Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 5 (CDs 3 e 4 de 12)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 5 (CDs 3 e 4 de 12)

61-4cYIGGfLA Sinfonia No. 5 é grande, enorme. Não me refiro apenas ao tempo cronológico, mas às dimensões e profundidade do trabalho. É uma das obras mais arrebatadores de Bruckner. Ao ouvir a Quinta Sinfonia, alçamos galáxias e realidades para além do mundo. A seguir, alguns dados importantes sobre a Quinta Sinfonia:

“Bruckner iniciou a composição de sua Quinta Sinfonia, em fevereiro de 1875, uma época de grandes dificuldades pessoais e econômicas para ele. Por causa disso, não causa admiração que esta sua obra inicie com um adagio, tempo sempre reflexivo e melancólico, presença constante na obra do músico. É a única sinfonia de Bruckner onde a lenta introdução influenciará, tanto tonal quanto tematicamente, em toda esta obra. A singulariedade do primeiro movimento, um complexo arranjo de temas e formas, com grandes espaços preenchidos separados por espaços abertos, tal qual uma “catedral sonora”, nas palavras do músico Halbreich. A constante mudança do tema, os constantes contrastes entre fortíssimos e pianíssimos, trazendo inovação à estrutura sinfônica, culminando com os belíssimos ostinati da coda. A aparência simples do adagio, só o é a primeira vista, pois possui como de costume nos adágios de Bruckner, uma bela riqueza composicional, começando de um início austero , evoluindo melodicamente através do desdobramento de modulações e mutações harmônicas, começando por um sentimento trágico que transforma-se em esperança. O scherzo que compõe o terceiro movimento demonstra toda a genialidade composicional de Bruckner, que partindo de um simples ländler, transforma-se em um dos maiores compostos pelo músico, cheio de crescendos seguidos de ríspidas paradas, uma grande demonstração da arte de conjugar extremos. O gigantesco quarto e último movimento, utilizando-se da forma sonata acrescida de uma dupla fuga onde aparecem os temas anteriores da sinfonia, transmutados em formas estranhas e imaginativas , sendo executados em uma gigantesca peça polifônica. A coda, com seus contrapontos e harmonias, utiliza-se enormemente da polifonia orquestral, que conduzirá à um dos maiores climax da música sinfônica”.

Extraído DAQUI

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 5 em Si bemol maior

DISCO 3

01. Applause
02. I. Introduction. Adagio – Allegro
03. II. Adagio. Sehr lagsam

Total time: 48:03

DISCO 4

01. III. Scherzo. Molto vivace (Schnell) – Trio
02. IV. Finale. Adagio – Allegro moderato
03. Applause

Total time: 41:50

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente

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Celi não é mole não.
Celi não é mole não.

Carlinus

Enrico Caruso (1873-1921): His First Recordings

Enrico Caruso (1873-1921): His First Recordings

Capa CD CarusoHoje tenho o imenso prazer em compartilhar uma verdadeira pérola rara. Enrico Caruso nascido em Nápoles, Itália, em 25 de fevereiro de 1873 –faleceu em Nápoles aos 2 de agosto de 1921. É considerado o maior tenor de todos os tempos, para quem nunca ouviu estas gravações que ora lhes trago são registros com mais de 100 anos com a qualidade dos pioneiros da indústria fonográfica (gravação de som em discos de cera, o cilindro fonográfico), remasterizada com muito cuidado, a voz do italiano era ralmente fantástica, até o grande Luciano Pavarotti (1935 – 2007) nunca ousou comparar seu talento ao de Caruso. O alcance de sua voz era grande, desde as notas baixas – características da voz grave de barítono – até as notas mais agudas, combinada com grande capacidade de pronúncia e interpretação. É considerado, por muitos, como o agudo mais potente da história da ópera (ouçam o agudo no fim da faixa 29 “I Pescatori Dl Perle Mi Par D ‘ud” m-a-r-a-vi-l-h-o-s-o). De origem pobre, Caruso começou cantando serenatas, para ganhar algum dinheiro ajudando no sustento de seus 6 irmãos. Sua estréia cantando ópera foi em 15 de Março de 1895, em um teatro simples de sua cidade natal. Neste mesmo ano realizou as 20 primeiras gravações ainda na Itália, em Milão. Após 2 anos apresentando-se em cidades do sul da Itália, Caruso participou de uma audição com o maestro Giacomo Puccini (1858 – 1924), que estava em busca de um tenor para o papel principal de sua nova ópera, La Bohéme. Puccini ficou tão impressionado com a voz do jovem Caruso que, diz-se, perguntou-lhe “quem o enviou para mim? Deus?”. Em 1903, foi para Nova Iorque e, no mesmo ano, deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company antecessora da RCA-Victor. Caruso foi um dos primeiros cantores a gravar discos em grande escala, foi o primeiro cantor clássico a atrair grandes plateias em todo o mundo e ainda hoje figura entre os maiores intérpretes clássicos da história. Sua interpretação de “Vesti la giubba”, da ópera “Pagliacci”, foi a primeira gravação na história a vender 1 milhão de cópias. Em Novembro de 1903, estreou no Metropolitan, onde se apresentaria nas próximas 18 temporadas, somando um total de 607 apresentações em 37 papéis diferentes, muitas vezes sob direção do legendário Maestro Artuto Toscanini. De 1903 a 1920, Caruso apresentou-se no Met em todas as noites de abertura de temporadas, exceto em 1906, quando teve que cancelar sua apresentação por problemas particulares. Sua gravação mais lendária é de 1904, “Una Furtiva Lacrima”, de Gaetano Donizetti. Além da ópera, Caruso incluiu em seu repertório uma diversidade de canções napolitanas, popularizando-as pelo mundo afora. Paolo Tosti, compositor deste tipo de canções, chegou a compor especialmente para a voz de Caruso. Depois dele, os tenores italianos passaram a incluir as populares “canzonetas” em seu repertório. Lembro, quando criança, a “italianada” da família ao se juntar frequentemente aos domingos para mais uma festa regada a macarronada com porpeta… queijo e vinho. Colocavam os discos de canções napolitanas e mandavam ver no vinho…. cantavam, choravam (..bella Itália…) até cair…

Em 1917 Enrico apresentou-se no Municipal do Rio de Janeiro. Lá encantou o público interpretando Canio, da ópera “Pagliacci” de Ruggero Leoncavallo. Durante sua rápida passagem pela cidade de São Paulo, o tenor foi entrevistado pelo “Jornal Estado” (antecessor do estadão). Em 5 de junho de 1917, a edição noturna do “Estado” trazia as declarações do artista : “ Minha arte é o meu canto. Eu sou um cantor, eis tudo. E um cantor que não tem preferência por nenhum papel. Na minha opinião, o verdadeiro artista não pode ter preferência por quaisquer dos seus papeis”.

O legal destas gravações é que não havia como esconder as derrapadas dos artistas, não havia mixagem um exemplo é o pianista na faixa 24 “Giordano- Fedora – Amor Ti Vieta di non amar” erra e se apavora no início e percebemos que só acalma quando Caruso começa o canto….e que canto. Uma viagem no tempo, infelizmente não há maiores informações sobre os artistas que acompanhavam Enrico no encarte.

Enrico-Caruso-in-PagliacciEnrico Caruso, His First recordings

AICC and Pathe discs and cylinders – 1900 – 1901
01 Carbonetti- Tu Non Mi Vuoi Piu Ben
02 Puccini- Tosca – E Lucevan Le Stelle
03 Meyerbeer- Qui sotto it ciel
Discos Zonofono Records
04 Trimarchi- Un Bacio Ancora
05 Bolto- Luna Fedel
06 Donizetti- L’Elisir D’Amore – Una Furtiva lagrima
07 Puccini- Tosca – E Lucevan Le Stelle
08 Franchetti- Germania – No, Non Chiuder gli occhi vaghi
09 Verdi- Rigoletto – La Donna e Mobile
10 Mascagni- Cavalleria Rusticana – Siciliana
The Gramophone and Typewriter Records / Recorded Milan, Italy – march 1902
11 Verdi- Rigoletto – Questa o Quella
12 Massenet- Manon – Chiudo Gli Occhi
13 Donizetti- L’Elisir D’Amore – Una furtiva lagrima
14 Boito- Mefistofele – Giunto sul passo estremo
15 Puccini- Tosca – E Lucevan le Stelle
16 Mascagni- Iris – Serenata
17 Franchetti- Germania – No, Non Chiuder gli occhi vaghi
18 Franchetti- Germania – Studenti! Udite
Recorder november 1902
19 Boito- Mefistofele – Dai Campi, dai prati
20 Verdi- Aida – Celeste Aida
21 Ponchielli- La Gioconda – Cielo! e mar!
22 Mascagni- Cavalleria Rusticana – Siciliana
23 Cilea- Adriana Lecouvreur – No, piu nobile
24 Giordano- Fedora – Amor Ti Vieta di non amar
25 Leoncavallo- I Pagliacci – Vesti la giubba
26 Giorgi- Non T’Amo Piu
27 Cimmino- La Mia Canzone
28 Boito- Luna Fedel
Recorded in Fall 1903
29 Bizet- I Pescatori Di Perle – Mi par d’udir ancora
Recorded in April os 1904
30 Leoncavallo- Mattinata

Tenor: Enrico Caruso

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1915- Geralsine Farrar and Enrico Caruso in La Boheme.
1915- Geralsine Farrar and Enrico Caruso in La Boheme.

Ammiratore

J. S. Bach (1685-1750): Peças para Órgão

J. S. Bach (1685-1750): Peças para Órgão

81rmAOuymYL._SX355_Karl Richter conduz-nos pela sacralidade de Bach. É como se estivéssemos naquelas catedrais góticas medievais, com suas cristas a alcançarem o céu. O alemão Richter faz evocar de forma “atordoadora”, “avassaladora”, o conjunto de peças aqui contido nos 3 CDs. Acredito que muito da genialidade de Bach esteja aqui contida — são fugas, tocatas, fantasias, a passacaglia — e isso provoca em nós uma sensação de música que se espirala e vai alcançando o infinito. Mas faltam algumas peças fundamentais do compositor nesta, mesmo assim, boa coleção.

J. S. Bach (1685-1750): Peças para Órgão

CD1

01 Toccata und Fuge in D minor BWV 565 – Toccata
02 Toccata und Fuge in D minor BWV 565 – Fuge
03 Triosonate No.2 in C minor BWV 526 – Vivace
04 Triosonate No.2 in C minor BWV 526 – Largo
05 Triosonate No.2 in C minor BWV 526 – Allegro
06 Präludium und Fuge in D major (BWV 532), Präludium
07 Präludium und Fuge in D major (BWV 532), Fuge
08 Präludium und Fuge in A minor BWV 543 – Präludium
09 Präludium und Fuge in A minor BWV 543 – Fuge
10 Fantasie und Fuge in G minor – Fantasie
11 Fantasie und Fuge in G minor – Fuge
12 Präludium und Fuge in E flat major BWV 552 – Präludium
13 Präludium und Fuge in E flat major BWV 552 – Fuge
14 Präludium Und Fuge in E minor (BWV 548), Präludium
15 Präludium Und Fuge in E minor (BWV 548), Fuge

CD2

01 Triosonate No.1 in E flat major BWV 525 – (Allegro moderato)
02 Triosonate No.1 in E flat major BWV 525 – Adagio
03 Triosonate No.1 in E flat major BWV 525 – Allegro
04 Trio Sonata No.5 in C major, BWV 529_ Allegro
05 Triosonata No.5 in C major BWV 529 – Adagio
06 Trio Sonata No.5 in C major, BWV 529_ Allegro
07 Wachet auf, ruft uns die Stimme, BWV 645
08 Kommst du nun, Jesus, vom Himmel Herunter BWV 650
09 Schmucke dich, o liebe Seele, BWV 654
10 Präludium Und Fuge in B minor (BWV 544), Präludium
11 Präludium Und Fuge in B minor (BWV 544), Fuge
12 Präludium Und Fuge In C Minor (BWV 546), Präludium
13 Präludium Und Fuge In C Minor (BWV 546), Fuge
14 Canzona in D minor, BWV 588

CD3

1 Toccata und Fuge in F major BWV 540 – Toccata
2 Toccata und Fuge in F major BWV 540 – Fuga
3 O Gott, du frommer Gott BWV 767
4 Toccata und Fuge ‘Dorian’ BWV 538 – Toccata
5 Toccata und Fuge ‘Dorian’ BWV 538 – Fuga
6 Sei gegrüßet, Jesu gütig – BWV 768
7 Passacaglia und Fuge in C minor BWV 582 – Passacaglia
8 Passacaglia und Fuge in C minor BWV 582 – Thema fugatum

Karl Richter, órgão

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Karl Richter mandando bala.
Karl Richter mandando bala.

Carlinus

Johann Strauss Jr. (1825-1899): Die Fledermaus (The Bat – O Morcego)

Johann Strauss Jr. (1825-1899): Die Fledermaus (The Bat – O Morcego)

CapaJohann Strauss Jr. (Viena, 25 de outubro de 1825 — Viena, 3 de junho de 1899) o rei da valsa e mestre do compasso ternário foi um astro da música na segunda metade do século 19, compunha um sucesso novo praticamente a cada semana, fosse valsa, mazurca ou polca. Tudo estava bem até que num belo dia o compositor francês Jacques Offenbach disse ao seu colega austríaco “Você deveria escrever operetas, Herr Strauss”. Assim nasceu a opereta na vida de Strauss Jr. “Die Fledermaus (O Morcego)” é a terceira opereta, foi composta por Strauss Jr. durante um período de dois anos a partir de 1873 e o enredo é inteiramente de natureza frívola, sem pretensão de passar nenhuma mensagem, apenas entretenimento. Strauss estava na regência da primeira apresentação do “Die Fledermaus”, que aconteceu no Theater an der Wien em 5 de abril de 1874. Sua absoluta acessibilidade fez com que fosse um sucesso incontestável (no ano da estréia, a opereta foi apresentada 58 vezes no teatro em Viena), e assegurou que Strauss se inspirasse em escrever uma opereta após outra nos próximos vinte e cinco anos. Por definição Opereta é algo semelhante a comédia e em sua maioria são relativamente curtas e com enredos leves, sem aqueeele dramalhão.

Esta montagem é o meu Fledermaus favorito (particularmente gosto muito do Carlos Kleiber regendo óperas), os arquivos que compartilho com vocês foram extraídos do DVD Die Fledermaus apresentado na Bavária em 1987 (o scan da capa e encartes estão no resumo em “pdf” junto com os arquivos). O elenco é excelente em todos os sentidos, atores e músicos do mais alto nível, é alegre e divertida, sobretudo muito musical. Para mim esta apresentação de Die Fledermaus é a melhor, não sei, tem uma eletricidade entre todos os envolvidos no dia, regente, cantores músicos e platéia, fica mais deliciosa ainda se vocês entenderem o dialeto austríaco; Uma palavra: WOW! Um presente perfeito para os amantes da música de ópera ligeira no seu melhor estilo. Música maravilhosa, cantores maravilhosos ….. bonito em todos os aspectos.

Quem não conhece esta opereta provavelmente vai gostar, tem a famosa e maravilhosa Valsa vienense e canções de muito bom gosto (apesar dos longos trechos de “bate papo” entre os personagens em puro alemão vianense do fim do Séc. XIX). Uma certeza: não dá para ficar indiferente ou entediado com essa opereta, a dinâmica dela é excelente. Desde a explosiva e famosa abertura – que lembra uma saraivada de rolhas de champanhe seja pela energia crescente da “Valsa Fledermaus” seja pelos numerosos momentos cômicos, dos quais o final do segundo ato “Duidu” transbordam alegria e energia vibrante.

Uma curiosodade sobre ” Die Fledermaus ” é que a história se passa no último dia do ano, e em algumas casas de ópera alemãs muitas vezes têm performances à noite do último dia do ano.

A História: Die Fledermaus, opereta de Johann Strauss Jr., foi composta com libreto de Carl Haffner e Richard Genée, com base no vaudeville francês Le Réveillon. A opereta reúne música, balé e entretenimento. A história acontece durante uma festa de réveillon e apresenta os disparates do burguês Eisenstein nas mãos do diretor de teatro, senhor Falke. Este prepara uma vingança contra Eisenstein, que o deixou certa vez em situação ridícula: vestido de morcego, bêbado, na rua, ao fim de uma festa à fantasia. Numa trama de acontecimentos, Falke, fantasiado de morcego, joga habilmente com a vaidade de todos. Eisenstein e sua esposa, Rosalinde, enfrentam uma sucessão de mal-entendidos e aventuras.

No primeiro ato, Eisenstein está para ser preso por desacato a autoridade e passa em casa para se vestir, antes de ir para a cadeia. Mas, escondido de Rosalinde, desvia o caminho e comparece à festa do príncipe Orlofsky. A empregada de ambos, Adele, também havia sido convidada. E Rosalinde acaba seguindo para a mesma festa, depois de colocar na prisão, no lugar do marido, um admirador que a persegue.

No segundo ato, todos estão disfarçados – são falsos nobres franceses, condessas húngaras falsificadas ou vedetes de can-can. Sem saber de quem se trata, Eisenstein faz corte à própria esposa.

O terceiro ato abre-se na prisão, onde Alfred, admirador de Rosalinde, está preso no lugar de Eisenstein. Todos vão para lá e assim se desenreda finalmente a trama armada pelo “morcego”, em sua vingança final.

Esta opereta é incrivelmente alegre, quem não aguenta os diálogos e quer uma recomendação direta ouça a Valsa (faixa 01) depois pule para a faixa 17 e deixe rolar até a faixa 21, é do outro mundo, sensacional (é só ouvir a reação do público nesta representação ao vivo) !!!!!

Coloquei também uma faixa bonus com a Kathleen Battle e o Maestro Karajan – Voices of Spring – gravado ao vivo em 1987 no evento Vienna New Year’s Concert.

A história “passo a passo” com fotos do encarte original do DVD estão junto no arquivo de download com as faixas, ao resumo da ópereta foi extraído do livro “As mais Famosas Óperas”, Milton Cross (Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera). Editora Tecnoprint Ltda., 1983.

Pessoal, abrem-se as cortinas e divirtam-se com a música de Strauss Jr. !

Johann Strauss Jr. (1825-1899): Die Fledermaus (The Bat – O Morcego)

2 – Overture
ACT ONE
3 – Täubchen, das entflattert ist (Alfred, Adele, Rosalinde)
4 – Adele bittet um Ausgang (Adele, Rosalinde, Alfred)
5 – Nein, mit solchen Advokaten (Eisenstein, Rosalinde, Blind, Adele, Falke)
6 – Komm mit mir zum Souper (Eisenstein, Rosalinde, Adele, Falke)
7 – So muB allein ich bleiben (Rosalinde, Eisenstein, Adele, Alfred)
8 – Trinke, Liebchen, trinke schnell (Alfred, Rosalinde)
9 – Ich höre Stimmen (Alfred, Rosalinde, Frank)
10 – Mein Herr, was dächten Sie von mir (Alfred, Rosalinde, Frank)
11 – Mein schönes, GraBes Vagelhaus (Alfred, Rosalinde, Frank)

ACT TWO
12 – Ein Souper heut uns winkt (Chor, Adele, Ida, Orlofsky, Falke, Ivan, Eisenstein)
13 – Ich lade gern mir Gäste ein (Adele, Ida, Orlofsky, Falke, Eisenstein)
14 – Ach, meine Herr’n und Damen (Chor, Adele, Orlofsky, Falke, Eisenstein)
15 – Mein Herr Marquis (Chor, Adele, Ida, Orlofsky, Falke, Ivan, Eisenstein, Frank, Rosalinde)
16 – Dieser Anstand, so manierlich (Adele, Ida, Orlofsky, Eisenstein, Frank, Rosalinde)
17 – Klänge der Heimat (Orlofsky, Falke, Ivan, Eisenstein, Rosalinde, Chor)
18 – Im Feuerstrom der Reben (Orlofsky, Eisenstein, Adele, Chor)
19 – Herr Chavalier, ich GrüBe Sie! (Orlofsky, Falke, Adele, Eisenstein, Rosalinde, Chor, Frank)
20 – Brüderlein un Schwesterlein (Orlofsky, Falke, Adele, Eisenstein, Rosalinde, Chor, Frank, Ida)
21 – Polka, Unter Donner und Blitz op.324
22 – Genung damit, genung (Orlofsky, Falke, Adele, Eisenstein, Rosalinde, Chor, Frank, Ida)

ACT THREE
23 – entr’acte
24 – Die Nacht im Gefängnis (Frosch, Alfred)
25 – Frank versucht die ersten (Frank, Frosch, Adele, Ida)
26 – Spiel’ ich die Unschuld vom Lande (Adele, Ida, Frank, Frosch)
27 – Eisenstein und Frankl haben einige Mühe (Eisenstein, Frank, Frosch, Blind, Alfred)
28 – Ich stehevoll Zagen (Rosalinde, Alfred, Eisenstein, Frosch, Frank, Adele, Ida)
29 – O Fledermaus, o Fledermaus (Rosalinde, Alfred, Eisenstein, Falke, Frank, Adele, Ida, Orlofsky, Chor)

Gabriel von Eisenstein – Eberhard Wächter
Rosalinde – Pamela Coburn
Frank – Benno Kusche
Prinz Orlofsky – Brigitte Fassbaender
Alfred – Josef Hopferwieser
Dr. Falke – Wolfgang Brendel
Dr. Blind – Ferry Gruber
Adele – Janet Perry
Frosch – Franz Muxeneder
Ivan – Ivan Unger
Ida – Irene Steinbeisser

Bavarian State Opera Chorus
Gravado ao vivo no Bavarian State Orchestra, 1987
Conductor: Carlos Kleiber

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Johann Strauss, o rei da valsa.
Johann Strauss, o rei da valsa.

AMMIRATORE

Sofia Gubaidulina (1931): A Paixão Segundo São João

Sofia Gubaidulina (1931): A Paixão Segundo São João

MI0001050182Ainda não conhecia esta gravação da compositora russa Sofia Gubaidulina. Assustei-me com os badalos iniciais de sinos revoltos. Toda a trascendentalidade do Evangelho segundo São João torna-se num áspero e místico grito pela revelação da alma humana. Existe uma espiritualidade latente nas composições de Gubaidulina, o que torna suas obras em confissões abstratas de fé. A compositora é praticante do cristianismo ortodoxo dos russos. Dos livros evangélicos, João é aquele que revela um Cristo místico, semelhante ao Pai em conteúdo, infinitude e substância. Faço duas menções a este fato: (1) Aquela em que o evangelista diz que “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus”; e (2) aquela passagem na qual Cristo debate com os fariseus, religiosos ortodoxos do antigo Judaísmo, e afirma: “Antes que Abraão existisse EU SOU”. Tal afirmação abriga implicações filosóficas e teológicas. Gubaidulina consegue, por meio de sua religiosidade, transpor com uma linguagem muito própria, os aspectos mais profundos do evangelho segundo João. Sendo muito mística, a compositora busca fazer uma confissão entre ela e o Absoluto. A sua música é o símbolo, a ponte, que viabiliza a ligação. Não deixe de ouvir esta impressionante gravação. Boa apreciação!

Sofia Gubaidulina (1931): A Paixão Segundo São João

DISCO 1

01 – The Word
02 – The Washing of Feet
03 – The Commandment of Faith
04 – The Commandment of Love
05 – Hope
06 – Liturgy in Heaven
07 – Betrayal, Denial, Flagellation, Condemnation

DISCO 2

01 – The Way to Golgotha
02 – A Woman Clothed with the Sun
03 – Entombment
04 – The Seven Bowls of Wrath

Orchestra de Mariinky-Theatre St. Petersburg
Valery Gergiev, regente
Natalia Korneva, soprano
Viktor Lutsiuk, tenor
Fedor Mozhalev, barítono
Genady Bezzubenkov, baixo

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Sofia Gubaidulina
Sofia Gubaidulina

Carlinus

Igor Stravinsky (1882-1871): Petrushka (Danon) / A Sagração da Primavera (Leibowitz)

Igor Stravinsky (1882-1871): Petrushka (Danon) / A Sagração da Primavera (Leibowitz)

R-7345961-1446831770-5834.jpegResolvi quebrar o gelo duplamente – postar algo depois de tanto tempo e compartilhar minha mais nova aquisição stravinskyana, pois eu, especificamente, jamais tinha disponibilizado aqui no blog um álbum só com obras de Igor Stravinsky.

Estava louco atrás desse cd e finalmente consegui por as mãos nele. Não, não se trata de novos arranjos para as obras do meu amado tio. Optei por colocar os nomes dos regentes ao lado das devidas obras no título da postagem, para diferenciar das outras.

Depois de ouvir as gravações de René Leibowitz para algumas obras de Mussorgsky, fiquei fascinado e andei feito desesperado procurando por gravações do regente francês, principalmente, por causa de suas impactantes interpretações.  Aliado a isso, temos o selo Chesky que é conhecido pela excelente qualidade de áudio. Diante desse quadro, talvez eu tenha superestimado a presente gravação da Sagração da Primavera, mas ainda que não tenha me agradado completamente, trata-se de um registro respeitável e vale muito a pena conferir.

Não esperava muita coisa da interpretação de Petrouchka por Oscar Danon, até porque eu nunca tinha ouvido falar no cara, porém, a gravação não deixou nada a desejar. É excelente! Baixe sem medo e aproveite, pois não se trata de um registro que se encontra em qualquer esquina, sendo talvez o único link para tal álbum em toda Internet.

Uma ótima audição!

.oOo.

Stravinsky – Petrushka & The Rite of Spring

Petrushka “Burlesque Scenes in four tableaux”

Tableau I: The Shrove-tide Fair
01 Beginning (0:54)
02 The Crowds (4:23)
03 The Charlatan’s Booth (2:00)
04 Russian Dance (2:47)

05 Tableau II: Petrushka’s Room (4:17)

Tableau III: The Moor’s Room
06 Beginning (2:38)
07 Dance of the Ballerina (0:43)
08 Waltz (Ballerina and the Moor) (2:53)

Tableau IV: The Shrove-tide Fair (near evening)
09 Beginning (1:09)
10 Dance of the Nursemaids (2:38)
11 Dance of the Peasant and Bear (1:43)
12 Dance of the Gyspy Girls (0:54)
13 Dance of the Coachmen and Grooms (2:01)
14 The Masqueraders (2:16)
15 The Conclusion (Petrushka’s Death) (2:51)

Royal Philharmonic Orchestra
Oscar Danon

The Rite Of Spring “Pictures of Pagan Russia”

Part I: The Adoration of the Earth
16 Introduction (3:46)
17 Dances of the Young Girls (3:05)
18 Mock abduction (1:34)
19 Spring Round Dances (4:04)
20 Games of the Rival Tribes (2:06)
21 Procession of the Wise Elder (0:44)
22 Adoration of the Earth (The Wise Elder) (0:26)
23 Dance of the Earth (1:09)

Part II: The Sacrifice
24 Introduction (5:08)
25 Mystical Circles of the Young Girls (2:48)
26 Glorification of the Chosen Victim (1:34)
27 Summoning of the Ancients (0:44)
28 Ritual of Ancients (3:38)
29 Sacrificial Dance (The Chosen Victim) (4:45)

London Festival Orchestra
René Leibowitz

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Stravão rindo de tudo.
Stravão rindo de tudo.

Marcelo Stravinsky

Joseph Haydn (1732- 1809) Concerto para Oboé, Trompete e Cravo (Pinnock)

Joseph Haydn (1732- 1809) Concerto para Oboé, Trompete e Cravo (Pinnock)

Um baita CD. Com toda a certeza um dos meus preferidos. Haydn foi muito ousado ao compor o concerto para trompete, já que o concerto foi composto para inaugurar o trompete de válvulas. Neste concerto, o trompete pode aparecer meio áspero, mas isso é porque o músico está usando instrumento de época.

Percebam também que os trinados característicos da época são feitos diretamente na embocadura, ou seja, a nota não se altera, a frequência dela é que se altera. Isso para nós é inconcebível. Vale lembrar também que a flauta que se usa na orquestração também é de época. A maioria das passagens é feita por flauta, logo dá-nos a impressão de quebra. Já que o trompete parece áspero e a flauta tem um som super doce. O contraste é maravilhoso aos ouvidos de cada um.

O concerto para cravo nem precisa dizer, é super famoso. Mas Pinnock é um mestre.

Eu nunca ouvi esse primeiro movimento tão brilhante. Tão Allegro.

É isso, boa audição.

Joseph Haydn – Concerto for Oboe, Concerto for Trumpet and Concerto for Harpsichord – The English Concert – Trevor Pinnock

Concerto for Oboe and Orchestra in C major
I. Allegro spirituoso
II. Andante
III. Rondo: Allegretto
Paul Goodwin, oboe

Concerto for Trumpet and Orchestra in E flat major
I. Vivace
II. Un poco Adagio
III. Finale: Allegro
Mark Bennet, keyed trumpet

Concerto for Harpsichord and Orchestra in D major
I. Allegro
II. Andante
III. Rondo all’Ungarese: Allegro assai
Trevor Pinnock, harpsichord

Paul Goodwin, oboe
Mark Bennett, trumpet
Trevor Pinnock, harpsichord

English Concert
Trevor Pinnock

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Escreve, Haydn, escreve pra nós
Escreve, Haydn, escreve pra nós

Gabriel Clarinet

Antônio Carlos Gomes (1836-1896): Il Guarany

Antônio Carlos Gomes (1836-1896): Il Guarany

Il Guarani 01‘Il Guarani” não é apenas a mais conhecida e apreciada ópera brasileira, mas também uma das poucas óperas latino-americana que de quando em vez é representada nos teatros europeus. Antônio Carlos Gomes nasceu a 11 de julho de 1836, em Campinas, então Vila de São Carlos, no Estado de São Paulo. Morreu a 16 de setembro de 1896 em Belém do Pará. Em 1864, com uma bolsa de estudos oferecida pelo Imperador Dom Pedro II, segue para Milão, Itália, onde vai estudar com o maestro Lauro Rossi. Sua obra-prima, “Il Guarani”, foi a primeira produção na Itália. Com libreto de Antonio Scalvini, vem diretamente do famoso romance homónimo de José de Alencar (1829 – 1877). A estreia de “Il Guarany” ocorreu a 19 de março de 1870 no Teatro Scala de Milão, e foi um triunfo. O compositor recebeu a Ordem da Coroa do Rei Vítor Manuel, e a Casa Lucca comprou a partitura, no mesmo dia da estreia, por três mil liras (um dinheirão na época). A estreia nacional da Ópera ocorreu no Teatro Lírico Provisório do Rio de Janeiro a 2 de dezembro de 1870, no dia do 45.° aniversário do Imperador Dom Pedro II, que prestigiou o acontecimento, e concedeu, após o triunfo, a Ordem da Rosa a Carlos Gomes.

Na classificação do autor, “O Guarani” se intitula ópera-baile. O libreto de Antonio Scalvini possui a seguinte advertência inicial: “Este drama foi baseado no estupendo romance de mesmo título do célebre escritor brasileiro José de Alencar. Os nomes guaranis e aimorés são os de duas das tantas tribos indígenas que ocupavam as várias partes do território brasileiro antes que os portugueses introduzissem ali a civilização europeia. Segundo o autor do romance, Peri era o chefe dos guaranis. Esta tribo tinha índole mais dócil do que as outras, ao contrário dos Aimorés, que sempre foram os mais implacáveis inimigos dos brancos. Dom Antônio de Mariz, personagem histórico e não fictício, foi um dos primeiros que governaram o lugar em nome do Rei de Portugal, e que tombou vítima dos conflitos com os nativos”.

Nas duas estreias (europeia e brasileira), a ópera ainda não tinha sua famosa “Protofonia”, só escrita em 1871, e que era substituída por um simples Prelúdio. A belíssima página aproveita temas folclóricos, como “Eu fui no Tororó”, repetido, depois, na ópera, de maneira e tratamento magistrais. Na “Protofonia” há a síntese dos principais motivos.

Nesta gravação reedição (compilada de quatro noites de performance ao vivo em 1994), o dueto “Sento una forza indomita” surge de forma atraente nas mãos de Placido Domingo (1941) e Veronica Villaroel e termina em aplausos explosivos e arrebatadores do público. Mas o verdadeiro prazer da platéia vai para a heroína – C’era una volta un principe; Gentile di cuore. A gravação é boa para uma apresentação ao vivo – e tosses e solavancos foram poucos ou principalmente editados. Todos os cantores parecem fazer bem os papéis, nada de extraordinário e Villaroel é a estrela do show e não Plácido Domingo. Il Guarany é o trabalho mais importante de Carlos Gomes e é bom vê-lo gravado por um elenco de primeira linha em um selo internacional.

Nesta gravação da Sony, o barítono Carlos Alvarez (como Gonzales) dá um excelente desempenho no segundo ato com “Senza tetto, sensa cuna” (Sem abrigo, sem refúgio) (ver Faixa 9 a partir de 1:22 minutos). Além disso, eu gostei do primeiro ato dueto Pery / Cecilia (Plácido Domingo / Verónica Villaroel) que é dramático, bem como encantador: “Sento una forza indomita” (Eu sinto uma força irresistível) (ver Faixa 5 a partir de 1:58 minutos). A soprano Verónica Villaroel é muito boa em: “Gentile di cuore” ( Tender-hearted) (ver Faixa 3 a partir de 6:39 minutos), e “C’era una volta un principe” (Houve uma vez um príncipe) (ver Faixa 10 a partir de 3:50 minutos). A qualidade dramática e voz poderosa de Plácido Domingo é evidente no segundo ato na ária de Pery: “Vanto oi pur superba cuna” (eu sou de alto nascimento).

Enquanto a história, essa se passa no Brasil do século XVI (sobre o amor da nobre Cecília portuguesa e do nobre nativo Pery) no litoral do Rio de Janeiro, onde os índios aimorés e guaranis estão em guerra. Cecília, filha de Dom Antônio de Mariz, velho fidalgo português e chefe dos caçadores de uma colônia lusitana, está comprometida a casar-se com Dom Álvaro, um aventureiro português, que por sua vez, está prometido a uma índia aimoré. Mas Cecília apaixona-se pelo índio Peri, líder da tribo guarani, que por corresponder ao amor da menina, resolve apoiar os caçadores em sua luta contra os aimorés. Gonzales, outro aventureiro português, hóspede de Dom Antônio, planeja trair os companheiros, sequestrando Cecília, mas Peri descobre o plano e impede a tentativa. Pouco depois, Peri é aprisionado pelos guerreiros.

Ciente do amor entre Peri e Cecília, o cacique resolve sacrificá-los. Com a repentina chegado do velho Dom Antônio e seus companheiros, tudo se acalma, mas uma nova traição de Gonzales faz com que Dom Antônio e Cecília sejam encarcerados em seu próprio castelo. Peri vai em busca da amada, pois sabe que D. Antônio pretende matar-se e levá-la consigo. Peri implora para salvar Cecília e o pai dela, emocionado com o amor entre os dois, batiza Peri, tornando-o cristão. Cecília e Peri fogem e, ao longe, vêem a explosão do castelo com D. Antônio, que sacrificou a vida para salvar a da filha, ao lado dos inimigos.

Sob o ponto de vista romântico, portanto, “O Guarani” narra uma história de amor, os dois quase adolescentes – Cecília tem 16 anos e Peri, 18 -, é a descoberta do amor de forma pura, que começa com a amizade e se desenvolve de forma arrebatadora, transpondo as diferenças étnicas e culturais do casal. A ópera evidencia a vida difícil dos primeiros colonizadores portugueses em terras brasileiras e relata, através da personagem Cecília, o vertiginoso processo de amadurecimento que os jovens estrangeiros eram obrigados a enfrentar. Cecília, que no primeiro ato mostra-se uma adolescente frágil, amadurece durante o espetáculo. Convivendo com perdas, medos, insegurança, transforma-se numa mulher forte, capaz de tomar decisões difíceis e disposta a enfrentar qualquer dificuldade. Seu desenvolvimento é proposto claramente pelo compositor também no amadurecimento musical das peças cantadas pela personagem.

Há pouco no material musical que sugere a nacionalidade do compositor. O estilo é mais ou menos italiano e a obra soa em grande medida como Verdi no período intermediário. Ainda assim, embora não seja uma obra-prima, ela contém alguns números agitados e melodias poderosas (contendo, em particular, uma série de duetos memoráveis), e é bem construída e espetacularmente marcada. Em suma, não há como duvidar do nível de inspiração de Carlos Gomes, e no geral é uma ópera muito satisfatória que pode ser recomendada aos amantes de Verdi até com algum entusiasmo. Aliás tem uma lenda que conta que o grande Verdi já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes: “Questo giovane comincia dove finisco io!” (“Este jovem começa de onde eu termino!”). Mostra o quanto acreditava no seu potencial como compositor.

O Regente John Neschling nasceu no Rio de Janeiro, em 1947. Sobrinho-neto do compositor Arnold Schoenberg e do maestro Arthur Bodanzky, muito cedo começou a estudar piano e seguiu a vocação para regência com Hans Swarowsky, em Viena, e com Leonard Bernstein, em Tanglewood. Na minha modesta opinião um grande maestro (apesar da política sempre estragar tudo, mas isso não vem ao caso agora).
Escrever sobre o Sr. José Plácido Domingo Embil é fácil, ele é o tenor que mais representou papéis na história, são mais de 135 personagens operísticos, o cara é fodástico. Imagina decorar 135 óperas em italiano, alemão, inglês, francês, espanhol…. etc. Participou com protagonista em filmes como do diretor Franco Zefirelli (Otello, Cavalleria Rusticana e Pagliacci). Carismático, um artista verdadeiro.

O libreto em “pdf” e a história “passo a passo” com fotos do encarte original da Sony está junto no arquivo de dawnload com as faixas, extraído do livro “As mais Famosas Óperas”, Milton Cross (Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera). Editora Tecnoprint Ltda., 1983.

Pessoal, abrem-se as cortinas e deliciem-se com a bonita música de Carlos Gomes !

Disc: 1
1. Il Guarany: Sinfonia
2. Il Guarany: Act One: Scorre Il Cacciator (Coro, Gonazles, Alvaro, Ruy, Alonso)
3. Il Guarany: Act One: L’iadalalgo Vien -‘Gentile di cuore’ (Ruy, Alonso, Coro, Alvaro ,Gonzales, Antonio, Pery,Cecilia)
4. Il Guarany: Act One: ‘Cecilia, esulta. Reso ai nostri lari’ – ‘Salve, possente Vergine’ (Antonio, Cecilia, Alvaro, Gonzales, Ruy, Alonso, Coro, Pery)
5. Il Guarany: Scena E Duetta ‘Perry!’ – ‘Che brami?’ – ‘Sneto una forza indomita’ (Cecilia, Pery)
6. Il Guarany: Act Two: ‘Son Giunto In Tempo!’ – ‘Vanto Io Pur Superba Cuna’ – (Pery)
7. Il Guarany: Act Two: ‘Ecco la grotta del convegno’ – ‘Serpe vil’ (Gonzales, Alfonso, Ruy, Pery)
8. Il Guarany: Act Two: ‘Udiste?’ – ‘L’oro e un ente si giocondo’ (Alonso, Ruy, Coro)
9. Il Guarany: Act Two: ‘Ebben, miei fidi’ – ‘Senza tetto, senza cuna’ (Gonzales, Ruy, Alonso, Coro)
10. Il Guarany: Act Two: ‘Oh, come e bello il ciel!’ – ‘C’era una volta un principe’ (Cecilia)

Disc: 2
1. Il Guarny: Act Two: ‘Tutto e silenzio’ – ‘Donna, tu foresel’unica’ (Gonzales, Cecilia, Coro, Alvaro)
2. Il Guarny: Act Two: ‘Miei fedeli’ – ‘Vedi quel volto livido’ (Gonzales, Alvaro, Antonio, Pery, Cecilia, Coro, Ruy, Alonso, Pedro)
3. Il Guarny: Act Three: ‘Aspra, crudel, terribil’ (Coro)
4. Il Guarny: Act Three: ‘Canto di guerra’ – ‘Giovinetta, nello sguardo’ (Cacico, Coro, Cecilia)
5. Il Guarny: Act Three: ‘Qual rumore’ – ‘Or bene, insano’ (Cacico, Coro, Cecilia, Pery)
6. Il Guarny: Act Three: ‘Tu, gentil regina’ – ‘Il passo estremo omai s’appresta’ (Cacico, Coro)
7. Il Guarny: Act Three: ‘Ebben, che fu’ – ‘Perche di meste largrime’ (Cecilia, Pery)
8. Il Guarny: Act Three: ‘Morte!’ – ‘O Dio deglil Aimore’ (Cacico, Coro)
9. Il Guarny: Act Three: ‘Che fia?’ – ‘Sorpresi siamo’ (Cacico, Coro, Cecilia, Antonio)
10. Il Guarny: Act Four: ‘Ne torna ancora?’ – ‘In quest’ora suprema’ (Coro, Alonso, Ruy, Gonzales)
11. Il Guarny: Act Four: ‘No, traditori’ – ‘Gran Dio, che tutto vedi’ (Antonio, Pery)
12. Il Guarny: Act Four: ‘ Padre!’ – ‘Con te giurai di vivere’

– Don Antonio de Mariz, velho fidalgo português, baixo – Hao Jiang Tian
– Cecília (Ceci), sua filha, soprano – Verónica Villarroel
– Pery, cacique dos guaranis, tenor – Plácido Domingo
– Dom Alvaro, aventureiro português, tenor – Marcus Haddock
– Gonzales, aventureiro espanhol, barítono – Carlos Álvares
– Ruy Bento, aventureiro espanhol, tenor – Graham Sanders
– Alonso, aventureiro espanhol, baixo – John-Paul Bogart
– O Cacique dos Aimorés, baixo ou barítono – Boris Martinovic
– Pedro, homem de armas de Don Antonio, tenor – Pieris Zarmas
– Aventureiros de diversas nacionalidades, homens e mulheres da colónia portuguesa, selvagens Aimorés

Chor und Extrachor der Oper der Stadt Bonn
Orchester der Beethovenhalle Bonn
Conductor :John Neschling

Gravado ao vivo entre os dias 5 e 14 de junho de 1994 na “Oper der Stadt Bonn” Alemanha

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 -Todos falavam de sua vasta cabeleira, apelidaram-no de “testa di leone” (cabeça de leão) !
-Todos falavam de sua vasta cabeleira, apelidaram-no de “testa di leone” (cabeça de leão) !

AMMIRATORE

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 3 em Ré menor (Sinfonia Wagner) (CD 1 de 12)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 3 em Ré menor (Sinfonia Wagner) (CD 1 de 12)

Recado de PQP: IM-PER-Dí-VEL !!! 

Costumava achar que as obras-primas dentre as Sinfonias de Bruckner estavam entre as de numero 4 a 9, mas a 3ª também é extraordinária. É música grandiosa e difícil, que vale todo o investimento cerebral que você fizer para ouvi-la. Celibidache esmerilha. Mas passemos a palavra ao Carlinus.

Passei muito tempo alimentando o intento de iniciar uma integral com as sinfonias de Anton Bruckner. A princípio a tarefa me pareceu difícil, estava com preguiça. Hoje, após ter tomado a resolução de forma intempestiva, resolvi-me pela condução de Sergiu Celibidache. E por quê? Primeiro, porque as sinfonias de Bruckner são trabalhos densos, enormes; repletas de um espírito de onipotência. Após ouvirmos Bruckner ficamos com aquela sensação de que fomos visitados por um evento ascético,  divino. Segundo, gosto da condução de Celibidache. Ainda não ouvi a caixa com os 12 CDs, mas acredito que um Bruckner denso, enorme, sendo conduzido por um Celibidache, deve resultar num casamento interessante. Então está justificado o porquê de minha escolha. Curiosamente, a caixa com 12 CDs começa pela Sinfonia No. 3, também conhecida como Sinfonia Wagner. O trabalho é do ano de 1873. Não deixe de ouvir, de apreciar este extraordinário post. Bom deleite!

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 3 em Ré menor – “Sinfonia Wagner”

01 – I. Mehr langsam. Misterioso
02 – II. Adagio, bewegt, quasi Andante
03 – III. Ziemlich schnell
04 – IV. Allegro
05 – Applaudissements

Version: 1888/89
Edition: Leopold Nowak

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente

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Celibidache: gênio, gênio, gênio, gênio
Celibidache: gênio, gênio, gênio, gênio

Carlinus

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Complete Organ Concertos

Georg Friedrich Händel (1685-1759): Complete Organ Concertos


Esses CD’s tem uma história de novela. Tudo começou quando por acaso um colega meu, via MSN, me perguntou o que eu sabia sobre Handel. Falei que era um compositor da Alemanha, que foi para a Inglaterra; renovando a música de lá, falei que ele tinha mudado seu nome…. e assim vai. Nada que uma pequena olhada na Wikipedia não resolvesse. Daí logo após essa “catequese” esse meu colega me perguntou se eu tinha algo de Handel. Respondi: Claro que tenho. Tenho o Messias, Water Music, Fireworks e…. Fiquei sem ter o que falar. Daí fui eu pesquisar e me deparei com esses 3 CD’s. Pensei: órgão era “O” instrumento da época! Logo Tico e Teco bateram um com o outro e caiu uma ficha na minha cabeça.

Depois disso em um comentário (na época eu era como um de vocês), perguntei ao mano PQP se ele gostaria que eu ”upasse” o arquivo e postasse nos comentários. Ele falou que sim e assim eu o fiz. Para a minha surpresa 4 pessoas tinham feito o Download. A minha felicidade foi tremenda ( lembrem-se, na época ainda era um de vocês ) hoje, por um motivo qualquer eu resolvi fazer essa postagem. Quem tiver aquela curiosidade mortal por Handel dá uma olhada nesse link.

Então é isso 😀

Georg Friedrich Händel (1685 – 1759) – Complete Organ Concertos – Pinnock – Simon Preston

Disc: 1
1. Organ Concerto in G minor, Op.4/1, HWV 289: Larghetto e staccato-Adagio
2. Organ Concerto in G minor, Op.4/1, HWV 289: Allegro
3. Organ Concerto in G minor, Op.4/1, HWV 289: Adagio
4. Organ Concerto in G minor, Op.4/1, HWV 289: Andante
5. Organ Concerto in B flat major, Op.4/2, HWV 290: A tempo ordinario e staccato-Adagio
6. Organ Concerto in B flat major, Op.4/2, HWV 290: Allegro
7. Organ Concerto in B flat major, Op.4/2, HWV 290: Adagio e staccato
8. Organ Concerto in B flat major, Op.4/2, HWV 290: Allegro ma non presto
9. Organ Concerto in G minor, Op.4/3, HWV 291: Adagio
10. Organ Concerto in G minor, Op.4/3, HWV 291: Allegro
11. Organ Concerto in G minor, Op.4/3, HWV 291: Adagio
12. Organ Concerto in G minor, Op.4/3, HWV 291: Gavotte (Allegro)
13. Organ Concerto in F major, Op.4/4, HWV 292: Allegro
14. Organ Concerto in F major, Op.4/4, HWV 292: Andante
15. Organ Concerto in F major, Op.4/4, HWV 292: Adagio
16. Organ Concerto in F major, Op.4/4, HWV 292: Allegro
17. Organ Concerto in F major, Op.4/5, HWV 293: Larghetto
18. Organ Concerto in F major, Op.4/5, HWV 293: Allegro
19. Organ Concerto in F major, Op.4/5, HWV 293: Alla Siciliana
20. Organ Concerto in F major, Op.4/5, HWV 293: Presto
21. Harp Concerto in B flat major, Op.4/6, HWV 294: Andante allegro
22. Harp Concerto in B flat major, Op.4/6, HWV 294: Larghetto-Adagio
23. Harp Concerto in B flat major, Op.4/6, HWV 294: Allegro moderato

Disc: 2
1. Organ Concerto in B flat, Op.7/1, HWV 306: Andante
2. Organ Concerto in B flat, Op.7/1, HWV 306: Andante-Adagio
3. Organ Concerto in B flat, Op.7/1, HWV 306: Largo e piano
4. Organ Concerto in B flat, Op.7/1, HWV 306: Allegro
5. Organ Concerto in B flat, Op.7/1, HWV 306: Organo ad libitum: Adagio in G minor (from HHA IV/17, no.22)
6. Organ Concerto in B flat, Op.7/1, HWV 306: Bourrée:Allegro
7. Organ Concerto in A major, Op.7/2, HWV 307: Ouverture
8. Organ Concerto in A major, Op.7/2, HWV 307: A tempo ordinario
9. Organ Concerto in A major, Op.7/2, HWV 307: Organo ad libitum: Adagio (from Op. 1/3)
10. Organ Concerto in A major, Op.7/2, HWV 307: Allegro
11. Organ Concerto in B flat, Op.7/3, HWV 308: Allegro
12. Organ Concerto in B flat, Op.7/3, HWV 308: Organo ad libitum: Adagio-Fuge (Adagio from Overture to Giustino; Fugue from HWV 607 No. 3
13. Organ Concerto in B flat, Op.7/3, HWV 308: Spiritoso
14. Organ Concerto in B flat, Op.7/3, HWV 308: Menuet
15. Organ Concerto in D minor, Op. 7/4, HWV 309: Adagio
16. Organ Concerto in D minor, Op. 7/4, HWV 309: Organo ad libitum: Fuga. Larghetto (from Eternal monarch of the sky from Joseph and his
17. Organ Concerto in D minor, Op. 7/4, HWV 309: Allegro

Disc: 3
1. Organ Concerto in G minor, Op.7/5, HWV 310: Staccato ma non troppo allegro
2. Organ Concerto in G minor, Op.7/5, HWV 310: Andante larghetto e staccato
3. Organ Concerto in G minor, Op.7/5, HWV 310: Menuet
4. Organ Concerto in G minor, Op.7/5, HWV 310: Gavotte
5. Organ Concerto in B flat major, Op.7/6, HWV 311: Pomposo
6. Organ Concerto in B flat major, Op.7/6, HWV 311: Organo ad libitum: Air. Lentement (from unpublished Sinfonia in B flat major)
7. Organ Concerto in B flat major, Op.7/6, HWV 311: Air: A tempo ordinario
8. Organ Concerto in F major ‘Cuckoo & the Nightingale’ (No.13), HWV 295: Larghetto
9. Organ Concerto in F major ‘Cuckoo & the Nightingale’ (No.13), HWV 295: Allegro
10. Organ Concerto in F major ‘Cuckoo & the Nightingale’ (No.13), HWV 295: Larghetto
11. Organ Concerto in F major ‘Cuckoo & the Nightingale’ (No.13), HWV 295: Allegro
12. Organ Concerto in A major (No.14), HWV 296a: Largo e staccato
13. Organ Concerto in A major (No.14), HWV 296a: Organo ad libitum: Fuga. Allegro (from Op. 1/3)
14. Organ Concerto in A major (No.14), HWV 296a: Andante
15. Organ Concerto in A major (No.14), HWV 296a: Grave
16. Organ Concerto in A major (No.14), HWV 296a: Allegro
17. Organ Concerto in D minor (No.15), HWV 304: Andante
18. Organ Concerto in D minor (No.15), HWV 304: Organo ad libitum: Adagio-Fuga (Adagio from Harpsichord Suite No. 2; Fuga from O God who
19. Organ Concerto in D minor (No.15), HWV 304: Allegro

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O órgão é uma das poucas palavras da língua portuguesa que levam til e acento
O órgão é uma das poucas palavras da língua portuguesa que levam til e acento

Gabriel Clarinet
Repostado por PQP

Giacomo Puccini (1858-1924): Turandot

Giacomo Puccini (1858-1924): Turandot
Última página escrita por Puccini
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A Estréia da ópera Turandot foi realizada no Scala de Milão a 25 de abril de 1926, a ópera em três atos foi composta pelo italiano Giacomo Puccini (1858-1924), a partir do libretto de Giuseppe Adami e Renato Simoni, baseada na peça de teatro homonima, datada de 1762, e de autoria de Carlo Gozzi. A ópera permaneceu inacabada até à data da morte de Puccini que, embora tivesse trabalhado nela com grande rapidez e entusiasmo, se deteve perante dificuldades no dueto final entre a princesa e o seu pretendente. Tendo à sua disposição quatro versões do libretto , acabou por falecer em 1924, deixando apenas esboços brevíssimos da ária. Com a sua morte, Toscanini sugeriu que o jovem e promissor compositor Franco Alfano talvez devesse completar a música do dueto. Não obstante, o maestro Toscanini ficou tão desapontado com o resultado que, na estreia, terminou a atuação no ponto em que Puccini a tinha deixado (cena d amorte de Liú). Voltou-se para a plateia, e anunciou que naquele ponto o compositor depôs a pena. Mesmo assim, procedendo a várias revisões na música de Alfano, baseada nas notas de Puccini, o maestro apresentou uma versão, que passou a ser aceita como definitiva. Em sua técnica geral de composição e complicada estrutura harmonica, “Turandot” revela um avanço sobre as óperas anteriores de Puccini. As altamente flexíveis formas de linguagem musical delineiam a ação com máxima eficiência, e há a soberba fusão de música e drama. Tudo isso provoca uma opulenta melodia pucciniana que faz de “Turandot” uma das mais belas partituras na literatura da ópera.

Em linhas gerais a história é a seguinte: Na China antiga, numa praça de Pequim, o povo aguarda a execução do príncipe da Pérsia, o último a tentar conquistar a fria e distante princesa Turandot. Para o conseguir há que ultrapassar uma prova que consiste na resolução de três enigmas. Na confusão, um velho, Timur, cai ao chão e é ajudado por uma jovem escreva Liù. Calaf ajuda-o e reconhece nele o seu pai, o rei Tártaro deposto. Liù está secretamente apaixonada por Calaf. A execução do príncipe da Pérsia consuma-se e Calaf fica encantado com a beleza de Turandot e, contrariando os conselhos de Timur de Liù e dos três ministros imperiais, Ping, Pang e Pong, decide tocar o gongo, anunciando a intenção de se sujeitar à prova. Turandot surge altiva e diz que a sua castidade e crueldade se destinam a vingar o sofrimento de uma antiga princesa. Mas Calaf soluciona os três enigmas e Turandot, desesperada, pede que a libertem da sua obrigação. Calaf diz-lhe que, se ela descobrir o seu nome até ao amanhecer, ele morrerá. Ninguém dorme em Pequim e Turandot tenta desesperadamente saber o nome. Liù diz-lhe que só ela o sabe mas não o dirá. Turandot pergunta donde lhe vem tanta força e Liù diz-lhe que é do amor que tem por Calaf. Liù apunhala-se mortalmente, impressionando todos. Calaf beija Turandot e revela-lhe o seu nome. Perante a população e o imperador, Turandot anuncia que sabe o nome do estrangeiro, seu nome é Amor. Abraçam-se e acabam felizes. No entanto, não se pode deixar de sentir que falta algo na história como por exemplo um sentimento de remorso por parte deTurandot. Calaf não acaba com a garota errada ? Ele não deveria ter ficado feliz com a amorosa Liù ? Sim, Turandot, no final, parece ter uma mudança de coração, mas esta princesa assassina e de coração frio é realmente redimível ? Enredo doido…. sei lá…. vamos ao que interessa, a extraordinária música de Puccini . Estou colocando para apreciação três interpretações duas completas e uma com trechos selecionados.

Os tês meninos: Comparar o incomparável, não dá…. nem me atrevo a escrever comparações do Pava, Giuseppe e Fernandi… esquece.

As Três meninas :Caricas, difícil também, mas lá vai: Callas é o personagem mais aberto, corajoso que está cobrindo insegurança e medo, enquanto Caballe tem um lado místico que eu não ouvi em nenhuma outra interpretação, Nilsson parece “feita” para o papel.. Em uma palavra, essas senhoras são “geniais” em vez de simplesmente atléticas. Se você quer ouvir “Turandot” como drama musical, cantado com musicalidade e imaginação impecáveis, ouça Callas ou Caballe. Se você quiser notas altas e firmes, ouça Nilsson. E gostaria de lembrar ao pessoal do blog que o primeiro Turandot, Rosa Raisa, escolhido pelo próprio Puccini, não era uma soprano wagneriana de aço. Mas, ao contrário, uma apaixonada atriz cantora italianizada com uma voz fascinante e imperfeita. Soa como Callas, hein? Para mim essas três interpretações, que são abordagens muito diferentes, mas todas poderosas e igualmente válidas, mostram o verdadeiro espírio da obra. Sem medo de errar elas fariam Puccinni ficar felizão da vida ao ouvi-las.

O Libretto e a história “passo a passo” estão juntos no arquivo de download, extraído de um livro que me acompanha desde 1984 (faz tempo…. amarelinho o coitado) .“As mais Famosas Óperas”, Milton Cross (Mestre de Cerimônias do Metropolitan Opera). Editora Tecnoprint Ltda., 1983.

Assim, em poucas palavras, cada regente e cada intérprete fornece um pano de fundo quase perfeito para suas concepções, respectivamente, muito diferentes.

Pessoal, abrem-se as cortinas e deleitem-se com a extraordinária música de Puccini !!

CD CaballeMontserrat Caballé,Luciano Pavarotti, Leona Mitchell, regência de Riccardo Chailly. Gravação ao vivo feita em San Francisco no dia 4 de novembro de 1977. Com o maestro Riccardo Chailly (1953), estréia de Montserrat Caballé (1933) como Turandot, Luciano Pavarotti (1935 – 2007) como Calaf, e Leona Mitchell (1949) como Liù. Foi uma performance extraordinária, Pavarotti (então com 42 anos) e Caballe, ambos no auge , e Chailly, aos 24 anos, em sua primeira aparição importante. Como bônus temos uma entrevista de Caballe e Pavarotti, discutindo suas carreiras, suas famílias, e contando as dicas e conselhos de Maria Callas sobre os papéis para Arthur Kaplan depois deste concerto. Esta versão interessante do Turandot é digna de várias observações. Ouvir Montserrat Caballe se afastar de seus dons essencialmente romanticos para ensaiar o papel de Turandot é incomum por si só. O fato de ela se absorver com uma inteligência primorosa a profundidade de sua interpretação, se não surpreendente, é gratificante. Magnífico canto de Leona Mitchell. Encantadora, inspira-se em cantar Liu com os lendários Pavarotti e Caballe. Bom, Pavarotti traz sempre uma luz com ele, dispensa cometários. Chailly aproveita ao máximo os recursos artísticos da modesta da Orquestra de Ópera de São Francisco, o coro canta esplendidamente. Caballe e Pavarotti, que dupla, nos faz sentir uma sede difícil de saciar ! Repetidas escutas trazem imensa alegria ! Do caraglio esta gravação ao vivo !

Giacomo Puccini (1858-1924)
Turandot (2 CDs)
CD1 Atto1 01 Popolo di Pechino
CD1 Atto1 02 Indietro cani
CD1 Atto1 03 Padre Mio Padre
CD1 Atto1 04 Gira la cote
CD1 Atto1 05 Perche tarda la luna
CD1 Atto1 06 La sui monti dellEst
CD1 Atto1 07 O giovanneto grazia
CD1 Atto1 08 La Grazia Principessa
CD1 Atto1 09 Figlio che fai
CD1 Atto1 10 Fermo Che Fai
CD1 Atto1 11 Silenzio ola
CD1 Atto1 12 Notta senza lumicino
CD1 Atto1 13 Signore Ascolta
CD1 Atto1 14 non Piangere Liu
CD1 Atto1 15 Ah Per ultima volta
CD1 Atto2 16 Ola Pang
CD1 Atto2 17 O China che or sussulti
CD1 Atto2 18 Ho una nellHonan
CD1 Atto2 19 O mondo pieno
CD1 Atto2 20 Addio amore
CD1 Atto2 21 Non ve in China per nostra fortuna
CD1 Atto2 22 Udite tromba
CD1 Atto2 23 Gravi enormi ed imponenti
CD1 Atto2 24 Un giuramento atroce mi constringe
CD1 Atto2 25 Diecimila anni al nostro Imperatore
CD1 Atto2 26 Popolo di Pechino
CD1 Atto2 27 In questa reggia
CD1 Atto2 28 O Principi che lugubre carovanne
CD1 Atto2 29 Straniero scolta
CD1 Atto2 30 Si Rinasce
CD1 Atto2 31 Guiezza al pari di fiamma
CD1 Atto2 32 Si Principessa
CD1 Atto2 33 Gelo che ti di foco
CD1 Atto2 34 La mia vittoria
CD1 Atto2 35 Figlio del Cielo
CD1 Atto2 36 No no Principessa altera
CD2 Atto2 01 Proposto
CD2 Atto2 02 Ai tuoi piedi ci prostriam
CD2 Atto3 03 Cosi comanda Turandot
CD2 Atto3 04 Nessun Dorma
CD2 Atto3 05 Tu che guardi le stele
CD2 Atto3 06 Straniero tu non sai
CD2 Atto3 07 Principessa divina
CD2 Atto3 08 Signor non parlero
CD2 Atto3 09 Che pose tanta forza
CD2 Atto3 10 Strappatele il segreto
CD2 Atto3 11 Tu che di gel sei cinta
CD2 Atto3 12 Liu Sorgi
CD2 Atto3 13 Liu Bonta
CD2 Atto3 14 Principessa di morte
CD2 Atto3 15 Che e mai di me
CD2 Atto3 16 La tua gloria resplandece
CD2 Atto3 17 Piu grande vittoria
CD2 Atto3 18 So il tuo nome
CD2 Atto3 19 Diecimila anni al nostro Imperatore
CD2 Atto3 20 Padre augusto
CD2 Interview Arthur Kaplan

Montsserrat Caballé – Turandot
Raymond Manton – Imperador Altoum
Giorgio Tozzi – Timur
Luciano Pavarotti – Calaf
Leona Mitchell – Liú
Dale Duesing – Ping
Remy Corazza – Pang
Josheph Frank – Pong
Aldo Bramante – Mandarim

Coro e orquestra da Opera de San Francisco, Regente Riccardo Chailly
Gravação ao vivo feita em 04 de novembro de 1977.

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CD CallasMaria Callas, Elisabeth Schwarzkopf, Eugenio Fernandi, regência Tullio Serafin
Esta é uma gravação única. O que falar de Callas (1923 – 1977)? Ela oferece uma visão bastante especializada de Turandot, é um desempenho emocionalmente envolvente da deusa dramática Callas. Serafin oferece uma leitura mais lenta, mais pesada e muito mais detalhada da extraordinária parte orquestral dessa obra Tullio Serafin (1878 – 1978) está totalmente em sincronia com a visão mais humanista dos personagens dados por seus interpretes. O Liu de Schwarzkopf (1915 – 2006) é, para mim, muito tocante (Serafin lhe dá um tremendo apoio), e Fernandi (1922 – 1991), apesar de recursos vocais muito diferentes do simpático gigante Gordinho de Módena, está bem: seu Calaf é apresentado em um nível mais humano o herói de tamanho olímpico que costumamos ouvir com Pavarotti. Callas corajosamente enfrenta muitos dos desafios vocais imponentes. Mas o que dizemos sobre aquela voz levemente trêmula e nervosa que provoca tal simpatia imediata?

Eu só posso dizer que ela tem esse neste modesto ouvinte uma tremenda admiração, seguindo-a com um libreto, eu estou continuamente surpreso com a sua capacidade de colorir palavras e frases inteiras com uma nobreza queixosa e angústia mal escondida que são totalmente emocionantes. Ela é, para mim, um desses raros e supremos artistas que de alguma forma conseguem tornar as limitações técnicas mais um ativo do que um passivo. Faz todo o sentido, portanto, que ela fizesse par com Fernandi. O maestro Tullio Serafin dá uma de suas interpretações mais individualistas e dramaticamente memoráveis. Ele nunca deixa que você esqueça que esta é uma história feia sobre pessoas bárbaras, ressaltando cada dissonância de Puccini e inspirando uma performance supremamente vívida do coro La Scala.

Giacomo Puccini (1858-1924)
Turandot (2 CDs) (Parte da coletânea de Callas que o Bisnaga postou nos idos de 2014)
CD 42
01. Popolo Di Pekino! (1º Ato)
02. Padre! Mio Padre!
03. Perduta La Battaglia
04. Gira La Cote! Gira!
05. Perche Tarda La Luna?
06. La, Sui Monti Dell’ Est
07. O Giovinetto!
08. Figlio, Che Fai?
09. Fermo! Che Fai? T’Arresta!
10. Silenzio, Ola!
11. Guardalo, Pong!
12. Non Indugiare!
13. Signore, Ascolta!
14. Non Piangere, Liu!
15. Ah! Per L’Ultima Volta!
16. Ola, Pang! Ola, Pong! (2º Ato)
17. O Cina, O Cina
18. Ho Una Casa Nell’ Honan
19. O Mondo, Pieno Di Pazzi Innamorati!
20. Addio, Amore!
21. Noi Si Sogna
22. Gravi, Enormi Ed Imponenti
23. Un Giuramento Atroce Mi Costringe
24. Diecimila Anni Ai Nostro Imperatore!
25. In Questa Reggia
26. Straniero, Ascolta! Nella Cupa Notte
27. Guizza Al Pari Di Fiamma
28. Gelo Che Ti Da Foco
29. Gloria, O Vincitore!
30. Figlio Del Cielo!
31. Tre Enigmi M’Hai Proposto!
32. Ai Tuoi Piedi Ci Prostriam

CD 43
01. Cosi Comanda Turandot (3º Ato)
02. Nessun Dorma!
03. Tu Che Guardi Le Stelle
04. Principessa Divina!
05. Quel Nome!
06. L’Amore? …Tanto Amore, Segreto E Inconfessato
07. Tu, Che Di Gel Sei Cinta
08. Li?…Bonta!
09. Principessa Di Morte!
10. Che e Mai Di Me? Perduta!
11. Del Primo Pianto, Si…La Mia Gloria e Il Tuo Amplesso!
12. Diecimila Anni Al Nostro Imperatore!

Maria Callas – Turandot
Giuseppe Nessi – Imperador Altoum
Nicola Zaccaria – Timur
Eugenio Fernandi – Calaf
Elisabeth Schwarzkopf – Liú
Mario Borriello – Ping
Renato Ercolani – Pang
Piero de Palma – Pong
Giulio Mauri – Mandarim

Coro e Orquestra del Teatro ala Scala di Milano, regente Tullio Serafin.
Julho de 1957

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CD NilssonBirgit Nilsson,Giuseppe di Stefano,Leontyne Price regência de Francesco Molinari Pradelli.
Apresentação ao vivo de Birgit Nilsson (1918 – 2005) em Viena no dia 22 de junho de 1961, com Giuseppe di Stefano (1921 – 2008) como Calaf e Leontyne Price (1927) no papel de Liù, sob a batuta de Francesco Molinari Pradelli (1911-2006). Faixas Bonus.

Birgit Nilsson era lendária como a princesa cruel Turandot. Ela cantou este papel mais de 300 vezes ao longo de sua carreira e por quinze a vinte anos ela quase deteve o monopólio do papel nas casas de ópera do mundo. Birgit cantou Turandot pela primeira vez em 1957 na Royal Swedish Opera em Estocolmo. No final dos anos 70, Birgit alcançou o recorde mundial em relação ao número de apresentações do Turandot.

Em 7 de dezembro de 1958 foi a primeira apresentação de Birgit Nilsson como Turandot no La Scala, em Milão. Foi durante uma noite de gala em comemoração à 370ª temporada do teatro. Ela foi a primeira cantora estrangeira a abrir uma temporada naquela casa de ópera italiana, e a própria Birgit sentiu que era um dos eventos mais importantes de sua vida.

Assim como Serafin é ideal para uma visão mais perspicaz e íntima dos personagens da ópera, o retrato mais exuberante de Molinari-Pradelli está perfeitamente de acordo oferecida por suas estrelas. Nilsson pode ser uma caracterização mais suave do que a de Callas – mas ela certamente é mais uma “princesa do gelo”, com muito vigor vocal. Da mesma forma que Steffano está de tirar o fôlego seu Calaf é uma figura eloquente. Liù soa meiga e apaixonada na voz de Leontyne Price.

Giacomo Puccini (1858-1924)
Turandot (Faixas Bonus)

2-22 Signore escolta
2-23 Non piangere Liu
2-24 Ah Per La ultima volta
2-25 Nessun Dorma
2-26 Principessa divina
2-27 Signor non parlero
2-28 Che poso tanta forza nel tuo cuore
2-29 Strappatele il segreto
2-30 Tu che di gel sei cinta
2-31 Liu Sorgi

Birgit Nilsson – Turandot
Peter Klein – Imperador Altoum
Nicola Zaccaria – Timur
Giuseppe di Stefano – Calaf
Leontyne Price – Liú
Kostas Paskalis – Ping
Ermanno Lorenzi – Pang
Murray Dickie – Pong
Alois Pernerstorfer – Mandarim

Coro e orquestra da Opera de Vienna, Regente Francesco Molinari´Pradelli
Gravação ao vivo feita em Viena em 22 de junho de 1961.

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- Pois é Puccini, sua genialidade mais o talento da rapaziada acima são de cair o queixo !
– Pois é Puccini, sua genialidade somada ao talento da rapaziada acima são de cair o queixo !

AMMIRATORE

Richard Wagner (1813-1883): Complete Piano Works, Dario Bonuccelli (1985) piano

Richard Wagner (1813-1883): Complete Piano Works, Dario Bonuccelli (1985)  piano

Capa Wagner Álbum duplo lançado no ano de 2013 em comemoração ao bicentenário do nascimento de Richard Wagner. Mostra um lado do compositor que raramente é ouvido, a obra piano solo.

Wagner é um gigante nos dramas de música que influenciaram a muitos compositores do século XX .

Na presente gravação das obras completas para piano, basicamente o jovem Wagner colocou seu “bonezinho” de Beethoven em suas sonatas de piano e sua fantasia, gradualmente foi desenvolvendo e revelando o seu próprio estilo, ouvidos nas pequenas danças e “folhas de álbuns”.

Esta gravação do selo Dynamic evita a ordem cronológica. É dada maior ênfase ao Wagner que conhecemos, especialmente no arranjo de abertura do Prelúdio a Tristan und Isolde, e o punhado de peças que Wagner escreveu a partir da década de 1850.

A interpretação do pianista italiano Dario Bonuccelli (1985) é limpa e focada, o jovem e competente pianista em alguns momentos poderia oferecer um pouquinho mais de envolvimento emocional, uma pimentinha talvez, melhoraria a leitura e não passaria a impressão de uma interpretação apenas mecânica. A interpretação da Fantasia é adequadamente apaixonada. Bonuccelli equalizou de forma convincente a interpretação das sonatas, são interpretações lúcidas e bonitas.

A qualidade da gravação do selo Dynamic dá a Bonuccelli presença e ressonância extraordinárias.

Richard Wagner (1813-1883): Complete Piano Works, Dario Bonuccelli (1985)  piano

01 Wagner – Tristan und Isolde WWV 90
02 Wagner – Albumblatt in E
03 Wagner – Polka in G
04 Wagner – Zuricher Vielliebchen Walzer in Eb
05 Wagner – Albumblatt in C In das Album der Furstin Metternich
06 Wagner – Albumblatt in Ab Ankunft bei den schwarzen Schwane
07 Wagner – Albumblatt in Eb
08 Wagner – Albumblatt in Eb
09 Wagner – Polonaise in D WWV 23a
10 Wagner – Polonaise in D
11 Wagner – Notenbrief fur Mathilde Wesendonck
12 Wagner – Elegie WWV 93
13 Wagner – Fantasia in F# WWV22 Op3
14 Wagner – Piano Sonata in Ab WWV85 Eine Sonate für das Album von Frau Mathilde Wesendonck
15 Wagner – Piano Sonata in Bb Allegro con brio
16 Wagner – Piano Sonata in Bb Largetto
17 Wagner – Piano Sonata in Bb Menuetto Allegro
18 Wagner – Piano Sonata in Bb Finale Allegro vivace
19 Wagner – Piano Sonata in A Grosse Sonate Allegro con moto
20 Wagner – Piano Sonata in A Grosse Sonate Adagio molto ed assai expressivo
21 Wagner – Piano Sonata in A Grosse Sonate Maestoso Fugue Tempo moderato e majestoso
22 Wagner – Piano Sonata in A Grosse Sonate Maestoso Fugue Tempo moderato e maestoso

Dario Bonuccelli – Piano

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O jovem Dario Bonuccelli ao piano
O jovem Dario Bonuccelli ao piano

AMMIRATORE

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As Criaturas de Prometeu, Op. 43 – Die Geschöpfe des Prometheus

Ludwig van Beethoven (1770-1827): As Criaturas de Prometeu, Op. 43 – Die Geschöpfe des Prometheus

Em 1800, o mestre de balé na Hoftheater Viena Salvatore Vigano pediu Beethoven a compor a música para seu novo balé sobre a astúcia de Prometeu, que roubou o fogo de Zeus e deu aos mortais. E Beethoven escreveu de forma primorosa a obra ora postada. Não deixe de ouvir esta maravilhosa peça do mestre alemão. Boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – As Criaturas de Prometeu, Op. 43 – Die Geschöpfe des Prometheus

01. Overture Adagio – Allegro molto con brio –
02. Introduction ‘La Tempesta’ Allegro non troppo

Ato I

03. Poco adagio
04. Adagio – Allegro con brio
05. Allegro vivace

Ato II

06. Maestoso – Andante
07. Adagio – Andante quasi allegretto
08. Un poco adagio – Allegro
09. Grave
10. Allegro con brio – Presto
11. Adagio – Allegro molto
12. Pastorale Allegro
13. Andante
14. Solo di Gioia Maestoso – Allegro
15. Allegro – Comodo
16. Solo della Casentini Andante – Adagio – Allegro
17. Solo di Vigan Andantino – Adagio – Allegro
18. Finale Allegretto – Allegro molto

Scottish Chamber Orchestra
Sir Charles Mackerras, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Prometeu era fortão.
Prometeu era fortão.

Carlinus

Johann Sebastian Bach (1685-1750): A Arte da Fuga, BWV 1080

Johann Sebastian Bach (1685-1750): A Arte da Fuga, BWV 1080

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Obs. de PQP, hoje: Muitos dizem que A Arte da Fuga é uma música tão abstrata e complexa que serve melhor ao leitor de sua partitura do que ao ouvinte. Eu até concordo, mas esta gravação faz música de A Arte da Fuga. E sem perder a erudição e a complexidade. Uma coisa de louco! Mas deixemos a palavra ao Carlinus.

E eis que o PQP Bach chega às 2000 postagens. Isso mesmo! 2000 postagens. (Estávamos em 2010, senhores… Hoje temos 5000). Não é brincadeira. Iria postar Shostakovich, mas acredito que não postar o grande patriarca do blog, que empresta o nome ao espaço, seria uma grande heresia, um verdadeiro sacrilégio. Por isso, resolvi postar A arte da fuga, uma daquelas peças que nos deixa boquiabertos. Esta peça é para ouvir e chorar. Simplesmente, indescritível. É como se Bach pegasse todas as suas composições e dissesse: “Em suma, a síntese de tudo aquilo que produzi está em A Arte da Fuga”. Alguns dados objetivos da peça: “A Arte da Fuga (Die Kunst der Fuge, em alemão), BWV 1080, é uma peça inacabada do compositor alemão Johann Sebastian Bach. A composição da obra provavelmente se iniciou em 1742. A primeira versão de Bach que continha 12 fugas e dois cânones foi copiada em 1745. Este manuscrito tinha um título ligeiramente diferente, acrescentado posteriormente por seu genro, Altnickol: Die Kunst der Fuga. A segunda versão da obra foi publicada depois de sua morte em 1750, contendo 14 fugas e quatro cânones. A obra demonstra o completo domínio de Bach da mais complexa forma de expressão musical da música clássica européia, conhecida como contraponto. A obra é composta de combinações engenhosas e particularmente elaboradas de temas relativamente simples desenvolvidos como composições da mais alta musicalidade. A Arte da Fuga se situa entre os pontos mais altos a que chegou a música européia devido à complexidade única de sua forma e estrutura”. Boa apreciação!

Alguns dados extraídos DAQUI

Johann Sebastian Bach (1685-1750) – A arte da Fuga, BWV 1080

DISCO 01

01. Contrapunctus 1 BWV 1080-1
02. Contrapunctus 2 BWV 1080-2
03. Contrapunctus 3 BWV 1080-3
04. Contrapunctus 4 BWV 1080-4
05. Contrapunctus 5 BWV 1080-5
06. Contrapunctus 6 a 4 in Stylo Francese BWV 1080-6
07. Contrapunctus 7 a 4 per et Diminut[ionem] BWV 1080-7
08. Contrapunctus 8 a 3 BWV 1080-8
09. Contrapunctus 9 a 4 alla Duodecima BWV 1080-9
10. Contrapunctus 10 a 4 alla Decima BWV 1080-10

DISCO 02

01. Contrapunctus 11 a 4 BWV 1080-11
02. Contrapunctus inversus a 4 BWV 1080-12.1
03. Contrapunctus inversus 12 a 4 BWV 1080-12.2
04. Contrapunctus inversus a 3 BWV 1080-13.1
05. Contrapunctus a 3 BWV 1080-13.2
06. Fuga a 3 Soggetti BWV 1080-19
07. Canon alla Ottava BWV 1080-15
08. Canon alla Decima Contrap[p]unto alla Terza BWV 1080-16
09. Canon alla Duodecima in Contrap[p]unto alla Quinta BWV 1080-17
10. Canon per Augmentationem in Contrario Motu BWV 1080-14
11. Fuga a 2 Clav. BWV 1080-18.1 [13.1bis]
12. Alio modo Fuga a 2 Clav. 1080-18.2 [13.2bis]

Sergio Vartolo & Maddalena Vartolo, cravos

BAIXE O CD1 AQUI — DOWNLOAD CD1 HERE
BAIXE O CD2 AQUI — DOWNLOAD CD2 HERE

Bach Alfabeto

Carlinus

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas

Dietrich Buxtehude (1637-1707): Cantatas

Um raio “torrou” o meu modem no último domingo. Uma chuva torrencial que caiu aqui em Brasília trouxe uma série de problemas – inclusive o meu silêncio compulsório nos últimos dois dias. Somente hoje à noite a coisa foi solucionada. A seguir, este delicioso post com a música de Buxtehude. O compositor foi um dos principais nomes a influenciar Johann Sebastian Bach. Há alguns dias li um livro em que o autor afirma que Bach se deslocava cerca de 300 quilômetros a fim de ver Buxtehude tocando. Imagine se não vale a pena ouvir a música de Dietrich! “Dietrich Buxtehude (provavelmente Bad Oldesloe, 1637 – Lübeck, 9 de maio de 1707) foi um compositor e organista teuto-dinamarquês do período barroco. Apesar de nascido provavelmente na cidade de Bad Oldesloe, na época pertencente à Dinamarca (hoje território alemão), Buxtehude era de ascendência alemã e é considerado um dos representantes mais importantes do período barroco alemão.

O pai, organista e mestre de escola em Bad Oldesloe, muda-se para Hälsingburg, na Suécia, quando Buxtehude tinha um ano. O pai, também seu único professor de música por toda a vida, ainda se mudará para Helsingor, na Dinamarca, onde morrerá em 1674. Esta havia sido a cidade na qual Buxtehude cursara a Lateinschule. Buxtehude assume a função do pai, de organista na igreja em Hälsingburg em 1658 e, em 1660 vai para Helsingor, e, posteriormente, para Lübeck, na Alemanha, onde é nomeado Werkmeister (gerente geral) e organista da Marienkirche em 11 de abril de 1668, após concorrido concurso para um dos cargos mais cobiçados do norte do país. Casa-se, em agosto desse ano, com Anna Margarethe Tunder, filha de Franz Tunder, seu antecessor nesta igreja. Esse era o costume da época, no qual o sucessor do organista da igreja deveria se casar com a filha do seu antecessor. A partir daí, e nos 40 anos seguintes, Buxtehude entraria na parte mais prolífica de sua carreira, principalmente considerando que sua obra era praticamente nula até então. Buxtehude ganha prestígio com a retomada da tradição dos Abendmusik, que eram saraus vespertinos organizados na igreja, idealizados por seu antecessor inicialmente apenas como entretenimento para os homens de negócios da cidade, previstos para ocorrerem em cinco domingos por ano, precedendo o Natal. Mas Buxtehude ampliou grandemente o escopo destes saraus e para eles compôs algumas de suas melhores obras, em forma de cantata, das quais se preservam cerca de 120 em manuscrito, com textos retirados da Bíblia, dos corais da tradição Protestante e mesmo da poesia secular. Também dedicou-se a outros gêneros, como solos para órgão (variações corais, canzonas, toccatas, prelúdios e fugas) e os concertos sacros. Todos os oratórios se perderam, mas guardam-se os registros de que existiram. Em diversas ocasiões, foi visitado por compositores promissores da época, como Haendel e Mattheson, que o procuravam principalmente quanto à sua fama de organista. De todas as visitas, a mais notável foi a de Bach, grande admirador de sua obra. Bach prorroga a estada de quatro semanas inicialmente planejadas para quatro meses. Buxtehude, a despeito da importância para a música alemã e de sua origem também alemã (a família era de Buxtehude, uma cidade a sudoeste de Hamburgo), sempre se considerou dinamarquês”.

Extraído DAQUI

Dietrich Buxtehude (1637-1707) – Cantatas

01. Canite Jesu nostro
02. Mein Herz ist bereit
03. Salve, Jesu, patris gnate unigenite
04. Motetto: Cantate Domino
05. Fürchtet euch nicht
06. Herr, wenn ich nur dich habe
07. Ich bin eine Blume zu Saron
08. In dulci jubilo

Arcadia
Margaret Pearce & Helen Gagliano, soprano
Michel Leighton Jones, baixo
Catherine Shugg, Ross Mitchel & John Quaine, violino
Ruth Wilkinson, viola da gamba
Jacqueline Ogeil, órgão e direção

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Bux véio de guerra
Bux véio de guerra

Carlinus

Philip Morris Glass (1937): Akhnaten

Philip Morris Glass (1937): Akhnaten

Um dos compositores mais influentes do final do século XX, Philip Glass descreve-se como um compositor de “música com estruturas repetitivas”.

A música composta por Philip Glass (31/01/1937 Baltimore, EUA) e o texto vocal extraído de fontes originais por Shalom Goldman. O Libretto de Philip Glass com colaboração de Shalom Goldman, Robert Israel e Richard Riddell. Akhnaten é uma ópera em três atos baseados na vida e convicções religiosas do Faraó Akhenaton (Amenhotep IV), a ópera foi escrita em 1983. Teve sua estréia mundial em 24 de março de 1984 no Staatstheater Stuttgart, Alemanha.

O texto da ópera, retirado de fontes originais, é cantado nas línguas originais (egípcio, arcadiano, hebraico e linguagem do público), vinculado com o comentário de um narrador em uma linguagem moderna, como inglês ou alemão.

Os textos egípcios do período são tirados de um poema do próprio Akhenaton do Livro dos Mortos e de extratos de decretos e cartas do período de dezessete anos do governo de Akhenaton. O Hino de Akhnaten para o Sol é cantado na língua da audiência (CD2 faixa03). Música e músicos de altíssima qualidade muito inspirados, logo no início (CD1 faixa03) temos cerca de 9 minutos ininterruptos com as batidas de tambores (incrível o ritmo perfeito e agressivo em toda a cena). Gosto muito desta ópera moderna, recomendo sem medo.

A ópera é dividida em três atos:

Ato 1: Ano 1 do reinado de Akhnaten em Tebas
Tebas, 11370aC

Prelúdio, verso 1, verso 2, verso 3
As cordas iniciam a ópera dando um clima místico. O escriba recita textos funerários das pirâmides. “Aberto são as portas duplas do horizonte, desbloqueadas estão suas trancas”.
Cena 1: Funeral do pai de Akhnaten Amenhotep III
A cena apresenta o funeral do pai de Akhenaton, Amanhotep III. Como ponto de partida do trabalho, representa o momento histórico imediatamente anterior ao “período de Amarna” ou ao reino de Akhenaton Ele retrata a sociedade em que as reformas de Akhenaton foram realizadas (reformas tão extremas que pode ser chamado de revolucionário). A ação da cena se concentra nos ritos funerários do Novo Reino da XVIII dinastia. Eles são dominados pelos sacerdotes de Ammon e aparecem como rituais de caráter extraordinariamente tradicional, derivada do livro egípcio dos mortos. A procissão do funeral entra na cena liderado por dois bateristas e seguido por um pequeno grupo de sacerdotes Ammone que era dele O tempo é precedido por Aye (pai de Nefertiti, conselheiro do faraó falecido e do futuro Faraó). Aye e um pequeno coro masculino cantam um hino funerário em egípcio. A música é basicamente uma marcha, e cresce até a intensidade de êxtase no final.
Cena 2: A Coroação de Akhnaten
Após uma longa introdução orquestral, durante a qual Akhnaten aparece, anunciada por uma trombeta solo, o Sumo Sacerdote, Aye e Horemhab cantam um texto ritual. Depois disso, o Narrador recita uma lista de títulos reais concedidos a Akhnaten, enquanto ele é coroado. Após a coroação, o coro repete o texto ritual desde o início da cena.
Cena 3: A janela
Depois de uma introdução dominada por sinos tubulares, Akhnaten canta um louvor ao Criador (em egípcio) na janela de aparições públicas. Esta é a primeira vez que ele canta, depois de já estar no palco há 20 minutos (e 40 minutos para a ópera) e o efeito de sua voz, contratenor,é surpreendente. Ele é acompanhado por Nefertiti, que na verdade canta notas mais baixas do que ele, e mais tarde pela Rainha Tye, cuja soprano sobe bem acima das vozes entrelaçadas do casal real.

Ato 2: Anos 5 a 15 em Tebas e Akhetaten
Cena 1: o templo
A cena abre com o Sumo Sacerdote e um grupo de sacerdotes cantando um hino para Amun, deus principal da velha ordem, em seu templo. A música torna-se cada vez mais dramática, já que Akhnaten, juntamente com a Rainha Tye e seus seguidores, ataca o templo. Esta cena tem apenas um canto sem palavras. As harmonias crescem muito cromáticas. O telhado do templo é removido e o sol deus que os raios de Aten invadem o templo, terminando assim o reinado de Amun e sentando os alicerces para o culto do único deus Aten.
Cena 2: Akhnaten e Nefertiti
Dois solistas introduzem um “tema do amor”. Acompanhado por um trombone solo o Narrator recita um poema parecido com a oração ao deus do sol. As cordas suavemente assumem a música, e o mesmo poema é recitado de novo, desta vez como um poema de amor de Akhnaten para Nefertiti. Então Akhnaten e Nefertiti cantam o mesmo texto um para o outro (em egípcio), como um dueto de amor íntimo. Depois de um tempo, a trombeta associada a Akhnaten se junta a eles como a voz mais alta, transformando o duo em um trio.
Cena 3: A Cidade – Dança
O Narrador fala um texto tirado das pedras da nova capital do império, Akhet-Aten (The Horizon of Aten), descrevendo a construção da cidade, com espaços grandes e cheios de luz. Depois de uma fanfarra de bronze, a conclusão da cidade é celebrada em uma dança alegre, contrastando com a música ritual e ritual com a qual este ato começou. (Na estréia de Stuttgart, a dança realmente descreveu a construção da cidade)
Cena 4: Hino
O que agora segue é um hino ao único deus Aten, uma longa ária de Akhnaten. É excelente, pois é o único texto cantado na linguagem da platéia, louvando o sol dando vida a tudo. Após a aria, um coro fora do palco canta o Salmo 104 em hebraico, datando cerca de 400 anos depois, que tem fortes semelhanças com o Hino de Akhnaten, enfatizando assim Akhnaten como o primeiro fundador de uma religião monoteísta.

Ato 3: Ano 17 e presente
Akhnaten, 1358aC
Cena 1: a família
Dois oboe d’amore interpretam o “tema do amor” do ato 2. Akhnaten, Nefertiti e suas seis filhas, cantam sem palavras em contemplação, são alheios ao que acontece fora do palácio. À medida que a música muda o Narrador lê cartas de vassalos sírios, pedindo ajuda contra seus inimigos. Como o rei não manda tropas, sua terra está sendo apreendida e saqueada por seus inimigos. A cena se concentra novamente em Akhnaten e sua família, ainda inconsciente do país se destruindo.
Cena 2: Ataque e Queda da Cidade
Horemhab, Aye e o Sumo Sacerdote de Aten começam a instigar as pessoas (coro), cantando parte das cartas do vassalo até que finalmente o palácio seja atacado, a família real morreu e a cidade do sol destruída .
Cena 3: as ruínas
A música do início da ópera retorna. O escriba recita uma inscrição no túmulo de Aye, louvando a morte do “herege” e o novo reinado dos deuses antigos. Ele então descreve a restauração do templo de Amun pelo filho de Akhnaten, Tutenkhamun. A música Prelúdio cresce e a cena se move para o atual Egito, para as ruínas de Amarna, a antiga capital Akhet-Aton. O Narrador aparece como um guia turístico moderno e fala um texto de um guia, descrevendo as ruínas. “Não resta nada desta gloriosa cidade de templos e palácios”.
Cena 4: Epílogo
Os fantasmas de Akhnaten, Nefertiti e Rainha Tye aparecem, cantando sem palavras entre as ruínas. A procissão fúnebre do início da ópera aparece no horizonte, e eles se juntam a ela.

CD1
Act I: Year 1 of Akhnaten’s Reign – Thebes
1. Prelude: Refrain, Verse 1, Verse 2 10:44
2. Prelude: Verse 3 0:40
3. Scene 1: Funeral of Amenhotep III 8:59
4. Scene 2: The Coronation of Akhnaten 17:15
5. Scene 3: The Window of Appearances 9:03

Act II: Years 5 to 15 – Thebes and Akhetaten
6. Scene 1: The Temple 12:47
7. Scene 2: Akhnaten and Nefertiti 10:10

CD2
1. Scene 3: The City 2:30
2. Scene 3: Dance 5:10
3. Scene 4: Hymn 13:35

Act III: Year 17 and the Present – Akhetaten
4. Scene 1: The Family 11:36
5. Scene 2: Attack and Fall 7:43
6. Scene 3: The Ruins 7:28
7. Scene 4: Epilogue 10:37

Akhnaten – Paul Esswood
Neferetiti – Milagro Vargas
Queen Tye – Melinda Liebermann
Horemhab – Tero Hannula
Amon High Priest – Helmut Holzapfel
Aye – Cornelius Hauptmann
Scribe – David Warrilow

The Stuttgart State Opera Orchestra & Chorus
Dennis Russel Davies – Maestro

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Philip se distraindo com suas pequenas células rítmicas
Philip se distraindo com suas pequenas células rítmicas

Ammiratore

Sergei Rachmaninoff (1873 – 1943): Concerto para piano No.3, Op.30 – Vladimir Horowitz (1903 – 1989)

Sergei Rachmaninoff (1873 – 1943): Concerto para piano No.3, Op.30 – Vladimir Horowitz (1903 – 1989)

O Terceiro Concerto para piano e orquestra de Rachmaninov, que compôs em 1909 para uma turnê de concertos nos EUA, pertence aos maiores exemplos do gênero e é um trabalho que pode figurar ao lado do melhor de Mozart, Beethoven e Brahms. É, sem dúvida, uma obra-prima do compositor. Escrita em um lugar idílico e junto com a família em Ivanovka, Rússia, Sergei Rachmaninoff, completou o concerto em 23 de Setembro de 1909. A primeira apresentação deu-se em 28 de Novembro de 1909 pelo próprio Rachmaninoff junto com a New York Symphony Society , com o maestro Walter Damrosch. Semanas depois ela foi executada sob a regência de Gustav Mahler. A peça é respeitada e até temida pelos pianistas, é um concerto famoso por sua demandas técnicas e musicais por parte do solista. O concerto leva a reputação de ser um dos mais difíceis de todo o repertório para piano. Józef Hofmann, o pianista para o qual o trabalho é dedicado, nunca a tocou publicamente, dizendo que “não era para ele”. Foi dito que após Horowitz executar a peça para Rachmaninoff em seu Steinway & Sons em 1928 (com o compositor tocando a parte orquestral num segundo piano), Rachmaninoff ficou tão impressionado que nunca mais tocou a peça em público dada a consideração pela performance do jovem pianista ucrâniano. Nesta gravação da RCA ao vivo Horowitz, Ormandy e New York Philharmonic estão numa noite inspirada, uma performance incrível. Apesar desta gravação ao vivo não estar com uma qualidade tão boa, ouvimos uma interpretação sutil e bastante pessoal. Horowitz, usa essa peça para exibir sua tremenda dinâmica de emoção. A orquestra dirigida pelo maestro húngaro Eugene Ormandy (1899 – 1985) se encaixa como uma luva, desempenho impressionante de todos os músicos. Apreciem sem moderação !

Piano Concerto No. 3
Vladimir Horowitz, piano
New York Philharmonic
Eugene Ormandy, conductor
Gravação ao vivo dia 08 de Janeiro de 1978 no Carnegie Hall.
“Horowitz Colletction” RCA 09026-61564-2

01 Allegro ma non tanto
02 Intermezzo: Adagio
03 Finale: Alla breve

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- Eugene e Vladimir são só sorrisos no palco do Carnegie Hall em 8 de janeiro de 1978 !
– Eugene e Vladimir são só sorrisos no palco do Carnegie Hall em 8 de janeiro de 1978 !

Ammiratore

Gustav Holst (1874-1934): Os Planetas, Op.32 / Percy Grainger (1882-1961): The Warriors

Gustav Holst (1874-1934): Os Planetas, Op.32 / Percy Grainger (1882-1961): The Warriors

Sou apaixonado pela suíte Os Planetas de Holst. Gosto de ouvir a sua sonoridade repleta de galáxias sonoras. A viagem sideral escrita pelo compositor inglês, faz-me conhecer os humores de cada um dos planetas do Sistema Solar: Marte com a sua força; Vênus com a sua paz e etc. “Os sete movimentos desta suíte aludem aos aspectos mitológicos e astrológicos de cada um dos planetas. O primeiro, com o título de Marte, aquele que traz a guerra, escrito no limiar da Primeira Guerra Mundial, é violento e marcial, sendo percorrido por um ritmo obstinado em 5/4. Em contraste com o primeiro, o movimento seguinte, Vênus, aquele que traz a paz, é lento, com uma música delicada e fantasiosa, pontuada por silêncios expressivos. O terceiro, Mercúrio, o mensageiro alado, é, na realidade, um Scherzo, em que predominam as sonoridades etéreas dos sopros. Júpiter, aquele que traz a alegria, é o movimento seguinte que se desenrola em atmosfera joviel em torno de uma vibrante melodia central. O quinto movimento, Saturno, aquele que traz a velhice, tem um início sombrio que desemboca numa marcha solene, executada pelos metais, para terminar serenamente. O movimento seguinte, Urano, o feiticeiro, é um novo scherzo, em que um motivo de quatro notas, introduzido pelos metais, é desenvolvido num clima de humor diabólico. O último, Netuno, o místico, desenvolve-se em pianíssimo para ir gradualmente se apagando, quando um coro duplo, sem palavras, se junta à orquestra”.

Tenho várias versões dessa obra de Holst, mas a gravação realizada por Gardiner é espetacular. Aparece no post o desconhecido compositor Percy Grainger, nascido na Austrália, mas radicado na Inglaterra. Boa viagem!

Informações extraídas DAQUI.

Gustav Holst (1874-1934) – Os Planetas, Op.32

01. Marte, Deus da Guerra
02. Vênus, Deus da Paz
03. Mercúrio, Mensageiro Alado
04. Júpiter, Deus da Alegria
05. Saturno, Deus da Velhice
06. Urano, o Mago
07. Netuno, o Místico

Percy Grainger (1882-1961) – The Warriors
08. The Warriors

Philharmonia Orchestra
Women’s Voices of the Monteverdi Choir

John Eliot Gardiner, regente

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Holst, cadê Plutão? E a Terra?
Holst, cadê Plutão? E a Terra?

Carlinus

Richard Wagner (1813-1883): Tristan und Isolde – Leonard Bernstein

Richard Wagner (1813-1883): Tristan und Isolde – Leonard Bernstein

Capa 000“Uma relação sexual contínua de cinco horas de duração”, foi como o diretor Ingmar Bergman descreveu de forma memorável Tristan und Isolde de Bernstein. A capa da caixa com os 4 CD’s da Philips mostra simbolicamente o casal enredado em um beijo eterno, sugerindo algo mais. O tratamento de Leonard Bernstein sobre a partitura parece sugerir que ele tem uma visão semelhante de entrega à partitura. Sob sua batuta, a interpretação total da obra fica em 266 minutos. A mais longa gravação desta obra, uma leitura profundamente envolvida, muito intensa. Neste trabalho, Leonard aproveita todas as oportunidades para torcer cada gota de emoção da música. A Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera responde voluntáriamente aos desejos do maestro. Afinal, este é o Tristan de Bernstein. A cumplicidade ímpar que Leonard ao conduzir a orquestra com os solistas pode ser exemplificada na grande cena de amor do segundo ato (CD3 faixa 1) quando, nas próprias palavras de Wagner, “Tristan conduz Isolde gentilmente para um banco florido”, começa introspectivo, silenciado, com a voz de Isolde misturando-se lindamente com o vento e com Tristan (2:20 min) cantando mais sensivelmente do que nunca com um tom mais arredondado. Depois, há uma compilação (2:30 min) para o clímax (2:51 min). Assim como é a próxima erupção das duas almas aos 5:15 min, e depois aos 6:00 min , logo antes do distante Einsam wachend de Brangäne , voltamos a um sussurro próximo. Vocês estarão em uma viagem de exploração que durará horas e horas (talvez dias) com muita calma, sem pressa. Às vezes, tudo se torna quase insuportavelmente lento, mas Bernstein sempre consegue manter a tensão em ebulição. O prelúdio do Ato 3 (CD3, faixa 7) é outra leitura profundamente considerada ( Wagner estava inspiradíssimo no dia ao compor… e Bernstein mais ainda na interpretação) , movendo-se sem fôlego dos acordes sombrios no início, dominados pelos baixos duplos, os violoncelos altos e depois ao solo do Pastor (corne inglês), lindamente tocado por Marie-Lise Schüpbach. A gravação é do início dos anos 80 – o encarte não dá datas ou locais, mas uma foto de 1980 mostra Bernstein junto com Behrens e Hofmann – a Philips reuniu algumas das melhores vozes de Wagner no momento para esta gravação e realmente são excelentes. A primeira voz que ouvimos, o jovem marinheiro, é Thomas Moser muito lírico. Bernd Weikl é um wagneriano notável aqui ele é um Kurwenal característico, cantando gloriosamente e, no último ato especialmente, com profundo envolvimento. Apenas ouça Bist du nun tot (CD4 faixa 3). Ele está de acordo com os melhores exponentes desse papel. Ainda mais impressionante é Hans Sotin como King Marke. “Depois de um choque profundo ao surpreender o casal de enamorados e com uma voz trêmula”, perfeito conforme as instruções de Wagner para a entrada de seu personagem, em Da kinderlos einst schwand sein Weib mais adiante em seu longo monólogo, está cheio de profunda tristeza e Sotin realmente canta toda a cena com o cuidado. Yvonne Minton, o único membro não-alemão do elenco, foi durante alguns anos uma das melhores mezzo-sopranos. Nesta gravação ela está em um território mais pesado e sua voz é bonita e segura. Poucos cantores cantaram Brangäne tão lindamente. Chegando aos dois protagonistas: Hildegard Behrens é quase ideal como Isolde: profundamente envolvida, triste, altiva, extática e com uma beleza lírica que pode deixar-nos sem fôlego na grande cena do primeiro ato com Brangäne (CD1 faixa 6) Wie lachend sie mir Lieder singen . Há um calor jovem e apaixonado em Mild und leise (CD4 faixa 8).As muitas facetas desta parte são maravilhosamente realizadas e a sensação de vulnerabilidade que ela transmite faz de Isolde uma mulher de carne e osso, não apenas um ícone.Parece haver também um relacionamento especial entre ela e Bernstein. O Tristan um papel notóriamente difícil, um desafio para qualquer tenor. Peter Hofmann já veterano e portanto com sua voz afetada por uma dureza de tom e um vibrato não tão bonito, mas ainda canta, heróicamente e musicalmente.O terceiro ato, que é o Everest real para cada tenor com as aspirações de Tristan, o encontra heróico e apaixonado, atingindo alturas trágicas (CD4 faixa 2) em 5:20 min.Em última instância, devo admitir que Hofmann me ganhou.Como Behrens, ele também cria um personagem real de Tristan. Bernstein nos oferece uma experiência inesquecível.” Tristan und Isolde é o trabalho central de toda a história da música, o centro da roda… passei a minha vida desde que a li pela primeira vez, tentando resolvê-la. É incrivelmente profética.”
– Leonard Bernstein, 1981

Em 1981, Leonard Bernstein começou a dirigir a Orquestra Sinfônica da Bavária – Bayerischer Rundfunk. Realizou um ato de cada vez, em janeiro, abril e novembro de 1981, respectivamente, “Tristan und Isolde” de Bernstein foi transmitido ao vivo e mais tarde lançado como uma gravação de áudio da Philips. Após a conclusão do projeto, Bernstein declarou: ” …minha vida está completa… Não me importa o que acontece depois disto. É a melhor coisa que já fiz.” Partilhamos com vocês a gravação remasterizada da Philips de 1993, Bernstein conduzindo a Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara.

Recomendação entusiástica !  Há …. !!! Também montei o encarte com os scans e o libreto no bom e velho português ! Deu um trabalhão mas valeu à pena !
Uma ótima audição !

CD1 01 Act 1 Prelude
CD1 02 Act 1 Westwärts Schweift Der Blick
CD1 03 Act 1 Frisch Weht Der Wind Der Heimat Zu
CD1 04 Act 1 Hab Acht, Tristan!
CD1 05 Act 1 Weh Ach Wehe! Dies Zu Dulden
CD1 06 Act 1 Wie Lachend Sie Mir Lieder Singen
CD1 07 Act 1 Auf! Auf! Ihr Frauen!
CD2 01 Act 1 Herr Tristan Trete Nah!.. Begehrt, Herrin, Was Ihr Wünscht
CD2 02 Act 1 War Morold Dir So Wert
CD2 03 Act 1 Tristan!.. Isolde! Treuloser Holder!
CD2 04 Act 2 Prelude
CD2 05 Act 2 Horst Du Sie Noch
CD2 06 Act 2 Isolde! Geliebte!.. Tristan! Geliebter!
CD3 01 Act 2 O Sink Hernieder, Nacht Der Liebe
CD3 02 Act 2 Lausch, Geliebter!
CD3 03 Act 2 So Stürben Wir
CD3 04 Act 2 Rette Dich, Tristan!
CD3 05 Act 2 Tatest Dus Wirklich
CD3 06 Act 2 O König, Das Kann Ich Dir Nicht Sagen
CD3 07 Act 3 Prelude
CD3 08 Act 3 Kurwenal! He!
CD4 01 Act 3 Wo Ich Erwacht, Weilt Ich Nicht
CD4 02 Act 3 Der Einst Ich Trotzt
CD4 03 Act 3 Bist Du Nun Tot
CD4 04 Act 3 O Wonne! Freude!
CD4 05 Act 3 O Diese Sonne!
CD4 06 Act 3 Ich Bins, Ich Bins
CD4 07 Act 3 Kurwenal! Hör!
CD4 08 Act 3 Mild Und Leise Wie Er Lächelt

Peter Hofmann (tenor) – Tristan;
Hans Sotin (bass) – König Marke;
Hildegard Behrens (soprano) – Isolde;
Bernd Weikl (baritone) – Kurwenal;
Heribert Steinbach (tenor) – Melot;
Yvonne Minton (mezzo) – Brangäne;
Heinz Zednik (tenor) – En Hirt;
Raimund Grumbach (baritone) – Ein Steuermann;
Thomas Moser (tenor) – Ein junger Seemann

Chor und Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks

Baixe Aqui – Download Here

Restaurado por Vassily em 23.5.2024.

Leonard Bernstein
Leonard Bernstein

AMMIRATORE

Anton Bruckner (1824-1896): Missa Nº 2 e Libera me, Domine / Josef Gabriel Rheinberger (1839-1901): Requiem, Op. 84

Anton Bruckner (1824-1896): Missa Nº 2 e Libera me, Domine / Josef Gabriel Rheinberger (1839-1901): Requiem, Op. 84

Hoje decidi fazer esta postagem sacra. Ainda não conhecia com propriedade duas questões concernentes a este CD: (1) nunca havia escutado esta missa de Anton Bruckner; e (2) não sabia da existência de Josef Gabriel Rheinberger, nem tão menos de seu réquiem. Não é escusado afirmar que temos um registro singular – tanto por conta dos compositores, quanto pela música que se nos apresenta. Já alimentei uma desconfiança considerável com relação a Bruckner, até que o redimi após ter ouvido as suas sinfonias. Iniciei de soslaio, mas ao chegar à Quinta Sinfonia, eu já havia arrefecido os meus mais graves juízos. A vida de Bruckner não condiz com a grandiosidade da sua obra. O compositor era um religioso; dono de uma timidez e de uma passividade impressionante. Dizem que certa vez após um intérprete ter executado a sua música, Anton beijou a mão do homem e ajoelhou-se para agradecer, numa atitude submissa. Suas composições tinham que passar por imensas revisões. Mas deixemos o homem Bruckner e nos fixemos em sua obra, que é expressiva. Essa sua missa é música para mosteiros. Para manhãs silenciosas, de reverência e contrição. O primeiro movimento (Kyrie) é de uma diafanidade embriagante. Já o Réquiem de Rheinberger é de uma beleza própria. Não é pessimista como o de Brahms, nem grandioso e eloquente como o de Mozart. Aproxima-se do réquiem de Fauré em matéria de beleza e suavidade. Em resumo: trata-se de um CD como músicas belas, para ouvir nos momentos em que o secularismo da pós-modernidade nos abandonar e nos enchermos de sentimentos sublimes; quando a vida se encher de envolvimentos augustos. Boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896)

Missa Nº 2 
1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Benedictus
6. Agnus Dei

Libera me, Domine, WAB 22
7. Libera me, Domine

Josef Gabriel Rheinberger (1839-1901)

Requiem in Es, Op. 84
8. Introitus
9. Kyrie
10. Tractus
11. Offertorium
12. Sanctus
13. Benedictus
14. Agnus Dei
15. Comunio

Kammer Chor Saarbrüken
Bläser der Kammerphilharmonie Mannheim

Georg Grün, direção

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My name is Bruckner, Anton Bruckner
My name is Bruckner, Anton Bruckner

Carlinus

The Complete Masterworks Recordings Vol. IX: Late Russian Romantics

The Complete Masterworks Recordings Vol. IX: Late Russian Romantics

Olá pessoal, sou o novato por aqui no blog, vou estrear com o post do Volume Nove da reedição Horowitz (1903-1989) da Sony contém música dos compatriotas do pianista nascido na Ucrânia: Scriabin, Rachmaninoff e Medtner. Horowitz, que aos 11 anos conheceu a Scriabin, descreveu uma vez a música do compositor como “super sensível, super romântica”. Houve inúmeros pianistas que igualaram a Scriabin de Horowitz tecnicamente, mas ninguém superou a qualidade nervosa e ofegante do pianista ucraniano. As seleções de Scriabin foram gravadas no 30th Street Studio de Columbia em 1972. O Fairy Tale In A, Op. 51 do Medtner, ouvido aqui, foi originalmente estreado no Natal de 1969. Horowitz idolatrava Rachmaninoff, e o pianista / compositor mais velho admirava Horowitz em uma espécie de tio / sobrinho. Os dois tiveram uma amizade íntima desde 1928 até a morte do compositor em 1943. Rachmaninoff freqüentemente teve um relacionamento complicado com suas próprias composições. Tal foi o caso da Segunda Sonata, que foi composta em 1913, e severamente revisada em 1931. Rachmaninoff, que nunca estava totalmente satisfeito com qualquer versão da peça, concordou e deixou a cargo de Horowitz montar uma versão de “compromisso” para suas próprias apresentações.  Esta performance gravada neste CD, registrada no Carnegie Hall, é uma das gravações de piano em minha opinião mais eletrizantes já feitas. Horowitz, no auge da sua forma, traz uma qualidade incrível para essa performance. Mesmo quando todo o Inferno se solta, o pianista permanece solidamente no controle. A gravação tem cerca de 40 anos e a meu  ver continua a ser a versão definitiva da Segunda Sonata de Rachmaninoff, e pode-se sentir o espírito aprovador do compositor na resposta tumultuada do público ao final. Esta reedição é uma obrigação para todos os amantes de uma excelente música de piano. O som é um dos melhores Horowitz ao vivo.

The Complete Masterworks Recordings Vol. IX: Late Russian Romantics

01 Scriabin_ Feuillet D’Album For Piano
02 Scriabin_ Etude For Piano In F
03 Scriabin_ Etude For Piano In B
04 Scriabin_ Etude For Piano In D
05 Scriabin_ Etude For Piano In A
06 Scriabin_ Etude For Piano In F
07 Scriabin_ Etude For Piano In F
08 Scriabin_ Etude For Piano In C
09 Scriabin_ Etude For Piano In G Ma
10 Scriabin_ Poème, Op. 69_1
11 Scriabin_ Poème, Op. 69_2
12 Scriabin_ Vers La Flamme, Op. 72
13 Scriabin_ Feuillet D’Album, Op. 5
14 Medtner_ Fairy Tale In A, Op. 51
15 Rachmaninov_ Piano Sonata #2 In B
16 Rachmaninov_ Piano Sonata #2 In B
17 Rachmaninov_ Piano Sonata #2 In B
18 Rachmaninov_ Prelude #12 In G
19 Rachmaninov_ Moments Musicaux
20 Rachmaninov_ Etude-Tableau #3
21 Rachmaninov_ Etude-Tableau #2
22 Rachmaninov_ Etude-Tableau #9

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Sr. Vladimir após esmerilhar a segunda sonata do Rach.
Sr. Vladimir após esmerilhar a segunda sonata do Rach.

Ammiratore

Edvard Grieg (1843-1907): Peer Gynt, Op. 23 e Sigurd Jorsalfar, Op. 22

Edvard Grieg (1843-1907): Peer Gynt, Op. 23 e Sigurd Jorsalfar, Op. 22

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este post está sendo realizado graças à solidariedade do FDP, que me ofereceu a possibilidade de ter acesso a este monumental CD duplo. A princípio gostaria de dizer que sou apaixonado pela obra incidental Peer Gynt de Grieg. Ela é de uma beleza triste, agreste. Todas as vezes que a escuto fico com a sensação de que fui atropelado por uma tropa de anjos tristes. Sensações à parte, Peer Gynt, baseado numa obra de Henrik Ibsen, é uma obra extraordinária. É uma sátira sobre a fraqueza humana. O protagonista, um aventureiro atrevido, arrogante e sonhador, possui uma fértil imaginação para dizer mentiras. Porém, Ibsen não quis mostrá-lo como alguém pérfido mas sim contraditório, com um misto de força e debilidade, ao mesmo tempo rude e carinhoso. Para alguns, a personagem representa a Noruega, que à época procurava definir a sua personalidade enquanto nação — apesar de estar unida à Suécia, o povo ambicionava a independência. Peer Gynt pode também ser visto como uma alegoria poética do ser humano, uma trajetória de vida em que um homem percorre o seu caminho desde o berço até o túmulo, empreendendo uma aprendizagem acerca de si próprio jamais concluída.

Edvard Grieg (1843-1907) – Peer Gynt, Op. 23 e Sigurd Jorsalfar, Op. 22

Peer Gynt, Op. 23 (*)

DISCO 1

01 – Im Hochzeitshof
02 – Halling
03 – Springar
04 – Der Brautraub-Ingrids Klage
05 – Peer Gynt und die Säterinnen
06 – Peer Gynt und die Grüngekleidete
07 – Am Reitzeug erkennt man die fürnehmen Leute
08 – In der Halle des Bergkönigs
09 – Tanz der Bergkönigstochter
10 – Peer Gynt von Trollen gejagt
11 – Peer Gynt und der Krumme
12 – Ases Tod
13 – Vorspiel zu Akt III
14 – Morgenstimmung
15 – Dieb und Hehler
16 – Arabischer Tanz
17 – Anitras Tanz
18 – Peer Gynts Serenade
19 – Peer Gynt und Anitra

DISCO 2

01 – Solveigs Lied
02 – Peer Gynt vor der Memnonsäule
03 – Peer Gynts Heimkehr
04 – Der Schiffbruch
05 – Solveig singt in der Hütte
06 – Nachtszene
07 – Pfingstlied O Morgenstunde
08 – Solveigs Wiegenlied

(*) Música Incidental para o drama de Henrik Ibsen

Sigurd Jorsalfar, Op. 22 (**)

09 – Fanfaren
10 – Vorspiel zu Akt I
11 – Borghilds Traum
12 – In der Königshalle
13 – Das Nordlandvolk
14 – Huldigungsmarsch
15 – Zwischenspiel I
16 – Zwischenspiel II
17 – Königslied

(**) Música incidental para a obra de Bjornstjerne Bjornson

Göteborgs Symfoniker
Gösta Ohlin’s Vocal Ensemble

Pro Musica Chamber Choir

Neeme Järvi, regente
Barbara Bonney, soprano
Marianne Eklöf, mezzo-soprano
Urban Malmberg, barítono
Carl Gustaf Holmgren, barítono
Kjell Magnus Sandve, tenor

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Nove entre dez discos de Grieg trazem esta foto.
Nove entre dez discos de Grieg trazem esta foto.

Carlinus

Música Barroca Española – Montserrat Figueras com Jordi Savall e Ton Koopman (1975)

Música Barroca Española - Figueras y Savall (Das Alte Werk, 1975)

FATO RELEVANTE !

Uma alma bondosa da Espanha, “drivers66”, informa-nos que o presente LP foi digitalizado para CD em 1992 e, para completar a gentileza, ripou o CD e nos enviou os links. Repostamos, pois, o álbum com novos e excelentes links e com a faixa 6 completa. ¡Gracias!

Ao que tudo indica esta gravação, realizada em 22 e 23 de abril de 1975 e lançada pela Telefunken alemã, nunca foi relançada em CD – o que é espantoso, pois parece ter sido a primeira a chamar ampla atenção mundial para um certo casal de músicos catalães: Montserrat Figueras, soprano especializada em técnicas de canto anteriores ao bel canto padronizado dos 1700 e 1800, e Jordi Savall, violista da gamba que, como todos sabem, no início do século XXI estaria consagrado como um dos maiores regentes mundiais de música antiga. Em 1975 os dois estavam casados havia 7 anos – como permaneceriam até a morte de Montserrat em 2011, com 69 anos – e há um ano haviam fundado o Grupo Hespèrion XX (depois Hespèrion XXI).

Além do casal, participaram da gravação Janneke van der Meer ao violino, Pere Ros ao violone (espécie de contrabaixo), e ao cravo ninguém menos que Ton Koopman, que também viria a ser um dos mais respeitados regentes de música antiga do início do século XXI, além de renomado organista.

A esta altura vocês devem estar doidos para baixar e ouvir, portanto faço só mais uma observação: quem está acostumado a associar a palavra “barroco” a Vivaldi, Handel e J.S. Bach pode estranhar esta música e pensar que os espanhóis estavam barbaramente defasados em relação ao resto da Europa… Acontece que esse rótulo cobre um período bastante amplo – equivalente ao decorrido entre 1850 e 2000, pra terem ideia. Nesta analogia, a música deste disco teria sido toda composta até 1880, enquanto Bach ou Vivaldi estariam no auge da sua atividade por volta de 1980: um intervalozinho desprezível em que a música não mudou nada, como podem ver… Enfim: o barroco antigo deste disco ainda é quase renascença – e sendo assim atinge em cheio a sensibilidade deste arcaico monge que vos escreve.

Junto aos arquivos de áudio vocês encontrarão, em baixa e em alta definição (jpg e tiff), o escaneamento da capa e contracapa da edição brasileira do disco, e na contracapa um erudito texto de um certo Karl Ludwig Nikol sobre o repertório. Remeto os interessados ao arquivo Contra-capa.tiff para não sobrecarregar o texto aqui –

sobretudo porque ainda é preciso apresentar os créditos ao nosso grande e querido Avicenna, que foi quem resgatou magistralmente o som desta gravação do velho vinil em que se encontrava aprisionado. Só não conseguiu com os últimos 24 segundos da faixa A.6, irremediavelmente perdidos num defeito de fabricação do único exemplar desse LP a que tivemos acesso. Estou seguro de que vocês concordarão que a omissão desses 24 segundos é desprezível diante do valor do conjunto.

E, como diz Lope de Vega na faixa 2 (num dos pares de versos mais belos que já conheci):
               Já é tempo de recolher,
               soldados da minha memória!

MUSICA BARROCA ESPAÑOLA

  • 01 – Autor desconhecido (entre 1580 e 1650):
    O, que bien que baila Gil (romance de Lope de Vega – 1562-1630)
  • 02 – Autor desconhecido (1628):
    Ya es tiempo de recoger (romance de Lope de Vega – 1562-1630)
  • 03 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640):
    Canzona a due nº XIII
  • 04 – Mateo Romero (?-~1647):
    Romerico florido (folia a 2)
  • 05 – Mateo Romero (?-~1647):
    Hermosas y enojadas (romance a 3)
  • 06 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640):
    Corrente I y II a 2
  • 07 – Juan Hidalgo (1612-1685):
    Cuydado, pastor
  • 08 – Juan Hidalgo (1612-1685):
    Trompicávalas, amor
  • 09 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640):
    Fantasía sobre El Canto del Caballero (1638)
  • 10 – Juan Hidalgo (1612-1685):
    Crédito es de mi decoro
  • 11 – Juan Hidalgo (1612-1685):
    Tonante Diós! 
  • 12 – Juan Hidalgo (1612-1685):
    De las luces que el mar (recitativo e solo de Minerva)
  • 13 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640):
    Canzona a due nº XI
  • 14 – Miguel Martí Valenciano (17..):
    Ay del amor
  • 15 – Juan de Navas (17..):
    La Rosa que reyna

Montserrat Figueras – soprano
Janneke van der Meer – violino
Jordi Savall – viola da gamba
Pere Ros – violone
Ton Koopman – cravo
Gravado em Amsterdã em 22 e 23/04/1975

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- Capa do CD editado em 1992.
– Capa do CD editado em 1992.

 

 

 

 

 

 

 

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Texto e aquisição do vinil nos anos 70: Ranulfus
Engenharia de som: Avicenna drivers66

Robert Schumann (1810-1856): Konzertstück para 4 trompas e orquestra, Op. 86 / Sinfonia Nº 3, Op. 97, Renana / Sinfonia Nº 4, Op. 20 (1851 Version)

Robert Schumann (1810-1856): Konzertstück para 4 trompas e orquestra, Op. 86 / Sinfonia Nº 3, Op. 97, Renana / Sinfonia Nº 4, Op. 20 (1851 Version)

Esta gravação valoriza o trabalho sinfônico de Schumann, que deve ser conferido e apreciado. O fato é que durante muito tempo, as sinfonias de Schumann tiveram muito má repercussão. Dizia-se que eram mal construídas, mal orquestradas e que eram um híbrido entre a sinfonia e o poema sinfônico. Aparecem nesta postagem, o Konzertstück para 4 Horns e Orquestra in F major Op. 86, uma obra demasiado curta, mas bastante boa. Aparece, ainda, a Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 97 – “Renana”, uma obra pela qual possuo grande admiração. Está repleta de uma sofisticação ensolarada. O título “Renana” supõe, mais que um preciso programa musical, um testemunho de fidelidade ao Romantismo alemão, para qual a figura do Reno tinha um valor simbólico fundamental; e surge ainda a Sinfonia No. 4 em D menor, Op. 120 que já apareceu aqui na última postagem. Fica aqui a certeza de um notável, um excelente registro, digno da magnitude do compositor alemão. Aprecie sem moderação!

Gente, eu não tenho os dois primeiros CDs desta coleção. Se alguém tiver e quiser mandar, basta avisar nos comentários, tá?

Robert Schumann (1810-1856): Konzertstück para 4 trompas e orquestra, Op. 86 / Sinfonia Nº 3, Op. 97, Renana / Sinfonia Nº 4, Op. 20 (1851 Version)

Konzertstück for 4 Horns and Orchestra in F major Op. 86*
01. I. Lebhaft = Vivo
02. II. Romanze – Ziemlich langsam, doch nicht schleppend = Bem lento, mas sem se arrastar
03. III. Sehr lebhaft = Muito vivo

Sinfonia No. 3 in E flat major Op. 97 – “Renana”
04. I. Lebhaft = Vivo
05. II. Scherzo – Sehr maessig = Muito moderado
06. III. Nicht schnell = Moderado, andante
07. IV. Feierlich = Majestoso
08. V. Lebhaft = Vivo

Sinfonia No. 4 in D minor Op. 120 (1851 Version)
09. I. Ziemlich langsam – Lebhaft = Bastante lento – Vivo
10. II. Romanza – Ziemlich langsam = Bastante lento
11. III. Scherzo – Lebhaft = Vivo
12. IV. Etwas zurueckhaltend = Contido
13. V. Lebhaft = Vivo

Roger Montgomery, Gavin Edwards, Susan Dent, Robert Maskell, trompas
Orchestre Révolutionaire et Romantique
John Eliot Gardiner, regência

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Schumann: doido como só ele
Schumann: doido como só ele

Carlinus / PQP

Giovanni Gabrieli (1557-1612): The Canzonas and Sonatas from Sacrae Symphoniae (1597)

Giovanni Gabrieli (1557-1612): The Canzonas and Sonatas from Sacrae Symphoniae (1597)

Vamos à Renascença! Caminhemos pela Itália. Como estou com preguiça para escrever, peguei o texto da Wikipédia:

Giovanni Gabrieli foi um músico veneziano que viveu entre 1557 e 1612. Em sua juventude permaneceu por quatro anos na corte de Munique, em contato com Orlando di Lasso, mas em 1585, quando seu tio Andrea Gabrieli foi indicado organista da Basílica de São Marcos, em Veneza, Giovanni foi escolhido como seu auxiliar no segundo órgão, e permaneceu neste cargo até a morte do tio, quando assumiu o posto de organista principal, conservando-o por toda a vida. Em 1593, em colaboração com seu tio, publicou algumas Intonazione d’Organo, compreendendo pequenos prelúdios de caráter semi-improvisado, para serem usados em várias partes do serviço religioso. Mas foi com o aparecimento de 14 Canzone, duas Sonate e das Sacrae Symphoniae, em 1597, que ele deixou um marco na história da música italiana. Além de sua qualidade intrínseca estas obras trazem inovações no método de impressão de música, com indicações precisas de dinâmica e de instrumentação [grifo meu]. Outra coleção de Canzone e Sonate veio a público em 1615. Sua música pertence ao período de transição entre o renascimento e o barroco. Mostra ainda alguns traços do período anterior, valendo-se do estilo de escrita para vários coros simultâneos, que já era uma tradição na Basílica, mas com inédita riqueza de timbres e cores sonoras e efeitos antifonais estereofônicos, e que constituiu o ápice do gênero em Veneza. Também foi um dos primeiros venezianos a utilizar o recurso do baixo contínuo, que daria uma feição característica a todo o barroco posterior. Em termos de inovações formais, tomou o antigo modelo da chanson polifônica francesa mas o organizou em torno de um motivo recorrente que, à maneira de refrão, é intercalado entre passagens variadas. Com ele a versão italiana da chanson tornou-se uma forma plenamente autônoma e impregnada de um espírito renovado. Boa apreciação!

Giovanni Gabrieli (1557-1612) – The Canzonas and Sonatas from Sacrae Symphoniae (1597)
1. Canzon duodecimi toni a 10
2. Canzon primi toni a 8
3. Canzon primi toni a 10
4. Toccata quinti toni
5. Canzon duodecimi toni a 10
6. Canzon quarti toni a 15
7. Canzon duodecimi toni a 10
8. Toccata
9. Sonata pian’ e forte a 8, alla bassa
10. Canzon septimi toni a 8
11. Toccata
12. Canzon septimi toni a 8
13. Canzon in echo duodecimi toni a 10
14. Canzon duodecimi toni a 8
15. Canzon in echo duodecimi toni a 10
16. Canzon septimi et octavi toni a 12
17. Sonata octavi toni a 12
18. Canzon in echo duodecimi toni a 10, per concertar con l’organo
19. Intonazione noni toni
20. Canzon noni toni a 8
21. Canzon noni toni a 12

His Majestys Sagbutts and Cornetts
Timothy Roberts

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Retrato de um Alaudista, estrelando Giovanni Gabrieli | Pintura de Annibale Carracci
Retrato de um Alaudista, estrelando Giovanni Gabrieli | Pintura de Annibale Carracci

Carlinus