por volta de 1620, e logo após 1650 os compositores começaram a escrever muitas peças para uma ou duas trombetas com órgão e com cordas e continuo. Este é o repertório que é explorado neste disco. Pensa-se normalmente que as primeiras sonatas da trompete foram escritas em Bolonha. E, com efeito, as primeiras sonatas de trompete impressas foram publicadas em 1665 por Maurizio Cazzati, maestro di capella em San Petronio, em Bolonha. No entanto, existem sonatas para trompete em manuscritos nas bibliotecas do norte da Europa que são mais antigas. Um exemplo disso é a sonata do compositor e cantor romano Alessandro Melani. Ela pode ser encontrada em manuscritos de Uppsala, na Suécia, provavelmente copiada nas décadas de 1680 ou 90, embora uma versão mais curta para uma única trombeta em um manuscrito de Oxford possa remontar à metade do século.
Music for Trumpets and Strings from the Italian Baroque
Sonata a 6 in D major[5’43] Ferdinando Lazzari (1678-1754)
1 Presto e spicco[1’58]
2 Grave[0’35]
3 Canzona[0’59]
4 Grave[0’31]
5 Presto[1’40]
6 Sonata a 4 in G minor ‘La sampiera'[3’36]Maurizio Cazzati (1620-1677)
Sonata a 5 in D major Op 3 No 10[5’29] Andrea Grossi (1680-1690)
7 Vivace[1’11]
8 Adagio[2’06]
9 Grave[0’59]
10 Presto[1’13]
Sonata a 5 in D major[4’08] Giuseppe Maria Jacchini (c1663-1727)
11 Grave – Allegro[1’08]
12 Grave[0’38]
13 Allegro[1’06]
14 Grave – Allegro[1’16]
15 Sonata in A minor ‘La sassatelli’ Op 5 No 10[3’06]Giovanni Vitali (1632-1692)
Sonata a 5 in C major[10’19] Alessandro Melani (1639-1703)
16 Adagio – Allegro[2’01]
17 Allegro[3’14]
18 Canzona – Grave[2’42]
19 Vivace[2’22]
20 Sonata in E minor Op 10 No 17[5’15]Giovanni Legrenzi (1626-1690)
Il barcheggio[6’01] Alessandro Stradella (1639-1682)
21 Sinfonia in D major Movement 1: [Allegro][0’56]
22 Sinfonia in D major Movement 2: Andante[2’13]
23 Sinfonia in D major Movement 3: Allegro ma non troppo[1’16]
24 Sinfonia in D major Movement 4: Allegro[1’36]
Sonata a 5 in D major G7[5’23] Giuseppe Torelli (1658-1709)
25 Grave – Allegro[1’02]
26 Adagio[1’26]
27 Allegro[1’11]
28 Grave – Allegro[1’44]
Sonata a 4 No 1 in F minor[5’46] Alessandro Scarlatti (1660-1725)
29 Grave[0’51]
30 Allegro[1’38]
31 Larghetto[2’09]
32 Allemanda[1’08]
Concerto in C major RV537[6’41] Antonio Vivaldi (1678-1741)
33 Vivace[2’52]
34 Largo[0’33]
35 Allegro[3’16]
Crispian Steele-Perkins (trumpet)
Alison Balsom (trumpet)
The Parley of Instruments
A combinação de uma orquestra especializada em música barroca ou clássica, tocando sem regente em instrumentos de época, uma coleção magnífica e variada de concertos de Vivaldi, exibindo a criatividade do Padre Vermelho, gera grande expectativa para um excelente álbum. Ao final, você dirá…
A música de Veneza até uma geração antes de Vivaldi concentrava-se na Basílica de São Marco, onde músicos com Monteverdi e Legrenzi deram continuidade à tradição estabelecida por Andrea e Giovanni Gabrieli. Com Vivaldi, a referência passou a ser os orfanatos com suas orquestras formadas pelas órfãs que eram exímias instrumentistas, principalmente o Ospedale della Pietà.
A música que Vivaldi produziu neste ambiente e que organizou em várias coleções que foram publicadas em Amsterdam entre 1711 e 1729, influenciou a música em todos os grandes centros da Europa. Em Paris, em Dresden, onde estava Georg Johann Pisendel, na Corte de Weimar, com o entusiasmado jovem Johann Sebastian Bach, grande admirador de Vivaldi. Também em Londres, Praga e Viena.
O disco traz uma coleção que ilustra bem a razão de tal influência. Começa com uma versão expandida do Concerto ‘Il Proteo o sia il mondo al rovescio’, para grande combinação de instrumentos. A alusão ao deus grego se deve a sua capacidade de assumir diferentes formas. Na versão original, os solos para violino e violoncelo são tais que podem ser tocados tanto por um quanto pelo outro solista.
A coleção tem alguns concertos para um instrumento solista. Há um concerto para oboé, um para violoncelo e um para flauta, intitulado ‘La Notte’, que especialmente bonito. Este concerto existe em uma versão para concerto de câmera e foi reescrito nesta forma estendida, para flauta transversa, para fazer parte da coleção publicada como o Opus 10. Além disso, é um típico concerto programático, em seis partes, algumas com títulos como ‘Fantasmi’ e ‘Il sonno’.
Os outros concertos do programa são do tipo ‘multi instrumenti’ ou concerto duplo, como o concerto para duas trompas, RV 539.
O concerto para alaúde e viola d’amore, que encerra o disco, era particularmente caro ao compositor, que gostava da viola d’amore, cujo som aqui é combinado ao do alaúde lindamente.
Enfim, um disco primoroso no qual os membros da orquestra se fazem solistas na medida em que os concertos demandam, com a produção cuidadosa da gravadora Linn, para alegrar os amantes da música barroca, e além!
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Concerto em fá maior para duas flautas, dois oboés, violino, violoncelo e cravo – ‘Il Proteo o sia il mondo al rovescio’, RV 572
Allegro
Largo
Allegro
Concerto em ré menor para oboé e cordas, RV 454
Allegro
Largo
Allegro
Concerto em ré menor para duas flautas doces, dois oboés, fagote e dois violinos, RV 566
Allegro assai
Largo
Allegro
Concerto em fá maior para duas trompas, RV 539
Allegro
Larghetto
Allegro
Concerto em sol maior para violoncelo, RV 413
Allegro
Largo
Allegro
Concerto de câmera em sol menor para flauta, oboé, fagote, violino e contínuo, RV 107
Allegro
Largo
Allegro
Concerto em sol menor para flauta – ‘La Notte’, RV 439
Largo – Allegro – Largo – Allegro
Largo
Allegro
Concerto em ré menor para alaúde e viola d’amore, RV 540
Veja como termina uma crítica sobre este disco: Talvez uma das melhores coisas sobre esta coleção é sua flexibilidade rítmica. Não há a menor sombra aqui do estereótipo ‘máquina de costura barroca’!
Demorou, mas finalmente estou concluindo esta saga da Sol Gabetta tocando Vivaldi. Peço desculpas, a vida da gente é sempre uma correria, e eu tinha certeza de que tinha concluido esse ‘Il Progetto Vivaldi’.
Sempre acompanhada do irmão Andres e do pequeno conjunto de câmara que montou para este projeto, a ‘Capella Gabetta’, Sol Gabetta continua a nos brindar com todo o seu talento e versatilidade, sem temer se expor. Vale conferir.
Final de ano chegando, e nossa, como esse ano passou rápido, tanta coisa aconteceu, e sei lá o que ainda vem pela frente. A vida da gente é um nada no mundo, é uma gota, um lamento, citando o saudoso Gonzaguinha. Felizmente temos a música para nos animar, e nos levar adiante.
Ah, peço a sua atenção para ler o booklet, pois Gabetta não toca apenas Vivaldi aqui. Temos alguns outros compositores contemporâneos do veneziano, porém não tão conhecidos, como o incrível Giovanni Benedetto Platti, que conheci há pouco tempo, e que me agradou bastante.
Antonio Vivaldi
01. Concerto for Violoncello and Orchestra in A Minor, RV 422 I. Allegro
02. Concerto for Violoncello and Orchestra in A Minor, RV 422 II. Largo
03. Concerto for Violoncello and Orchestra in A Minor, RV 422 III. Allegro
Giovanni Benedetto Platti (1697-1763)
04. Concerto for Violoncello and Orchestra in C major, WD 646 I. Allegro
05. Concerto for Violoncello and Orchestra in C major, WD 646 II.
06. Concerto for Violoncello and Orchestra in C major, WD 646 III. Presto
Antonio Vivaldi (1678-1741)
07. Concerto for 2 Mandolins and Orchestra in G major, RV 532 (adapted for Violin, Violoncello and Orchestra) I. Allegro
08. Concerto for 2 Mandolins and Orchestra in G major, RV 532 (adapted for Violin, Violoncello and Orchestra) II. Andante
09. Concerto for 2 Mandolins and Orchestra in G major, RV 532 (adapted for Violin, Violoncello and Orchestra) III. Allegro
Andrea Zani (1696-1757)
10. Concerto for Violoncello and Orchestra in A minor, WD 789 I. Allegro
11. Concerto for Violoncello and Orchestra in A minor, WD 789 II. Larghetto
12. Concerto for Violoncello and Orchestra in A minor, WD 789 III. Allegro
Antonio Vivaldi (1678-1741)
13. Concerto for Violoncello and Orchestra in F major, RV 411 I. Allegro
14. Concerto for Violoncello and Orchestra in F major, RV 411 II. Largo
15. Concerto for Violoncello and Orchestra in F major, RV 411 III. Allegro molto
Giovanni Benedetto Platti (1697-1763)
16. Concerto for Violoncello and Orchestra in C minor, WD 669 I. Adagio e staccato. Allegro
17. Concerto for Violoncello and Orchestra in C minor, WD 669 II. Largo
18. Concerto for Violoncello and Orchestra in C minor, WD 669 III. Presto
Antonio Vivaldi (1678-1741)
19. Concerto for Violoncello and Orchestra in D major, RV 404 I. Allegro
20. Concerto for Violoncello and Orchestra in D major, RV 404 II. Adagio affetuoso
21. Concerto for Violoncello and Orchestra in D major, RV 404 III. Allegro vivace
Fortunato Chelleri (1687-1757)
22. Concerto for Violoncello and Orchestra in G major I. Adagio staccato. Tempo giusto
23. Concerto for Violoncello and Orchestra in G major II. Andante e spuntato
24. Concerto for Violoncello and Orchestra in G major III. Allegro
Sol Gabetta – Cello
Cappela Gabetta
Andres Gabetta – Violin, Konzertmeister
Como diria o velho filósofo do futebol, uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa completamente diferente (não sei se essa é a frase correta, mas o sentido é o mesmo). Me utilizo desta expressão para de certa forma discordar do grande Igor Stravinsky que em determinado momento de sua vida teria declarado que Vivaldi compôs a mesma obra centenas de vezes. Não tenho certeza se ele realmente falou isso, e em que contexto, mas se formos aplicá-la a estes concertos para violoncelo até poderíamos entendê-la. Com isso, não estou afirmando que ele compôs a mesma obra (e jamais faria tal afirmação), e sim que elas são semelhantes, porém totalmente diferentes.
Quatro anos após o lançamento do primeiro CD, Sol Gabetta retornou aos Concertos de Vivaldi em 2011, desta vez acompanhada por seu irmão, Andres, que também dirige o Conjunto ‘Capella Gabetta´. E claro que aqui qualquer semelhança não é mera coincidência. Enfim, neste segundo CD, ela demonstra uma maior maturidade artística, e nos brinda com um delicioso repertório, e uma lufada de ar fresco na interpretação. Como bem observou um cliente da amazon, ‘Sol Gabetta has found a refreshing energetic approach to Vivaldi which is the perfect match to the instrumental strengths of camera Gabetta. Strongly recommend for shear exuberance and clarity of instrument voicing .’
Altamente recomendado, com certeza. Em alguns dias, trago o terceiro CD.
Ah, não posso esquecer de avisar: neste CD o clã Gambetta também interpreta obras de outros dois compositores contemporâneos de Vivaldi: Leonardo Leo e Giovanni Benedetto Platti.
1 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 423: I. Allegro
2 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 423: II. Largo
3 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 423: III. Allegro
4 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 416: I. Allegro
5 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 416: II. Adagio
6 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 416: III. Allegro
7 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 420: I. Andante
8 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 420: II. Adagio
9 Concerto for Violoncello and Orchestra, RV 420: III. Allegro
10 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: I. Preludio. Largo
11 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: II. Allemanda. Andante
12 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: III. Sarabanda. Largo
13 Sonata for Violoncello and Basso continuo, RV 42: IV. Giga. Allegro
14 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: I. Andantino grazioso
15 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: II. Con bravura
16 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: III. Larghetto, con poco moto
17 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: IV. Allegro di molto
18 Concerto for Violoncello and Orchestra in D major: V. Fuga
19 Concerto for Violoncello and Orchestra in D minor, Op. 657: I. Non tanto allegro
20 Concerto for Violoncello and Orchestra in D minor, Op. 657: II. Adagio
21 Concerto for Violoncello and Orchestra in D minor, Op. 657: III. Alla breve. Fuga
Não sei com relação ao senhores, mas a música de Vivaldi tem a incrível capacidade de melhorar meu dia, transformar em ensolarado mesmo um dia nublado e chuvoso. É meu para-quedas, meu guarda chuva contra as adversidades do dia a dia. A genialidade de Vivaldi se estende em todas os instrumentos para os quais compôs, e aqui temos uma prova disso, nos Concertos para Violoncelo. Nosso colega René Denom recém postou dois cds maravilhosos desta figura ímpar, dando ênfase às gravações com instrumentos de época, focados em interpretações historicamente informadas. Mas com Sol Gabetta não temos esta preocupação de interpretações historicamente corretas, ela não se importa em fazer uma leitura ‘moderna’ destas obras primas, mesmo acompanhada por orquestras especializadas.
A violoncelista argentina lançou nos últimos anos três cds que intitulou ‘Il Progetto Vivaldi’, projeto este que iniciou lá em 2007, que trouxe obras para violoncelo e cordas do padre ruivo. Volto a ressaltar, Gabetta faz uma leitura mais ‘atualizada’, ao contrário de músicos do nível de Marco Ceccato, genial violoncelista do projeto de Amandine Beyer, Il Gli Incognito’ ou então de Christopher Coin ou de outro gigante do instrumento, recém falecido, Anner Bylsma.
Sempre muito bem acompanhada por excelentes conjuntos orquestrais, Gabetta nos mostra todo seu talento neste projeto. Neste primeiro CD, ela tem como parceiros o conhecido conjunto barroco ‘Sonatori de la Giocosa Marca’, que já deu o ar de sua graça aqui no PQPBach.
Como não poderia deixar de ser, o resultado é excelente. Vale conferir. Vou postar um CD de cada vez, para melhor serem apreciados.
01. Cello Concerto F major, RV 410_ Allegro
02. Largo
03. (Allegro)
04. Violin Concerto A minor, RV 356_ Allegro
05. Largo
06. Presto
07. Cello Concerto A minor, RV 418_ Allegro
08. Largo
09. Allegro
10. Cello Concerto B flat minor, RV 424_ Allegro
11. Largo
12. Allegro
13. Cello Concerto G major, RV 413_ Allegro
14. Largo
15. Allegro
16. Cello Concerto C minor, RV 401_ Allegro non molto
17. Adagio
18. Allegro ma non molto
19. Violin Concerto F minor, RV 297 – ‘Winter’ from ‘The Seasons’_ Allegro non molto
20. Largo
21. Allegro
Sol Gabetta – Violoncelo
Sonatori de La Giocosa Marca
Aqui está mais um ensolarado álbum com concertos duplos de Vivaldi, tão lindo como um dia em Veneza! Se você baixou os arquivos da postagem The Italian Job, não vai deixar passar este aqui.
O conjunto é espetacular, os solistas excelentes e Adrian Chandler, o fundador da banda, cuida para que o balanço geral seja perfeito, permitindo que apreciemos toda a inventividade, a facilidade do Padre Vermelho desenhar belíssimas melodias, traços constantes na sua produção!
Na lista das obras, temos os dois concertos que Vivaldi compôs para duas trompas, ambos na tonalidade fá maior. O Concerto RV 539 é bem conhecido e tem um movimento lento com as trompas provocando uma a outra. No outro concerto, um violoncelo assume o papel principal no movimento lento, dando uma oportunidade para os trompistas recuperarem o fôlego.
A lista continua com dois dos três concertos para dois oboés compostos por Vivaldi. Novamente o contraste dos instrumentos de madeira sobre as cordas dá um brilho todo especial aos concertos.
Puxando uma brasa para a sua sardinha, Chandler e Waltham são os respectivos solistas de dois concertos para violino e violoncelo. A intercalação de concertos para diferentes combinações de instrumentos é um outro fator que torna o álbum muito prazeroso.
O Concerto para oboé e fagote dá a oportunidade aos dois solistas de provocarem um ao outro num desafio que só nós ganhamos.
Para fechar com chave digital (essa coisa de chave de ouro está fora de moda) temos o enigmático Concerto S.A.S.I.S.P.G.M.D.G.S.M.B. para um montão de instrumentos, onde todos os solistas têm a oportunidade de brilhar. Ganha um doce quem adivinhar o significado desta longa lista de letras.
Apesar do italianíssimo nome, La Serenissima é um conjunto inglês fundado pelo virtuose Adrian Chandler. O grupo adota a prática de performances historicamente informadas, mas não temam nossos PQP-nianos amigos amantes do barroco italiano que preferem o som dos instrumentos modernos. Temos aqui o melhor dos dois mundos.
Este álbum reúne obras de compositores que vieram de quatro grandes e lindas cidades italianas.
Da sereníssima Veneza, temos Vivaldi, Albinoni e o menos conhecido Antonio Caldara, cuja deliciosa Sinfonia em dó maior abre o álbum, com o extravagante uso de trompetes, fagotes, oboés, violino solo e as outras cordas. O movimento lento, contrasta imensamente dos outros, devido a sua delicadeza e o uso de staccato.
De Roma, la Città Eterna, temos uma obra de Corelli que não é um de seus concerti grossi. A Sinfonia a Santa Beatrice d’Este é a peça mais séria do disco e foi composta para fechar um longo oratório de um outro compositor. Chandler e sua banda encontram a medida certa de energia e gravidade para apresentar propriamente a música.
De Padova, La dotta (a sábia Pádua), temos Tartini com o seu espetacular concerto para violino. Tartini foi um precursor do compositor-intérprete-virtuose, como seriam posteriormente Paganini e Vieuxtemps, entre outros. Nesta peça Adrian Chandler tem uma ótima oportunidade de exibir seus talentos de violinista.
Seguimos de volta para Veneza, com o Padre Vermelho e seu lindo concertinho alla rustica, seguido pelo não menos mavioso concerto para fagote.
O concerto para dois oboés de Tomaso Albinoni tem um lindíssimo adagio, para derreter o mais empedernido coração.
Para fechar este ótimo disco, mais uma sinfonia com molti instrumenti, de volta muitos instrumentos de sopros e tímpanos, na generosa obra de Giuseppe Torelli, cidadão de Bologna, la grassa (a gorda), a cidade das massas e da gastronomia.
De um inspirado crítico: O álbum The Italian Job tem todas as coisas que caracterizam La Serenissima:um tom fresco, tinindo, pleno de vitalidade e divertimento, tudo parece fácil e simples para o conjunto e para os solistas, e com fundamentada erudição, tanto na escolha do programa quanto na sua execução, sem perder nem de leve qualquer graça.
The Italian Job
Antonio Caldara (c. 1671-1753)
Sinfonia para dois oboés, dois fagotes, dois trompetes, tímpanos, violino, cordas e contínuo, em dó maior
Allegro
Andante, piano e staccato
Allegro
Arcangelo Corelli (1653-1713)
Sinfonia para o Oratório a Santa Beatriced’Este, para cordas e contínuo, em ré menor
Grave
Allegro
Adagio
Largo assai
Vivace
Giuseppe Tartini (1692-1770)
Concerto para violino, cordas e contínuo, em mi maior, D 51
Allegro
Grave “Tortorella bacie…”
Allegro assai
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Concerto ‘alla rustica’ para dois oboés, cordas e contínuo, em sol maior, RV 151
Presto
Adagio
Allegro
Concerto para fagote, cordas e contínuo, em dó maior, RV 476
Allegro
Adagio
Allegro
Tomaso Albinoni (1671-1751)
Concerto à cinque, para dois oboés, cordas e contínuo, em fá maior, Op. 9, 3
Allegro
Adagio
Allegro
Giuseppe Torelli (1658-1709)
Sinfonia para quatro trompetes, tímpanos, dois oboés, dois fagotes, dois violinos, dois violoncelos, cordas e contínuo, em dó maior, G 33
Rachel Chaplin e Gail Hennessy, oboés
Peter Whelan, fagote
La Serenissima
Adrian Chandler, violin / diretor
Gravação: 23 – 26 de agosto de 2016, St John’s, Smith Square, Londres
Resumindo, um disco para ser ouvido numa ensolarada manhã de domingo, preguiçosamente escolhendo o cardápio do almoço, deixando a louça do café da manhã para mais tarde…
A violinista ucraniana Anastasiya Petryshak não é apenas mais um lindo rosto no cenário da música barroca. A moça toca lindamente, tem muito talento, o som de seu Stradivarius é encorpado, e nesta gravação tem a ótima companhia das Cordas da Academia Nacional de Santa Cecília,sob direção de Luigi Piovano. Sua versão das indefectíveis Quatro Estações seguem um outro estilo, diferente do adotado por alguns solistas da atualidade, como Carmignola, Amandine Beyer ou Rachel Podger. Traz um Vivaldi moderno, com cara de Século XXI, não de século XVIII, ou seja, não se preocupa tanto com a questão histórica da interpretação. Um comentarista da amazon deu 5 estrelas para esse CD.
Espero que apreciem. Gostei muito desta gravação.
Anastasiya Petryshak – Violin
Archi dell´a Orchestra dell’Accademia Nazionale di Santa Cecilia
Luigi Piovano – Conductor
Ouvimos primariamente a música dos grandes compositores – Bach, Handel, Vivaldi, Rameau. E quase sempre suas obras nos sãos apresentadas em gravações completas: Quatro Suítes Orquestrais, Os Concerti Grossi Op. 12, La Stravaganza. Quando muito, um disco com concertos ou outras peças, sempre do mesmo compositor.
Essa abordagem pode limitar um pouco nossa perspectiva da riqueza cultural, da diversidade e do colorido das peças musicais do período barroco. Essa maneira de apresentar a música interessa muito às gravadoras que assim vendem seus pacotes. A Integral dos Concertos para Fagote (ou Flautim, ou Viola da Gamba) do compositor tal, a Integral da Música de Banquete do compositor qual. Creio que até para o mais treinado ouvinte, enfrentar uma sequência de 70 minutos de Concertos para Fagote pode ser um pouquinho demais. Isto sem mencionar as violas. Acho que certas peças são mais agradáveis e efetivas se apresentadas em companhia de outras, de outros compositores, com as quais tenham afinidade, mas também um certo contraste.
É claro que podemos ‘programar’ uma audição musical, tomando umas peças daqui, outras dali, mas nem sempre isso acontece.
Esta é uma das razões pelas quais eu adoro discos como este, da postagem. A produção do disco conseguiu interpolar peças barrocas, mas de períodos ligeiramente diferentes, e intercalar obras de mestres maiores com alguns menos conhecidos.
Talvez Pietro Castrucci seja o compositor menos conhecido desta coleção, mas certamente era conhecido de seus pares, como Handel, que também tem uma peça no disco.
Castrucci nasceu em Roma e estudou com Corelli. Mudou-se para Londres em 1715 e foi famoso como virtuose do violino e líder da Orquestra da Ópera de Handel.
Outro compositor menos conhecido desta lista é Alessandro Stradella, que certamente viveu uma vida cheia de aventuras amorosas. Tanto que morreu por isso. A peça que fecha o disco, a Sonata di viole, provavelmente é o primeiro concerto grosso e acredita-se ter servido de modelo para os Concerti Grossi Op. 6 de Corelli. Deste conjunto, o Concerto No. 1 abre o disco.
Vá lá, delicie-se também com Sinfonia do Alessandro Scarlatti, pai do Domenico, com o belíssimo concerto de Vivaldi, que brilha aqui ainda mais, e com a espetacular versão para Concerto Grosso da Sonata da Folia, de Corelli, feita pelo Geminiani. Um disco tão bem gravado e produzido custa a aparecer.
A Orchestra of the Age of Enlightenment já apareceu por aqui diversas vezes, sempre tendo a sua frente grandes regentes, como o Frans Brüggen, Gustav Leonhardt e Simon Rattle. Nesta ocasião ela é dirigida diretamente pela pessoa que está liderando os violinos. Ou seja, neste disco a estrela é a OAE!
Digam vocês se o Masterchef Erick Jacquin não é um sósia do oboísta Anthony Robson…
Italian Baroque Concertos
Arcangelo Corelli (1653-1713)
1-5. Concerto Grosso em ré maior, Op. 6, 1
Pietro Castrucci (1679-1752)
6-10. Concerto Grosso em ré maior, Op. 3, 12
Alessandro Scarlatti (1660-1725)
11-13. Sinfonia di Concerto Grosso No. 2 em dó menor
George Frideric Handel (1685-1759)
14-16. Sonata del Overtura (para Il trionfo del Tempo e del Disinganno)
Antonio Vivaldi (1678-1741)
17-19. Concerto em fá maior para duas flautas, dois oboés, violino, violoncelo e baixo
Contínuo, RV 572 (Il Proteo o sia il mondo al rovescio)
Francesco Geminiani (1687-1762)
20. Concerto Grosso No. 12 em ré menor “La Folia” (da Sonata Op. 5, 12, de Corelli)
Alessandro Stradella (1644-1682)
21-24. Sonata di viole
Orchestra of the Age of Enlightenment
Alison Bury, Margaret Fautless, Catherine Mackintosh
O disco foi gravado em uma cooperação entre a BBC Music Magazine e o selo Linn
Uma das melhores gravações do ano, talvez só superada pelo primoroso “Time Present and Time Past” de Mahan Esfahani (que, aliás, tem aqui uma discreta participação no baixo-contínuo da trio-sonata).
O bandolinista israelense Avi Avital é daqueles virtuoses de importância seminal, que não só granjeiam público e prestígio a seus instrumentos, como também ampliam seu repertório. Neste álbum, Avital não se restringiu às escolhas óbvias (os concertos para bandolim de Vivaldi, que ele chama de “Velho Testamento” de seu instrumento) e gravou também transcrições de sua lavra de concertos para outros instrumentos.
O bandolim de Avital vibra e canta lindamente. As transcrições são primorosas, e mesmo o batido “Verão” de “As Quatro Estações” ganha pujância e frescor. Não se deixem enganar pelo caprichado encarte, que se preocupa mais em explorar a estampa do bem-apessoado rapaz do que com o comentário às obras gravadas, e que se rende à tendência atual de representar os artistas em posições que variam do torpor ao êxtase psicodélico: este bonito frasco está repleto do melhor perfume.
VIVALDI – AVI AVITAL
Antonio Lucio VIVALDI (1678-1741)
Concerto em Lá menor para violino, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 356
(transcrição de Avi Avital)
01 – Allegro
02 – Largo
03 – Presto
Concerto em Ré maior para alaúde, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 93 (transcrição de Avi Avital) 04 – Allegro
05 – Largo
06 – Allegro
Concerto em Dó maior para bandolim, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 425
07 – Allegro
08 – Largo
09 – Allegro
Concerto em Dó maior para flautim, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 443
(transcrição de Avi Avital)
10 – Largo
Avi Avital, bandolim Orchestra Barocca de Venezia
Trio-sonata em Dó maior para violino, alaúde e baixo-contínuo, RV 82 (transcrição de Avi Avital)
11 – Allegro non molto
12 – Larghetto
13 – Allegro
Avi Avital, bandolim Ophira Zakai, alaúde Mahan Esfahani, cravo Patrick Sepec, violoncelo
Concerto em Sol menor para violino, orquestra de cordas e baixo-contínuo, RV 315
14 – Allegro non molto
15 – Adagio e piano. Presto e forte
16 – Presto
Copiei esses 8 CDs — pois estamos falando de um ÁLBUM ÓCTUPLO — , num pen drive e saí por aí de carro ouvindo a coisa. Nossa, é muito SEDUTOR, ATRAENTE, DO CARALHO e apenas me vinha à memória o ÍNCLITO blog Prato Feito, que é absolutamente tarado pela Corte de Dresden (grande Dresden!, diria o pessoal de lá). Parei o carro quatro vezes e cada uma delas foi sem relação alguma com meus compromissos ou EMENTÁRIO; parava apenas pela absurda COERÇÃO vinda da grande Dresden de tantos compositores geniais. A questão sempre era a mesma. O que era mesmo a maravilha que eu estava ouvindo naquele momento em meus ouvidos cheios de sons de um passado que URGE ser REEDIFICADO? Da primeira vez, o culpado foi o INSIDIOSO Telemann, da segunda, o VERMELHO Vivaldi e seu per eco in lontano, da terceira, o DELINQUENTE foi Zelenka e, da quarta, foi o FASCHinante. Todos esses seres andavam por Dresden, como disse o Prato Feito aqui …
Sinto muito, mas tenho que voltar a falar de Dresden. Nessa cidade, nas primeiras décadas do século XVIII, havia muitos grandes compositores. Se você saísse na rua, era capaz de trombar com Pisendel enquanto olhava Hasse do outro lado da rua, cruzava com Zelenka saindo da igreja e, se não olhasse pra cima, ainda era acertado por Veracini caindo de uma janela (e isso é uma outra história). Mas ainda não é de nenhum deles que vamos falar, e sim de um outro sujeito: Johann David Heinichen.
… assim como antes (ou depois, sei lá) falara aqui…
Uma das mais graves perdas históricas da II Guerra Mundial foi o bombardeio e arrasamento da cidade alemã de Dresden, pelas forças dos Estados Unidos. Nessa tragédia se perderam muitas vidas, monumentos e documentos. Após a reunificação alemã, em 1990, Dresden passou por um rápido e bem feito processo de reconstrução, que acabou trazendo de volta grande parte do brilho daquela que foi uma das mais importantes cortes da Alemanha barroca. Musicalmente a cidade foi privilegiada com grandes compositores, dentre os quais dois estão representados neste (no dele) CD.
Oh, esses ianques ignorantes e filhas-da-puta! Deviam ter feito RETROPERISTALTISMO com suas bombas! Ah, e aqui, falando sobre o imenso Schütz…
No entanto nunca compôs música puramente instrumental, e toda a sua obra profana foi perdida. Viveu em Dresden (grande Dresden!), e morreu em 1672.
Grande Dresden, repito! Tchê, Dresden é o canal e eu desafio o pessoal do Prato Feito a gostar mais de Dresden do que nós.
Que esta postagem épica sirva de PRESENTE do PQP para a massa sedenta que segue nosso blog nos três hemisférios, doze continentes e na Via Láctea, onde se DERRAMAM — como os milhões de espermatozóides que EJACULAREI logo mais à noite dentro de minha amada — as sementes de POLINIZAÇÃO de beleza que fazem sorrir a blogosfera e suas margens.
E vou ali na mesa beber mais um pouco, OK?
Ah, intérpretes excelentes, impecáveis.
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Sobre Dresden, Harry Crowl comentou:
dezembro 24th, 2010 às 11:21
Essa antologia é muito impressionante. Já conhecia 4 desses Cds que acompanham o belíssimo livro “Dresden”, com as pinturas do sec.XVIII realizadas por Canaletto. Ganhei esse livro quando estive lá em 2007, de uma grande amiga soprano que mora lá.
Queria fazer um esclarecimento em relação ao bombardeio de Dresden. O mesmo foi perpetrado pela Força Aérea Britânica (RAF), com um certo apoio logístico americano. Mas, a ordem veio do alto comando inglês, com aquiescência de Churchill. Os alemães dizem que foi uma vingança pelo bombardeio de Coventry, mas, na verdade, os ingleses já sentindo que não iam mais mandar no mundo, queriam assustar os russos que já estavam chegando perto e não estavam muito inclinados a respeitar os tratados. Durante o período da DDR, a cidade não teve seu monumentos reconstruídos. Depois da reunificação, tudo foi restaurado e reconstruído como era. A cidade voltou a ser exuberante. A reconstrução foi financiada inclusive com dinheiro inglês. A Inglaterra reconheceu o crime que cometera e pediu perdão oficialmente ao povo alemão. Quando a Frauenmarienkirche foi reinaugurada, os dirigentes máximos dos dois países estavam presentes e foi estabelecido o dia do perdão, que me parece que é celebrado em Dresden anualmente. O bombardeio matou tanta gente quanto uma das bombas atômicas. Um dos livros mais interessantes sobre o bombardeio é “Slaughterhouse 5″, de Kurt Vonnegut, que era um prisioneiro americano dos alemães e estava detido em Dresden durante o bombardeio.
Vivaldi, Telemann, Heinichen, Fasch, Graun, Pisendel, Quantz, Zelenka, Hasse, Ariosti, A. Scarlatti, Fux: Música na Corte de Dresden
Disc 1:
Antonio Vivaldi – Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577 1. Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577: 1st movement
2. Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577: 2nd movement, Largo non molto
3. Concerto for Violin, 2 Oboes, 2 Recorders and Bassoon in G minor, RV 577: 3rd movement, Allegro
Georg Philipp Telemann – Concerto for Violin, Hunting Horn & BC in D major 4. Concerto for Violin, Hunting Horn and Basso continuo in D major: 1st movement, Vivace
5. Concerto for Violin, Hunting Horn and Basso continuo in D major: 2nd movement, Adagio
6. Concerto for Violin, Hunting Horn and Basso continuo in D major: 3rd movement, Allegro
Johann David Heinichen – Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns & BC in F major 7.Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns and Basso continuo in F major: 1st movement, Allegro
8. Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns and Basso continuo in F major: 2nd movement, Andante
9. Concerto for 2 Oboe, 2 Flutes, Violin, 2 Horns and Basso continuo in F major: 3rd movement
Johann Friedrich Fasch – Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings & BC 10. Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo: 1st movement, Allegro
11. Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo: 2nd movement, Andante
12. Concerto for 2 Trumpets, 2 Horns, 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo: 3rd movement, Allegro
Johann Gottlieb Graun – Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings & BC in G major 13. Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings and Basso Continuo in G major: 1st movement
14. Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings and Basso Continuo in G major: 2nd movement, Adagio
15. Concerto for 2 Violins, 2 Horns, Strings and Basso Continuo in G major: 3rd movement, Allegro molto con spirito
Johann Georg Pisendel – Sinfonia in B major 1. Sinfonia in B major: Allegro di molto
2. Sinfonia in B major: Andantino
3. Sinfonia in B major: Tempo di menuet
Johann Georg Pisendel – Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings & BC in D major 4. Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major: Vivace
5. Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major: Andante
6. Concerto for Violin, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major: Allegro
Johann Georg Pisendel – Concerto for 2 Oboes, Bassoon, Strings & BC in E flat major 7. Concerto for 2 Oboes, Bassoon, Strings and Basso Continuo in E flat major
Georg Philipp Telemann – Concerto for Violin in F major 8. Concerto for Violin in F major: Presto
9. Concerto for Violin in F major: Corsicana-Un poco grave
10. Concerto for Violin in F major: Allegrezza
11. Concerto for Violin in F major: Scherzo
12. Concerto for Violin in F major: Chasse
13. Concerto for Violin in F major: Polacca
14. Concerto for Violin in F major: Minuetto
Antonio Vivaldi – Concerto in C major, RV 558 1. Concerto in C major, RV 558
2. Concerto in C major, RV 558
3. Concerto in C major, RV 558
Antonio Vivaldi – Concerto for Oboe in F major, RV 455 4. Concerto for Oboe in F major, RV 455
5. Concerto for Oboe in F major, RV 455
6. Concerto for Oboe in F major, RV 455
Antonio Vivaldi – Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540 7. Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540
8. Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540
9. Concerto for Viola d’Amore and Lute in D minor, RV 540
Antonio Vivaldi – Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 “Per eco in lontano” 10. Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 ‘Per eco in lontano’
11. Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 ‘Per eco in lontano’
12. Concerto for 4 Violins in A major, RV 552 ‘Per eco in lontano’
Antonio Vivaldi – Sinfonia for Strings in G major, RV 149 13. Sinfonia for Strings in G major, RV 149
14. Sinfonia for Strings in G major, RV 149
15. Sinfonia for Strings in G major, RV 149
Antonio Vivaldi – Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576 16. Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576
17. Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576
18. Concerto for Violin and Oboe in G minor, RV 576
Georg Philipp Telemann – Concerto for Violin 3 Horns 2 oboes in D major 1. Concerto for Violin, 3 Hunting Horns, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major
2. Concerto for Violin, 3 Hunting Horns, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major
3. Concerto for Violin, 3 Hunting Horns, 2 Oboes, Strings and Basso Continuo in D major
Johann Joachim Quantz – Concerto for 2 flutes 4. Concerto for 2 Flute, Strings and Basso Continuo in G minor
5. Concerto for 2 Flute, Strings and Basso Continuo in G minor
6. Concerto for 2 Flute, Strings and Basso Continuo in G minor
Antonio Vivaldi – Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a 7. Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a
8. Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a
9. Concerto for 2 Violins, 2 Oboes and Bassoon in D major, RV 564a
Jan Dismas Zelenka – Capriccio in A major for 2 oboes, fagott, 2 horns ZWV 185 (*) 10. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
11. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
12. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
13. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
14. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
15. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
16. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185
Jan Dismas Zelenka – Capriccio in C major for 2 oboes, fagott, 2 horns ZWV 183 1. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Allegro
2. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Canarie
3. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Gavotte
4. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Rondeau
5. Capricci (5): no 2 in G major, ZWV 183: Menuetto
Jan Dismas Zelenka – Laudate pueri in D major, ZWV 81 (**) 6. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Laudate pueri
7. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Qui sicut Dominus
8. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Amen
Jan Dismas Zelenka – Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190 9. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Allegro
10. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Menuetto 1 & 2
11. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Trio ‘Il contento’
12. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Presto assai ‘Il furibondo’
13. Capricci (5): no 5 in G major, ZWV 190: Villanella 1 & 2
Jan Dismas Zelenka – Confitebor tibi Domine in C minor, ZWV 71 14. Confitebor tibi Domine in C minor, ZWV 71: Confitebor tibi Domine
15. Confitebor tibi Domine in C minor, ZWV 71: Memoriam fecit
Jan Dismas Zelenka – Capriccio in A major for 2 oboes, fagott, 2 horns ZWV 185 (*) 16. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Allegro assai
17. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Adagio
18. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Aria
19. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: En tempo de canarie
20. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Menuet 1 & 2
21. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Andante
22. Capricci (5): no 4 in A major, ZWV 185: Paysan 1 & 2
Jan Dismas Zelenka – Missa Dei Patris in C major, ZWV 19 1. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Kyrie eleison 1
2. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Christe eleison
3. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Kyrie eleison 2
4. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Gloria in excelsis Deo
5. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Domine Deus
6. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Domine Fili
7. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Qui sedes ad dexteram
8. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Quoniam tu solus Sanctus
9. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Cum Sancto Spiritu
10. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Credo in unum
11. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Et incarnatus est
12. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Cruxifixus
13. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Et resurrexit
14. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Et vitam venturi saeculi
15. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Sanctus
16. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Benedictus
17. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Osanna
18. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Agnus Dei
19. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Agnus Dei
20. Missa Dei Patris in C major, ZWV 19: Dona nobis pacem
Johann Adolf Hasse- Mass in G minor 1. Mass in G minor: Kyrie eleison 1
2. Mass in G minor: Christe eleison
3. Mass in G minor: Kyrie eleison 2
4. Mass in G minor: Gloria in excelsis Deo
5. Mass in G minor: Gratias agimus tibi
6. Mass in G minor: Domine Deus, Rex caelestis
7. Mass in G minor: Domine Fili unigenite
8. Mass in G minor: Domine Deus
9. Mass in G minor: Qui tollis peccata mundi
10. Mass in G minor: Quoniam tu solus sanctus
11. Mass in G minor: Cum Sancto Spiritu
12. Mass in G minor: Credo in unum Deum
13. Mass in G minor: Et incarnatus est
14. Mass in G minor: Crucifixus etiam pro nobis
15. Mass in G minor: Et resurrexit tertia die
16. Mass in G minor: Ad te levavi animam meam
17. Mass in G minor: Sanctus
18. Mass in G minor: Benedictus
19. Mass in G minor: Hosanna in excelsis
20. Mass in G minor: Agnus Dei
Jan Dismas Zelenka – Laudate pueri in D major, ZWV 81 (**) 1. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Laudate pueri
2. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Quis sicut Dominus
3. Laudate pueri in D major, ZWV 81: Amen
Attilio Ariosti – O quam suavis est 4. O quam suavis est: O quam suavis est
5. O quam suavis est: Panem quem coelum dat
Alessandro Scarlatti – Su le sponde del Tebro 6. Su le sponde del Tebro: Sinfonia
7. Su le sponde del Tebro: Su le sponde del Tebro
8. Su le sponde del Tebro: Sinfonia
9. Su le sponde del Tebro: Contentatevi
10. Su le sponde del Tebro: Mesto, stanco e spirtante
11. Su le sponde del Tebro: Infelici miei lumi
12. Su le sponde del Tebro: Dite almeno
13. Su le sponde del Tebro: Ritornell
14. Su le sponde del Tebro: All’ aura
15. Su le sponde del Tebro: Tralascia pur di piangere
Johann David Heinichen – Lamentatio 16. Lamentatio: Incipit lamentation
17. Lamentatio: Beth
18. Lamentatio: Ghimel
19. Lamentatio: Daleth
20. Lamentatio: He
Johann Joseph Fux – Plaudite sonat tuba 21. Plaudite: Plaudite, sonat tuba
22. Plaudite: Dum exultat de morte Salvator
23. Plaudite: Mortales, vicit Leo de ttribu Juda
24. Plaudite: O! peccator gaude
25. Plaudite: Alleluja!
(*) e (**) — Não é um engano de PQP Bach. A edição original colocou estas duas peças repetidas na coletânea.
Peter Schreier (Tenor)
René Jacobs (Countertenor)
Ludwig Güttler (Trumpet)
Ralph Eschrig (Tenor)
Dagmar Schellenberger (Soprano)
Axel Köhler (Countertenor)
Egbert Junghanns (Bass)
Olaf Bär (Bass, Baritone)
Reinhart Ginzel (Tenor)
Só pela audição do RV 552 — com um dos violinos solistas fora do palco — este CD já valeria a pena, mas o resto também é excelente. Este disco recebeu o Gramophone 96 na categoria de Instrumental Barroco e é com certeza um dos melhores CD de Vivaldi que já foram prensados, não apenas pela execução excepcional, mas também pela maravilhosa gravação (a qualidade do som é surpreendente) e principalmente pelas obras que contém: alguns dos melhores concertos do Padre Rosso. Christophe Coin (violoncelo) e Il Giardino Armonico dão um show. Como o disco é de 1995, temos aqui um jovem Il Giardino Armonico, com instrumentos originais. cabe também destacar a notável versão do Concerto para 2 cellos, RV 531, cheia de força e com um banho de bola do já citado Coin e Paolo Beschi. Absolutamente recomendado!
Antonio Vivaldi (1678-1741): “Il Proteo” – Double And Triple Concertos
Concerto In D Major; RV 564 For 2 Violins, 2 Violoncellos, Strings And Basso Continuo
Allegro 04:31
Largo 02:33
Allegro 03:21
Concerto In F Major; RV 551 For 3 Violins, Strings And Basso Continuo
Allegro 04:29
Andante 01:54
(Allegro) 03:02
Concerto In G Minor; RV 531 For 2 Violincellos, Strings And Basso Continuo
Allegro 03:49
Largo 03:08
Allegro 03:01
Concerto In A Major; RV 552 For Violin, “Violino Per Eco Lontano”, Strings And Basso Continuo
Allegro 06:45
Larghetto 04:07
Allegro 03:40
Concerto In C Major; RV561 For Violin, 2 Violoncellos, Strings And Basso Continuo
Allegro 03:41
Largo 02:52
Allegro 02:46
Concerto In F Major; RV 544 “Il Proteo O Sia Il Mondo Al Rovescio” For Violin, Violoncello, Strings And Basso Continuo
Allegro 03:59
Largo 03:11
(Allegro) 03:14
Será que um Stradivarius vale tudo o que pedem por ele?
E um Amati? Ou um Guarneri?
Talvez este álbum possa ajudá-los a responder.
Nele, o virtuoso ítalo-americano Ruggiero Ricci (1918-2012) toca, em quinze famosos violinos, várias peças curtas que considera adequadas às características de cada instrumento. Depois, no que é talvez a parte mais interessante do álbum, ele toca o mesmo trecho – o início solo inicial do Concerto no. 1 de Max Bruch – com as mesmíssimas condições de estúdio em cada um dos violinos, a maior parte dos quais leva apelidos que remetem a ex-proprietários célebres. Apesar da overdose de Stradivari, o xodó de Ricci era seu inseparável Guarneri del Gesù (o “Ex-Huberman”, que surpreendemente não aparece nesta gravação), que foi, depois de sua morte, adquirido por uma companhia japonesa e cedido à violinista japonesa Midori Gotō.
A “Glória de Cremona” a que se refere o título é a rica tradição de luteria daquela cidade, que teve seu pináculo entre os séculos XVI e XVIII através de luthiers da estirpe de Stradivari, Guarnieri, Bergonzi, Amati e da Salo, cujos preciosos instrumentos são, há já muito tempo, o privilégio dos maiores virtuosos.
THE GLORY OF CREMONA – RUGGIERO RICCI
Jean-Antoine DESPLANES [Giovanni Antonio Piani] (1678-1760)
01 – Intrada [violino de Andrea Amati, c. 1560-170]
PietroNARDINI (1722-1793) 02 – Larghetto [violino de Antonio Stradivari, “ex-Rode”, 1733]
Antonio Lucio VIVALDI (1678-1741)
03 – Praeludium [violino de Nicolò Amati, 1656]
Niccolò PAGANINI (1782-1840)
04 – Cantabile e Valzer [violino de Antonio Stardivari, “Il Monasterio”,1719]
Wolfgang AmadeusMOZART (1756-1791)
arranjo de Carl Friedberg (1872–1955)
05 – Adagio [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Plowden”, 1735]
Dmitri Borisovich KABALEVSKY (1904-1987)
06 – Improvisation, Op. 21 no. 1 [violino de Antonio Stradivari, “Il Spagnolo”, 1677]
Piotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893)
07 – Souvenir d’un lieu cher, Op. 42 – no. 2: Mélodie [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Lafont”, 1735]
Francesco Maria VERACINI (1690-1768)
08 – Largo [violino de Gasparo da Salo, ca. 1570-80]
Maria Theresia vonPARADIS (1759-1824)
arranjo de Samuel Dushkin (1891-1976)
09 – Sicilienne [violino de Carlo Bergonzi, “Il Constable”, 1731]
Jenő HUBAY (1858-1937)
10 – The Violin Maker of Cremona [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Bériot”, 1744]
Georg FriedrichHÄNDEL (1685-1759)
11 – Larghetto [violino de Antonio Stradivari, “El Madrileño”, 1720]
Robert SCHUMANN (1810-1856)
arranjo de Fritz Kreisler (1875-1962)
12 – Romance em Lá maior [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Vieuxtemps”, 1739]
Johannes BRAHMS (1833-1897)
13 – Dança Húngara no. 20 [violino de Antonio Stradivari, “Ex-Joachim”, 1714]
14 – Dança Húngara no. 17 [violino de Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Gibson”, 1734]
Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN-Bartholdy (1809-1847)
arranjo de Fritz Kreisler
15 – Lieder ohne Wörte, Op. 62 – No. 1: “Mailüfte” (“Brisas de Maio”) [violino de Antonio Stradivari, “Ex-Ernst”, 1709]
Ruggiero Ricci, violinos Leon Pommers, piano
Max Christian FriedrichBRUCH (1838-1920)
Concerto para violino e orquestra no. 1 em Sol menor, Op. 26
I – Vorspiel. Allegro moderato (excerto – solo inicial)
Executado por Ruggiero Ricci nos seguintes instrumentos:
16 – Andrea Amati (c. 1560-70)
17 – Nicolò Amati (1656)
18 – Antonio Stradivari, “Il Spagnolo” (1677)
19 – Antonio Stradivari, “Ex-Ernst” (1709)
20 – Antonio Stradivari, “Ex-Joachim” (1714)
21 – Antonio Stradivari, “Il Monasterio” (1719)
22 – Antonio Stradivari, “El Madrileño” (1720)
23 – Antonio Stradivari, “Ex-Rode” (1733)
24 – Gasparo da Salo (c. 1570-80)
25 – Carlo Bergonzi, “Il Constable” (1731)
26 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Gibson” (1734)
27 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Lafont” (1735)
28 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Il Plowden” (1735)
29 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Vieuxtemps” (1739)
30 – Giuseppe Guarneri del Gesù, “Ex-Bériot” (1744)
Eis mais um discaço de Diego Fasolis, frente ao fantástico ‘Coro della Radiotelevisione svizzera ‘, e de sua querida orquestra, I Barocchisti, e novamente em parceria com Julia Lezhneva, turma que recém esteve presente aqui no PQPBach interpretando Pergolesi.
Porém aqui o parceiro de Julia Lezhneva é Franco Fagioli, outro contratenor que vem se destacando nos últimos anos. E todos eles juntos nos apresentam um Vivaldi fresco e atualizado. Sei que já trouxemos diversas versões destas mesmas obras, principalmente da ‘Gloria’, todos elas de excelente qualidade, e esta leitura de 2018 de Fasioli junta-se a elas.
A voz de Lezhneva é suave e delicada, em outros momentos intensa, e nos envolve em uma áurea de mistério e fé. E conta com a cumplicidade de um excepcional coral, com o perdão do excesso de adjetivos. Mas este é um daqueles CDs que nos deixam extasiados, e ao mesmo tempo perplexos com a qualidade e talento destes músicos. E claro, apenas reforça aquilo que temos destacado tanto por aqui: Vivaldi foi uma figura única, um gênio do Barroco, um dos maiores compositores de todos os tempos, ao lado de Bach e Händel.
Enquant que na ‘Gloria’ Julia Lezhneva se destaca, no ‘Nisi Dominus’, é a incrível voz de Franco Fagioli que domina totalmente. Não teme as dificuldades da peça, e se joga de corpo e alma.
Se possível, novamente peço para os senhores ouvirem este CD em um bom fone de ouvido, assim como o do Pergolesi recém postado, assim não perderão aqueles detalhes que somem em caixas de som. E novamente, deixo-lhes a opção de ouvirem em MP3 ou então em FLAC.
ANTONIO VIVALDI 1678–1741
GLORIA RV 589
1 Gloria in excelsis Deo
2 Et in terra pax
3 Laudamus te
4 Gratias agimus tibi
5 Propter magnam gloriam tuam
6 Domine Deus, Rex caelestis
7 Domine Fili unigenite
8 Domine Deus, Agnus Dei
9 Qui tollis peccata mundi
10 Qui sedes ad dexteram Patris
11 Quoniam tu solus Sanctus
12 Cum Sancto Spiritu
NISI DOMINUS RV 608
13 Nisi Dominus aedificaverit domum
14 Vanum est vobis
15 Surgite postquam sederitis
16 Cum dederit dilectis suis somnum
17 Sicut sagittae in manu potentis
18 Beatus vir qui implevit
19 Gloria Patri, et Filio
20 Sicut erat in principio
21 Amen
NULLA IN MUNDO PAX SINCERA RV 630
22 Aria: Nulla in mundo pax sincera
23 Recitative: Blando colore
24 Aria: Spirat anguis inter flores
25 Alleluia
JULIA LEZHNEVA soprano
FRANCO FAGIOLI countertenor
Coro della Radiotelevisione svizzera
I Barocchisti DIEGO FASOLIS
Estou quase certo, foi o língua de trapo do Stravinsky que afirmou ter Vivaldi escrito o mesmo concerto quinhentas vezes. Mesmo a mais infame afirmação pode conter uma grama de verdade. A afirmação, se é que houve, se foi exatamente assim, se foi feita pelo próprio Stravinsky, tem que ser considerada no contexto em que teria sido feita. Nos anos trinta havia complicados contextos políticos e sociais envolvidos e o ressurgimento da obra de Vivaldi a deixava superexposta.
O fato incontestável é que Vivaldi é muito bom! Seus concertos seguem sempre o formato allegro – adagio – allegro e duram perto de nove minutos, mas afirmar que são iguais uns aos outros é uma simplificação distorcente. Vivaldi tem imaginação e verve fenomenais. E ele teve no Pio Ospedale della Pietàseu laboratório de experimentos e entre suas alunas musicistas maravilhosas. Concertos para todos os tipos de instrumentos, inclusive alguns raros, que vinham do outro lado dos Alpes, devido às ótimas conexões venezianas com os fabricantes de instrumentos alemães. Além do Ospedale, Vivaldi trabalhou com outras orquestras, como a Orquestra de Dresden, dirigida por seu amigo e aluno Johann Georg Pisandel. Esta orquestra continha uma boa variedade de instrumentos de sopro, assim como a Orquestra da Ópera de Mantua. Por volta de 1720, Vivaldi também supriu música para a grande orquestra mantida em Roma pelo Cardeal Pietro Ottoboni, o grande mecenas das artes. Esta orquestra certamente tinha clarinetes entre seus instrumentos.
Exemplos indubitáveis das mil habilidades de Vivaldi são seus concertos com molti instrumenti. Estes concertos aparecem com frequência nos discos dos experts em música barroca, mas aqui temos algo bastante especial. Dois discos produzidos pelo selo francês Pierre Verany, com o Ensemble Matheus regido por Jean-Christophe Spinozi. O primeiro disco é intitulado Chalumeaux & Clarinettes Integral. Neste disco brilha o solista Gilles Thomé, que não só toca chalumeaux e clarintes, ele também as faz. O chalumeau é assim um parente distante do clarinete e caiu em desuso na medida que o clarinete foi sendo aperfeiçoado. O segundo disco traz concertos com misturas de instrumentos mais comuns como flautas transversa e doce, oboés e fagotes, com os tradicionais instrumentos de cordas e tiorbas, alaúdes, cravos e órgão. Entre os concertos deste disco, não deixe de notar o intitulado “Il Proteo o sia il Mondo al rovescio” e o que foi composto para “Sua Altezza Reale di Sassonia”! Nobres concertos. O título do primeiro concerto – O Mundo Virado de Cabeça para Baixo – refere-se ao violino e o violoncelo alternando-se no solo do concerto no mesmo intervalo tonal. Este disco individual foi postado pelo próprio PQP Bach.
Os músicos tocam instrumentos de época, mas isso não deve afastar nossos queridos leitores que preferem os instrumentos tradicionais. Nada aqui é agressivo ou abrasivo. Pelo menos aos meus ouvidos. Na verdade, se você estiver esperando os trompetes e fanfarras, vai se surpreender com a delicadeza e variedade dos sons. Vá em frente e deleite-se nesta superdose de música barroca italiana, produzida pela imaginação fervilhante do Petre Rosso, o Padre Vermelho!
Antonio Vivaldi (1678 – 1741)
Concerti con Molti Instrumenti, Volume 1
Chalumeaux & Clarinettes – Integrale
[1-3] – Concerto em dó maior, RV 558 para duas flautas doces, dois chalumeaux, duas tiorbas, dois bandolins, dois violinos “in tromba marina” e violoncelo
[4-7] – Concerto em si bemol maior, RV 579 – “Funebre”, para dois oboés “sordini”, chalumeau, três violas “alle inglese” e violino
[8-10] – Concerto em dó maior, RV 555 para duas flautas doces, oboé, chalumeau, dois trompetes, violino, duas “violette inglesi” e dois cravos
[11-13] – Concerto em dó maior, RV 560 para dois oboés, dois clarinetes, cordas e baixo contínuo
[14-16] – Concerto em dó maior, RV 559 para dois oboés, dois clarinetes, cordas e baixo contínuo
[17-19] – Concerto em dó maior, RV 556 “Per la Solennita di S. Lorenzo”, para duas flautas doces, dois oboés, dois clarinetes, fagote, dois violinos, cordas e baixo contínuo
Ensemble Matheus
Gilles Thomé, chalumeau e clarinete
Jean-Christophe Spinosi, solo de violino e direção
[1-3] – Concerto No. 3 em sol menor, RV 577 – “Per l’Orchestra di Dresda”, para violino, dois oboés, duas flautas doces, dois fagotes e orquestra
[4-6] – Concerto em fá maior, RV 572 – “Il Proteo o sia il Mondo al rovescio”, para violino, duas flautas transversas, dois oboés, cravos, violoncelo e orquestra
[7-9] – Concerto em ré menor, RV 566 para dois violinos, dois oboés, duas flautas doces, fagote e orquestra
[10-12] – Concerto em lá maior, RV 585 – “In Due Cori”, para quatro violinos, quatro flautas doces, dois órgãos e duas orquestras
[13-15] – Concerto em dó maior, RV 556 [2ª. Versão] – “Per la Per la Solennita di S. Lorenzo”, para dois violinos, duas flautas doces, dois oboés, fagote e orquestra
[16-18] – Concerto em dó maior, RV 557 para dois violinos, dois oboés, duas flautas doces, fagote e orquestra
[19-21] – Concerto em sol menor, RV 576 – “Sua Altezza Reale di Sassonia”, para violino, oboé, duas flautas doces, dois oboés, fagote, contrafagote e orquestra
Ensemble Matheus
Jean-Christophe Spinosi, solo de violino e direção
Veja o que um crítico (quase) anônimo disso no Amazon sobre o primeiro disco: Consacré aux clarinettes et chalumeaux, le volume 1 fait entendre des instruments en buis fabriqués par Gilles Thomé qui en joue ici avec un art consommé. Ecoutez par exemple son poétique dialogue crépusculaire avec le violon de J.C. Spinosi dans le Largo e cantabile du « per la solennita di S. Lorenzo »
O Volume 1 é consagrado aos clarinetes e chalumeaux, instrumentos de madeira fabricados por Gilles Thomé que os toca com arte consumada. Escute por exemplo seu poético diálogo crepuscular com o violino de J. C. Spinosi no Largo e cantabile do “Per la Solennita di S. Lorenzo”
Ele está se referindo à faixa 18 do Volume 1. Baixe o disco e confira!