Depois de amar as maravilhosas gravações de Leonidas Kavakos para as sonatas de Lud Van, iniciou-se uma espera que admito ter sido ansiosa em demasia por este seu concerto de Beethoven com os bávaros da Rádio. Fruto de sua atuação como artista-em-residência da Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks, doravante denominada SOBR, ela foi tão boa que rendeu, além do Op. 61, um delicioso registro do septeto Op. 20, que atesta o deleite que foi para alemães e grego fazer música no período. A SOBR, conjunto lapidado durante décadas por regentes do calibre de Jochum, Kubelík e Maazel, era então conduzida havia dezesseis anos pelo gigante Mariss Jansons, um grande formador de conjuntos, o que é facilmente percebido na resposta que ela dá a Kavakos em sua dupla tarefa de solista e regente. Os leitores-ouvintes que amam este concerto certamente perceberão que se trata de uma de suas mais longas interpretações em toda discografia, graças à escolha de andamentos muito comedidos que valorizam, assim como nas sonatas supracitadas, o belíssimo timbre de Kavakos, que saboreia sem pressa todos os fraseados. Acusaram-no de parir um concerto romantizado, no que eu o defendo: eu o achei muito clássico no respeito à partitura e na discrição dos contrastes dinâmicos, com toques românticos no uso do rubato e, como perceberão também, em várias notas longas, prolongadas ad libitum. As cadências foram adaptadas pelo solista a partir daquelas escrita por Beethoven para a versão pianística do concerto. A cadência principal, no primeiro movimento, chega a destoar da serenidade prevalecente com seu virtuosismo desenfreado, uma exibição quase boçal de técnica, como se Kavakos quisesse botar suas asinhas de mestre dos truques de fora depois de tantos minutos cantando com o arco. As demais são mais sossegadas e afeitas ao estilo da obra, e serão surpresas muito interessantes para aqueles que amam este concerto e o conhecem de cor. Trata-se dum registro a ser ouvido dentro do mesmo espírito daqueles últimos, visionários quartetos do Op. 130 em diante: sem pressa, sem comparações, e sem distratores mundanos.
Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Concerto em Ré maior para violino e orquestra, Op. 61
Composto em 1806
Publicado em 1808
Dedicado a Stephan von Breuning
1 – Allegro ma non troppo
2 – Larghett0
3 – Rondo: Allegro
Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Leonidas Kavakos, violino e regência
Vassily
Bom dia!! Houve um engano, o arquivo disponibilizado é “Vassily_Beethoven_Symphony_no._4_Chailly.rar”. Abraço!!
Bom dia, Eduardo! Corrigido, grato por avisar!
Eu q agradeço!! Abr