Georg Philip Telemann (1681-1767) – Oden 1741

Há 50 anos, o Grove`s dizia que Telemann tinha indiscutível habilidade para compor, mas que não tinha originado nada. Também o acusava de ser uma fatalmente inclinado ao superficialismo. Morderam a língua. Hoje sabe-se quão versátil e inventivo foi e agora descobre-se que ele é o verdadeiro pai do lied alemão, o que não é pouca coisa.

Aqui temos talvez a faceta mais desconhecida de Telemann, a do autor de lieder. Ele se sai muito bem. A música é simples, porém é variada e sóbria. Sim, são autênticos lieder — ainda chamados de Oden (Oden) — e valem a pena.

Telemann – Oden (1741) (TWV 25:86-109)

Ode No. 1: Indoctum se dulce bibenti
Ode No. 2: Die Vergnügung
Ode No. 3: Die Tugend
Ode No. 4: Der Schäfer
Ode No. 5: An den Schlaf
Ode No. 6: Der fröhliche Ausgeber
Ode No. 7: Wahre Vorzüge
Ode No. 8: Das Lachen
Ode No. 9: Trinklied
Ode No. 10: Der Mittelstand zwischen Reichtum und Armut
Ode No. 11: Vernünftige Lust
Ode No. 12: Der Wein
Ode No. 13: Jugendlust
Ode No. 14: Die schlechte Mahlzeit
Ode No. 15: An Doris
Ode No. 16: Ein guter Mut
Ode No. 17: Lob des Weins
Ode No. 18: Das vergnügte Schäferleben
Ode No. 19: Die Zufriedenheit
Ode No. 20: Die Genügsamkeit
Ode No. 21: Das Gesundheittrinken
Ode No. 22: Der Freund
Ode No. 23: Das Landleben
Ode No. 24: Der Sonderling

Klaus Mertens, baritone
Ludger Rémy, harpsichord [Bruce Kennedy, 2000, after Michael Mietke, Berlin, c1700]

Recorded in October 2001 at the Studio of DeutschlandRadio, Cologne, Germany DDD

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PQP

6 comments / Add your comment below

  1. Olá, meus caros amigos.
    G.P.Telemann!
    Grande pedida!
    Contemporâneo de J. S. Bach e de G. F. Haendel.
    Pelo que é possível relembrar, parece haver sido, em sua época, mais prestigiado do que esses dois últimos.
    Vejam como são as coisas.
    Nada como o TEMPO para corrigir nossos equívocos
    Realmente, Telemann era muito versátil.
    Praticamente, dominava a técnica de todas as formas e estilos de então. Sua produção é imensa e, portanto, escreveu, também, Lieder.
    O Lied é uma forma musical que, mais apropriadamente, deveria ser designado por Canção, em nossa língua.
    Como em nossas Canções, existem diversos estilos e mesmo formas de Lied como os Volkslieder (Canções Populares ou do Folclore) os Geistliche Lieder (Cançonetas) os Kunstlieder (traduzido ao pé da letra seriam as Canções de Arte) e “n” outras (é possível até dizer que as Árias são, também, Canções).
    Não estou muito seguro se foi Telemann quem conferiu, aos Lieder, seu caráter nacional alemão.
    Como em tudo, quase sempre, há imprecisões que permitem mais de uma versão.
    Fazendo uma retro-projeção histórica, lembro-me, vagamente de haver associado o nascimento dos Lieder às modificações que, a partir do Século XIV, sofreram os cantos dos Troubadours e dos Trouvères sob a influência da polifonia.
    Também me vem à lembrança, haver sido, no Século XVII, o surgimento da monodia companhada.
    Se o foi, deve então ter surgido, nesta época, o Kunstlied e, se o foi mesmo, penso que, antes de Telemann, um nome pode estar fortemente ligado a ele: H. Albert (1604-1651). Albert, um nome quase desconhecido nos dias de hoje, era, igualmente, poeta, escrevendo, ele mesmo, os poemas da maioria de suas Canções.
    A ocorrência dessas mudanças sucessivas (que, provavelmente, receberam até as influências da Reforma de Lutero que se utilizava muito da música para implementar-se) tiveram tal força que a denominação Lied tornou-se o nome internacionalmente aceito para o “Kunstlied”, apesar de, todos os povos terem seus diferentes tipos de canções.
    É possível, portanto, que tenha sido nesta época que o “Kunstlied” abandonou o Kunst e se tornou o Lied, como hoje é internacionalmente aceito, certamente impulsionado pelo gênio de Schubert e dos demais românticos e sucessores.
    Pessoalmente eu penso que os Lieder de Telemann teriam tido aqui (pelo menos no que se refere a mim)outra receptividade se estivessem sendo interpretados por um Dietrich Fischer-Diskau.
    Com certeza, não teríamos os ruídos tão intenso provocados pela prolongada duração das consoantes (que, de fato, são ruídos e, portanto, nada melódicos) o que abrandaria as bruscas acentuações (e mesmo algumas imprecisões melódicas) nas vogais (as quais constituem, de fato, a verdadeira melodia).
    É óbvio que é da combinação adequada dos ruídos das consoantes com o “cantabile” das vogais que resulta ser a voz humana o mais expressivo dos instrumentos musicais. Qualquer desequilíbrio nessa combinação provoca igual desequilíbrio na expressividade desse belo instrumento.
    Mesmo assim, podemos “ouvir” que Telemann foi um grande mestre da composição musical e que valeu demais a postagem de seus Lieder, quase desconhecidos. Valeu, também, por ter dado ensejo a essas ponderações que, como tudo na história da humanidade, tem seus defensores e seus “não defensores”, falta do que seus profissionais não ganhariam o sustento material que lhes permite continuar suas concórdias e discórdias (o que não é o meu caso, pois, nem gosto muito de tais estudos sempre inconclusos, como tudo o que se refere à humanidade, aliás).
    Um grande abraço a todos.
    Obrigado.
    Edson

  2. Edson, como sempre, seus compentários são verdadeiras aulas de História da Música, além de contribuir com o caráter didático que pretendemos dar ao blog.

  3. Olá fdpbach.
    De fato eu me interesso bastante por este blog, pois, o acho, simultaneamente: sério, bem estruturado e bastante diversificado, tanto pelas postagens dos programas quanto no aceite de comentários os mais diversos.
    Penso que as pessoas sentem-se bem aqui e umas aprendem com as outras.
    Aprendem, inclusive a se respeitarem e a se verem como amigos em uma atividade conjunta. Isto é muito bom.
    Um grande abraço.
    Edson

  4. Olá! Poderia por favor repostar esse álbum? E por onde eu posso mandar alguma contribuição? (tenho uma versão belíssima das Quatro Estações)
    Forte abraço!

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