Les Luthiers foi um hilariante grupo argentino de humor, popularíssimo em países de língua espanhola, que utiliza a música como um elemento fundamental de suas atuações, com instrumentos informais criados a partir de materiais improvisados, além de “instrumentos normais”. Os caras tocam muito bem e ainda enfrentam “instrumentos informais”. Desta característica provêm seu nome, luthier, que em francês significa “criador ou técnico de instrumentos musicais”. O conjunto foi originalmente composto por quatro membros: Daniel Rabinovich, Marcos Mundstock, Jorge Maronna e Gerardo Masana, até chegar a sete, e começou sua trajetória na segunda metade dos anos 60 na cidade de Buenos Aires. Foi fundado por Gerardo Masana em 1967, durante um período de grande auge da música universitária na Argentina. O grupo foi indicado ao Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes em 2011, o maior prêmio internacional concedido às atividades culturais, científicas e humanitárias em todo o âmbito hispano. No ano 2012, o Reino da Espanha concedeu-lhes a cidadania espanhola por carta de natureza, uma concessão especial a pessoas de méritos especiais.
Diz-se que sua obra foi todo composta por Johann Sebastian Mastropiero. Este CD possui uma piada decididamente racista típica de 1971 na faixa La Bossa Nostra, ano da produção deste incrível disco. Para compensar (uma ova!), há fartas piadas contra milicos.
Suspeita-se que Mastropiero tenha nascido no dia 7 de fevereiro, sem sabermos ano, século ou mesmo local. Vários países contestam a sua nacionalidade e até agora nenhum deles concordou em aceitá-lo. Seu nome de batismo, Johann Sebastian, é motivo de controvérsia, pois também era conhecido por outros nomes: Peter Illich, Wolfgang Amadeus, Etcétera (por exemplo, assinou sua terceira sinfonia como “Etcétera Mastropiero”). Sabe-se que ele nasceu de mãe italiana e que tinha um irmão gêmeo mafioso, chamado Harold Mastropiero, residente nos Estados Unidos .
A vida de Johann Sebastian Mastropiero nunca foi documentada com rigor. Seus dados biográficos são dispersos e cheios de lacunas e inconsistências, tornam muito difícil escrever uma biografia minimamente completa. Porém, são conhecidas muitas vicissitudes sobre acontecimentos muito específicos da vida do Mestre, normalmente relacionados com a composição de algumas de suas obras. Como exemplo, devemos lembrar quando ele executou o Tangum Gloria de Mastropiero no Vaticano. Uma Glória que teve que compor às pressas a partir das partituras de um de seus tangos. Ele organizou o texto em latim da melhor maneira que pôde e deu a cada músico sua parte. Quando o trabalho foi realizado antes do Sínodo, a surpresa foi enorme. Os bispos ficaram impressionados e indignados. Mastropiero foi imediatamente excomungado e a Guarda Suíça jogou os instrumentos, as partituras e Mastropiero pela janela.
Apesar de seus múltiplos casos amorosos, ele teve um relacionamento estável com a Condessa de Shortshot por um tempo. Com ela teve vários filhos, cujos sobrenomes significam o mesmo da mãe em diferentes idiomas.
A sua reputação como autor musical é essencialmente má, como apresenta o grupo que o interpreta na seguinte citação: “Todas as vezes — por necessidades económicas — Mastropiero foi obrigado a compor música por encomenda, produziu obras medíocres e inexpressivas. Pelo contrário, quando apenas obedeceu à sua inspiração, nunca escreveu uma nota.” Na verdade, a única coisa que se sabe com certeza sobre Mastropiero é que na Sexta-Feira Santa de 1729, a Catedral de Leipzig assistiu à estreia de uma Paixão de São Mateus que definitivamente não lhe pertence.
Ele teve uma vida amorosa muito ativa. Isso fica demonstrado no período cigano de Mastropiero, com Azucena, que mais tarde adotaria o filho, cortejando Gundula mesmo sabendo que ela tinha marido. Ele conheceu a Condessa de Shortshot com quem teve um relacionamento duradouro. E ele escreveu uma opereta para Elizabeth, que posteriormente o trocou por outra. Sua morte não é conhecida, diz-se que ele morreu nas mãos de seu irmão Harold quando descobriu que estava fingindo ser ele para frequentar a esposa de Harold, Margaret, e o matou a tiros quando o surpreendeu. O outro boato é que ele cometeu suicídio ao terminar de compor a opereta para Elizabeth. Porém, sabe-se que em 1999 compôs um hino exorcista a pedido da “Ordem de Nostradamus”, para impedir o nascimento do anticristo. Também no espetáculo “Lutherapia” na parte final é mencionado que ele era amante de Satanás, disfarçado de mulher, e aparente pai de Daniel Rabinovich e do anticristo.
Johann Sebastian Mastropiero ( – ): Les Luthiers (Vol. 3)
Side one
1 “Voglio entrare per la finestra” (lyrics: Marcos Mundstock; music & conduction: Carlos López Puccio)
2 “Miss Lilly Higgins sings shimmy in Mississippi’s spring” (lyrics: Marcos Mundstock; music: Ernesto Acher)
3 “Ya el sol se asomaba en el poniente” (lyrics: Les Luthiers; music: Gerardo Masana & Jorge Maronna)
Side two
4 “La Bossa Nostra” (lyrics: Agustín Cuzzani; music: Ernesto Acher, Carlos Núñez Cortés & Jorge Maronna)
5 “Romanza escocesa sin palabras” (music: Carlos Núñez Cortés)
6 “Suite de los noticieros cinematográficos” (libretto: Marcos Mundstock; music: Carlos Núñez Cortés & Jorge Maronna)
7 “Fe de erratas”
Arranged By – Les Luthiers
Directed By – Les Luthiers
Performer – Carlos López Puccio, Carlos Núñez Cortés, Daniel Rabinovich, Ernesto Acher, Gerardo Masana, Jorge Maronna, Marcos Mundstock
Written-By – Les Luthiers
Se a década pré-pandêmica de nossa Rainha consolidou práticas das anteriores – raras gravações em estúdio, pouquíssimas aparições solo, prolífico camerismo e generoso incentivo a jovens talentos -, os anos 10 também a viram explorar repertório novo e desempenhar papéis inéditos, alguns ligados a suas raízes bonaerenses, tais como tangueira e Luthier, e outros ainda mais insuspeitos, como acompanhista em Lieder e em cancioneiro iídiche. Notem que essa discografia argerichiana que ora concluímos, e que supomos tão completa quanto a pudemos deixar, não inclui a importante coleção de registros de Marthinha no Festival de Lugano, que nosso colega FDP Bach está a nos trazer aos poucos.
Exceto por uma já tradicional vinda a Buenos Aires na metade do ano, quando dá a seus conterrâneos o privilegiado ar de sua graça, Martha não é lá muito afeita a explorar seu continente. Uma exceção notável foi a turnê por várias capitais do Brasil em 2004, certamente instigada pelo amado amigo Nelson Freire, com quem tocou em duo e autografou um LP do patrão PQP e um CD meu lá em nossa Dogville natal. Outra foi essa breve residência na província de Santa Fe, para a qual foi persuadida por outro amigo, Daniel Rivera, um pianista nascido em Rosario e radicado na Itália há muitas décadas. Cada disco registra a íntegra de uma das noites de Martha no festival, o que explica a repetição de algumas peças. Destaco a interpretação de Scaramouche, cujo movimento Brazileira cita (e, para muitos, plagia) Ernesto Nazareth, marcando, ainda que tangencialmente, uma das muito poucas vezes que a música brasileira passou pelos dedos de nossa deusa (outra delas está aqui). Digna de nota, também, é a substancial participação no repertório de compositores argentinos contemporâneos, especialmente na última noite, na qual a Rainha fez parte dum mui hábil conjunto de tango que incluiu sua primogênita, Lyda, a tocar viola.
Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791) Sonata em Ré maior para piano a quatro mãos, K. 381
1 – Allegro
2 – Andante
3 – Allegro molto
Johannes BRAHMS (1833-1897) Variações sobre um tema de Joseph Haydn, para dois pianos, Op. 56b
4 – Thema: Andante
5 – Poco più animato
6 – Più vivace
7 – Con moto
8 – Andante con moto
9 – Vivace
10 – Vivace
11 – Grazioso
12 – Presto non troppo
13 – Finale: Andante
Franz LISZT (1811-1886) Les Préludes, poema sinfônico, S. 97
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
14 – Andante maestoso
Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975)
Concertino em Lá menor para dois pianos, Op. 94
1 – Adagio – Allegretto – Adagio – Allegro – Adagio – Allegretto
Sergei Vasilyevich RACHMANINOFF (1873-1943) Suíte para dois pianos no. 2 em Dó maior, Op. 17
2 – Introduction
3 – Valse
4 – Romance
5 – Tarantella
Darius MILHAUD (1892-1974) Scaramouche, suíte para dois pianos, Op. 165b 6 – Vif
7 – Modéré
8 – Brazileira
Luis Enríquez BACALOV (1933-2017)
9 – Astoreando, para dois pianos
Ástor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)
2 – “Milonga Del Angel”, para dois pianos, viola, contrabaixo e bandoneón
Aníbal Carmelo TROILO (1914-1975)
3 – “Sur” y “La Última Curda”, para bandoneón
Néstor Eude MARCONI (1942)
e Daniel MARCONI (1970)
4 – “Gris Se Ausencia” y “Robustango”, para bandoneón
Ástor PIAZZOLLA 5 – “Oblivión” del “Concierto Aconcagua” – “Tema de María” – “Verano Porteño” – Cadencia del “Concierto Aconcagua”- “La Muerte del Angel” – “Lo Que Vendrá” – “Decarísimo”, para bandoneón
Néstor MARCONI 6 – “Para El Recorrido”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneón
7 – “Moda Tango”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneón
Ástor PIAZZOLLA
8 – “Libertango”, para piano, viola, contrabaixo e bandoneó
9 – “Tres Minutos Con La Realidad”, para dois pianos, viola, contrabaixo e bandoneón
Néstor Marconi, bandoneón (faixas 3-9)
Enrique Fagone, contrabaixo (faixas 6-9)
Daniel Rivera, piano (faixas 1, 2 e 9)
Gabriele Baldocci, piano (faixa 6)
Martha Argerich (faixas 1, 2, 7-9)
Lyda Chen, viola (faixas 2, 6-9)
Gravado ao vivo em Rosario, Argentina, entre 19 e 25 de outubro de 2012
Se Martha também é María, e Argerich pela família catalã do pai, ela também é Heller por sua mãe Juanita, filha de judeus russos estabelecidos na província de Entre Ríos. E, se não lhes posso afirmar que o iídiche fez parte de sua infância, não tenho muitas dúvidas de que ele ajudou a aproximá-la de Ver bin Ikh! (“Quem sou eu!”), projeto da atriz e cantora Myriam Fuks. Nascida em Tel Aviv e radicada em Bruxelas, Myriam aqui resgata, com sua profunda voz de contralto, diversas canções judaicas centro-europeias, acompanhada dum prodigioso conjunto de amigos, que inclui o demoníaco Roby Lakatos, Mischa e Lily Maisky, o brilhante Evgeny Kissin (que desenvolve uma belíssima carreira paralela na composição e declamação de poemas em iídiche) e, claro, nossa Rainha, a quem cabe a honra de encerrar o álbum com a parte de piano de Der Rebe Menachem (“O Rabino Menahem”).
VER BIN IKH! – MYRIAM FUKS
1 – Vi Ahin Zol Ikh Geyn (S. Korn-Teuer [Igor S. Korntayer]/O. Strokh) Evgeny Kissin, piano
02 – Far Dir Mayne Tayer Hanele/Klezmer Csardas de “Klezmer Karma” (R. Lakatos/M. Fuks) Alissa Margulis, violino Nathan Braude, viola Polina Leschenko, piano
3 – Malkele, Schloimele (J. Rumshinsky) Sarina Cohn, voz Philip Catherine, guitarra Oscar Németh, baixo
4 – Deim Fidele (B. Witler) Lola Fuks, voz Michael Guttman, violino
5 – Yetz Darf Men Leiben (B. Witler) Paul Ambach, voz
Martha sempre teve o costume de acolher, tanto em sua vida pessoal quanto sob as suas protetoras asas artísticas, artistas mais jovens, e um seu modus operandi bem típico nas últimas décadas tem sido o das participações, por óbvio muito especiais, em álbuns de colegas que admira. O pianista russo-alemão Jura Margulis teve o privilégio de ter a Rainha a seu lado para encerrar este volume de suas próprias transcrições para piano, tocando a dois pianos a Noite no Monte Calvo, de Mussorgsky. Eu, que adoro Modest quase tanto quanto amo Marthinha, não só fiquei entusiasmado ao finalmente ouvi-la tocar uma de suas obras, como também passei a sonhar com o dia em que a escutaria a tocar os Quadros de uma Exposição, que certamente ficariam supimpas sob suas mãos. Pode parecer um pedido exagerado a quem já tem oitenta anos e um tremendo repertório, mas não perdi minhas esperanças; muito pelo contrário, eu as vi renovadas quando Martha, em 2020, aprendeu e tocou as partes de piano da maravilhosa Der Hirt auf dem Felsen de Schubert e, para minha maior alegria, de duas das Canções e Danças da Morte de Mussorgsky. Sonhar, enfim, nada custa – ainda.
Johann Sebastian BACH (1685-1750)
Da Matthäus-Passion, BWV 244
1 – Wir setzen uns mit Tränen nieder
Wolfgang Amadeus MOZART Do Requiem em Ré menor, K. 626 2 – Confutatis maledictis
3 – Lacrimosa
Giacomo PUCCINI (1858-1924)
4 – Crisantemi, SC 65
Franz LISZT 5 – Mephisto-Walzer
Robert SCHUMANN De Dichterliebe, Op. 48: 6 – No. 4: Wenn ich in deine Augen seh’
Dmitri SHOSTAKOVICH Da Sinfonia no. 8 em Dó menor, Op. 65 7 – Toccata
8 – Passacaglia
Sayat NOVA (1712-1795)
Transcrição de Arno Babadjanian (1921-1983)
9 – Melodie – Elegie
Modest Petrovich MUSSORGSKY (1839-1881)
10 –Noch′ na lysoy gore (“Noite no Monte Calvo”), para dois pianos
Jura Margulis, piano (1-10) e transcrições (exceto faixa 9)
Martha Argerich, piano II (faixa 10)
“Noite no Monte Calvo” gravada em Lugano, Suíça, junho de 2014
Uma overdose de genialidade portenha, e praticamente um esculacho de Buenos Aires para com cidades menos dotadas de talentos (i.e., quase todas as outras), foi aquela noite de agosto de 2014 em que Les Luthiers encontraram Daniel Barenboim e Martha Argerich no sacrossanto palco do Teatro Colón. Depois da habitual dose de obras do imerecidamente obscuro Johann Sebastian Mastropiero, o genial quinteto juntou-se a Barenboim para narrar A História do Soldado de Stravinsky, e os seis se somariam a Martha para o Carnaval dos Animais de Saint-Saëns. Nem o vídeo, nem o áudio do memorável encontro foram lançados comercialmente – o que nos obriga a nos contentarmos com o ensaio geral, feito na manhã do concerto, com a plateia repleta de fãs que não tinham conseguido ingressos para a noite:
Martha e Daniel voltariam a se encontrar no Colón no ano seguinte, sem Les Luthiers, para um programa de formato mais familiar a eles. À rara audição dos estudos canônicos de Schumann no arranjo improvável de Debussy, eles fizeram seguir uma obra do próprio Claude-Achille e a irresistível sonata com percussão de Bartók: repertório incomum e – em que pese a ausência de J. S. Mastropiero – nada menos que tremendo.
Robert SCHUMANN Seis estudos em forma canônica, para piano, Op. 56
Transcrição para dois pianos de Claude Debussy (1862-1918)
1 -Nicht zu schnell
2 – Mit innigem Ausdruck
3 – Andantino
4 – Innig
5 – Nicht zu schnell
6 -Adagio
Claude-Achille DEBUSSY (1862-1918) En Blanc et Noir, suíte para dois pianos, L. 134
7 – Avec Emportement (À Mon Ami A. Koussevitzky)
8 – Lent. Sombre (Au Lieutenant Jacques Charlot Tué a l’ennemi en 1915, le 3 Mars)
9 – Scherzando (À Mon Ami Igor Stravinsky)
Béla Viktor János BARTÓK (1881-1945) Sonata para dois pianos e percussão, Sz. 110
10 – Assai lento – Allegro molto
11 – Lento, ma non troppo
12 – Allegro non troppo
Daniel Barenboim, piano II
Lev Loftus e Pedro Manuel Torrejón González, percussão (faixas 10-12)
Gravado ao vivo em Buenos Aires, Argentina, agosto de 2015
Dezoito anos depois de sua primeira gravação juntos, Martha e Itzhak Perlman reecontraram-se em Paris para novas sessões em estúdio – as primeiras de Martha na década para o repertório de concerto. Às Fantasiestücke de Schumann e a sonata no. 4 de Bach, eles somaram a fatia brahmsiana da sonata F-A-E, completando o álbum com uma sonata de Schumann gravada em 1998 e ainda mantida inédita por falta de pareamento.
“Trabalhar com Martha”, disse Itzhak, “foi uma experiência única para mim… seu brilho e as cores que ela usa quando toca são reconhecíveis tão longo você as escuta – é ela, ninguém mais soa assim… Estou muito feliz com que pudemos de fato gravar novamente… quando surgiu a possibilidade de que ela tivesse um punhado de dias livres para gravar eu disse ‘eu irei a qualquer lugar!!!'”. A julgar pela cumplicidade com que tocaram e pelo olhar curioso de Martha para o bonachão Itzhak na capa do álbum, tenho certeza de que a viagem valeu a pena.
Robert SCHUMANN
Sonata para violino e piano no. 1 em Lá menor, Op. 105 1 – Mit leidenschaftlichem Ausdruck
2 – Allegretto
3 – Lebhaft
Fantasiestücke, para violino e piano, Op. 73 4 – Zart und mit Ausdruck
5 – Lebhaft, leicht
6 – Rasch und mit Feuer
Johannes BRAHMS Scherzo para violino e piano, WoO 2 (da sonata “F-A-E”, composta em colaboração com Robert Schumann e Albert Dietrich)
7 – Allegro
Johann Sebastian BACH Sonata para violino e teclado no. 4 em Dó menor, BWV 1017
8 – Siciliano. Largo
9 – Allegro
10 – Adagio
11 – Allegro
Itzhak Perlman, violino
Gravado em Saratoga, Estados Unidos, julho de 1998 (1-3) e Paris, França, março de 2016 (4-11)
Ainda que a gravação anterior de Martha para o Carnaval dos Animais – aquela com Gidon Kremer – seja mais famosa, eu prefiro essa, com Antonio Pappano no duplo papel de pianista e regente e Annie, filha de Martha com Charles Dutoit, a narrar. Se aquela com Les Luthiers é melhor que essa, jamais saberemos enquanto os detentores da preciosa gravação no Colón não a trouxerem a público. O que sabemos é que Johann Sebastian Mastropiero é um compositor muitíssimo superior a Saint-Saëns e que, por isso, nossa Rainha deveria tocá-lo mais. Fica a dica, Marthinha.
Le Carnaval des Animaux, Grande Fantaisie Zoologique 5 – Introduction et Marche Royale du Lion
6 – Poules et Coqs
7 – Hémiones
8 – Tortues
9 – L’Éléphant
10 – Kangourous
11 – Aquarium
12 – Personnages à Longues Oreilles
13 – Le Coucou au Fond des Bois
14 – Volière
15 – Pianistes
16 – Fossiles
17 – Le Cygne
18 – Finale
Annie Dutoit, narração
Gabriele Geminiani, violoncelo
Libero Lanzilotta, contrabaixo
Antonio Pappano, piano II e regência
Enquanto se desligava aos poucos do festival centrado sobre si em Lugano, Martha passou a visitar Hamburgo com cada vez mais frequência, até ver um novo festival em torno de si, realizado no mês de junho na soberba Laeiszhalle daquela cidade em que mais chove em toda Alemanha. Este Rendez-vous with Martha Argerich é o tributo fonográfico do impressionante programa do festival em 2018, reunindo um elenco cheio de figuras estelares da galáxia da Rainha – incluindo algumas literalmente familiares, como suas filhas Lyda e Annie e o ex-companheiro Kovacevich. Gosto de todos os discos, repletos que são do elã característico de Marthinha, mesmo quando ela não está de fato a tocar. Meu xodó, no entanto, é o último, com um delicioso Carnaval dos Animais narrado por Annie e uma não menos saborosa seleção de repertório ibérico e latino-americano que se encerra com uma versão tanguera de Eine kleine Nachtmusik que certamente faria Amadeus gargalhar em dois por quatro.
Claude DEBUSSY De Nocturnes, L. 91 1 – Fêtes (arranjo para dois pianos de Maurice Ravel)
Anton Gerzenberg, piano II
Sonata em Sol menor para violino e piano, L. 140 2 – Allegro vivo
3 – Intermède. Fantasque et léger
4 – Finale. Très animé
Géza Hosszu-Legocky, violino Evgeni Bozhanov, piano
5 – Prélude à l’après-midi d’un faune, L. 86
(arranjo para dois pianos do próprio compositor)
Stephen Kovacevich, piano I
Sonata em Ré menor para violoncelo e piano, L. 135
6 – Prologue: Lent, sostenuto e molto risoluto
7 – Sérénade: Modérément animé
8 – Finale: Animé, léger et nerveux
Mischa Maisky, violoncelo
Joseph Maurice RAVEL (1875-1937) 9 – La Valse, poème choreographique (arranjo para dois pianos do próprio compositor)
Nicholas Angelich, piano II
Sonata em Ré menor para violino e violoncelo, M. 73
10 – Allegro
11 – Très vif
12 – Lent
13 – Vif, avec entrain
Alexandra Conunova, violino Edgar Moreau, violoncelo
Sergey Sergeyevich PROKOFIEV (1891-1953) Sinfonia no. 1 em Ré maior, Op. 25, “Clássica”
Transcrição para dois pianos de Rikuya Terashima
1 – Allegro
2 – Larghetto
3 – Gavotta: Non troppo allegro
4 – Finale: Molto vivace
Evgeni Bozhanov e Akane Sakai, pianos
5 – Abertura sobre temas hebraicos, para piano, clarinete, dois violinos, viola e violoncelo, Op. 34
Pablo Barragán, clarinete Akiko Suwanai e Alexandra Conunova, violinos Lyda Chen, viola Edgar Moreau, violoncelo
Suíte de Cinderella (Zolushka), balé em três atos, Op. 87
Arranjo para dois pianos de Mikhail Vasilyevich Pletnev (1957)
6 – Introduction: Andante dolce
7 – Querelle: Allegretto
8 – L’Hiver: Adagio – Allegro moderato
9 – Le Printemps: Vivace con brio – Moderato – Presto
10 – Valse de Cendrillon: Andante – Allegretto – Poco più animato – Più animato – Meno mosso
Akane Sakai eAlexander Mogilevsky, pianos
11 – Gavotte: Allegretto
12 – Gallop: Presto – Andantino – Presto
13 – Valse Lente: Adagio – Poco più animato – Assai più mosso – Poco più animato – Meno mosso (più animato dell’adagio
14 – Finale: Allegro moderato – Allegro espressivo – Presto – Allegro moderato – Andante
Evgeni Bozhanov e Kasparas Uinskas, pianos
Sonata em Dó maior para dois violinos, Op. 56 15 – Andante cantabile
16 – Allegro
17 – Commodo (quasi allegretto)
18 – Allegro con brio
Dmitri Dmitriyevich SHOSTAKOVICH (1906-1975) Concerto em Dó menor para piano, trompete e orquestra de cordas, Op. 35
1 – Allegro moderato – attacca:
2 – Lento – attacca:
3 – Moderato – attacca:
4 – Allegro con brio
Sergei Nakariakov, trompete
Symphoniker Hamburg
Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Mi menor, Op. 67
5 – Andante – Moderato – Poco più mosso
6 – Allegro con brio
7 – Largo
8 – Allegretto – Adagio
Guy Braunstein, violino
Alisa Weilerstein, violoncelo
Zoltán KODÁLY (1882-1967) Duo para violino e violoncelo, Op. 7 9 – Allegro serioso, non troppo
10 – Adagio – Andante 11 – Maestoso e largamente, ma non troppo lento – Presto
Guy Braunstein, violino
Alisa Weilerstein, violoncelo
Jakob Ludwig Felix MENDELSSOHN Bartholdy (1809-1847)
Trio para violino, violoncelo e piano no. 1 em Ré menor, Op. 49 (transcrição para flauta, violoncelo e piano)
1 – Molto allegro ed agitato
2 – Andante con moto tranquillo
3 – Scherzo
4 – Finale
Johannes BRAHMS
Sonata para piano e violino no. 2 em Lá maior, Op. 100 1 – Allegro amabile
2 – Andante tranquillo — Vivace — Andante — Vivace di più — Andante — Vivace
3 – Allegretto grazioso (quasi andante)
Akiko Suwanai, violino Nicholas Angelich, piano
Sergey RACHMANINOV
Sonata em Sol menor para violoncelo e piano, Op. 19 4 – Lento. Allegro moderato
5 – Allegro scherzando
6 – Andante
7 – Allegro mosso
Camille SAINT-SAËNS 1-30 – Le Carnaval des Animaux, Grande Fantaisie Zoologique
Annie Dutoit, narração Jing Zhao, violoncelo Lilya Zilberstein e Martha Argerich, pianos
Symphoniker Hamburg Ion Marin, regência
Ernesto Sixto de la Asunción LECUONA Casado (1895-1963) Quatro danças cubanas, para piano
31 – A la antigua
32 – Al fin te ví
33 – No hables más!
34 – En tres por cuatro
Três danças afro-cubanas, para piano 35 – La Conga de Medianoche
36 – La Comparsa
37 – Danza de los Ñañigos
Isaac Manuel Francisco ALBÉNIZ y Pascual (1860-1909)
Arranjo de Mauricio Vallina (1970)
Da Suíte España, Op. 165 38 – No. 2: Tango
Ángel Gregorio VILLOLDO Arroyo (1861- 1919)
Arranjo de Lea Petra
39 – El Choclo
Mauricio Vallina, piano
Eduardo Oscar ROVIRA (1925- 1980)
40 – A Evaristo Carriego
Ástor PIAZZOLLA 41 – Triunfal
42 – Adiós Nonino
Wolfgang Amadeus MOZART 43 – Musiquita Noturna (arranjo do Allegro da Eine Kleine Nachtmusik, K. 525)
Jing Zhao, violoncelo (faixa 40)
The Guttman Tango Quartet:
Michael Guttman, violino
Lysandre Denoso, bandoneón
Chloe Pfeiffer, piano
Ariel Eberstein, contrabaixo
Entre os protegidos de Martha Argerich, o sul-coreano Dong Hyek Lim é um dos meus favoritos: não são muitos os jovens pianistas que conseguem, na falta de melhor definição, dizer a música sem firulas egocêntricas, nem aparentar qualquer esforço, mesmo nas passagens mais cabeludas do repertório. Aqui ele doma o monstruoso Rach 2 com um som apropriadamente grande e muita precisão, para depois encarar as Danças Sinfônicas de Sergey em companhia de Sua Majestade, que lhe concede o privilégio da especialíssima participação em seu álbum: uma moral e tanto para o pibe.
Sergey RACHMANINOV Concerto para piano e orquestra no. 2 em Dó menor, Op. 18 1 – Moderato
2 – Adagio sostenuto – Più animato – Tempo I
3 -Allegro scherzando
Dong Hyek Lim, piano
BBC Symphony Orchestra
Alexander Vedernikov
Gravado em Londres, Reino Unido, setembro de 2018
Danças sinfônicas para orquestra, Op. 45
Transcrição para dois pianos do próprio compositor
4 – Non allegro
5 – Andante con moto
6 – Lento assai – Allegro vivace – Lento assai. Come prima – Allegro vivace
Mais um Rendez-vous com Martha em Hamburgo, desta vez em 2019, com resultados muito bons, ainda que tão entusiasmantes quanto os do ano anterior. Jamais escreveria isso num tom de queixume, mas a Rainha legou-nos tantas interpretações memoráveis que as revisitas aos itens de seu repertório despertam comparações com as legendárias versões anteriores, num curioso efeito colateral dos setenta anos de carreira e duma magnífica discografia. Refiro-me, principalmente, à gravação do concerto de Tchaikovsky, em que ela brilha como sempre, mas a Sinfônica de Hamburgo não tanto quanto a Royal Philharmonic sob a mesma batuta de Charles Dutoit, décadas antes. E teria havido, enfim, menos elã no notável elenco de intérpretes do que no ano anterior, ou estarei eu tão só blasé depois de tanto escutar gravações antológicas de Marthinha para lhes apresentar sua discografia integral? Só vocês me poderão dizer.
Felix MENDELSSOHN Trio para piano, violino e violoncelo no. 2 em Dó menor, Op. 66
1 – Allegro energico e con fuoco
2 – Andante espressivo
3 – Scherzo
4 – Finale. Allegro appassionato
Renaud Capuçon, violino
Edgar Moreau, violoncelo
Johannes BRAHMS
Sonata para violino e piano no. 1 em Sol maior, Op. 78 5 – Vivace ma non troppo
6 – Adagio
7 – Allegro molto moderato
Wolfgang Amadeus MOZART
Andante e variações em Sol maior para piano a quatro mãos, K. 501 1 – Thema – Variationen I-V
Stephen Kovacevich e Martha Argerich, piano
Ludwig van BEETHOVEN Sonata para violino e piano no. 9 em Lá maior, Op. 47, “Kreutzer” 2 – Adagio sostenuto — Presto
3 – Andante con variazioni
4 – Finale. Presto
Tedi Papavrami, violino
Franz Peter SCHUBERT (1797-1828) Fantasia em Fá menor para piano a quatro mãos, D. 940 5 – Allegro molto moderato
6 – Largo
7 – Scherzo. Allegro vivace
8 – Finale. Allegro molto moderato
Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY (1840-1893) Concerto para piano e orquestra no. 1 em Si bemol menor, Op. 23 1 – Allegro non troppo e molto maestoso
2 – Andantino semplice – Prestissimo – Tempo I
3 – Allegro con fuoco
Symphoniker Hamburg
Charles Dutoit, regência
Igor Fyodorovich STRAVINSKY (1882-1971) Les Noces, Cenas Coreográficas com Música e Vozes
4 – La tresse
5 – Chez le Marié
6 – Le Départ de la Mariée
7 – Le Repas de Noces
Nicholas Angelich, Gabriele Baldocci, Alexander Mogilevsky e Stepan Simonian, pianos
Europa Choir Akademie Görlitz
Charles Dutoit, regência
Giuseppe Domenico SCARLATTI (1685-1757) Sonatas (Esercizi) para teclado: 1 – K. 495 em Mi maior
2 – K. 20 em Mi maior
3 – K. 109 em Lá menor
4 – K. 128 em Si bemol menor
5 – K. 55 em Sol maior
6 – K. 32 em Ré menor
7 – K. 455 em Sol maior
Evgeni Bozhanov, piano
Johann Sebastian BACH Concerto em Lá menor para quatro pianos e orquestra de cordas, BWV 1065 8 – Allegro
9 – Largo
10 – Allegro
Martha Argerich, Dong Hyek Lim, Sophie Pacini e Mauricio Vallina, pianos
Symphoniker Hamburg
Adrian Iliescu, regência
Robert SCHUMANN
Kinderszenen, para piano, Op. 15 11 – Von fremden Ländern und Menschen
12 – Kuriose Geschichte
13 – Hasche-Mann
14 – Bittendes Kind
15 – Glückes genug
16 – Wichtige Begebenheit
17 – Träumerei
18 – Am Kamin
19 – Ritter vom Steckenpferd
20 – Fast zu ernst
21 – Fürchtenmachen
22 – Kind im Einschlummern
23 – Der Dichter spricht
Martha Argerich, piano
Fryderyk Francyszek CHOPIN (1810-1849) Introdução e Polonaise Brilhante em Dó maior, para violoncelo e piano, Op. 3
24 – Largo – Alla polacca
Wolfgang Amadeus MOZART Sonata em Ré maior para piano a quatro mãos, K. 381 1 – Allegro
2 – Andante
3 – Allegro molto
Martha Argerich e Akane Sakai, piano
Claude DEBUSSY
Petite Suite, para piano a quatro mãos, L. 65 4 – En bateau
5 – Cortège
6 – Menuet
7 – Ballet
Sergei Babayan e Evgeni Bozhanov, piano
Enrique GRANADOS Campiña (1862-1916)
Transcrição para violino e piano de Fritz Kreisler (1875-1962)
Das Doze danças espanholas, Op. 37 8 – No. 5: Andaluza
Friedrich “Fritz” KREISLER (1875-1962)
9 – Schön Rosmarin
Géza Hosszu-Legocky, violino
Sergei Babayan, piano
Francis Jean Marcel POULENC (1899-1963) Sonata para dois pianos, FP 165
10 – Prologue
11 – Allegro molto
12 – Andante lyrico
13 – Epilogue
Witold Roman LUTOSŁAWSKI (1913-1994)
14 – Variações sobre um tema de Paganini, para dois pianos
Karin Lechner e Sergio Tiempo, pianos
Sergey RACHMANINOV
Das Seis peças para piano a quatro mãos, Op. 11 15 – No. 4: Valsa
A gravação mais recente de Martha, já sob a égide da Covid-19, foi feita em duo com a pianista grega Theodosia Ntokou, outra de suas muito queridas protegidas. A escolha de uma transcrição da sinfonia “Pastoral” de Beethoven só não é mais curiosa do que a própria versão escolhida: em lugar da mais famosa e autoritativa, feita por Carl Czerny, aluno do próprio renano, elas escolheram o obscuro arranjo do ainda mais obscuro Selmar Bagge. A “Pastoral” foi-me uma grata surpresa, assim como lhes será a bonita leitura que Ntokou entrega da sonata “Tempestade”, depois de se despedir da Rainha. E, já que estamos a falar de despedidas, despeço-me eu aqui por terminar de oferecer-lhes, ao longo de oito capítulos e incontáveis adiamentos, a discografia completa da maior pianista de nosso tempo, num tributo aos seus oitenta anos que, concluído já no caminho de seus oitenta e dois, deseja-lhe a saúde e o fogo de sempre para oferecer ao público que tanto a ama o estupor com que ela o nutre há mais de sete décadas.
Ludwig van BEETHOVEN
Sinfonia no. 6 em Fá maior, Op. 68, “Pastoral”
Transcrição para dois pianos de Selmar Bagge (1823-1896)
1 – Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande. Allegro ma non troppo
2 – Szene am Bach. Andante molto moto
3 – Lustiges Zusammensein der Landleute. Allegro
4 – Gewitter. Sturm. Allegro
5 – Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm. Allegretto
Theodosia Ntokou, piano II
Gravado em Lugano, Suíça, julho de 2020
Das Três sonatas para piano, Op. 31: No. 2 em Ré menor, “Tempestade”
6 – Largo
7 – Adagio
8 – Allegretto
Johann Sebastian Mastropiero é sem dúvida um dos compositores que motivam maiores polêmicas entre os musicólogos. Por exemplo, diversos autores divergem em sua data de nascimento. Seria um 7 de fevereiro, mas se não concordam nem quanto ao século, o que dirá do ano? Do mesmo modo, há vários países que disputam sua nacionalidade. Tampouco se conhece a data de sua morte. Nem se esta verdadeiramente ocorreu.
Há também controvérsias sobre seu nome, pois ele também foi conhecido por Peter Illich, Wolfgang Amadeus, etc. A grande dispersão de dados biográficos sobre o mestre e as grandes lacunas existentes acerca de determinados períodos de sua vida, fazem com que seja muito difícil escrever uma biografia minimamente completa.
Há 40 anos, o grupo argentino Les Luthiers dedica-se quase que com exclusividade à obra de Mastropiero. P.Q.P. Bach, aproveitando esta fase de lagos adormecidos pelo balé, traz para o blog o esplêndido balé El Lago Encantado, do qual é ouvida a música — FANTÁSTICA — além DA NARRAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS DO PALCO. Coisa de louco!
https://youtu.be/ODvjmV8SolM
Este é a segunda postagem de Mastropiero. Muita atenção.
Para quem não conhece o Les Luthiers, vejam aqui como não sabemos nada sobre nossos vizinhos. Os caras são pouco famosos…
Mais detalhes aqui, aqui ou com a Condessa Shortshot.
Mastropiero é sem dúvida um dos compositores que motivam maiores polêmicas entre os musicólogos. Por exemplo, diversos autores divergem em sua data de nascimento. Seria um 7 de fevereiro, mas não concordam quanto a ano nem século. Do mesmo modo, há vários países que disputam sua nacionalidade. Tampouco se conhece a data de sua morte. Nem se esta verdadeiramente ocorreu.
Há também controvérsias sobre seu nome, pois ele também foi conhecido por Peter Illich, Wolfgang Amadeus, etc. A grande dispersão de dados biográficos sobre o mestre e as grandes lacunas existentes acerca de determinados períodos de sua vida, fazem com que seja muito difícil escrever uma biografia minimamente completa.
Há 40 anos, o grupo argentino Les Luthiers dedica-se quase que com exclusividade à obra de Mastropiero. P.Q.P. Bach faz aqui um apanhado de onze obras mastropieranas, com destaque para as obras-primas Voglio entrare per la finestra, uma imensa ária para tenor, coro e orquestra e para a originalíssima e monumental Cantata Laxaton, dedicada a um produto medicinal ao qual o compositor estava especialmente agradecido. Há também a Vals del segundo e outras peças famosíssimas como El Rey Enamorado e Gloria hosana, that`s the question.
P.Q.P. Bach aproveita para avisar seus leitores/ouvintes que estará ausente entre os dias 15 e 23 de setembro pois irá a Buenos Aires com a finalidade de assistir ao espetáculo de comemoração dos 40 anos do Les Luthiers, entre outras cositas, claro.
Para quem não conhece o Les Luthiers, vejam aqui como não sabemos nada sobre nossos vizinhos. Os caras são pouco famosos…
Mais detalhes aqui, aqui ou com a Condessa Shortshot.
Coletânea de Mastropiero montada por P.Q.P. Bach, que os ouve há mais de 30 anos:
1. Voglio entrare per la finestra 2. Gloria hosana, that`s the question 3. Concierto grosso alla rustica 4. Quinteto de vientos 5. El Rey enamorado (*) 6. Vals del segundo 7. Payada de la vaca 8. Romanza escocesa sin palabras 9. El asesino misterioso 10. Una canción regia 11. Cantata Laxaton