Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia No. 3 (Versão 1889) – CBSO – Andris Nelsons

Bruckner

Sinfonia No. 3

City of Birmingham Orchestra

Andris Nelsons

Deve ser o inverno, com o elevado consumo de tangerinas, que me causa isto. Acordo com muita vontade de ouvir Bruckner. Meus vizinhos anseiam pela primavera, para sons mais barrocos…

Na verdade, Bruckner não é o primeiro nome que ouvimos nas rodinhas de festas de aniversário quando o papo descamba para música. Mas, se o assunto é sinfonias, a presença é garantida.

A primeira das Sinfonias de Bruckner que ouvi foi a Romântica, a Quarta Sinfonia. Lembram das coleções sobre música clássica que eram vendidas nas bancas? Em todas elas, Bruckner 4.

Meu mapa de Sinfonias de Bruckner hoje está bastante expandido, além da óbvia No. 4, ouço com frequência as três últimas, 7, 8 e 9. A Oitava é proporcionalmente mais majestosa, mas suas irmãs próximas são também grandiosas.

Michael Gielen recentemente colocou, definitivamente, a Sexta no meu mapa e espero que Bernard Haitink, regendo a Orquestra da Rádio Bávara, faça alguma coisa pela Quinta. As primeiras Sinfonias, de números 2, 1, 0 e, pasmem, 00 (duplo 0), ainda estão em terra ignota.

Anton Bruckner

Mas a Terceira Sinfonia, assunto desta postagem, a sinfonia que Anton dedicou a Wagner, me foi apresentada pelo jurássico George Szell regendo (mercilessly) a Orquestra de Cleveland. Desde então tenho uma simpatia por esta Sinfonia.

Mas, tratando-se de Bruckner, a coisa sempre pode complicar. Há várias versões desta sinfonia. Alvo de selvagem recomposição, desconstrução e revisões, restaram pelo menos três versões entre as quais os maestros podem escolher. Sobre este assunto, você pode encontrar mais informações aqui.

Estão presentes nesta peça as características que admiramos na obra de Bruckner. A sólida construção dos tutti – apresentados aqui superlativamente. Som enorme, grupos de metais (trompas, muitas trompas) se opondo e se unindo às cordas. Temas belíssimos em suas simplicidades. Adagio, que sempre é tão importante em Bruckner, iniciando nas cordas e prosseguindo com as adições de metais e madeiras. Sei que é lugar comum, tratando-se de Bruckner, tudo combina com enormes paisagens. Eu diria, paisagens alpinas. Depois, rock solid scherzo, com ritmo pulsante! Até as pedras dançam. O final, resumo de tudo, com seus lindos temas de dança. Não é por pouco que o pessoal aplaude freneticamente.

A gravação desta postagem foi feita em 25 de novembro de 2009 com a City of Birmingham Symphony Orchestra (a orquestra do Simon Rattle, antes de sua transferência para a Berliner Philharmoniker) regida pelo então jovem Andris Nelsons. Na ocasião, Nelsons era o regente principal da CBSO. Hoje ele está gravando o Ciclo das Sinfonias de Bruckner para o big yellow label – a Deutsche Grammophon, com a Gewandhaus Orchester, Leipzig. Essas gravações têm sido postadas aqui no PQP pelo PQP. Veja, em particular, esta postagem aqui.

Anton Bruckner (1824-1896)

Sinfonia No. 3 em ré menor (Versão 1889)

  1. Mehr langsam, Misterioso
  2. Adagio, bewegt, quasi Andante
  3. Ziemlich schnell
  4. Allegro

City of Birmingham Symphony Orchestra

Andris Nelsons

Gravação feita em 25 de novembro de 2009 no Symphony Hall, Birmingham
Produção: Rebecca Bean (para a Radio BBC 3)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 232 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 149 MB

City of Birmingham Symphony Hall

Temos então uma oportunidade de comparar duas perspectivas desta peça de Bruckner, distantes uma da outra de perto de dez anos, do jovem maestro.  É claro, as circunstâncias são diferentes, duas orquestras com tradições muito diversas e também as diferenças das condições das duas gravações. Você poderá ler uma crítica comparativa das duas gravações aqui.

No entanto, como deve ser em música, as conclusões finais devem ser as suas.

René Denon

PS: A partitura desta versão da Sinfonia está disponível aqui.

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