Não chega a ser uma maravilha. Aqui, Meredith Monk aparece com obras que parecem a música de Erik Satie para dois pianos. A nova-iorquina Monk é compositora, performer, diretora, vocalista, cineasta e coreógrafa. Desde os anos sessenta, Monk tem criado trabalhos multidisciplinares que combinam música, teatro e dança, gravando sempre para a ECM. Este disco dá uma boa ideia de seu trabalho, mas nada se compara ao vinil Dolmen Music (1979). Ela é minimalista, mas aqui exagerou no mínimo.
Meredith Monk: Piano Songs
1 Monk: Obsolete Objects 1:59
2 Monk: Ellis Island 3:02
3 Monk: Folkdance 4:03
4 Monk: Urban March (Shadow) 3:08
5 Monk: Tower 1:37
6 Monk: Paris 3:11
7 Monk: Railroad (Travel Song) 2:15
8 Monk: Parlour Games 7:37
9 Monk: St. Petersburg Waltz 7:04
10 Monk: Window In 7’s 2:46
11 Monk: Totentanz 3:07
12 Monk: Phantom Waltz 7:14
Na opinião deste bastardo, a Orquestra Barroca de Freiburg é a melhor do gênero em atividade. Isso há vários anos. Aí, eles convidam Andreas Staier para ser o solista e os Concertos são de Bach. É uma verdadeira covardia. Tipo 7 x 1, só que a favor do ouvinte. Para quem não conhece muito os Concertos de Bach, saiba que há três que são transcrições do próprio autor de seus Concertos para Violino. Estes sete concertos são notavelmente inventivos e uma etapa chave na história da forma concertante. O conjunto foi escrito durante os anos de Leipzig de Bach, enquanto dirigia o Collegium Musicum. Nas interpretações de Andreas Staier e da Freiburger Barockorchester, estas obras ganham vida nas leituras alegres que merecem. A gravação da Harmonia Mundi, sua qualidade de som, é algo espetacular.
J. S. Bach (1685-1750): Os Concertos para Cravo (completos) – Staier, Freiburger Barockorchester
Concerto No.1 BWV 1052 in D minor
01. I. Allegro 7’48
02. II. Adagio 7’06
03. III. Allegro 8’05
Concerto No.2 BWV 1053 in E major
04. I. – 8’31
05. II. Siciliano 4’43
06. III. Allegro 6’38
Concerto No.7 BWV 1058 in G minor
07. I. – 3’36
08. II. Andante 5’46
09. III. Allegro assai 4’06
Concerto No.3 BWV 1054 in D major
10. I. – 7’41
11. II. Adagio e piano sempre 6’39
12. III. Allegro 2’41
Concerto No.4 BWV 1055 in A major
13. I. Allegro 4’24
14. II. Larghetto 5’14
15. III. Allegro ma non troppo 4’20
Concerto No.5 BWV 1056 in F minor
16. I. – 3’05
17. II. Largo 2’40
18. III. Presto 3’36
Concerto No.6 BWV 1057 in F major
19. I. – 6’52
20. II. Andante 3’32
21. III. Allegro assai 4’50
Repost de 18 de Outubro de 2015 – Um ano desde que comecei a postar no PQP Bach!
Olá caros leitores do PQP Bach, faço minha estreia aqui nesse blog com o compositor contemporâneo de música erudita que mais gosto: Arvo Pärt. Possuo muitos cds com obras deste compositor que, como dito pelo nosso mestre P.Q.P, não recebeu ainda a devida atenção neste blog. Venho para preencher esta lacuna e para preencher outras que acredito que os senhores considerarão muito oportunas. Junto com o download está o livrete do CD, para que os senhores possam saber mais detalhadamente de outras informações que lhes forem de interesse.
Vou falar um pouco das minhas impressões pessoais sobre esse álbum. O que me levou a comprá-lo foi a obra My Heart in the Highlands, e não, não foi em A Grande Beleza onde eu a ouvi pela primeira vez, mas sim em um documentário sobre o estilo de composição atual de Arvo Pärt. Digo atual pois o compositor já teve três fases onde as obras são notavelmente distintas em seus respectivos estilos. A discussão sobre essas fases é uma outra história que deve ser contada em um outro momento. Neste álbum, com exceção de Solfeggio (que é da primeira fase, a de vanguarda), todas as outras obras são da terceira fase, a minimalista, chamada pelo compositor de tintinnabuli (que é a fase atual).
Voltando a “My Heart in the Highlands”, bem, a primeira vez que eu ouvi essa obra não foi apenas a melodia profundamente melancólica que me tocou, mas também os belos versos que por alguns minutos me arrebataram de tal forma que eu me senti “como um lobo solitário que vive nas montanhas geladas, mas que quando vai à cidade se torna um mero humano de coração apertado, coração apertado de saudades das montanhas geladas e dos cervos, que correm desesperados diante da calma taciturna do lobo que os caça”. Foi uma história mais ou menos assim que por breves momentos inundou minha mente, senti saudades de coisas que jamais vivi (coisa que sinto toda vez que experimento uma boa obra “impressionista”, seja música, cinema ou artes plásticas) e um dia irei passa-la de minha mente para o papel, mas até lá ainda me regojizarei com ela em minha mente.
Mas a grande surpresa do álbum com certeza foi o Stabat Mater de Pärt. A única vez que esse texto havia me tocado tão profundamente em forma de música havia sido com a versão de Antonio Vivaldi. Eu já ouvi a de Pergolesi, a de Dvorák, e de outros, mas só as de Vivaldi e de Pärt tocam meu coração tão profundamente, talvez seja a grande ausência de sinais de alegria ou euforia, mas puramente a presença de dor e melancólica melodia.
Outro destaque do álbum é The Deer’s Cry, por algum motivo essa obra me faz me sentir profundamente cristão (coisa que já fui). Adoro ouvi-la aos domingos. O coro e os solistas cantam sublimemente, como se estivessem inundados de fé, e a história por trás da composição do texto da obra torna tudo mais saboroso; segundo o livrete, o texto cujo nome original é Lorica foi composto por São Patrício em 433. Sabendo de uma emboscada para matar ele e seus seguidores, São Patrício guiou seus homens pela floresta enquanto cantavam essa música. Eles então foram transformados em cervos que foram guiados por 20 gamos. Graças a esse milagre São Patrício e seus homens foram salvos. Apesar do fato de que cantar numa floresta enquanto foge é uma péssima ideia para despistar perseguidores, a história é bonita.
Certa vez ao entrevistar Arvo Pärt, a cantora Björk (que se diz uma fã da música de Pärt) descreveu a música do compositor como uma música que dá espaço ao ouvinte, e eu concordo plenamente, só acrescento que esse espaço é para que você sinta profundamente os sentimentos que lhe inundam ao ouvir essas obras. Seja “My Heart in the Highlands”, seja o “Stabat Mater” ou “The Deer’s Cry”. Não é a toa que o ideal por trás desse estilo de composição de Pärt seja “o amor por cada nota“, é justamente um estilo que busca fazer o ouvinte “meditar” profundamente sobre aquilo que ele ouve e sente em sua mente. Podemos amar tudo aquilo que compreendemos, mas aquilo que não compreendemos nós tememos, e por não compreendermos e temermos podemos chegar a odiar. Por isso a música do compositor é simples eu suponho, para que você possa compreendê-la e então amá-la.
Arvo Pärt (1935): Creator Spiritus
1. Veni creator (3:19)
2. The Deer’s Cry (4:38)
3. Psalom (5:05)
4. Most Holy Mother of God (4:34)
5. Solfeggio (4:46)
6. My heart’s in the highlands (8:40)
7. Peace upon you, Jerusalem (5:23)
8. Ein Wallfahrtslied (9:10)
9. Morning Star (3:17)
10. Stabat Mater (26:03)
Ars Nova Copenhagen
Paul Hillier
Theatre of Voices
Christopher Bowers-Broadbent, orgão
NYYD Quartet
Eu não sou exatamente um tarado pelas gravações do passado, mas quando se trata de Ferenc Fricsay (1914-1963) sou obrigado a ouvir. Mesmo com um som de segunda linha, aqui temos mais uma comprovação do toque de Midas de Fricsay. Esta gravação é lá do início dos anos 50 e é absolutamente espetacular, uma referência mesmo. A construção para o grande clímax do primeiro movimento é calculada mantendo um delicado equilíbrio entre os extremos. O controle magistral de Fricsay neste movimento é provavelmente o melhor na história, superando até mesmo Mravinsky. O segundo e terceiro movimentos estão bem equilibrados e matizados, pena o som apenas bom. E o final é tão comovente como podemos esperar que depois de três movimentos soberbamente executados.
Symphonie No. 6 Patética
1 Adagio – Allegro Non Troppo
2 Allegro Con Grazia
3 Allegro Molto Vivace
4 Finale: Adagio Lamentoso
5 Abertura 1812
6 Valsa de A Bela Adormecida
Berliner Philharmoniker
RIAS-Symphonie-Orchester Berlin y RIAS Kammerchor (faixas 5 e 6)
Ferenc Fricsay
Este disco, pelo que pude apurar, não teve venda comercial. Foi uma edição especial de 2008, comemorativa aos 120 anos da Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam. É uma esplêndida e gravação ao vivo — realizada em 2005 e transmitida pelo rádio (sim há rádios cultas de verdade na Holanda) — com, obviamente, o imortal Bernard Haitink na regência. Ouvi disco agora e, olha, só de pensar já fico arrepiado. É música de gente grande, tocada por uns sujeitos enormes. Haitink gravou a Oitava de Bruckner só várias vezes. Vejamos quantas foram:
Concertgebouw Orchestra (1969) Philips
Concertgebouw Orchestra (1970) World Music Express
Mais um belo disco com repertório desconhecido. A Holanda sempre se destacou na pintura e menos na música, né? O Concerto de Wilms é muito bom — tem um adágio inesquecível –, o de Schmitt é alegre e mozartiano e o de Fodor não deixa o cachimbo cair. A interpretação segue o alto padrão da gravadora Alpha. São concertos daquela época meio estranha: o barroco já fora embora, mas os clássicos ainda não estavam estabelecidos, ainda mais na Holanda da época, longe do glamour de Viena, Paris e da grande música alemã. A música de Fodor, esta sim já tinha a grandiosidade do clássico, apesar de um “Finale Turco”, que talvez provoque risos em nossa amiga Asli Berktay. A orquestra de Fodor já é mais potente e as introduções são longas como mandava o figurino da época. Bom disco, muito agradável!
Fodor (1768-1846), Schmitt (1734-1791) & Wilms (1772-1847): Concertos holandeses para piano
Johann Wilhelm Wilms
Concerto Pour Le Clavecin Ou Le Pianoforte Avec Plusieurs Instruments En Mi Majeur, Opus 3
1 – Allegro 12:45
2 – Poco Adagio 6:54
3 – Rondo Allegro 6:59
Joseph Schmitt
Quatuor Pour Le Pianoforte, Traverso, Violon & Violoncelle En Do Majeur, Opus 9 No.1
4 – Allegro Moderato 4:45
5 – Adagio 5:34
6 – Allegro Molto 2:16
Carolus Antonius Fodor
Concerto Pour Le Clavecin Ou Le Pianoforte Avec Plusieurs Instruments En Sol Mineur, Opus 12
7 – Allegro Con Fuoco 13:02
8 – Adagio Non Tanto 5:41
9 – Rondo Alla Turque, Allegro Non Troppo 8:04
Hoje, amados leitores, trago uma abordagem erudita da música eletroacústica. O legal é que ao contrário da abordagem popular, você não vai simplesmente ouvir aqueles puts puts que minha mãe, respeitosamente falando, gosta tanto de desdenhar, e que é tão clichê na música eletroacústica popular de hoje. Em alguns casos, ouviremos as boas e velhas cordas, sopros e a percussão junto das mágicas modernas que a tecnologia nos proporciona. Embora mais “modernices” do que os sons de costume, mas não tenham medo.
Pelo menos esse é o caso da abordagem de Anna Clyne, compositora britânica muito jovem (apenas 35 anos), mas que graças ao fato de ser uma compositora residente da Baltimore Symphony Orchestra, e pelo fato de a diretora musical dessa orquestra (Marin Alsop) ser também a diretora musical e regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), tive a oportunidade de ver um ótimo concerto para violino (chamado The Seamstress, A Costureira) com elementos de eletroacústica (ma non troppo), e procurei saber mais da compositora.
Esse álbum foi uma das coisas que encontrei nessa empreitada, e fiquei bastante surpreso. Primeiro pelo fato de uma compositora do meio erudito com tal abordagem estar tendo o mínimo de atenção no cenário atual. Outros compositores jovens de nosso tempo só fazem sucesso recorrendo ao velho sistema tonal e as coisinhas bonitinhas de sempre. Isso quando não estão obcecados com a tentativa de inovar a custo de qualquer coisa. Segundo pelo fato de ela conseguir harmonizar tão bem algumas técnicas (como aquela que John Cage adorava fazer de criar “música” a partir da sintonia aleatória de vários rádios diferentes) com uma harmonia e melodias notáveis. Em uma das músicas ela faz isso, mas com apenas uma rádio trocando a sintonização algumas vezes, e fica incrivelmente bom, não sei se foi algo aleatório mesmo ou se foi algo planejado, mas achei adequado. Não tem nada de extremamente “modernoso” (ou pós-moderno) aqui, então é perfeitamente possível apreciar sem dificuldades.
A música eletroacústica não é o centro da música de Clyne, mas é uma ferramenta que ela parece usar periodicamente. Este álbum é, de certa forma, uma exceção, já que a música eletroacústica é o elemento mais utilizado. A primeira faixa, Fits + starts, apesar do estranhamento inicial que pode ocorrer, gruda na cabeça. O destaque do álbum, em minha humilde opinião, está em Roulette: cordas, atonalidade e vísceras com uma melodia perfeita que sabe a hora de descer, subir e dançar com os outros elementos da música.
Pessoalmente gostaria de ouvir mais abordagens na música erudita que trouxessem elementos da eletroacústica pra valer (como esse álbum), ou nem que fossem abordagens tímidas como a do concerto para violino de Anna Clyne que eu citei acima. No mundo contemporâneo temos acesso a uma gama incrível de dados, informações e claro, a uma variedade, inimaginável em outros tempos, a outros tipos de música, então porque nos restringirmos? É gostoso ouvir o bom e velho Mozart, mas um Messiaen de vez em quando não mata ninguém. Talvez não seja fácil abandonar os velhos gostos, mas relaxem, não abandonem nada, só tentem dar uma chance para novas experiências…
Anna Clyne (1980): Blue Moth
01 Fits + Starts
Anna Clyne & Benjamin Capps
02 Rapture
Anna Clyne & Eileen Mack
03 1987
Anna Clyne, Paul Taub, Laura Deluca, Mikhail Shmidt & David Sabee
04 Choke
Anna Clyne & Argeo Ascani
05 Roulette
Anna Clyne, Cornelius Dufallo, Mary Rowell, Ralph Farris, Dorothy Lawson, Caleb Burhans & Martha Cluver
06 Steelworks
Anna Clyne, Jennifer Gunn, John Bruce Yeh & Cynthia Yeh
Aos poucos venho ensaiando meu retorno ao PQPBach, por isso, não se surpreendam se novamente eu sumir por algum tempo. Problemas pessoais, aliados a questão do fechamento do PQPShare me deixaram um tanto desgostoso, então resolvi dar um tempo. Como estamos nos aproximando das festividades de comemoração dos 10 anos do blog, resolvi contribuir mais um pouco, na medida do possível, mas tenho me estressado um tanto quanto na questão da escolha do novo servidor. Ainda estou me decidindo entre o MEGA, cuja senha simplesmente esqueci, ou o Drive, que nosso mentor PQPBach vem usando.
Então trago mais um lançamento, mais uma gravação destes dois grandes concertos para violoncelo de Shostakovich, nas mãos muito competentes de Alisa Weilerstein, que encara os dois petardos com muita segurança e competência. Sugiro ouvirem algumas vezes seguidas este CD, para melhor apreciarem a qualidade da interpretação.
01 – Cello Concerto No. 1 in E Flat Major, Op. 107 – I. Allegretto
02 – Cello Concerto No. 1 in E Flat Major, Op. 107 – II. Moderato
03 – Cello Concerto No. 1 in E Flat Major, Op. 107 – III. Cadenza
04 – Cello Concerto No. 1 in E Flat Major, Op. 107 – IV. Allegro con moto
05 – Cello Concerto No. 2 in G Major, Op. 126 – I. Largo
06 – Cello Concerto No. 2 in G Major, Op. 126 – II. Scherzo, Allegretto
07 – Cello Concerto No. 2 in G Major, Op. 126 – III. Finale, Allegretto
Alisa Weilerstein – Cello
Symphonieorchester des Bayerschen Rundfunk
Pablo Heras- Casado – Conductor
Se alguém perguntar ao PQP quais são as dez obras musicais que ele mais ama, ele apontará vários autores, mas dentre as escolhas estarão certamente duas obras: A Oferenda Musical e as Variações Goldberg. São composições de estrutura semelhante que para mim são muito caras e consoladoras. Jordi Savall tem sempre algo de bom a acrescentar e ele novamente faz isso nesta gravação impecável e mais à flor da pele que a maioria. Eu, se fosse você, prestaria muita atenção à Oferenda; talvez até me fizesse acompanhar de um bom vinho. Vale a pena, ô se vale.
E olha a turma do Savall! Irmãos Hantaï, Cocset, Valetti… Só podia ser uma gravação campeã!
J. S. Bach (1685-1750): A Oferenda Musical, BWV 1079 (Savall)
1. Thema Regium – Traverso Solo (Bach) 0:30
2. Ricercar A 3 – Clavecin (Bach) 6:25
3. Canon Perpetuus Super Thema Regium (7) (Bach) 2:28
4. Canon 1 A 2 (Cancrizans) – Clavecin (Bach) 1:55
5. Canon 2 A 2 Violini In Unisono (Bach) 1:34
6. Canon 3 A 2 Per Motum Contrarium (Bach) 2:06
7. Canon 4 (A) Per Augmentationem, Contrario Motu (Bach) 2:36
8. Ricercar A 6 – Clavecin (Bach) 8:48
9. Sonata Sopr’ll Soggetto Reale: Largo (Bach) 6:30
10. Sonata Sopr’ll Soggetto Reale: Allegro (Bach) 5:30
11. Sonata Sopr’ll Soggetto Reale: Andante (Bach) 3:21
12. Sonata Sopr’ll Soggetto Reale: Allegro (Bach) 2:53
13. Canon A 2 Quarendo Invenietis (9A) – Clavecin (Bach) 1:41
14. Canon A 2 Quarendo Invenietis (9B) – Clavecin (Bach) 1:08
15. Canon 5 A 2 Per Tonos “Ascendenteque Modulatione Ascendat Gloria Regis” (Bach) 3:30
16. Fuga Canonica In Epidiapente (6) (Bach) 2:20
17. Canon4 (B) Per Augmentationem, Contrario Motu (Bach) 3:07
18. Canon Perpetuus (Per Justi Intervali) (8) (Bach) 3:28
19. Canon A 4 (10) (Bach) 4:41
20. Ricercar A 6 – Ensemble (Bach) 7:15
Excelente CD! Como Bach não determinou os instrumentos que deveriam ser utilizado na Oferenda Musical — à exceção da Trio-Sonata — cada conjunto faz como quer. Isso me deixa feliz porque muitas vezes as surpresas são grandes. Não é o caso desta Oferenda, altamente séria. É um registro convincente e de primeira linha, mas somos chatos e não conseguimos nos despregar de Savall, que fez talvez a melhor de todas Oferendas, trazendo quindins e as melhores Indulgências. Mas não se preocupem conosco, ouçam aí que a coisa é boa.
Johann Sebastian Bach (1685-1750): A Oferenda Musical (Il Gardellino)
1 Thema Regium 0:22
2 Ricercar a 3 voci 6:00
3 Canon perpetuus super thema regium 1:08
4 Canon a 2 cancrizans 1:02
5 Canon a 2 violini in unisono 0:51
6 Canon a 2 per motum contrarium 1:15
7 Canon a 2 per Augmentationem, contrario motu 2:01
8 Canon a 2 per Tonos 2:59
9 Fuga canonica in Epidiapente 2:13
10 Ricercar a 6 voci 7:12
11 Canon a 2 (Quaerendo invenietis) 2:12
12 Canon a 4 2:28
13 Trio Sonate. Largo 5:54
14 Trio Sonate. Allegro 6:03
15 Trio Sonate. Andante 3:18
16 Trio Sonate. Allegro 2:57
17 Canon perpetuus 3:21
Einige canonische Veränderung über das Weynacht-Lied: Vom Himmel hoch da komm ich her vor die Orgel mit 2 Clavieren und dem Pedal, BWV 769
18 Canone all’ottava 1:35
19 Canone alla quinta 1:36
20 Canto fermo in canone 3:27
21 Canone alla settima 3:03
22 Canon per augmentationem 3:17
Il Gardellino / Sophie Gent / Lorenzo Ghielmi / Vittorio Ghielmi / Jan de Winne
Eis mais um lançamento da Deutsche Grammophon, onde o veterano maestro e pianista Vladimir Ashkenazy nos apresenta Esther Yoo, mais uma fenomenal instrumentista, que apenas recentemente começou a aparecer na imprensa especializada. Detalhes sobre a biografia da moça podem ser encontrados no site dela. Os compositores não foram escolhidos por acaso, neste ano de 2016 comemoram-se os 150 anos de nascimento, tanto de Glazunov quanto de Sibeliius.
Música de primeira qualidade, intérpretes idem. Difícil alguma coisa não dar certo por aqui. Espero que apreciem.
01- Violin Concerto in A minor, Op.82
02- Violin Concerto in D minor, Op.47 – 1. Allegro moderato
03- Violin Concerto in D minor, Op.47 – 2. Adagio di molto
04- Violin Concerto in D minor, Op.47 – 3. Allegro, ma non tanto
05- Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – 1. Country Scenery
06- Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – 2. Evening in Spring
07- Suite For Violin And String Orchestra, Op.117 – 3. In the Summer
08- Grand Adagio
Esther Yoo – Violin
Philharmonia Orchestra
Vladimir Ashkenazy – Conductor
Digamos que eu seja conhecido aqui no blog por algumas declarações bombásticas. Pois, desta vez, não creio que vá ser muito discutida a afirmativa de que os Quartetos de Béla Bártok sejam a mais importante obra do século XX, até porque esta frase é meio consenso, meio convenção. Ora próximo ao Stravisnky da “fase russa”, ora próximo ao Beethoven dos últimos quartetos de Beethoven, Bartók casualmente distribuiu a composição dos mesmos de forma a traduzir as etapas de sua evolução artística — 1908, 1917, 1927, 1928, 1934 e 1939. O calhamaço História da Música Ocidental, de Jean e Brigitte Massin (1255 páginas), propõe que se ouça os último quartetos de Beethoven, emendando-os imediatamente com os de Bartók. A mesma força, a mesma nobreza, o mesmo espírito no tratamento das massas sonoras. Não que Bartók tenha imitado o mestre — ao contrário, Bartók não apenas tinha voz própria como bebeu nas mais diversas fontes: música folclórica, Debussy, Brahms, russos, Bach, etc.
Curiosa mistura de profunda erudição e absoluto “visceralismo”, os quartetos me chamaram a atenção durante a adolescência, por serem citados por todos os grandes escritores que gostavam de música: Erico Verissimo fala no Nº 3 e vários romancistas do pós-guerra citam o Nº 5 como uma obra inigualável, produzida pelo ódio ao nazismo que o fez exilar-se em 1940 nos EUA, já minado pela leucemia.
Não há como falar dos quartetos de Bartók de forma não apaixonada. É a maior música de nossa época e este é talvez o segundo ou terceiro CD que posto e que estão naquela categoria dos “dez mais” de minha discoteca / cedeteca.
Béla Bartók (1881-1945): Os Seis Quartetos de Cordas
CD1
1 String Quartet No 1 in A minor, op. 7 – Lento 9:22
2 String Quartet No 1 in A minor, op. 7 – Allegretto 10:29
3 String Quartet No 1 in A minor, op. 7 – Introduzione (Allegro) – Allegro vivace 10:21
4 String Quartet No 2 in A minor, op. 17 – Moderato 9:39
5 String Quartet No 2 in A minor, op. 17 – Allegro molto carpriccioso 7:39
6 String Quartet No 2 in A minor, op. 17 – Lento 7:52
7 String Quartet No 4 in C Major – Allegro 5:59
8 String Quartet No 4 in C Major – Prestissimo, con sordino 2:51
9 String Quartet No 4 in C Major – Non troppo lento 5:21
10 String Quartet No 4 in C Major – Allegretto pizzicato 2:54
11 String Quartet No 4 in C Major – Allegro molto 5:34
CD2
1 String Quartet No.3 in C sharp minor Sz93 – Prima parte: Moderato 4:35
2 String Quartet No.3 in C sharp minor Sz93 – Seconda parte: Allegro 5:34
3 String Quartet No.3 in C sharp minor Sz93 – Ricapitolazione della prima parte… 5:03
4 String Quartet No.5 in B flat major Sz110 – Allegro 7:39
5 String Quartet No.5 in B flat major Sz110 – Adagio molto 5:33
6 String Quartet No.5 in B flat major Sz110 – Scherzo (Alla bulgarese) & Trio 4:49
7 String Quartet No.5 in B flat major Sz110 – Andante 4:45
8 String Quartet No.5 in B flat major Sz110 – Finale (Allegro vivace) 6:58
9 String Quartet No.6 in D major Sz110 – Mesto – Vivace 7:33
10 String Quartet No.6 in D major Sz110 – Mesto – Marcia 7:36
11 String Quartet No.6 in D major Sz110 – Mesto – Burletta (Moderato) 7:12
12 String Quartet No.6 in D major Sz110 – Mesto 6:33
Entre as revelações que o jovem Daniel the Prophet fez a este velho monge destaca-se a música do inglês Nick Drake, usualmente catalogada como folk. Até há um mês eu nunca tinha ouvido falar, mas agora posso ouvir seu canto introvertido por horas e horas como se fosse uma única música, mais ou menos como faço com Purcell – o que poderia suscitar a hipótese de se dever à anglicidade dos dois… se o efeito não se estendesse a, entre outros exemplos, as lamentações vocais do inequivocamente franco Couperin.
Nicholas Rodney Drake nasceu na então Birmânia, que, muito britanicamente, era o local de trabalho do pai. Quando tinha quatro anos a família voltou pra Inglaterra, para uma vila de 3 mil habitantes não longe de Stratford-upon-Avon, terra daquele dramaturgo insignificante que vocês sabem o nome. Nick aprendeu piano com a mãe, Molly, que também tocava cello, compunha e cantava (do que há alguns testemunhos – gravações informais feitas em casa – no álbum Family Tree) – e talvez tenha legado ao filho também a sensibilidade exacerbada.
To make a long story short, Nick aprendeu escolarmente também clarinete e sax, e informalmente o violão, com colegas – justo o instrumento em que mais se destacou. Aos 19 anos foi estudar literatura em Cambridge – o que não faz pouco sentido, quando se constata o refinamento poético das letras. Aos 21, 23 e 24 anos lançou três discos que pouquíssima gente ouviu. E aos 26 morreu de overdose do que os médicos atochavam como antidepressivo na época.
Fim? Muito pelo contrário: nos 33 anos seguintes foram lançados sete outros discos com material que Nick havia deixado gravado (entre músicas inéditas e versões alternativas), e se é verdade que seus admiradores ainda constituem uma seita (sentido original, aliás, da palavra cult), essa seita não parou de crescer.
De início pensei em compartilhar aqui os três álbuns lançados em vida, mas ouvindo um pouco mais optei pelo terceiro e o sétimo dos póstumos. A razão é que Nick me parece ser daqueles artistas cujo talento brilha ao máximo no despojamento, na quase ausência de produção.
Pra terminar, declaro solenemente que estou morrendo de curiosidade quanto ao que vocês vão achar – e portanto adorarei que vocês não deixem de comentar!
TIME OF NO REPLY (1987)
01. Time Of No Reply
02. I Was Made To Love Magic
03. Joey
04. Clothes Of Sand [letra abaixo / lyrics bellow]
05. Man In A Shed
06. Mayfair
07. Fly
08. The Thoughts Of Mary Jane
09. Been Smoking Too Long
10. Strange Meeting II
11. Rider On The Wheel
12. Black Eyed Dog
13. Hanging On A Star
14. Voice From The Mountain
FAMILY TREE (2007)
01 Come Into The Garden (Introduction)
02 They’re Leaving Me Behind
03 Time Piece
04 Poor Mum (by Molly Drake)
05 Winter Is Gone
06 All My Trials (by Gabrielle Drake and Nick Drake)
07 Kegelstatt Trio For Clarinet, Viola And Piano by The Family Trio
08 Strolling Down The Highway
09 Paddling In Rushmere
10 Cocaine Blues
11 Blossom
12 Been Smoking Too Long
13 Black Mountain Blues
14 Tomorrow Is A Long Time
15 If You Leave Me
16 Here Come The Blues
17 Sketch 1
18 Blues Run The Game
19 My Baby’s So Sweet
20 Milk And Honey
21 Kimbie
22 Bird Flew By
23 Rain
24 Strange Meeting II
25 Day Is Done (Family Tree)
26 Come Into The Garden
27 Way To Blue (Family Tree)
28 Do You Ever Remember? (by Molly Drake)
BÔNUS
Clothes of Sand (ToNR 04) por Renato Russo (1994) [letra abaixo / lyrics bellow]
Who has dressed you in strange clothes of sand?
Who has taken you, far from my land?
Who has said that my sayings were wrong?
And who will say that I stayed much too long?
Clothes of sand have covered your face
Given you meaning but taken my place
So make your way on, down to the sea
Something has taken you so far from me.
Does it now seem worth all the colour of skies?
To see the earth, through painted eyes?
To look through panes of shaded glass?
See the stains of winter’s grass?
Can you now return to from where you came?
Try to burn your changing name?
Or with silver spoons and coloured light
Will you worship moons in winter’s night?
Clothes of sand have covered your face
Given you meaning but taken my place
So make your way on, down to the sea
Something has taken you, so far from me.
Vamos lá, a bastante conhecida “música eletrônica” de hoje teve origem lá nos idos dos anos 60, com Karlheinz Stockhausen e seus “amigos” que na época tinham como principal obsessão a vanguarda, ou seja, a inovação e encabeçamento de uma revolução na música. Na época, a coisa não vigorou muito na música erudita, mas na música popular ela encontrou um espaço mais receptivo e além de nos dar a guitarra e o baixo elétricos, ainda nos trouxe outros brinquedinhos que reunidos criariam obras que, em minha opinião, são marcos na historia da música, como Whole Lotta Love do Led Zeppelin.
Além dos instrumentos elétricos acústicos houve também uma apropriação das técnicas de produção de música puramente eletrônica, ou seja, música feita inteiramente no computador. Pelo fato de os computadores não serem tão acessíveis nos anos 70 e 80, que foi a época dessa apropriação por parte da música popular da eletroacústica, ela só seria devidamente explorada a partir dos anos 90, e só floresceria na primeira década do século XXI.
Hoje, 10 de novembro de 2015, a bastante conhecida “música eletrônica”, possui diversos gêneros e ramificações na música popular: House, Techno, Acid, Disco, Dub, Trance, etc. Gêneros e ramificações que se fragmentam e se entrelaçam mas que não passam de herdeiros da música eletroacústica dos anos 60. Não digo isso tentando diminuir nenhum gênero, apenas estou traçando uma árvore para facilitar a compreensão.
Esse álbum que posto hoje é um remix (estilo de improvisação e edição por parte de um DJ sobre uma ou mais músicas) daquele álbum que postei com a trilha sonora de Tron: Legacy. Foram diversos artistas que remixaram as músicas, e o gênero, acredito eu já denunciado pela cor da tipografia da capa, se aproxima mais do Acid. Não sei se os senhores apreciarão (eu aprecio bastante), mas já serve para abrir a discussão sobre a música eletroacústica, discussão essa que pretendo continuar com uma abordagem erudita, sendo essa que posto hoje uma abordagem popular.
Aproveitem. (ou não)
Daft Punk & vários artistas: Tron Legacy Reconfigured
01 Derezzed (The Glitch Mob remix) (4:22)
02 Fall (M83 vs. Big Black Delta remix) (3:55)
03 The Grid (The Crystal Method remix) (4:28)
04 Adagio for TRON (Teddybears remix) (5:34)
05 The Son of Flynn (Ki:Theory remix) (4:51)
06 C.L.U. (Paul Oakenfold remix) (4:35)
07 The Son of Flynn (Moby remix) (6:32)
08 End of Line (Boys Noize remix) (5:40)
09 Rinzler (Kaskade remix) (6:52)
10 Encom, Part II (Com Truise remix) (4:52)
11 End of Line (Photek remix) (5:19)
12 Arena (The Japanese Popstars remix) (6:08)
13 Derezzed (Avicii remix) (5:04)
14 Solar Sailer (Pretty Lights remix) (4:33)
15 TRON Legacy (End Titles)(Sander Kleinenberg Remix) (3:18)
Prevenindo a hipobachemia… Mas, sabem?, na terça-feira, recebi uma ligação de um companheiro de PQP Bach. Era um finíssimo e inusitado pedido de desculpas. É que este amigo me enviara um e-mail meio sem jeito. A mensagem não fizera grandes estragos neste que vos escreve, até porque eu concordara com seu conteúdo e tratara de esquecer o tom. No telefonema, o amigo dizia que errara e que gostaria de desculpar-se. Bonito, né? E o que isso tem a ver com o CD de Gastinel? A rigor, nada; no âmbito pessoal, tudo. Lembro como o Dr. Herbert Caro dizia que não conseguia dormir após tomar uma atitude intempestiva. Ele simplesmente sufocava se não pedisse perdão. E lembro como ele me deu de presente minha primeira gravação destas suítes, pelo simples fato de que uma pessoa que não as conhece é como um saco vazio. “Como tu parrras em pé sem conhecer as Suítes?”. (Uma pessoa que não sabe pedir perdão também é um saco vazio, em minha opinião). Mais do que uma livre-associação, a bela atitude do amigo do PQP ficou associada a Gastinel. Nossa memória é assim, não é?
Johann Sebastian Bach (1685-1750): As 6 Suítes para Violoncelo Solo
CD 1
1. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 1. Prélude
2. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 2. Allemande
3. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 3. Courante
4. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 4. Sarabande
5. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 5. Menuets 1 & 2
6. Suite No. 1 in G major, BWV 1007: 6. Gigue
7. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 1. Prélude
8. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 2. Allemande
9. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 3. Courante
10. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 4. Sarabande
11. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 5. Menuets 1 & 2
12. Suite No. 2 in D minor, BWV 1008: 6. Gigue
13. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 1. Prélude
14. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 2. Allemande
15. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 3. Courante
16. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 4. Sarabande
17. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 5. Bourrées 1 & 2
18. Suite No. 3 in C major, BWV 1009: 6. Gigue
CD 2
1. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 1. Prélude
2. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 2. Allemande
3. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 3. Courante
4. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 4. Sarabande
5. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 5. Bourrées 1 & 2
6. Suite No. 4 in E flat major, BWV 1010: 6. Gigue
7. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 1. Prélude
8. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 2. Allemande
9. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 3. Courante
10. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 4. Sarabande
11. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 5. Gavottes 1 & 2
12. Suite No. 5 in C minor, BWV 1011: 6. Gigue
13. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 1. Prélude
14. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 2. Allemande
15. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 3. Courante
16. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 4. Sarabande
17. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 5. Gavottes 1 & 2
18. Suite No. 6 in D major, BWV 1012: 6. Gigue
Um de nossos mais habituais visitantes, o ilustre FM, parece adorar András Schiff. Eu não chego a ser um adepto de sua forma de interpretar a obra que mais ouvi até hoje, mas sua gravação é muito boa. Se não chega às alturas de Hantaï ao cravo, dou-lhe a chance de ir às semifinais das interpretações ao piano, onde deverá enfrentar a segunda gravação de Glenn Gould, enquanto que na outra semi teremos duas surpresas absolutas: os espetaculares Murray Perahia X Simone Dinnerstein. O árbitro Edílson Pereira de Carvalho aconselhou os amigos do PQP Bach a fazerem suas apostas numa final entre Gould e Perahia. Quando perguntei a ele o resultado da finalíssima, ele me pediu uma soma tão alta que escolhi aguardar pelo embate.
Aria mit verschiedenen Veränderungen (Goldberg-Variationen) BWV 988
Essa é minha primeira experiência usando o OneDrive. Vamos ver no que dá. O CD que ora vos trago é fresquinho, recém saído dos fornos da Deutsche Grammophon. Espero que apreciem.
Sei que o Concerto para Piano de Grieg é o favorito de muita gente, e sempre é bom ouvirmos o que a nova geração, simbolizada aqui por Alice Sara Ott, tem a nos dizer e o que tem a nos oferecer. A magnífica Orquestra da Rádio Bávara, aqui dirigida pelo já veterano Esa-Pekka Salonen, faz a sua parte com a competência de sempre. O CD é concluído com as delicadas Peças Líricas. Em outras palavras, neste começo de primavera, o Romantismo está no ar.
Edvard Grieg (1843-1907) – Wonderland – Piano Concerto, Lyric Pieces – Ott, Salonen, SOBR
01. Grieg Piano Concerto In A Minor, Op.16 – 1. Allegro molto moderato (Live)
02. Grieg Piano Concerto In A Minor, Op.16 – 2. Adagio (Live)
03. Grieg Piano Concerto In A Minor, Op.16 – 3. Allegro moderato molto e marcato (Live)
04. Grieg Lyric Pieces Book X, Op.71 – 1. Once Upon A Time
05. Grieg Lyric Pieces Book III, Op.43 – 1. Butterfly
06. Grieg Lyric Pieces Book I, Op.12 – 7. Album Leaf
07. Grieg Peer Gynt Suite No.2, Op.55 – 4. Solveig’s Song
08. Grieg Lyric Pieces Book I, Op.12 – 4. Elves’ Dance
09. Grieg Lyric Pieces Book III, Op.43 – 6. To Spring
10. Grieg Lyric Pieces Book V, Op.54 – 3. March Of The Trolls
11. Grieg Lyric Pieces Book V, Op.54 – 4. Notturno
12. Grieg Lyric Pieces Book VII, Op.62 – 4. Brooklet
13. Grieg Peer Gynt Suite No.1, Op.46 – 4. In The Hall Of The Mountain King
14. Grieg Lyric Pieces Book VIII, Op.65 – 5. Ballad
15. Grieg Lyric Pieces Book VIII, Op.65 – 6. Wedding Day At Troldhaugen
Alice Sara Ott – Piano
Symphonieorchester des Bayerschen Rundfunks
Esa-Pekka Salonen – Conductor
FDP Bach tem sempre preocupações com o tempo. Apesar de trabalhar num centro urbano, mora numa fazenda e as variações do clima costumam atrapalhar sua Internet, tirando-lhe sua eletricidade, queimando seus modems, gerando gastos e o diabo. Como normalmente o que acontece hoje no RS acontecerá amanhã em Santa Catarina, já vou lhe avisando que nossa previsão é de temporal para hoje. Desligue tudo, FDP! Enquanto isso, PQP acordou-se ouvindo os Concertos para Oboé de seu pai. A gravação é da muito boa Camerata Köln e merece figurar em qualquer cedeteca que se preze. Há sol em Porto Alegre, dá vontade de ouvir Bach. Os passarinhos cantam enlouquecidos nas árvores pelo oboé ou pela tormenta próxima.
J. S. Bach (1685-1750): Concertos para oboé (Camerata Köln)
Concerto in C minor BWV 1060 for Oboe & Violin
1. Allegro
2. Adagio
3. Allegro
Concerto in F major after BWV 49 & 169 for Oboe
4. Allegro
5. Siciliano
6. Allegro
Concerto in A major BWV 1055 for Oboe d’amore
7. Allegro
8. Larghetto
9. Allegro ma non tanto
Concerto in G minor BWV 1056 for Oboe
10. Allegro 03:00
11. Largo 02:52
12. Presto 03:27
Camerata Koln
Hans-Peter Westermann, oboe
Mary Utiger, violin
Acredito ter encontrado uma nova distribuidora campeã de capas horríveis, a Chandos, pelo menos posso dizer isso sobre os cds que eles publicaram desse compositor japonês muito pouco conhecido: Takashi Yoshimatsu.
Conheci esse compositor aqui no blog mesmo, com um concerto de saxofone que achei ótimo. Fui atrás e consegui outras obras do cara, e uma das que mais me marcou está justamente nesse CD, é esse concerto para piano e orquestra com o título de Memo Flora. Não se encontra muito sobre esse compositor por ai; a maioria das coisas que se pode saber dele está nos livretos que vêm com os CD’s, mas já percebi algumas coisas: ele é neorromântico, ele adora pássaros, possui claras influências de um ethos japonês em sua música e ainda faz referências ao jazz e ao rock em algumas obras.
A coisa dos pássaros me lembrou é claro Olivier Messiaen, que também tinha obsessão por esses descendentes dos dinossauros. Claro que a semelhança fica só no símbolo mesmo, como eu disse, a música de Yoshimatsu possui uma característica neorromântica que a torna deliciosamente apreciável para aqueles que adoram belas melodias e aquela evocação de sentimentos que é característica tão presente no romantismo, bem diferente da música de Messiaen que é profundamente religiosa e atonal. A música de Yoshimatsu também beira o atonalismo vez ou outra (até porque o compositor, em seus primeiros anos, era um serialista), mas com uma abordagem totalmente diferente, eu diria que é virtuosística.
Mas o que definitivamente me cativou em sua música, e que me fez ir atrás dela, foi sua essência japonesa, principalmente nesse CD. Amo a cultura japonesa, sua arte consegue ir do profundo, melancólico e leve para o agitado, festeiro e brutal. Prefiro o os primeiros aspectos, embora saiba apreciar ambos os tipos nos devidos momentos. Yoshimatsu traz esses primeiros aspectos em algumas de suas obras e somando isso ao seu romantismo acaba criando obras cativantes. Em White Landscapes, por exemplo, consigo me imaginar vislumbrando uma montanha enorme coberta de neve, talvez como o Monte Fuji, enquanto estou sentado num Engawa (espécie de varanda) numa casa tipicamente japonesa; ao meu lado fumega um chá quente, que resiste contra o frio. No terceiro movimento da obra, começa a nevar. Pelo menos é assim que imagino, apesar da indicação do terceiro movimento: “Disappearance of Snow” (desaparecimento da neve).
(Não costumo revalidar links a quaisquer pedidos, mas há exceções. Desta vez o cara iniciou seu pedido — ver comentário abaixo — assim, ó: “Caríssimo plantador de civilização, boa noite!”.
Me apaixonei).
A propaganda que apresenta a Liga dos Campeões na ESPN Internacional usa como trilha Zadok the Priest. Sim, a entrada tonitruante do coral. Fica bonito. Pena que meus times europeus — Roma e Benfica — nunca cheguem perto da conquista. Quem manda torcer para pobres?
Este é um disco sensacional que foi relançado pela Philips DG – The Originals naquela sua coleção dois pelo preço de um. Encontrei-o dando sopa por aí, enquanto virava algumas latas de lixo na calçada a fim de facilitar o trabalho de Bluedog. Trabalhamos em equipe. Vi este mp3 em formato de apenas 128 kbps cair de uma delas e fui dormir longe das pulgas que acompanham nosso amigo, tranquilo, sob as estrelas, sonhando com reis e viagens imaginárias de uma nação a outra.
Handel – Israel in Egypt / Zadok the Priest / The King shall rejoice
Disc: 1
1. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Overture
2. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 1. Recitative. Now there arose a new king. No. 2. Chorus. And the children of
3. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 3. Recitative. Then sent He Moses. No. 4. Chorus. They loathed to drink of the
4. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 5. Air. Their land brought forth frogs
5. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 6. Chorus. He spake the word
6. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 7. Chorus. He gave them hailstones for rain
7. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 8. Chorus. He sent a thick darkness
8. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 9. Chorus. He smote all the first-born of Egypt
9. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 10. Chorus. But as for his people
10. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 11. Chorus. Egypt was glad when they departed
11. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 12. Chorus. He rebuked the Red Sea
12. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 1. Exodus. No. 13. Chorus. And Israel saw that great work
Disc: 2
1. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 14. Introitus. Moses and the children of Israel
2. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 15. Duet. The Lord is my strength
3. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 16. Chorus. He is my God
4. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 17. Duet. The Lord is a man of war
5. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 18. Chorus. The depths have covered them
6. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 19. Chorus. Thy right hand, o Lord
7. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 20. Chorus. And with the blast of thy nostrils
8. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 22. Air. Thou didst blow with the wind
9. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 23. Chorus. Who is like unto thee
10. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 24. Duet. Thou in thy mercy
11. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 25. Chorus. The people shall hear
12. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Part 2. Moses’ Song. No. 26. Air. Thou shalt bring them in
13. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: No.26 Air: “Thou shalt bring them” (Part 2: Moses’ Song)
14. Israel in Egypt, oratorio, HWV 54: Chorus:”The Lord shall reign” – Rec.: “For the horse” – Chorus – Rec.: “And Miriam” – Chorus: “Sing ye to the Lord”)
15. Zadok the Priest, coronation anthem No. 1 for chorus & orchestra, HWV 258
16. The King Shall Rejoice, coronation anthem No. 2 for chorus & orchestra, HWV260
Os solistas vocês descobrem…
Monteverdi Choir
English Baroque Soloists
John Eliot Gardiner
Eu não sou a pessoa mais adequada para escrever a respeito de uma sinfonia que só pode ser boa mas pela qual não sou apaixonado. OK, é uma limitação pessoal de ama Mahler de 1 a 7 e a 10… Fazer o quê? Esta coleção é tão boa que não posso deixar incompleta, né? Aos que discordam e concordam comigo, pedras e bombons nos comentários e só lá, está bem?
Gustav Mahler: Symphony No. 9
Disc 1:
1. Symphony No. 9 in D Major: I. Andante comodo 30:31
2. Symphony No. 9 in D Major: II. Im Tempo eines gemächlichen Ländlers 17:04
Disc 2:
1. Symphony No. 9 in D Major: III. Rondo burleske 13:58
2. Symphony No. 9 in D Major: IV. Adagio 27:49
Já disse isso: quando olho minha discoteca e decido por Mahler, jamais pego a oitava ou a nova para ouvir. Não são as minhas preferidas. Mas aqui neste CD tem a primeiro movimento da décima, que ficou infelizmente incompleta em razão da morte do compositor. Então, ao invés de irritar os admiradores da oitava sinfonia, direi que acho que esta série de gravações de Michael Tilson Thomas vai ocupar lugar de destaque na discografia mahleriana. E tenho dito!
Gustav Mahler (1860-1911)
Symphony No. 10
Symphony No. 8
Disc 1:
1. Symphony No. 10: I. Adagio 27:56
2. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part I – I. Veni Creator Spiritus 7:28
3. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part I – II. Accende lumen sensibus 4:29
4. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part I – III. Infunde amorem cordibus 8:55
5. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part I – IV. Gloria Patri Domino 2:40
Disc 2:
1. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – I. Poco Adagio 11:12 Album Only
2. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – II. Waldung sie schwankt heran 4:57
3. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – III. Ewiger Wonnebrand Quinn Kelsey 1:15
4. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – IV. Wie Felsenabgrund mir zu Füßen 4:36
5. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – V. Gerettet ist das edle Glied 5:40
6. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – VI. Hier ist die Aussicht frei 4:19
7. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – VII. Dir der Unberührbaren 5:02
8. Symphony No. 8 In E-Flat Major: Part II – VIII. Du Schwebst Zu Höhen 1:19
9. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – IX. Bei dem Bronn zu dem schon weiland 7:59
10. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – X. Komm! Hebe dich zu höhern Sphären! 1:16
11. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – XI. Blicket auf 6:32
12. Symphony No. 8 in E-Flat Major: Part II – XII. Alles Vergängliche 6:15
Erin Wall, soprano
Enza van den Heever, soprano
Laura Claycomb, soprano
Katarina Karnéus, mezzo-soprano
Yvonne Naef, mezzo-soprano
Anthony Dean Griffey, tenor
Quinn Kelsey, baritone
James Morris, bass-baritone
San Francisco Symphony Chorus. Ragnar Bohlin, director
Pacific Boychoir. Kevin Fox, director
San Francisco Girls Chorus. Susan McMane, director
Podem me jogar pedras, mas vou escrever mesmo assim. Amo as sinfonias de números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 de Mahler. Mas não tenho o mesmo amor pela 8ª e 9ª. Esta Sétima de Tilson Thomas é a própria perfeição. Gosto desta sinfonia por ser melodiosíssima e lindíssima, só isso. Passei quatro dias ouvindo-a com exclusividade. A estrutura é simétrica, são cinco movimentos: uma paulada no começo, outra no final; duas músicas da noite no segundo e quarto movimentos, com direito a bandolim no quarto; e uma fantástica valsa bem no coração da sinfonia. E agora digo mais: nesta sinfonia, Tilson Thomas venceu o maior regente mahleriano, Leonard Bernstein. Venceu, sim, basta ouvir.
Mahler: Symphony No. 7
1. Symphony No. 7 in E minor: I. Langsam?Allegro risoluto ma non troppo 20:43
2. Symphony No. 7 in E minor: II. Nachtmusik I: Allegro moderato – Molto moderato (Andante) 15:35
3. Symphony No. 7 in E minor: III. Scherzo: Schattenhaft 10:11
4. Symphony No. 7 in E minor: IV. Nachtmusik II: Andante amoroso 13:33
5. Symphony No. 7 in E minor: V. Rondo – Finale: Allegro ordinario?Allegro moderato ma energico 18:05
O fim, meus caros, nada mais é do que um retorno ao início.
Não sejam tão afoitos, com isso não quis sugerir que a nona sinfonia de Schnittke é semelhante ou igual à de número zero, na verdade elas são completamente diferentes.
A sinfonia “Nagasaki”, numerada vulgarmente como No. 0, nos surpreende por nada ter do Schnittke com quem estamos habitualmente acostumados. Parece ser uma espécie de neoclássico que bebe um pouco de Shostakovich. Não é possível dizer ao certo as intenções do jovem Schnittke ao compor essa obra. Tendo ela sido completada nos anos 50, a referência histórica de seu nome é clara. Apesar disso, as forças históricas e sociais que iriam dilacerar os paradigmas acadêmicos de composição do jovem compositor e leva-lo a compor obras como a sua Primeira Sinfonia ainda estavam longe.
Sua Nona Sinfonia aparentemente começou a ser escrita dois anos antes da morte de Schnittke, e não se sabe ao certo se foi completada ou não, já que Schnittke não a publicou. Dela sobraram esboços que foram reunidos e “decifrados” a pedido de Irina Schnittke, mulher do compositor. Quem teve a árdua tarefa de decifrar os manuscritos dos garranchos de Schnittke foi o jovem compositor Alexander Raskatov, que também de embalo fez uma obra em homenagem ao compositor.
A Nona Sinfonia é divida em três movimentos, sendo um lento, um moderado e um rápido. Ela têm um sentimento muito tênue e belo, que nos passa uma sensação de algo etéreo. Como diz William C. White:
“Dennis Russell Davies comments that this is “a testament by someone who knows he’s dying,” I have a different view: I think this is music of someone who is already dead — as Schnittke had been, having been pronounced clinically dead on several occasions during his strokes. Much of the music sounds like the exploratory wanderings of a ghost during his first encounter with a new, otherworldly universe.”
Ou seja, Schnittke se perde, acaba por atingir um estado como o de uma assombração ambulante numa velha mansão.
É assim que termina a saga sinfônica desse grande compositor, mas não sejamos tristes. Schnittke deu exemplo fantástico de sua criatividade em outras obras, principalmente naquelas de cunho “sacro”, pois parecia tentar ali se encontrar como qualquer indivíduo socialmente anômico precisa se ancorar em algum “paradigma cultural”. Mais pra frente eu trarei esses belos exemplos de sua maestria.
Schnittke: The Ten Symphonies
CD 6
Alfred Schnittke (1934-1998):
Symphony No. 0 “Nagasaki”
01 I. Allegro ma non tropo
02 II. Allegro vivace
03 III. Andante
04 IV. Allegro
Cape Philharmonic Orchestra
Owain Arwel Hughes, conductor
Symphony No. 9 (Copyist, Researcher) [Reconstruction of the Original Manuscript] – Alexander Raskatov
05 I. [Andante]
06 II. Moderato
07 III. Presto
Cape Philharmonic Orchestra
Owain Arwel Hughes, conductor
É espantoso o trabalho que faz Michael Tilson Thomas e a orquestra de São Francisco nesta integral das Sinfonias de Gustav Mahler. Esta deve ser a terceira integral que vou postando e ainda tenho mais duas… Estou indo na minha ordem… Postei a 2ª e a 3ª e agora vou para a 4ª, 5ª e 6ª. Depois virá a 7ª e voltarei à 1ª, tá? A melhor integral ainda é, na minha opinião, a de Lenny, mas eu acho muito legal que outros tentem batê-lo. Assim a gente ouve bastante Mahler.
Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia No. 4
01. I. Bedächtig. Nicht eilen
02. II. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
03. III. Ruhevoll
04. IV. Das himmlische Leben. Sehr behaglich
01. I. Allegro energico, ma non troppo. Heftig, aber markig
02. II. Scherzo. Wuchtig
03. III. Andante moderato
04. Finale Allegro moderato – Allegro energico