Eu, PQP, não sou um apaixonado por óperas, mas gostei de ouvir este sensacional resumo de As Bodas de Figaro, de Mozart. Abaixo, copio um texto da Wikipedia a fim de não lhes incomodar com minha ignorância. Amo Mozart, acho notáveis as árias de Figaro — muitas delas célebres –, mas nunca me aprofundei em nenhuma de suas óperas e nem nas de outros… A versão que posto é festejadíssima. Aqui temos um resumo dela.
Le nozze di Figaro é uma ópera-bufa em quatro atos composta por Wolfgang Amadeus Mozart, sobre libreto de Lorenzo da Ponte, com base na peça homônima de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (Le Mariage de Figaro). Composta entre 1785 e 1786, foi estreada em Viena, em 1º de maio de 1786. Diz-se que Mozart começou a ter problemas com sua reputação a partir desta ópera, que satirizava certos costumes da nobreza.
A ação desenrola-se no Castelo do Conde de Almaviva, algures perto de Sevilha, no ano de 1785. Fígaro e Susanna, servos do Conde e da Condessa Almaviva, estão noivos e casam em breve. O Conde mantém um longo assédio sexual a Susanna o que a faz duvidar que este venha a cumprir a sua promessa de abolir o tão odiado “direito do senhor”, que estabelecia a prerrogativa de se deitar com a serva antes de a entregar ao futuro marido.
Ato I
Numa sala pouco mobiliada, Fígaro e Susanna fazem os preparativos da sua iminente boda. O criado tira medidas do seu novo quarto para calcular a disposição dos móveis enquanto a donzela prova o chapéu que usará durante a cerimônia. Cheio de satisfação, Fígaro comenta que a proximidade do confortável quarto com os aposentos dos condes facilitará o trabalho do futuro casal. No entanto, Susanna quebra a sua felicidade quando lhe conta o verdadeiro propósito do seu senhor: a localização do quarto permitir-lhe-á estar mais perto da jovem para exercer o seu direito de pernada. Fígaro, consternado, pergunta à sua prometida como é possível que Almaviva queira fazer uso de um direito que ele mesmo aboliu. A jovem responde que o Conde parece ter-se arrependido de tal decisão. Soa uma campainha e Susanna acode à chamada da Condessa. Só em cena, Fígaro comenta que seu amo não conseguirá o que quer: se quiser dançar, terá de ser ao som do seu tocar.
A seguir Fígaro abandona a cena e entram Bartolo e Marcellina, que mostra ao médico um contrato em que Fígaro se compromete a devolver a soma de um empréstimo. A intenção da mulher é exigir o pagamento imediato dessa dívida com a finalidade de impedir a boda do criado, por quem está apaixonada. Bartolo decide apoiá-la, porque deseja vingar-se do criado; há algum tempo, Fígaro ajudou o Conde a raptar a sua amada pupila Rosina, que se transformaria na Condessa de Almaviva. Bartolo sai de cena e entra Susanna com um vestido da sua senhora. Ambas trocam insultos sob uma forçada cortesia.
Assim que Marcellina sai, chega Cherubino. O jovem pagem dos Condes confessa a Susanna que o seu senhor o despediu porque o surpreendeu com Barbarina, filha do jardineiro Antonia, e pede à criada que interceda por ele perante a Condessa, a quem venera. Depois, cheio de ardor adolescente, declara o seu amor por todas as mulheres.
Ouve-se o voz do Conde, que se aproxima à distancia. Cherubino esconde-se rapidamente por detrás de uma poltrona. Uma vez em cena, Almaviva corteja Susanna, mas a repentina chegada do sacerdote Basílio, cuja intenção é convencer a jovem prometida a aceder aos desejos do seu patrão, interrompe os seus propósitos. O Conde decide se esconder também atrás da poltrona, precisamente no momento em que o pagem abandona com muita agilidade o seu esconderijo para se sentar sobre o mesmo assento, que Susanna habilmente cobre com o vestido da Condessa. Basilio, pensando encontrar-se a sós com a criada, faz alusão à atração que Cherubino sente pela Condessa. Almaviva, irado, decide abandonar o seu esconderijo. Susanna finge desmaiar para salvar a situação que, no entanto, se enreda ainda mais quando o seu senhor descobre Cherubino enquanto explica, precisamente, como tinha descoberto o jovem com Barbarina. O aparecimento súbito de Fígaro com um grupo de camponeses quebra a tensão. Os aldeões atiram flores aos pés do Conde para lhe agradecer a abolição ao direito da pernada. Depois, o prometido pede ao seu senhor que coloque um véu branco sobre a cabeça de Susanna como símbolo de pureza. Almaviva compreende de imediato a manobra do seu criado e entra no jogo, mas interiormente promete vingar-se. O par pede perdão de Cherubino, que é exonerado das suas culpas a troco da sua imediata incorporação no regimento de Almaviva. O 1º ato termina com a cômica descrição que Fígaro faz da dura vida militar que aguarda o pagem.
Ato II
Enquanto a Condessa lamenta as infidelidades do seu esposo, chegam Susanna e Fígaro, que a informa ter enviado uma carta anónima ao Conde, fazendo-o crer que existe outro homem na vida dela.
Sai Fígaro e nesse momento entra Cherubino, que canta o seu amor à Condessa. A Condessa e Susanna disfarçam-no de mulher e pedem ao Conde uma conversa com Susanna, à qual assistirá Cherubino. Nesse momento aparece o Conde e Cherubino tem de se esconder numa divisão. A Condessa diz ao Conde que é Susanna quem ali está escondida e ele tenta derrubar a porta.
Entretanto Susanna – também escondida – ajuda Cherubino a sair da divisão e põe-se no seu lugar.
Finalmente a Condessa confessa ao Conde que é Cherubino quem está ali; mas ao abrir a porta surge Susanna e tanto a Condessa como o Conde ficam muito surpreendidos. Então a Condessa, recompondo-se, diz que foi uma artimanha para o Conde ficar com ciúmes. Entra o jardineiro António, queixando-se que alguém partiu as suas floreiras ao saltar de uma janela. Entra Fígaro e diz que foi ele, mas António mostra um envelope que quem saltou pela janela, deixou cair; são, nem mais nem menos, as credenciais de Cherubino. Fígaro diz que Cherubino lho havia dado porque faltava o selo, mas o Conde não fica convencido com a explicação. Nesse mesmo momento, aparecem novamente Bartolo e Marcellina, que reclamam ao Conde o cumprimento da sua demanda, a sua boda com Fígaro.
Ato III
O juiz Don Curzio exige a Fígaro o cumprimento do contrato com Marcellina, pagar-lhe uma grande soma de dinheiro. Mas como este não a tem, obriga-o a casar com ela. Fígaro escusa-se dizendo que ele é de família nobre e que não pode casar-se sem uma autorização dos pais. Como prova dessa nobreza, mostra as fraldas que levava quando o encontraram e um sinal no braço direito.
Então Marcelina diz que Fígaro é o seu filho, que desapareceu pouco depois de nascer, e que Bartolo é o pai; assim já não tem que se casar com ela. Quando chega Susanna e vê Marcellina e Fígaro abraçados, dá-lhe uma bofetada. E Marcelina explica-lhe a nova situação.
A Condessa dita a Susanna uma carta para o Conde, de modo a confundi-lo. Entretanto entra um grupo de camponesas para oferecer flores à Condessa, entre as quais se encontra Cherubino disfarçado de mulher. Mas o jardineiro António e o Conde descobrem-no.
Celebra-se a boda entre Fígaro e Susanna e durante o baile, Susana dá ao Conde a carta que escreveu, a pedido da Condessa, marcando um encontro para essa noite. A agulha, com que está fechada a carta, deve ser devolvida em sinal de recebimento. O plano é que nessa noite não se encontre com Susanna ou com Cherubino, mas sim com ela – Condessa – que trocou a sua roupa com Susanna.
Ato IV
Fígaro surpreende a jovem Barbarina à procura da agulha que selava a carta, que o Conde lhe havia confiado para a entregar a Susanna. Mas ela perdeu-a. Fígaro sabe então que Susanna se vai encontrar com o Conde, mas ignora o plano. Enfadado, convida Bartolo e Basílio a serem testemunhas desse encontro e adverte-os sobre a infidelidade das mulheres.
Chegam a Condessa e Susanna, com as vestes trocadas, e ocasiona-se um encontro complicado.
Cherubino, que tinha ficado com Barbarina, vê a Condessa – que estava disfarçada de Susanna – e tenta beijá-la, mas nesse momento chega o Conde e é ele que recebe o beijo. Este responde-lhe com uma bofetada, mas atinge Fígaro que se tinha acercado para ver o que se passava.
Para se vingar do Conde, Fígaro começa a cortejar Susanna, pensando ser a Condessa, mas quando a reconhece declara-lhe o seu amor e esta enfurece-se cobrindo-o de bofetadas já que não se apercebeu que tinha sido reconhecida pelo marido. Quando dá conta, o par abraça-se e isto ira o Conde, que confunde Susanna com a Condessa. Quando se apercebe da situação, o Conde pede perdão à esposa pelas suspeitas e pela sua má conduta. A Condessa perdoa-o e acaba tudo numa alegre festa.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) Le nozze di Figaro, K.492 — Original version, Vienna 1786
1. Sinfonia [5:04]
Act 1
2. “Cinque… dieci… venti…” [3:04]
3. “Se vuol ballare, signor Contino” [2:45]
4. “La vendetta, oh, la vendetta” [3:27]
5. “Non so più cosa son, cosa faccio” [3:03]
6. “Non più andrai” [4:11]
Act 2
7. “Porgi amor” [3:26]
8. “Voi che sapete” [3:14]
9. “Venite… inginocchiatevi…” [3:34]
10. “Susanna, or via, sortite” [4:09]
Act 3
11. “Crudel! perchè finora” [3:03]
12. “Hai già vinta la causa” – “Vedrò mentr’io sospiro” [4:42]
13. “E Susanna non vien!” – “Dove sono i bei momenti” [6:53]
14. Cosa mi narri?…Che soave zeffiretto [3:51]
15. Ecco la marcia – Andate amici [6:41]
Act 4
16. “L’ho perduta… me meschina!” [1:51]
17. “Tutto è disposto” – “Aprite un po’ quegli occhi” [4:37]
18. “Giunse alfin il momento” – “Deh vieni non tardar” [4:31]
19. “Gente, gente, all’armi” [5:36]
Bo Skovhus
Ildebrando d’ Arcangelo
Florian Boesch
Patrick Henckens
Eva Liebau
Christine Schäfer
Marie McLaughlin
Anna Netrebko
Dorothea Röschmann
Wiener Philharmoniker
Nikolaus Harnoncourt
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PQP
Belíssima ópera de Mozart! Eu não gostava muito do gênero mas depois de baixar e ouvir Cavalleria Rusticana numa baita postagem do Ammiratore em janeiro deste ano, passei a apreciar as óperas. Nesse período de isolamento, trabalhando home office tenho assistido a várias. PQP é demais, obrigado.
Belíssima interpretação! Amo essa ópera de Mozart…