György Ligeti (1923-2006) – Études Pour Piano

Eu não sei que CD é este. Só sei que ele está no stigma rest room (label “Contemporary”) daquele espanhol completamente maluco que posta música “unusual” e reclama da ex- mulher. Ah, dentro do “.rar” há uma capa de DVD russo sem maiores informações (???)… Mas o stigma nos dá uma pequena ficha.

György Ligeti – Études Pour Piano

Premier livre
01 – Étude no. 1 D‚sordre
02 – Étude no. 2 Cordes à vide
03 – Étude no. 3 Touches bloquées
04 – Étude no. 4 Fanfares
05 – Étude no. 5 Arc-en-ciel
06 – Étude no. 6 Automne à Varsovie

Deuxième livre
07 – Étude no. 7 Galamb borong
08 – Étude no. 8 FÉm
09 – Étude no. 9 Vertige
10 – Étude no. 10 Der Zauberlehrling
11 – Étude no. 11 En suspens
12 – Étude no. 12 Entrelacs
13 – Étude no. 13 L’escalier du Diable
14 – Étude no. 14 Coloana infinita

Troisieme livre
15 – Étude no. 15 White on white
16 – Étude no. 16 Pour Irina
17 – Étude no. 17 A bout de souffle

Sim, são os estudos para piano. A gravação é boa. Algum de vocês sabe o que é? E quem será o pianista?


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PQP

Georg Friedrich Haendel (1685 – 1759) – O Messias

O Messias é o oratório mais popular de Handel. É grande número dos corais que atacam, confiantes e sorridentes, o coral Hallelujah. Eles estão certos. Só que esta peça não é o melhor neste oratório cheio de lirismo e de um melodismo raro, riquíssimo. É difícil de se encontrar árias mais inspiradas do que He shall feed His flock, Ev`ry valley shall be exalted, Why do the nations?, corais como For unto us a child is born, And the glory of the Lord, And He shall purify, além da ária-coral O thou thet tellest good tidings to Zion. Handel era genial e aqui tem seu ponto mais alto. A popularidade de O Messias é merecida.

O Messias normalmente ouvido por nós, principalmente no célebre Hallelujah, está bem longe daquilo que foi planejado originalmente por Handel. Pode parecer surpreendente a muitos o fato de que Handel, enquanto compunha o Oratório, lutava contra problemas administrativos que o levaram a utilizar um grupo pequeno de músicos, pela simples razão de que não os havia na Dublin de 1742 e de que era oneroso buscá-los em outras cidades. Handel dispunha apenas de 16 cantores-solistas e uma orquestra mínima e a estréia foi assim mesmo. No curso destes mais de 260 anos, o popular Messias foi executado de todas as formas imagináveis. Nas antigas gravações da obra e até hoje, são ouvidos enormes corais, oboés dobrando as vozes – não há oboés na versão original -, fagotes no baixo contínuo – fagotes no original?, que fagotes? – etc.

Nos anos 70, quando ouvi esta obra-prima pela primeira vez, foi na mastodôntica versão de Karl Richter. Achei uma maravilha o que hoje acho estranho. Richter usou enorme coral e um potente conjunto instrumental, tudo muito pouco barroco. Só que a gravação era linda, avassaladora. Ouvia-se ali o precursor do Beethoven da 9ª Sinfonia. Só que os anos seguintes trouxeram as gravações em instrumentos originais, com as obras sendo executadas dentro da formação mínima prescrita pelo compositor em Dublin — um pouco maior em Londres — e, enquanto definhava em potência sonora, O Messias ia ganhando outros coloridos. A partir da década de 80, fomos nos acostumando a deixar o volume para compositores mais modernos e a fruir a delicadeza barroca. Não, não é proibido ouvir as velhas gravações que utilizam exércitos fortemente armados na interpretação deste oratório — e nem as novas que ainda fazem o mesmo –, mas alguém com tendências puristas como eu, teve de acostumar-se ao uso de forças menores na interpretação do powerful Messiah. Hoje, parece a mim uma desonestidade ouvir uma obra interpretada dentro de uma concepção tão longínqua das intenções do compositor, ou seja, tão longe daquilo que Handel ouvia. Sei que estou em terreno perigoso e que há fóruns que estão discutindo isto há anos. Tudo começa com alguém perguntando “Mas, e se Handel dispusesse de um coral de 96 elementos e pudesse quadruplicar a orquestra, a música seria diferente?”. Tenho posições nestas questões, porém aqui a intenção é a de modestamente descrever e louvar um pouco de O Messias, esta delicada e poderosa obra de câmara…

É lendária velocidade com que Handel escrevia suas obras. Imaginem que os mais de 140 minutos deste oratório foram escritos em apenas 21 dias. Certa vez, creio que Stefan Zweig escreveu uma narrativa da gestação de O Messias. Ele valorizava como uma exceção a velocidade com que a obra tinha sido escrita, mas ao consultar meus alfarrábios descobri que ele sempre produzia assim. Seus doze concerti grossi, opus 6, foram escritos em 24 dias, quando há pessoas que não conseguiriam sequer copiá-los neste período! Quando inspirado, o homem era rápido mesmo.

Mais curiosidades? Depois da elogiada e aplaudidíssima estréia em Dublin (em 13 de abril de 1742), Londres… bem, Londres só conseguiu ler as notícias. Ocorria que era proibido falar de coisas sagradas nos teatros e não se podia trazer profissionais dos teatros para cantarem numa igreja. Um impasse. Então o oratório, tal qual uma alma penada, caiu no limbo. Só com alguns de atraso e quase à morte, Handel pode ver seu oratório triunfar na capital.

Olha, há um monte de boas gravações. Vou postar duas, uma agora e outra daqui uns meses. Eu acho este registro da Scholars Baroque Ensemble, feito para a Naxos, sensacional. A gravação da Naxos obedece a rarefeita formação dublinense da estréia; a de Gardiner aparece com alguns reforços no coral, o que vamos perdoar, mas só desta vez. Para quem não está nem aí para estas filigranas, indico também a clássica gravação de Karl Richter com a Orquestra Filarmônica de Londres e o coro John Alldis. Sim, é bonita, mas talvez não seja mais Handel. Dentre as mais novas, a de Nicholas McGegan é perfeita. Mas fique tranqüilo, com a gravação abaixo, você poderá sair à rua e gritar que ouviu um excelente O Messias.

O nome de Handel também aparece como Händel ou Haendel. Este alemão que produziu parte de sua obra na Inglaterra teve seu nome grafado nas três formas citadas. Seu nome original é Georg Friedrich Haendel, mas ele tornou-se George e Frideric e Handel na Inglaterra. Ah, é uma confusão.

Disc 1

Handel, George Frideric – Messiah, HWV 56

1. Part I: Sinfonia 00:03:12
2. Part I: Recitative: Comfort ye my people (Tenor) 00:03:08
3. Part I: Aria: Every valley shall be exalted (Tenor) 00:03:35
4. Part I: And the glory of the Lord shall be revealed (Chorus) 00:02:37
5. Part I: Recitative: Thus saith the Lord (Bass) 00:01:24
6. Part I: Aria: But who may abide the day of His coming? (Counter – tenor) 00:03:06
7. Part I: And He shall purify the sons of Levi (Chorus) 00:02:29
8. Part I: Recitative: Behold, a virgin shall conceive (Alto) 00:00:25
9. Part I: Aria: O thou that tellest good tidings to Zion (Alto) 00:05:33
10. Part I: Recitative: For behold, darkness shall cover the earth (Bass) 00:02:42
11. Part I: Aria: The people that walked in darkness have seen a great light (Bass) 00:04:25
12. Part I: For unto a child is born (Chorus) 00:04:03
13. Part I: Pifa 00:00:56
14. Part I: Recitative: There were shepherds abiding in the field (Soprano) 00:01:22
15. Part I: Glory to God in the highest (Chorus) 00:01:54
16. Part I: Aria: Rejoice greatly, O daughter of Zion (Soprano) 00:04:04
17. Part I: Recitative: Then shall the eyes of the blind be opened (Alto) 00:00:20
18. Part I: Aria: He shall feed His flock like a shepherd (Alto) 00:05:13
19. Part I: His yoke is easy, His burthen is light (Chorus) 00:02:22
20. Part II: Behold the Lamb of God (Chorus) 00:02:52
21. Part II: Aria: He was despised and rejected of men (Alto) 00:11:11
22. Part II: Surely, He hath borne our griefs and carried our sorrows (Chorus) 00:02:05
23. Part II: And with His stripes we are healed (Chorus) 00:01:54
24. Part II: All we like sheep have gone astray (Chorus) 00:03:55

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Disc 2

1. Part II: Recitative: All they that see Him Laugh Him to scorn (Tenor) 00:00:44
2. Part II: He trusted in God that He would deliver Him (Chorus) 00:02:23
3. Part II: Recitative: Thy rebuke hath broken His heart (Tenor) 00:01:48
4. Part II: Arioso: Behold, and see if there be any sorrow like unto His sorrow! (Tenor) 00:01:34
5. Part II: Recitative: He was cut off out of the land of the living (Tenor) 00:00:19
6. Part II: Aria: But thou didst not leave His soul in Hell (Tenor) 00:02:42
7. Part II: Lift up your heads (Chorus) 00:03:04
8. Part II: Recitative: Unto which of the angels said He at any time (Tenor) 00:00:14
9. Part II: Let all the angels of God worship Him (Chorus) 00:01:28
10. Part II: Aria: Thou art gone up high (Counter – tenor) 00:03:17
11. Part II: The Lord gave the word (Chorus) 00:01:10
12. Part II: Duet: How beautiful are the feet of Him that bringeth glad tidings of salvation (Soprano, counter – tenor) 00:03:22
13. Part II: Aria: Why do the nations so furiosly rage together (Bass) 00:03:08
14. Part II: Let us break their bonds asunder (Chorus) 00:01:50
15. Part II: Recitative: He that dwelleth in heaven shall laugh them to scorn (Tenor) 00:00:12
16. Part II: Aria: Thou shalt break them with a rod of iron (Tenor) 00:02:10
17. Part II: Hallelujah! (Chorus) 00:03:44
18. Part III: Aria: I know that my Redeemer liveth (Soprano) 00:06:07
19. Part III: Since by man came death (Chorus) 00:01:52
20. Part III: Recitative: Behold, I tell you a mystery (Bass) 00:00:32
21. Part III: Aria: The trumpet shall sound (Bass) 00:09:06
22. Part III: Recitative: Then shall be brought to pass the saying that is written (Counter – tenor) 00:00:17
23. Part III: Duet: O Death, where is thy sting (Counter – tenor, Tenor) 00:03:24
24. Part III: Aria: If God be for us, who can be against us? (Soprano) 00:04:57
25. Part III: Worthy is the Lamb that was slain (Chorus) 00:07:19

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Adrian Peacock
David van Asch
Angus Davidson
Helen Parker
Kym Amps
John Bowen
Robin Doveton
Scholars Baroque Ensemble

Total Playing Time: 02:21:30

PQP

Danças da Renascença de diversos compositores

Este CD é um bem curto, de mais ou menos 36 minutos, que traz o Collegium Aureum surpreendentemente interpretando músicas da renascença. O conjunto liderado por Franzjosef Maier mantém a classe habitual e sai-se muito bem da tarefa, a meu ver, um pouco fora do habitual. Os compositores são o bando desconhecido de sempre com destaque para o onipresente Susato destas coleções. É um bom disco. Entrei numa loja com o iPod nos ouvidos tocando a primeira faixa. A balconista me perguntou se eu estava ouvindo heavy metal. Respondi que sim… mas que era algo muito antigo, pré-Elvis. Ela ficou me achando meio idiota, penso. Deve ter razão.

Renaissance Dances – Collegium Aureum

1. Jacques Moderne – Branles de Bourgogne Nr. 1-3 / Branle gay nouveau
2. Tielman Susato – Pavane “Mille regretz”-Ronde-Pavane “Si pas souffrir”-Ronde; Saltarelle-Hoboecken dans-Ronde
3. Claude Gervaise – Branle
4. Pierre Phalèse – L’arboscello ballo Furlano
5. Melchior Franck – Pavana a 4
6. Hans Leo Hassler – 3 Intraden
7. Pierre Attaignant – Tourdion – Pavane – Galliarde
8. Christophe Demantius – Polnischer Tanz (Galliarde)

Collegium Aureum

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PQP

The Exigente`s Files – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia Nº 9 com Karl Böhm

Meu pedido pela versão de Karl Böhm foi mais do que atendido pelos leitores-ouvintes do PQP Bach. O primeiro que disponibilizou a gravação foi o Exigente e depois outros se dispuseram a enviar. Agradeço a todos! Até me informaram o que não sabia: que há dois registros da Nona feitos por Böhm. Mas o ADÁGIO DOS SONHOS está nesta gravação. Alguém deve “ter pegado emprestado e esquecido de devolver” meu vinil duplo onde quase furei o lento adágio ouvido e reouvido. Fiquei felicíssimo ao recebê-lo de volta por outras mãos.

É óbvio que amo o Adagio molto e cantabile da Nona e nem consigo avaliar se esta versão é mesmo a melhor, pois tudo está misturado a lembranças que a tornam estupidamente superior. É de se ouvir de joelhos.

Obrigado, Exigente!

Beethoven – Sinfonia Nº 9, Op. 125

1. Symphony No.9 in D minor, Op.125 – “Choral” – 1. Allegro ma non troppo, un poco maestoso 18:45
2. Symphony No.9 in D minor, Op.125 – “Choral” – 2. Molto vivace 13:22
3. Symphony No.9 in D minor, Op.125 – “Choral” – 3. Adagio molto e cantabile 18:20
4. Symphony No.9 in D minor, Op.125 – “Choral” / 4. – Presto 7:31
5. Symphony No.9 in D minor, Op.125 – “Choral” / 4. – “O Freunde nicht diese Töne” 21:07

Jessye Norman
Plácido Domingo
Brigitte Fassbaender
Walter Berry

Wiener Philharmoniker
Karl Böhm

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J. S. Bach (1685-1750) – A Arte da Fuga (Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 10 de 29)

Achei que quase ninguém estava atento a esta série, mas como ontem tomei uma encarada — uma bela encarada, diga-se de passagem — de uma amiga no centro de Porto Alegre, sigo a postagem. Disse-me ela que estava com os CDs em fila, juntando os discos em grupos de três. Já aviso a ela que a ópera de Lully, que virá logo a seguir, vai esculhambar sua organização.

A Arte da Fuga é uma das muitas obras-primas de meu pai. Composta sobre temas bastante simples, essas fugas são arrebatadores exercícios de musicalidade e rigor. Elas são organizadas em ordem crescente de complexidade. Bach faleceu durante a composição da fuga a 3 sujeitos onde o terceiro sujeito é o tema B-A-C-H (si bemol-lá-dó-si). Talvez a expressão “música erudita” nunca seja melhor aplicada do que a esta obra. Dizem alguns entendidos — dentre os quais não me incluo nem como entendido nem como signatário da opinião — que A Arte da Fuga seria uma obra mais para leitura e análise do que para audição. Mas como esta idéia me parece um pouco absurda em se tratando de alguém que não conheceu a Segunda Escola de Viena, vou deixá-la de lado…

Acabo de ouvir a gravação do Fretwork. É das melhores que já ouvi. Eles não procuram finalizar a Fuga a 3 Soggetti, como alguns de seus colegas fazem. Isto é um tanto absurdo para alguém como eu que, mesmo amando a múisca, é formado na área da literatura. Fragmento é fragmento e não se completa, ora. E. além do mais, acho emocionante ouvir a Fuga simplesmente extinguir-se com seu autor, ops, com meu pai.

Disc: 10

Die Kunst der Fuge BWV 1080 76’14

1. Contrapunctus 1
2. Contrapunctus 3
3. Contrapunctus 2
4. Contrapunctus 4
5. Canon Alla Ottava
6. Contrapunctus 5
7. Contrapunctus 6
8. Contrapunctus 7
9. Canon Alla Duodecima In Contrapunto Alla Quinta
10. Contrapunctus 9
11. Contrapunctus 10
12. Canon Alla Decima Contrapunto Alla Terza
13. Contrapunctus 8
14. Contrapunctus 11
15. Contrapunctus 12 Rectus
16. Contrapunctus 12 Inversus
17. Contrapunctus 13 Rectus
18. Contrapunctus 13 Inversus
19. Canon Per Augmentationem In Contrario Motu
20. Fuga A 3 Soggetti

Fretwork

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PQP

Domenico Scarlatti (1685-1757) – Sonatas para Cravo, imagina se não

Domenico Scarlatti, como sabemos, foi o amante da princesa portuguesa Maria Bárbara ou Maria Bárbara de Bragança. Clara Schumann — que já “acusou” este blog de “muito sexual” mas que possui meia dúzia de Scarlattis (ou Rameaus…) perdida e platonicamente, ao que me consta, apaixonados — costuma tradicionalmente negar tal fato histórico que pode ser comprovado pelas mais de 500 sonatas escritas para as mãozinhas reais. Sabemos que nenhum homem insistiria no mesmo formato artístico se não recebesse favores em troca. A não ser que fosse gay e desejasse o príncipe, sei lá. Afinal, era amigo de Farinelli, napolitano como ele.

O fato é Scarlatti possui admiradores de peso. Imaginem que Brahms e Bartók, além de Chopin, eram seus grandes admiradores. Eu, aqui do meu cantinho, gosto também. Ele não fazia sempre a mesma música, era inventivo a ponto de chegar à dissonâncias e à ritmos incríveis, que simulavam no teclado o que fazia com Maria Bárbara. Bobagem, esqueçam. Mas o cara é bom mesmo e Pinnock dá um show neste registro de 1981.

Scarlatti – Sonatas For Harpsichord

01 – K. 124 in G major.mp3
02 – K. 99 in C minor.mp3
03 – K. 201 in G major.mp3
04 – K. 87 in B minor.mp3
05 – K. 46 in E major.mp3
06 – K. 95 in C major.mp3
07 – K. 204a in F minor major.mp3
08 – K. 490 in D major.mp3
09 – K. 491 in D major.mp3
10 – K. 492 in D major.mp3
11 – K. 520 in G major.mp3
12 – K. 521 in G major.mp3
13 – K. 513 in C major.mp3

Trevor Pinnock, harpsichord

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PQP

Restaurado – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 9 Sinfonias (CD 5 de 5)

A Nona Sinfonia (as maiúsculas são propositais) de Beethoven é daquelas obras que me dão a impressão de terem vindo pré-instaladas em minha mente. Ouvi-a pela primeira vez ou quando estava ainda no útero ou num tempo tão remoto, quando era tão pequeno, que sua absorção situa-se naquele nível das primeiras palavras aprendidas. Ou a Nona não foi apreendida pelo ouvido e já fazia parte do instinto, da herança genética, situando-se na mesma área do cérebro que me fazia respirar e desejar um seio? Será que eu já me divertia com aquele Scherzo enquanto metia a boca no leite ou só conhecia o tema do coral? Pois não posso imaginar outra música para aquele momento… Bobagem, esqueçam.

Não, não esqueçam. Pois não sei mesmo quando ouvi a Nona Sinfonia pela primeira vez. Com o tempo, reconheci que o Molto Vivace do Scherzo era a mais divertida das tais brincadeiras sinfônicas e que o inexprimível Adagio molto e cantabile era uma das melhores músicas que já tinha ouvido. E foi Karl Böhm, Karl Böhm, Karl Böhm e Karl Böhm quem me mostrou isso numa lentíssima gravação que ampliava, ampliava, ampliava e ampliava minha sensibilidade de uma forma que chegava a doer. (Algum de vocês a tem?) Mas, se com o tempo reconheci estes movimentos como geniais, o último era meu conhecido desde tempos imemoriais como a maior homenagem que a humanidade já recebera.

Já que falo no passado, gostaria de dizer que meu pai tinha uma superdiscoteca em casa e que cresci com ela. (Já imaginaram uma sonata de Beethoven num disco 78 rpm que a gente precisava virar rapidamente para ouvir a continuação do movimento by Arthur Rubinstein? Este disco era mais velho do que eu, mas eu o ouvia, para desespero das agulhas do toca-discos de meu pai e do próprio.) Porém, ele não tinha preconceitos e também possuía uma gravação pop de Ode to Joy by Waldo de los Rios. Era engraçada e era um compacto simples, se vocês sabem o que é isso.

Outra coisa: há um trecho do Scherzo onde, toda vez que ouço, lembro de Walter (depois Wendy) Carlos, da trilha sonora de minha amada Laranja Mecânica. Melhor parar por aqui.

Encharcado em lembranças, clico em “Publicar”. Abaixo, um grande registro de Lenny.

Leonard Bernstein – Wiener Philharmoniker – Beethoven, 9 Symphonies (Disk 5)

18. Symphonie No.9 in d-Moll, 1. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
19. Symphonie No.9 in d-Moll, 2. Molto vivace
20. Symphonie No.9 in d-Moll, 3. Adagio molto e cantabile
21. Symphonie No.9 in d-Moll, 4. Presto
22. Symphonie No.9 in d-Moll, 5. Presto – [O Freunde, nicht diese Töne!] – Allegro assai

Gwyneth Jones : soprano
Hanna Schwarz : contralto
René Kollo : tenor
Kurt Moll : bass

Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

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PQP [restaurado por Vassily em 29/5/2020]

Restaurado – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 9 Sinfonias (CD 4 de 5)

Beethoven chamava a oitava de “minha pequena sinfonia”. Nem tanto. É obra de um Haydn parrudo e um pouco mais mal humorado do que o original. Assim como a sétima, guardo a oitava em meu ventrículo esquerdo, o qual é muito grande (os cardiologistas dizem que é ali, no ventrículo esquerdo, onde o coração bate mais forte).

Otto Maria Carpeaux influenciou muitos brasileiros com seu bom porém pessoalíssimo Nova História da Música. Se bem lembro, ele colocava a sétima sinfonia ou no mesmo nível da nona. Era ele mesmo? Não tenho mais certeza e não estou com vontade de procurar. Durante largo tempo, eu fiz coro a esta opinião com a qual hoje não concordo. E nem é pelo grande movimento coral, mas sim pelo adágio e scherzo imbatíveis. Nada contra a cantoria e o Schiller da nona, claro.

A sétima sinfonia é uma série espetacular de danças, é quase a sinfonia pauleira de Ludwig van com aquele belíssimo Alegretto encravado em seu coração. Em tempo de Olimpíadas, eu certamente dou-lhe a medalha de prata das sinfonias beethovenianas. Voltaremos a esta sinfonia logo mais adiante. Ouvi-a ontem, e o Alegretto quase me fez voltar a concordar com o Carpeaux.

Nosso colega de OPS, Milton Ribeiro, escreveu uma pequena história onde a sétima de Beethoven era quase um personagem. O nome do conto é Da Pretensão Humana. Um homem, ao querer conquistar uma mulher, diz:

– … se queres me conhecer melhor, ouve o segundo movimento da Sétima Sinfonia de Beethoven.

Céus!

Leonard Bernstein – Wiener Philharmoniker – Beethoven, 9 Symphonies (Disk 4)

10. Symph. No.7 in A major, op.92 – I. Poco sostenuto-Vivace
11. II. Allegretto
12. III. Presto
13. IV. Allegro con brio

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14. Symph. No.8 in F major, op.93 – I. Allegro vivace e con brio
15. II. Allegretto scherzando
16. III. Tempo di Menuetto
17. IV. Allegro vivace

Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

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PQP [restaurado por Vassily em 29/5/2020]

Restaurado – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 9 Sinfonias (CD 3 de 5)

Pois é. Eu sempre acabo concordando com a Lais. Acho que nós possuímos um “Beethoven ideal” muito semelhante em nossa imaginação. Ela falou que a gravação da quinta seria “questionável” e eu, quando a ouvi ontem à noite achei-a questionável desde o primeiro compasso. Não obstante, a coisa melhora após o primeiro movimento. Concordas, Lais? Adoro a quinta, mas, pô, por que aquele andamento meio mole? Tem que ser afirmativo!

Bem, a Pastoral, obra que não tenho em grande consideração, é excelente. Vou contar uma história verídica para vocês. Tal história não tem relação com o fato de eu não amar a Pastoral e a conto porque é engraçada. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre estava fazendo um concerto no antigo auditório da reitoria da UFRGS. No programa estava a Pastoral, entre outras obras que não lembro mais. Bom, os acontecimentos são absolutamente verdadeiros, apesar de inacreditáveis. Logo após os passarinhos invadirem a música — e sei lá porque detesto música programática com natureza… — um bando de morcegos começou a dar rasantes na platéia. Alguns, principalmente mulheres, gritavam. Outros riam. Eu e meu pai nos encolhíamos na cadeira a cada ameaça. O maestro Pablo Komlós não sabia o que estava acontecendo e, como bom músico, seguia em frente. Tive um ataque de riso, meu pai idem. A platéia fazia um barulhão. Os mais sensíveis retiravam-se no meio do movimento. Os bichos sumiram. Quando terminou o movimento natureba, Komlós arriscou uma olhadinha para a platéia, ignorando que gênero de revolução ocorrera durante a Pastoral. Estávamos quase todos lá. Atacou o próximo. Não dá para esquecer, dá?

Leonard Bernstein – Wiener Philharmoniker – Beethoven, 9 Symphonies (Disk 3)

01. Symph. No.5 in C minor, op.67 – I. Allegro con brio
02. II. Andante con moto
03. III. Allegro.mp3
04. IV. Allegro.mp3

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05. Symph. No.6 in F major, op.68 [Pastoral] – I. Erwachen heiterer (Allegro ma non troppo)
06. II. Szene am Bach (Andante con moto)
07. III. Lustiges Zusammensein der Landleute (Allegro)
08. IV. Gewitter, Sturm (Allegro).mp3
09. V. Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach dem Sturm (Allegretto)

Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

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PQP Bach [restaurado por Vassily em 29/5/2020]

Restaurado – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As 9 Sinfonias (CDs 1 e 2 de 5)

Agradeço os comentários ao post anterior! Pena essa incomodação com uma minoria.

Vamos dar uma passadinha na discoteca básica? O FDP já postou as sinfonias de Beethoven, mas faço a repostagem em função da boa qualidade da gravação de Leonard Bernstein com a Filarmônica de Viena e também pelo mp3 de 320 kbps com que consegui a série na rede. A propósito, FDP fez um comentário sobre as séries que são postadas em nosso blog. Em nossa conversa telefônica, eu disse que era difícil fazer comentários sobre cada concerto para piano de Mozart, a não ser que estes fossem escritos logo após uma audição. Há alguns muito parecidos entre si. Aqui não temos este problema. Cada sinfonia tem uma cara bem diferente.

Há muito tempo não ouvia a série. É um portento! Nem lembrava as sinfonias Nº 1 e 2! São muito boas! O Andante cantabile con moto e o movimento final da primeira são extraordinários. E a segunda sinfonia é bela por inteiro com destaque para o Larghetto (a própria perfeição) e o Scherzo totalmente beethovenianos. Os movimentos das pontas não lhe desmerecem, pelo contrário! É música de primeira. A Eroica dispensa comentários: é uma das obras maiores que a humanidade possui. Mas tenho problemas com a quarta sinfonia. Não gosto dela. Não, não tenho explicação. Também não gosto da Pastoral…

Tinha a impressão de que as primeiras sinfonias do mestre eram “sinfonias de Haydn”. Nada disso. São puro Beethoven. A única sinfonia de Haydn de Beethoven é a pequena e mal ouvida oitava.

Leonard Bernstein – Wiener Philharmoniker – Beethoven, 9 Symphonies (Disk 1)

01. Symphonie No.1 in C-Dur, 1. Adagio molto – Allegro con brio
02. Symphonie No.1 in C-Dur, 2. Andante cantabile con moto
03. Symphonie No.1 in C-Dur, 3. Menuetto. Allegro molto e vivace
04. Symphonie No.1 in C-Dur, 4. Adagio – Allegro molto e vivace

 

05. Symph. No.2 in D major, op.36 – I. Adagio-Allegro con brio
06. II. Larghetto
07. III. Scherzo (Allegro)
08. IV. Allegro molto.mp3

Leonard Bernstein – Wiener Philharmoniker – Beethoven, 9 Symphonies (Disk 2)

09. Symphonie No.3 in Es-Dur Eroica, 1. Allegro con brio
10. Symphonie No.3 in Es-Dur Eroica, 2. Marcia funebre. Adagio assai
11. Symphonie No.3 in Es-Dur Eroica, 3. Scherzo. Allegro vivace
12. Symphonie No.3 in Es-Dur Eroica, 4. Finale. Allegro molto

13. Symph. No.4 in B-flat major, op.60 – I. Adagio-Allegro vivace
14. II. Adagio
15. III. Allegro vivace
16. IV. Allegro ma non troppo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (1,2 e 3)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE (4)

Wiener Philharmoniker
Leonard Bernstein

PQP Bach [restaurado por FDPBACH em 04/03/2024]

Algumas coisas sobre este blog

No post abaixo, vocês podem ler um descontrolado me mandando à puta que me pariu. Deveria caçar seu IP e tentar bani-lo do blog. Não estou aqui para ser ofendido. Mas darei algumas explicações:

1. O PQP Bach recebe por volta de 50 spams diários em seus comentários. Esses spams são propaganda, vendem sexo, viagra, aumento de pênis, essas coisas. O WordPress tenta identificar o spam e, se acha que é, envia-o para uma fila.

2. Um dos critérios que ele utiliza é o de impedir comentários com links. Tenho como determinar o número de links que ele deve aceitar, mas, se o faço, começam a entrar propagandas e às vezes elas tem só um link mas são imensas.

3. Não sei porque somos tão visados. Talvez pela grande e ampla visitação ou pelos links para a Amazon.

4. Não tenho saco nem tempo para, cada manhã, examinar detidamente as porcarias diárias que recebemos. Mas deve haver comentários de leitores ali.

5. Porém, mesmo assim não vejo motivo para me mandarem tomar no cu ou à puta que me pariu.

6. Gostaria de lembrar que os comentários são feitos em NOSSO BLOG e que o blog é NOSSO. Então, nós determinamos o que vamos publicar. Não se trata de cerceamento de liberdade, pois é algo privado.

7. Por exemplo, pedi para entrar no fórum do Presto. Cadastrei-me como PQP Bach. Meu ingresso foi negado. O que posso fazer? Ter um chilique? Suplicar? Atacá-los? Não, né? Afinal, o fórum é deles e eles devem saber quem querem lá.

8. Não pretendo desligar os comentários dos posts. Gosto de 99% deles. Aprendo com eles e faço amigos aqui. Se tiver que fazer isso, deleto o blog. Não haverá mais sentido em seguir com ele.

9. Nunca impedi ninguém de nos mandar arquivos. Basta comentar, falar comigo ou com outro autor por e-mail e enviar. O Sóstenes e a Lais apareceram mui educadamente e fiz vários posts com material mandado por eles. Já aviso que não publico tudo. Há coisas de que não gosto.

10. Para finalizar, acho que a ofensa diz mais sobre quem a profere do que sobre quem a recebe. Mas é chato.

PQP

J.S.Bach (1685-1750) – Sonatas para Viola da Gamba e Cravo transcritas para Viola

Sim, engana-se quem pensa que PQP Bach teria algo contra Keith Jarrett tocando música clássica. Esse moço sempre foi meio confuso: desde os anos 70, quando ouvi o final do lado 2 (da metade para o fim) do disco duplo Nude Ants, fiquei sabendo que Jarrett era um apaixonado por meu pai e sei que este é um caminho sem volta. É como as drogas. E Jarrett é um bachiano autêntico. Claro que não é o maior dos cravistas, digo apenas que não o reprovo nem tenho preconceitos. Ele tem o vírus. Aqui, ele e Kim Kashkashian realizam uma bela e respeitosa abordagem a estas maravilhosas peças de meu pai. O problema de Kim é outro. Escolheu um instrumento quase sem repertório, então — depois de tocar o que há de Bartók, Hindemith e a mais tocante das músicas (a Sonata para Viola de Shosta) — resta-lhe fazer transcrições ou morrer feito um liquificador fazendo ostinatos numa orquestra, mais ou menos como um cão que se coça.

É um bom disco da ECM. PUBLIQUE-SE.

Bach: Sonatas for Viola da Gamba and Harpsichord

1. Sonata in G BWV 1027 – Adagio
2. Allegro ma non tanto
3. Andante
4. Allegro moderato

5. Sonata in D BWV 1028 – Adagio
6. Allegro
7. Andante
8. Allegro

9. Sonata in G minor BWV 1029 – Vivace
10. Adagio
11. Allegro

Kim Kashkashian, viola
Keith Jarrett, cravo

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PQP

Gyorgy Ligeti (1923-2006) – Keyboard Works (Ligeti Edition 6)

Hoje temos diversão no PQP. Ligeti é um dos compositores de que mais gosto e é um sujeito que costuma expor seu bom humor para quem queira reconhecê-lo. Se dividarem, ouçam Hungarian Rock para cravo solo. Ligeti nasceu numa cidadezinha húngara da Transilvânia, atual Romênia, e considerava-se húngaro. Abandonou a Hungria em função das limitações do realismo socialista, trabalhou com Stockhausen, mas, penso, criou uma linguagem acessível ao público, o que é, em minha humilde opinião, sinal inequívoco de um tipo de genialidade e interesse no público e na continuidade da tradição musical que Stock nunca teve. As peças deste CD são quase todas do período de seus estudos rítmicos, mas há também peças timbrísticas em que a melodia, a harmonia e o ritmo ficam esquecidos.

Podem baixar porque vale a pena. CUMPRA-SE.

Gyorgy Ligeti – Ligeti Edition 6 – Keyboard Works

Piano 4 hands
01 – Indulo – March – Allegro.mp3
02 – Polyphonic Etude – Allegro comodo.mp3
03 – Three Wedding Dances The Cart Is At The Gate – Allegro.mp3
04 – Three Wedding Dances Quickly Come Here Pretty – Andantino.mp3
05 – Three Wedding Dances Circling Dance – Allegro.mp3
06 – Sonatina Allegro.mp3
07 – Sonatina Andante.mp3
08 – Sonatina Vivace.mp3
09 – Allegro.mp3

Piano
10 – Capriccio No. 1 – Allegretto capriccioso.mp3
11 – Invention – Risoluto.mp3
12 – Capriccio No. 2 – Allegro robusto.mp3

2 Pianos
13 – Monument.mp3
14 – Selbstportrait mit Reich und Riley (und Chopin ist auch dabei).mp3
15 – In zart fliessender Bewegung.mp3

Cravo
16 – Passacaglia ungherese – Andante.mp3
17 – Hungarian Rock – Vivacissimo molto ritmico.mp3
18 – Continuum – Prestissimo.mp3

Órgão
19 – Ricercare – Omaggio a Girolamo Frescobaldi.mp3
20 – Two Studies For Organ Harmonies – Rubato, sempre legatissimo.mp3
21 – Two Studies For Organ Coulee – Prestissimo, sempre legato.mp3
22 – Volumina.mp3

1-9 Irina Kataeva, Pierre-Laurent Aimard
10-12 Irina Kataeva
13-15 Irina Kataeva, Pierre-Laurent Aimard
16-18 Elisabeth Chojnacka
19-22 Zsigmond Szathmary

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PQP

J. S. Bach (1685-1750) – Três Concertos

Este é outro daqueles CDs que você baixa, ouve e guarda direitinho para que sua mulher ou homem não fique com ele na hora da separação. Melhor nem mostrar, viu? O time é de primeiríssima: Gustav Leonhardt, Bob van Asperen, Barthold Kujiken, Helmut Hucke e Franzjosej Maier. Só falta Johan Cruyff e Marco van Basten sob a regência de Rinus Michels. Os concertos estão dentre os melhores daquele gênero atlético do qual meu pai gostava tanto. E eu também. A interpretação dos dois primeiros — que também atendem pelos nomes de Concerto Duplo e Concerto Triplo — é uma coisa maravilhosa e o terceiro tem Gustav Leonhardt, né? O movimento lento do triplo vocês sabem de onde foi roubado, não? Sim, foi daquela Trio-Sonata para Órgão solo que já postamos aqui. Eu tinha certeza que você acertaria. Papai roubou dele mesmo. Ficou legal. E a elegância e fluidez que Hucke e Maier — o mestre do Goebel do Musica Antiqua Köln — conseguem no movimento central do Concerto Duplo deixam roxos de raiva quaisquer Kremer-Holliger que se apresentem.

Imperdível!

Bach – Três Concertos aí

Concerto For Violin, Oboe, Strings & B.C. In D Minor, Bwv 1060r
1. Allegro
2. Adagio
3. Allegro

Concerto For Flute, Violin, Harpsichord, Strings & B.C. In A Minor, Bwv 1044
4. Allegro
5. Adagio ma non tanto e dolce
6. Alla Breve

Concerto For Harpsichord, Strings & B.C. In D Minor, Bwv 1052
7. Allegro
8. Adagio
9. Allegro

Gustav Leonhardt, cravo (7-9)
Bob van Asperen, cravo (4-6)
Barthold Kujiken, flauta (4-6)
Helmut Hucke, oboé (1-3)
Franzjosej Maier, violino (1-3)
Collegium Aureum
Franzjosej Maier, regência

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PQP

“Después de 19 años en la Scala, necesitaba volver a sentir la libertad”

Do El Pais, por J. Á. VELA DEL CAMPO – Salzburgo – 10/08/2008

Desde su marcha de la Scala de Milán -“a la italiana”, según su definición-, Riccardo Muti se ha convertido en el director de orquesta más solicitado del planeta. Ha aceptado la titularidad de la Orquesta Sinfónica de Chicago a partir de 2010. Pero Muti, entretanto, es este verano el rey del Festival de Salzburgo, donde dirige nada menos que Otello, de Verdi, y La flauta mágica, además de los conciertos en homenaje a Karajan en el centenario de su nacimiento con el Réquiem alemán, de Brahms. Se hace acompañar por la Filarmónica de Viena, orquesta con la que lleva colaborando desde hace 38 años. En Salzburgo dirige también, hasta 2011, el festival de música barroca napolitana en primavera.

Muti recibe al entrevistador tocando al piano El carnaval de Viena, de Schumann. El primer tema que surge es el reciente fallecimiento de Rafael Nebot, director del teatro Pérez Galdós de Las Palmas, donde Muti dirigió hace unos meses una ópera de Cimarosa. “Rafael era un hombre extraordinario, vital, entusiasta y cultivado. Fue muy hermoso trabajar con él en Las Palmas con el proyecto napolitano”.

Pregunta. El festival napolitano es su niña bonita.

Respuesta. Supone un reencuentro con la infancia y juventud, con los años que era estudiante de piano en el Conservatorio de Nápoles. La biblioteca es un lugar mágico. Hay salas dedicadas a Pergolesi, Paisiello, Cimarosa, y en cada una están miles de manuscritos reposando, durmiendo. No es posible que la gloria de la música napolitana de los siglos XVII y XVIII se limitase a media docena de óperas. Hay que ir sacando a la luz esas obras. Salzburgo me ha dado, además de la oportunidad de esta recuperación, un regalo sentimental.

P. ¿Qué tiene de especial la música napolitana?

R. La ópera napolitana era entonces como el cine hoy. El público pedía cosas nuevas y los músicos escribían una ópera detrás de otra. No todas eran obras maestras, pero eran interesantes. En 2009 vamos a representar una ópera seria, Demofoonte, de Jommelli, con libreto de Metastasio. ¿Sabe usted que ese libreto ha sido puesto en música 83 veces? Es una coproducción con la Ópera de París, de Gérard Mortier.

P. ¿No eran Mortier y usted enemigos irreconciliables?

R. Gérard ha querido que dirija una ópera con él en Europa antes de marcharse a Nueva York. Tengo que reconocer que cuando se hizo cargo del Festival de Salzburgo, me ofreció que lo inaugurase con La clemencia de Tito, algo que le agradezco profundamente. Sin embargo, tuve problemas graves con el matrimonio Hermann, que se encargaba de la dirección de escena. Maestros como Mozart o Verdi tienen ya en su música implícita una realización escénica. Yo no pienso sólo en la música, sino también en cómo se visualiza, y aquella puesta en escena era para mí inaceptable. Tenía un discurso muy diferente al que yo sentía.

P. ¿Con qué puestas en escena se ha sentido usted más identificado?

R. Con Las bodas de Fígaro, Don Giovanni y Falstaff, de Strehler; con Macbeth, de Graham Vick, o con Parsifal, de Cesare Lievi.

P. Desde que se marchó de la Scala, parece que está mucho más sereno. Y el mundo musical se lo rifa.

R. He sido muy feliz los 19 años de la Scala, pero era necesario cerrar una etapa y volver a sentir la conciencia de libertad individual. Se han abierto para mí desde entonces nuevas perspectivas, nuevos sueños. Mi marcha fue, no sé cómo decirle, una “situación a la italiana”. No se puede explicar. Tiene condicionantes de todo tipo. Es muy complejo.

P. ¿Pero no supone una pérdida de esa libertad fichar ahora por la Sinfónica de Chicago?

R. Ha sido un golpe de seducción fulminante. No dirigía la Orquesta de Chicago desde hacía más de 30 años, cuando me invitaron a una gira con ellos. Mi relación americana ha sido fundamentalmente con la Orquesta de Filadelfia, incluso había dicho que no a una invitación para hacerme cargo de la Orquesta de Nueva York. Quería trabajar por libre en la última etapa de mi vida. Pero la gira con la de Chicago fue musical y humanamente decisiva. Después de ella recibí un paquete en mi casa con 67 cartas individuales de músicos que me agradecían la experiencia que habían vivido conmigo. Fue para mí un golpe emocional que me rompió todas las defensas.

P. Usted participa en los homenajes a Karajan en Viena y Salzburgo. ¿Qué es lo más valioso de su herencia artística?

R. Karajan es el director que más se ha preocupado de la exactitud y la belleza del fraseo. Nadie ha alcanzado la magia del sonido que él tenía, especialmente en su última etapa cuando estaba enfermo y tenía noción de la muerte. Yo procuro dirigir en los homenajes dos Réquiems tan opuestos como los de Verdi y Brahms. El primero es un grito de rebeldía y rabia ante el abandono de Dios al hombre; el segundo tiene un carácter de consolación, está pensado en los que sufren. Karajan los bordaba.

P. ¿Y Toscanini? Normalmente, se le asocia con él.

R. Antonino Votto, que era mi maestro, fue el primer colaborador de Toscanini en la Scala. Me contagió la admiración. Toscanini venía de un mundo donde no existía la tradición del sonido bello a lo Karajan. Se situaba delante de una sinfonía o de una ópera y las reproducía con una determinación y una fuerza dramática admirables. Sin perfumes, sin retóricas. Sus ejecuciones eran de una fidelidad absoluta, como una fotografía de las partituras. Su técnica la aprendió de Nikisch. Toscanini siempre será moderno. Jamás envejecerá.

P. ¿Cuál es el secreto de Riccardo Muti dirigiendo, de dónde le viene esa energía que transmite?

R. Toscanini se lo decía a Votto, y éste a mí: “Los brazos del director de orquesta son la extensión de la mente”. Las ideas musicales las transmito en los ensayos. En el concierto, todo debe ser lo más claro posible. El brazo es un medio y no un fin. Tiene un elemento de atracción, pero huyo de los gestos pirotécnicos. Los brazos y las miradas comunican la energía del alma. Dirigir una orquesta es un ejercicio mucho más espiritual que físico.

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Georg Philip Telemann (1681-1767) – Oden 1741

Há 50 anos, o Grove`s dizia que Telemann tinha indiscutível habilidade para compor, mas que não tinha originado nada. Também o acusava de ser uma fatalmente inclinado ao superficialismo. Morderam a língua. Hoje sabe-se quão versátil e inventivo foi e agora descobre-se que ele é o verdadeiro pai do lied alemão, o que não é pouca coisa.

Aqui temos talvez a faceta mais desconhecida de Telemann, a do autor de lieder. Ele se sai muito bem. A música é simples, porém é variada e sóbria. Sim, são autênticos lieder — ainda chamados de Oden (Oden) — e valem a pena.

Telemann – Oden (1741) (TWV 25:86-109)

Ode No. 1: Indoctum se dulce bibenti
Ode No. 2: Die Vergnügung
Ode No. 3: Die Tugend
Ode No. 4: Der Schäfer
Ode No. 5: An den Schlaf
Ode No. 6: Der fröhliche Ausgeber
Ode No. 7: Wahre Vorzüge
Ode No. 8: Das Lachen
Ode No. 9: Trinklied
Ode No. 10: Der Mittelstand zwischen Reichtum und Armut
Ode No. 11: Vernünftige Lust
Ode No. 12: Der Wein
Ode No. 13: Jugendlust
Ode No. 14: Die schlechte Mahlzeit
Ode No. 15: An Doris
Ode No. 16: Ein guter Mut
Ode No. 17: Lob des Weins
Ode No. 18: Das vergnügte Schäferleben
Ode No. 19: Die Zufriedenheit
Ode No. 20: Die Genügsamkeit
Ode No. 21: Das Gesundheittrinken
Ode No. 22: Der Freund
Ode No. 23: Das Landleben
Ode No. 24: Der Sonderling

Klaus Mertens, baritone
Ludger Rémy, harpsichord [Bruce Kennedy, 2000, after Michael Mietke, Berlin, c1700]

Recorded in October 2001 at the Studio of DeutschlandRadio, Cologne, Germany DDD

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PQP

Antonio Vivaldi – Concertos para Violino (e um para Alaúde)

Tenho mil razões para acreditar que esta é uma gravação pirata. E duas mil razões para mostrá-la aqui no PQP. Talvez vocês não saibam que eu e Bluedog temos verdadeira paixão pelas gravações ao vivo. E quanto menos maquiadas melhor. É ao vivo que o artista faz o contato direto com aquilo que imagina ser seu público; é ao vivo e no entusiasmo causado pela interação física do artista e seu público, que temos a expressão mais sincera e direta; é sem a mediação de engenheiros de som, produtores e outros que tais que o verdadeiro artista criará a expressão só possível de ser reinventada na presença do receptor. Para mim, o concerto ao vivo é a prova de que temos um artista autêntico ou algo produzido em laboratório. E a genial Viktoria Mullova, na esplêndida companhia do Il Giardino Armonico de Giovanni Antonini, dão uma das maiores demonstrações de musicalidade e tesão de amor pela música que tenho visto. Há erros? Sim, Mullova até desafina e se atrasa. E isto é que é sensacional. Ela deixou-se levar de tal maneira pelo clima e pela velocidade proposta por Antonini que mandou às favas a técnica na tentativa de fazer o melhor Vivaldi daquele dia de 2004, naquela Lugano, naquele teatro, para servir àquele público.

Trata-se de um CD arrepiante, entremeado de tosses e espirros da platéia e com os entusiasmados aplausos cortados subitamente por nosso “editor” pirata. E não adianta, eu não sei quem toca alaúde no R. 93.

CD espetacular! (Ah, a qualidade de som é inteiramente aceitável).

VIVALDI – CONCERTI R281, R187, R580, R93, R208. MULLOVA. GIARDINO. ANTONINI. EN VIVO

1 Concerto in Mi minore R281 «Il Favorito». I Allegro.mp3
2 Concerto in Mi minore R281 «Il Favorito». II Largo.mp3
3 Concerto in Mi minore R281 «Il Favorito». III Allegro.mp3

4 Concerto in Do Maggiore R187. I Allegro.mp3
5 Concerto in Do Maggiore R187. II Largo ma non molto.mp3
6 Concerto in Do Maggiore R187. III Allegro.mp3

7 Concerto in Si minore R580. I Allegro.mp3
8 Concerto in Si minore R580. II Largo.mp3
9 Concerto in Si minore R580. III Allegro.mp3

10 Concerto per Liuto in Re Maggiore R93. I Allegro.mp3
11 Concerto per Liuto in Re Maggiore R93. II Largo.mp3
12 Concerto per Liuto in Re Maggiore R93. III Allegro.mp3

13 Concerto in Re Maggiore R208. «Grosso Mogul» I Allegro.mp3
14 Concerto in Re Maggiore R208. «Grosso Mogul» II Largo.mp3
15 Concerto in Re Maggiore R208. «Grosso Mogul» III Allegro.mp3

Viktoria Mullova
Il Giardino Armonico
Giovanni Antonini

Grabación en vivo. Lugano, Palacio de Congresos, 7.6.2004.

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PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741) – Concertos em transcrições para cravo solo

Seu sobrenome é Baiano, mas ele pode fazer as coisas velozmente… O cravista Enrico Baiano parece uma figura retirada das páginas de um livro de Pirandello. Bigodudo, óculos enormes e uma incrível cara de quem está maquinando alguma coisa contra alguém. Mas ele se acabou se ralando, pois sua gravadora (a obscura Symphonía Digital italiana) fechou e este CD tornou-se uma raridade a ponto da Amazon ostentar a palavrinha “discontinued” na apresentação que faz do disco. Com tanta porcaria por aí, é uma ocorrência imerecida para este bom Baiano de movimentos rápidos cercando os delicados os adágios, largos, andantes e que tais vivaldianos. Os concertos foram retirados do Estro Armonico e da Stravaganza o que é garantia de um pedigree veneziano autêntico. Abaixo, mostro a vocês a latinha de Enrico Baiano. Não, não o acho bonito, contudo confesso que ela (a cara dele) me faz como se visse um personagem muito esperto de uma comédia italiana do passado. A propósito, Baiano gravou elogiados CDs de Sonatas de Domenico Scarlatti. Basta ouvir este CD para concluir que ele nasceu para tocar Scarlatti, o homem que tinha um caso com a princesa portuguesa Maria Bárbara de Bragança, fato verídico que Clara Schumann, direto da cidade do Porto, insiste em negar.

Vivaldi – Concerti pour clavecin, du Manuscrit de Ann Dawson (Bibliothèque de Manchester)

Origem dos concertos: Op. IV:10, IV:6, IV:3, IV:4, IV:1 de La Stravaganza; Op. III:7, III:9, III:5, III:12 de L’Estro Armonico

01 Opus IV, 10-1-Spiritoso
02 Opus IV, 10-2-Adagio
03 Opus IV, 10-3-Allegro

04 Opus IV, 6-1-Allegro
05 Opus IV, 6-2-Largo
06 Opus IV, 6-3-Allegro

07 Opus IV, 3-1-Allegro
08 Opus IV, 3-2-Largo
09 Opus IV, 3-3-Allegro Assai

10 Opus III, 7-1-Andante
11 Opus III, 7-2-Adagio, Allegro
12 Opus III, 7-3-Adagio, Allegro

13 Opus VII, 4-1-Allegro
14 Opus VII, 4-2-Grave
15 Opus VII, 4-3-Allegro assai

16 Opus III, 9-1-Allegro
17 Opus III, 9-2-Andante
18 Opus III, 9-3-Allegro

19 Opus III, 5-1-Allegro
20 Opus III, 5-2-Adagio e cantabile
21 Opus III, 5-3-Allegro

22 Opus IV, 1-1-Allegro
23 Opus IV, 1-2-Largo e cantabile
24 Opus IV, 1-3-Allegro assai

25 Opus III, 12-1-Allegro
26 Opus III, 12-2-Largo
27 Opus III, 12-3-Allegro

Enrico Baiano, clavecin François-Etienne Blanchet de 1733, copie de Olivier Fadini

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PQP

J. S. Bach (1685-1750) – Sonatas para flauta e baixo contínuo

Esta é ou deve ser a terceira versão destas obras que postamos em PQP Bach. Sem problemas. O registro da flautista Philippa Davies é bom, porém é difícil sobreviver à comparação com o suíço Aurèle Nicolet, na minha opinião o campeão destas obras. Davies tenta algumas novidades e fraseados. Até funcionam, mas sendo bem sincero, a gravação de Nicolet grudou de tal forma em meu cérebro que qualquer desvio parece erro… Mas para quem não conhece essas sonatas, Philippa é um excelente começo.

J.S. Bach – Sonatas para flauta e baixo contínuo

1. Sonata in b minor, BWV 1030: Andante
2. Sonata in b minor: Largo e dolce
3. Sonata in b minor: Presto-Allegro
4. Sonata in E major, BWV 1035: Adagio ma non tanto
5. Sonata in E major: Allegro
6. Sonata in E major: Siciliano
7. Sonata in E major: Allegro assai
8. Sonata in A major, BWV 1032: Vivace
9. Sonata in A Major: Largo e dolce
10. Sonata in A Major: Allegro
11. Sonata in e minor, BWV 1034: Adagio ma non tanto
12. Sonata in e minor: Allegro
13. Sonata in e minor: Andante
14. Sonata in e minor: Allegro
15. Sonata in E flat major, BWV 1031: Allegro moderato
16. Sonata in E flat major: Siciliano
17. Sonata in E flat major: Allegro

Philippa Davies, flute
Maggie Cole, harpsichord
Alison McGillivary, cello

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PQP

Gustav Holst (1874-1934) / György Ligeti (1923-2006) / Tom Zé (1936) e Rita Lee (1947) – Os Planetas / Lux Aeterna / 2001

Vamos a um papo sideral, mas não siderado, ainda: Holst, nascido em 12 de Setembro de 1874 de mãe inglesa e pai sueco, devia ser um desses chatos que adoram astrologia. Nada contra, o problema é que essas pessoas gostam de expressar sua admiração por esta ciência e fazem perguntas, perguntas, perguntas… A fama de Gustav Holst procede principalmente desta obra. Escreveu The Planets durante os finais de semana enquanto trabalhava como professor na St. Paul´s Girls´School de Hammersmith (Inglaterra). Doente de asma, Holst não pode chegar a ser o concertista de piano que ambicionava ser. Seu interesse pelo hinduísmo o levou a aprender o sâncristo… Era um bicho-grilo doente, algo assim. Fruto do seu apaixonado interesse pelo misticismo hindu escreveu ópera Sita (1899-1906) em três atos. Como todo bicho-grilo que se preze, era vegetariano. Já viram.

Composto entre 1913 e 1916, depois que Holst se interessara profundamente pela astrologia, Os Planetas descreve musicalmente as influências planetárias no horóscopo. De Marte expressava seu espírito independente e ambicioso; de Vênus, seu indiscutível afeto e capacidade emotiva; de Mercúrio sua adaptabilidade, rapidez e inteligência e de Júpiter sua capacidade de nos dar abundância e perseverança, algo de que nunca duvidei. Também foi influenciado pelas leituras do um astrólogo qualquer que demonstrava o autêntico papel dos planetas sobre os acontecimentos mundiais. Um super bicho-grilo!

Não obstante, é boa música.

Ligeti era mais razoável e foi levado ao estrelato por outro gênio, Stanley Kubrick, que utilizou justamente Lux Aeterna (1966) em 2001, Uma Odisséia no Espaço (para os brasileiros). Ao que me consta, era uma pessoa normal.

Lux Aeterna é espetacularmente caricaturizada na canção 2001 de Tom Zé e os Mutantes. O arranjador era um imenso talento: Rogério Duprat. Deixamos também esta obra-prima da música brasileira e da ironia universal para ser baixada no PQP Bach. Desta forma, somos obrigados a incluir Tom Zé e Rita Lee em nossa lista de autores. Já estou rindo das críticas daqueles que consideraram a inclusão do jazz um desvio da linha cultural do blog. Certamente terão de protestar novamente, mas desta vez já venho armado e aviso que não responderei aos comentários hostis. Afinal, preconceito é feio, burro e causa acne. Então, de forma profilática, mando-os de antemão tomarem no rabo. Bem, voltando a nosso assunto: exatamente aos 2 minutos da canção, entra Ligeti. Não vá se perder por aí.

Os Planetas

1. Marte, Deus da Guerra
2. Vênus, Deus da Paz
3. Mercúrio, Mensageiro Alado
4. Júpiter, Deus da Alegria
5. Saturno, Deus da Velhice
6. Urano, o Mago
7. Netuno, o Místico

Coro do Conservatório da Nova Inglaterra
Orquestra Sinfônica de Boston
William Steinberg

8. Lux Aeterna

Coro da Rádio do Norte da Alemanha
Helmut Franz

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

2001 (Tom Zé-Rita Lee) pelos Mutantes
Arranjo de Rogério Duprat

BAIXE AQUI A 2001 DOS MUTANTES- DOWNLOAD HERE 2001 BY MUTANTES

PQP

J. S. Bach (1685-1750) – A Paixão Segundo Mateus e A Oferenda Musical (Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 7, 8 e 9 de 29)

Eu fico com vontade de rir sozinho quando penso na noite em que estava em casa navegando pela Amazon e, de repente, vi esta caixa da HM por US$ 49.90. Tudo bem, sei que bobos costumam ficar por aí rindo sozinhos. Deve ser o caso. Anyway, aqui está um torpedo da coleção. Sim, uma Mateus conduzida pelo belga Herreweghe não é de se jogar fora, certo? Como sobremesa, você ainda ouve uma baita versão da Oferenda Musical no terceiro CD. Nada mal para uma tarde de quinta-feira depois de ver meu time perder para um Santos absolutamente ridículo. Bom, vocês não querem nenhuma informação sobre a Mateus nem sobre a Oferenda, né? É só pesquisar por aí. Tem por todo o lado. Ainda mais que deu o maior trabalho fazer upload de três CDs quando estou programado para apenas um. É que fiquei desanimado depois de falar no Inter. Ô time desgraçado!

E, a propósito, como será que vai a discussão pelo vice-campeonato dos pianistas (vide post abaixo)?

J.S. Bach – A Paixão Segundo Mateus, BWV 244

Disc: 7
1. 1. Chorus I & II
2. 2. Evangelista, Jesus
3. 3. Choral
4. 4a. Evangelista/4b. Chorus I & II/4c. Evangelista/4d. Chorus I/4e. Evangelista, Jesus
5. 5. Recitativo
6. 6. Aria
7. 7. Evangelista, Judas
8. 8. Aria
9. 9a. Evangelista/9b. Chorus I/9c.Evangelista, Jesus/9d. Evangelista/9e. Chorus I
10. 10. Choral
11. 11. Evangelista, Jesus, Judas
12. 12. Recitativo
13. 13. Aria
14. 14. Evangelista, Jesus
15. 15. Choral
16. 16. Evangelista, Petrus, Jesus
17. 17. Choral
18. 18. Evangelista, Jesus
19. 19. Recitativo A Doi Cori
20. 20. Aria A Doi Cori
21. 21. Evangelista, Jesus
22. 22. Recitativo
23. 23. Aria
24. 24. Evangelista, Jesus
25. 25. Choral
26. 26. Evangelista, Jesus, Judas
27. 27a. Aria A Doi Cori/27b. Chorus I & II
28. 28. Evangelista, Jesus
29. 29. Choral

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Disc: 8
1. 30. Aria
2. 31. Evangelista
3. 32. Choral
4. 33. Evangelista, Testis I & II, Pontifex
5. 34. Recitativo
6. 35. Aria
7. 36a. Evangelista, Pontifex, Jesus/36b. Chorus I & II/36c. Evangelista/36d. Chorus I & II
8. 37. Choral
9. 38a. Evangelista, Ancilla I & II, Petrus/38b. Chorus II – Evangelista, Petrus
10. 39. Aria
11. 40. Choral
12. 41a. Evangelista, Judas/41b. Chorus I & II/41c. Evangelista, Pontifex I & II
13. 42. Aria
14. 43. Evangelista, Pilatus, Jesus
15. 44. Choral
16. 45a. Evangelista, Pilatus Uxor Pilatus, Chorus I & II/45b. Chorus I & II
17. 46. Choral
18. 47. Evangelista, Pilatus
19. 48. Recitativo
20. 49. Aria
21. 50a. Evangelista/50b. Chorus I & II/50c. Evangelista, Pilatus/50d. Chorus I & II/50e. Evangelista
22. 51. Recitativo
23. 52. Aria
24. 53a. Evangelista/53b. Chorus I & II/53c. Evangelista
25. 54. Choral
26. 55. Evangelista
27. 56. Recitativo
28. 57. Aria
29. 58a. Evangelista/58b. Chorus I & II/58c. Evangelista/58d. Chorus I & II/58e. Evangelista
30. 59. Recitativo
31. 60. Aria

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Disc: 9
1. 61a. Evangelista, Jesus/61b. Chorus I/61c. Evangelista/61d. Chorus II/61e. Evangelista
2. 62. Choral
3. 63a. Evangelista/63b. Chorus I & II/63c. Evangelista
4. 64. Recitativo
5. 65. Aria
6. 66a. Evangelista/66b. Chorus I & II/66c. Evangelista, Pilatus
7. 67. Recitativo
8. 68. Chorus I & II

Howard Cook (t)
Ulrik Cold (b)
Barbara Schlick (s)
René Jacobs (c)
Hans-Peter Blochwitz (t)
Peter Kooy (b)

La Chapelle Royal

Collegium Vocale Gent
Philippe Herreweghe, conductor

A Oferenda Musical, BWV 1079
9. Ricercar A 3
10. Canon Perpetuus Super Thema Regium
11. Ricercar A 6
12. Canon: Quarendo Invenientis
13. Canon A 4
14. Largo
15. Allegro
16. Andante
17. Allegro
18. Canon Perpetuus
19. 1. [canon cancrizans]
20. 2. Violino In Unisono
21. 3. Per Motum Contrarium
22. 4. Per Augmentatinem, Contrario Motu ‘Notulis Crescentibus Crescat Fortuna Regis’
23. 5. ‘Ascendenteque Modulationis Ascendat Gloria Regis’
24. 6. Fuga Canonica In Epidiapente’

Davitt Moroney, clavecin
Janet See, transverse flute
John Holloway, violin
Jaap ter Linden, cello
Martha Cook, clavecin

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PQP

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 6 de 29

A série de motetos isorítmicos do grande Guillaume Dufay não forma um ciclo homogêneo. Cada um deles foi composto como “peça de circunstância”, às vezes com intervalos de muitos anos. Então, os treze motetos, que aqui são apresentados em ordem cronológica, servem para demonstrar a evolução de Dufay ao longo dos vinte anos que separam a composição do primeiro e do último. Se os primeiros são estritamente matemáticos e góticos; os últimos são muito mais majestosos e tranqüilos. Em 1440, Dufay concluiu que a isoritmia não tinha futuro num mundo onde a expressão individual ganhava mais e mais espaço e tratou de aproximar os textos da melodia, tornando sua música a mais humanística de sua época. Foi um grande gênio que preparou o caminho de saída das formas medievais para a polifonia dos anos seguintes. Esses motetos são o ápice de uma arte que depois foi desenvolvida por Machaut e Dunstable.

CD 6: Intégrale des Motets isorythmiques – Guillaume Dufay

1. Vasilissa Ergo Gaude, A Voix, 1420
2. O Sancte Sebastiane – O Martyr Sebastiane/O Quan Mira, A 4 Voix, C.1437
3. O Gemma, Lux Et Speculum – Sacer Pastor Barensium/A Voix, C.1434
4. Apostolo Glorioso/Cum Tua Doctrina Andreas, Christi Famulus, A 6 Voix, 1426
5. Rite Majorem Jacobus – Artibus Summis Miseri, A 5 Voix, 1426-27
6. Ecclesie Militantis – Sanctorium Arbitrio Bella Canunt Gentes, A 5 Voix 1431
7. Balsamus Et Munda Cera, A 4 Voix,1431
8. Supremum Est Mortalibus, a 4 Voix,1436
9. Nuper Rosarum Flores, a 4 Voix, 1436
10. Salve Flos Tusce Gentis – Vos Nunc, Etrusce Iubar, A 4 Voix,1435-36
11. Magnanime Gentes Laudes – Nexus Amicie Musa, A 3 Voix, 1446
12. Fulgens Tubar Ecclesiae Dei – Puerpera, Pura Parens, A 4 Voix, 1446
13. Moribus Et Genere – Virgo, Virga Virens, A 4 Voix, Annes, ? 1446

Huelgas-Ensemble
Paul Van Nevel, conductor

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J.S. Bach (1685-1750) – Obras para Órgão com Elisa Freixo

Muitas vezes a gente cruza com autênticos mensageiros de Bach. O caso da mineira Elisa Freixo é dos mais maravilhosos. Organista, cravista e professora de música, Elisa ministra cursos com os nomes muito agradáveis como “‘A Paixão segundo São Mateus’, audição e análise da obra”. Este curso — ocorreu no primeiro semestre — durou 3 meses, todas as segundas-feiras, das 19h45 às 21h30, em Belo Horizonte. (Suspiro… Por que não é gaúcha?) Ao ouvir Elisa, percebemos claramente que estamos não apenas diante de uma grande solista como de uma pessoa que ama o que faz. Não lembro quem me enviou este CD pelo Orkut na época em que publicávamos aqui a Obra Completa para Órgão com Helmut Walcha, também não sei onde se vende e não encontrei maiores referências, mas agradeço muitíssimo. Pesquisando sobre Elisa Freixo, encontrei sua casa em Ouro Preto e uma explicação de quem publicou a foto, um certo Públio Athayde:

Casa da Elisa Freixo. Nesta casa, de sua residência, a famosa organista e musicista recebe grupos para récitas de cravo e outros instrumentos de teclado antigos. A professora se apresenta em concertos semanais também na Sé de Mariana, cujo órgão histórico e raríssimo é a grande estrela. Além do mais, Elisa é autora de livros sobre Órgãos Históricos no Brasil, como este e este. Ou seja, mereceria ser santificada por seu trabalho, mas é quase anônima em nosso país. No CD que posto, Elisa nos dá belas interpretações da notável Trio-Sonata Nº 1, da lindíssima Pastorale e da esplêndida Partita Sei gegrüsset, Jesu gütig, minha obra preferida dentre tudo o que Bach escreveu para o órgão.

Ouçam o CD. É muito bom e raro.

Atualização de 29/07: nosso leitor Roberto Prym faz alguns adendos e correções em relação ao post acima:

O órgão de Ahrend é uma cópia do instrumento de Gottfried Silbermann da cidade de Glauchau (Alemanha), de 1728-30. Foi construído por Jürgen Ahrend em Leer (Alemanha). Esta é a primeira cópia de um órgão de G. Silbermann e foi inaugurada em 1985. A paulista Elisa Freixo, organista titular do histórico órgão Arp Schnitger, instalado na Sé de Mariana, Minas Gerais.
A capa do CD: http://www.paulus.com.br/img/img_musicas/7891210002471.jpg

J.S. Bach – Obras para Órgão

01 BWV0525_Trio-Sonata Nro 1
02 BWV0537_Prelúdio e Fuga em c
03 BWV0543_Prelúdio e Fuga em a
04 BWV0545_Prelúdio e Fuga em C
05 BWV0590_Pastoral em F
06 BWV0596_Concerto em d
07 BWV0768_Partita ‘Sei gegrüsset, Jesu gütig’

Elisa Freixo, Órgão Ahrend; Porrentruy ,Suiça

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Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 5 de 29

Um CD estupendo, talvez o melhor que já postamos de música antiga. Começa com uma emocionante e devota melopéia dos bizantinos, seguindo com cantos da igreja de Roma que surpreendentemente não diferem muito dos anteriores. Nem em estilo, nem em qualidade. Saímos do sacro para entrar no mezzo-secular de La Comtessa de Dia (pois seu assunto são as Cruzadas), esplendidamente interpretada pelo Clemencic Consort. A luta do mezzo-Carnaval contra a Quaresma segue com a religiosa Laudes & Vêpres pour la fête de sainte Ursule. Absolutamente necessário para os admiradores da música antiga.

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 5

Chant Bizantin – Anonymous
1. Priere De Marie-Madeleine
Sister Marie Keyrouz, soprano

Chants de l`église de Roma – Messe de saint Marcel – Anonymous
2. Introitus: Statuit Ei Dominus
3. Graduale: Inveni David Servum Meum – Verset: Nichil Proficiet
4. Alleluia – Versets: Disposui Testamentum. Inveni David
5. Offertorium : Veritas Mea – Versets: Posui Adiutorium – Misericordia Mea
6. Communio : Domine Quinque Talenta Tradidisti Michi
Ensemble Organum / Marcel Pérès, conductor

La musique des troubadours
La Contessa de Dia
7. Vida. Recitant
8. A Chantar. (Soprano, Viele, Tympanon, Rubebe, Tambour)
Clemencic Consort / René Clemencic, conductor

Hildegard von Bingen (1098-1179)
Laudes & Vêpres pour la fête de sainte Ursule
Laudes

9. Antienne: Stadium Divinitatis
10. Psaume 92: Dominus Regnavit/Studium Divinitatis
11. Benedicamus Domino
Vêpres
12. Chapitre: Domine Deus Meus
13. Chant Responsorial: Mirabilis Dues
14. Hynne: Cum Vox Sanguinis
15. Antienne: O Rubor Sanguinis
16. Cantique: Magnificat Anima Mea/O Rubor Sanguinis
17. Hymne: Te Lucis Ante Terminum
18. Benedicamus Domino
Anonymous 4

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