Era o tempo dos Luíses. Louis Marchand hoje é célebre principalmente pela disputa com Bach em Dresden, que só aparece em biografias muito posteriores e talvez nem tenha acontecido. É certo, contudo, que Bach tocava de memória as suítes de Marchand para cravo. Louis-Nicolas Clérambault se tornou célebre por suas obras para órgão, cravo e principalmente por suas cantatas em francês. Em 1710 Luís XIV ouviu uma dessas cantatas e o nomeou superintendente de música particular de sua amante/esposa, Madame de Maintenon.
As duas suítes para órgão de Clérambault são extremamente ornamentadas, utilizando alguns registros bastante curiosos dos órgãos franceses da época, como: flautas, basse de cromorne – nome de um imenso oboé de dois metros, equivalente ao fagote atual – e nasard, nome devido ao som anasalado. Além de ser organista em igrejas de Paris (Convento de Santo Agostinho desde 1704, Saint-Sulpice desde 1715), Clérambault foi nomeado responsável pela música do Pensionato de Saint-Cyr, próximo a Versalhes, destinado à educação de jovens moças empobrecidas mas de origem nobre.
Também foi Madame de Maintenon quem fundou o Pensionato de Saint-Cyr, onde ela viria a morrer em 1719. Essa longeva amante de Luís XIV influenciou bastante o final de seu reinado, que foi considerado uma época de devoção e austeridade. Para ilustrar essa alternância entre a p…ria e a devoção, traduzi um poema anônimo da época:
Salomão por amor virou idólatra
Antônio amou demais sua Cleópatra
Mas as amantes desses soberanos
Não tinham setenta e cinco anos;
Há quarenta, na corte e na cidade,
A Maintenon não nos abandona.
O rei retirou-se, distante,
E tornou-se marido da amante;
É comum para o guerreiro,
Quando acaba a força bruta,
Se esconder no campo
E desposar uma velha p…
Sátira é só o que se escuta,
É tudo que aqui se diz:
Olhai esta santa p…
Como ela governa o país!
Era preciso até morrer de rir,
Mas antes se morre de fome.
Da coleção do Conde de Maurepas (1694-1749)
Les Organistes du Roy-Soleil
Louis Marchand (1669-1732)
01. Grand Jeu en ut majeur
Louis-Nicolas Clérambault (1676-1749) Suite du premier ton
02. Grand plein jeu
03. Fugue
04. Duo
05. Trio
06. Basse et dessus de trompette
07. Récits de cromorne et de cornet separe
08. Dialogue sur les grands jeux
Suite du deuxième ton
09. Plein jeu
10. Duo
11. Trio
12. Basse de cromorne
13. Flutes
14. Récit de nasard
15. Caprice sur les grands jeux
Jean-François d’Andrieu (1681-1738)
16. Offertoire sur les Grands Jeux pour la fête de Pâques (Variations Sur Le Theme “O Filii…”) André Raison (1650-1719)
17. Offerte du Cinquième ton ‘Le Vive-Le-Roy Des Parisiens’
Pierre Bardon, organista
Órgão Isnard (1774) de Saint Maximin En Provence, França
Não pretendo mentir para vocês. Eu tenho problemas com o Melos. Acho que lhes falta sangue, pulso. É claro que eles são ótimos, mas estou falando nas melhores versões dos últimos quartetos de Beethoven, estou falando de música de ordem superior, de Beethoven falando para o futuro, decidindo que o que devia ser, seria. A gravação é boa? Sem dúvida! Tanto que a ouvi inteirinha ontem sem grande sofrimento, mas não me venham compará-la com as versões do Alban Berg, do Emerson e do Kodály String Quartet, por exemplo.
Por que comecei a postar a integral dos quartetos de Beethoven pelo final? Ora, porque gosto mais dos últimos, simples assim. Ah, tenho que terminar a postagem das 75 cantatas de Bach gravadas pelo Richter e os CDs que restam da Hewitt, não? Bem, acho que posso ir alternando. Ninguém vai morrer por isso.
Enquanto isso, em Porto Alegre, aguardamos o fim do verão e o retorno das temperaturas CIVILIZADAS.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): The Late String Quartets
Disc: 1
1. String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127: 1. Maestoso – Allegro
2. String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127: 2. Adagio, ma non troppo e molto cantabile – Andante con moto – Adagio molto espressi
3. String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127: 3. Scherzando vivace – Presto
4. String Quartet No. 12 in E flat major, Op. 127: 4. Finale
5. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 1. Adagio, ma non troppo e molto espressivo – attacca:
6. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 2. Allegro molto vivace – attacca:
7. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 3. Allegro moderato – attacca:
8. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 4. Andante, ma non troppo e molto cantabile –
9. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: Andante moderato e lusinghiero
10. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: Adagio –
11. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: Allegretto –
12. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: Adagio, ma non troppo e semplice –
13. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: Allegretto
14. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 5. Presto –
15. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: Molto poco adagio – attacca:
16. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 6. Adagio quasi un poco andante – attacca:
17. String Quartet No. 14 in C sharp minor, Op. 131: 7. Allegro
Disc: 2
1. String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130: 1. Adagio ma non troppo – Allegro
2. String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130: 2. Presto
3. String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130: 3. Andante con moto, ma non troppo
4. String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130: 4. Alla danza tedesca. Allegro assai
5. String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130: 5. Cavatina. Adagio molto espressivo – attacca:
6. String Quartet No. 13 in B flat major, Op. 130: 6. Finale. Allegro
7. Fugue for string quartet in B flat major (‘Grosse Fuge’), Op. 133: Overtura. Allegro – Fuga:
8. Fugue for string quartet in B flat major (‘Grosse Fuge’), Op. 133: Meno mosso e moderato
9. Fugue for string quartet in B flat major (‘Grosse Fuge’), Op. 133: Allegro molto e con brio
10. Fugue for string quartet in B flat major (‘Grosse Fuge’), Op. 133: Meno mosso e moderato
11. Fugue for string quartet in B flat major (‘Grosse Fuge’), Op. 133: Allegro molto e con brio
12. Fugue for string quartet in B flat major (‘Grosse Fuge’), Op. 133: Allegro
Disc: 3
1. String Quartet No. 15 in A minor (‘Heiliger Dankgesang’), Op. 132: 1. Assai sostenuto – Allegro
2. String Quartet No. 15 in A minor (‘Heiliger Dankgesang’), Op. 132: 2. Allegro ma non tanto
3. String Quartet No. 15 in A minor (‘Heiliger Dankgesang’), Op. 132: 3. Molto Adagio — Andante — Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart. Molto adagio — Neue Kraft fühlend. Andante — Molto adagio — Andante–Molto adagio. Mit innigster Empfindung
4. String Quartet No. 15 in A minor (‘Heiliger Dankgesang’), Op. 132: 4. Alla marcia, assai vivace – Più allegro – attacca:
5. String Quartet No. 15 in A minor (‘Heiliger Dankgesang’), Op. 132: 5. Allegro appassionato
6. String Quartet No. 16 in F major, Op. 135: 1. Allegretto
7. String Quartet No. 16 in F major, Op. 135: 2. vivace
8. String Quartet No. 16 in F major, Op. 135: 3. Lento assai e cantante tranquillo
9. String Quartet No. 16 in F major, Op. 135: 4. “Der schwer gefaßte Entschluß (The difficult decision).” Grave, ma non troppo tratto (Muss es sein?/Must it be?) — Allegro (Es muss sein!/It must be!) — Grave, ma non troppo tratto — Allegro
Minha relação com o compositor italiano Mario Castelnuovo-Tedesco vem da minha infância, quando ouvi pela primeira vez o jovem John Williams tocar o Concerto nº 1, no mesmo disco que tinha ‘apenas’ o Concierto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo. Em minhas investidas com o instrumento na adolescência até arranhava alguns momentos daquele concerto. Claro que era tudo de ouvido, meus pais não tinham condições de bancar meus estudos em uma escola de música. Portanto, este Concerto nº 1 teve uma enorme influência sobre mim e sobre as minhas futuras escolhas musicais.
Este CD que ora vos trago é dedicado ao compositor italiano, e traz suas obras compostas para um e dois violões, com acompanhamento de orquestra. Belíssimas obras, que mostram todas as possibilidades deste instrumento tão peculiar e versátil. Solistas muito competentes, acompanhados de uma orquestra idem, este CD traz bons momentos, com belas melodias e solos. Vale conferir
01. Concerto for Two Guitars, op.201 – I. Un poco moderato e pomposo
02. Concerto for Two Guitars, op.201 – II. Andante (semplice e quieto)
03. Concerto for Two Guitars, op.201 – III. Rondo mexicano
Lorenzo Micheli & Massimo Felici – Violões
Orchestra Sinfônica Abruzzese
Michael Summers – Conductor
04. Guitar Concerto No.1, op.99 – I. Allegretto
05. Guitar Concerto No.1, op.99 – II. Andantino. Alla romanza
06. Guitar Concerto No.1, op.99 – III. Ritmico e cavalleresco
Lorenzo Micheli – Violão
Orchestra Sinfônica Abruzzese
Michael Summers – Conductor
07. Guitar Concerto No.2, op.160 – I. Allegretto – Sarabanda con Variazioni
08. Guitar Concerto No.2, op.160 – II. Lento e grave (Tempo di Sarabanda)
09. Guitar Concerto No.2, op.160 – III. Var. 1 (Lo stesso tempo, appena più mosso)
10. Guitar Concerto No.2, op.160 – IV. Var. 2 (Tempo di Pavana)
11. Guitar Concerto No.2, op.160 – V. Var. 3 (Tempo di Minuetto)
12. Guitar Concerto No.2, op.160 – VI. Var. 4 (Tempo di Giga)
13. Guitar Concerto No.2, op.160 – VII. Var. 5 (Aria)
14. Guitar Concerto No.2, op.160 – VIII. Var. 6 (Fuga)
15. Guitar Concerto No.2, op.160 – IX. Fiesta. Allegretto vivace (ma non troppo)
Eu tenho lá minhas restrições a Herbert von Karajan, mas ele deu acesso a vários jovens que hoje são monstros sagrados. Ao foto do disco ao lado têm Yo-Yo Ma e Anne-Sophie Mutter adolescentes, solando com a Filarmônica de Berlim. Esta gravação do Concerto Triplo não chega a ser uma maravilha, só que ela sempre será utilizada como referência e vendeu como água em seu tempo. Bem, o Concerto para violino, violoncelo e piano (Triplo) em Dó Maior, Opus 56, foi escrito por Ludwig van Beethoven entre 1803 e 1805, sendo publicado em 1807 e estreado em Viena e, 1808. Trata-se do único concerto de Beethoven para mais de um instrumento solista. Já as aberturas são first choices nos inícios de concertos no mundo inteiro.
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Concerto for Piano, Violin, and Cello in C, Op.56
1) 1. Allegro [17:48]
2) 2. Largo – attacca [5:50]
3) 3. Rondo alla Polacca [12:32]
Anne-Sophie Mutter
Mark Zeltser
Yo-Yo Ma
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan
4) Music to Goethe’s Tragedy “Egmont” op.84 [8:21]
5) Overture “Coriolan”, Op.62 [9:00]
6) Overture “Fidelio”, Op.72c [6:55]
Tive uma semana puxada e conturbada, mal abri o blog. Nem postei o restante dos Quartetos de Corda de Beethoven. Uma colega de serviço precisou se ausentar devido a problemas de saúde do filho e claro que acumulou serviço. Fazer o que, né?
Depois daquela enxurrada de Debussys da semana passada, não pensem que acabaram as homenagens ao francês. Tenho bastante coisa para postar, mas vou fazer isso aos poucos. Por isso hoje volto ao Romantismo, com um Cd pouco divulgado, mas que tem suas qualidades. Phillipe Herreweghe deixa de lado um pouco o barroco e encara Schubert, dirigindo uma orquestra inédita aqui no PQPBach, a Sinfônica da Antuérpia. Bela gravação, ótima orquestra, um regente muito sólido e competente, enfim, uma bela opção musical para os senhores poderem aproveitar melhor o feriadão.
Essas duas sinfonias são muito interessantes, mostram a evolução da maturidade artística do compositor. A influência de Mozart, Beethoven e Haydn ainda se faz notar, principalmente na Segunda Sinfonia (o Andante parece uma peça do Wolfgang, não lhes parece?).
Enfim, vou lhes deixar com Schubert nesta Sexta Feira Santa. Espero que apreciem. Ah, de brinde vai o booklet do CD.
Symphony no.2 in B flat major, D125
[1] I. Largo – Allegro vivace
[2] II. Andante
[3] III. Menuetto (Allegro vivace)
[4] IV. Presto vivace
Symphony no.5 in B flat major, D485
[5] I. Allegro
[6] II. Andante con moto
[7] III. Menuetto (Allegro molto
[8] IV. Allegro vivace
Este disco polonês consiste em uma agradável mistura de cantatas e peças instrumentais francesas que podem ser apreciadas como um concerto. Elas datam das três primeiras décadas do século XVIII, período entre a morte de Lully e a ascensão de Rameau, enorme compositor ainda subestimado. Esta combinação de compositores e a escolha do repertório oferecem um programa muito colorido e divertido. Com Clérambault, Montéclair e Rameau, a Cantata francesa atingiu uma espécie de apogeu, empurrando os limites de sua teatralidade e tornando-se cada vez mais operística. É como se estivéssemos num salão da Paris do século XVIII, numa tranquila tarde de verão, com a porta da sala de estar entreaberta e chegasse até nós um cheiro de perfume acompanhado do riso abafado das cortesãs e de sons de um violino virtuoso. Delícia.
Destaque para a faixa 22, a absurdamente linda e “ostinata” Sonnerie de Sainte Genevieve du Mont de Paris, de Marin Marais.
Cantates et Petits Macarons
1
Le Retour de la Paix: I. Vivement “Dans les maux qu’une afreuse guerre”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:36
2
Le Retour de la Paix: II. Air “Pourquoi de la Parque inflèxible”
De Michel Pignolet de Monteclair
5:21
3
Le Retour de la Paix: III. Legèrement “O ciel! La fureur qui les guide”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:20
4
Le Retour de la Paix: IV. Récitatif “Ah! quelle est mon erreur?”
De Michel Pignolet de Monteclair
0:25
5
Le Retour de la Paix: V. Lent et dètaché “Fille du ciel!”
De Michel Pignolet de Monteclair
3:14
6
Le Retour de la Paix: VI. Leger et doux “Mais quel èclat soudain!”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:15
7
Le Retour de la Paix: VII. Récitatif “Discorde tes èforts”
De Michel Pignolet de Monteclair
1:32
8
Le Retour de la Paix: VIII. Air de Trompètes et de Musètes “Que les guerrieres trompètes”
De Michel Pignolet de Monteclair
2:05
9
L’Apothéose de Corelli in B Minor: I. Corelli au piéd du Parnasse prie les Muses de le Recevoir parmi elles
De François Couperin
2:06
10
L’Apothéose de Corelli in B Minor: II. Corelli charmé de la bonne réception qu’on lui fait au Parnasse, en marque Sa joye. Il continuë avec ceux qui L’accompagnen
De François Couperin
2:12
11
L’Apothéose de Corelli in B Minor: III. Corelli buvant à la Source D’hypocrêne. Sa Troupe Continuë
De François Couperin
1:55
12
L’Apothéose de Corelli in B Minor: IV. Enthouziasme de Corelli Causé par les eaux D’hypocrêne
De François Couperin
0:59
13
L’Apothéose de Corelli in B Minor: V. Corelli après son enthouziasme S’endort; et sa Troupe jouë le Sommeil suivant
De François Couperin
1:54
14
L’Apothéose de Corelli in B Minor: VI. Les Muses reveillent Corelli, Et le placent auprês d’Apollon
De François Couperin
0:43
15
L’Apothéose de Corelli in B Minor: VII. Remerciment de Corelli
De François Couperin
2:22
16
Le berger fidèle, RCT 24: “Prêt à voir immoler l’objet de sa tendresse” (Récitatif)
De Jean-Philippe Rameau
0:42
17
Le berger fidèle, RCT 24: “Diane , appaise ton courroux!” (Air plaintif)
De Jean-Philippe Rameau
4:31
18
Le berger fidèle, RCT 24: “Mais c’est trop me livrer à ma douleur mortelle” (Récitatif)
De Jean-Philippe Rameau
0:21
19
Le berger fidèle, RCT 24: “L’amour qui règne dans votre âme” (Air gai)
De Jean-Philippe Rameau
4:03
20
Le berger fidèle, RCT 24: “Cependant à l’autel le Berger se présente” (Récitatif)
De Jean-Philippe Rameau
0:58
21
Le berger fidèle, RCT 24: “Air vif et gracieux Charmant Amour, sous ta puissance”
De Jean-Philippe Rameau
4:14
22
Sonnerie de Sainte Genevieve du Mont de Paris
De Marin Marais
7:40
23
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: I. “Fort gravement” (Prelude)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:41
24
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: II. “Mortels, pour contenter vos desirs curieux” (Récitatif)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:30
25
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: III. “Au son des trompettes bruiantes” (Air gai)
De Louis-Nicolas Clerambault
4:26
26
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: IV. “Mais quel bruit interrompt ces doux amusements” (Tempeste)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:03
27
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: V. “Non, les Dieux attendris” (Récitatif)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:25
28
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: VI. “Oyseaux, qui sous ces feüillages” (Air fort tendrement)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:44
29
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: VII. “Vos concerts heureux Oyseaux” (Sommeil)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:03
30
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: VIII. “Mais quels novueaux accords dont l’horreur est extréme?” (Prelude infernal)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:09
31
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: IX. “Ne craignons rien, un changement heureux” (Récitatif)
De Louis-Nicolas Clerambault
0:27
32
La Muse de l’Opera ou les caracteres lyriques: X. “Ce n’est qu’une belle chimere” (Air gay et piqué)
De Louis-Nicolas Clerambault
2:39
Natalia Kawalek, soprano
Il Giardino d’Amore
Stefan Plewniak
Não deixo por menos, estamos tratando de um dos maiores discos de jazz de todos os tempos. Aqui, o quarteto escandinavo de Jarrett dá uma notável demonstração de musicalidade e tesão, atacando diversas vertentes, desde o jazz tradicional até o free. O pianista domina a música, mas as intervenções de Garbarek são sempre preciosas, assim como o acompanhamento de Danielsson e Christensen também são notáveis. O álbum é muito convincente, uma ilustração do trabalho refinado de Jarrett com influências europeias da música clássica e folclórica .
Keith Jarrett: Nude Ants (Live At The Village Vanguard)
1 Chant Of The Soil 17:12
2 Innocence 8:15
3 Processional 20:33
4 Oasis 30:34
5 New Dance 12:57
6 Sunshine Song 12:03
Bass – Palle Danielsson
Drums, Percussion – Jon Christensen
Piano, Timbales, Percussion, Music By – Keith Jarrett
Tenor Saxophone, Soprano Saxophone – Jan Garbarek
Recorded May 1979 at the Village Vanguard, New York.
Originally released as double LP in 1980.
Atendendo a pedidos, nosso Serviço de Atendimento ao Chororô (SAC) disponibiliza links fresquíssimos para um belo álbum repleto da magistral Chaconne da Partita em Ré menor do Grande Pai Bach, em transcrições para piano (aquela célebre de Busoni, uma contemporânea de Lutz e a de Brahms para mão esquerda) e no original para violino solo. É daquelas obras que, na iminência do final do mundo, a gente desejaria colocar numa cápsula espacial para que se salve deste vale de lágrimas – e que muitos de nós outros, melômanos, certamente gostaríamos de ter nos ouvidos ao dele nos despedirmos. Uma tremenda gravação, acompanhada de uma das melhores resenhas jamais feitas pelo patrão PQP.
Vassily
POSTAGEM ORIGINAL DE PQP BACH EM 10/5/2012
Numa noite fria do século XVIII, Bach escrevia a Chacona da Partita Nº 2 para violino solo. A música partia de sua imaginação (1) para o papel (2), alternando-se com o violino (3), no qual era testada. Anos depois, foi copiada (4) e publicada (5). Hoje, o violinista lê a Chacona (6) e de seus olhos passa o que está escrito ao violino (9) utilizando para isso seu controverso cérebro (7) e sua instável, ou não, técnica (8). Do violino, a música passa a um engenheiro de som (10) que a grava em um equipamento (11), para só então chegar ao ouvinte (12), que se desmilingúi àquilo.
Na variação entre todas essas passagens e comunicações, está a infindável diversidade das interpretações. Mas ainda faltam elos, como a qualidade do violino – e se seu som for divino ou de lata, e se ele for um instrumento original ou moderno? E o calibre do violinista? E seu senso de estilo e vivências? E o ouvinte? E… as verdadeiras intenções de Bach? Desejava ele que o pequeno violino tomasse as proporções gigantescas e polifônicas do órgão? Mesmo?
E depois tem gente que acha chata a música erudita…
-=-=-=-=-
Este CD faz ainda pior. É um disco onde há três diferentes transcrições (13, 13 e 13) que foram para o papel (14), para o pianista, etc. As transcrições são muito boas.
E apenas uma certeza. Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas a Chaconne foi mesmo escrita o VIOLINO. Quando Beyer entra, o sol aparece. É algo absurdamente luminoso, apesar de, ao que tudo indica, Bach tê-la escrito durante o luto pela morte de sua primeira esposa Maria Barbara e em honra a ela.
Bach – Busoni – Lutz – Brahms: Chaconne
1. Chaconne After Bach’s Partita for Violin Solo No. 2 in D Minor, BWV 1004 (Transcribed for Piano By Busoni) 15:47
2. Chaconne After Bach’s Partita for Violin Solo No. 2 in D Minor, BWV 1004 (Transcribed for Piano By Lutz) 15:18
3. Chaconne After Bach’s Partita for Violin Solo No. 2 in D Minor, BWV 1004 (Transcribed for Piano By Brahms) 15:28
4. Partita for Violin Solo No. 2 in D Minor, BWV 1004: V. Chaconne 13:58
Ludwig van Beethoven (Bonn, batizado em 17 de dezembro de 1770 — Viena, 26 de março de 1827).
Não há jeito, você vai ter de baixar esses cinco CDs e depois vai comprá-los. Eu pensei que a grande versão de Abbado fosse uma balela, mas não é não. Tenho de explicar umas coisinhas.
Claudio Abbado (1933-2014 — note que este post é, originalmente, de 2010) registrara um ciclo completo das Sinfonias de Beethoven com a Filarmônica de Berlim no ano de 2000. Não se saiu nada bem. Era uma versão opaca e desapaixonada, pecado mortal em Beethoven. Tinha coisas boas nas Sinfonias 1, 2, 4 e 9, mas, no geral, era um registro decepcionante, abaixo do esperado. Para surpresa geral, Abbado e a Filarmônica gravaram tudo de novo um ano mais tarde. A gravação foi feita em 2001 a partir de performances ao vivo em Roma (ah, as gravações ao vivo, sempre melhores…), mas com a Nona Sinfonia da versão de 2000.
Céus, como Abbado conseguiu evoluir em tão curto espaço de tempo! A música respira e vive como nunca. É um TRIUNFO ESPETACULAR. No encarte, o maestro fala sobre o desenvolvimento de uma visão compartilhada com a orquestra. Isso é facilmente perceptível. Onde havia uma orquestra tocando notas, um ano depois havia sentido, direção e uma emoção arrasadora.
O que distingue esse conjunto de quase todos os outros ciclos completos é sua notável coerência. Não há falhas ou partes em que o ouvinte tenha de ser indulgente. O estilo está em consonância com o mainstream de nossos dias — tocada por instrumentos modernos, mas com texturas transparentes e tempos animados, Abbado revela detalhes expressivos com pertinência e permite que a música se desdobre esplendidamente.
Há muitos concorrentes — quem não sabe? — , mas se você estiver procurando por um ciclo completo das Sinfonias de Beethoven, fique sabendo que Abbado não é somente uma das principais recomendações, como uma first choice. Em minha opinião, nunca estas obras soaram tão espontâneas. Não seja besta de não ouvir.
Oh, sim. Histórias e mais histórias: Abbado sofreu um boicote aberto dos músicos da Filarmônica de Berlim. Sua forma de trabalho não lhes agradava. Abateu-se muito e ficou doente (verdade, quase morreu). O auge da crise foi entre 1998 e 2000. A lenda conta que os músicos, sentindo-se culpados, quiseram dar-lhe o maior Beethoven possível, pois, além de mal de saúde, ele estava deprimido, em vias de ser substituiído por Simon Rattle, por exigência dos músicos amotinados. Esta é a lenda. Acredite se quiser. Só sei de uma coisa, o resultado foi verdadeiramente ESPANTOSO. O lançamento da versão romana de 2001 ocorreu em 2008. É este o registro que PQP Bach apresenta a seus amados e detestáveis leitores-ouvintes.
Beethoven: Integral das Sinfonias
Disc: 1
1. Symphony No. 1 in C major, Op. 21: 1. Adagio molto – Allegro con brio
2. Symphony No. 1 in C major, Op. 21: 2. Andante cantabile con moto
3. Symphony No. 1 in C major, Op. 21: 3. Menuetto. Allegro molto e vivace – Trio
4. Symphony No. 1 in C major, Op. 21: 4. Finale. Adagio – Allegro molto e vivace
5. Symphony No. 3 in E flat major (‘Eroica’), Op. 55: 1. Allegro con brio
6. Symphony No. 3 in E flat major (‘Eroica’), Op. 55: 2. Marcia funebre. Adagio assai
7. Symphony No. 3 in E flat major (‘Eroica’), Op. 55: 3. Scherzo. Allegro vivace – Trio
8. Symphony No. 3 in E flat major (‘Eroica’), Op. 55: 4. Finale. Allegro molto – Poco Andante – Presto
Disc: 2
1. Symphony No. 2 in D major, Op. 36: 1. Adagio – Allegro con brio
2. Symphony No. 2 in D major, Op. 36: 2. Larghetto
3. Symphony No. 2 in D major, Op. 36: 3. Scherzo. Allegro – Trio
4. Symphony No. 2 in D major, Op. 36: 4. Allegro molto
5. Symphony No. 4 in B flat major, Op. 60: 1. Adagio – Allegro vivace
6. Symphony No. 4 in B flat major, Op. 60: 2. Adagio
7. Symphony No. 4 in B flat major, Op. 60: 3. Allegro molto e vivace – Trio. Un poco meno allegro
8. Symphony No. 4 in B flat major, Op. 60: 4. Allegro ma non troppo
Disc: 3
1. Symphony No. 5 in C minor (‘Fate’), Op. 67: 1. Allegro con brio
2. Symphony No. 5 in C minor (‘Fate’), Op. 67: 2. Andante con moto
3. Symphony No. 5 in C minor (‘Fate’), Op. 67: 3. Allegro
4. Symphony No. 5 in C minor (‘Fate’), Op. 67: 4. Allegro – Presto
5. Symphony No. 6 in F major (‘Pastoral’), Op. 68: 1. Angenehme, heitere Empfindungen, welche bei der Ankunft auf dem Lande im Menschen
6. Symphony No. 6 in F major (‘Pastoral’), Op. 68: 2. Szene am Bach. Andante molto moto
7. Symphony No. 6 in F major (‘Pastoral’), Op. 68: 3. Lustiges Zusammensein der Landleute. Allegro
8. Symphony No. 6 in F major (‘Pastoral’), Op. 68: 4. Donner. Sturm. Allegro
9. Symphony No. 6 in F major (‘Pastoral’), Op. 68: 5. Hirtengesang. Wohltätige, mit Dank an die Gottheit verbundene Gefühle nach dem Stu
Disc: 4
1. Symphony No. 7 in A major, Op. 92: 1. Poco sostenuto – Vivace
2. Symphony No. 7 in A major, Op. 92: 2. Allegretto
3. Symphony No. 7 in A major, Op. 92: 3. Presto
4. Symphony No. 7 in A major, Op. 92: 4. Allegro con brio
5. Symphony No. 8 in F major, Op. 93: 1. Allegro vivace e con brio
6. Symphony No. 8 in F major, Op. 93: 2. Allegretto scherzando
7. Symphony No. 8 in F major, Op. 93: 3. Tempo di Menuetto
8. Symphony No. 8 in F major, Op. 93: 4. Allegro vivace
Disc: 5
1. Symphony No. 9 in D minor (‘Choral’), Op. 125: 1. Allegro ma non troppo e un poco maestoso
2. Symphony No. 9 in D minor (‘Choral’), Op. 125: 2. Scherzo: Molto vivace – Presto
3. Symphony No. 9 in D minor (‘Choral’), Op. 125: 3. Adagio molto e cantabile – Andante moderato
4. Symphony No. 9 in D minor (‘Choral’), Op. 125: 4. Presto – Allegro assai
5. Symphony No. 9 in D minor (‘Choral’), Op. 125: 4. Presto – O Freunde, nicht diese Töne! – Allegro assai – Allegro assai vivace
Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Eu sei quem estou envolvendo quando digo isso, mas é minha opinião: Maurizio Pollini é o melhor pianista de toda a era das gravações. Dito isto, completo o post explicando que o legendário pianista comemora na DG o ano do centenário de morte de Debussy com o álbum que inclui os Préludes II e En blanc et noir, o último gravado em duo com seu filho Danielle. Há vinte anos, Maurizio Pollini gravou o primeiro livro dos Préludes, investindo anos de experiência em suas dúzias de peças. É o estilo de Pollini. Ele passou 40 anos até gravar todas as Sonatas de Beethoven, até dar a cada uma delas maturidade sob suas mãos. Préludes II deve ficar entre as homenagens mais significativos a Debussy, um século após sua morte.
Claude Debussy (1862-1918): Préludes II (2018)
01. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-1. Brouillards
02. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-2. Feuilles mortes
03. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-3. La puerta del vino
04. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-4. Les fées sont d’exquises danseuses
05. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-5. Bruyères
06. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-6. General Lavine-eccentric
07. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-7. La terrasse des audiences du clair de lune
08. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-8. Ondine
09. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-9. Hommage à S. Pickwick, Esq., P.P.M.P.C.
10. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-10. Canope
11. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-11. Les tierces alternées
12. Debussy: Préludes-Book 2, L.123-12. Feux d’artifice
13. Debussy: En blanc et noir, L.134-1. Avec emportement
14. Debussy: En blanc et noir, L.134-2. Lent. Sombre
15. Debussy: En blanc et noir, L.134-3. Scherzando
Personnel:
Maurizio Pollini, piano
Daniele Pollini, piano
Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Claude Debussy é o cara da hora. Curioso talvez seja o fato de comemorarmos a data de sua morte, há exatos 100 anos atrás. Curioso também é o fato de todas as publicações especializadas na área de música clássica dos últimos dois ou três meses estamparem o compositor em suas capas e dedicarem algumas páginas a análise de suas obras.
Não que o velho Claude não o mereça. Na verdade, acho que ele sempre merece estar em destaque. Amo suas obras, desde minha infância ou adolescência, quando minha mãe sempre falava no ‘Clair de Lune’, que ela ouvira em não sei qual filme, e que nunca esquecera. E que sempre que ouvia a obra, o que ela imaginava era um riacho correndo, sem pressa, sob a luz do luar. Alguns anos depois, segundo contava, leu em algum lugar que o autor realmente se inspirara num riacho correndo, sob a luz do luar, para compor a obra. Essa é a força da expressão da música, a evocação de memórias passadas ou sentidas. Todos temos um momento em nossas vidas em que determinada obra nos evoca lembranças.
Dando início às postagens comemorativas a data, trago um dos últimos lançamentos em homenagem a ele, gravado pelo pianista e maestro Daniel Baremboim, uma lenda viva dos palcos das últimas cinco décadas.
Então vamos ao que viemos.
01. Estampes, L. 100-1. Pagodes
02. Estampes, L. 100-2. La soirée dans Grenade
03. Estampes, L. 100-3. Jardins sous la pluie
04. Suite bergamasque, L. 75-3. Clair de lune
05. La plus que lente, L. 121
06. Élégie, L. 38
07. Préludes Book 1, L. 117-1. Danseuses de Delphes
08. Préludes Book 1, L. 117-2. Voiles
09. Préludes Book 1, L. 117-3. Le vent dans la plaine
10. Préludes Book 1, L. 117-4. Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir
11. Préludes Book 1, L. 117-5. Les collines d’Anacapri
12. Préludes Book 1, L. 117-6. Des pas sur la neige
13. Préludes Book 1, L. 117-7. Ce qu’a vu le vent d’ouest
14. Préludes Book 1, L. 117-8. La fille aux cheveux de lin
15. Préludes Book 1, L. 117-9. La sérénade interrompue
16. Préludes Book 1, L. 117-10. La cathédrale engloutie
Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, 22 de Agosto de 1862 — Paris, 25 de Março de 1918)
Em março de 1918 morria Claude Debussy. Nesses 100 anos muitos grandes pianistas gravaram o seu livro II de Prelúdios com um toque delicado cheio de nuances (Gieseking, Arrau), muitos criaram belas cores e sonoridades perfeitas (Michelangeli, Zimerman). Mas o lado humorístico de Debussy é expressado de forma imbatível por Dalberto, que estudou com Vlado Perlemuter, discípulo de Alfred Cortot e de Maurice Ravel. É um especialista em Debussy, Ravel e Schubert.
O último Debussy, o dos Prelúdios Livro II, dos Jeux (Jogos) para orquestra, da Sonata para violoncelo e piano, é um Debussy que expressa uma ironia típica de artistas maduros, cada prelúdio é um personagem musical como um Casmurro de Machado ou um Quixote de Cervantes. É o andar do bêbado em La puerta del vino (a porta do vinho), é a paródia excêntrica de ‘God Save the Queen‘ em Hommage à S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C., homenagem a um personagem cômico de Charles Dickens…
Claude Debussy (1862-1918)
Children’s Corner
1. Doctor Gradus ad Parnassum
2. Jimbo’s Lullaby
3. Serenade for the Doll
4. The Snow is Dancing
5. The Little Shepherd
6. Golliwog’s Cake-walk Images (Book II)
7. Cloches à travers les feuilles
8. Et la lune descend sur le temple qui fut
9. Poissons d’or Préludes (Book II)
10. Brouillards
11. Feuilles mortes
12. La puerta del Vino
13. Les fées sont d’exquises danseuses
14. Bruyères
15. Général Lavine
16. La terrasse des audiences du clair de lune
17. Ondine
18. Hommage à S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C.
19. Canope
20. Les tierces alternées
21. Feux d’artifice
Michel Dalberto, piano
Gravado ao vivo no Teatro Bibiena em Mantova, Itália (2015)
Este disco é chamado de “Silêncio dos Balcãs”, mas na verdade é o registro dos sons e do ritmo dos Bálcãs e da Geórgia. O álbum foi gravado ao vivo em Tessalônica, Grécia, em 30 de dezembro de 1997. Foi o espetáculo final da cidade como Capital Europeia da Cultura de 1997. Na apresentação da última música, 3 crianças (uma da Sérvia, uma muçulmana e uma do Croata) de um orfanato em Sarajevo, pedem paz. Funções ao vivo de: Orquestra Municipal de Tessalônica (47 membros), o Coro de Tessalônica (50), 4 cantoras búlgaros que trabalham com Bregović em todas as suas apresentações, o conjunto de dança búlgaro ‘Filip Kutev’), 45 dançarinas da Grécia, uma grupo polifônico da Albânia, o cantor da ex-Iugoslávia Zdravko Čolić, o grupo de Aristidis Moshos, etc. Ou seja, foi um super show que não conseguiu sufocar a bela música deste artista filho de um croata e de uma sérvia, casado com uma muçulmana, que teve sua casa destruída durante a guerra. Ele só lamenta o incêndio de sua biblioteca:
Com a guerra perdi tudo e também minha biblioteca. Podes começar tua vida duas vezes, mas não podes começar duas vezes uma biblioteca.
9 Babylon 6:08
Choir – Choir Of Thessaloniki
Orchestra – Symphonic Orchestra Of The Municipality Of Thessaloniki
Orchestrated By – Ana Mihailovic*
Vocals – Projekt Jon
10 Green Thought 6:48
Lyrics By – Andrew Marvell
Performer – Aristidis Moschos & His Orchestra
Vocals – Lena Jinnegren, Kostas Mantzopoulos*
Este é o segundo álbum que Towner fez para a ECM. É de 1973 e eu lhe daria 3 estrelas em 5. Não chega ao nível de outros posteriores, mas é bom. Insere-se naquela tendência de vanguarda de certos trabalhos da gravadora de Manfred Eicher. Ainda é muito free jazz — talvez seja ainda mais ECM style –, com Towner revezando-se nos instrumentos em temas muitas vezes desprogramados. Não é o seu melhor trabalho, mas é o início de uma série de registros fantásticos que Towner continuaria a liberar através da ECM ao longo das décadas e até os dias de hoje. Altamente recomendado para fãs de música instrumental. O cara toca mesmo.
Johann Sebastian Bach (Eisenach, 21 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750).
Eu já tinha postado os quatro primeiros CDs desta fantástica coleção, mas agora ela está completa. O Café Zimmermann, liderado pelo violinista argentino Pablo Valetti e que tem sua base na França, é um dos melhores grupos da nova geração de conjuntos barrocos a oferecer interpretações rarefeitas e enérgicas em instrumentos históricos. O nome do grupo refere-se a um café de Leipzig, onde o grupo de Bach, o Collegium Musicum, apresentava-se no século XVIII. A Cantata do Café é uma homenagem ao Zimmermann. Há indícios de quem nem Bach teria sido tão econômico em número de músicos quanto o pequeno efetivo de Valetti. Meu pai teria solicitado uma orquestra de 24 instrumentistas ao Conselho de Leipzig para executar a Suíte Nº 3, por exemplo. Mas, OK, esqueçam. O alto nível de musicalidade e a leitura franca e arejada de Valetti compensam de longe.
Nos CDs abaixo estão todos os Brandemburgo, todas as Suítes orquestrais e mais alguns concertos. Neste momento, não consigo pensar em nada melhor.
O Café Zimmermann recebeu o Diapason d’Or por esta integral dos “Concerts avec plusieurs instruments de Jean-Sébastien Bach vol I-VI “.
J. S. Bach (1685-1750): Concertos e Obras Orquestrais com o Café Zimmermann — 6 CDs miraculosos, irresistíveis e indispensáveis
Disc 1:
1. Concerto pour clavecin en Ré Mineur, BWV 1052: I. Allegro 7:26
2. Concerto pour clavecin en Ré Mineur, BWV 1052: II. Adagio 6:13
3. Concerto pour clavecin en Ré Mineur, BWV 1052: III. Allegro 7:28
4. Concerto pour hautbois d’amour en La Majeur, BWV 1055: I. Allegro 4:13
5. Concerto pour hautbois d’amour en La Majeur, BWV 1055: II. Larghetto 4:28
6. Concerto pour hautbois d’amour en La Majeur, BWV 1055: III. Allegro ma non tanto 4:01
7. Concerto pour violon en Mi Majeur, BWV 1042: I. Allegro 7:20
8. Concerto pour violon en Mi Majeur, BWV 1042: II. Adagio 5:29
9. Concerto pour violon en Mi Majeur, BWV 1042: III. Allegro Assai 2:41
10. Concert Brandebourgeois No. 5 en Ré Majeur, BWV 1050: I. Allegro 9:42
11. Concert Brandebourgeois No. 5 en Ré Majeur, BWV 1050: II. Affettuoso 5:01
12. Concert Brandebourgeois No. 5 en Ré Majeur, BWV 1050: III. Allegro 5:14
Disc 2:
1. Concert Brandebourgeois No. 3 en Sol Majeur, BWV 1048: I. Allegro – Adagio 5:18
2. Concert Brandebourgeois No. 3 en Sol Majeur, BWV 1048: II. Allegro 4:18
3. Concerto pour deux violons & cordes en Ré Mineur, BWV 1043: I. Vivace 3:25
4. Concerto pour deux violons & cordes en Ré Mineur, BWV 1043: II. Largo ma non tanto 5:57
5. Concerto pour deux violons & cordes en Ré Mineur, BWV 1043: III. Allegro 4:10
6. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: I. Ouverture 9:02
7. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: II. Courante 2:04
8. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: III. Gavottes I & II 2:38
9. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: IV. Forlane 1:07
10. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: V. Menuets I & II 2:53
11. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: VI. Bourrées I & II 2:21
12. Suite en Ut Majeur, BWV 1066: VII. Passepieds I & II 3:09
13. Concerto pour hautbois & violon en Ut Mineur, BWV 1060: I. Allegro 4:18
14. Concerto pour hautbois & violon en Ut Mineur, BWV 1060: II. Adagio 4:32
15. Concerto pour hautbois & violon en Ut Mineur, BWV 1060: III. Allegro 3:08
Disc 3:
1. Concert Brandebourgeois No. 4 en Sol Majeur, BWV 1049: I. Allegro 6:09
2. Concert Brandebourgeois No. 4 en Sol Majeur, BWV 1049: II. Andante 3:50
3. Concert Brandebourgeois No. 4 en Sol Majeur, BWV 1049: III. Presto 4:21
4. Concerto pour hautbois d’amour en Ré Majeur, transcription du concerto pour clavecin en Mi Majeur, BWV 1053: I. 7:05
5. Concerto pour hautbois d’amour en Ré Majeur, transcription du concerto pour clavecin en Mi Majeur, BWV 1053: II. Siciliano 4:46
6. Concerto pour hautbois d’amour en Ré Majeur, transcription du concerto pour clavecin en Mi Majeur, BWV 1053: III. Allegro 6:06
7. Concerto pour trois clavecins en Do Majeur, BWV 1064: I. 5:40
8. Concerto pour trois clavecins en Do Majeur, BWV 1064: II. Adagio 5:17
9. Concerto pour trois clavecins en Do Majeur, BWV 1064: III. Allegro 4:28
10. Suite en Si Mineur, BWV 1067: I. Ouverture 10:05
11. Suite en Si Mineur, BWV 1067: II. Rondeau 1:28
12. Suite en Si Mineur, BWV 1067: III. Sarabande 3:15
13. Suite en Si Mineur, BWV 1067: IV. Bourrée I & II 2:04
14. Suite en Si Mineur, BWV 1067: V. Polonaise & Double 3:44
15. Suite en Si Mineur, BWV 1067: VI. Menuet 0:54
16. Suite en Si Mineur, BWV 1067: VII. Badinerie 1:23
Disc 4:
1. Concerto pour violon en La Mineur, BWV 1041: I. 3:29
2. Concerto pour violon en La Mineur, BWV 1041: II. Andante 6:45
3. Concerto pour violon en La Mineur, BWV 1041: III. Allegro assai 3:31
4. Concerto pour 2 clavecins en Ut Majeur, BWV 1061: I. 6:46
5. Concerto pour 2 clavecins en Ut Majeur, BWV 1061: II. Adagio 4:43
6. Concerto pour 2 clavecins en Ut Majeur, BWV 1061: III. Vivace 5:25
7. Concerto pour flûte, violon & clavecin en La Mineur, BWV 1044: I. Allegro 7:56
8. Concerto pour flûte, violon & clavecin en La Mineur, BWV 1044: II. Adagio ma non tanto e dolce 4:55
9. Concerto pour flûte, violon & clavecin en La Mineur, BWV 1044: III. Tempo di Allabreve 6:14
10. Concert Brandebourgeois No. 2 en Fa Majeur, BWV 1047: I. 4:51
11. Concert Brandebourgeois No. 2 en Fa Majeur, BWV 1047: II. Andante 3:36
12. Concert Brandebourgeois No. 2 en Fa Majeur, BWV 1047: III. Allegro assai 2:49
Disc 5:
1. Ouverture No. 3 en Ré Majeur, BWV 1068: I. Ouverture 9:33
2. Ouverture No. 3 en Ré Majeur, BWV 1068: II. Air 3:32
3. Ouverture No. 3 en Ré Majeur, BWV 1068: III. Gavottes I et II 3:54
4. Ouverture No. 3 en Ré Majeur, BWV 1068: IV. Bourrée 1:06
5. Ouverture No. 3 en Ré Majeur, BWV 1068: V. Gigue 2:38
6. Concerto pour clavecin en Fa Mineur, BWV 1056: I. Allegro 3:06
7. Concerto pour clavecin en Fa Mineur, BWV 1056: II. Adagio 2:43
8. Concerto pour clavecin en Fa Mineur, BWV 1056: III. Presto 3:17
9. Concerto Brandebourgeois No. 6 en Si Bémol Majeur, BWV 1051: I. 5:27
10. Concerto Brandebourgeois No. 6 en Si Bémol Majeur, BWV 1051: II. Adagio ma non tanto 4:38
11. Concerto Brandebourgeois No. 6 en Si Bémol Majeur, BWV 1051: III. Allegro 5:45
12. Concerto pour trois clavecins en Ré Mineur, BWV 1063: I. 4:36
13. Concerto pour trois clavecins en Ré Mineur, BWV 1063: II. Alla siciliana 3:39
14. Concerto pour trois clavecins en Ré Mineur, BWV 1063: III. Allegro 4:29
Disc 6:
1. Ouverture No. 4 en Ré Majeur, BWV 1069: I. Ouverture 11:11
2. Ouverture No. 4 en Ré Majeur, BWV 1069: II. Bourrées I & II 2:55
3. Ouverture No. 4 en Ré Majeur, BWV 1069: III. Gavotte 1:45
4. Ouverture No. 4 en Ré Majeur, BWV 1069: IV. Menuets I & II 3:20
5. Ouverture No. 4 en Ré Majeur, BWV 1069: V. Réjouissance 2:36
6. Concerto pour clavecin en La Majeur, BWV 1055: I. Allegro 4:02
7. Concerto pour clavecin en La Majeur, BWV 1055: II. Larghetto 3:48
8. Concerto pour clavecin en La Majeur, BWV 1055: III. Allegro ma non tanto 3:48
9. Concert Brandebourgeois No. 1 en Fa Majeur, BWV 1046: I. 3:52
10. Concert Brandebourgeois No. 1 en Fa Majeur, BWV 1046: II. Adagio 3:34
11. Concert Brandebourgeois No. 1 en Fa Majeur, BWV 1046: III. Allegro 4:02
12. Concert Brandebourgeois No. 1 en Fa Majeur, BWV 1046: IV. Menuet & Polonaise 5:47
13. Concerto pour quatre clavecins en Ré Mineur, BWV 1065: I. Allegro 3:25
14. Concerto pour quatre clavecins en Ré Mineur, BWV 1065: II. Adagio 2:08
15. Concerto pour quatre clavecins en Ré Mineur, BWV 1065: III. Allegro 3:07
Johann Sebastian Bach apagaria 333 velinhas dia 21 de março!
Quando Dante Michaelangelo Benvenuto Ferruccio Busoni nasceu, em 1866, perto de Florença, seu pai quis homenagear os grandes artistas toscanos dando ao filho esse nome longo e pomposo. E ao longo de toda a vida, Busoni nunca pensou pequeno. Considerado por muitos o sucessor de Liszt como compositor e pianista, foi um grande intérprete, entre outras, da Hammerklavier e da Diabelli de Beethoven, da Sonata de Liszt e das Variações Goldberg de Bach. Também compôs transcrições para piano de várias obras de Bach, atualizando-as para o gosto do romantismo do final do século XIX.
Hugo Leichtentritt, musicólogo alemão, era um de seus adoradores. Escreveu que “Busoni era um músico com uma elevação, uma força espiritual, uma completa ausência de materialismo. A impressionante clareza de sua polifonia, a elegância de seus ornamentos, a elasticidade e precisão de seus ritmos criam maravilhas sonoras nunca antes ouvidas.”
O crítico americano Harold Schoenberg, após a citação acima, questiona: Pode-se chamar isso de Bach? A erudição contemporânea diria que não. E mais uma vez, deve ser lembrado que pianistas da geração de Busoni refletiam as ideias de sua era, e não as do fim do século XX.
É verdade que o gosto atual considera a Chacona de Bach-Busoni exagerada. Mas vamos lembrar que Bach transcreveu concertos de Vivaldi do violino para o órgão, entre outras transcrições que alteravam totalmente os originais. E também é provável que o ouvinte de daqui a cem anos perceba exageros nas interpretações de Bach que hoje achamos “corretas”. O mais importante é apreciar.
Baldassare Galuppi, nascido em 1706, foi maestro di cappella na Basílica de São Marco, em Veneza. Compôs cerca de cem óperas e ficou conhecido na sua época como o grande mestre da ópera cômica, influenciando Haydn e Mozart nesse gênero.
Michelangeli, sempre com suas sonoridades muito cuidadosamente executadas, recria aqui a arte pra violino de Bach sob o olhar de Busoni, a arte pra cravo de Galuppi com um som de piano que faz esquecer que o instrumento tem martelos – pra usar aqui uma expressão de Debussy, outro compositor com o qual o som de Michelangeli se encaixa perfeitamente.
Johann Sebastian Bach (1685–1750) / Ferruccio Busoni (1866–1924)
A1. Ciaccona from Partita No.2 BWV1004
Geminiani é um compositor curioso. Sempre o achei o menos italiano dos italianos. Assim como Vivaldi, Corelli e tantos outros barrocos, é um compositor de alta categoria, mas não é tão luminoso, mais parece um francês, talvez alemão. Ou… Quem sabe? Bem, o fato é que Geminiani mudou-se de mala e cuia para Londres em 1715 e lá ficou até morrer, ou seja, residiu em Londres por 47 anos. Será este o segredo? Bem, o que eu posso dizer é que gosto muito de sua música e o Ensemble 415, sob a direção de Chiara Banchini, dá tratamento de luxo a ela. É um excelente álbum duplo. Dá gosto de ouvir.
Francesco Geminiani (1687-1762): 12 Concerti Grossi composti sull’opera V d’Arcangelo Corelli
Concerto No. 1 En Ré Majeur / D Major / D Dur
Soloist – Chiara Banchini, Stéphanie Pfister*
(9:24)
1-1 Allegro (Grave, Allegro, Adagio, Grave, Allegro, Adagio)
1-2 Allegro
1-3 Largo
1-4 Allegro
Concerto No. 2 En Si Bémol Majeur / B-flat Major / B Dur
Soloist – Helena Zemanová, Odile Édouard*
(9:33)
1-5 Grave
1-6 Allegro
1-7 Vivace
1-8 Adagio
1-9 Vivace
Concerto No. 3 En Do Majeur / C Major / C Dur
Soloist – David Plantier, Odile Édouard*
(9:33)
1-10 Adagio
1-11 Allegro
1-12 Adagio
1-13 Allegro
Concerto No. 4 En Fa Majeur / F Major / F Dur
Soloist – Olivia Centurioni, Stéphanie Pfister*
(10:21)
1-14 Adagio
1-15 Allegro
1-16 Vivace
1-17 Adagio
1-18 Allegro
Concerto No. 5 En Sol Mineur / G-minor / G Dur
Soloist – Chiara Banchini, David Plantier
(8:40)
1-19 Adagio
1-20 Vivace
1-21 Adagio
1-22 Allegro
Concerto No. 6 En La Majeur / A Major / A Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(8:40)
1-23 Adagio
1-24 Allegro
1-25 Adagio
1-26 Allegro
Concerto No. 7 En Ré Mineur / D Minor / D Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(8:23)
2-1 Preludio
2-2 Corrente (Allegro)
2-3 Sarabanda (Largo)
2-4 Giga (Allegro)
Concerto No. 8 En Mi Mineur / E Minor / E Moll
Soloist – Chiara Banchini, Stéphanie Pfister*
(10:30)
2-5 Preludio (Largo)
2-6 Allemanda (Allegro)
2-7 Srabanda (Largo)
2-8 Giga (Allegro)
Concerto No. 9 En La Majeur / A Major / A Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(9:58)
2-9 Preludio (Largo)
2-10 Giga (Allegro)
2-11 Adagio
2-12 Gavotta (Allegro)
Concerto No. 10 En Fa Majeur / F Major / F Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(9:55)
2-13 Preludio (Adagio)
2-14 Allemanda (Allegro)
2-15 Sarabanda (Largo)
2-16 Gavotta (Allegro)
2-17 Giga (Allegro)
Concerto No. 11 En Mi Majeur / E Major E Dur
Soloist – David Plantier, Olivia Centurioni
(7:42)
2-18 Preludio
2-19 Allegro
2-20 Adagio
2-21 Vivace
2-22 Gavotta (Allegro)
2-23 Concerto No. 12 En Ré Mineur / D Minor / D Dur “Follia”
Soloist – Chiara Banchini, Stéphanie Pfister*
11:33
Ensemble 415
Cello – Hendrike Ter Brugge
Cello [Concertino] – Gaetano Nasillo
Contrabass – Michaël Chanu
Harpsichord, Organ – Andrea Marchiol
heorbo, Guitar – Evangelina Mascardi
Viola – Martine Schnorhk
Viola [Concertino] – Andreas Torgersen
Violin – David Plantier, Helena Zemanová, Odile Edouard, Olivia Centurioni, Stéphanie Pfister*
Violin, Viola – Birgit Goris
Violin, Directed By – Chiara Banchini
Temos aqui mais uma grande gravação da violinista alemã Isabelle Faust. Desta vez ela encara as maravilhosas sonatas para violino e cravo de Bach, muito bem acompanhada por Kristian Bezuidenhout. Trata-se de mais um CD matador do selo Harmonia Mundi, recém saído dos fornos da gravadora, daqueles que sabemos que vão arrematar prêmios mil.
Faust não é nenhuma novata na área. Já gravou obras de Bach diversas vezes, inclusive com o veterano Helmuth Rilling, gravações estas que fazem parte daquela imensa integral das obras de Johann Sebastian do selo Hanssler. Por se tratar de um lançamento, não localizei comentários no site da amazon, creio que os clientes ainda estão degustando o CD.
Frescor é o primeiro adjetivo que me vem a cabeça. Faust e Bezuidenhout dão uma arejada nestas obras, tornando-as mais frescas, soltas, não sei o porquê, mas lembram a primavera.
1 Sonata No. 1 in B Minor, BWV 1014: I. Adagio
2 Sonata No. 1 in B Minor, BWV 1014: II. Allegro
3 Sonata No. 1 in B Minor, BWV 1014: III. Andante
4 Sonata No. 1 in B Minor, BWV 1014: IV. Allegro
5 Sonata No. 2 in A Major, BWV 1015: I. [Largo]
6 Sonata No. 2 in A Major, BWV 1015: II. Allegro
7 Sonata No. 2 in A Major, BWV 1015: III. Andante un poco
8 Sonata No. 2 in A Major, BWV 1015: IV. Presto
9 Sonata No. 3 in E Major, BWV 1016: I. Adagio
10 Sonata No. 3 in E Major, BWV 1016: II. Allegro
11 Sonata No. 3 in E Major, BWV 1016: III. Adagio ma non tanto
12 Sonata No. 3 in E Major, BWV 1016: IV. Allegro
Disc 2
1 Sonata No. 4 in C Minor, BWV 1017: I. Largo
2 Sonata No. 4 in C Minor, BWV 1017: II. Allegro
3 Sonata No. 4 in C Minor, BWV 1017: III. Adagio
4 Sonata No. 4 in C Minor, BWV 1017: IV. Allegro
5 Sonata No. 5 in F Minor, BWV 1018: I. [Largo]
6 Sonata No. 5 in F Minor, BWV 1018: II. Allegro
7 Sonata No. 5 in F Minor, BWV 1018: III. Adagio
8 Sonata No. 5 in F Minor, BWV 1018: IV. Vivace
9 Sonata No. 6 in G Major, BWV 1019: I. Allegro
10 Sonata No. 6 in G Major, BWV 1019: II. Largo
11 Sonata No. 6 in G Major, BWV 1019: III. Allegro
12 Sonata No. 6 in G Major, BWV 1019: IV. Adagio
13 Sonata No. 6 in G Major, BWV 1019: V. Allegro
Isabelle Faust – Violin
Kristian Bezuidenhout – Harpsichord
Gravado a partir de um concerto realizado em Londres do ano passado (2017), este disco entrelaça o Partita Nº 2 para Violino Solo de Bach com uma seleção de corais funerários de nosso Pai, seguido de uma performance do Réquiem de Fauré. A colocação da Partita e de sua Chaconne é inspirada pela teoria acadêmica atual de que esta peça seria um memorial escondido para sua falecida primeira esposa, Maria Barbara. A obra que representaria o luto de Bach. O coral e o solista, o spalla da LSO, Gordan Nikolitch, se reúnem na grande Chaconne, com um efeito desafiador e atraente. O experimento é fascinante. O Réquiem de Fauré, acompanhado sensivelmente pelo LSO Chamber Ensemble, é executado calorosamente, de forma uma só vez urgente e serena. Um disco excelente.
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
1 Ach Herr, lass dein lieb Engelein (Part 2 No 40, Chorale of St John Passion, BWV245)[2’09]
2 Allemanda (Movement 1 of Partita No 2 in D minor, BWV1004)[3’29]
3 Corrente (Movement 2 of Partita No 2 in D minor, BWV1004)[2’10]
4 Christ lag in Todesbanden (Versus 1 of Christ lag in Todesbanden, BWV4)[1’19]
5 Sarabanda (Movement 3 of Partita No 2 in D minor, BWV1004)[3’32]
6 Den Tod niemand zwingen kunnt (Versus 2 of Christ lag in Todesbanden, BWV4)[1’22]
7 Giga (Movement 4 of Partita No 2 in D minor, BWV1004)[3’03]
8 Wenn ich einmal soll scheiden (No 62, Chorale of St Matthew Passion, BWV244) [1’23]
Tenebrae, Nigel Short (conductor)
9 Ciaccona (Movement 5 of Partita No 2 in D minor, BWV1004)[13’08]
Gordan Nikolitch (violin)
Tenebrae, Nigel Short (conductor)
Gabriel Fauré (1845-1924) Requiem Op 48 [36’40]
10 Introït et Kyrie Requiem aeternam dona eis, Domine [6’35]
11 Offertoire O Domine Jesu Christe [8’15]
William Gaunt (bass)
12 Sanctus [3’33]
13 Pie Jesu [3’32]
Grace Davidson (soprano)
14 Agnus Dei [6’17]
15 Libera me [4’53]
William Gaunt (bass)
16 In paradisum [3’35]
Tenebrae
London Symphony Orchestra Chamber Ensemble
Nigel Short (conductor)
Uma gravação de referência. Uma first choice indiscutível. Bem, os nomes dizem tudo. É a soma de Martha Argerich + Claudio Abbado + Orquestra Filarmônica de Berlim. Quer mais? E, para completar, além do Concerto Nº 1 para Piano e Orq de Tchai, ainda temos uma versão matadora da Quebra-Nozes para dois pianos. É impossível fazer isso, mas se você esquecer de Martha e tentar ouvir apenas a orquestra, notará o super envolvimento de Abbado para criar as melhores respostas à pianista. Sem dúvida, o casal conseguiu um dos principais registros do mais importante dos concertos para piano do velho Tchai. Eles quiseram e sabiam que podiam fazer isso, é óbvio. E fizeram.
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893): Piano Concerto No. 1 / The Nutcracker Suite for two pianos
Piano Concerto No.1 In B Flat Minor, Op.23
1 1. Allegro Non Troppo E Molto Maestoso – Allegro Con Spirito
2 2. Andantino Semplice – Prestissimo – Tempo I
3 3. Allegro Con Fuoco
The Nutcracker Op. 71a
4 Andante Giusto
5 Marche: Tempo Di Marcia Viva
6 Danse de la Fée Dragée: Andante Non Troppo
7 Danse Russe Trépak: Tempo di Trepak, Molto Vivace
8 Danse Arabe: Allegretto
9 Danse Chinoise: Allegro Moderato
10 Danse Des Mirlitons: Moderato Assai
11 Tempo Di Valse
Martha Argerich, piano
Nicolas Economou, no segundo piano na Quebra Nozes
Berlin Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado
A coleção agora vai para os Quartetos de Corda, aqui interpretados pelo Alexander String Quartet, do qual nunca tinha ouvido falar até agora. Mas como se trata de gravações do selo ARTE NOVA a qualidade é garantida. Difícil esse pessoal lançar coisa ruim.
Vou trazer estes quartetos em duas partes, a primeira hoje, e a segunda parte na semana que vem. É muita coisa para se postar de uma só vez. Assim acabo acostumando mal os senhores.
CD 31
01. Beethoven – String Quartet No.1 Op.18 No.1 in F Major – Allegro con brio
02. Beethoven – String Quartet No.1 Op.18 No.1 in F Major – Adagio affettuoso ed appassionato
03. Beethoven – String Quartet No.1 Op.18 No.1 in F Major – Scherzo. Allegro molto
04. Beethoven – String Quartet No.1 Op.18 No.1 in F Major – Allegro
05. Beethoven – String Quartet No.5 Op.18 No.5 in A Major – Allegro
06. Beethoven – String Quartet No.5 Op.18 No.5 in A Major – Menuetto
07. Beethoven – String Quartet No.5 Op.18 No.5 – Andante cantabile. Thema–Variationen I-V. Coda(Poco Adagio)
08. Beethoven – String Quartet No.5 Op.18 No.5 in A Major – Allegro
CD 32
01. Beethoven – String Quartet No.2 Op.18 No.2 in G Major – Allegro
02. Beethoven – String Quartet No.2 Op.18 No.2 in G Major – Adagio cantabile
03. Beethoven – String Quartet No.2 Op.18 No.2 in G Major – Scherzo (Allegro) & Trio
04. Beethoven – String Quartet No.2 Op.18 No.2 in G Major – Allegro molto, quasi presto
05. Beethoven – String Quartet No.6 Op.18 No.6 in B-flat Major – Allegro con brio
06. Beethoven – String Quartet No.6 Op.18 No.6 in B-flat Major – Adagio, ma non troppo
07. Beethoven – String Quartet No.6 Op.18 No.6 in B-flat Major – Scherzo (Allegro) & Trio
08. Beethoven – String Quartet No.6 Op.18 No.6 – La Malinconia. Adagio – Allegretto quasi Allegro
CD 33
01. Beethoven – String Quartet No.3 Op.18 No.3 in D Major – Allegro
02. Beethoven – String Quartet No.3 Op.18 No.3 in D Major – Andante con moto
03. Beethoven – String Quartet No.3 Op.18 No.3 in D Major – Allegro
04. Beethoven – String Quartet No.3 Op.18 No.3 in D Major – Presto
05. Beethoven – String Quartet No.4 Op.18 No.4 in C minor – Allegro ma non tanto
06. Beethoven – String Quartet No.4 Op.18 No.4 – Scherzo (Andante scherzoso quasi Allegretto)
07. Beethoven – String Quartet No.4 Op.18 No.4 in C minor – Menuetto (Allegretto) & Trio
08. Beethoven – String Quartet No.4 Op.18 No.4 in C minor – Allegro
CD 34
01. String Quartet No.7 Op.59 No.1 in F Major ‘Rasumovsky’ – Allegro
02. String Quartet No.7 Op.59 No.1 ‘Rasumovsky’ – Allegretto vivace e sempre scherzando
03. String Quartet No.7 Op.59 No.1 in F Major ‘Rasumovsky’ – Adagio molto e mesto
04. String Quartet No.7 Op.59 No.1 in F Major ‘Rasumovsky’ – Allegro (theme russe)
05. String Quartet No.10 Op.74 in E-flat Major ‘Harp’ – Poco adagio – Allegro
06. String Quartet No.10 Op.74 in E-flat Major ‘Harp’ – Adagio ma non troppo
07. String Quartet No.10 Op.74 in E-flat Major ‘Harp’ – Presto
08. String Quartet No.10 Op.74 in E-flat Major ‘Harp’ – Allegretto con Variazioni
CD 35
01. String Quartet No.8 Op.59 No.2 in E minor – Allegro
02. String Quartet No.8 Op.59 No.2 in E minor – Molto adagio
03. String Quartet No.8 Op.59 No.2 in E minor – Allegretto
04. String Quartet No.8 Op.59 No.2 in E minor – Finale – Presto
05. String Quartet No.9 Op.59 No.3 – Introduzione. Andante con moto – Allegro vivace
06. String Quartet No.9 Op.59 No.3 in C Major – Andante con moto quasi Allegretto
07. String Quartet No.9 Op.59 No.3 in C Major – Menuetto. Grazioso
08. String Quartet No.9 Op.59 No.3 in C Major – Allegro molto
Gente, o Oregon existe até hoje, ainda fazendo grande música. Em 2017, lançou Lantern, seu 30º álbum! Existem desde 1970 e este é seu fenomenal álbum de estreia, de 1973. Numa primeira audição, este trabalho parece um álbum datado, viajante, psicodélico, de jovens jazzistas perturbados pela força daqueles anos. Depois, você ouve novamente e se dá conta que a coisa é mais profunda. Já de cara eles conseguiram um bom equilíbrio entre as tradições musicais do Leste (não esqueçam que a Índia estava ultra na moda) e do Oeste e este transculturalismo podia ficar uma merda, mas aqui funciona bem. O Oregon é inacreditável também por outro motivo: seus membros sempre mantiveram importantes carreiras solo. De certa forma, o Oregon sempre esteva em segundo plano na vida de Towner e Walcott, por exemplo. Mas… Quando se ouve o grupo, parece que não pode dar certo. Oboé, corne inglês? O baixista também toca piano? Só que a coisa sempre rola esplendidamente.
Oregon – Music of Another Present Era (1973)
1. North Star
2. The Rough Places Plain
3. Sail
4. At the Hawk’s Well
5. Children of God
6. Opening
7. Naiads
8. Shard / Spring Is Really Coming
9. Bell Spirit
10. Baku the Dream Eater
11. The Silence of a Candle
12. Land of Heart’s Desire
13. The Swan
14. Touchstone
Oregon:
Ralph Towner – guitar
Collin Walcott – percussion, violin, sitar, tabla
Glen Moore – bass, flute, piano, guitar (bass)
Paul McCandless – horn (English), oboe
Estou renovando esse link por considerar injusto que este magnífico registro ao vivo deste trio não esteja disponível. Talvez seja o CD deles que mais tenha ouvido naquele momento de minha vida que comentei em postagem anterior. Novamente peço para os senhores ouvirem com fone de ouvido para melhorem captar os detalhes e nuances. PQPBach detalhou suas faixas favoritas na postagem, lamento mas gosto tanto deste CD que não consigo encontrar melhores momentos. O considero perfeito demais.
FDPBach
Hoje é sexta-feira e troquei a postagem de um vetusto Buxtehude por esse bom álbum duplo de standards do trio de Jarrett. Dentre os CDs de standards feitos pelo trio, este é o que mais gosto. Tem uma atmosfera alegre e despreocupada de artistas divertindo-se no auge de suas possibilidades. Não há drama e nem se nota sombra da doença que Jarrett já havia contraído na época, a Síndrome de Fadiga Crônica. Gosto de várias faixas: Poinciana, Whisper Not, Groovin’ High, What Is This Thing Called Love?, Prelude To A Kiss e até da muitíssimo gravada ‘Round Midnight, que aqui recebe boa versão. Enjoy!
Keith Jarret – Whisper not (live in Paris 1999)
Disc 1
1. Bouncing With Bud 7:31
2. Whisper Not 8:04
3. Groovin’ High 8:29
4. Chelsea Bridge 9:46
5. Wrap Your Troubles In Dreams 5:46
6. ‘Round Midnight 6:43
7. Sandu 7:26
Disc 2
1. What Is This Thing Called Love? 12:22
2. Conception 8:07
3. Prelude To A Kiss 8:14
4. Hallucinations 6:34
5. All My Tomorrows 6:22
6. Poinciana 9:09
7. When I Fall In Love 8:06
Bem, nem vou falar muito do repertório deste CD — vou logo dizendo que é sublime, fantástico, impecável, irrepreensível. Yo-Yo Ma, seu excelente e constante colaborador Emanuel Ax e o violinista Leonidas Kavakos são grandes estrelas e este álbum duplo seria um campeão não fosse o maravilhoso e redondo registro do Beaux Arts Trio, que insiste em não desgrudar de nossos ouvidos. Por outro lado, sigo achando que, no mundo, há poucas coisas mais belas do que o Trio Nº 1. Gosto tanto dele que chego a esquecer do Beaux Arts por alguns momentos. Imaginem que Brahms o escreveu aos 20 anos… De qualquer forma, trata-se um extraordinário registro, que merece estar ao lado da gravação do Wanderer Trio.
De qualquer forma, vai um IM-PER-DÍ-VEL !!! para o trio.
Johannes Brahms (1833-1897): Os Trios para Piano
Disc 1:
Piano Trio No. 2 in C Major, Opus 87
1 Allegro
2 Andante con moto
3 Scherzo: Presto
4 Finale: Allegro giocoso
Disc: 2
Piano Trio No. 3 in C Minor, Opus 101
1 Allegro energico
2 Presto non assai
3 Andante grazioso
4 Allegro molto
Piano Trio No. 1 in B Major, Opus 8
5 Allegro con brio
6 Scherzo: Allegro molto
7 Adagio
8 Finale: Allegro
Leonidas Kavakos, violino
Emanuel Ax, piano
Yo-Yo Ma, violoncelo
Esse post é uma homenagem à vereadora Marielle Franco, que lutou pelos Direitos Humanos e foi silenciada ontem.
(Diálogo com um estrangeiro)
– Não sei se você sabe mas por muitos anos o Brasil teve censura prévia para proibir canções consideradas subversivas.
– Como em vários outros países…
– Cortavam qualquer coisa que, na lógica dos militares, fosse contra a moral e os bons costumes.
– Na França isso aconteceu no governo do marechal Pétain, que colaborou com Hitler. Censuraram até o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” e trocaram por “trabalho, família e pátria”.
– Por exemplo nessa música do Milton, Hoje é dia de El-Rey, as palavras subversivas tiveram que ser substituídas por laralara e ahê-lala. Ouve só.
-Essa era bem pesada hein!
– De uma letra gigante sobrou apenas “Filho meu…”
– Família, isso pode. Trabalho, família e pátria.
– É claro que era uma forma de dizer nas entrelinhas: Fui silenciado. Tinha uma letra aqui, que a censura mandou cortar.
– Mas por que entregavam letras assim se sabiam que não ia passar pela censura?
– Porque às vezes passava. Como explicar que Milagre dos Peixes tenha sido aprovada com versos como “eu apenas sou um a mais, um a mais / a falar dessa dor, a nossa dor”, isso na época em que os ditadores falavam em ‘milagre econômico’ industrial?
– Não perceberam. Nunca vi um censor ganhar o prêmio Nobel…
– O poeta Ferreira Gullar costumava contar sobre o dia em que militares invadiram sua casa e lá encontraram um livro intitulado Do cubismo à arte neoconcreta. Os militares leram a palavra cubismo e apreenderam o livro achando que tinha relação com Cuba.
– É como diz aquela antiga frase, a inteligência militar está para a inteligência como a música militar está para a música…
– E logo depois dessa canção censurada, Milton canta uma música de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, de belíssima letra, e o recado fica dado: a minha poesia você não rouba não.
Milton Nascimento – Milagre dos Peixes Ao Vivo (1974)
1 – A Matança do Porco
2 – Bodas
3 – Milagre dos Peixes
4 – Outubro
5 – Sacramento
6 – Nada Será Como Antes
7 – Hoje é Dia de El Rey
8 – Sabe Você
9 – Viola Violar
10 – Cais
11 – Clube da Esquina
12 – Tema dos Deuses
13 – A Última Sessão de Música
14 – San Vicente
15 – Chove Lá Fora
16 – Pablo